Na rota da Filosofia... ...em busca de respostas

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D I S C I P L I N A
Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Na rota da Filosofia...
...em busca de respostas
Autoras
Cecília Queiroz
Filomena Moita
aula
02
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Universidade Estadual da Paraíba
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Reitora
Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Eliane de Moura Silva
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
Projeto Gráfico
Ivana Lima (UFRN)
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Revisores de Estrutura e Linguagem
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)
Revisoras de Língua Portuguesa
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB
Q3f
Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro
Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo: Fasc. 1- Educação? Educações?; Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas; Fasc. 3 - Uma nova
rota...sociologia; Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional; Fasc. 5 - A companhia de Jesus e
a educação no Brasil; Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira; Fasc. 7 - Novos ventos...
manifesto dos pioneiros da escola nova; Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil; Fasc. 9 - Tendências
pedagógicas e seus pressupostos; Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador; Fasc. 11 – Outras rotas...um
novo educador; Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico; Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer
geográfico; Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva; Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa
ISBN: 978-85-87108-57-9
1. Educação 2. Fundamentos sócio-filosóficos 3. Prática Reflexiva 4. EAD I. Título.
22 ed.
CDD 370
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
N
este trecho da viagem, navegaremos pela rota da filosofia. Na primeira aula,
refletimos sobre o que é educação e os diferentes tipos de educação que existem.
Faremos, agora, um mergulho na história da filosofia para entender o que é filosofia,
quais as contribuições que ela traz para o campo da educação e, mais especificamente,
para o professor de Geografia.
Nesse trajeto, serão importantes o estudo dos conceitos apresentados, a reflexão, a
realização de atividades e a busca de aperfeiçoamento em outras atividades complementares
que serão aprendizagem e divertimento, tais como: filmes, vídeos, além de outros livros
e textos indicados.
Objetivos
Ao final desta aula, do segundo trecho de viagem, esperamos que
você chegue ao porto seguro:
1
2
3
Compreendendo o que são fundamentos
sócio-filosóficos;
Entendendo o que é filósofo, filosofar e filosofia e quais
as contribuições que essa ciência traz para o campo da
educação;
Mapeando, em termos de tempo e espaço, de onde vieram
essas correntes filosóficas.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Zarpando...
Certamente você deve estar-se perguntando por que estudar fundamentos
sócio-filosóficos da educação? Qual o significado?
Para saber mais sobre essa questão, ainda ancorados, vamos fazer um estudo
breve que nos ajudará a entender o significado dessas palavras e a importância de
estudá-las para sua formação, enquanto um futuro professor de Geografia.
n Fundamentos - Vamos juntos tentar entender o que são fundamentos? De forma
geral, e aqui em especial, fundamentos são os princípios básicos, nosso porto
seguro, aquilo que nos dará base para entender o que vem a seguir, ou seja,
alicerce para o entendimento de outras disciplinas.
n Sócio
- nesse caso, remete-nos à sociologia, ciência que se dedica a estudar
a sociedade e suas transformações ao longo da história, e as transformações
pelas quais temos passado. Afinal, estamos vivendo uma verdadeira revolução
educacional, com o apoio significativo da tecnologia.
n Filosófico
- é a junção de duas palavras gregas: filos/amante + sofia/sabedoria =
amor pela sabedoria. Na prática pedagógica, representa aquele olhar indagador
e crítico sobre a realidade, na busca de respostas sobre os porquês dos
fenômenos, nesse caso, relacionados à educação.
Em síntese, Fundamentos Sócio-filosófico é a base para o entendimento da
educação na sociedade, de forma crítica, construída através da reflexão, da pesquisa,
da observação.
E por que estudar os fundamentos de áreas pedagógicas que não estão,
diretamente, relacionadas com Geografia?
Porque as demais ciências da educação e a pedagogia são como bússolas
que auxiliam o professor a agir diante da grande diversidade que caracteriza o povo
brasileiro.
Nossa cultura é muito rica e diversa, nosso povo – crianças, jovens, adultos – faz
a diferença em cada comunidade, município, estado ou região. É muita diversidade
para uma única ação pedagógica.
Como trabalhar com essa diversidade? Como devemos ser educadores reflexivos
e críticos?
Vamos parar para refletir sobre essas questões, observando a imagem e
realizando a atividade sugerida.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Atividade 1
Disponível em http://www.tropis.org/biblioteca/cuidado_escola.html Acesso em 22 maio 2007.
2
1.
2.
Na sua opinião, o que significa um professor indagador e crítico?
Depois da leitura do texto e da imagem comente as falas expressas
pelo professor relacionando-as com o que foi estudado na aula.
sua resposta
1
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Içamos a âncora e continuamos na rota da filosofia, agora para entender o que é filósofo
e filosofar.
O Filósofo e o Filosofar
O verdadeiro filósofo é, antes de tudo, um observador
atento da realidade, um pensador dedicado e que tenta,
pelo seu próprio esforço, desvendar o Universo que o
cerca. E o que é filosofar?
É pensar livremente, é não se deixar guiar por ideologias,
religiões, crenças, pelas opiniões dos outros, sem reflexão.
É colocar tudo como objeto a ser refletido, perguntar sobre
tudo, por exemplo: Quais os motivos que guiaram as
diferentes escolhas humanas ao longo da história? Por que
agimos assim, e não, de outro jeito?
Para o professor/educador, é fundamental filosofar
sobre sua prática, pensar sobre o seu fazer pedagógico diário, buscar respostas para as
dificuldades e para as conquistas do dia-a-dia. Assim, o educador ao superar as dificuldades,
socializa as conquistas e contribui com a comunidade onde está atuando.
Embora a Filosofia, em geral, não seja produzida para resultados concretos e imediatos,
crer que ela não tenha aplicação prática não é correto. A forma de compreender o mundo é
que determina o modo como se produzem as coisas, investiga-se a natureza, propõem-se as
leis. Ética, Política, Moral, Esporte, Arte, Ciência, Religião, tudo tem a ver com Filosofia.
O pensamento humano não apenas influenciou e influencia o mundo, na verdade, é ele
que o determina. Todos os movimentos sociais, econômicos, políticos, religiosos da história
têm origem no pensamento humano, na Filosofia.
Aquele que se dedica à Filosofia não se abstém da realidade, não é um alienado. É
aquele que procura compreender a realidade e busca dar o primeiro passo para interagir com
ela, ou mesmo alterá-la, da melhor forma possível.
Uma ancoradinha
para filosofar.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Atividade 2
sua resposta
Vamos lançar nossa âncora ao mar. Uma parada para relaxar um pouco da nossa
viagem. Durante a parada, como um fiel observador/a atento/a da realidade,
faça um esforço, desvende e escreva sobre a realidade social que o cerca.
Seguindo a rota
Vamos continuar nossa viagem por mares distantes, embalados pelas ondas, com
uma brisa leve batendo no rosto e fazendo reflexões com nosso pensamento na viagem de
descobertas que nos aguarda.
Saberemos mais sobre Filosofia e as principais correntes filosóficas. Elas nos
ajudarão a entender melhor onde estão ancoradas algumas práticas pedagógicas,
que estudaremos mais adiante.
Bem, recapitulando, Filosofia é uma palavra grega “philosophia” – sophia, que significa
sabedoria; philo significa amor, ou amizade. Então, literalmente, um filósofo é um amigo ou
amante de sophia, alguém que admira e busca a sabedoria.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Logo, todos somos filósofos e podemos e devemos filosofar. Mas, o que são
filosofia e filosofar?
O termo philosofia foi empregado, pela primeira vez, pelo famoso filósofo grego
PITÁGORAS, por volta do século V a.C, ao responder a um de seus discípulos que ele não
era um “Sábio”, mas apenas alguém que amava a Sabedoria. Filosofia é, então, a busca pelo
conhecimento último e primordial, a Sabedoria Total.
Razão
Razão é a faculdade de
raciocinar, de apreender,
de compreender, de
ponderar, de julgar...
Disponível em:
http://pt.wikipedia.
org/wiki/Raz%C3%A3o
Acesso em: 14 jun. 2007.
Lógica
Lógica é o ramo da
Filosofia que cuida das
regras do bem pensar, ou
do pensar correto, sendo,
portanto, um instrumento
do pensar.
Disponível em: http://
pt.wikipedia.org/wiki/
L%C3%B3gica Acesso
em: 23 jun. 2007.
Embora, de um modo ou de outro, o Ser Humano sempre tenha exercido seus dons
filosóficos, a Filosofia Ocidental, como um campo de conhecimento coeso e estabelecido,
surge, na Grécia Antiga, com a figura de TALES de MILETO, que foi o primeiro a buscar uma
explicação para os fenômenos da natureza usando a Razão e a Lógica, e não, os Mitos,
como era de costume.
M���
ito é uma narrativa tradicional com caráter explicativo e/ou simbólico,
profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião. O mito procura
explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens
do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis (todas elas
são criaturas sobrenaturais). Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa
de explicar a realidade.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito Acesso em: 28 jun. 2007.
Mas você sabe que, como o resto das coisas da vida, nem tudo foi flores na constituição
da história da Filosofia, assim como na Religião.
Ela também já teve sua morte decretada. No entanto, a Filosofia Ocidental perdura há
mais de 2.500 anos, tendo sido a “Mãe” de quase todas as Ciências: Psicologia, Antropologia,
História, Física, Astronomia e, praticamente, todas as outras que derivam direta ou
indiretamente da Filosofia. Entretanto, as “filhas” ciências se ocupam de objetos de estudo
específicos, e a “Mãe” se ocupa do “Todo”, da totalidade do real.
Nada escapa à investigação filosófica. A amplitude de seu objeto de estudo é tão vasta
que foge à compreensão de muitas pessoas, que chegam a pensar ser a Filosofia uma
atividade inútil. Além disso, seu significado também é muito distorcido no conhecimento
popular que, muitas vezes, a reduz a qualquer conjunto simplório de idéias específicas, as
“filosofias de vida” ou, basicamente, a um exercício poético.
Entretanto, como sendo praticamente o ponto de partida de todo o conhecimento humano
organizado, a Filosofia estuda tudo o que pode, estimulando e produzindo os mais vastos campos
do saber. Mas, diferente da Ciência, a Filosofia não é empírica, ou seja, não faz experiências,
mesmo porque geralmente, seus objetos de estudo não são acessíveis ao Empirismo.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
A RAZÃO e a INTUIÇÃO são as principais ferramentas da Filosofia, que tem como
fundamento a contemplação, o deslumbramento pela realidade, a vontade de conhecer
e, como método primordial, a rigorosidade do raciocínio, para atingir a estruturação do
pensamento e a organização do saber.
Vamos dar uma paradinha para você conhecer um dos principais textos da Filosofia,
escrito por Platão, no século IV a.C.: O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna.
Atividade 3
Leia atentamento o texto abaixo
O Mito da Caverna
O Mito da Caverna de autoria de Platão e escrito no livro VII do República é, talvez, uma
das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia. O autor descreve a situação geral
em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver
sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Uma critica poderosa à condição dos
homens, escrita há quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões por
todos que o lêem.
Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=796 Acesso em: 12 maio 2007.
Extraído de “A República” de Platão(1987)
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração,
seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de
tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas à
frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna
permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade,
enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ele e os
prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi
erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao
longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras
de seres humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam
na parede, no fundo da caverna, as sombras das estatuetas transportadas, mas sem
poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginavam que as sombras vistas
são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber
que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no
exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um
prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros
seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de
imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando
com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do
sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade,
veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria
as próprias coisas, descobrindo que, durante toda a sua vida, não vira senão sombra de
imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora
está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado
pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não
acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas,
tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu
e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe
alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da
caverna rumo à realidade.
Após a leitura, escreva um depoimento articulando-o com o que você estudou sobre
educação / escola / aprendizagem.
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As correntes filosóficas
Vamos seguindo nossa viagem, estudando as principais correntes filosóficas. Nos
grandes períodos da história: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Contemporânea,
viveu-se à influência de vários pensadores. Na Antiguidade, destacam-se os filósofos
gregos Sócrates, Platão e Aristóteles. O primeiro, no estudo da ética; o segundo preconiza o
idealismo; e o último, o realismo.
Na Idade Média, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são pensadores cristãos que
ocupam papel de realce. Santo Agostinho é tido como filósofo da fé e São Tomás de Aquino,
como embasador do catolicismo, afirma que o conhecimento tem primazia sobre a ação.
Na Idade Moderna, começa-se a negar a fé e a ampliar os caminhos da ciência. Projetam- se
vários filósofos, como Descartes, no racionalismo, Bacon, no empirismo, Hegel, na dialética,
Kant, na epistemologia, na metafísica e na antropologia e Comte, no positivismo.
Na época contemporânea, acentua-se uma reação à Filosofia do século XIX, idealista e
positivista, bem como a Filosofia moderna geral. Destacam-se: Kierkegaard, considerado o
fundador do Existencialismo, Hidegeer, que analisou a existência humana e Husserl, que dá
ênfase ao estudo dos fenômenos – a fenomenologia.
Atividade 4
Acabamos de estudar, de forma resumida, as principais correntes filosóficas.
Ainda considerando o texto “������������������������������������������������
O Mito da Caverna, de Platão”, que você leu na
atividade anterior, explique em que época ele foi escrito; a que corrente filosófica
pertence, onde surguiu e qual a sua importância para as demais.
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Seguindo na rota da Filosofia...
E a Filosofia Oriental?
Ainda nessa rota, vamos entrar em um canal que nos leva até a filosofia oriental.
Estamos prontos? Lá vamos nós!
Embora não seja aceito como Filosofia pela maior parte dos acadêmicos, o pensamento
produzido no Oriente, especificamente na China e na Índia por budistas e hinduístas, possui
qualidades equivalentes à da Filosofia Ocidental.
A questão é basicamente a definição do que vem a ser a Filosofia e suas características
principais que, da maneira como é colocada pelos acadêmicos ocidentais, de fato exclui a
Filosofia Oriental. Mas nada impede que se considere Filosofia num conceito mais amplo,
como faremos aqui.
A Filosofia Oriental é mais intuitiva que a Ocidental e menos racional, o que contribui
para sua inclinação mística e hermética. No entanto, vemos os paralelos que ela possui,
principalmente, com a Filosofia Antiga.
Ambas surgiram por volta do século VI a.C, tratando de temas muito semelhantes,
e há de se considerar que Grécia e Índia não são tão distantes uma da outra a ponto
de inviabilizar um contato.
Veja o mapa mundial. A maioria dos estudiosos considera que não há qualquer relação entre
os pré-socráticos e os filósofos orientais. O que, na realidade, pouco importa nesse momento.
O fato é que, assim como a Ciência, a Arte e a Mística, a Filosofia sempre existiu em
forma latente no ser humano. Nós sempre pensamos. Logo, existimos.
10
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Atividade 5
Nesse trecho de nossa viagem, estudamos as correntes filosóficas que foram
desenvolvidas por autores em diferentes tempos e espaços geográficos.
Identifique e marque no mapa, as diferentes localidades, das quais recebemos
as contribuições, como por exemplo: a localização da Grécia, da Índia e sua
distância em relação ao Brasil.
Disponível em: http://www.webpanama.net/geografia/images/mapworld.gif Acesso em: 21 jul. 2007.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
11
Resumo
O Que Trouxemos desse Trecho de Nossa Viagem?
Chegamos ao porto seguro, sabendo que fundamento sócio-filosófico é a base
para o entendimento da educação na sociedade, de forma crítica, construída
através da reflexão, da pesquisa, da observação. Aprendemos ainda como é
importante examinar a realidade. De um modo ou de outro, todos o fazemos
constantemente, quando buscamos resolver os problemas globais, sociais
ou pessoais. Mas, diferente da Ciência, a Filosofia não é empírica, ou seja,
não faz experiências, mesmo porque geralmente, seus objetos de estudo não
são acessíveis ao Empirismo. Aprendemos que a razão e a intuição são as
principais ferramentas da Filosofia, que têm como fundamento a contemplação,
o deslumbramento pela realidade, a vontade de conhecer e, como método
primordial, a rigorosidade do raciocínio, para atingir a estruturação do
pensamento e a organização do saber. Finalmente, vimos que a Filosofia
Oriental é mais intuitiva que a Ocidental e menos racional, o que contribui para
sua inclinação mística e hermética.
Auto-avaliação
Essa é a hora da reflexão, da construção do seu DIÁRIO DE BORDO. Você fez a viagem,
leu os textos, respondeu às atividades, visitou os sites, assistiu aos filmes, mas, com certeza,
foi mais além. Para saber se você atingiu os objetivos propostos responda às questões que
se seguem. Se tiver dúvidas, procure tirá-las voltando ao texto e buscando ajuda do tutor
e/ou de colegas cursistas.
12
1
O que você entende por fundamentos sócio-filosóficos? Acredita que esses
fundamentos estão presentes no seu fazer enquanto educador? Explique.
2
Você acha que é importante para nós, enquanto educadores ou cidadãos comuns,
o ato de filosofar? Por quê?
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Leituras complementares
Sites interessantes, visite!
Mundo dos Filofósos – http://www.mundodosfilosofos.com.br/classico.htm
No site indicado você encontra de forma resumida as idéias de filósofos como: Platão,
Sócrates, Atristóteles etc. que podem enriquecer seus conhecimentos sobre o que foi
estudado durante a aula.
Sociedade dos Poetas Mortos
Sinopse Um carismático professor de literatura chega a
um conservador colégio, onde revoluciona os métodos
de ensino ao propor que seus alunos aprendam a pensar
por si mesmos. Dirigido por Peter Weir (O Show de
Truman) e com Robin Williams e Ethan Hawke no elenco.
Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original.
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/sociedade-dos-poetasmortos/
sociedade-dos-poetas-mortos.asp
Acesso em: 21jul/2007.
Textos Complementares
1) Texto
interativo sobre as Áreas da Filosofia do Professor Marco Antonio
Franciotti da UFSC.
O autor apresenta, de forma breve, em seu texto, aspectos como: o conceito de filosofia,
as idéias de Sócrates, passando pela teoria do conhecimento, sua importância e objeto de
estudo e vai até a filosofia da ciência passando pela ética, pela filosofia do direito, a bioética
e filosofia da educação e da arte e da estética.
Franciotti
Texto disponível em:
http://www.ufsc.br/
~portalfil/interativo.html,
Acesso em: 21jul/2007.
Aula 02 Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
13
Referências
ALVES, R. Filosofia da Ciência. Introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense,
7ª ed., 1985.
ARANHA, Maria Lúcia de. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Moderna,
2ª edição, 1993.
ARANTES, Paulo. A filosofia e seu ensino. Petrópolis: Vozes; 2ª edição, 1996.
CASSIANO, C. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 1995.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo. Ática, 1995.
CUNHA, J. A. Filosofia: Iniciação à Investigação Filosófica. São Paulo: Atual, 1992.
DURKHEIM Émile. Educação e Sociologia. São Paulo: Edições Melhoramentos, s/d.
LUCHESI, C. C. Filosofia da Educação. São Paulo Cortez Editora: , 1990.
PLATÃO. A República. Tradução Enrico Corvisieri, Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1987.
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Anotações
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