26 Sábado AÇORIANO ORIENTAL SÁBADO, 4 DE JANEIRO DE 2014 COORDENAÇÃO HUGO GONÇALVES, JOÃO CORDEIRO E LÁZARO RAPOSO DIREITOS RESERVADOS Músicos açorianos juntos em Lisboa para nova banda Dois açorianos e uma parisiense em Lisboa Tocavam ‘covers’ juntos e foi a música que os levou até Lisboa. Agora têm uma banda de originais JOÃO CORDEIRO [email protected] Quem segue o circuito de bares com bandas ao vivo em São Miguel sabe quem são e do que são capazes de fazer em cima do palco. Participaram no movimento que impulsionou a explosão de bandas de versões em Ponta Delgada com Rock and Covers, e mais tarde tocaram juntos em Pedra Rija e Indie and The Jones. Tiago Franco e João Freitas estão juntos Karine Gonçalves é a vocalista e tem experiência musical no circuito de bares com bandas de ‘covers’. João Freitas é o baterista. Tem experiência musical em bandas de ‘covers’, toca nos Self Assistance e como ‘freelancer’ com vários músicos. Frequentou o Hot Clube de Portugal, escola de Jazz de Lisboa. Tiago Franco (na foto) é o guitarrista. Tal como o baterista teve várias bandas de ‘covers’ e toca como ‘freelancer’. Estudou no conservatório, no Hot Clube de Portugal e frequenta a Escola Superior de Música de Lisboa. Karpa preparam-se para levar a sua música para fora da sala de ensaios para uma aventura musical, agora com o desafio de criar músicas originais, e em português. Karpa é o nome da banda. A vontade de embarcar num projeto desta natureza surgiu há vários anos, mas a dificuldade em encontrar músicos com a disponibilidade e a motivação pretendida foi adiando o arranque até Abril de 2013, quando os dois músicos açorianos encontraram, em Leiria, Karine Gonçalves: a voz certa para o Blues e Rock que andavam a compor desde 2011. A procura, no entanto, não está concluída, porque falta ainda encontrar o baixista. Mas isso não tem impedido os Karpa de compor e de estar a preparar já a gravação de uma demo, estando as linhas de baixo a ser criadas em grupo, nos ensaios. A estreia ao vivo ainda está por acontecer, mas os Karpa têm colocado a sua música à prova junto de alguns amigos, e mesmo aqueles que são mais difíceis de agradar gostaram do que ouviram. “Os nossos amigos têm sido uma espécie de ‘managers’ e produtores neste início de banda”, explica Tiago Franco em tom de brincadeira. Tocar ao vivo é o próximo passo a dar, até porque a vontade de mostrar as músicas é imensa. Tocar em S. Miguel faz, naturalmente, parte dos objetivos dos Karpa - “até porque será ótimo tocar para ex-professores, amigos e família - pessoas que sempre acreditaram e incentivaram -, mas ambição vai mais longe e até tem uma explicação afetiva: “Eu e o Freitas somos de São Miguel, mas vivemos em Lisboa, por isso temos que tocar nos dois sítios. Quanto à Karine, apesar de viver em Lisboa, é parisiense e viveu muito tempo em Leiria, portanto, Paris e Leiria também entram na lista”, disse o guitarrista. Tiago Franco salienta a importância dos projetos de ‘covers’ de que os membros dos Karpa fizeram e fazem parte, por toda a rotina de palco e partilha de experiências que têm proporcionado, mas refere que gostaria de ver uma maior dinâmica de bandas de originais em S. Miguel e até deixa uma sugestão: “um local com dia fixo dedicado a bandas de originais, de modo a criar uma rotina que desse oportunidade a todos os músicos de mostrar o seu trabalho”. Luísa Sobral prometeu e cumpriu em concerto GONC¸ ALO F. SANTOS LUÍS GONÇALVES [email protected] Desde cedo nestas andanças, a cantora conta com uma participação no programa Ídolos, quando tinha apenas 16 anos, que lhe valeu um terceiro lugar. Aos 18 anos ingressou no Berklee College of Music, em Boston, tendo lá ficado 4 anos e também nomeada para vários prémios. Nova Iorque foi o destino seguinte, onde criou a sua identidade musical e depois, o primeiro disco em 2011, “The cherry on my cake”, que já é disco de platina. O segundo disco aparece naturalmente, em 2013 intitulado “There’s a flower in my bedroom” e conta com colaborações de Jamie Cullum, António Zambujo e Mário Laginha. Fui vê-la cantar no Teatro Micaelense, no dia 14 de dezembro e só pude ficar agradado com todo o concerto. Pouco antes, em entrevista ao Meia de Rock, manifestou o seu orgulho em ser portuguesa, e referiu que mesmo em concertos internacionais canta algumas músicas em português. Falou-nos do seu gosto pela música orgânica e verdadeira, e de como lhe agrada o regresso dos cantores às origens com canções nuas e cruas. Prometeu e cumpriu. Perfeitamente sincopada com os seus 3 músicos, o concerto dinâmico Luísa Sobral levou simpatia e humor ao Teatro Micaelense arrebatou sentidos e trouxe-nos emoções, sempre conotadas com a simpatia, boa disposição e sentido de humor da cantora. Mas a sua técnica vocal é incontornavelmente o seu maior trunfo – uma voz aveludada, aliada ao seu timbre de voz propositadamente anasalado, um tipo de voz que distinto que está para o jazz como um peixe para a água. Esse timbre, o seu alargado leque vocal, a sua postura em palco, a sua interação com o público; dois álbuns plenos de sucesso aos 26 anos só podem prometer uma carreira plena de sucessos a todos os níveis, à qual ficarei cá para seguir e deslumbrar-me.