OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa Situação: Autor: Sonia Terezinha Dalpissol Pereira Estabelecimento: C. E. São Pedro Apóstolo Ensino: Médio Disciplina: Língua Italiana Conteúdo Estruturante: Discurso Conteúdo Específico: Fonologia e fonética da língua italiana Cor do conteúdo: Palavras-chaves: Música, história, mudanças 1 Recurso de Expressão: 1.1 Problematização do conteúdo: Relato: Chamada para o relato: A música italiana é sempre identificada como romântica: podemos desmistificar esse estereótipo? Texto: Este objeto de aprendizagem colaborativo, tem como intuito relativizar a idéia de que a música italiana é sempre ou somente romântica. Atualmente, a Itália está empenhada em mostrar uma imagem de país moderno, dinâmico, em expansão econômica, projetado para o futuro. Não se pode mais pensar numa Itália como sinônimo somente de arte e cultura antigas. Hoje a Itália é conhecida também pela moda, gastronomia, cinema, designer e música. Porém, a idéia que ainda se tem da música italiana não mudou e talvez não representa mais a realidade. Quando falamos em música italiana, a maioria das pessoas lembra do romântismo das letras e melodias que conhece. Mas as canções italianas não são feitas somente de letras e melodias românticas. Com frequência, os estudantes de italiano conhecem como expressão musical italiana, trechos de obras como “O Sole Mio” e “Torna a Soriento”, algumas outras músicas cantadas pelos imigrantes e canções que traduzem o motivo pelo qual se classifica a música italiana como romântica. São as músicas lançadas no Brasil, nos anos ‘60/ ’70, tais como: Dio Come Ti Amo, Champagne, Roberta, Volare, e outras. Mais recentemente, alguns outros cantores fazem sucesso por aqui. Eros Ramazzotti, Andrea Bocelli, Laura Pausini e Pavarotti. Muitos são apresentados ao público cantando temas de personagens de novelas brasileiras. Esta imagem também está ligada à maneira como se vê e se representa, principalmente fora da Itália, o italiano: romântico, emotivo e passional. Porém, a diversidade de personalidades é tão grande quanto é vasta a diversidade musical. Seguindo tendências internacionais, a Itália ouve e produz os mais diversos estilos musicais: das canções líricas das óperas à canção de protesto, à música “leggera” (popular), ao rock, ao folk, rap, jazz, blues, entre outros. Referência bibliografica: Traduzido e adaptado de L. Castagnaro, Cantare l’ italiano, Edizioni Guerra, Perugia,1990. http://wikipedia.org Acessado em (mês.ano): novembro/2007 http://romacivica.net Acessado em (mês.ano): novembro/2007 Contextualização: Panorama da música italiana em décadas importantes. As canções de protesto As canções de protesto são representativas do período pós-guerra. Canto e política na história da Itália da Resistência. “Bella Ciao” de hino da resistência passa a canto antiglobal do G8. Os Anos ‘50 São os anos da reconstrução da Itália depois da 2ª guerra mundial: os valores italianos da família, do trabalho e dos bons sentimentos. Principais representantes desta época: Domenico Modugno, Renato Carosone e Fred Buscaglione. Os Anos ‘60 As canções italianas dos anos ’50 eram dramáticas, cheias de retórica e nostálgia, mas no festival de San Remo de ’58 Dominico Modugno apresentou a canção “Nel blu, Dipinto di Blu”, assinalando, assim, o início de uma nova época para as músicas italianas, influenciadas sobretudo pela música americana. Os cantores e compositores dessa nova música eram intelectuais que falavam de um mal-estar interior, de solidão, de amores infelizes, pois não queriam falar só da realidade cheia de contradições, de hipocrisia da sociedade. São os anos do “milagre econômico italiano”. Os principais “cantautori” desta época são: Luigi Tenco, Gino Pauli, Giorgio Gaber, Enzo Jannacci, Adriano Celentano, Lucio Battisti e Mogol. Os Anos ‘70 Os anos ’70 foram marcados pela contestação juvenil e estudantil iniciada em ’68 em vários países europeus. Os jovens vivem em conflito com os pais e a sociedade burguesa que os circula. Os modelos de vida e os valores mudaram, se exige, agora, maior liberdade. As mulheres começam a revindicar os seus direitos. A música também vai refletir esse período de crise econômica e social, existem as canções de protesto, onde a música tem sempre menos importância em relação ao conteúdo, expresso numa linguagem cotidiana. As canções apresentam textos de engajamento civil. Os mais importantes expoentes deste período são: Fabrizio de Andrè, Francesco de Gregori, Ivano Fossati, Francesco Guccini, Edoardo Bennato, Fanco Battiato, Roberto Vecchioni, Claudio Baglioni, Lucio Dalla, Antonello Venditi e Paolo Conte. Os Anos ‘80 Os protestos políticos e sociais dos anos ’70 perderam forças. Os jovens voltaram a ver a família como lugar de refúgio, porto seguro. A música italiana é obrigada a conviver com a invasão da música anglo-americana. Assim, os cantores e compositores, que continuam resistindo, devem encontrar novas soluções para adequar a linguagem aos novos ritmos, obetendo ainda um notável sucesso. Principais representantes da época: Fiorella Mannoia, Vasco Rossi, Enrico Ruggeri, Luca Carboni, Luciano Ligabue e Jovanotti. Os Anos ‘90 Nos anos ’90, com a velocidade das informações através da televisão e da internet, os países do mundo todo estão em constante relação política, econômica e cultural, procurando conhecer-se em todas as formas de expressão. No campo da música também passa a existir a necessidade de se conhecer novidades: novos ritmos, estilos diferentes e representativos de outras culturas. O romântismo que antes representava a música italiana no mundo todo, foi sendo substituido por experimentações de novos sons e gêneros musicais diversos. A globalização passou a influênciar também o ambiente musical italiano, pondo o público em contato com outros ritmos e gêneros: da música clássica, melódica ao rap, funk soul, blues, gospel, música étnica, etc. Com o refluxo dos anos ’90 nascem autores que conjugam um gosto pósmoderno com a profundidade de textos próxima a daqueles dos precursores. Entre os maiores representantes estão: Samuele Bersani, Daniele Silvestri, Carmen Consoli, Max Gazzè, Max Pazzoli e gli 883, Niccolò Fabi, Vinicio Capossela, Gianmaria Testa, Articolo 31,Alex Britti,Marina Rei, Nek , Jovanotti, Neri per Caso, Laura Pausini, Gianluca Grignani, Paolo Valesi, Andrea Bocelli, Syria, Antonella Ruggiero e outros mais. Referência Bibliográfica: Texto traduzido e adaptado de : CASTAGNARA, Lidia. Cantare l’ italiano. Materiale per l’ apprendimento dell’ italiano attraverso le canzoni. Edizioni Guerra, Perugia, 1990. ZAVAGLIA, Claudia. RAMOS, Maria Celeste Tommasello. SOARES, Edi Nelson Vicente. PIZZOLITO, Mariana. Canzoni Italiane Degli Anni ’90. Attività Didattiche Per L’ Insegnamento Della Lingua Italiana Come L2. São José do Rio Preto: Casa do Livro,2001. 2 – Recursos de Investigação: 2.1 Investigação Disciplinar: Texto: Nos anos sessenta as músicas começam a entrar em todas as casas por meio do rádio e da tv, e contribuem, assim como outras formas de espetáculo, a difundir a língua italiana padrão, que neste período era falada somente por cerca de 30% da população. As letras das músicas italianas da década de setenta exprimem, através de metáforas, o protesto contra a burguesia e a sociedade inteira e se transformam no eco dos confrontos sociais desse momento. Alguns cantores/compositores dos anos setenta como Lucio Dalla e Fabrizio de Andrè continuam a propor novas letras com grande sucesso, enquanto que os anos oitenta viram nascer e crescer cantores como Eros Ramazzotti e Zucchero que se impuseram também no mercado internacional. A música neste período vê seu consumo crescer de forma muito veloz, com a transmissão através da tv, do rádio e também porque é difundida e dançada nas discotecas. O Festival de San Remo (que nasceu em 1951) se renova a partir dos anos ’80, apresentação, deixa de ser apenas uma competição entre músicas italianas para ser um grande espetáculo musical de interesse em todo o mundo, pois passa a apresentar convidados internacionais e famosos cantores italianos. Nos anos ’90, a velocidade de informação supera todas as expectativas. Com a difusão da internet, a comunicação entre os povos é extremamente rápida havendo assim uma troca de informações sobre todas as áreas do conhecimento humano. As influências entre culturas são agora muito mais freqüentes e, pode-se dizer, até necessária. No campo musical, cantores e compositores tentam outras experiências com ritmos e gêneros novos. A Itália não é exceção, um número crescente de cantores procura inovar suas músicas. As canções compostas por Jovanotti, são exemplo da pesquisa sobre novos ritmos e estilos e estão sempre em mudança. A influência da India se pode ver nar canções de Gianluca Grignani, e é lá que Antonella Ruggiero decide, na metade dos anos noventa, retornar a cantar, agora na carreira solo. O “Articolo 31” (DJ Jad e J. Ax) se conhecem em 1990, numa festa hip, e descidem montar uma banda. O nome do grupo foi sugerido por um professor universitário por ser o artigo da lei irlandesa que regula a liberdade de expressão. Eles utilizam clássicos italianos e intrnacionais para compor o seu rap. A cultura negra está presente na música de Carmen Consoli, Marina Rei e Dirotta su Cuba. As duas cantoras, Carmen e Marina, foram influenciadas pelos pais a escutar o funk, o soul, o rythm’n’blues, e outros gêneros musicais. Desde muito pequena, Marina Rei aprendeu a tocar instrumentos de percussão, se aproximando assim, de músicas representativas da cultura negra. Mesmo o pop italiano, representado por alguns de seus interpretes: Nek, Alex Britti e os 883, se enriquecem constantemente dos mais variados elementos musicais. Laura Pausini e Andrea Bocelli são conhecidos e apreciados em vários países do mundo. A cantora se fez conhecer através de sua veia melódica, mas nos últimos discos temos a presença de alguns ritmos diferentes, mais dançáveis. Andrea Bocelli faz a música clássica ser difundida em todo mundo, onde antes esse gênero musical era restrito a um grupo muito pequeno de apreciadores. Os “Neri per Caso” são um grupo formado por seis rapazes de Salerno (Campania) que se conhecem desde pequenos. Os seis começam a cantar junto em 1991, no estilo “a capella” (sem Instrumentos) e, antes de se tornarem famosos, cantam nos espaços culturais da província e em festas locais. Em 1994 vencem o primeiro lugar no Festival de San Remo, com a música “Ragazze”, na categoria “novas propostas”. O Primeiro álbum, “Le Ragazze”, sai em 1995 e difunde um estilo musical pouco conhecido até aquele momento, uma verdadeira inovação na música italiana. As mudanças ocorridas na música são os reflexos da globalização. Portanto, aquele mito da música italiana somente romântica já não corresponde à realidade da Itália. Referência Bibliográfica: Texto traduzido e adaptado de: Canzoni Italiane degli Anni ’90: Attività didattiche per l’Insegnamento della Lingua Italiana come L2/ Claudia Zavaglia, Maria Celeste Tommasello Ramos...(et al.)São José do Rio Preto: Casa do Livro, 2001. 2.2 Perspectiva Interdisciplinar: Título : O Diálogo com a História e a Sociologia através dos Textos das Músicas Texto: As aulas de língua italiana, principalmente com o uso de canções, dialoga intimamente com as disciplinas de história e sociologia. Dialoga com a sociologia pois os textos musicais refletem as mudanças sociais e a evolução dos costumes de uma sociedade. Dialoga com a história quando podemos através de suas letras analisar as sucessões de acontecimentos históricos e culturais das épocas em que tais canções foram compostas. Os textos das canções são materiais autênticos, representativos de um particular momento histórico. Utilizando-se de um percurso cronológico através dos acontecimentos históricos e socio-culturais mais importantes do panorama italiano do pós-guerra até hoje, podemos perceber momentos da história do povo italiano e de sua diversidade cultural. E nesta diversidade cultural encontramos um número variado de gêneros musicais, alguns mais representativos de determinada época, outros que resistem e representam as várias etapas do cenário musical italiano. 3- Recursos Didáticos: 3.1 Sítios: título do sítio: www.google.it acessado em (mês.ano): outubro/2007 Comentários: Sítio de busca que remete a vários outros sítios específicos sobre a história da música italiana. Título do sítio: http://digilander.libero.it/gianni61dgl/ Acessado em (mês. Ano): outubro/2007 Comentário: Cronologia, acontecimentos e muito espaço dedicado à música italiana dos anos setenta. Um site interessante com biografia de personagens notáveis da música italiana. Título do sítio: Biografias: Disponível em (endereço web): http://biografieonline.it Acessado em (mês.ano): setembro/2007 Comentário: Iniciativa de natureza cultural que publica biografias sobre a vida e a história de mitos e personagens famosos. são muitos os artistas da música italiana. Título do sítio: Sanremo Story Disponível em (endereço web): http://sanremostory.it Acessado em (mês.ano): novembro/2007 Comentário: Tudo sobre o festival de Sanremo de 1951 até hoje. Um site rico de informações e curiosidades: Cantores, canções, autores, apresentadores. (weber surfer nº 3). Título do sitio: Hit Parede Italia Disponível em (endereço web): http://www.hitparedeitalia.it Acessado em (mês.ano): novembro/2007 Comentário: Um site que faz uma homenagem à canção italiana e do mundo todo. Um site em constante desenvolvimento. Título do sítio: Galleria della Canzone Disponível em (endereço web): http://galleriadellacanzoneitaliana.it Comentários: Canções. História da música através dos costumes, a crônica e as recordações dos protagonistas. 3.2 Sons e vídeos: Vídeos: www.dada.net/video Muitos vídeos sobre discos dos anos 60. Escuta de músicas www.video.photo.music.dada.net www.youtube.it Vídeos clips de vários cantores italianos. www.tiscali.it/musica Vídeos clips de vários cantores italianos. Texto: A música dos cantores/compositores (cantautori) italianos (canzone d’autore) Quando na edição de 1958 do Festival de San Remo, Domenico Modugno apresentou a sua composição: “Nel Blu, Dipinto di Blu”, poucos se deram conta que estava surgindo uma nova fase da música italiana, alguma coisa teria provocado uma revolução do universo musical. E assim, sucessivamente, surgem novos talentos, capazes de suscitar um grande entusiasmo no público jovem: Tony Dallara, Adriano Celentano e vários outros “cantautori” (cantores/compositores) da nova música italiana. Os tempos estavam mudando. Surge um grupo de amigos, quase todos de origem genovesa, para falar de amor e de algo mais, de forma muito diferente daquela conhecida até então. Aqui nasce o termo “cantautori”, para indicar a figura de um músico-intelectual, bem adequado aos principais representantes da categoria: Gino Pauli era de fato um pintor, Piero Ciampi um poeta, Luigi Tenco e Bruno Lauzi, autênticos estudantes universitários. Juntamente com o desbravador Umberto Bindi, dão vida a assim chamada escola genovesa: “Os poetas da música”, onde um dos mais notórios é Fabrizio De Andre. Este é um momento feliz da “canzone de autore” italiana. Texto adaptado e traduzido de: “La Canzone d’Autore Italiana”. Rai International (online). http://www.italica.rai.it/index.php?categoria=musica&scheda=canzone_introduzione_I_p... – acessado em 15/11/2007. Texto: História da Crítica do Rock Italiana Mario Ruobbi (atualizada em 2005 por Beppe Tasso) A crítica do Rock, na Itália, nasce nos anos ’70 com as revistas: “Stereofonica”, “Stereoplay” e “Suono”. A revista de música mais seguida pelos jovens italianos é “Ciao 2000”, que se ocupa principalmente da música “leggera” (popular), mas começa também a tratar de rock. Um dos primeiros personagens a dar impulso a crítica do rock é Riccardo Bertoncelli que dirige uma revista especializada, “Freak”, a qual trata da música “underground” americana e britânica. A sua “Pop Story” é um evento revolucionário, revelando a milhares de jovens italianos a existência de grandes cantores minimamente conhecidos,desde Robert Wyatt a Captain Beefheart. É este o primeiro livro sobre rock publicado por um crítico italiano. E a editora Arcana, torna-se um ponto de referência no assunto, publicando livro após livro, revelando o mundo do rock ao público italiano. Várias outras revistas surgem falando sobre o rock. A cada nova tendência do ritmo, surge também, uma nova revista e assim sucessivamente. No fim da década de ’80 a crítica se torna menos original, não espelhando mais o cenário mundial. Surge, então, Piero Scaruffi com o livro “Storia del Rock”, o qual fará uma revoluçaõ na crítica local. Nos anos 2000 a editoria rock se volta rumo a internet, enquanto as revistas permanecem as mesmas de antes (Rockerilla, Mucchio Selvaggio, buscadero, Rumore,Blow Up, etc.). Sai no ano de 2005 também na Itália, a nova ‘Storia del Rock “ de Piero Scaruffi, já editada nos U.S.A. em 2003. Via internet, vários sítios sobre o tema ganham destaque, entre eles o www.scaruffi.com, imitado depois por vários ex-colaboradores de scaruffi.com. O rock’n roll americano, difundiu-se na Itália, depois de alguns anos de seu nascimento, bem como a música dos Beatles e Rolling Stones, Who, Kinks, etc., ouvidos principalmente através do rádio. Os primeiros grupos surgidos na Itália, moveram seus primeiros passos com canções pseudo-beat que pouco tinham em comum com o verdadeiro rock. Poucas bandas utilizaram-se de sons verdadeiramente rock. Novos subgêneros do rock foram aparecendo além do beat: o rock progressivo, o jazz rock, punk e new wave,etc. Na Itália também se ouvia e ainda se ouve acompanhando as tendências musicais internacionais. Referência Bibliografica: muita música estrangeira Il Rock in Italia,Il Rock Progressivo in Italia,Il Jazz Rock in Italia, I Cantautori. (online): http://www.ecoveneto.it/aaaitali.htm Acessado em 23/11/2007. Título do sítio: Ciao 2001 Disponível em (endereço web): http://digilander.libero.it/ciao.2001 Acessado em (mês.ano):outubro/2007 Comentário: Site não oficial dedicado à famosa revista “Ciao 2001”. De 1970 a 1974 foi uma das principais revistas de rock, testemunha de um período em que a música rock estava em estreita relação com as tensões e mudanças sociais. Título do sítio: Italianprog Disponível em (endereço web): http://www.italianprog.com/ Comentário: Site dedicado ao rock progressivo italiano. Lista de artistas, discografias e raridades. 3.3 Proposta de Atividades: Atividades Na Itália, as canções não agradam apenas por sua melodia, mas também pelos conteúdos de seus textos que são verdadeiras poesias e estão presentes nos livros didáticos ao lado de textos literários de grandes poetas. O uso didático das canções em sala de aula, permite ao professor trabalhar processos conscientes e inconscientes, integrando os estímulos afetivos e emotivos com aqueles cognitivos. O trabalho de reescuta e análise de uma canção não é tedioso, desmotivador, ao contrário, torna-se significativo para a aquisição linguística. A música como estímulo à aprendizagem, deve ser inserida no trabalho em classe. Nesta perspectiva, a proposta de se trabalhar com as canções serve também para a aquisição e reforço da competência fonética e fonológica da língua (pronúncia, perceber os diversos sotaques, ritmos, entonação). No entanto, é preciso que se atente para o fato que compreender um texto cantado é mais difícil, pois, quando se canta não são respeitadas as pausas ou a entonação normal da língua falada. Por isso, às vezes, é necessário que se ouça a canção várias vezes para que haja a compreensão por parte dos alunos. A escuta da canção pode ser também um momento de relax, durante o qual os estudantes podem cantar junto à voz do cantor. Pode também ser interessante pedir aos alunos que cantem a música só com o fundo musical. Com a música podem-se também desenvolver diversos jogos. Um dos quais pode ser: escutar um trecho da canção, depois abaixar completamente o volume do aparelho de som (ou outro) e pedir aos alunos que cantem algumas estrofes, depois voltar com o volume normal, possibilitando verificar se o estudante soube manter o mesmo ritmo, ou se ele se encontra atrás ou na frente do cantor. Um outro jogo para executar em sala de aula, pode ser aquele de pedir a um estudante para cantar uma música e depois de um trecho parar em determinada palavra que possa permitir a outro continuar com a mesma palavra a cantar outra música. Exemplo: “Io non posso stare fermo con le mani”... ( “Margherita”) “mani grandi, mani senza fine, non m’importa della luna”... ( “Senza Fine” ) “luna, w l’Italia del 12 dicembre, l’Italia con le bandiere, Italia nuda come sempre”... (“ W l’Italia”) “sempre all’ esca dei non ci casco più”... (“Basta Innamorarsi Ancora di Te”) Naturalmente que para se fazer este jogo os estudantes já devem conhecer várias letras de música na língua estrangeira estudada. É fundamental introduzir jogos ou exercícios que façam os alunos se sentirem à vontade, assim conseguem atingir os objetivos de desenvolvimento da capacidade lingüística com maior desenvoltura. Um outro modo de trabalhar com a música é separá-la em pedaços (estrofes, conjunto de algumas frases) distribui-los aleatoriamente. Depois fazer os alunos escutarem a canção e reordenarem a letra da mesma. Também se pode fazer uma paródia. Em grupo, os alunos escrevem uma nova letra para a melodia, depois se canta utilizando o fundo musical. Para trabalhar com a pronúncia, pode-se pedir aos alunos que leiam a letra da música dramatizando-a. Existem várias formas de se trabalhar com músicas além do intuito de enfocar os aspectos fonéticos e fonológicos. Pode-se preferir, por exemplo, trabalhar aspectos gramaticais, lexicais,etc. Também não se esgotaram aqui as possibilidades de atividades e jogos. Existem vários outras, o importante é que o professor as conheça e possa utilizálas adequando-as à música, a idade dos estudantes, ao nível lingüístico dos alunos. 3.4 – Imagens: Comentários e outras sugestões de imagens; O músico tocando violão é uma imagem marcante do cenário musical de várias épocas. 4 – Recursos de informação: 4.1 Sugestão de leitura: Categoria: livro Sobrenome: Salvatori Nome: Dario Título do livro: Il Grande Dizionario della Canzone Italiana Edição: 1ª Local de Publicação: Editora: Rizzoli Disponível em (endereço web): Ano de Publicação: 2006 Comentários: O volume foi compilado com a colaboração de um grupo de experts de música e concebido como dicionário da memória coletiva. Manual de consulta, mas também livro de leitura, percorre mais de um século de música popular. Cada título é acrescido do ano de incisão, autor, interprete, descrição de estilo, a gênese do trecho, a citação do estrebilho e eventuais curiosidades. A obra de Salvatori fornece um guia para redescobrir a história da música italiana, que é também a história dos costumes, dos acontecimentos sócioculturais e políticos da Itália. Sugestão de leitura: Categoria: livro Sobrenome: Castagnara Nome: Lidia Título do livro: Cantale l’ italiano Edição: 1ª Local de publicação: Perugia Editora: Edizioni Guerra Disponível em (endereço web): Ano de publicação: 1990 Comentário: Este livro de 24 unidades, uma para cada canção, trás músicas dos anos ’60, ’70, ’80, de grandes cantores italianos. Apresenta uma introdução com dados sobre a canção em questão e sobre seu interprete. Estas apresentações juntamente com aquela que precede cada uma das décadas apresentadas, promovem uma melhor compreensão do texto da música. Estes dados, mesmo que parciais e não aprofundados, levam a uma contextualização da sociedade italiana e de suas problemáticas. Cada unidade está subdividida em três fases: a) Fase inicial – Compreensão do texto, b) Fase de reforço – Exercícios gramaticais, exercícios lexicais, exercícios de ortografia e pronúncia, c) Fase de expansão – Leitura e discussão e elaboração escrita. Um livro de apoio ao trabalho do professor de língua italiana de grande ajuda, uma vez que reúne o texto das músicas e sugestões de diversificadas atividades. Sugestão de Leitura: Categoria:Livro Sobrenome: Zavaglia , Ramos, Soares e Pizzolito Nome:Claudia, Maria Celeste Tommasello, Edi Nelson Vicente e Mariana Título do Livro:Canzoni Italiane Degli Anni ‘90 Local de Publicação:São José do Rio Preto Editora:Casa do Livro Disponível em (endereço web): Ano de Publicação:2001 Comentários: Este livro nasceu de uma proposta de pesquisa em grupo na qual as professoras: Claudia Zavaglia e Maria Celeste Tommasello Ramos do curso de Letras – Italiano , da Universidade Estadual Paulista – IBILCE/UNESP, trabalharam durante um ano como orientadoras de cursos de iniciação científica com os alunos Edi Nelson Vicente Soares e Mariana Pizzolito. O resultado do trabalho agradou tanto às professoras que estas decidiram dividi-lo com todos aqueles que se interessam pela língua italiana, sejam alunos que professores. Um método que fornece subsídio didático na preparação de atividades partindo da letra de uma música e propondo atividades variadas. São 15 unidades, cada uma iniciando com alguns dados sobre o cantor ou grupo musical, a letra da música e posteriomente as atividades didáticas seguindo a seguinte proposta; I-Compeensão oral; II-Compreensãodo texto; III-Exercícios lexicais; IV-Exercícios gramaticais; V-Elaboração escrita. As atividades têm grau de dificuldade gradual, onde se trabalham de forma cuidadosa aspectos preparo de suas aulas. linguísticos diversos servindo de apoio ao professor no 4.2 Noticias Texto: Música Italiana. Um ano de destaques: de Jovanotti a Vasco Será um 2008 rico de novidades musicais Made in Italy. Vejamos o que nos prepara o ano que se inicia. Iniciando em 18 de janeiro com a saída do novo cd de Jovanotti “Safari”, seguido, uma semana depois, pelo duplo live de Lucio Dalla “Lucio Dalla Live-La Neve con la Luna”. 1º de fevereiro nos oferece um duplo lançamento: “MTV Unplugged: Alex Britti” de Alex Britti e “Beat Regeneration” dos Pooh. Em maio é esperado “Ligabue – Secondo tempo”, antologia de grandes sucessos de Luciano Ligabue. O novo cd de Vasco Rossi, previsto para o próximo outono europeu, tem a participação do guitarrista dos Gun’n’Roses Slash> Alex Britti nasce como guitarrista blues exibindo-se com sucesso em espaços da Italia (no início, se apresentava com frequência no “Big Mama”, histórico espaço blues de Roma) e da Europa. Em seguida decide investir principalmente em aspectos melódicos de sua música impondo-se como cantor e compositor pop. Em 1998 obtem um grande sucesso com a efervescente faixa impulsionada por uma notável veia irônica “Solo uma Volta (o Tutta la Vita)” e publica o álbum “It.pop”, no ano seguinte participa do Festival de San Remo com a música “Oggi Sono Io” com a qual obtem a vitória na categoria Jovem. Em 1999 participa novamente do Festival de San Remo e um outro hit “mi Piaci” se torna um grande sucesso. Em 2000 sai o álbum “La Vasca” acompanhado pelos simples “Uma su 1.000.000” e “La Vasca”. Volta a San Remo em 2001 obtendo o 7º lugar com 7.000 Caffè” e em 2006 – 3º lugar com “... Solo com Te “. Em 2005 Britti lança o álbum ”Festa”. Lorenzo Cherubini, artisticamente Jovanotti, inicia a sua carreira em nome do divertimento e do desemprego, impondo-se rapidamente como ídolo dos jovens e em seguida apresenta uma reviravolta na sua carreira compondo letras mais profundas e engajadas. Jovanotti obtem rápido sucesso com os simples “Gimmi Five” (1988),e, “È Qui la Festa” (1988). São os anos de “Jovanotti for President” (1988), “La Mia Moto” (1989), “Giovani Jovanotti” (1990). Em 1991 com “Uma Tribù che Balla” começa a aproximar-se, em algumas faixas, em meditado engajamento político. Em 1992 com o simples “Cuore” em memória a Giovanni Falcone, revela seus sentimentos sobre acontecimentos dramáticos ocorridos na Itália. De 1992 a 1999 os seus álbuns se intitulam simplesmente “Lorenzo” e denotam a plena maturidade de pensamento de Jovanotti como demonstram as palavras de “Penso Positivo”, faixa do álbum “Lorenzo 1994”:”... Io credo che a questo mondo esista solo uma chiesa/che parta da Che Guevara e arriva fino a Madre Teresa/passando da Malcom x attraverso Gandhi e San Patrignano/arriva da un prete in periferia che va avanti nonostante il Vaticano...” . Outros grandes sucessos deste período são “L’Ombelico del Mondo” (1995), desenfreada dança multiétnica, “Bella” do álbum “Lorenzo 1997 L’ Albero” e a alegre canção de ninar “Per Te” do álbum “Lorenzo 1999-Capo Horn”. Em 1999 é também o ano de “Il Mio Nome e Mai Più”, música pacifista que condena todas as guerras, composta juntamente com Luciano Ligabue e Piero Pelù. Em 2000 participa do Festival de San Remo tornando-se famoso com o rap “Cancella il Debito”. O Apelo pacifista está presente também no álbum “Il Quinto Mondo” (2002). De 2005 é “Buon Sangue”. Lucio Dalla inicia sua carreira musical tocando clarinete com o grupo “Reno Jazz Band” , depois com “Second Roman New Orleans Jazz Band”. Em 1962 se une aos “Flippers” com os quais, em 1963, se exibe no “Cantagiro”. É notado por Gino Paoli que o convence a tentar a carreira solo conseguindo-lhe um contrato com a RCA. A estréia acontece em 1964 com o 45 rotações “Lei (non è per me)”. Com o grupo dos ídolos em 1966 publica “1999”. No mesmo ano participa do Festival de San Remo com a música “Paf...bum”. No ano seguinte participa de uma festa popular de canto “Kermesse canora della città dei fiori” com “Bisogna Saper Perdere”. Em 1970 sai o segundo LP “Terra de Gaibola” do qual fazem parte os sucessos “Sylvie” e “Occhi di Ragazza”, música composta por Gianni Morandi. Em 1971 volta a San Remo com a grande canção “4 Marzo 1943” presente no álbum “Storie di Casa Mia”, que contém também “Il Gigante e la Bambina” e “Itaca”. No ano seguinte Dalla canta a San Remo um outro grande sucesso seu “Piazza Grande”. No ano de 1977 sai o álbum que consagra Lucio Dalla entre os mais importantes cantores/compositores da música italiana: “Com’è Profondo il Mare” que contém além da faixa omonima, “Disperato Erotico Stomp” e “Quale Allegria”. O álbum seguinte “Lucio Dalla” (1979) confirma a grande veia de compositor de Dalla com os hits “L’Ultima Luna” , “Stella di Mare” , “Milano” , “Anna e Marco” , “Cosa Sarà” , e “L’Anno che Verrà”. No mesmo ano faz uma série de shows junto com Francesco De Gregori dos quais nascerá o álbum “Banana Replublic” e o omonimo “Film Concerto dal Vivo” com direção de Ottavio Fabbri. Nos anos ’80 vários outros sucessos; “Dalla” (que apresenta “Balla Balla Ballerino” e “La Sera dei Miracoli”), “1983” , “Viaggi Organizzati” (com “Washington”) , “Buggie” (com “Se Fossi un Angelo”) e o álbum ao vivo “DallAmeriCaruso” (com a estrepitosa “Caruso”), participa juntamente com Gianni Morandi de uma tournée e fazem os álbuns “Dalla Morandi” e “In Europa” com as músicas cantadas pelos dois artistas nos shows. Em 1990 a canção composta por Ron “Attenti al Lupo” obtém um grandissímo sucesso levantando o álbum “Cambio” , em 1996 sai “Canzoni” contendo os hits “Canzone” e “Tu non mi Basti Mai”, em 1999 sai o álbum “Ciao” com o grande sucesso omonimo. Em 2007 lança “Il Contrário di Me”. Luciano Ligabue começa a tocar com o grupo “OraZero”. A reviravolta na carreira acontece em 1988 quando Pierangelo Bertoli insere a música “Sogni di Rock’n’Roll” no álbum “Tra Me e Me”. Em 1990 sai o seu 1º LP “Ligabue” composto em conjunto com o novo grupo “Clan Destino” e traz as músicas “Balliamo sul Mondo”, Sogni di Rock’n’Roll “e” Bar Mario “. O seu rock essencial e eficaz obtém grande sucesso confirmado pelo sucessivo lançamento “Lambrusco, Coltelli, Rose et Popcorn” (1991) enriquecido por músicas como: “Libera nos a Malo” e “Urlando contro il Cielo”. Em 1993 sai “Sopravvissuti e Sopravviventi”, disco sério e intimista, que não é compreendido pelo público e assinala um momento de pausa para o rocker de “Correggio”. De 1994 é “A che Ora é la Fine del Mondo?”. É em 1996, porém , que o sucesso se efetiva: “Buon Compleanno Elvis” dispara nas paradas de sucesso e a música “Certi Notti” recebe a placa Tenco como melhor canção do ano. Também o duplo ao vivo “Su e Giù da un Palco” (1997), com músicas inéditas “Il Giorno di Dolore che Uno Há” , ”Tra Palco e Realtà” e “Ultimo Tengo a Memphis”. O seu estraordinário momento é confirmado também no cinema: dirige “Radiofreccia” (1998) obtendo um “David de Donatello” e um disco de platina de melhor diretor revelação. No ano seguinte lança juntamente com Jovanotti e Piero Pelù “Il Mio Nome e Mai più”. Em 2002 sai um novo disco “Fuori Come Va?” que traz as faixas “Tutti Vogliono Viaggiare in Prima” e “Questa è la Mia Vita”. Depois sai o disco “Giro d’Itália” (2003), em 2005 sai seu LP “Nome e Cognome” de atmosfera intimista e com os sucessos “L’Amore Conta”, “Happy Hour” e “Cosa Vuoi che Sia”. Pooh, chamados inicialmente “Jaguars” os Pooh derivam o seu nome do famoso ursinho da literatura infantil escrita por Alan Alexander Milne. Em 1966 sai o 45 rotações da banda “Vieni Fuori” , cover de uma música do “Spencer Davis Group”, Brennero ‘66 “, faixa que fala de um soldado vítima do terrorismo no Alto Adige e o álbum: ”Per Quelli Come Noi” . Em 1968 os Pooh lançam o 1º simples de sucesso “Piccola Katy” che atinge logo importantes posições na classificação do hit parede. Lançam depois dois álbuns “Memorie” (1968) e “Contrasto” (1969), em 1971 chega o grande sucesso com os simples “Tanta Voglia di Lei” e “Pensiero” que são inseridos no Long Playng “Opera Prima”. O sucesso se repete com “Alessandra” (1972) álbum levantado pela música “Noi Due nel Mondo e nell’Anima” que precede uma importante tournée. É neste período que se define a formação da banda: Roby Facchinetti(orgão e voz), Dodi Battaglia (guitarra), Stefano d’Orazio (bateria e flauta tranversal) e Red Canzian (baixo). A música deles se transforma em “rock progressivo” (definida também como Rock arte) a qual estava na moda graças a grupos como os “Genises e os Pink Floyd “. Em 1973 sai ”Parsifal” para muitos a obra prima do grupo, e “Um Po’ del Nostro Tempo Migliore” em 1975. “Poohlover” (1976) contém uma faixa “Pierre” dedicada à homossexualidade. Importante trabalho é também “Rotolando Respirando” (1977) álbum de irradiante energia com o sucesso “Dammi Solo um Minuto” ao qual se segue outro álbum de grande valor artístico “Boomerang” (1978), caracterizado pelo envolvente ritmo de “Cercami”. Em 1980, a banda bolonhesa se aproxima do mercado internacional com “Hurricane”, àlbum no qual vem repropostos alguns sucessos com novos arranjos, em inglês. Outro ano de ouro é 1981 com o álbum “Buona Fortuna” e o simples de sucesso “Chi Fermerà la Música”. Em 1986 “Giorni Infiniti” festeja os vinte anos do grupo propondo um mix de música acústica e novas tecnologias. Em 1990 os Pooh participam pela primeira vez do Festival de San Remo e obtém o 1º lugar com a canção “Uomini Soli”. Na metade dos anos noventa sai o duplo live “Buonanotte Suonatori”(1995) disco live que percorre as etapas de uma triunfante tournée italiana e em 1996 o álbum “Amici per Sempre” . Também em 2000 se confirma o grande prestígio que a banda tem junto ao público italiano com o álbum “Cento di Queste Vite” que recupera o som que tinha caracterizado o grupo nos anos setenta, com “Ascolta” (2004) e “La Grande Festa” (2005), seleção de sucessos com as inéditas “La grande Festa” e “Destini” . Vasco Rossi tinha já lançado quatro álbuns: “Ma Cosa Vuoi che Sia una Canzone” (1978), “Non Siamo Mica gli Americani” (1979), “Colpa d’Alfredo” (1980), “Siamo Solo Noi” (1981), quando em 1982 se apresenta pela primeira vez no Festival de San Remo com a música “Vado al Massimo” a qual se classifica em último lugar. No ano seguinte apresenta na “Kermesse Canora” a música “Vita Spericolata” que se classifica em penúltimo lugar mas que obtém grandissímo sucesso junto ao público presenteando o cantor de “Zocca” com uma grande popularidade. A música faz parte do Long Playng “Bollicine” que entra no hit parede e o eleva entre os grandes do Rock italiano. No ano seguinte sai o live “Va Bene, Va Bene Così” (enriquecido pela inédita “Title Track) , em seguida vem em 1985, ”Cosa Sucede in Città” o qual contém obras primas como: “Una Nuova Canzone per Lei”, “T’Immagini” , “Cosa Sucede in Città” e “Toffee”. Depois de dois anos de silêncio em 1987 lança “C’è Chi Dice No” (“Vivere una Favola ,”C’è Chi Dice No”, “Ridere di Te” e “Brava Giulia”) , que obtém um grande sucesso de vendas ( fica 12 semanas na ponta das paradas) e de crítica. O álbum “Liberi Liberi” é seguido pelo triunfal tour “Liberi Liberi Tour” e pelo álbum duplo ao vivo “Fronte del Palco” (1990). Com “Gli Spari Sopra” (1993),contendo a faixa omonima , “Stupefato” e “Vivere” recebe 10 discos de platina. “Nessun Pericolo Per Te” (“Sally” , “Mi si Escludeva”) é enriquecido pela presença de uma potente sessão rítmica formada por Vinnie Colaiuta na bateria e Randy Jackson no baixo. Seguem o Long Playng intimista “Canzone per Me” (1998) do qual fazem parte “Quanti anni Hai”, “Stupido Hotel” (2001) juntamente com o hit “Ti Prendo e Ti Porto Via” e no ano de 2004 “Buoni o Cattivi” com as músicas “Um Senso” que está presente na trilha sonora do filme de Sergio Castellitto “Non Ti Muovere”. 4.3 Destaques Música Italiana: Bocelli é o quarto na Inglaterra, superando Eagles e Led Zeppelin. Um italiano volta a conquistar os primeiros lugares da classificação de sucessos musicais ingleses. Na 6ª semana de permanência no “uk album chart, “Vivere – The Best of Andrea Bocelli” conquistou o quarto lugar superando monstros do rock como Eagles e Led Zeppelin respectivamente na quinta e sexta posições. A seleção dos maiores sucessos pop do tenor de Lajatico, continua assim a marcha triunfal que o levou a conquistar as paradas de sucesso dos E.U.A. Até agora o disco vendeu, no Reino Unido, mercado quase sempre inacessível para os cantores italianos, meio milhão de cópias, levando o cd a uma cota mundial de vendas de mais de dois milhões e meio. Na classificação semanal, Bocelli ficou atrás de “Spirit” de Leona Lewis, “Back Home” dos Westlife e “Call me Irresponsable” de Michael Buble. Um sucesso testemunhado também pelo segundo lugar conquistado pelo cd de Bocelli na classificação semanal da BBC, ficando atrás apenas do cd de Buble. A BBC tinha transmitido no dia de Natal, confirmando o sucesso clamoroso do tenor itlaiano, “Andrea Bocelli: The Story Behind The Voice”, um documentário sobre a vida de Bocelli, da infância ao sucesso internacional. 4.4 Paraná A imigração italiana no no Brasil, especialmente no Paraná O Brasil, desde a sua descoberta precisou muito de população para chegar ao progresso mas, o governo português acreditava que a chegada de trabalhadores estrangeiros “desnacionalizasse” a colônia. Os primeiros estrangeiros que entraram no Brasil foram os negros escravizados. O trabalhador negro foi trazido para suprir a escassez de braços indígenas, da mesma forma os imigrantes foram requeridos a fim de substituir o trabalho escravo. Durante o governo de D. Pedro II, o Brasil manteve uma interessante política para atrair os imigrantes europeus: a impressão de folhetos que faziam propaganda das terras brasileiras, falando de sua vastidão e de suas vantagens para a agricultura. Esses folhetos foram impressos em diversos idiomas e divulgados nos países europeus. Essa propaganda animou aqueles que estavam interessados em tentar a sorte na América. Os imigrantes italianos que chegaram no Brasil, sobretudo na segunda metade do século XIX, embarcavam no porto de Gênova e desembarcavam na Ilha das Flores, baía de Guanabara, Rio de Janeiro. Alí eram feitos os registros exigidos pelo sistema político e alguns exames médicos. Aqueles que fossem aprovados permaneciam na ilha de dois a quatro dias. Os imigrantes deviam informar nome e sobrenome, procedência, nome do navio em que chegou, idade, sexo, naturalidade, religião, profissão, data de chegada. Então lhes era informado para qual província seguiriam. Alí no Rio de Janeiro, embarcavam em outros navios e seguiam para a provincia onde eram esperados. Para os imigrantes que vinham para a Província do Paraná, a porta de entrada era o porto D. Pedro II, em Paranaguá. Alí passavam por outro registro semelhante ao primeiro, e assim eram encaminhados para hospedarias existentes em Paranaguà, Antonina e Morretes. Em Morretes, ao pé da Serra do Mar, os imigrantes italianos formaram os primeiros centros coloniais no Paraná. Apesar do solo fértil e da abundância de água, esses colonos não se adaptaram a alta temperatura e a umidade, sentindo a necessidade de emigrar para outros lugares, com condições climáticas mais favoráveis. A maior parte do contingente de imigrantes italianos estabelecidos no litoral dirigiu-se a Curitiba e fixou-se em novas colônias formadas a partir de 1878. Desde 1875, a entrada desses imigrantes na província do Paraná dava-se ano a ano. As primeiras colonias fundadas próximas a Curitiba foram as de Alfredo Chaves, Antonio Prado, Presidente Faria e Eufrásio Correa, esta última também conhecida por Capivari. Cada família recebeu um lote de terra que deveria ser pago à medida que, com o rendimento do trabalho nas terras do próprio lote, pudesse ser quitado. Ao se estabelecerem nesse núcleo, os imigrantes se instalaram em barracões de madeira até que suas casas fossem construidas. A vida desses imigrantes, a princípio, não foi fácil. Foram muitas as diferenças que precisaram enfrentar. Mesmo assim, o convívio com outros imigrantes de mesma nacionalidade fez com que suportassem de forma mais amena essas dificuldades. E dessa forma também conseguem manter a cultura da sua gente, através das músicas, das danças, da gastronomia das festas e da língua. O canto dos imigrantes é um gênero musical que atinge seu máximo esplendor nas primeiras décadas de 1900, quando acontecem as grandes imigrações. Entre todos os cantos populares italianos, aqueles dos imigrantes, junto com as canções napolitanas, são os mais conhecidos no Brasil, a diferença entre eles, é que os cantos dos imigrantes são composições coletivas, frequententemente anônimos, vozes autênticas dos sentimentos de uma parte do povo italiano para falar de si mesmo. A música “Santa Lucia Luntana”, composta em 1919, é considerada o primeiro hino dos imigrantes. Tem sucesso imediato e gira todo o mundo. Várias outras canções são cantadas pelos imigrantes com emoção e lágrimas nos olhos, mas uma tornou-se especial, no Brasil: ”Merica, Merica”, hoje considerada o hino dos nossos imigrantes italianos. Muitas outras canções populares como: “Mamma Mia Dammi Cento Lire ..., O Sole Mio, In Mezzo al Mare, Quel Mazzolin di Fiori, La Bella Polenta”,Io Parto per l’America, Santa Lucia, etc. Continuam sendo cantadas nas reuniões desses imigrantes e seus descendentes. O amor, o trabalho, a guerra, o surgimento das cidades, a difícil travessia do oceano, a saudade da terra natale dos parentes deixados, tudo foi transformado em versos e cantado pela alma simples dos imigrantes. Todos esses sentimentos pela sua profundidade, atravessaram décadas e gerações e são cantadas até hoje com poucas variantes, se comparados com os textos mais antigos. Atualmente, vários grupos folclóricos italianos, procuram manter e divulgar a riqueza cultural desses imigrantes com apresentações de danças e cantos por vários lugares do Brasil. Também são realizadas várias festas, por exemplo, as festas da uva, que acontecem em diversos centros de colonização italiana, para manter vivas as tradições desse povo alegre e batalhador. Bibliografia: FERRARINI, Sebastião. A Imigração Italiana na Província do Paraná e o Município de Colombo. Curitiba: Editora Lítero-Técnico, 1973. CAPRARA, Loredana. Cultura e Língua Italiana nas Músicas Populares dos Séculos XIX e XX. 2.-2. ed.-São Paulo: Humanitas/ FFLCH/ USP, 1999.