06/03/2012 INTRODUÇÃO Lógica para computação Professor Marlon Marcon INTRODUÇÃO • Assim, todo sistema lógico, que é aparato formal para a representação e obtenção da informação, tem, pelo menos duas partes: o Uma linguagem, por meio da qual proposições (ou sentencas) de outras linguagens podem ser expressas; o Um mecanismo de inferência, por meio do qual argumentações (ou deduções) efetuadas em outras linguagens podem ser checadas e argumentações (ou deduções) do proprio sistema podem ser efetuadas. • O objetivo geral da logica formal é a mecanização do raciocnio, ou seja, A obtenção de informação a partir de informações prévias por meio de recursos que podem ser implementados em um computador. • Qualquer forma de raciocínio tem, pelo menos, dois aspectos: a representação da informação em uma linguagem adequada e a aplicação de mecanismos de inferência a informação representada, para a obtenção da nova informação. INTRODUÇÃO • O sistema lógico mais simples é a Lógica Proposicional, e o estudo deste segue três passos básicos: • Especificação de uma linguagem, a partir da qual o conhecimento é representado. o Considera os conceitos de sintaxe e semântica associados à linguagem • Estudo de métodos que produzam ou verifiquem as fórmulas ou os argumentos válidos • Definição de sistemas de dedução formal em que são consideradas as noções de prova e consequência lógica. 1 06/03/2012 Definição LINGUAGEM DA LÓGICA PROPOSICIONAL • A definição da linguagem da lógica proposicional é semelhante à definição de outras linguagens, como por exemplo, a linguagem da lingua portuguesa. • Alfabeto o { a, b, ..., z, A, B, ..., Z } • A concatenação das letras “d” e “e” forma a palavra “de”, que pertence à linguagem da lingua portuguesa. • Por outro lado a concatenação das letras “e” e “d”, cujo resultado é “ed” não pertence. Definição • Nas linguas naturais, como o português, temos os dicionários de determinam as palavras da linguagem. • No caso da lógica, não existe dicionário e sim regras para formação das sentenças. • Gramática o É um conjunto de regras que determinam como as palavras e os simbolos do alfabeto devem ser combinados para formar sentenças. Sentenças • Nas linguagens naturais as sentenças podem ser classificadas como: • Interrogativas = “Qual é seu nome?” • Imperativas = “Lave as panelas agora!” • Declarativas = “José é uma pessoa legal” • Na lógica usamos as sentenças declarativas somente. 2 06/03/2012 Sentenças Proposição • Portanto, a lógica considera sentenças somente do tipo “Está chovendo”, que podem ser interpretadas como verdadeiras ou falsas. • Uma proposição não pode ser ambígua, exemplo: o “Eu vi José com uma luneta” • A definição de sentença, na verdade se confunde com a definição de proposição: • Sentença: sequência de palavras que obedecem a certas regras gramaticais. • Proposição: é uma sentença que pode ser ou não verdadeira. Validade de argumentos Exemplo 1: O argumento que segue é válido? Se eu ganhar na Loteria, serei rico. Eu ganhei na Loteria. Logo, sou rico. É Válido (a conclusão é uma decorrência lógica das duas premissas.) • A proposição não leva em conta a ordem das palavras, e sim seu significado, exemplo: o “José comeu o bolo” o “O bolo foi comido por José” Expressões o “José comerá o bolo” equivalentes o “José come o bolo” Validade de argumentos Exemplo 2: O argumento que segue é válido? Se eu ganhar na Loteria, serei rico Eu não ganhei na Loteria Logo, não sou rico Não é Válido (a conclusão não é uma decorrência lógica das duas premissas.) 3 06/03/2012 Alfabeto da LP Fórmulas da LP Definição 1.1 (alfabeto) O alfabeto da Lógica Proposicional é constituído por: Alguns livros • Na LP, como na lingua portuguesa, não é qualquer concatenação de palavras que forma uma sentença; • Símbolos de pontuação: (, ); • Simbolos de verdade: true, false; descrevem como VeF • Simbolos proposicionais: P, Q, R, S, P1, Q1, R1, S1, P2,...; • Conectivos proposicionais: ¬, Λ, V, →, ↔. o o o o o ¬: “não” Λ: “ou” V: “e” →: “se ... então” ou “implica” ↔: “se, e somente se”, “sse” ou “bi-implicação” Alguns livros descrevem como ~ Fórmulas da LP • Todo símbolo de verdade (true) é uma fórmula; • Todo simbolo proposicional é uma fórmula; • Se H é uma fórmula, então (¬H), a negação de H, é uma fórmula; • Se H e G são fórmulas, então a disjunção de H e G, dada por: (H V G), é uma fórmula • Se H e G são fórmulas, então a conjunção de H e G, dada por: (H Λ G), é uma fórmula; • Se H e G são fórmulas, então a implicação de H em G, dada por: (H → G), é uma fórmula. • Se H e G são fórmulas, então a bi-implicação de H em G, dada por: (H ↔ G), é uma fórmula. Definição 1.2 (fórmula) • As fórmulas da Lógica Proposicional são construídas, de forma indutiva, a partir dos símbolos do alfabeto conforme as regras a seguir. O conjunto das fórmulas é o menor conjunto que satizfaz as regras: Construção de fórmulas • Exemplo 1: o A partir das fórmulas P e Q, obtemos a fórmula (P V Q) o Utilizando as fórmulas (P V Q) e true, obtemos a fórmula ((P V Q) →true) • Este raciocínio pode ser repetido obtendo-se com isso, infinitas fórmulas; • Exemplo 2: o PR o (R true ↔ ) o (true → ↔ (R true →)) • As fórmulas acima não são válidas, pois não podem ser obtidas a partir da Definição 1.2. 4 06/03/2012 Comprimento de uma fórmula Ordem de precedência • Na LP utiliza-se parênteses para definir qual é a ordem que os conectivos serão aplicados, quando estes forem omitidos, utiliza-se a seguinte ordem: Definição 1.4 (comprimento de uma fórmula) • Seja H uma fórmula da Lógica Proposicional. O comprimento de H, denotado por comp[H], é definido como segue: Definição 1.3 (ordem de precedência) • Na lógica proposicional, a ordem de precedência dos conectivos proposicionais é definida por: • Maior precedência: ¬ • Precedência média:→ e ↔ • Menor precedência: Λ e V • • • • • • Comprimento de uma fórmula • Exemplo 1: • (P → Q) tem tamanho igual a 3 • Exemplo 2: • (( P Λ Q) ↔ R) tem tamanho igual a 5 Se H = P ou é um simbolo de verdade, então comp[H] = 1 comp[¬H] = comp[H] + 1; comp[H v G] = comp[H] + comp[G] + 1 comp[H Λ G] = comp[H] + comp[G] + 1 comp[H → G] = comp[H] + comp[G] + 1 comp[H ↔ G] = comp[H] + comp[G] + 1 • Os simbolos de pontuação não são considerados. Subfórmula Definição 1.5 (subfórmula) • Seja H uma fórmula da Lógica proposicional, então: • H é uma subfórmula de H • Se H é uma formula do tipo (¬ G), então G é uma subfórmula de H; • Se H é uma formula do tipo: (G v E), (G Λ E), (G→E) ou (G ↔ E), então G e E são subfórmulas de H; • Se G é subfórmula de H, então toda subfórmula de G é subfórmula de H 5 06/03/2012 Subfórmulas • As subfórmulas de (((P v S) Λ Q) ↔ R) são: • • • • • • • (((P v S) Λ Q) ↔ R); ((P v S) Λ Q); (P v S); R; Q; P; S. Exercícios – ordem de precedência 2. Elimine o maior número possível de símbolos de pontuação das fórmulas a seguir, mantendo a representação da fórmula original: Exercícios - fórmulas 1. Quais das expressões seguintes são fórmulas e quais não são: a) b) c) d) e) ¬¬¬R (¬ R) PQ ¬(PQ) ¬(¬P ^ ¬Q) Exercícios – comprimento e subfórmula 3. Determine o comprimento e as subfórmulas das fórmulas a seguir: a) ((¬ ¬P v Q) ↔ (P → Q)) Λ true a) ((¬(¬P)) ↔ ((¬((¬(¬(P v Q))) → R)) Λ P)) b) ((P → ¬P) ↔ ¬P)v Q b) ((P v Q) → (P → (¬ Q))) 6 06/03/2012 Exercícios • Mais exercícios podem ser encontrados nas páginas 10 e 11 do livro texto. • João Nunes de Souza • Lógica para Computação: Uma introdução concisa • 2ª Edição • Editora Elsevier 7