80 REB Volume 4 (2): 80-92, 2011 ISSN 1983-7682 . Revista Eletrônica Eletrônica de Biologia _______________________________________________________________ A Biologia Evolutiva Apresentada por Alunos do Ensino Médio: (RE) Pensando Conceitos e Pontos de Vista Evolutionary Biology Presented by High School Students: (RE) Thinking Concepts and Views. Hérica Oliveira da Silva1; Nádia Amorim2 ; Elisa Susilene Lisboa Santos3 1 Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 2 Bióloga pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Mestranda em Genética, Biodiversidade e Conservação pela UESB. 3 Professora Assistente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e-mail contato: [email protected] ; [email protected]; [email protected] Resumo A Biologia Evolutiva por tratar da origem e descendência das espécies, bem como das mudanças que estas sofrem ao longo das gerações, se torna bastante interessante e polêmica quando debatida ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Neste contexto, objetivou-se avaliar o conhecimento de educandos de nível médio da educação básica, em relação aos principais conceitos inerentes a Biologia Evolutiva. Para tanto, foram aplicados questionários mistos, contendo questões objetivas e dissertativas, em uma amostra de 116 estudantes. Esta estratégia possibilitou a caracterização do conhecimento e da visão dos alunos do ensino médio, com relação a Biologia Evolutiva. Dentre os resultados, destaca-se a diversidade de conhecimentos dos alunos acerca do tema e a presença de equívocos conceituais, ficando evidente a importância desse estudo como ferramenta de diagnóstico, necessária para embasar futuras pesquisas, bem como para o planejamento de ações de intervenção. Palavras chave: biologia evolutiva, ensino médio, origem da vida. Abstract The evolutionary biology by treating of the origin and descent of the species and their changes over generations, it becomes interesting and controversial when discussed during teaching-learning process. In this context, we aimed to assess the knowledge of high school students, in relation to the main concepts in Evolutionary Biology. For that, 81 mixed questionnaires containing multiple-choice and open questions were applied in a sample of 116 high school students. This strategy allowed the characterization of knowledge and view point of the students, regarding Evolutionary Biology. Among the results, we highlight the diversity of students' knowledge about the issue and the presence of conceptual errors, thus demonstrating the importance of this study as diagnostic tool, required to support future research, as well as, for the actions for intervention. Key-Words: evolutionary biology, high school, origin of life. 1. Introdução A história do ensino de biologia no Brasil está ligada em sua origem, como ocorre em outras áreas do conhecimento, a tradição jesuíta e a influência portuguesa (BIZZO, 2000). Até a década de 1950 a biologia, enquanto disciplina, ainda não dispunha do perfil atual no que tange às divisões de suas sub-áreas, entre estas, biologia celular e molecular, evolução, ecologia, entre outras disciplinas que compõem o currículo dos cursos de Ciências Biológicas (maiores detalhes disponível em CFBio, 2002 – http://www.cfbio.gov.br/). Na prática, embora conceitos gerais associados a vida sejam trabalhados desde as series iniciais do ensino básico, é durante as séries do ensino médio (‘EM’) que tem-se um contato efetivo com a Biologia. No período do ‘EM’ a biologia é abordada enquanto campo das ciências naturais que estuda o comportamento dos organismos seja de forma individual ou em seu coletivo. É também no ‘EM’ que são trabalhados os níveis de organização dos organismos vivos, e a caracterização dos grandes reinos, sendo estes observados como agentes ativos e passivos integrantes do meio ambiente (BRASIL, 1999). Dentre os conteúdos que podem ser considerados como unificadores para a biologia, encontra-se a teoria da evolução, estando esta associada às várias explicações existentes para a diversidade da vida e indiretamente para a sua própria origem. Na construção deste conteúdo, e de suas conseqüentes assertivas, os modelos científicos convivem com outros sistemas explicativos de ordem filosófica e, ou, religiosa. Dentre estes modelos podemos citar a teoria da evolução, a teoria da criação especial, a teoria do design inteligente, o criacionismo religioso entre outros (LOURENÇO, 2007). Os diferentes temas inerentes a Biologia Evolutiva são de grande importância dentro das discussões biológicas, pois estão inseridos direta, ou 82 indiretamente, nas mais diversas disciplinas da biologia, o que destaca o papel multidisciplinar e unificador da Biologia Evolutiva. Outro ponto importante são as discussões e as polêmicas geradas por parte dos discentes, ao tratarem das teorias propostas para a origem e descendência das espécies, bem como para as explicações das suas mudanças ao longo do tempo. Um possível motivador para estas discussões/polêmicas, ainda que indiretamente, decorre do embate existente entre as idéias criacionistas e a teoria evolutiva, que motivado por choques entre o conhecimento científico e os dogmas religiosos geraram um grande número de questionamentos e confusões (COSTA, 2008). Na opinião de alguns cientistas, a teoria evolutiva é vista como uma ameaça ás crenças religiosas, uma vez que estas relatam que os seres vivos, além de especiais, vieram de um criador bondoso que se importa com elas, enquanto a argumentação científica para origem dos seres vivos entra em conflito com esse ponto de vista (ESTADÃO, 2008). Um problema que habitualmente atinge o ensino dessa disciplina é a notória pluralidade de teorias e abordagens com que se defronta ‘qualquer pessoa’ (aluno ou professor) que examine o assunto. Soma-se a essa ‘riqueza’ de teorias e abordagens, a falta de preparo dos professores para o ensino e discussão deste assunto, como apresenta Nicolini et al. (2010). As dificuldades enfrentadas pelos alunos e professores durante o processo de ensino aprendizagem das teorias sobre a evolução biológica poderiam, de acordo com Farias (2009), ser minimizadas com uma maior divulgação do contexto histórico da construção das idéias evolutivas. Diante dos diversos pensamentos e opiniões gerados quando se é tratado a temática da Biologia Evolutiva no ‘EM’, objetivou-se avaliar o conhecimento dos alunos de ensino médio quanto aos conteúdos associados à Biologia Evolutiva. 2. Metodologia 2.1 Caracterização da pesquisa A presente pesquisa apresenta (i) avaliações quantitativas projetadas para gerar medidas precisas e confiáveis que permitiram uma análise descritiva 83 dos dados e (ii) avaliações qualitativas que permitiram análises e construções de informações mais subjetivas e passiveis de amplas discussões. Neste contexto as estratégias utilizadas foram consideradas como quanti-qualitativa (TRINDADE, 2003; instituto ETHOS, 2002). 2.2 Coleta de Dados 2.2.1 Elaboração dos questionários. De acordo com Pádua (2000), os questionários são instrumento de coleta de dados que por serem preenchidos pelos informantes, sem a influência do pesquisador, fornecem informações confiáveis para resolução de problemas. Na presente pesquisa foi utilizado um questionário composto por três partes: na primeira, considerada como introdutória, as questões eram de caráter geral, visando enquadrar o pesquisado em grupos (a exemplo da idade, sexo, nível de formação, localização etc; na segunda, contendo sete perguntas objetivas, buscou-se verificar os conhecimentos básicos sobre a Biologia Evolutiva e, por fim; a terceira, contendo cinco perguntas discursivas, teve como propósito reconhecer nos pesquisados o seu real envolvimento/entendimento com o tema pesquisado. Todas as perguntas presentes no questionário estavam, ainda que indiretamente, relacionadas ao conteúdo Biologia Evolutiva. 2.2.2 Aplicação dos questionários: Um total de 116 questionários foram aplicados a alunos das diferentes séries e turnos dos Colégios Modelo Luis Eduardo Magalhães e Centro Educacional Alfredo Dutra, ambas escolas públicas do ‘EM’ situadas no município de Itapetinga – Bahia (doravante denominados de colégio A e colégio B, respectivamente). 2.2.3 Análise de dados: A análise foi realizada mediante tabulação dos dados presentes nos questionários, seguida por uma análise quantitativa (mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados). Os dados após tabulados foram utilizados para construção de tabelas, gráficos e figuras, de modo a facilitar a visualização, permitindo uma discussão mais segura. 3. Resultado e Discussão 84 Após visita inicial aos colégios ‘A’ e ‘B’, para caracterização do ambiente de pesquisa, foi verificado a distinção dos alunos amostrados, de forma aleatória, da seguinte maneira: 30 alunos para o primeiro ano, 29 para o segundo, 57 para o terceiro do ‘EM’ (Tabela 1). A diversidade de estudantes amostradas contribui e dá segurança para as análises dos dados e sua posterior generalização, visto que é constituída por alunos representativos dos diferentes níveis de ensino onde os conceitos da Biologia Evolutiva são trabalhados. Para Gomes (1999), a escola é um espaço sociocultural onde as diferentes presenças se encontram, sendo, portanto um ambiente adequado para caracterização de conhecimento, a exemplo dos conteúdos associados à origem e evolução da vida. Tabela 1. Porcentagem de alunos do ensino médio, e suas respectivas séries, amostrados em dois colégios de ensino regular de Itapetinga Bahia. ANO Colégio A Colégio B Total 1 15 (25.9%) 15 (25.9%) 30 2 14 (24.1%) 15 (25.9%) 29 3 29 (50%) 28 (48.2%) 57 Total 58 58 116 Quando questionados em relação ao fato de considerarem-se religiosos, a grande maioria dos alunos amostrados (84%) afirmou serem adeptos de uma crença religiosa e 16% afirmaram não ter nenhum tipo de crença religiosa (Figura 1). Estes resultados, em conjunto com os apresentados por Farias (2009) demonstram que, como era de se esperar, as doutrinas religiosas estão presentes na formação de pensamento dos estudantes, independente da série em que estejam. 85 Figura 1. Percentual de alunos (Eixo Y) de dois colégios de Itapetinga, Bahia, que afirmaram possuir ou não uma crença religiosa. Os alunos que afirmaram ser religiosos apresentaram o catolicismo e o protestantismo como crença religiosa (45% e 42%, respectivamente). Este resultado pode ser explicado, ao menos em parte, devido a questões culturais inerentes a história do Brasil, visto que o catolicismo foi a religião oficial do Brasil por quase quatro décadas (MACEDO et al 2007). Por outro lado, o protestantismo parece possuir quantidade equivalente de adeptos quando comparando ao catolicismo, o que pode ser verificado pela tendência apresentada nos dados da presente pesquisa. Como esperado, o grande número de alunos ‘ligados’ de algum modo a crenças religiosas tradicionais e dogmáticas contribuem, ainda que de forma equivocada, para as polêmicas discussões realizadas em sala de aula a respeito da evolução e origem da vida. No que diz respeito às discussões sobre evolução em sala de aula, a maioria dos alunos (em média 72% nos colégios A e B) afirmou já ter discutido o tema em ao menos um momento da sua formação (Figura 2). Este elevado percentual de alunos afirmando já terem discutido o tema evolução é um ponto positivo, atestando para o cumprimento do currículo escolar que propõem os conteúdos da Biologia Evolutiva como necessários para o ‘EM’ (GOEDERT, 2004). Figura 2. Percentual de alunos (Eixo Y) de dois colégios de Itapetinga, Bahia, que afirmaram já terem discutido o tema evolução em ao menos um momento da sua formação. 86 Quando questionados em relação às disciplinas nas quais tiveram a oportunidade de discutir o tema evolução, os alunos do ‘EM’ apresentaram um considerável número destas (um total de oito disciplinas), destacando-se entre estas, as disciplinas de Biologia e História (média entre alunos dos colégios A e B igual a 41 e 32%, respectivamente) (Tabela 2). O destaque para disciplina de Biologia é natural, visto que a mesma apresenta a origem da vida e as idéias evolutivas associadas as suas mais diferentes subáreas. Por sua vez, o destaque para a disciplina de História, embora não tão intuitivo como a primeira, pode ser explicado pela própria história da construção do conhecimento científico sobre estes temas. Tabela 2. Porcentagem de disciplinas que permitem discussões acerca do tema evolução, segundo alunos do ensino médio de dois colégios de ensino regular de Itapetinga, Bahia (colégios A e B). Disciplinas Percentual de Alunos (%) Colégio A Colégio B Biologia 40.7 41.7 Ciências 3.7 11.1 Filosofia 3.7 13.9 Geografia 7.4 2.8 Historia 38.9 25.0 Português 3.7 0.0 Religião 0.0 5.6 Sociologia 1.9 0.0 É importante mencionar que embora tenha sido a disciplina mais citada pelos alunos, a Biologia deveria ser reconhecida pela totalidade dos alunos como ‘disciplina/ambiente’ de discussão da Biologia Evolutiva, visto que esta temática pode ser entendida como unificadora para as ciências biológicas. Assim, o percentual observado pode ser entendido como indicativo de uma problemática, potencialmente reflexo da falta de real cumprimento das propostas curriculares para o ’EM’. Ao serem questionados quanto evolução biológica a maioria dos alunos afirmou acreditar nesta teoria (em média 73% nos colégios A e B). Este 87 resultado se deve, em partes, ao fato de informações a respeito da Biologia Evolutiva serem cada vez mais discutida na mídia em geral, bem como pelo fato de no ’EM’ esta disciplina ser a cada dia mais trabalhada, ainda que superficialmente. Quando convidados a se posicionar em relação à provável origem da vida, a grande maioria dos alunos (87%) indicou a criação divina como principal explicação, em detrimento da abiogênese (13%). Esse resultado pode ser explicado pela influência das crenças religiosas, visto que a maioria dos alunos afirmou serem adeptos de uma religião (Figura 1), bem como pelo fato de no ’EM’, os alunos não conhecerem tão profundamente outras explicações de como surgiu a vida na Terra. Além disso, a própria comunidade científica discute ainda hipóteses para este grandioso evento que é a origem da vida. Estes resultados obtidos corroboram a idéia de Costa et al. (2011) de que ao terminarem o Ensino Médio, os alunos tendem a acreditar em um tipo de evolucionismo com preceitos ligados à religião. Em relação às mudanças das espécies ao longo do tempo, idéia chave do pensamento evolutivo, a grande maioria dos alunos (média de 81,5%) acredita que as espécies passam por mudanças no decorrer dos anos, ficando também evidente que existe um aumento no número de alunos, que acreditam nesta mudança, ao longo das séries do ‘EM’ (Tabela 3). Estes resultados demonstram que independente do seu posicionamento a respeito da evolução científica os alunos em geral acreditam em mudança nas espécies, estando esta relacionada ou não com a sua idéia religiosa. O grande percentual de alunos que concordam com a crença na mudança das espécies ao longo das gerações demonstra que os alunos compreendem a lógica inerente ao processo evolutivo, visto que a idéia de descendência com modificações é conceito chave para a teoria evolutiva predominantemente aceita hoje pela comunidade científica. Tabela 3. Percentual do posicionamento dos alunos do ensino médio de dois colégios de Itapetinga, Bahia, a respeito da ocorrência ou não de modificações das espécies ao longo da do tempo. Posicionamento alunos dos Ensino médio (Colégios A e B) 88 I ano II ano III ano Ocorrência de modificações 80 75 89.5 Ausência de modificações 20 25 10.5 Ao serem apresentados a oito palavras, escolhidas por possuírem associação com a origem da vida e a Biologia Evolutiva, e serem questionados sobre o conhecimento que possuíam a respeito destes termos, os alunos, de modo geral, não apresentaram um bom resultado, visto que a maior parte afirmou não conhecer o significado das palavras (Tabela 4). É possível que as informações recebidas ao longo da formação tenham contribuído efetivamente para este resultado. Neste contexto, Nicolini et al. (2010) afirma que a ciência em condições abertas impõe exigências especiais aos seus praticantes e estudantes, como, por exemplo, uma particular flexibilidade de julgamento e uma especial capacidade de integrar conhecimentos de tipos muito diferentes, o que não é tratado de forma clara no ‘EM’. Tabela 4. Percentual de alunos do ensino médio de dois colégios de Itapetinga, Bahia, que afirmaram conhecer cada uma das oito palavras apresentadas. Palavras Ensino médio (Colégios A e apresentadas B) I ano II ano III ano Abiogênese 63.3 44.8 36.8 Biogênese 46.7 62.1 40.4 Criacionismo 53.3 27.6 24.6 Deus 83.3 86.2 96.5 Evolucionismo 53.3 55.2 43.9 Fixismo 3.3 17.2 7.0 Panteismo 0.0 10.3 1.8 Seleção natural 16.7 34.5 17.5 Ainda em relação às oito palavras apresentadas, os alunos foram convidados a selecionar aquelas que julgassem relacionadas com a origem da vida na Terra e a própria evolução biológica. Observou-se certo equilíbrio para 89 algumas palavras (a exemplo de Deus), bem como uma grande disparidade para outras palavras (a exemplo da fixismo) (Tabela 5). Trata-se de um resultado esperado, pois o criacionismo é bem mais antigo se comparado a outras teorias existentes de como surgiu a vida na Terra. Além disso, muitas escolas brasileiras, em semelhança a algumas escolas dos Estados Unidos, querem inserir a teoria criacionismo nos currículos escolares, fato esse que já ocorreu no estado do Rio Janeiro quando Antony Garotinho, então governador, sancionou uma lei onde determinava o ensino do criacionismo como parte integrante dos currículos das escolas públicas (FERNANDES, 2008). Tabela 5. Correlação das palavras apresentadas com a origem da vida na Terra e evolução biológica (em porcentagem) de acordo com alunos do ensino médio de dois colégios de Itapetinga, Bahia. Palavras Ensino médio (Colégios A e apresentadas B) I ano II ano III ano Abiogênese 33.3 31.0 24.6 Biogênese 36.7 41.4 31.6 Criacionismo 33.3 27.6 14.0 Deus 53.3 51.7 50.9 Evolucionismo 43.3 44.8 31.6 Fixismo 0.0 3.4 3.5 Panteismo 6.7 0.0 5.3 Seleção natural 13.3 17.2 12.3 Em linhas gerais, os alunos demonstraram possuir uma formação religiosa que não os impede de realmente compreenderem e aceitarem idéias evolutivas, a exemplo do princípio de descendência com modificação. Contudo, as idéias religiosas quando utilizadas erroneamente para contra-argumentar discussões a respeito da Biologia Evolutiva em sala de aula, podem dificultar o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos inerentes a disciplina de Biologia no ’EM’. Outro ponto importante deste estudo é o diagnóstico da ausência de efetivas discussões e apresentações da Biologia Evolutiva pela disciplina de 90 Biologia ao longo das séries do ’EM’, fato apresentado na Tabela 2. Neste contexto, insere-se o despreparo dos professores para trabalhar temas como a evolução. Goedert (2004), em suas discussões, apresenta que em algumas escolas os professores embora considerem fáceis os conhecimentos básicos da teoria evolutiva, têm dificuldade em responder a questões relacionadas a esses conhecimentos, confundindo, por exemplo, lamarckismo com darwinismo. A mesma autora cita alguns fatos que podem está sendo responsáveis por essa dificuldade encontrada pelos professores sendo elas: falhas na formação dos professores, más condições de trabalho, defasagens nos materiais didáticos, ausência de materiais de divulgação científica, distorções nas informações veiculadas pela mídia e influência das resistências de cunho religioso na prática pedagógica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIZZO, N. V. Ciências Biológicas. [ONLINE], 2000. Disponível em: <http://www.ufpa.br/ccen/Ciencias/07Biologia.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2011. BRASIL. 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