Originais / Originals Correlação entre a exposição diária à luz azul violeta emitida por dispositivos digitais e a visão de adultos jovens Correlation between daily exposure to violet blue light emitted by digital devices and the vision of young adults Ludmila Caroline Silva Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] Letícia Danielly Maia Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] Deborah Renata Pinheiro Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] Laís da Silva Machado Matias Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] Vinícius Fernandes Salvo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] Jacqueline de Oliveira André Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) [email protected] Giselle Foureaux Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) [email protected] Sáude em Revista Resumo O objetivo do presente estudo foi correlacionar o tempo de uso diário de equipamentos eletrônicos sobre a visão, em adultos jovens. Cem (100) pessoas responderam um questionário sobre o uso de equipamentos eletrônicos e saúde visual. Foi realizada uma correlação de Spearman através do pacote estatístico SPSS 11 for windows, sendo considerado como estatisticamente significante valores de P < 0,05. Os resultados demonstraram que os estudantes universitários possuem um, ou mais equipamentos eletrônicos, tais como: smartphones (98%), computadores (87%), tablets (50%) e outros (71%). Mais da metade dos universitários (52%) utilizam estes dispositivos digitais com uma frequência superior a 8 horas por dia. Além disso, encontramos uma correlação positiva entre a frequência de uso destes equipamentos e incidência de miopia (P=0,034), dores de cabeça (P=0,043) e visão turva (P=0,031). Concluímos que, quanto maior a frequência de uso destes equipamentos, maior a incidência de miopia, dores de cabeça e visão turva. Palavras chave: luz azul violeta, equipamentos eletrônicos, olho, visão, retina. Abstract The aim of this study was to correlate the effects of time of daily use of electronic devices on the vision, in young adults. Hundred (100) people answered a questionnaire about the use of electronic equipment and visual health. A Spearman correlation was performed using the statistical package SPSS 11 for windows, being P < 0.05 considered statistically significant. The results showed that students has more than one electronic devices, such as smartphones (98%), computers (87%), tablets (50%) and other (71%). More than half of students (52%) use these digital devices with a frequency of greater than 8 hours a day. Moreover, we found a positive correlation between the frequency of use of electronic devices and incidence of myopia (P=0.034), headaches (P=0.043) and blurred vision (P=0.031). We conclude that the higher the frequency of use of such equipment, the greater the incidence of myopia, headaches and blurred vision. Keywords: violet blue light, electronic devices, eye, vision, retina. Correlação entre a luz emitida por dispositivos digitais e visão 47 Ludmila Caroline Silva et al. Introdução O comprimento de onda da luz visível varia de 380 a 760 nm e inclui as cores violeta, azul, verde, amarela e vermelha 1. A luz violeta apresenta comprimentos de onda entre 400-440 nm e a luz azul entre 440-500 nm 2. Uma interseção destas duas faixas, compreendida entre 415-455nm, é denominada luz azul violeta e é considerada luz visível de alta energia. A luz azul violeta é emitida por diversos equipamentos eletrônicos tais como computadores, tabletse smartphones 3. Esta luz azul violeta é tão prejudicial quanto a luz ultravioleta (que possui comprimentos de onda entre 100 a 400 nm) para os olhos, pois pode atingir a retina, devido a permissividade dos meios dióptricos à passagem da luz 4. A córnea é o tecido mais externo do olho e o primeiro meio dióptrico deste órgão. Sabe-se que a córnea protege a retina dos raios ultravioleta (UV) menores que 300 nm e que a lente bloqueia os raios UV entre 300-400 nm 5. No entanto, como os meios dióptricos precisam ser transparentes à luz visível (para assegurar a visão), a luz azul violeta consegue alcançar as estruturas interiores do olho facilmente 2,6. Dentre as estruturas internas do olho mais atingidas pela luz azul violeta está a retina, que é formada por diversos neurônios, cada um desempenhando um papel específico no processamento da imagem visual 7. A retina tem a função de captar os raios luminosos do meio externo e os transformar em um sinal elétrico, que será conduzido, pelo nervo óptico, para a área visual do cérebro 8. Paradoxalmente, enquanto os fotorreceptores da retina, por um lado, realizam a transdução 48 da luz em correntes elétricas que sustentam a visão, por outro, eles também são altamente susceptíveis a danos promovidos pela exposição à luz 9. A absorção da luz azul e violeta por tecidos biológicos resulta em reações fotoquímicas e formação de espécies reativas de oxigênio que podem danificar vários componentes celulares, tais como lipídios, proteínas e DNA10-12. Quanto menor o comprimento de onda da radiação, maior será a formação de espécies reativas de oxigênio. Em nível celular, o comprimento de onda entre 440-490nm induz injúria nos segmentos externos de ambos os fotorreceptores, cones e bastonetes 13. Os sintomas e sinais mais comuns decorrentes da exposição aguda à luz azul violeta são: hiperemia, lacrimejamento intenso, prurido, fotofobia, edema conjuntival e palpebral e dificuldade de adaptação ao escuro 1. Quanto à exposição crônica, os sinais não são perceptíveis, portanto, o cuidado deve ser redobrado, no sentido de prevenir doenças oculares de maior magnitude, como é o caso da degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A DMRI é uma doença que afeta a mácula e aparece geralmente depois dos 60 anos de idade, com maior frequência em pessoas que apresentam exposição prolongada à radiação UV e à luz azul violeta 14, 15. A exposição à luz azul violeta tem sido intensificada na vida moderna, tendo em vista o aumento da exposição para comprimentos de onda emitidos por lâmpadas fluorescentes, aparelhos de visualização de televisores, computadores, tablets e smartphones, que são usados constantemente 3,9. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 41, p. 47-55, set.-dez. 2015 Ludmila Caroline Silva et al. e Estatística (IBGE), através de informações obtidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), entre 2005 e 2011 houve um amplo crescimento do uso de celulares no país. A pesquisa evidenciou que cerca de 130,8 milhões de pessoas de dez anos, ou mais, o que corresponde a aproximadamente 75,5% da população do Brasil, utilizam celulares 16. Um aspecto preocupante inerente a esta ampla utilização diária de dispositivos eletrônicos é o fato de 72,5 % dos adultos não terem nenhum conhecimento do perigo potencial da luz ultravioleta e azul violeta para os olhos 17. Neste contexto, sabendo que a fototoxidade está envolvida com a progressão da DMRI, que representa uma das maiores causas de cegueira no mundo 18, 19, o impacto da luz sobre a visão torna-se um problema de saúde pública. Portanto, diante da extensa frequência do uso de dispositivos eletrônicos, e consequentemente, da exposição excessiva do olho à luz azul violeta, o objetivo deste trabalho foi correlacionar o tempo de uso diário de dispositivos eletrônicos sobre a visão, em adultos jovens. Metodologia Participaram do estudo 100 estudantes universitários, na faixa etária de 18 a 33 anos, de uma instituição privada de Belo Horizonte. Todos os participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos da aplicação dos questionários, procedimentos de análise dos dados e planejamento de divulgação científica dos mesmos. A participação foi voluntária e aqueles que concordaram em participar assinaram, previamente, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Sáude em Revista Correlação entre a luz emitida por dispositivos digitais e visão Esse consentimento estava de acordo com o proposto pelo Conselho Nacional de Saúde, resolução nº 196/96, sobre pesquisas envolvendo seres humanos, baseadas na declaração de Helsinque. Os universitários responderam um questionário sobre o uso de equipamentos eletrônicos composto de 9 perguntas: da primeira à quarta, os participantes responderam se possuíam computador, smartphone, tablet e outros equipamentos eletrônicos; na 5a pergunta, os participantes responderam se possuíam o hábito de usar o telefone celular em ambiente totalmente escuro, sem nenhuma luminosidade; na 6a e 7a perguntas, eles responderam questões referentes à frequência de utilização em número de vezes por dia e tempo aproximado; na 8a e 9a perguntas, os universitários responderam questões sobre a existência de problemas de visão e alguns outros sintomas, tais como hiperemia ocular, dores de cabeça, tontura e visão turva. O preenchimento do questionário, bem como os resultados foram tratados de forma anônima. Foi realizada a correlação de Spearman para correlacionar problemas de visão e frequência de uso de smartphones assim como correlacionar sintomas e desconfortos oculares com frequência de uso de smartphones. Para isso foi utilizado o pacote estatístico SPSS 11 for windows, sendo considerado como estatisticamente significante valores de P < 0,05. Resultados Os resultados mostram que 98,0% dos estudantes possuem smartphone (Figura 1A), 87,0% possuem computadores (Figura 1B) e 50,0% possuem tablets (Figura 49 Ludmila Caroline Silva et al. 1C). Além disso, 71,0% dos estudantes ainda disseram possuir outros equipamentos eletrônicos (Figura 1D). Quanto ao acesso diário do smartphone, 55,0% dos estudantes afirmaram que acessam o celular mais que 30 vezes ao dia, e 6,0% responderam que acessam o celular entre 10 a 20 vezes por dia (Figura 2A). Já no que diz respeito à fre­ quência (em horas) de uso do celular, 52,0% dos participantes mencionaram frequência superior a 8 horas/dia; 15 % entre 6 a 8 horas/dia, 15% entre 3 a 6 horas/dia e 18 % por um período menor que 3 horas (Figura 2B). Além disso, 87,0% dos universitários utilizam o celular em ambientes totalmente escuros (Figura 3). Figura 1: Equipamentos eletrônicos mais utilizados pela população estudada. (A) smartphones; (B) computadores; (C) tablets; (D) outros equipamentos eletrônicos. 50 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 41, p. 47-55, set.-dez. 2015 Ludmila Caroline Silva et al. Figura 2: Frequência de uso de celulares em número de acessos por dia (A) e em horas por dia (B). Figura 3: Uso habitual de celulares em ambientes totalmente escuros, sem nenhuma luminosidade. Sáude em Revista Correlação entre a luz emitida por dispositivos digitais e visão 51 Ludmila Caroline Silva et al. Quanto à frequência de uso destes equipamentos eletrônicos e a existência de problemas de visão: 46% disseram ter miopia, outros 46% relataram ter astigmatismo e 6% afirmaram ter hipermetropia (Figura 4). Além disso, 22% dos universitários disseram ter dois problemas de visão: miopia + astigmatismo (Figura 4). A correlação Spearman foi positiva (P=0,034) entre miopia e frequência de uso de smartphones. Por fim, investigamos se os estudantes possuíam al- gum sintoma ou desconforto ao usar com grande frequência o celular. Os principais sintomas relatados foram dor de cabeça (36,0%), hiperemia ocular (26,0%), visão turva (26,0%) e tontura (12,0%) (Figura 5). Ao correlacionarmos estes sintomas com a frequência de uso de smartphones, encontramos correlação positiva entre frequência de uso e dores de cabeça (P=0,043), assim como frequência de uso e visão turva (P=0,031). Figura 4: Prevalência de problemas de visão na população estudada. Figura 5: Prevalência de desconfortos oculares decorrentes do uso excessivo de dispositivos digitais. 52 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 41, p. 47-55, set.-dez. 2015 Ludmila Caroline Silva et al. Discussão O objetivo do presente estudo foi correlacionar a exposição diária à luz azul violeta, emitida por dispositivos digitais, e a visão de adultos jovens. Nossos principais resultados demonstraram que os estudantes universitários possuem um, ou mais equipamentos eletrônicos, tais como: smartphones, computadores, tablets e outros. Mais da metade dos universitários utilizam estes equipamentos eletrônicos com uma frequência superior a 8 horas por dia. Além disso, nossos resultados demonstraram que quanto maior a frequência de uso destes equipamentos, maior a incidência de miopia, dores de cabeça e visão turva. A era digital mudou a forma de receber e processar informações: dispositivos digitais permitem que pessoas se conectem umas às outras e compartilhem informações de forma muito rápida. No entanto, a maioria das pessoas nem imaginam que as horas gastas com esta tecnologia pode afetar a saúde da visão de forma aguda e crônica. Os resultados do nosso trabalho demonstraram que mais da metade (52%) dos jovens universitários dispendem mais de 8 horas por dia utilizando dispositivos digitais, o que pode representar mais da metade do período de vigília. Corroborando nossos resultados, o The Vision Council, um órgão que analisa as tendências e o avanço da tecnologia para emitir conselhos relacionados aos cuidados com a visão, relatou que cerca de um terço dos adultos dispendem mais da metade do período de vigília (mais de 9 horas) usando um dispositivo digital 17. Dentre os dispositivos mais utilizados estão: computador (52,0%), notebook (57,8%), smartphone Sáude em Revista Correlação entre a luz emitida por dispositivos digitais e visão (69,4%), tablet (42,5%), televisão (76,6%) e vídeo game (16, 7%). Além disso, 93,3% dos indivíduos relataram que usam dispositivos digitais mais do que duas horas por dia; e 60,8% dispendem 5 ou mais horas por dia utilizando dispositivos digitais 17. Esse número também é preocupante quando analisamos a população infantil: a cada quatro crianças, uma utiliza dispositivos digitais mais de três horas por dia, sendo que esta exposição ocorre tanto na escola, quanto nos momentos em que estão brincando 17. Estes números, refletem o fato dos dispositivos digitais envolverem todos os aspectos da vida moderna. É possível perceber, com grande frequência, que as pessoas utilizam dispositivos eletrônicos desde o momento em que se levantam até o momento em que vão dormir, incluindo o período que tempo em que estão se alimentando, exercitando e lendo. No entanto, este uso excessivo de dispositivos que emitem luz azul violeta podem danificar as células da retina, e consequentemente, podem causar perda da visão 14,15. Ao correlacionarmos a frequência de uso diário dos equipamentos eletrônicos com problemas de visão, encontramos uma correlação positiva para a miopia, indicando que quanto maior a frequência de uso de equipamentos eletrônicos, maior a incidência de miopia. De forma similar, foi relatado que a miopia é apenas uma das consequências desse uso excessivo, sendo possível também encontrar outros sintomas associados ao uso excessivo de dispositivos digitais: tensão no olho (32,8%); dores nas costas, ombros e pescoço (32,6%); dor de cabeça (24%); visão turva (23,3%) e olhos secos (22,8%) 17. Tais resultados também estão de acordo com os acha- 53 Ludmila Caroline Silva et al. dos do presente trabalho, uma vez que também encontramos uma correlação positiva entre frequência de uso de equipamentos eletrônicos e dores de cabeça, e frequência de uso de equipamentos eletrônicos e visão turva. Em outras palavras, quanto maior a frequência de uso de smartphones, maior a incidência de dores de cabeça e visão turva. Existem evidências experimentais demonstrando que a exposição à luz azul pode contribuir para o desenvolvimento da DMRI 11,12 . No que diz respeito a trabalhos com humanos, um estudo epidemiológico encontrou correlação positiva entre exposição cumulativa à luz azul e DMRI 20. Com a idade o número de células do epitélio pigmentado da retina diminui, particularmente no centro da mácula, assim como a densidade de melanossomos contidos no seu interior. A melanina presente nestes melanossomos, desempenha importante papel na remoção de radicais livres e é responsável pela absorção da radiação luminosa 21. Os fótons alto-energéticos no espectro da luz violeta, azul e luz UV, podem danificar a estrutura e função celular dos fotorreceptores e do epitélio pigmentado da retina. Estes fótons criam espécies reativas de oxigênio que são nocivas a várias organelas celulares, particularmente o DNA mitocondrial, resultando na morte celular apoptótica 11,12. Uma outra questão diretamente relacionada ao uso excessivo dos dispositivos digitais refere-se ao fato da pessoa piscar menos quando está diante de uma tela, e o ato de piscar é importante para evitar o olho seco, uma vez que estimula a circulação da lágrima na superfície do olho 17. O olho seco é uma doença multifatorial relacionada ao aumento da osmolaridade da lágrima, que pode resultar em inflamação da superfície ocular, irritação, dor, lacrimejamento, visão turva e fotofobia 22. Deve-se ainda mencionar que a luz azul e violeta também é conhecida por afetar os ritmos circadianos ao suprimir a liberação natural de melatonina, o hormônio envolvido com o ciclo sono-vigília 23. Assim, nossos resultados indicam que a ampla utilização de dispositivos digitais, e consequentemente, a excessiva exposição do olho à luz azul violeta podem estar correlacionados com a miopia, dores de cabeça e visão turva. Diante deste contexto e da tendência de aumentarmos cada vez mais a utilização destes dispositivos digitais, algumas medidas preventivas podem ser de grande valia, tais como: minimizar a utilização de dispositivos digitais em ambientes sem nenhuma iluminação, manter os dispositivos digitais mais distantes do olho, utilizar óculos escuros sempre que possível. Referências 1. Oliveira PR, Oliveira, AC, Oliveira, FC. A radiação ultravioleta e as lentes fotocrômicas. Arq Bras Oftalmol 2001;64:163-5. 2. Torres RJA, Maia M, Muccioli C, Winter G, Souza GK, Pasqualotto LR, Luchini A, Précoma DB. Fatores modificáveis da degeneração macular relacionada à idade. Arq Bras Oftalmol 2009;72(3):406-12. 3. Narimatsu T, Ozawa Y, Miyake S, Kubota S, Yuki K, Nagai N, Kazuo T. Biological effects of blocking blue and other visible light on the mouse retina. Clin Exp Ophthalmol 2014;42:555–63. 54 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 41, p. 47-55, set.-dez. 2015 Ludmila Caroline Silva et al. 4. Alves AA. Lentes de proteção ocular. In: Alves AA. Refração. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 1999. p. 394-414. 5. Boettner EA, Wolter JR. Transmission of the ocular media. Invest Ophthalmol Vis Sci 1962;1:776-83. 6. Cullen AP. Photokeratitis and other phototoxic effects on the cornea and conjunctiva. Int J Toxicol 2002; 21:455–64. 7. Masland RH. Neuronal diversity in the retina. Curr Opin Neurobiol. 2001; 11(4):431-6. 8. Ferreira-Filho N, Nogueira JC. Bases Morfofuncionais do aparelho da visão. Série Oftalmologia Brasileira. Vol1. Rio de Janeiro: Cultura Médica-Guanabara Koogan; 2008. 9. Provis J. The paradoxical effects of light on photoreceptors. Clin Exp Ophthalmol 2014; 42: 513–4. 10. Wu J, Seregard S, Algvere PV. Photochemical damage of theretina. Surv Ophthalmol 2006;51:461–81. 11. Wenzel A, Grimm C, Samardzija M, Remé CE. Molecular mechanisms of light-induced photoreceptor apoptosis and neuroprotection for retinal degeneration. Prog Retin Eye Res 2005;24(2):257-306. 12. Grimm C, Wenzel A, Williams TP, Rol P, Hafezi F, Remé CE. Rhodopsinmediated blue light damage to the rat retina: effect of photoreversal bleaching. Invest Ophthalmol Vis Sci 2001:42(2);497-505. 13. Van Gelder RN. Blue light and the circadian clock. Br J Ophthalmol. 2004; 88(10):1353; author reply 1353. Comment on: Br J Ophthalmol 2003;87(12): 1523-9. 14. Sui GY, Liu GC, Liu GY, Gao YY, Deng Y, Wang WY, Tong SH, Wang L. Is sunlight exposure a risk factor for age-related macular degeneration? A systematic review andmeta-analysis. Br J Ophthalmol 2013;97:389–94. 15. Delcourt C, Grégoire AC, Boniol M, Carriére I, Doré JF, Delyfer MN, Rougier MB, Goff ML, Dartigues JF, Barberger-Gateau P, Korobelnik JF. Lifetime Exposure to Ambient Ultraviolet Radiation and the Risk for Cataract Extraction and Age-Related Macular Degeneration: The Alienor Study. Invest Ophthalmol Vis Sci 2014;55 (11):7619-27. 16. IBGE. Acesso à internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2011. Avaliable from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet2011/ 17. The Vision Council [internet]. Protect your eyes from digital devices. 2015. Avaliable from: http:// www.thevisioncouncil.org/digital-eye-strain-report-2015 18. McCarty CA, Mukesh BN, Fu CL, Mitchell P, Wang J, Taylor HR. Risk factors for age-related maculopathy. Arch Ophthalmol 2001;119:1455–62. 19. Remé CE, Hafezi F, Marti A, Munz K, Reinboth JJ. Light damage to retina and retinal pigment epithelium. In: Marmor MF, Wolfensberger TJ, eds. The Retinal Pigment Epithelium: Function and Disease. Oxford: Oxford University Press; 1998. p. 563–86. 20. Tomany SC, Cruickshanks KJ, Klein R, Klein BE, Knudtson MD. Sunlight and the 10-year incidence of age-related maculopathy: the Beaver Dam Eye Study. Arch Ophthalmol. 2004;122(5):750-7. Erratum in: Arch Ophthalmol 2005;123(3):362. 21. Holz FG, Paulenikhoff D, Klein R, Bird AC. Pathogenesis of lesions in late age-related macular disease. Am J Ophthalmol 2004;137(3):504-10. 22. Zeev MSB, Miller DD, Robert Latkany R. Diagnosis of dry eye disease and emerging Technologies. Clin Ophthalmol 2014;8:581-90. 23. Vandewalle G, Schmidt C, Albouy G, Sterpenich V, Darsaud A, Rauchs G, Berken P, Balteau E, Degueldre C, Luxen A, Maquet P, Dijk DJ. Brain Responses to Violet, Blue, and Green Monochromatic Light Exposures in Humans: Prominent Role of Blue Light and the Brainstem. Plos One 2007; 11-e1247. Submetido em: 20-7-2015 Aceito em: 23-3-2016 Sáude em Revista Correlação entre a luz emitida por dispositivos digitais e visão 55