Infecções transmitidas por vetores Profa. Claudia Vitral Infecções transmitidas por vetores vacinação VETORES: Agentes infecciosos artrópodes HOMEM hematófagos (insetos e carrapatos) Controle do vetor DOENÇA Arbovírus (arthropod-born virus) • Termo epidemiológico • Definição: grupo de vírus, genoma RNA, zoonóticos, transmitidos por artrópodes (mosquitos e carrapatos) • Mais de 400 vírus isolados • Cerca de 100 causam doença no homem: febres indiferenciadas, encefalites e febres hemorrágicas • Famílias: Flaviviridae Buniaviridae Arenaviridae Togaviridae Como os arbovírus são mantidos na natureza ? Hospedeiro vertebrado natural Vetor hematófago Vetor hematófago Hospedeiro vertebrado natural Homem como hospedeiro acidental carreia vírus para zona urbana Homem Vetor urbano Vetor urbano urbano Homem Arboviroses emergentes no Brasil Condições ideais para ocorrência de diversas arboviroses Grande extensão territorial Mais 1/3 território recoberto por florestas tropicais ou outros ecossistemas Cidades grandes, populosas, desordenadamente ocupadas e infestadas de Culex e A. aegypti Risco: entrada no país de seres humanos/animais infectados por arbovírus Arboviroses emergentes no Brasil Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência Flaviviridae Encefalite Japonesa (Rocio) Aedes Passaros selvagens 1973/80: 1000 casos encefalite, SP (Vale Ribeira)* West Nile Culex Pássaros selvagens América do Norte Zikavirus Aedes Macacos 21 Estados brasileiros Estima-se 1.500.000 casos/2016** Bunyaviridae Oropouche Aedes, Culex, Culicoides Homem Amazônia, CO* Togaviridae Haemagogus Macacos Manaus* Homem Estima-se 1.500.000 Mayaro Chikungunya Aedes *Casos ocorridos no país *Casos autóctones no Brasil em out/2014 * *Casos autóctones Brasil abr/2015, hoje em toda América casos/2016* Febre Amarela: histórico 1500 Entrada dos vetores no país no período colonial com os navios negreiros: Aedes albopictus (Ásia: tigre asiático) e Aedes aegypti (África) 1900 Identificação do vírus da febre amarela (Construção do Canal do Panamá) 1920 Campanhas de Oswaldo Cruz 1942 Últimos registros de febre amarela urbana no país 1955 Erradicação do Aedes aegypti nas Américas ddt 1976 – Reintrodução do Aedes aegypti nas Américas 1980 – Início das epidemias de dengue http://www.cdc.gov/ncidod/dvbid/dengue Febre amarela: formas epidemiológicas Ciclo silvestre (zoonose) Vertebrado: macacos (macaco sentinela: gen. Allouata) Vetor: mosquitos (gen. Hemagogus) Hospedeiro acidental Ciclo urbano Ausente desde 1942 Aedes aegypti Patogênese e Manifestações Clínicas da Febre Amarela Replicação em monócitos, macrófagos, células endoteliais (= dengue) HEPATOTROPISMO: lesão de hepatócitos (icterícia) Baixa de fatores de coagulação: manifestações hemorrágicas (nasal e gastrointestinal) Vômito negro (perda de sangue pelo estômago) Viremia, infecção disseminada 3-4 dias evolução para sobrevida ou óbito (até 20%) Diagnóstico Laboratorial da Febre Amarela: Importante no controle epidemiológico da doença Isolamento viral em camundongos Inoculação em Ovos embrionados Detecção viral por PCR Imunohistoquímica ELISA para detecção de Anticorpos VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL Até 1999: vigilância exclusiva de casos humanos A partir de 1999: observação de mortes de macacos (TO, GO) seguido do aparecimento da doença na população (eventos sinalizadores de risco de casos humanos de FA silvestre) EPIZOOTIAS: Investigação de surtos de FA em hospedeiros não naturais (bugios, micos) Mortes de macacos/epizootias 2007 = 42 2008 = 229 2009 = >2.000 2010 = 130 Ação: diagnóstico laboratorial (confirmação) e vacinação da população no entorno VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL Locais de risco no país de febre amarela (áreas de matas e rios) Norte/Centro-Oeste: Todos os estados Nordeste: MA, sudoeste PI, oeste/sul BA Sudeste: MG, oeste SP, norte ES Sul: oeste PR, SC, RS Todos os casos de febre amarela no país são considerados como resultado de Febre Amarela Silvestre, mesmo aqueles que envolveram moradores de centros urbanos Vacina contra febre amarela Vírus vivo atenuado (cepa 17D) Confere imunidade por 10 anos Precisa ser tomada 10 dias antes da viagem DENGUE Dengue: doença emergente Doença permaneceu restrita (África e Ásia) até a metade do sec XX Segunda Guerra Mundial: disseminação do vírus (aumento na circulação de pessoas e transporte do mosquito pelo mundo em cargas) 1944 – Isolamento do vírus do dengue (Sabin): doença benigna A partir de 1950: Primeiras epidemias de dengue hemorrágico (DHF ) nas Filipinas e Tailândia. 1981: Epidemias de DHF começam a ocorrer na América Latina e Caribe - reinfestação do mosquito Dengue hoje: áreas de risco DENGUE HOJE: Representa a virose de maior morbidade no mundo Cerca de 3 bilhões de pessoas vivem em risco de contrair a doença nos países onde o dengue é endêmico Anualmente, a doença atinge 50 milhões de pessoas, dos quais 500 mil são hospitalizados, e 25 mil morrem. Brasil: ~1 milhão casos/ano. Desde 2015 já somam quase 2 milhões/ano DENGUE Doença infecciosa aguda febril, de evolução majoritariamente benigna, causada por um dos quatro sorotipos do vírus da dengue 1-4 (Fam Flaviviridade, gen Flavivirus) Os vírus são transmitidos ao homem pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus Infecção assintomática em 50% dos casos DENGUE Cada sorotipo confere imunidade sorotipo específica permanente e contra outros sorotipos por curto período, 2-3 meses (resposta por IgM é inespecífica): FATOR IMPORTANTE QUANDO CIRCULAM DOIS SOROTIPOS DO VÍRUS Todos os sorotipos podem causar doença grave e fatal Variação genética dentro dos sorotipos: Algumas variantes genéticas parecem ser mais virulentas e possuir maior potencial epidêmico: (amostras de DENV 1, DENV 2 e DENV 3 que circulam no país são mais virulentas - origem asiática) Níveis de anticorpos Resposta Imune IgG Vírus Vírus IgM IgM 5-7 dias Infecção Primária Infecção Secundária Transmissão Mosquito vetor (fêmeas): Aedes aegypti (Américas) Aedes albopictus (Äsia) Mosquito doméstico e antropofílico: vive dentro ou ao redor de domicílios Hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano Infestação mais intensa no verão (maior temperatura , aumento das chuvas): 4As (água, abrigo, alimento e acesso = aumento das pragas urbanas no verão) Principais criadouros: grandes e pequenos reservatórios de água limpa Epidemias de dengue: mosquito + pessoas suscetíveis + oportunidade de contato COMBATE CONTÍNUO AOS CRIADOUROS AO LONGO DE TODO O ANO Ovos aderidos próximos a superfície da água (eliminação ou limpeza das paredes dos recipientes) Uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos Ovos distribuídos por diversos criadouros (dispersão da espécie) Resistência dos ovos a dessecação (450 dias) Transporte a grandes distâncias dos ovos: dispersão passiva dos insetos “As condições atuais nas cidades, como a desorganização urbana, a falta de saneamento básico e a coleta de lixo precária, são as principais causas da manutenção do mosquito, tornando sua erradicação hoje quase impossível” Diferenças entre A. aegypti e pernilongo doméstico Culex quinquefaciatus O Aedes é escuro e apresenta marcações brancas nas pernas e no corpo, enquanto o Culex apresenta coloração marrom. O Aedes é muito ágil, se reproduz em água limpa, ataca em plena luz do dia O Culex prefere a madrugada, coloca seus ovos em água suja rica em matéria orgânica e atormenta as noites de sono com seu zumbido. Dengue: Transmissão Infecção do mosquito 1. Mosquito não infectado se alimenta em um hospedeiro virêmico infectado (período febril - até o 6o dia da doença) e ingere sangue contendo vírus 2. Os vírus se replicam em vários tecidos do mosquito, incluindo as glândulas salivares. 3. A transmissão ocorre quando o mosquito, agora infectado, pica outra pessoa Infecção do homem Nos vasos, apos a picada, todas as células são suscetíveis ao vírus O virus vai infectar e se replicar em monócitos, macrófagos, células endoteliais Replicação dos Vírus Dengue (monócitos, macrófagos, linfócitos B, células endoteliais e dendríticas) ENDOCITOSE ssRNA(+) genômico Nucleocapsídeo é liberado no citoplasma ADSORÇÃO Síntese de molde de ssRNA (-) Progênies de ssRNA (+) Helicase + RNA polimerase RNAdependente & Cofatores DESNUDAMENTO Vírus – Célula hospedeira via receptor celular Proteínas Não-estruturais Diminuição do pH ssRNA(+) poliproteína Fusão da membrana do vírus Ptn E sofre mudança conformacional Proteases virais e celulares Proteínas Estruturais TRADUÇÃO Mediada pelo CAP MONTAGEM MORFOGÊNESE VIRAL CITOPLASMA Ocorre no RER do nucleocapsídeo LIBERAÇÃO Via secretora do Complexo de Golgi CITOPLASMA Manifestações do Dengue INFECÇÃO POR DENGUE ASSINTOMÁTICA FEBRE INDIFERENCIADA SINTOMÁTICA SÍNDROME DA FEBRE DO DENGUE COM HEMORRAGIA SEM HEMORRAGIA FEBRE DO DENGUE HEMORRÁGICO SEM CHOQUE SÍNDROME DO CHOQUE POR DENGUE Síndrome do Choque por Dengue Teoria da Infecção sequencial (história passada de infecção pelo DENV) CDC Exacerbação imunológica (produção de grande quantidade viral) Teoria da Virulência da Cepa Variantes de alta virulência: alta capacidade de multiplicação desencadeando um excesso de anticorpos (p.ex. 2009, reaparecimento de DENV-3: muitos casos graves em crianças) Teoria integral - admite os dois fenômenos ocorrendo simultaneamente. Reinfecção pelo mesmo tipo de vírus dengue Infecção pelo DENV-1 com posterior contato com DENV-1 Anticorpos homólogos formam complexos imunes estáveis que ao serem fagocitados por macrófagos não são desfeitos, sendo destruídos Reinfecção por um tipo diferente de vírus dengue Infecção pelo DENV-1 Reinfecção pelo DENV-2 Anticorpos heterólogos formam complexos imunes instáveis que ao serem fagocitados por macrófagos são desfeitos permitindo a infecção destas células pelo vírus Síndrome do choque por dengue Anticorpos heterólogos ajudam o vírus a entrar na sua célula alvo ! Muito vírus Muito anticorpo Destruição maciça macrófagos com de grande liberação de mediadores químicos: tempestade de Acúmulo de complexos imunes e deposição nos vasos quimiocinas Forte reação inflamatória: aumento súbito da permeabilidade vascular, que resulta em perda de plasma, hipovolemia, hemoconcentração, queda de pressão, plaquetopenia = CHOQUE HIPOVOLÊMICO Protocolo de atendimento aos pacientes com suspeita de dengue A apresentação típica da dengue inclui a presença de febre há menos de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: Cefaléia Dor retro-orbitária Mialgia Artralgia Prostração Exantema (com ou sem prurido) Náuseas ou vômitos Etapas do atendimento: Pesquisar situações que aumentam o risco de evolução desfavorável Gestantes, crianças, idosos, comorbidades com potencial de descompensação clínica Ficar atento ao diagnóstico diferencial (história epidemiológica, doenças exantemáticas da infância e situação vacinal): Zika, chikungunya, gripe, malária, febre amarela, febre maculosa, leptospirose, rubéola, e sarampo Etapas do atendimento: Pesquisar sinais e sintomas de alarme durante anamnese e exame físico Dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; sangramento de mucosas; sonolência ou irritabilidade; hipotermia; plaquetas abaixo de 50.000/mm3; elevação repentina de hematócrito acima de 10% do valor basal Pesquisar sinais de choque durante exame físico Hipotensão arterial; extremidades frias, cianose; pulso rápido; Etapas do atendimento: Medir: Realizar prova do laço pressão arterial; freqüência do pulso; temperatura axilar; peso corporal. Petéquias: reação de aumento de permeabilidade vascular Etapas do atendimento: Se indicado, coletar sangue para diagnóstico laboratorial Hemograma (classificação clínica B/C/D), plaquetas Sorologia, teste rápido (NS1) Acompanhamento do paciente a cada 24h/48h: hemograma diário (o choque é irreversível) Níveis de anticorpos Diagnóstico laboratorial IgG Vírus Vírus IgM IgM 1-5 dias 6-21 dias Infecção Primária PTN NS1: 1-9 dias Infecção Secundária Diagnóstico Laboratorial do Dengue 1-5 dias após início dos sintomas (fase aguda): Isolamento viral em cultura de células Detecção do ácido nucleico viral Detecção de NS1 6-21 dias após início dos sintomas (fase convalescente): Detecção de anticorpos: IgM (infecção primária) e titulação de IgG (infecção secundária - risco de DH) Ideal: teste precoce de NS1 (confirma se é dengue) e testes complementares para IgM e IgG (infecção primária ou secundária) Classificação da gravidade da dengue: Paracetamol e/ou dipirona; repouso e hidratação oral, retorno na melhora da febre ou a qualquer sinal de alarme. Hemograma e contagem de plaquetas (mesmo dia); hidratação durante a espera; do resultado Internação (emergência – 24h), hidratação parenteral; monitoramento Internação UTI; hidratação parenteral; monitoramento Etapas do atendimento: Pesquisar sinais e sintomas de alarme durante anamnese e exame físico Dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; sangramento de mucosas; sonolência ou irritabilidade; hipotermia; plaquetas abaixo de 50.000/mm3; elevação repentina de hematócrito acima de 10% do valor basal Pesquisar sinais de choque durante exame físico Hipotensão arterial; extremidades frias, cianose; pulso rápido; TRATAMENTO Tratamento sintomático Reposição hidroeletrolítica (oral ou venosa) + Medida da + Controle da + Transfusão de plaquetas ou hidratação pressão arterial sangue total Proibido o uso de salicilatos Dengue Medidas de prevenção Wolbachia pipientis Bactéria intracelular, presente em mais de 70% de todos os insetos Pesquisadores da Universidade de Melbourne, Austrália, demonstraram a sua capacidade de impedir a multiplicação do vírus da dengue. Ovos de A. aegypti foram infectados artificialmente pela Wolbachia Uma colônia brasileira de A aegypti com Wolbachia está sendo gerada na Fiocruz e atualmente submetida a testes de campo (bairro de Tubiacanga, Ilha do Governador) visando substituir a população de mosquitos Aedes do local Mosquito transgênico (Oxitec) Desenvolvimento de mosquitos machos de A. aegypti GM que não chegam a fase adulta Ovos de Aedes aegypti são transfectados com dois genes São liberados 800.000 mosquitos GM semanalmente em dois bairros de Piracicaba para acasalar com fêmeas selvagens. Mosquito transgênico (Oxitec) Quando libertados, esses mosquitos GM cruzam com fêmeas que geram mosquitos com essa característica (não chegam a fase adulta) Os mosquitos da nova geração também herdam um gene que torna mais simples o monitoramento das larvas no laboratório. Elas ficam fluorescentes sob uma luz específica. A coleta dos ovos nas armadilhas espalhadas estrategicamente pelo bairro mostra que 60% dos mosquitos Aedes aegypti presentes na área de soltura já são geneticamente modificados. Isso significa que não vão sobreviver até a fase adulta, quando transmitem a doença. Vacina de Dengue – Aprovada pela ANVISA em 12/2015 Sanofi-Pasteur Eficácia global de 65,6%, tipo 1 58%, tipo 2 47%, tipo 3 74% e tipo 4 83%. Introdução dos Vírus Dengue no Brasil 160 DENV-1 140 DENV-2 DENV-3 120 100 80 60 40 20 0 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J Rio de Janeiro 1986 - DENV-1 1990 – DENV-2 2000 – DENV-3* 2009 – DENV-2 + DENV-3 2010 – DENV-1, DENV-2, DENV-3 2011 – entrada do DENV-4 Casos prováveis de dengue por semana epidemiológica, 2014-2016 Em 2015, foram registrados 1.649.008 casos prováveis de dengue (62,2% região SE) até a semana epidemiológica (SE) 52 (04/01/2015 a 02/01/2016) http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/13/Boletim-Dengue-SE09-2015.final.pdf 2015: Crise hídrica - população das regiões atingidas pela estiagem acaba estocando água de forma inadequada. 2016 – Chuvas aumentaram a população de mosquitos Dengue + Zika + Chikugunya Comparativo de casos prováveis de dengue entre 2015 e 2016 até a semana epidemiológica 5 por região ...” e em outubro de 2014...” Chegada de novos arbovírus! Alerta: Chikungunya no Brasil Primeiros casos autóctones no país em outubro/2014: Feira de Santana (Bahia) e Oiapoque (Amapá) Distribuição dos casos importados e dos casos autóctones de febre de chikungunya, por município e Unidade da Federação de residência, Brasil, 2014 e 2015 Casos autóctones suspeitos: 2014: 3.667 casos em 8 municípios 2015: 20.661 casos em 92 municípios (14 Unidades de Federação) ALERTA: Febre chikungunya tem rápida expansão na América Latina e preocupa Ministério da Saúde De acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de casos de chikungunya nas Américas passou de 111 em janeiro de 2014 para 1,16 milhão em janeiro de 2016, com 172 óbitos. O impressionante avanço tem como principais causas a inexistência de uma vacina e a baixa imunidade da população do continente contra o vírus causador da doença. Os países da América Central e do Caribe foram os mais atingidos pela chikungunya nestes doze meses A República Dominicana, com 539 mil casos, lidera a lista, seguida por El Salvador (135 mil casos), Guadalupe (81 mil), Martinica (72 mil) e Haiti (64 mil). Chikungunya: distribuição mundial A doença ocorre em quase 40 países da África, Ásia, Europa e Américas. O que é a febre Chikungunya ? Causada por um arbovírus da família da família Togaviridae gênero Alfavirus Febre transmitida por mosquitos do gênero Aedes, presente em todo o Brasil. Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África, entre 1952 e 1953. Febre Chikungunya Quais são os sintomas? Sintomas parecidos com os da dengue, embora mais intensos Fase aguda ou febril: febre alta de início súbito e dor intensa nas articulações* (poliartralgia), acompanhada de fadiga, dores musculares e na cabeça. Duração: até 10 dias. Letalidade é rara. Infecção garante imunidade pelo resto da vida. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas. *Articulações mais afetadas: falanges, tornozelos, pulsos, joelhos, ombros e coluna Entretanto... A Infecção pode levar a dor articular crônica Dores articulares prolongadas: 3 meses (80%) até o resto da vida (42% artralgia crônica). Dor crônica é resultado de autoanticorpos, em processo autoimune Chikungunya: diagnóstico Sintomas semelhantes aos da Dengue e Zikavirus: necessidade de Diagnóstico diferencial Vigilância epidemiológica RT-PCR ELISA: IgM x IgG E em abril de 2015... ... confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país. No final de 2015 a autoctonia já havia sido confirmada em 19* Unidades de Federação *Hoje são 22 Unidades de Federação – 6 a mais do que Chikungunya Zikavirus 2 variantes: asiática (Brasil) africana Zikavírus Transmissão Vetor: Aedes ● Já foi identificada evidência de transmissão perinatal do vírus Zika durante um surto na polinésia francesa em final de 2013 e início de 2014 ● Transfusão sanguínea (incluindo transmissão ocupacional) ● Transmissão sexual A febre do Zika vírus Doença febril aguda autolimitada, grande parte das infecções assintomáticas, período de incubação 4 dias (3 a 12) SINTOMAS: - Exantema maculopapular pruriginoso - Febre branda - Hiperemia conjuntival não purulenta - Fotofobia - Artralgia com edema, mialgia e dor de cabeça - Linfadenopatia A história do Zika vírus O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir do soro de um macaco rhesus usado como sentinela para febre amarela na Floresta Zika em Uganda, na África (DICK, 1952; DICK et al., 1952) Casos humanos de infecção por ZIKV foram descritos 20 anos depois na Nigéria (década de 1960) e, em seguida, no sudeste da Ásia. Atualmente a doença é endêmica a leste e oeste do continente Africano em em algumas áres do sudeste Asiático. A partir de 2007 surgiram os primeiros casos fora da África Transmissão autóctone: África, Ásia e Oceania. América do Sul Casos importados: Ilha de Páscoa, Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália Diagnóstico Não há diagnóstico sorológico ELISA para Acs dá reação cruzada com Dengue Semelhanças filogenéticas e estruturais RT- PCR (amplificação do RNA viral) PCR em tempo Real Laboratórios de Referência Amostra clínica: sangue (até 4º dia sintomas) Imunidade é permanente – só temos Zika uma vez! .... Em agosto de 2015 a infecção pelo ZIKV mostrou outras possibilidades de evolução...” Associação com microcefalia Semana epidemiológica 3/2016 – 4.180 casos (80% NE) (147 casos em 2014) Associação com síndrome de Guillain-Barré