ÁLVARO SIQUEIRA DA SILVA AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DOS SINTOMAS DE REFLUXO E DA ESCALA DE ACHADOS ENDOLARÍNGEOS NO PÓS TRATAMENTO EM INDIVÍDUOS COM REFLUXO LARINGOFARÍNGEO Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Doutor em Pesquisa em Cirurgia SÃO PAULO 2015 ÁLVARO SIQUEIRA DA SILVA AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DOS SINTOMAS DE REFLUXO E DA ESCALA DE ACHADOS ENDOLARÍNGEOS NO PÓS TRATAMENTO EM INDIVÍDUOS COM REFLUXO LARINGOFARÍNGEO Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Doutor em Pesquisa em Cirurgia Área de Concentração: Reinserção Social Orientador: Prof. Dr. André de Campos Duprat SÃO PAULO 2015 FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Silva, Álvaro Siqueira da Avaliação do índice dos sintomas de refluxo e da escala de achados endolaríngeos no pós tratamento em indivíduos com refluxo laringofaríngeo./ Álvaro Siqueira da Silva. São Paulo, 2015. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Pesquisa em Cirurgia. Área de Concentração: Reinserção Social Orientador: André de Campos Duprat 1. Refluxo laringofaríngeo/terapia 2. Refluxo laringofaríngeo/ diagnóstico 3. Escalas 4. Seguimentos 5. Inibidores da bomba de prótons 6. Resultado do tratamento BC-FCMSCSP/26-15 Dedico esta Tese aos meus amados pais Alvanir e Vanilda, meus irmãos Alvanir Filho e Alvacir, minha mãe de coração Alzenir, meus irmãos de convivência Cristina, Daniela e Pedro, sobrinhos e cunhados e em especial a minha fiel amiga, irmã Súnia Ribeiro. “Nada é para sempre, nem mesmo os problemas.” Charlie Chaplin “Um dia a tristeza vai embora, aprendemos a sorrir novamente, fazemos novas amizades e vemos que todo aquele sofrimento do passado, não valeu tanto a pena.” Ayrton Senna “Não posso desfazer a história e tão pouco apagar os erros. A única coisa possível é continuar apontando o lápis para escrever o restante que ainda falta.” Ita Portugual AGRADECIMENTOS Ao Programa de Pós-Graduação de Pesquisa em Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo pela oportunidade de alcançar mais um passo rumo à carreira acadêmica. Ao Prof. Dr. André de Campos Duprat, Professor Instrutor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, que exerceu em sua plenitude o exercício da orientação da minha Tese, que mostrou muito além de um docente, revelando-se humano e sempre com o discurso de apoio e incentivo. Minha eterna gratidão. À Prof. Dra. Claudia Alessandra Eckley, Médica Segundo Assistente do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo, que foi a minha anfitriã, abriu as portas para à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e também responsável pelo direcionamento do tema escolhido. Às Mestrandas Andressa do Prado Almeida e Taciane Brinca Saliture, pelo convívio harmonioso e compartilhamento de conhecimento. Foram essenciais no andamento do trabalho. Aos Professores do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Dr. Marco Antônio dos Anjos Corvo, Dra. Sandra Dória Xavier, Dra. Mônica Alcântara de Oliveira Santos, Dra. Melissa Vieira Vianna, Dr. Carlos Augusto Correia de Campos, agradeço pelos ensinamentos. Ao Prof. Livre Docente João Bosco Lopes Botelho da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, pelo homem honrado, amigo e que acompanhou toda a minha trajetória desde a entrada na Residência Médica de Otorrinolaringologia, Mestrado até os dias atuais. Meu eterno Chefe. À Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial da Fundação Hospital Adriano Jorge / Universidade do Estado do Amazonas – UEA, Prof. Msc. Súnia Ribeiro, minha amiga e fiel escudeira. Aos Médicos dos Serviços de Gastroenterologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro de Motilidade Digestiva do Amazonas / Manaus-AM, em especial a Dra. Daniele Nahmias pela realização dos exames complementares. Aos funcionários do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, à Srta. Telma Vieira Arlindo e Sra. Maria Zélia Cirino Vieira, pela prontidão de sempre. Aos secretários do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em especial ao Sr. Daniel Gomes, Sra Sônia Regina Alves e Sra. Daniella Rossette, pela paciência e presteza. À Erika Tiemi Fukunaga, Estatística da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, pela análise estatística realizada e pelo apoio incondicional presencial e via correio eletrônico. À CAPES pelo apoio financeiro ao presente estudo. Aos Pacientes que aceitaram livremente participar da pesquisa. À Dra. Ana Maria Marques, pela brilhante atuação profissional e exercício ético da Medicina. Aos amigos Dr. Rodrigo Barroso, Sr. Fábio Rodrigo e Dr. Diego Toledo que me acolheram em seus lares, durante as incontáveis vezes que fui a São PauloSP. Ao amigo Dr. Sérgio Ferreira pela orientação técnica da língua inglesa. À minha irmã Sra. Daniela Freire Azevedo, além da sua lealdade, pelo apoio técnico ininterrupto da área da informática. Ao meu pai Alvanir Carolino da Silva, meu “braço direito”, pelo apoio logístico e emocional. Meu eterno amor. A todos, o meu muito obrigado. ABREVIATURAS E SÍMBOLOS AOS.......... Apneia obstrutiva do sono DRGE....... Doença do refluxo gastroesofágico DVD........... Disco digital de vídeo EAER......... Escala de achados endolaríngeos de refluxo EDA........... Endoscopia digestiva alta EEI............. Esfíncter esofagiano inferior EES............ Esfíncter esofagiano superior EGF............ Epidermal growth fator ESE............ Escala de Sonolência de Epworth EST............ Limiar de detecção sensorial da laringe FSSG......... Escala de frequência para os sintomas da DRGE IAH............. Índice de apneia e hipopneia IBP.............. Inibidor de bomba de prótons IMC............. Índice de massa corpórea ISCMSP...... Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo LAR............ Reflexo do músculo adutor da laringe ISR.............. Índice Sintomas de Refluxo LPR-QVRS.. Refluxo Laringofaríngeo - Qualidade de vida relacionada à saúde MII................ Impedância multicanal intraluminal PVOS........... Pediatric voice outcome survey RAI............... Reflux Area Index RFS.............. Reflux Finding Score RLF.............. Refluxo laringofaríngeo ROC............. Receiver operating characteristic RSI............... Reflux Symptom Index SAOS........... Síndrome da apneia obstrutiva do sono SCL-90-R...... Symptom Checklist-90-Revised TCLE............ Termo de consentimento livre e esclarecido TV................. Televisão UEA.............. Universidade do Estado do Amazonas USP.............. Universidade de São Paulo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 1.1 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 5 2 OBJETIVO....................................................................................................................... 22 3 CASUÍSTICA E MÉTODO ............................................................................................ 24 3.1 CASUÍSTICA ................................................................................................... 25 3.2 MÉTODO ......................................................................................................... 26 4 RESULTADOS ............................................................................................................... 30 5 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 38 6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 45 7 ANEXOS .......................................................................................................................... 47 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 57 FONTES CONSULTADAS .................................................................................................. 62 RESUMO................................................................................................................................. 63 ABSTRACT ............................................................................................................................ 64 APÊNDICES ........................................................................................................................... 65 1 INTRODUÇÃO 2 INTRODUÇÃO A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma afecção crônica caracterizada pelo fluxo retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, causando um espectro variado de sintomas e sinais esofageanos ou extraesofageanos associados ou não as lesões teciduais (Moraes-Filho et al, 2002; Gupta, Sataloff, 2009). A DRGE é a doença mais prevalente do trato digestório da atualidade, sendo que os sintomas associados como manifestação típica, como pirose e epigastralgia são encontrados em 3 a 6 % dos indivíduos da população em geral. Estima-se que a prevalência da DRGE em sua forma clássica, no nosso país, seja de aproximadamente 12% (Moraes-Filho et al, 2005; Joniau et al, 2007). Koufman et al (1996) descreveram como manifestação atípica da DRGE, o refluxo laringofaríngeo (RLF), que consiste no fluxo retrógrado do conteúdo gástrico para o esôfago, laringe e faringe, causando lesão tissular dessas regiões e sintomas como odinofagia, globus faríngeo, pigarro, disfonia, tosse seca e crise de laringoespasmo, sendo estas consideradas como manifestações extraesofágicas da DRGE (Koufman et al, 2001; Moraes-Filho et al 2002; Eckley, Costa, 2006; Groome et al 2007). Apesar dos avanços no conhecimento da fisiopatologia e terapêutica do RLF, ainda são muitas as controvérsias quanto ao seu diagnóstico e seguimento (Ali, 2008; Gupta, Sataloff, 2009; Hammer, 2009). A DRGE e o RLF possuem manifestações clínicas distintas e os testes diagnósticos voltados para a região gastroesofágica nem sempre servem para o RLF, que depende de sinais e sintomas subjetivos no seguimento laringofaríngeo (Koufman et al, 1996; Belafsky et al, 2001; Belafsky et al, 2002; Hammer, 2009). 3 Questionários aplicados para diagnóstico de DRGE foram desenvolvidos de acordo com a gravidade dos sinais e sintomas e a resposta ao tratamento com inibidores de bombas de prótons (IBP). Contudo, os mesmos não contemplaram os achados encontrados no RLF, não sendo um instrumento válido aos otorrinolaringologistas (Moraes-Filho et al 2002). O RLF é uma condição prevalente, com sinais e sintomas inespecíficos. Portanto há necessidade de instrumentos clínicos que possam diagnosticar indivíduos e monitorar os resultados do tratamento. Belafsky et al (2001 e 2002) propuseram os questionários de Reflux Finding Score (RFS) e Reflux Symptons Index (RSI), respectivamente, como instrumentos diagnóstico e prognóstico da doença do RLF. Alguns autores demonstraram que um paciente com pontuação maior que sete tem probabilidade de 95% de apresentar refluxo proximal ao exame de pH-metria esofágica de 24 horas com duplo sensor (Ali M, 2008). Porém estudos de outros autores utilizando a mesma pontuação do RFS não foram capazes de reproduzir a mesma sensibilidade para este método (Khan et al, 2006; Messallam et al, 2007). Outros estudos, porém, reforçaram restrições e dificuldades do diagnóstico utilizando o RSI e o RFS, quando há histórico de rinossinusites crônicas, tabagismo e/ou etilismo. Essas situações podem mimetizar sintomas e achados endolaríngeos causados pelo RLF, podendo comprometer a avaliação do diagnóstico e tratamento através desses escores (Eckley, Costa, 2006; Park et al, 2006; Chung et al, 2009). A endoscopia digestiva alta (EDA) é uma opção diagnóstica que pode demonstrar as consequências do refluxo, além da localização precisa da junção escamocolunar, a presença ou ausência de hérnia hiatal, erosões e ulcerações podem ser observadas. A EDA não deve ser utilizada como único método diagnóstico no RLF, 4 contudo a pH-metria pode não ser necessária se houver comprovação da esofagite, associadas ou não aos sintomas clássicos da DRGE, observada em aproximadamente 20 a 30% destes pacientes com RLF (Toros et al, 2009). Quanto ao tratamento do RLF, a utilização de medicamentos antiácidos é consagrada na literatura, assim como a dieta e a modificação de hábitos. Dentre os antiácidos, os inibidores de bomba de prótons (IBP) destacam-se. São utilizadas doses que variam de 20 a 80 miligramas por dia. Não há consenso se o IBP deve ser utilizado uma ou duas vezes ao dia, sendo a dose dupla diária utilizada por alguns autores, somente nos casos resistentes. Os estudos mostraram que os achados endolaríngeos de refluxo iniciaram a melhora em média dois meses após início da dose terapêutica, associada à dieta e correção de hábitos (Lam et al, 2006; Mahieu, 2007; Reichel et al, 2008). Pesquisas posteriores foram realizadas para testar a sensibilidade, aplicabilidade e reprodutibilidade do RSI e RFS em outros idiomas (Schindler et al, 2010; Printza et al, 2011; Farahat et al, 2012) e também verificar a relação entre a presença e intensidade do RLF, sintomas e alterações endolaríngeas. As conclusões mostraram que houve relação entre sintomas e as alterações laríngeas com o RLF. Prado et al (2013) traduziram para o português brasileiro, realizaram adaptações culturais e testaram a confiabilidade do Reflux Finding Score (RFS) o qual pontua sinais inflamatórios laríngeos por meio de achados videolaringoscópicos, de forma a diminuir a subjetividade do diagnóstico. Este escore traduzido passou a ser chamado de Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo (EAER). Saliture (2015) traduziu para o português brasileiro e fez adaptação cultural do Reflux Symptons Index (RSI). Este questionário traduzido passou a ser chamado de Índice de Sintomas de Refluxo (ISR). 5 Devido às controvérsias e dificuldades quanto à abordagem dos sinais e sintomas do refluxo laringofaríngeo, faz-se necessário avaliar a aplicabilidade dos escores traduzidos e adaptados para o português brasileiro: Índice de Sintomas de Refluxo e Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo, com o objetivo de saber se são bons instrumentos para seguimento pós-tratamento da doença do refluxo laringofaríngeo. 1.1 REVISÃO DE LITERATURA Kouffman (1991) realizou estudo em humanos e animais, para determinar a incidência de DRGE manifesta e oculta em pacientes com doenças otorrinolaringológicas. O estudo com animais consistiu em experimentos para avaliar os potenciais efeitos nocivos ácidos na laringe. Duzentos e vinte e cinco pacientes consecutivos com doenças otorrinolaringológicas com suspeita de DRGE, avaliados entre 1985 e 1988, foram relatados. Monitorização ambulatorial intra-esofágica de pH de 24 horas foi realizada em 197 indivíduos; destes, 81% foram submetidos a monitorização do pH por sonda dupla, com a segunda colocada na hipofaringe, na entrada da laringe. Setenta por cento dos pacientes também foram submetidos a esofagografia com bário por videofluoroscopia. A população de doentes foi dividida em sete subgrupos de diagnóstico: Carcinoma da laringe (n = 31), carcinoma da laringe e estenose traqueal (n = 33), laringite por refluxo (n = 61), globus faríngeo (n = 27), disfagia (n = 25), tosse crônica (n = 30) e um grupo de desordens com diversos achados endolaríngeos (n = 18). Os sintomas mais comuns relatados foram rouquidão (71%), tosse (51%), globus (47%) e pigarro (42%). Apenas 43% dos pacientes apresentaram sintomas gastrointestinais (azia ou regurgitação ácida). Assim, por sintomatologia tradicional, a DRGE foi oculta ou silenciosa na maioria da população do estudo. Vinte 6 e oito pacientes (12%) recusaram-se ou não toleraram o monitoramento do pH. Dos pacientes submetidos a pH-metria de diagnóstico, 62% tiveram pH-metria esofágica anormal e 30% apresentaram refluxo para a faringe. Os resultados da vigilância de pH de diagnóstico para cada um dos subgrupos foram (percentagem com estudos anormais): Carcinoma (71%), estenose (78%), laringite de refluxo (60%), globus (58%), disfagia (45% ), tosse crônica (52%), e outros (13%). O maior rendimento de refluxo faríngeo anormal estava no grupo carcinoma e no grupo estenose (58% e 56%, respectivamente). Em comparação, o estudo contrastado do esôfago diagnóstico com videofluoroscopia foi muitas vezes negativa. Os resultados foram os seguintes: esofagite (18%), refluxo (9%), dismotilidade esofágica (12%) e estenose (3%). Todos os pacientes do estudo foram tratados com terapia anti-refluxo. O seguimento foi realizado em 68% dos pacientes no período médio de acompanhamento de 11,6 a 12,7 meses. Belafsky et al (2001) propuseram o escore de refluxo ou reflux finding score (RFS) que foi baseado em oito achados endolaríngeos observados durante a laringoscopia: edema subglótico, obliteração ventricular, eritema/hiperemia, edema das pregas vocais, edema laríngeo difuso, hipertrofia de comissura posterior, granuloma e muco endolaríngeo espesso. Foi realizada uma graduação para cada sintoma e a soma dos pontos variou de uma escala de zero (exame normal) até 26 (máximo de pontos). A soma dos pontos maior do que sete foi considerada anormal. Este estudo teve o objetivo de validar e avaliar a reprodutibilidade do RFS, onde 40 pacientes com diagnóstico confirmado por pH-metria de 24 horas, foram submetidos a videolaringoscopia com documentação antes do tratamento e com dois, quatro e seis meses após uso de IBP. A aplicação do RFS foi realizada nas visitas anteriormente citadas, em duas situações distintas pelo mesmo observador e logo após por outro 7 observador. Houve eficácia no diagnóstico de RLF através do RFS, demonstrando uma excelente reprodutibilidade intra e inter examinador. Belafsky et al (2002) desenvolveram o índice o reflux symptom index (RSI), um teste rápido que pode ser realizado em menos de um minuto. Este teste levou em consideração nove itens, graduados numa escala que variou de zero a cinco pontos, perfazendo um total de 45 pontos. Os sintomas avaliados foram: rouquidão, pigarro, excesso de muco na garganta ou secreção escorrendo do nariz para garganta, dificuldade para engolir comida, líquido ou comprimido, tosse após comer ou após deitar-se, dificuldades respiratórias ou engasgos, tosse irritativa, sensação de algo preso na garganta e dor no peito, indigestão e acidez estomacal subindo para garganta. Os autores utilizaram 25 pacientes com diagnóstico clínico confirmado pela monitorização através da pH-metria de 24 horas duplo canal e concluíram que após aplicação do RSI, o resultado sugestivo de RLF foi a soma maior que 13 pontos. Marambaia et al (2002) realizaram estudo em sessenta e um indivíduos com o objetivo de correlacionar achados clínicos e laringoscópicos precoces sugestivos de RLF com os resultados da pH-metria de 24 horas. Os sintomas mais encontrados foram disfonia (72,5%), pigarro (60,8%), tosse (29,4%), globus (23,5%), sialorreia (19,6%) e houve também associação de dois ou mais sintomas. Refluxo patológico foi evidenciado na pH-metria em 83,6% dos indivíduos. Concluíram que houve uma correlação importante entre história clínica e endoscopia laríngea com achados da pHmetria de 24 horas. Moraes-Filho et al (2002); Mohammed et al (2002) após revisão de literatura foram concordantes em afirmar que não há consenso no diagnóstico e tratamento do RLF e que os achados clínicos e tratamento empírico são insuficientes para abordagem desta doença, explicitando a necessidade de novos estudos para o entendimento da fisiopatologia, evolução e acompanhamento da doença. 8 Eckley et al (2004) realizaram um estudo cujo objetivo foi determinar a concentração salivar de epidermal growth factor (EGF) em indivíduos com RLF. Foram avaliados 26 pacientes com RLF e 20 controles normais. Os pacientes com RLF foram estratificados de acordo com critérios endoscópicos e laringoscópicos. A concentração salivar de EGF foi significativamente menor no grupo com RLF quando comparados com os controles (p = 0,002). Não houve correlação entre a gravidade dos achados da laringe ou esofagite e concentração salivar de EGF. Concluíram que há uma deficiência de EGF em pacientes com RLF. Hill et al (2004) analisaram um subdomínio (hipertrofia de comissura posterior) do escore RFS para RLF antes e pós tratamento com IBP. Selecionaram 17 indivíduos que foram acompanhados por 20 meses, por exames documentados e analisados as cegas por cinco otorrrinolaringologistas experientes através do escore RFS. Foi testada a confiabilidade teste e reteste, intra e inter examinadores, bem como teste t-pareado. Concluíram que não houve diferença estatística entre os escores pré e pós tratamento no subdomínio (hipertrofia de comissura posterior) em longo prazo de tratamento. Portanto, a hipertrofia de comissura posterior isoladamente não mostrou-se como um achado confiável para diagnóstico de RLF. Park et al (2006) avaliaram o diagnóstico de RLF em indivíduos com globus faríngeo. Analisaram 57 indivíduos com globus faríngeo, por meio da monitorização da pH-metria de 24h com duplo sensor, os escores para diagnóstico de RLF (RFS e RSI) e através de uma escala psicológica, chamada de Sympton Checklist-90-Revised (SCL90-R). Foram selecionados dois grupos com sintomas de globus faríngeo: grupo de estudo com 41 indivíduos com pH-metria positiva (pH<4 no sensor proximal) para RLF e 16 indivíduos controle (pH-metria negativa para RLF). Houve uma comparação entre dois grupos, utilizando os três testes. Observaram que o RFS foi positivo em 46 (80,7%) e negativo em 11 (19,3%), com sensibilidade e especificidade de 87,8% e 37,5%, 9 respectivamente. Houve diferença no RFS entre os grupos, porém sem significância estatística (p=0,057). Quarenta e quatro indivíduos foram positivos para o RSI e 13 negativos. A sensibilidade e especificidade do RSI foram de 75,6% e 18,8%, respectivamente. O RSI revelou-se com valores inferiores em comparação com o RFS e também não houve diferença com significância estatística entre os grupos (p=0,74). A sensibilidade e especificidade do SCL-90-R foi de 90,2% e 31,3%, respectivamente, também não havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos. Comparando o RFS positivo com RSI positivo e RSI positivo com SCL-90-R negativa, observou-se que não houve significância estatística entre esses testes nos dois grupos, porém ocorreu diferença estatisticamente significante quando comparou o RFS e SCL90-R negativa. Concluíram que o RFS e RSI não têm valor diagnóstico quando usados isoladamente e que os indivíduos podem ter sintomas psicológicos não relacionados com RLF. Mahieu, Smit (2006) realizaram uma revisão bibliográfica para discutir as evidências clínicas sugestivas de RLF e seu manejo. Concluíram que o diagnóstico geralmente é baseado em uma combinação de sinais e sintomas. Destacaram que tais achados também podem estar relacionados com outras causas que RLF e que a pHmetria 24 h não exclui o diagnóstico devido à baixa especificidade e sensibilidade. Quanto ao tratamento, deve consistir de altas doses de medicamentos inibidores da bomba de prótons duas vezes por dia, mas que a resposta negativa a esta droga também não exclui a RLF, pois a mesma só atua no componente ácido do refluxo. Kelchner et al (2007) realizaram estudo com método onde dois fonoaudiólogos e dois otorrinolaringologistas usaram o RFS para avaliar de forma independente vídeos de exames endoscópicos para 30 participantes assintomáticos de refluxo. Treze (43%) receberam uma pontuação total maior que sete, indicativo de RLF, pelo menos por um avaliador. Coeficientes de correlação inter examinadores mostraram desacordo nos 10 escores totais fornecidos pelos otorrinolaringologistas e por todos os avaliadores combinados. Um otorrinolaringologista e os dois fonoaudiólogos demonstraram boa concordância entre os escores totais. O nível de concordância entre avaliadores, a respeito da presença e da gravidade dos achados físicos, atribuídos ao RLF entre otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, diferiram. Os resultados confirmaram a necessidade do consenso entre os profissionais sobre as características de achados físicos associados com RLF, além da compreensão de variantes normais e uma maior ênfase na confiabilidade dos achados físicos. Iglesia et al (2007), partindo da premissa de que outros autores descreveram a inespecificidade dos sinais e sintomas do RLF e a relação entre eles, elaboraram trabalho com objetivo de determinar a correlação entre o RFS e RSI como protocolo da valorização fibroendoscópica. Foram inseridos 34 pacientes sem história prévia de doenças laríngeas. Observaram uma correlação estatisticamente significante entre RFS e RSI, especialmente quando os resultados do RFS foram maiores que sete. Os autores deste estudo sustentaram que devido à dificuldade assistencial da utilização da pH-metria de 24 horas, o diagnóstico através da aplicação do RFS e RSI justificaria o tratamento farmacológico empírico. Joniau et al (2007) fizeram uma revisão sistemática da literatura para investigar e comparar a prevalência eventos de refluxo faríngeo em controles normais e pacientes com laringite de refluxo diagnosticada clinicamente. Utilizaram todos os estudos prospectivos sobre os resultados das pH-metrias 24 horas com duplo canal com o monitoramento do pH em controles normais e em pacientes com sintomas e ou sinais de laringite de refluxo. Onze estudos relevantes sobre 192 controles normais e 13 estudos sobre 512 pacientes com laringite de refluxo foram identificados. Um ou mais eventos de refluxo faríngeo foram detectados em 51 controles normais e em 154 de 422 doentes. Não houve diferença significativa na prevalência de eventos faríngeos 11 entre controles normais e pacientes com laringite de refluxo. Além disso, a prevalência de eventos de refluxo faríngeo em pacientes com laringite de refluxo é muito menor do que o registrado em comentários anteriores sobre este assunto. Concluíram que não houve diferença significativa entre a prevalência de eventos de refluxo faríngeo em pacientes com laringite de refluxo e controles saudáveis. Mesallam et al (2007) avaliaram a correlação do RSI e RFS para determinar os sinais sintomas de laringite por refluxo. Analisaram 40 indivíduos selecionados aleatoriamente e submetidos à videolaringoestroboscopia, interpretadas posteriormente por 6 examinadores em duas ocasiões diferentes para avaliar confiabilidade inter e intra examinador. Comparando os escores totais e os parâmetros individuais de cada subdomínio. O RFS variou de zero a 20 e o RSI de 14 a 38. Houve alta concordância entre os escores e os avaliadores demonstrando alta confiabilidade intra e inter examinador para RFS. Além disso, o RSI e RFS foram altamente correlacionados em determinadas situações: como por exemplo; disfonia com edema de pregas vocais e da laringe e o pigarro correlacionado com muco espesso. Concluíram que houve uma correlação altamente significativa entre RFS e RSI. Reichel et al (2008) realizaram estudo prospectivo, duplo-cego, randomizado em 62 indivíduos com RFS maior do que sete e RSI maior do que 13, tratados com inibidor da bomba de prótons (esomeprazol 20 mg), dose dupla diária e comparados com os que receberam placebo por três meses. O RFS e RSI foram repetidos seis semanas e três meses após uso da droga. Houve redução estatisticamente significante dos valores totais dos escores propostos, comparados ao grupo que utilizou placebo, em destaque para pronunciada hipertrofia da comissura posterior. Simons et al (2008) realizaram estudo retrospectivo em 36 crianças com disfonia e tosse. Foram aplicados questionários de Pediatric Voice Outcome Survey (PVOS), escores RSI e RFS para diagnóstico de RLF e biópsia esofágica pela EDA. PVOS e 12 RSI foram respondidos pelos pais. Observaram que os questionários PVOS e RSI apresentaram uma boa consistência interna dos subdomínios do instrumento e que o RFS exibiu boa reprodutibilidade intra examinador e moderada inter examinador. Os questionários PVOS e RSI tiveram correlação significante, enquanto não houve correlação do RFS com nenhum outro item avaliado. Concluíram que o RSI pode ser um bom instrumento utilizado em conjunto com PVOS em crianças com queixa de voz, enquanto que o RFS pode ser considerado em crianças, mas sua validação não pode ser demonstrada nesta população pediátrica. Reichel (2008) sugeriu o Reflux Area Index (RAI) com valor de 4 a 5, referente ao cálculo do número e duração dos eventos proximais de refluxo. RAI com valor cinco pode aumentar a sensibilidade da monitorização da pH-metria no sensor proximal para o RLF. Toros et al (2009) investigaram a prevalência da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) em 45 pacientes com sintomas laringofaríngeos, a relação entre refluxo laringo-faríngeo (RLF) com infecção pelo Helicobacter Pylori (H. Pylori) e a resposta ao tratamento com inibidores da bomba de prótons. Quarenta e cinco pacientes com suspeita de DRGE e com sintomas (dor de garganta, queimação na garganta, pigarro, sensação de globus, tosse, halitose, disfonia, disfagia, gotejamento pós-nasal, fadiga vocal e escarro) foram incluídos neste estudo. A melhora dos sintomas e achados endolaríngeos foi avaliada após o tratamento. Por meio de endoscopia (EDA), o refluxo foi detectado em apenas 11% dos pacientes. Não foi encontrada correlação entre a H. Pylori positivo e sintomas. Todos os pacientes responderam bem ao tratamento anti-refluxo e terapia com a erradicação do H. Pylori. Concluíram que os sintomas e achados do segmento laringofaríngeo podem ser preditores de doenças gástricas, quando a resposta ao tratamento de refluxo é considerada. 13 Lin et al (2009) realizaram um estudo utilizando RSI para investigar a associação de azia e sintomas de RLF com esofagite endoscópica, tabagismo e etilismo. Selecionaram 156 indivíduos que foram divididos em dois grupos: 129 indivíduos não consideravam seu sintoma sério (grupo sem problema) e 27 indivíduos consideraram seus sintomas sérios e necessitavam de tratamento (grupo de indivíduos possíveis). Observaram que a esofagite foi significantemente associada ao gênero masculino e ao etilismo, porém não havendo associação com tabagismo nos dois grupos. A média do RSI no grupo sem problema foi de 3,84 e no grupo indivíduos possíveis foi de 8,81, o qual foi significativamente diferente para o grupo que não achava que tinha problema. Observaram também que a rouquidão, mas não a azia, esteve significativamente associada com sintomas de esofagite por refluxo. Baseado no RSI todos os itens em adição com a rouquidão foram significantemente associados com tabagismo e etilismo, mas não com a esofagite endoscópica. Concluíram que como triagem para RLF pode ser usado RSI, porém há pouco valor em usar azia como indicador de RLF. Em contrapartida a rouquidão é um bom indicador para indivíduos com risco para ter esofagite por refluxo. Lam et al (2010) utilizaram os escores (RFS e RSI) para diagnóstico de RLF e para comparar a efetividade do tratamento do IBP (rabeprazol). Selecionaram dois grupos: 24 indivíduos com RLF usaram o IBP e 27 indivíduos com RLF utilizaram placebo. O RSI decresceu significantemente no grupo com IBP comparados com o placebo em seis e 12 semanas após, porém não havendo decréscimo com 18 semanas. O RFS entre os dois grupos, nos três momentos avaliados (seis, 12 e 18 semanas) não mostrou diferença estatística significativa. Concluíram que em doze semanas com tratamento com IBP reduziram os sintomas comparados com placebo nos indivíduos com RLF, havendo recidiva dos sintomas seis semanas após interrupção do IBP e 14 sugeriram que a duração de tratamento com IBP seja maior do que esse período nos indivíduos com RLF. Schindler et al (2010) realizaram um estudo de confiabilidade e validade da versão italiana do RSI em 80 doentes e 193 controles assintomáticos e encontraram uma consistência interna muito alta (alfa de Cronbach de 0,99), uma elevada confiabilidade teste-reteste, realizada em um subgrupo de 30 doentes (correlação de Pearson > 0,9) e uma diferença significativa entre o escore do RSI entre doentes e controles, sendo o escore médio do RSI para os pacientes com RLF foi de 21,1 (DP 6,6), enquanto que para o grupo controle foi de 6,3 (DP 5,6). Ainda encontraram uma correlação entre o escore do RSI e o escore do RFS bastante elevada (r = 0,89). Printza et al (2011) realizaram estudo para validar o Reflux Symptom Index (RSI) em pacientes gregos e estimaram a prevalência de RLF nesta população. Para fins de validação, o instrumento foi aplicado em 53 indivíduos com RLF confirmado e em 172 sujeitos do grupo controle. A pontuação média do RSI do grupo controle foi de 3,2 (3,5) e dos 53 indivíduos confirmados com RLF foi de 19,9 (6,8). Alpha de Cronbach foi 0,865. Para estimar a prevalência de RLF, uma amostra representativa da população adulta grega (188 indivíduos) completou o questionário RSI: 36,3% foram do sexo masculino e 29,6% fumantes. O instrumento foi capaz de discriminar 16 pacientes com sintomas de RLF com uma média de 18,91. Após avaliação da consistência interna, da confiabilidade e da validade do RSI para a população grega, concluíram que o instrumento traduzido pode ser uma ferramenta confiável na abordagem diagnóstica dos pacientes com RLF. Usando o RSI, os autores registraram que a prevalência da RLF em uma amostra representativa da população grega é de 8,5%. Lee et al (2011) realizaram um estudo observacional prospectivo para avaliar a eficácia do rabeprazol e quais os sintomas ou achados variaram significativamente com a medicação sustentada. Foram identificados 1.142 pacientes com suposto diagnóstico 15 de refluxo laringofaríngeo, porém, somente 455 pacientes participaram plenamente neste levantamento e acompanhamento de 12 semanas. O RSI e RFS foram utilizados para avaliar a eficácia terapêutica. Estes parâmetros foram avaliados em quatro, oito e 12 semanas, respectivamente. O sintoma mais comum foi o globus faríngeo e a hipertrofia da comissura posterior foi o achado da laringoscopia mais frequente. Pacientes do gênero feminino queixaram de azia e dor no peito mais do que pacientes do gênero masculino, enquanto os homens apresentaram obliteração ventricular mais do que as mulheres. Pela avaliação do RSI, a pontuação diminuiu gradualmente e a melhora foi percebida a cada visita. O Total de RFS diminuiu progressivamente durante 12 semanas e similares resultados foram observados quando cada item RFS foi individualmente examinado. A proporção de pacientes que mostraram RSI e RFS com uma redução do valor total foi de mais de 50% após a medicação. Os efeitos da terapia com rabeprazol e seu uso por pelo menos três meses fez melhorar os sinais e sintomas do refluxo laringofaríngeo. Zhao, Liu (2011) realizaram um estudo para investigação do diagnóstico e tratamento do RLF. Os indivíduos foram selecionados usando RFS > 7 e RSI >13. Cinquenta e oito indivíduos diagnósticados usaram IBP (omeprazol) e após três meses foram reavaliados utilizando os escores RFS e RSI. Após o tratamento os sintomas em 41 indivíduos foram aliviados significativamente. Em adição, o RSI foi positivo em 41 casos e o RFS positivo em 37 casos. Em 37 casos foram duplamente positivo. Concluíram que os escores (RFS e RSI) serviram como método de avaliação eficaz podendo documentar com precisão a eficácia e acurácia do tratamento com IBP (omeprazol) em indivíduos com RLF. Naiboglu et al (2011) avaliaram o efeito do tratamento empírico anti-refluxo em indivíduos com DRGE e RLF. Foram recrutados 127 indivíduos com EDA positiva para DRGE. Após aplicação dos escores RSI e RFS para suspeita de diagnóstico de RLF, 16 foram selecionados 50 indivíduos para o estudo (RSI >13 e RFS >7). Observaram que houve melhora estatisticamente significativa do RSI e RFS com o tratamento de doze semanas quando comparados com as contagens iniciais. Embora tenha havido diminuição quantitativamente em frequência em alguns sinais e sintomas, a resolução completa não foi observada em geral. Concluíram que o tratamento empírico antirefluxo de acordo com RSI e RFS é um método eficaz tendo melhoria significativa entre os sintomas e sinais endolaríngeos, podendo ser necessário um tempo maior do que doze semanas no tratamento para a resolução completa dos achados endolaríngeos. Masaany et al (2011) realizaram um estudo para avaliar a sensibilidade do tratamento empírico com pantoprazol (80mg/dia) em indivíduos diagnosticados com RLF. Selecionaram 55 indivíduos com RSI > 13 e RFS > 7 que foram incluídos e submetidos à pH-metria de 24h antes do tratamento. Os escores foram repetidos no segundo, terceiro e quarto mês de seguimento. Observaram a sensibilidade do tratamento com pantoprazol de 92,5% e especificidade 14,2%, valor preditivo positivo 86% e valor preditivo negativo 25%. Apresentaram significância na redução do total do RSI e RFS após segundo, terceiro e quarto meses de tratamento. Não houve correlação com IMC. Concluíram que o tratamento empírico com IBP foi efetivo no diagnóstico do RLF. Farahat et al (2012) realizaram um estudo de confiabilidade e validade da versão árabe do RSI em 52 doentes e 100 controles, encontraram uma consistência interna satisfatória (alpha de Cronbach de 0,72), uma boa confiabilidade teste-reteste da pontuação final, realizada no subgrupo de 20 pacientes (coeficiente de correlação de Spearman = 0,799, P = 0,001) e uma diferença significativa entre o escore do RSI entre doentes e controles foi observada, sendo que o escore médio do RSI para os pacientes com RLF foi de 21,1 (DP 8,27), enquanto que para o grupo controle foi de 3,59 (DP 3,92 ). 17 Habermann et al (2012) realizaram um estudo multicêntrico prospectivo longitudinal para avaliar indivíduos com RSI e RFS alterados para RLF e mensurar o benefício da terapia com IBP. Observaram um decréscimo de três pontos do valor mediano do RSI e seis pontos do valor mediano do RFS após o tratamento. Concluíram que a melhora com tratamento foi percebida tanto pelos indivíduos em estudo, como pelos médicos. Sendo uma ferramenta rápida e útil na prática clínica devido à facilidade de aplicação dos escores. Friedman et al (2012) realizaram um estudo para avaliar a necessidade da pHmetria no diagnóstico do RLF. Foram estudados 163 indivíduos, divididos em dois grupos: 70 pH-metrias positivas e 93 pH-metrias negativas, através do Ryan Escore Reflux. O RSI foi comparado entre os grupos e não houve significância estatística do RSI entre os grupos avaliados. A sensibilidade e a especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo no grupo RSI > 13 (Ryan positivo) foi 55,7%, 47,3%, 44,3% e 58,7%, respectivamente. Os Achados sugeriram que na população de otorrinolaringologistas o diagnóstico de RLF não pode ser realizado com base apenas nos sintomas. O diagnóstico e a decisão do tratamento devem ser baseados na combinação dos sintomas, sinais e testes diagnósticos. De Bortoli et al (2012) realizaram um estudo retrospectivo com 41 indivíduos com sintomas e diagnóstico laringoscópico de RLF tratados empiricamente com IBP por 8 semanas, cujo resultado terapêutico foi avaliado através de questionários validados (escala de impacto da DRGE, escala analógica visual) e o diagnóstico de RLF foi realizado por especialista, otorrinolaringologista, através dos escores RFS e RSI. Depois de 16 dias de suspensão do IBP, todos os indivíduos foram submetidos à EDA, manometria esofágica e impedâncio-pHmetria multicanal de 24h. A correlação positiva entre o diagnóstico de RLF e DRGE deveria ser baseada na presença de esofagite patológica, tempo de exposição ácida patológica, na ausência de erosões esofágicas e 18 uma correlação positiva entre os sintomas e refluxo (esôfago hipersensível). Observaram que todos os indivíduos apresentaram um ou mais sintomas laringofaríngeos, 25/41 indivíduos apresentaram sintomas típicos de DRGE (azia e/ou regurgitação). Os achados laringoscópicos mais frequentes foram hiperemia posterior da laringe (38/41), edema laríngeo difuso (25/41). A análise da escala de impacto da DRGE mostrou que 10/41 indivíduos relataram alívio dos sintomas com a terapia de IBP (p<0,05), inversamente, 23/41 não relataram qualquer melhora clínica. Ao mesmo tempo, a análise de escala visual analógica demonstrou uma redução significativa nos sintomas típicos da DRGE após terapia com IBP (p<0,001). Uma redução significativa dos sintomas de RLF foi observada, porém não comprovada pelo escore RFS. Esofagite foi detectada em 2/41 indivíduos, motilidade esofágica ineficaz em 3/41 indivíduos. A Análise pela impedâncio-pHmetria 24h mostrou um tempo de exposição ácida anormal em 5/41 indivíduos (dois com esofagite e três com ausência de erosão esofágica), 11/41 tiveram uma tempo de exposição ácida normal e uma associação positiva entre os sintomas e refluxo (esôfago hipersensível) e 25/41 indivíduos tiveram um tempo de exposição ácida normal e uma associação negativa entre sintomas e refluxo (sem pacientes com DRGE). Refluxo de gás foi encontrado com mais frequência em indivíduos com globus faríngeo (29,7 ± 3,6) e rouquidão (21,5 ± 7,4) do que com paciente com azia ou regurgitação (7,8 ± 6,2). Refluxo de gás foi associado positivamente com sintomas extra-esofágicos (p< 0,05). No geral não foi encontrada diferença entre os três grupos de indivíduos, em termos de frequência de sinais patológicos da laringe. O refluxo proximal foi anormal em indivíduos com esofagite e indivíduos com ausência de erosão no esôfago. As diferenças observadas por meio da análise da impedâncio-pHmetria entre os três subgrupos (esofagite/ausência de erosão esôfago, esôfago hipersensível, sem DRGE) não foram demonstradas com RFS e RSI. Além disso, foi encontrado apenas o número de refluxos de gás para ter uma 19 associação significativa com o RFS (p=0,028 e p=0,026 correlação nominal e numérica respectivamente). Concluíram que a impedâncio-pHmetria 24h confirma o diagnóstico de DRGE, em menos de 40% dos indivíduos com diagnóstico prévio de RLF, muito provavelmente devido à baixa especificidade dos achados laringoscópicos. Lee et al (2013) avaliaram a diferença da gravidade do RLF e resposta do tratamento com IBP de acordo com a idade dos indivíduos com diagnóstico de RLF. Realizaram um estudo multicêntrico com 229 indivíduos utilizando IBP (lanzoprazol 30mg/d) e foram acompanhados por três meses. Essa população foi dividida em três grupos de acordo com a faixa etária (18-39 anos; 40-59 anos e 60-79 anos). A aplicação dos escores RSI e RFS e do questionário de qualidade de vida no RLF (LPR-QVRS) foi feita no pré e pós tratamento. Observaram que o RSI e LPR-QVRS no pré-tratamento foram maiores no grupo etário 60-79 anos, não havendo diferença significativa do RFS entre as faixas etárias estudadas no pré-tratamento. Dentro de cada grupo etário os escores RSI, RFS e o LPR-QVRS melhoraram significativamente com a terapia com IBP, no entanto não houve diferença estatística na melhoria quando compararam os três grupos. Após três meses de seguimento, observou-se que houve melhora em 50% no RSI no grupo etário de 18-39 anos e de 40-59 anos, comparados com o grupo mais velho, mas não houve diferença estatística na proporção de respostas entre os grupos etários em um mês de seguimento. Concluíram que em indivíduos com RLF a idade parece afetar os sintomas subjetivos e consequentes impactos na qualidade de vida, mas não nos achados endolaríngeos. Além disso, os indivíduos mais velhos são mais propensos em não responder ao tratamento com IBP do que os indivíduos mais jovens. Prado et al (2013) traduziram para o português e fizeram adaptação cultural do Reflux Finding Score, que passou a ser chamado de Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo (EAER). Após tradução este abrangeu os seguintes subdomínios: edema subglótico, obliteração ventricular, eritema/hiperemia, edema das pregas vocais, 20 edema laríngeo difuso, hipertrofia da região interaritenoidea, granuloma/tecido de granulação e muco endolaríngeo espesso. Houve uma constituição de um comitê por quatro tradutores, além de um dos co-autores da pesquisa. Estes analisaram a equivalência conceitual, semântica e de conteúdo com resultados satisfatórios, dada a notável semelhança entre a versão original e a retrotraduzida. O comitê optou por acrescentar a palavra “endolaríngeos” ao termo Escala de Achados de Refluxo. Outra modificação foi a do termo “comissura posterior” para “região interaritenoidea” seguindo a nômina anatômica aceita por todos os tradutores. Waxman et al (2014) realizaram um estudo para determinar a eficácia da dose dupla diária de IBP sobre a relação entre o pH laringofaríngeo e sintomas em indivíduos com RLF. Foi feita uma análise retrospectiva com 43 indivíduos que realizaram estudos do pH laringofaríngeo pré e pós tratamento. No pré-tratamento, todos tinham RSI > 13 e pH anormal e foram tratados com IBP dose dupla diária por 4 semanas e reavaliados com RSI e pH-metria. Tiveram como resultado: 67,4% com melhora dos sintomas, no entanto, a maioria dos indivíduos (60,5%) não tiveram normalização do pH. Concluíram que o pH laringofaríngeo não conseguiu normalizar para a maioria dos indivíduos após tratamento com IBP. Os indivíduos com RLF podem se tornar um grupo heterogêneo e a responsividade ao IBP pode ajudar a explicar resultados conflitantes aos estudos anteriores. Sugeriram que a pH-metria seja novamente realizada para avaliar a eficácia do IBP após tratamento. Saliture (2015) realizou a tradução e adaptação cultural do Reflux Symptons Index para o português brasileiro e suas propriedades psicométricas que passou a ser chamado de Índice de Sintomas de Refluxo (ISR). O processo seguiu de uma comparação na tradução dos subdomínios iniciada desde a versão original passou por duas traduções, seguida de uma versão pré-final e devido algumas dificuldades para adaptação cultural para língua portuguesa falada no Brasil, chegaram a uma versão 21 final com os seguintes subdomínios: problemas com a voz, pigarro, excesso de secreção na garganta, dificuldade para engolir comida ou líquidos, tosse depois de comer ou deitar, crises de sufocação, tosse irritante, sensação de bola na garganta, queimação/dor no peito/indigestão ou sensação do ácido do estômago subindo para a garganta. 22 2 OBJETIVO 23 OBJETIVO Avaliar os escores traduzidos e adaptados para o português brasileiro: Índice de Sintomas de Refluxo e Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo, como instrumentos para o seguimento pós-tratamento da doença do refluxo laringofaríngeo. 24 3 CASUÍSTICA E MÉTODO ___________________________________________________________________ 25 3.1 CASUÍSTICA Realizado um estudo prospectivo multicêntrico do tipo observacional, desenvolvido em dois centros universitários terciários: Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) / Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Hospital Adriano Jorge / Universidade Estado do Amazonas/UEA, Manaus-AM. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Fundação Hospital Adriano Jorge (protocolo No 021/10) e da ISCMSP (protocolo CONEP 287/10) (Apêndices 1 e 2). Foram triados 70 indivíduos com sintomas atípicos da DRGE (pigarro, disfonia, globus faríngeo, tosse crônica), sem distinção de sexo, maiores de 18 anos, selecionados de forma consecutiva a partir dos ambulatórios de Otorrinolaringologia das instituições acima citadas. Foram aplicados os questionários traduzidos e adaptados para o português brasileiro baseado em sintomas (ISR) e escala de achados endolaríngeos de refluxo (EAER) e encaminhados à endoscopia digestiva alta (EDA). Em seguida, foram submetidos a pH-metria esofágica de 24 horas com duplo sensor, exceto os indivíduos que tiveram diagnóstico de esofagite erosiva à EDA. Foram selecionados pacientes que aceitaram participar do estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), com ciência sobre os objetivos, procedimentos utilizados e riscos envolvidos (Apêndice 3). Os critérios de exclusão foram: os indivíduos com doenças psiquiátricas, gestantes, indivíduos em uso de drogas bloqueadoras da secreção gástrica, prócinéticos ou antiácidos nos sete dias anteriores ao exame ou anti-inflamatórios hormonais (via oral e inalatória) e não hormonais no período que precedeu este estudo 26 (duas semanas), presença de tabagismo, etilismo, história de exposição a químicos inalatórios abrasivos, doenças pulmonares, rinossinusite alérgica ou infecciosa e demais afecções de vias aéreas em atividade, estes foram descartados através do exame clínico, história prévia de cirurgia do sistema digestório e presença de alterações anatômicas, lesões pré-neoplásicas, granulomatosas ou neoplásicas de faringe e laringe (presentes ou previamente tratadas), fatores estes que podem mimetizar as alterações laríngeas e os sintomas decorrentes da DRGE/RLF (Eckley et al, 2006). Os indivíduos que não toleraram a realização da videolaringoscopia rígida ou que se recusaram a realizar exames propostos para fins de diagnóstico e indivíduos com intolerância ao IBP (omeprazol na dose 80mg/dia) e/ou abandono do mesmo no período estabelecido para este estudo (90 dias) também foram excluídos. 3.2 MÉTODO Os Indivíduos com manifestação extra-esofágica da DRGE responderam ao questionário sobre sintomas gerais otorrinolaringológicos, digestivos e ao Índice de Sintomas de Refluxo (ISR) (Anexo 1). Independente do escore, todos foram submetidos a exame videolaringoscopia com laringoscópio rígido de 10 mm e 70º (marca StorzR – Alemanha) acoplada ao sistema de vídeo (câmera ToshibaR – Japão, gravador de DVD LGR – Brasil) e monitor (LGR – Brasil). Todos os exames foram armazenados em mídias de disco digital de vídeo (DVD). As imagens digitalizadas receberam um código alfa numérico e foram misturadas aleatoriamente para análise, através da Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo (EAER) (Anexo 2). Em seguida os indivíduos foram submetidos à EDA com biópsia. A presença e a gravidade de esofagite foram avaliadas pela Classificação de Los Angeles. Os 27 indivíduos que apresentaram à EDA, esofagite erosiva, automaticamente foram considerados com diagnóstico da doença do RLF. Quando da ausência de positividade para RLF ao exame de EDA, foi realizado exame de pH-metria esofágica de 24 horas com duplo sensor. A manometria esofágica foi realizada antes da pH-metria para determinar tônus e posição do esfíncter esofagiano superior (EES), esfíncter esofagiano inferior (EEI) e motilidade do corpo esofágico. Estes dados foram utilizados para a colocação da sonda de pH-metria com duplo sensor de antimônio. Foi considerado como positivo para RLF para o sensor distal os parâmetros de DeMeester e para o sensor proximal a presença de um ou mais episódios com pH < 4. Consideramos também os indivíduos com pHmetria positiva proximal e distal (dupla) e excluímos os que obtiveram positividade somente para o sensor distal. Esses dois últimos exames foram realizados no serviço de Gastroenterologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e no Centro de Motilidade Digestiva do Amazonas / Manaus-AM. Depois de firmado o diagnóstico objetivo de RLF, através da EDA e/ou pH-metria de 24h com duplo sensor, os indivíduos foram tratados com administração via oral de omeprazol 80mg/dia, divididas em duas tomadas diárias (pela manhã em jejum e antes do jantar), durante 90 dias e orientados quanto à correção dos hábitos de vida e alimentares (Anexo 3). Os indivíduos foram reavaliados após 90 dias de tratamento com IBP e na ocasião foram repetidos o ISR e EAER. Considerado os valores numéricos, tabulados no programa Microsoft Excel, atribuídos à soma total do ISR e EAER, bem como as pontuações dadas aos subdomínios dos escores utilizados no pré e pós-tratamento com IBP. Avaliamos 28 também a correlação das respostas dos indivíduos ao ISR e EAER, bem como análise de correlação dos sintomas sugestivos de refluxo e sinais endolaríngeos. Indivíduos com sinais/ sintomas sugestivos de RLF ISR / EAER (escores) Pré-tratamento Documentação em DVD EDA Normal, gastrite sem esofagite e esofagite não erosiva Esofagite Erosiva Classificação Los Angeles RLF Tratamento com IBP 90 dias pH-metria 24h duplo sensor Positivo para sensor proximal / duplo pH-metria normais Excluídos Pós-tratamento Documentação em DVD ISR / EAER (escores) FIGURA 3.1: Fluxograma utilizado no estudo para pesquisa e diagnóstico do RLF. Ao final foi realizada a análise estatística utilizando o software SPSS 13.0 for Windows. Foram aplicados os testes de McNemar e teste t-pareado. Foi considerado um resultado significativo valor de p < 0,05. 29 A correlação de Pearson foi utilizada para comparar as pontuações totais e dos subdomínios da EAER e ISR. Foi considerado um resultado significativo valor p < 0,01. 30 4 RESULTADOS ___________________________________________________________________ 31 4. RESULTADOS Dos 70 indivíduos selecionados com suspeita de RLF, 28 foram excluídos: oito por não conseguir realizar EDA, sete por apresentar pH-metria esofágica de 24h com duplo sensor normais, quatro por apresentarem positividade apenas no sensor distal, dois por apresentar pH > 4 no sensor proximal e sete abandonaram o estudo no decorrer do período de 90 dias. Assim, a amostra estudada foi de 42 indivíduos com diagnóstico objetivo da associação RLF, confirmado através da EDA (presença de esofagite erosiva) e/ou pH-metria, considerado como positivo para sensor distal pelos parâmetros de DeMeester e para o sensor proximal a presença de um ou mais episódios com pH < 4, os quais foram submetidos aos questionários de ISR e EAER, no pré e póstratamento com IBP. Destes 42 indivíduos, 35 (83,3%) foram do sexo feminino e sete (16,7%) do sexo masculino. A idade variou de 29 a 73 anos, média foi de 47,2 anos (Fig. 4.1). FIGURA 4.1. Gráfico da distribuição da idade, com idades média, máxima e mínima dos 42 indivíduos com RLF avaliados. 32 De acordo com os exames complementares, as EDAs foram positivas para diagnóstico de RLF em sete (15,2%) indivíduos, conforme os critérios de Los Angeles. Dos 42 indivíduos que submeteram a EDA, 35 necessitaram realizar pH-metria 24h com duplo sensor para confirmação diagnóstica do RLF. Os resultados mostraram 29 indivíduos (82,8%) com resultados compatíveis com refluxo patológico proximal (pH < 4). A avaliação do ISR, através da soma total dos subdomínios, mostrou redução dos valores quando comparados o pré e pós tratamento, sendo 16,3 (± 2,5) a média no pré tratamento, com mediana de 16,0 e no pós-tratamento a média foi de 10,9 (± 4,0), mediana de 10,5. Sendo esta diferença estatisticamente significante (p < 0,001). Na Fig. 4.2, podemos observar que após tratamento por 90 dias com IBP, a maioria ficou abaixo da linha em preto que representa a positividade para o escore alterado (ISR >13). FIGURA 4.2. Gráfico dos valores totais do ISR antes e após 90 dias de tratamento com IBP. 33 Após avaliação dos subdomínios do ISR, os sintomas observados que obtiveram melhora foram: sensação de bola na garganta, em 24 indivíduos (68,6%) seguido de pigarro, em 16 indivíduos (45,7%) (Fig. 4.3). 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Melhora Manteve Piora FIGURA 4.3. Gráfico de avaliação dos subdomínios do ISR pré e pós-tratamento por 90 dias de IBP Na avaliação da EAER, por meio da soma total dos subdomínios houve redução dos valores, sendo 10,8 (± 3,9) a média no pré-tratamento, com mediana de 10,5 e no pós-tratamento a média foi de 9,4 (± 3,8), mediana de 9,0. Sendo esta diferença estatisticamente significante (p = 0,014). Na (Fig. 4.4), podemos observar que após tratamento por 90 dias com IBP, mesmo com redução dos valores, a maioria ficou acima da linha que representa a positividade para o escore alterado (EAER > 7). 34 FIGURA 4.4. Gráfico dos valores totais da EAER antes e após 90 dias de tratamento com IBP. Após avaliação dos subdomínios da EAER, percebemos que o único sinal endolaríngeo que obteve melhora em seu total foi o eritema/hiperemia (43,5%). Houve redução do valor total da EAER, comparando o pré e pós tratamento por 90 dias de IBP, mas observamos que a maioria dos sinais laringoscópicos foi mantida, mesmo na vigência do tratamento (Fig. 4.5). 35 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Melhora Manteve Piora FIGURA 4.5. Gráfico mostrando avaliação dos subdomínios da EAER pré e pós-tratamento por 90 dias de IBP. A avaliação da relação das pontuações totais e dos subdomínios da EAER e ISR no pré e pós-tratamento, através da Correlação de Pearson com valor representativo p < 0,01, mostrou correlação moderada (r = 0,599) no pré-tratamento e forte correlação (r = 0,868) no pós-tratamento (Fig. 4.6, Fig 4.7). 36 FIGURA 4.6. Gráfico da correlação da EAER e ISR no pré tratamento por 90 dias de IBP. FIGURA 4.7. Gráfico da correlação da EAER e ISR no pós tratamento por 90 dias de IBP. 37 Para a análise das variáveis comparando os subdomínios da EAER e ISR, houve cruzamento de cada subdomínio das escalas após tratamento. Os valores estão representados em percentuais. Os indivíduos com queixa de queimação/dor no peito/indigestão foram os que tiveram mais alterações endolaríngeas na sua maioria. A exceção ficou por conta dos indivíduos que queixaram de tosse após comer ou deitar, que apresentaram maiores achados no subdomínio edema laríngeo difuso e a queixa das crises de sufocação com maiores achados no subdomínio hipertrofia interaritenoidea. (Tab. 4.1). 38 5 DISCUSSÃO ___________________________________________________________________ 39 DISCUSSÃO Apesar dos avanços no conhecimento das manifestações atípicas da DRGE, o diagnóstico clínico do RLF ainda é controverso, principalmente pela possibilidade de que os sinais inflamatórios laríngeos e faríngeos sugestivos de refluxo podem ser comuns a outras doenças ou processos irritativos exógenos, por isso, neste estudo rígidos critérios de exclusão. Tabagismo e etilismo, por exemplo, causam processo inflamatório na mucosa respiratória, podendo mimetizar outras causas possíveis de laringite crônica, como as encontradas nas alterações endolaríngeas no RLF (Hill et al, 2004; Eckley, Costa, 2006, Haberman, 2012). O RLF é uma condição prevalente, com sinais e sintomas inespecíficos. Portanto há necessidade de instrumentos clínicos que possam diagnosticar indivíduos e monitorar os resultados do tratamento. Belafsky et al (2001 e 2002), já tinham proposto questionários de Reflux Finding Score (RFS) e Reflux Symptons Index (RSI), como instrumentos diagnósticos e prognósticos da doença do RLF. Apesar da reprodutibilidade encontrada nesses escores, percebemos as dificuldades para aplicação dos mesmos devido à dificuldade de compreensão do idioma original para outras línguas. Surgiu assim a necessidade quanto à tradução e adaptação cultural para diversos idiomas (Schindler et al, 2010; Printza et al, 2011; Farahat et al, 2012). O presente estudo foi o pioneiro a utlizar a EAER e ISR, questionários traduzidos e adaptados para a língua portuguesa brasileira. Segundo Moraes-Filho (2002) o tratamento empírico para RLF sem padronização de critérios de diagnósticos é insuficiente, tornando o início do tratamento empírico uma conduta não satisfatória. Em contrapartida, Iglesia et al (2007) defendem o início do tratamento empírico para RLF baseados em critérios subjetivos de diagnóstico através do RSI e RFS. 40 Com relação aos achados demográficos, o sexo feminino prevaleceu (82,6%) e a idade média foi de 47,2 anos, dados concordantes com os encontrados na literatura (Lee et al, 2011). Foi observado neste estudo que a maioria dos indivíduos com sintomas atípicos da DRGE apresentou à EDA, gastrite sem esofagite (73%) e apenas 15,2% com esofagite erosiva de acordo com critérios de Los Angeles (Lundell et al, 1999). Achados compatíveis com a literatura; a esofagite erosiva é encontrada em 10 a 20% dos indivíduos com RLF (Toros et al, 2009). Apesar de ser uma opção para diagnóstico de RLF, a EDA tem baixa sensibilidade e é considerada uma pobre ferramenta quando utilizada isoladamente para diagnóstico da doença do RLF (Mahieu, Smit, 2006). No presente estudo consideramos a EDA como instrumento útil para firmar diagnóstico de manifestação atípica da DRGE, entretanto os com EDA negativa para esofagite foram submetidos a pH-metria. No atual estudo foi encontrado alteração na pH-metria 24h com duplo sensor em 29 indivíduos (82,8%); levado em consideração o valor de corte para diagnóstico de refluxo patológico proximal a presença de qualquer episódio de queda do pH < 4, achado este concordante com Marambaia et al (2002) onde observaram alteração na pH-metria em 83,6% dos indivíduos com RLF. A sensibilidade diagnóstica dos exames de monitorização prolongada do esôfago pela pH-metria 24h de duplo sensor é sabidamente baixa, variando de 40 a 80% (De Bortoli et al, 2012). No atual estudo encontramos alterações em 84,7% dos 35 indivíduos submetidos a pH-metria. Entretanto, no estudo de Joniau et al (2007), através de revisão de literatura, os autores concluíram que mesmo quando utilizada a pH-metria 24h com duplo sensor, não houve significância estatística quando comparado grupo com RLF e controle. 41 Waxman et al (2014) fizeram uma avaliação pré tratamento com RSI associado a pH-metria em indivíduos RLF, que foram tratados com IBP por 4 semanas e reavaliados após tratamento. Observaram melhora do RSI em 67,4%. Em contrapartida, na pH-metria não houve melhora em 60,5%. Mesmo assim, concluíram que há necessidade da pH-metria no pré e pós terapia, com intuito de verificar a duração e eficácia do tratamento com IBP. No presente estudo, não foi utilizado pHmetria pós-tratamento, pelas dificuldades quanto ao acesso pela rede pública e também pela baixa aceitação dos pacientes, por isso foi considerado os escores EAER e ISR como instrumentos de seguimento após o tratamento padrão ouro com IBP dose dupla diária, foi observado melhora dos sintomas e sinais sugestivos de RLF sem precisar submeter os pacientes a exame mais invasivo. Ao considerarmos o escore ISR como indicador do seguimento pós tratamento do RLF, foram analisados os resultados pré e pós-tratamento foi percebido que houve redução dos valores totais, com significância estatística (p < 0,001), de 16,3 para 10,9. A redução foi em média 5,4 pontos em 90 dias, o que nos auxiliou como uma boa ferramenta para seguimento de RLF. Salituri (2015) encontrou em seus resultados, que se o ponto de corte do escore total do ISR for baixado para nove, a sensibilidade do teste não diminuiu. Esse resultado também foi encontrado por Printza et al (2011), na validação para o idioma grego. Já Park et al (2006), concluíram que RSI não tem valor diagnóstico quando usados isoladamente, pela presença de sintomas psicológicos não relacionados com RLF. No presente estudo, quando analisados os subdomínios isoladamente do ISR, foi percebido melhora somente em dois itens: sensação de bola na garganta (68,6%) e pigarro (45,7%). Achados compatíveis com os da literatura (Reichel et al 2008; Lee et al, 2011). 42 Na avaliação do ISR e da EAER no pré e pós tratamento de 90 dias com IBP, observou-se uma redução na pontuação nos dois escores, com queda maior no ISR (p<0,001) do que na EAER (p=0,014). Mesmo havendo redução dos valores, nã o houve mudança de categoria da EAER (p=0,057). Houve melhora em 23,9% dos indivíduos, diferentemente do ISR (p<0,001) onde observou mudança de categoria, sendo que 67,4% apresentaram melhora (mudam o escore de positivo para negativo). Quanto aos resultados da EAER, tivemos achados diferentes dos outros trabalhos, observamos uma redução do valor total comparando pré e pós-tratamento com 90 dias de IBP, de 10,8 para 9,4 com significância estatística (p < 0,014). Ao analisarmos os subdomínios da EAER após 90 dias de tratamento com IBP, houve melhora de um subdomínio, eritema/hiperemia em 43,5%, enquanto os demais (edema subglótico, obliteração ventricular, edema de pregas vocais, hipertrofia da região interaritenoidea, granuloma e muco) permaneceram inalterados, fazendo com a EAER permanecesse maior que sete. Reichel et al (2008), observaram melhora da hipertrofia da comissura posterior pós-tratamento. Em contrapartida, Hill et al (2004) concluíram que a hipertrofia de comissura posterior, isoladamente, não é um achado confiável para diagnóstico de RLF. Nosso estudo concordou com a melhora do subdomínio eritema/hiperemia, encontrada também por Lee et al (2011), que observaram melhora também no edema de pregas vocais e no edema difuso da laringe, os demais subdomínios permaneceram inalterados no pós-tratamento. Tal achado nos remete ao questionamento quanto à duração no tempo de tratamento, onde obtivemos redução discreta na soma geral da EAER de 10,8 para 9,4. Talvez um tempo maior de seguimento pudesse mudar o perfil desse escore, visto que o nosso acompanhamento foi de apenas 90 dias. 43 Apesar da discreta melhora da EAER após 90 dias de tratamento com IBP, utilizando o ponto de corte tradicional de sete, como positivo para RLF (Belafsky, 2001), tal achado nos permitiu considerar que o seguimento laringoscópico de RLF fosse bastante confiável. Consideramos assim o EAER como uma boa ferramenta para segmento pós-tratamento de RLF e estes achados foram concordantes com Park et al (2006). Ao analisarmos a correlação da EAER e ISR como instrumentos para seguimento pós tratamento do RLF, percebemos moderada correlação no pré tratamento (r = 0,599) e forte correlação no pós-tratamento com IBP (r = 0, 868), achados compatíveis com os de Iglesia et al (2007). Tais achados são sugestivos de que os indivíduos que melhoraram dos sintomas, também tiveram melhora dos achados endolaríngeos. Com o intuito de observar a correlação dos subdomínios do ISR e da EAER, foram confrontadas as respostas dos dois escores. Percebemos que os indivíduos com queixa de queimação/dor no peito/indigestão foram os que tiveram mais achados endolaríngeos como: eritema, obliteração ventricular, edema de pregas vocais, edema subglótico, muco endolaríngeo espesso e granuloma. Houveram achados diferentes nos indivíduos que queixaram de tosse após comer ou deitar, que apresentaram alterações endoscópicas no subdomínio edema laríngeo difuso e a queixa das crises de sufocação, com achados no subdomínio hipertrofia interaritenoidea. Acreditamos que tais sinais e sintomas sejam sugestivos de RLF, visto que nos nossos indivíduos estudados, quanto maior a pontuação oferecida para os subdomínios relacionados aos sintomas, mais evidentes foram os achados endolaríngeos de RLF. Estes achados foram diferentes de Messalam et al (2007), que evidenciaram maiores queixas de disfonia, naqueles com edema de pregas vocais e de pigarro nos que tinham muco 44 endolaríngeo espesso, enquanto no presente estudo, os indivíduos com problemas na voz tiveram mais edema subglótico e muco endolaríngeo espesso. A diferença significativa entre os escores ISR e/ou EAER no pré e pós tratamento dos indivíduos com RLF também valida esse instrumento como uma ferramenta prognóstica. Os valores encontrados do ISR > 13 e da EAER > 7, no pós-tratamento, apesar da melhora significativa, podem implicar em que esses indivíduos necessitem de um tratamento mais prolongado, pois Belafsky et al (2001 e 2002), encontraram uma melhora significativa do escore dos indivíduos tratados, após o uso de IBP por seis meses, o dobro do tempo do nosso estudo. Por fim, qualificamos o ISR e a EAER como instrumentos confiáveis para o seguimento pós-tratamento de indivíduos com RLF e destacamos os melhores resultados quando utilizado o ISR. 45 6 CONCLUSÃO ___________________________________________________________________ 46 CONCLUSÃO Os escores traduzidos e adaptados para o português brasileiro: Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo e o Índice de Sintomas de Refluxo, quando aplicados simultaneamente podem ser considerados como boas ferramentas para seguimento pós-tratamento de refluxo laringofaríngeo 47 7 ANEXOS __________________________________________________________ 48 7. ANEXOS ANEXO 1 Índice dos Sintomas de Refluxo (ISR) No último mês, quanto esses problemas o incomodaram? Dê uma nota de 0 a 5 0 – não incomodou nada 5 – incomodou muito Problemas com a voz 0 1 2 3 4 5 Pigarro 0 1 2 3 4 5 Excesso de secreção na garganta 0 1 2 3 4 5 Dificuldade em engolir comida ou líquido 0 1 2 3 4 5 Tosse depois de comer ou deitar 0 1 2 3 4 5 Crises de sufocação 0 1 2 3 4 5 Tosse irritante 0 1 2 3 4 5 Sensação de bola na garganta 0 1 2 3 4 5 Queimação, dor no peito, indigestão ou sensação de ácido do estômago subindo para garganta 0 1 2 3 4 5 Escore: _________ / 45 Fonte: Saliture TB. Tradução e adaptação cultural do reflux symptons index para o português brasileiro e avaliação de suas propriedades psicométricas. Tese (Doutorado). São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2015. 49 ANEXO 2 Escala dos Achados Endolaríngeos de Refluxo (EAER) Edema subglótico ausente – 0 presente - 2 Obliteração dos Ventriculos Parcial – 2 Completa – 4 Eritema/Hiperemia Somente das aritenóides – 2 Difuso – 4 Edema de pregas vocais Leve – 1 Moderado -2 Grave - 3 Polipóide – 4 Edema laríngeo difuso Leve – 1 Moderado -2 Grave - 3 Polipóide – 4 Hipertrofia da região interaritenóidea Leve – 1 Moderado -2 Grave - 3 Polipóide – 4 Granuloma/tecido granulação Muco endolaríngeo espesso ausente – 0 presente – 2 ausente - 0 presente – 2 Escore: _____ / 26 Fonte: Prado et al. Tradução para o português brasileiro e adaptação cultural do Reflux Finding Score. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology 79 (1) janeiro/fevereiro 2013. 50 ANEXO 3 Orientações dos hábitos e alimentos para o tratamento do refluxo laringofaríngeo Evitar alimentos ácidos, gordurosos e picantes Jantar pelo menos duas ou três horas antes de deitar e não lanche depois disso Tente evitar refeições grandes ou pesadas que aumentem a chance de ocorrer refluxo Evitar achocolatados e leite integral Consumir pães e grãos com baixo teor de gordura Evitar legumes cremosos ou fritos, cebolas cruas e tomates Evitar frutas cítricas como laranjas, kiwis, limões, laranjas e abacaxis Evitar sucos cítricos, evite álcool, refrigerantes, chás e café (normal e descafeinado) Evitar temperos como curry, alho, mostarda, pimenta (principalmente chili) e vinagre Evitar também hortelã e hortelã-pimenta Evitar bacon, gordura/pele de galinha, linguiça, frios temperados Evitar farinha, tucumã, tapioca, açaí 51 ANEXO 4 Modelo de prontuário dos indivíduos do projeto “AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DO ÍNDICE DOS SINTOMAS DE REFLUXO E DA ESCALA DE ACHADOS ENDOLARÍNGEOS NO PÓS TRATAMENTO EM INDIVIDUOS COM REFLUXO LARINGOFARÍNGEO” 1. Registro: 2. Paciente: 3. Idade/gênero: 4. Profissão: 5. Procedência/endereço: 6. Telefones: 7. Queixas clínicas: 8. Resultado (EDA): 9. Resultado pHmetria 24h: 10. Data (1ª avaliação): Examinador: ISR......./45 ; EAER......../26 Principais achados: 11. Data (2ª avaliação): Examinador: ISR......./45 ; EAER......../26 Principais achados: 52 ANEXO 5 Classificação de Los Angeles para EDA Classificação de Los Angeles: Classificação endoscópica de esofagite erosiva ACHADOS Grau A Uma ou mais erosões menores do que 5 mm B Uma ou mais erosões maiores do que 5 mm em sua maior extensão, não contínuas entre os ápices de duas pregas esofágicas C Erosões contínuas (ou convergentes) entre os ápices de pelo menos duas pregas, envolvendo menos de 75% do órgão D Erosões ocupando pelo menos 75% da circunferência do órgão Fonte: Lundell et al, 1999. 53 ANEXO 6 Critérios DeMeester 1. o número total de episódios de refluxo (pH < 4) 2. o episódio de refluxo mais longo, 3. o número de episódios com duração maior que cinco minutos, 4. grau de refluxo na posição ereta, 5. grau de refluxo na posição decúbito dorsal Um escore geral é obtido usando-se uma fórmula que assinala um peso para cada item, de acordo com sua capacidade de causar lesão esofágica. Esse valor conhecido como escore de DeMeester, deve ser inferior a 14,7. 54 ANEXO 7 – Documentação fotográfica dos achados endolaríngeos Edema Laríngeo difuso Edema de Pregas Vocais Hipertrofia da região interaritenóidea Eritema/Hiperemia 55 Granuloma / Tecido granulação Edema subglótico 56 Obliteração dos ventrículos Muco endolaríngeo espesso 57 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________________________________ 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ali M. Laryngopharyngeal reflux: diagnosis and treatment of a controversial disease. Current Opinion in Allergy and Clinical Immunology. 2008;8: 28-33. Belafsky PC, Postma GN, Koufman JA. The validity and reliability of the reflux finding score (RFS). Laryngoscope. 2001;111(8):1313-7. Belafsky PC, Postma GN, Koufman JA. Validity and reliability of the reflux symptom index (RSI). Laryngoscope 2002;16(2):274-7. Belafsky PC; Rees CJ. Laryngopharyngeal reflux: the value of otolaryngology examination. 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O RLF é uma condição prevalente, com sinais e sintomas inespecíficos, portanto há necessidade de instrumentos clínicos que possam monitorar os resultados do tratamento. Faz-se necessário avaliar a aplicabilidade dos escores traduzidos e adaptados para o português brasileiro: Índice de Sintomas de Refluxo (ISR) e Escala de Achados Endolaríngeos de Refluxo (EAER). Objetivo: Avaliar a aplicabilidade dos escores traduzidos e adaptados para o português brasileiro: ISR e EAER, como instrumentos para seguimento pós-tratamento da doença do RLF. Casuística e Método: Quarenta e dois indivíduos com suspeita de RLF foram submetidos à Endoscopia Digestiva Alta (EDA), depois encaminhados para pH-metria 24h com duplo sensor. Os questionários traduzidos e adaptados para o português brasileiro ISR e EAER foram utilizados no pré e pós-tratamento de 90 dias com Inibidor de Bomba de Prótons (IBP). O início do tratamento não foi baseado nos escores de ISR e EAER, adaptados para língua portuguesa brasileira, este foi realizado para ver se poderia ser usado como critério de seguimento pós-tratamento. Resultados: A avaliação do ISR e da EAER no pré e pós-tratamento de 90 dias com IBP, observouse uma redução na pontuação nos dois escores, queda maior no ISR (p<0,001) do que na EAER (p=0,014), mesmo havendo redução dos valores, não houve mudança de categoria da EAER (p=0,057), no entanto houve melhora em 23,9% dos indivíduos, diferentemente do ISR (p<0,001) onde observou mudança de categoria, sendo que 67,4% apresentaram melhora (mudam o escore de positivo para negativo). Observouse também correlação entre o ISR e a EAER, moderada no pré-tratamento e forte correlação no pós-tratamento. Nos indivíduos com queixas de queimação, dor no peito e indigestão, foram os que apresentaram mais achados endolaríngeos sugestivos de RLF. Conclusão: Os escores traduzidos e adaptados para o português brasileiro ISR e EAER quando aplicado simultaneamente podem ser considerados como uma boa ferramenta para seguimento pós-tratamento de RLF. 64 ABSTRACT Silva, AS. Evaluation of the index of reflux symptoms and the scale of endolaryngeal findings in the post treatment in individuals with laryngopharyngeal reflux. Tese (Doutorado). São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2015. Introduction: The clinical diagnosis of the Laryngopharyngeal reflux (LPR) is still controversial. Despite the advances in the knowledge of atypical manifestations of Gastroesophageal Reflux Disease (GERD), it is not yet known whether there is a relation between the cause and the effect. The LPR is a prevalent condition, with nonspecific signs and symptoms, therefore there is a need for clinical instruments that can diagnose individuals and monitor the results of the treatment. It is necessary to assess the applicability of scores translated and adapted to the brazilian portuguese: Index of symptoms of reflux (ISR) and Scale of Findings Endolaryngeal accesses of reflux (EAER). Objective: Evaluate the applicability of scores translated and adapted to the brazilian portuguese: ISR and EAER as instruments for the follow-up posttreatment of the disease of LPR. Material and Method: Forty-two individuals with suspected LPR were submitted to upper digestive endoscopy and then forwarded to 24h pH-metry with dual sensor. The questionnaires translated and adapted to the brazilian portuguese ISR and EAER were used in the pre- and post-treatment for 90 days with proton pump inhibitor (PPI). The beginning of the treatment was not based on the scores of ISR and EAER, adapted for brazilian portuguese language. This was carried out to see if it could be used as a diagnostic criteria and post-treatment follow-up. Results: The evaluation of the ISR and the EAER in pre and post-treatment for 90 days with a PPI, showed a reduction in both scores. Greater drop in ISR (p< 0.001) than EAER (p= 0.014). Even though there is reduction of values, there was no change in category of EAER (p= 0.057), however there was improvement in 23.9% of the individuals, unlike the ISR (p< 0.001). Where the ones that presented more endolaryngeals findings sugestives of LPR was observed change of category, and 67.4% showed improvement (change the score from positive to negative). There was also a correlation between the ISR and the EAER, moderate before treatment and a strong correlation in the post-treatment. In individuals with burning complaints, chest pain and indigestion, presented the findings of larynges more suggestive of LPR. Conclusion: The translated and adapted scores for the brazilian portuguese, ISR and EAER when applied simultaneously can be considered a good tool for evaluation of the post-treatment of LPR. 65 APÊNDICES _______________________________________________________ 66 APÊNDICE 1: Protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa – FHAJ 67 APÊNDICE 2: Protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa – ISCMSP 68 APÊNDICE 3: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE Instituições: Hospital Adriano Jorge/UEA, Manaus-AM Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, São Paulo-SP Pesquisador: Alvaro Siqueira da Silva, CRM-AM 3798 contato: (92) 3232-2225 Eu,____________________________________________________________, RG:__________________, nesta cidade, à rua _______________________________, fone: _________________, declaro de livre e espontânea vontade querer participar de estudo: “AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DOS SINTOMAS DE REFLUXO E DA ESCALA DE ACHADOS ENDOLARÍNGEOS NO PÓS TRATAMENTO EM INDIVIDUOS COM REFLUXO LARINGOFARÍNGEO” O objetivo deste estudo é saber se os sintomas da garganta têm relação com a ação do ácido do estômago quando este sobe para a faringe e laringe. A pesquisa também vai mostrar se haverá melhora do resultado do meu exame (videolaringoscopia) após o tratamento com remédio que irei tomar durante três meses e dieta orientada pelo médico. Autorizo o uso dos dados da minha participação somente para fins do presente estudo e que se guarda sempre sigilo absoluto sobre a minha pessoa. Declaro que me foi informado os detalhes referentes a essa pesquisa e que as informações que fornecerei ajudarão no melhor conhecimento do assunto em estudo. Sei que minha participação consiste em primeiro responder a algumas perguntas e depois realizar os exames de manometria, pH-metria, endoscopia e videolaringoscopia. Para um correto posicionamento da sonda de pH-metria é necessário realizar um exame chamado de manometria que utiliza um sonda que é passada de maneira semelhante a da sonda de pH-metria e pós a sua passagem é conectada a um aparelho que vai perfundir água destilada pelos canais internos da sonda numa taxa de infusão lenta (0,6 ml/min) que por sua vez vai ser conectado a um computador que irá confeccionar os gráficos. Uma vez conectada, o paciente se deita confortavelmente de “barriga para cima” e a sonda vai sendo retirada de maneira escalonada (para se 69 observar as pressões do esôfago centímetro a centímetro) e o paciente vai ser solicitado a fazer movimentos de deglutição engolindo pequenas quantidades de água mineral (nessa fase é importante que o paciente só engula quando for solicitado pelo médico, pois deglutições não solicitadas atrapalham a leitura das pressões e prolongam o exame). Quando a sonda é totalmente retirada o exame é finalizado e o paciente pode ir para casa, alimentando-se assim que desejar. O exame dura cerca de 30-50 minutos e é feito sem sedação, pois necessita da cooperação e informação do paciente. Quando o exame é feito apenas para posicionar a sonda de pH-metria, dura a metade do tempo da manometria convencional. A pH-metria esofágica é um exame onde é medida a quantidade de ácido que sobe do estômago para o esôfago e garganta durante 24 horas, e quanto tempo esse ácido permanece nesses locais. Uma sonda é introduzida lentamente pelo nariz, com a ajuda de gel anestésico, até chegar na posição adequada; então é presa no nariz por um esparadrapo especial que não machuca a pele. Essa sonda fica conectada a um aparelho que grava as informações do exame e que pode ser preso à cintura e um eletrodo que fica preso à pele através de um adesivo. Após a instalação do aparelho, a pessoa volta às suas atividades normais, mas deve anotar todas as refeições feitas e o período que ficou deitado. A sonda permanece no paciente pelo período de 24 horas. A endoscopia digestiva alta permite ao médico examinar a mucosa da parte superior do seu trato gastrointestinal, que inclui esôfago, estômago e duodeno. O médico utiliza um tubo fino e flexível, chamado endoscópio, que possui lentes e luz próprias, permitindo a visualização da mucosa através da outra extremidade do aparelho ou de um monitor de vídeo. O exame pode ser realizado com aplicação de anestesia spray ou na veia. Será colocada uma peça oca na boca, através da qual o endoscópio é introduzido pela sua boca e garganta até o esôfago, estômago e duodeno. O endoscópio não prejudica a respiração, mas é possível que apresente náuseas, que melhoram depois que aparelho passou pela garganta. Um exame comum dura menos de 10 minutos, sendo muito bem tolerado pela maioria das pessoas. A videolaringoscopia é um exame simples e rápido, realizada em consultório médico, em que é feita uma pequena tração da língua e uma ótica, ligada a uma câmera que filma e grava as imagens da garganta em DVD. Ela é introduzida na boca até permitir a visualização de toda a garganta. O exame é rápido (3 a 5 minutos), não exige qualquer preparo e somente em raros casos pode haver náuseas. 70 Sei ainda, que posso me negar a participar desse estudo, como também me retirar do mesmo a qualquer momento que desejar, sem que com isso, nem eu tampouco minha família venhamos a sofrer qualquer tipo de represália Minha participação é inteiramente voluntária e não receberei qualquer quantia em dinheiro ou em outra espécie. Também me foi informado que em caso de esclarecimento ou dúvidas posso procurar informações com o senhor Coordenador da pesquisa, Alvaro Siqueira da Silva, CRM-AM 3798, Av. Castelo Branco, 1403, Cachoeirinha, CEP: 69065-001, tel: (92) 3232-2225 _____________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa _____________________________________ Assinatura do pesquisador Data: _______________,_______/__________/__________ 71 IDADE EDA pH-METRIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL PRE EAV LGLM LMC FSM VPD JOS MPSVC MOP AMB NNB AR ALGS MCS CRAS NOS MFMR RAS EMC MAH GS IN VMC EA DS AS CSC AMM MB FP MJC MSM SFG MLO AST IRC SEM ECC MBF AGM SV MSP EGG SEXO INDIVÍDUOS APÊNDICE 4 - TABELA DE DADOS DOS 42 INDIVÍDUOS (ISR) PRÉ-TRATAMENTO 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 1 1 1 2 1 2 1 61 66 73 40 29 39 43 63 66 62 59 59 73 30 50 63 45 58 42 53 38 45 56 50 48 35 43 38 48 39 48 56 46 32 32 42 53 29 42 37 38 40 1 0 3 2 1 1 1 2 2 3 1 1 1 2 1 1 1 3 4 1 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 2 3 0 2 2 2 2 3 3 0 1 2 1 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 2 2 1 3 3 2 2 2 1 0 2 2 1 3 4 2 2 4 2 2 3 2 4 3 4 2 2 3 4 4 4 2 4 4 2 3 4 4 4 4 4 0 4 2 4 2 2 4 4 4 2 4 2 2 2 2 2 1 2 2 3 3 1 2 2 2 2 3 2 2 1 2 3 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 0 3 1 3 3 1 2 2 2 0 2 3 3 2 1 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3 2 3 1 2 2 2 1 2 2 3 4 2 1 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 0 2 2 2 2 0 1 0 2 2 4 2 4 2 2 1 2 2 2 2 4 4 2 4 4 2 0 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 3 1 1 2 2 1 2 2 1 2 1 3 2 2 1 1 1 2 3 1 2 2 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 1 1 1 2 1 1 2 3 1 3 1 0 2 1 2 0 1 1 2 2 0 1 0 0 0 0 0 2 2 0 0 2 2 2 0 0 0 2 2 3 0 0 1 3 3 0 0 0 1 0 2 2 3 0 2 4 0 2 2 2 3 2 2 0 2 2 1 2 3 0 0 2 2 2 0 2 2 2 1 0 0 0 2 3 1 0 1 0 0 1 2 0 1 0 4 2 2 3 3 2 2 2 4 2 1 3 2 3 2 4 3 3 4 3 3 3 2 3 4 3 3 4 3 3 3 3 3 2 2 3 1 2 4 2 3 3 2 4 0 2 2 2 1 1 0 0 0 1 0 1 3 2 1 0 0 3 0 0 2 0 0 1 2 2 0 2 0 3 1 0 1 0 2 0 2 0 0 1 18 15 17 19 18 15 16 15 18 16 16 17 18 17 15 17 18 17 21 17 20 21 15 20 20 16 15 20 17 16 18 14 17 15 15 15 14 14 16 15 16 16 Legenda: SEXO: 1 – feminino, 2 – masculino. EDA: 0 – normal, 1 - gastrite sem esofagite, 2 - esofagite não erosiva, 3 - esofagite erosiva Los A, 4 - Los B, 5 - Los C, 6- Barret. pHmetria: 0 negativo (sem refluxo), 1 - positivo distal, 2 - positivo próximo, 3 - positivo distal e proximal. ISR (ESCORE ANEXO 1): 1 - Problemas com a voz, 2 – Pigarro, 3 - Excesso de secreção na garganta, 4 - Dificuldade em engolir comida ou líquido, 5 - Tosse depois de comer ou deitar, 6 Crises de sufocação, 7 - Tosse irritante, 8 - Sensação de bola na garganta, 9 - Queimação, dor no peito, indigestão ou sensação de ácido do estômago subindo para garganta. 72 EDA pH-METRIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 1 1 1 2 1 2 1 61 66 73 40 29 39 43 63 66 62 59 59 73 30 50 63 45 58 42 53 38 45 56 50 48 35 43 38 48 39 48 56 46 32 32 42 53 29 42 37 38 40 1 0 3 2 1 1 1 2 2 3 1 1 1 2 1 1 1 3 4 1 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 2 3 0 2 2 2 2 3 3 0 1 2 1 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 2 2 1 3 3 2 2 2 1 0 2 2 0 2 0 0 0 0 2 2 0 1 0 2 1 1 0 2 0 4 0 4 2 2 4 4 0 4 2 4 4 4 4 4 4 4 2 4 2 2 2 2 4 0 1 1 2 1 2 1 1 2 1 2 2 2 2 1 1 2 1 2 2 1 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1 0 0 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 2 3 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 2 3 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 1 1 1 0 2 0 2 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 2 4 2 2 2 2 0 2 2 2 2 4 0 2 2 2 2 2 0 2 2 0 1 0 2 1 2 0 0 1 1 2 1 2 1 1 1 1 0 0 2 1 2 1 2 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 2 2 0 0 2 0 0 2 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 0 0 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 3 2 2 1 3 1 2 2 2 2 2 3 1 0 1 2 0 2 1 3 3 3 2 2 3 3 3 3 4 4 3 3 2 2 1 2 2 1 4 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL PÓS IDADE EAV LGLM LMC FSM VPD JOS MPSVC MOP AMB NNB AR ALGS MCS CRAS NOS MFMR RAS EMC MAH GS IN VMC EA DS AS CSC AMM MB FP MJC MSM SFG MLO AST IRC SEM ECC MBF AGM SV MSP EGG SEXO INDIVÍDUOS APÊNDICE 5 - TABELA DE DADOS DOS 42 INDIVÍDUOS (ISR) PÓSTRATAMENTO 6 11 12 9 10 4 9 8 7 12 9 12 11 8 7 12 5 10 10 10 11 14 19 16 9 12 10 20 17 17 16 18 12 15 9 13 9 11 7 8 14 3 Legenda: SEXO: 1 – feminino, 2 – masculino. EDA: 0 – normal, 1 - gastrite sem esofagite, 2 - esofagite não erosiva, 3 - esofagite erosiva Los A, 4 - Los B, 5 - Los C, 6- Barret. pHmetria: 0 negativo (sem refluxo), 1 - positivo distal, 2 - positivo próximo, 3 - positivo distal e proximal. ISR (ESCORE ANEXO 1): 1 - Problemas com a voz, 2 – Pigarro, 3 - Excesso de secreção na garganta, 4 - Dificuldade em engolir comida ou líquido, 5 - Tosse depois de comer ou deitar, 6 Crises de sufocação, 7 - Tosse irritante, 8 - Sensação de bola na garganta, 9 - Queimação, dor no peito, indigestão ou sensação de ácido do estômago subindo para garganta. 73 IDADE EDA pH-METRIA TPREQ1 RPREQ1 TPREQ2 RPREQ2 TPREQ3 RPREQ3 TPREQ4 RPREQ4 TPREQ5 RPREQ5 TPREQ6 RPREQ6 TPREQ7 RPREQ7 TPREQ8 RPREQ8 TPREEAER RPREEAER EAV LGM LMC FSM VPD JOS MPSVC MOP AB NNB AR ALGS MCS CRAS NOS MFMR RAS EMC MAH GS IN VMC EA DS AS CSC AMM MB FP MJC MSM SFG MLO AST IRC SEM ECC MBF AGM SV MSP EGG SEXO INDIVÍDUOS APÊNDICE 6 - TABELA DE DADOS DOS 42 INDIVÍDUOS (EAER) PRÉTRATAMENTO 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 1 1 1 2 1 2 1 61 66 73 40 29 39 43 63 66 62 59 59 73 30 50 63 45 58 42 53 38 45 56 50 48 35 43 38 48 39 48 56 46 32 32 42 53 29 42 37 38 40 1 0 3 2 1 1 1 2 2 3 1 1 1 2 1 1 1 3 4 1 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 2 3 0 2 2 2 2 3 3 0 1 2 1 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 2 2 1 3 3 2 2 2 1 0 2 2 2 4 4 2 2 4 2 2 0 2 4 2 4 0 2 4 2 4 4 2 4 4 2 3 4 4 4 4 4 0 4 2 4 2 2 4 4 4 2 4 0 2 2 2 4 2 4 4 2 4 4 2 2 0 4 0 0 2 2 4 4 2 2 4 4 3 4 2 4 4 4 0 4 2 4 2 0 3 4 3 2 4 0 2 1 1 2 1 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 2 2 1 2 3 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 0 3 1 1 1 1 2 2 2 0 2 0 1 1 1 2 2 3 2 2 2 2 2 2 1 3 1 1 2 1 2 2 2 2 3 2 2 2 1 2 2 2 0 3 1 1 1 1 2 1 2 0 2 0 1 2 1 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3 2 3 1 2 2 2 1 2 2 3 4 2 1 1 1 2 2 2 2 1 2 1 1 1 1 2 2 3 2 2 2 3 3 3 2 2 2 2 3 3 2 3 2 3 2 3 3 2 2 2 2 3 2 3 1 1 1 1 2 2 2 0 2 1 1 0 2 2 2 2 0 0 0 0 2 4 2 4 2 2 0 2 2 2 2 4 4 2 4 4 2 0 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 0 2 2 0 0 2 2 2 2 2 0 0 2 4 2 2 4 2 2 2 0 2 2 2 2 4 2 4 2 0 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 0 2 2 0 1 1 1 2 2 1 0 1 1 2 1 1 2 1 1 0 1 2 3 1 2 2 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 1 1 1 2 1 1 0 1 1 2 1 1 2 1 2 2 1 1 1 2 2 1 2 1 1 2 2 2 3 1 2 2 2 2 2 1 1 2 1 2 2 2 1 2 1 2 1 1 0 1 1 2 0 0 2 0 2 0 0 0 2 2 2 0 0 0 0 0 0 2 2 0 0 2 2 2 0 0 0 2 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 0 2 2 2 0 0 0 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 2 0 2 2 2 0 2 2 0 2 2 0 2 0 0 0 2 2 2 0 2 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 2 2 2 0 0 2 0 2 2 2 2 0 0 0 2 2 0 0 2 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 9 15 11 13 11 8 8 6 14 17 9 16 8 9 10 9 14 17 11 17 18 11 17 16 10 9 16 14 13 15 5 9 7 8 12 11 11 3 11 4 6 7 7 14 11 14 14 9 11 14 13 13 6 17 8 8 13 8 14 16 11 13 17 15 18 12 6 11 18 14 10 16 6 9 8 5 11 10 10 2 11 4 6 Legenda: TPREQ1= teste pré tratamento do subdomínio eritema/hiperemia RPREQ1= reteste pré tratamento do subdomínio eritema/hiperemia TPREQ2 = teste pré tratamento do subdomínio edema laríngeo difuso RPREQ2= reteste pré tratamento do subdomínio edema laríngeo difuso TPREQ3= teste pré tratamento do subdomínio hipertrofia da região interaritenoidea RPREQ3= reteste pré tratamento do subdomínio hipertrofia da região interaritenoidea TPREQ4= teste pré tratamento do subdomínio obliteração dos ventrículos RPREQ4= reteste pré tratamento do subdomínio obliteração dos ventrículos TPREQ5= teste pré tratamento do subdomínio edema de pregas vocais RPREQ5= reteste pré tratamento do subdomínio edema de pregas vocais TPREQ6= teste pré tratamento do subdomínio edema subglótico RPREQ6= reteste pré tratamento do subdomínio edema subglótico TPREQ7= teste pré tratamento do subdomínio muco endolaríngeo espesso RPREQ7= reteste pré tratamento do subdomínio muco endolaríngeo espesso TPREQ8= teste pré tratamento do subdomínio granuloma/tecido granulação RPREQ8= reteste pré tratamento do subdomínio granuloma/tecido granulação 74 TPOSQ2 RPOSQ2 TPOSQ3 RPOSQ3 TPOSQ4 RPOSQ4 TPOSQ5 RPOSQ5 TPOSQ6 RPOSQ6 TPOSQ7 RPOSQ7 TPOSQ8 RPOSQ8 2 3 0 2 2 2 2 3 3 0 1 2 1 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 2 2 1 3 3 2 2 2 1 0 2 2 0 2 2 0 0 0 2 2 0 2 4 2 4 4 0 2 0 4 0 4 2 2 4 4 0 4 2 4 4 4 4 4 4 4 2 4 2 2 2 2 4 0 2 2 2 0 0 0 2 2 0 4 4 0 4 4 4 4 0 4 2 2 4 4 4 4 0 4 2 4 4 4 2 4 4 4 2 4 2 2 2 2 4 0 1 1 2 1 2 1 1 2 1 2 2 2 2 1 1 2 1 2 2 1 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1 0 2 1 2 1 2 2 1 2 2 2 2 1 2 2 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 1 1 0 1 0 1 2 2 1 2 2 1 2 1 2 2 2 3 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 2 3 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 1 1 1 2 2 2 1 2 2 1 2 1 3 3 2 3 2 2 2 3 1 2 2 3 2 2 2 1 2 2 3 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 1 1 0 0 2 2 2 2 0 0 0 0 2 4 2 4 0 0 2 0 0 2 0 2 4 2 2 2 2 0 2 2 2 2 4 0 2 2 2 2 2 0 2 2 0 0 0 4 2 2 0 0 0 2 2 2 2 4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 0 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 0 2 2 0 1 0 2 1 2 0 0 1 1 2 1 2 1 1 1 1 0 0 2 1 2 1 2 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 2 1 0 1 1 2 2 1 2 1 2 1 2 2 1 2 1 0 2 1 1 1 2 1 2 2 1 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 2 2 2 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 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reteste pré tratamento do subdomínio edema de pregas vocais TPREQ6= teste pré tratamento do subdomínio edema subglótico RPREQ6= reteste pré tratamento do subdomínio edema subglótico TPREQ7= teste pré tratamento do subdomínio muco endolaríngeo espesso RPREQ7= reteste pré tratamento do subdomínio muco endolaríngeo espesso TPREQ8= teste pré tratamento do subdomínio granuloma/tecido granulação RPREQ8= reteste pré tratamento do subdomínio granuloma/tecido granulação RPOSEAER RPOSQ1 1 0 3 2 1 1 1 2 2 3 1 1 1 2 1 1 1 3 4 1 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 TPOSEAER TPOSQ1 IDADE 61 66 73 40 29 39 43 63 66 62 59 59 73 30 50 63 45 58 42 53 38 45 56 50 48 35 43 38 48 39 48 56 46 32 32 42 53 29 42 37 38 40 pH-METRIA 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 1 1 1 2 1 2 1 EDA EAV LGM LMC FSM VPD JOS MPSVC MOP AB NNB AR ALGS MCS CRAS NOS MFMR RAS EMC MAH GS IN VMC EA DS AS CSC AMM MB FP MJC MSM SFG MLO AST IRC SEM ECC MBF AGM SV MSP EGG SEXO INDIVÍDUOS APÊNDICE 7 - TABELA DE DADOS DOS 42 INDIVÍDUOS (EAER) PÓSTRATAMENTO 3 9 14 7 8 3 6 9 5 12 15 12 16 8 6 12 4 8 10 8 10 11 16 13 7 10 7 17 14 14 12 14 9 12 7 11 8 9 5 7 10 2 7 8 16 5 7 5 7 10 9 13 16 8 18 11 12 14 7 8 11 9 13 12 11 18 3 12 7 17 14 13 10 11 8 12 6 11 8 9 5 7 10 1