Especializações do Marketing

Propaganda
Especializações
do Marketing
Professora conteudista: Heloisa de Castro
Sumário
Especializações do Marketing
Unidade I
1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................................1
1.1 Contexto histórico ..................................................................................................................................1
1.2 O processo mercantil .............................................................................................................................2
2 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO ................................................................................................................................4
3 VAMOS ENTENDER O QUE É MARKETING ................................................................................................6
4 MARKETING ESPORTIVO ..................................................................................................................................8
4.1 Como surgiu o Marketing esportivo?..............................................................................................8
5 DEFININDO MARKETING ESPORTIVO ........................................................................................................9
6 A INDÚSTRIA DO ESPORTE ............................................................................................................................9
7 RAZÕES PARA INVESTIR EM MARKETING ESPORTIVO .....................................................................11
7.1 Que peculiaridades são essas? ........................................................................................................11
8 VAMOS AGORA ENTENDER AS EMPRESAS QUE VIVEM DO ESPORTE ...................................... 13
9 O MARKETING ESPORTIVO NO MUNDO ............................................................................................... 14
10 O MARKETING ESPORTIVO NO BRASIL ............................................................................................... 15
11 NÚMEROS DA INDÚSTRIA ESPORTIVA ................................................................................................. 15
12 O PRODUTO ESPORTIVO ........................................................................................................................... 16
12.1 Características e elementos do produto esportivo ............................................................. 16
12.2 Essência e extensões......................................................................................................................... 19
12.3 Peculiaridades do produto “esporte” ......................................................................................... 19
12.4 Os produtos esportivos .................................................................................................................... 20
13 PREÇO .............................................................................................................................................................. 22
13.1 Valor e preço ........................................................................................................................................ 23
13.2 Objetivos da determinação de preço ......................................................................................... 24
13.3 Métodos e estratégias...................................................................................................................... 25
14 PRAÇA ............................................................................................................................................................... 28
14.1 Noção de conjunto ........................................................................................................................... 29
14.2 Instalações ............................................................................................................................................ 29
15 PROMOÇÃO..................................................................................................................................................... 32
15.1 Razão ...................................................................................................................................................... 33
15.2 Objetivos ................................................................................................................................................ 33
15.3 Métodos ................................................................................................................................................. 33
16 PRINCIPAIS FORMAS DE INVESTIR NO MARKETING ESPORTIVO ............................................. 34
16.1 Falando de patrocínio ...................................................................................................................... 34
16.2 Categorias de patrocínio ................................................................................................................ 35
16.3 Outras maneiras de aliar o nome da organização com o esporte ................................. 36
17 INVESTIMENTO NO ESPORTE – NATUREZA, CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS .................... 36
17.1 Natureza ................................................................................................................................................ 36
17.2 Conceitos .............................................................................................................................................. 37
17.3 Características ..................................................................................................................................... 37
18 COMO AS ENTIDADES ESPORTIVAS SE BENEFICIAM DO MARKETING ESPORTIVO ............ 38
19 PRINCIPAIS MEIOS DE DIVULGAÇÃO PARA O ESPORTE ............................................................... 39
Unidade II
20 ENTENDENDO A ORIGEM DA PALAVRA CULTURA ......................................................................... 45
21 VAMOS ENTÃO DEFINIR MARKETING CULTURAL? ......................................................................... 45
22 HISTÓRIA DO APOIO À CULTURA .......................................................................................................... 46
23 O QUE TEM PROVOCADO ESSE INTERESSE NO PATROCÍNIO À CULTURA? .......................... 48
24 A RESPONSABILIDADE DO ESTADO E DAS EMPRESAS PRIVADAS .......................................... 52
25 LEIS DE INCENTIVO À CULTURA .............................................................................................................. 54
25.1 A primeira lei criada foi a Lei Sarney ......................................................................................... 54
25.2 Lei Mendonça ...................................................................................................................................... 55
25.3 Lei do Audiovisual ............................................................................................................................. 55
25.4 Lei de Incentivo à Cultura .............................................................................................................. 56
25.5 Lei Rouanet .......................................................................................................................................... 56
25.5.1 O Pronac funciona por meio dos seguintes mecanismos: .................................................. 57
26 O INCENTIVO FISCAL DA LEI ROUANET ................................................................................................ 58
27 OBJETIVOS DO MARKETING CULTURAL .............................................................................................. 63
28 BENEFÍCIOS SOCIAIS DE INCENTIVO À CULTURA ............................................................................ 65
29 FORMAS DE APOIO CULTURAL ................................................................................................................ 66
29.1 Formas de patrocínio ...................................................................................................................... 70
30 ENTENDENDO O PROCESSO DE MARKETING CULTURAL ............................................................ 72
31 MAS O QUE FAZ EXATAMENTE O PRODUTOR CULTURAL? .......................................................... 76
Unidade III
32 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 80
33 A ORIGEM DO TERCEIRO SETOR ............................................................................................................. 86
33.1 Conceito de Terceiro Setor ............................................................................................................. 89
33.2 A Composição do Terceiro Setor.................................................................................................. 90
33.3 As Entidades Beneficentes ............................................................................................................. 91
33.4 Características Principais ................................................................................................................ 92
33.5 Lucros ..................................................................................................................................................... 93
33.6 Empresas com Responsabilidade Social ................................................................................... 93
33.7 O Terceiro Setor em Números ....................................................................................................... 94
34 DEFINIÇÕES DE MARKETING SOCIAL .................................................................................................... 97
34.1 A Participação Social das Empresas ........................................................................................... 99
34.2 Marketing de Responsabilidade Social x Marketing para Causas Sociais ................100
34.3 O Marketing Social hoje................................................................................................................102
34.4 As Estratégias de Marketing Social ..........................................................................................103
34.4.1 O que é solidariedade? .....................................................................................................................103
34.4.2 E quando a ajuda é gerada pela própria conveniência? ...................................................104
34.5 A Captação de Recursos................................................................................................................105
34.6 A Autossustentabilidade do Terceiro Setor ...........................................................................106
34.7 A Contribuição do Setor Público ............................................................................................... 107
34.8 Os Tipos de Financiamento para o Terceiro Setor .............................................................. 107
34.9 O Mercado de Trabalho no Terceiro Setor .............................................................................108
34.10 Os Negócios do Terceiro Setor .................................................................................................108
35 ESTRATÉGIAS DO TERCEIRO SETOR .................................................................................................... 110
36 PRINCIPAIS INDICADORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL .................................................... 112
37 GESTÃO DO TERCEIRO SETOR E SUAS FASES .................................................................................. 116
37.1 Gestão do Terceiro Setor............................................................................................................... 116
37.2 Transparência (Stakeholder accountability).......................................................................... 117
37.3 Sustentabilidade............................................................................................................................... 117
37.4 Qualidade de serviços .................................................................................................................... 118
37.5 Capacidade de articulação ........................................................................................................... 118
37.6 O Terceiro Setor e suas fases ....................................................................................................... 119
Unidade IV
38 O MARKETING POLÍTICO E SEUS CONCEITOS .................................................................................124
38.1 Surgimento do Marketing Político no Mundo.....................................................................126
38.2 Entendendo melhor a política ....................................................................................................131
38.3 E a Mídia neste contexto? ..........................................................................................................133
38.4 Mídia e Marketing como instrumentos de poder ..............................................................134
38.5 Definindo Marketing Político ......................................................................................................136
39 AS PESQUISAS ............................................................................................................................................136
39.1 O Processo de Pesquisa .................................................................................................................137
39.2 Abordagens de Pesquisa ...............................................................................................................138
39.3 Instrumentos de Pesquisa ............................................................................................................139
39.4 Amostragem ......................................................................................................................................140
39.5 Métodos de Contato.......................................................................................................................141
39.6 Análise das informações ...............................................................................................................142
39.7 Apresentação de resultados ........................................................................................................142
39.8 Pesquisa de opinião .......................................................................................................................142
40 MARKETING POLÍTICO X MARKETING ELEITORAL ........................................................................144
40.1 Tudo não passa de um processo de troca ..............................................................................145
41 O MARKETING PESSOAL COMO ALIADO POLÍTICO ......................................................................147
41.1 O marketing pessoal na atividade profissional ....................................................................148
41.2 Marketing de Relacionamento na Política ............................................................................150
41.3 As regras de utilização do Marketing de Relacionamento nas estratégias
políticas..........................................................................................................................................................153
41.4 As estratégias de Marketing de Relacionamento voltadas para o
Marketing Político .....................................................................................................................................154
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
5
Unidade I
10
15
1 APRESENTAÇÃO
20
O objetivo da nossa matéria é analisar as principais
25 ferramentas mercadológicas quando direcionadas para áreas
específicas, como as de Marketing Social, Político, Esportivo e
30 Cultural, hoje tão disseminadas.
35
A todo momento ouvimos falar de Marketing Social,
Marketing Político, Marketing Esportivo e Marketing Cultural,
mas o que esses “Marketings” têm de diferente?
1.1 Contexto histórico
Inicialmente teremos que entender um pouco do contexto
histórico: antes da Revolução Industrial, todo o processo
produtivo se dava artesanalmente, ou seja, através da manufatura
(que significa feito à mão) dos produtos. Dependendo da
demanda, os artesãos até se organizavam e dividiam algumas
etapas da execução (principalmente entre membros da família),
mas na maioria das vezes uma mesma pessoa tinha o controle e
o domínio de todo o processo produtivo, desde a matéria-prima
até a confecção do produto e sua posterior comercialização,
sendo uma grande especialista e havendo pouca concorrência.
Essas pequenas oficinas se encontravam em áreas rurais, não raro
nas próprias casas, e comumente envolviam famílias inteiras no
mesmo processo produtivo que era regido exclusivamente pela
demanda.
Quando o homem percebeu que através das máquinas ele
poderia fabricar muito mais produtos em um tempo menor, a
1
Unidade I
Revolução Industrial se instaurou e profundas transformações
aconteceram.
O artesão começou a trabalhar em uma unidade produtiva
(fábrica) que estava inserida na cidade, perdeu o controle do
processo produtivo, da posse da matéria-prima, do produto final
e, consequentemente, do lucro, tornando-se parte de um sistema
produtivo que precisava então gerar venda, pois fabricava muito
mais do que a demanda.
Resumindo:
• Antes da Revolução Industrial, o processo de fabricação se
dava mais ou menos da seguinte maneira:
Existe a
demanda
(encomenda)
Produzo
artezanalmente
Vendo para o
consumidor
• Depois da Revolução Industrial ocorreu uma inversão:
Fabrico
Vou gerar
demanda
Vendo
1.2 O processo mercantil
Iniciou-se um processo de concorrência, pois as fábricas
começaram a produzir produtos similares, havendo a necessidade
de investir em ótimos vendedores que deveriam “convencer” o
comprador a adquirir determinada mercadoria. Toda a ênfase foi
direcionada para as vendas.
Logo depois da Primeira Grande Guerra, os Estados Unidos
acabaram sendo responsáveis por quase 50% da produção
mundial de bens e se estabeleceu o estilo de vida americano, o
“american way of life”.
2
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
Porém, passado o período da guerra, países europeus
como Alemanha, Inglaterra, França e Itália, entre outros,
começaram a se reorganizar e a tomar pé de seu processo
produtivo; com isso, diminuíram muito a importação
de produtos americanos. Os Estados Unidos estavam
caminhando para uma superprodução, que teve seu auge
em 1929, quando as ações das empresas na bolsa de Nova
York caíram vertiginosamente, provocando desemprego em
massa, que durante a crise chegou a atingir 15 milhões de
trabalhadores.
Participação das Potências na Produção Industrial Mundial
de 1929, em %:
Países
%
Estados Unidos
44,8
Alemanha
11,6
Grã-Bretanha
9,3
França
7,0
URSS
4,6
Demais Países
22,7
Total Mundial
100,0
Era preciso então conquistar os consumidores, ou seja,
continuava sendo necessário dar ênfase às vendas, porque os
produtos já haviam sido produzidos e precisavam ser vendidos.
Cada vez mais ferramentas de publicidade e propaganda
foram utilizadas para fazer com que o consumidor optasse por
determinados produtos.
Durante a Segunda Grande Guerra, os produtos ficaram
escassos porque grande parte da mão de obra foi direcionada
à indústria bélica e tivemos um período de pouca concorrência.
Logo depois, quando a guerra terminou, a demanda cresceu e as
empresas voltaram a ter domínio completo sobre a produção. O
consumidor foi relegado porque a demanda era bem maior do
que a oferta.
3
Unidade I
Só que rapidamente os produtos ofertados começaram a
ter concorrentes diversos, e o consumidor passou a ter que ser
conquistado dia a dia.
Resumindo
Hoje temos uma situação em que, bem antes de fabricar,
existe a necessidade de se conhecer o que o consumidor espera,
suas expectativas, seus anseios e desejos.
Produtos são desenvolvidos e fabricados com o objetivo
de antecipar as expectativas do consumidor e, se possível,
superá-las sempre, pois só assim se alcança a excelência e a sua
preferência.
2 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
No início do século XX iniciaram-se os estudos sobre as
necessidades e as motivações humanas, que se tornaram uma
ferramenta inestimável para que se pudesse entender de que
forma o consumidor optava por determinadas mercadorias ou
produtos.
Todos nós temos necessidades o tempo todo, sendo que
algumas são fisiológicas (inerentes ao ser humano), como
fome, sede e desconforto. Outras são necessidades psicológicas,
como a de estar integrado em determinada comunidade e
a de querer ser reconhecido. Toda necessidade que assume
um papel importante transforma-se em motivação, o que faz
com que a pessoa tenha iniciativa e tome uma determinada
atitude.
As teorias sobre motivação humana mais conhecidas foram
desenvolvidas por:
• Sigmund Freud - Médico austríaco considerado o
pai da Psicanálise (1856/1939) que concluiu que o
4
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
comportamento humano é basicamente inconsciente
e que ninguém chega a entender totalmente as suas
motivações, porque elas não se dão num nível consciente,
ou seja, você não compra uma calça jeans porque precisa
se vestir, você compra o conforto, o status, a cor; você não
compra uma garrafa de vinho, mas o refinamento, o prazer.
Atualmente os pesquisadores da motivação identificam
os diferentes motivos que levam um produto a satisfazer
ao consumidor e o comportamento do consumidor em
relação aos produtos.
• Frederick Herzberg - Nascido em 1923 e falecido
em 2000, nos Estados Unidos, foi psicólogo clínico e
professor de Gestão na University of Utah e desenvolveu
a teoria com dois fatores: o insatisfatório (aquele que
causa insatisfação) e o satisfatório (aquele que causa
satisfação). Para Herzberg, não importa se os fatores
insatisfatórios inexistem, mas sim que os fatores
satisfatórios sejam relevantes e presentes para definir e
motivar uma compra. Por exemplo: quando você compra
um telefone celular que não tem garantia temos um fator
de insatisfação, porém, se além da garantia, ele oferecer
uma câmera para fotos e vídeo que seja fácil de usar,
com um manual bem explicativo, temos um satisfator.
Os satisfatores fazem especial diferença na escolha das
marcas.
• Abraham Maslow - Psicólogo americano (1908/1970),
trabalhou no MIT, fundando o centro de pesquisa National
Laboratories for Group Dynamics. Desenvolveu, em 1943,
um modelo segundo o qual as pessoas têm necessidades
específicas em determinados momentos, havendo uma
hierarquia dessas necessidades, da mais urgente para a
menos urgente, ou seja, os indivíduos procuram satisfazer
às suas necessidades mais urgentes em primeiro lugar. Para
Maslow, se você está com fome, não dá para ter interesse
no último lançamento da Ford ou da Calvin Klein.
5
Unidade I
Toda a sua teoria está baseada numa pirâmide denominada
Hierarquia das Necessidades de Maslow, que contempla cinco
principais níveis de necessidades:
Necessidades
de
autorrealização
Desenvolvimento e
realização profissional
Necessidades de estima
Autoestima, reconhecimento, status
Necessidades sociais
Amor, sensação de pertencer a um grupo ou
sociedade
Necessidades de segurança
Proteção e segurança real
Necessidades fisiológicas
Abrigo, comida, água
Com este estudo, Maslow demonstra o mecanismo capaz
de identificar e ordenar as necessidades que os consumidores
tentam suprir no momento da compra, proporcionando uma
ferramenta inestimável para a conquista destes consumidores.
Agora que já falamos sobre o contexto histórico em que o
Marketing teve terreno fértil e sobre as motivações que levam
pessoas a desejarem determinados produtos/serviços, é hora de
definirmos o conceito de Marketing.
3 VAMOS ENTENDER O QUE É MARKETING
Marketing já foi muitas vezes confundido com vendas ou
com publicidade. Há cinquenta anos, existia um conceito para
Marketing, segundo Kotler, que o definia como “um estado de
6
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
espírito corporativo que existe na integração e coordenação
de todas as funções de Marketing, as quais, por sua vez, estão
fundidas com todas as outras funções corporativas, para o
objetivo básico de produzir lucros de longo alcance”.
Segundo a American Marketing Association, “Marketing é
uma função organizacional e um conjunto de processos que
envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para
os clientes, bem como a administração do relacionamento
com eles, de modo que beneficie a organização e seu público
interessado”.
Para Philip Kotler e Kevin Keller (2006, p. 04), “o Marketing
envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas
e sociais, ou seja, ele supre necessidades lucrativamente”. Sob
esta concepção, podemos dizer que Marketing é toda relação de
troca que venha a satisfazer tanto as metas individuais quanto
as organizacionais.
Alguns autores dizem que, dentre as funções de
gerenciamento, o Marketing é a que tem maior dificuldade
em definir seu posicionamento, porque ele é simultaneamente
cultura, estratégia e tática:
• Cultura Organizacional, porque é um conjunto de crenças
e valores que despertam nas empresas um compromisso
de atender às necessidades dos clientes através de um
caminho lucrativo.
• Estratégia, pois desenvolve respostas eficazes a ambientes
de mercado em constante mutação ao definir segmentos
de mercado e posicionar seus produtos para aquele
público-alvo.
• Táticas são as atividades de gerenciamento do dia a
dia, como preço, distribuição, comunicação e o próprio
produto que estão sob o guarda-chuva do Marketing.
7
Unidade I
Podemos então perceber que não é fácil conceituar o
Marketing, por ser uma área de conhecimento que abrange
diversos pontos imprescindíveis das organizações, pois falamos
do produto e de quem compra.
4 MARKETING ESPORTIVO
4.1 Como surgiu o Marketing esportivo?
Inicialmente confundia-se Marketing esportivo com
patrocínio, embora a relação entre organizações e esportes seja
muito antiga.
Alguns autores definem seu início na segunda metade do
século XIX, porque na Europa e nos Estados Unidos começaram
a tomar corpo esportes como futebol, atletismo, boxe e corrida
de cavalos.
Wesley Cardia (2004, p. 13) nos conta que em 1850, John
Wisden, fabricante inglês de confecções masculinas, teve a
ideia de patrocinar um anuário sobre cricket, um esporte que
nasceu no sul da Inglaterra, no século XVI, segundo alguns
pesquisadores. Ele foi inspirado num jogo rural e adotado pela
nobreza do século XVII. Hoje ele é bem difundido no Reino Unido,
na Índia (em função da colonização inglesa) e no Paquistão.
A Kodak, em troca de apoio ao Comitê Organizador dos
Jogos Olímpicos, estampa sua logomarca nos programas
oficiais do evento desde 1896. Em 1912, cerca de 10 empresas
tiveram o direito de estampar suas marcas nas Olimpíadas
de Estocolmo. Já a parceria da Coca-Cola com o COI (Comitê
Olímpico Internacional) data de 1928, nos Jogos Olímpicos de
Amsterdã.
Com o advento da televisão e das transmissões efetuadas por
ela, o patrocínio esportivo ganhou corpo, sendo que a primeira
transmissão via TV ocorreu em 1936 nos Jogos de Berlim.
8
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
No verão de 1952, durante os jogos da XV Olimpíada
realizados na Finlândia (pátria de alguns dos maiores atletas
olímpicos antes da Segunda Grande Guerra), em Helsinque,
grandes empresas passaram a monopolizar a compra dos direitos
de patrocínio dos jogos, como a Coca-Cola, a Nestlé, a GM e
vários bancos.
Na década de 60 tivemos os Jogos de Roma sendo
televisionados para 18 países, e os patrocinadores passaram a
ser considerados “Fornecedores Oficiais dos Jogos Olímpicos”. A
partir dos Jogos de Montreal (1976) tivemos os patrocinadores
divididos entre: patrocinadores oficiais, colaboradores e
licenciados. A partir de 1988, nos Jogos de Seul, os patrocinadores
passaram a ser considerados patrocinadores oficiais por um
período de quatro anos.
Embora os empreendedores tenham “vendido” o esporte
desde sempre, a sua comercialização é bem recente.
Agora que entendemos como surgiu o Marketing Esportivo,
vamos tentar defini-lo?
5 DEFININDO MARKETING ESPORTIVO
Na verdade, podemos definir Marketing esportivo como
a área de conhecimento em que se aplicam os conceitos de
Marketing tradicional a produtos esportivos, como clubes,
federações, eventos esportivos e atletas, bem como a produtos
que não são esportivos, mas têm uma ligação direta com o
esporte, a fim de se atingir públicos e mercados específicos e
obter maior lucratividade.
6 A INDÚSTRIA DO ESPORTE
Quando falamos em indústria do esporte, a primeira coisa
que vem a nossa cabeça são as roupas confortáveis e coloridas
para praticarmos esporte, não é?
9
Unidade I
Mas a indústria do esporte não se limita a isso, pois ela
abrange não só o vestuário como o esporte em si, equipamentos
e acessórios necessários para a prática esportiva, os brindes
promocionais que são usados para promover determinados
eventos esportivos, as instalações para se praticar o esporte e as
atividades recreativas.
Além disso, existem empresas que fazem do esporte
uma ponte para que seus produtos sejam conhecidos pelos
consumidores, ou seja, elas se utilizam das peculiaridades do
esporte para diferenciar seus produtos. Então não podemos nos
esquecer de que a indústria esportiva é abrangente e envolve
diversos tipos de produtos, que vão desde os esportes em si até
atividades recreativas.
Resumindo:
Esportes oferecidos como produto para participação:
Maratona Pão de Açúcar.
Esportes oferecidos como espetáculo, como, por exemplo,
tênis, basquete, futebol.
Brindes promocionais para promoção dos eventos
esportivos, como bonés, camisetas, toalhas.
Equipamentos e acessórios para a prática das atividades,
como raquetes, chuteiras, bolas.
Instalações para a prática de esporte, como estádios,
quadras, ginásios.
Atividades recreativas, como canoagem, rafting, ciclismo.
10
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
7 RAZÕES PARA INVESTIR EM MARKETING
ESPORTIVO
Existem diversas razões para que uma organização opte por
direcionar sua verba para o Marketing esportivo, como:
1. Aumentar o reconhecimento da empresa/marca, criando
uma percepção diferenciada.
2. Criar orgulho e motivação para os colaboradores.
3. Melhorar a imagem da empresa ou de um produto
específico.
4. Incrementar o resultado da empresa a longo prazo.
5. Demonstrar responsabilidade social.
6. Valorizar a marca.
Uma outra razão para se investir no esporte é que ele possui
peculiaridades que o distingue de qualquer outro produto.
7.1 Que peculiaridades são essas?
Vamos fazer uma comparação entre as características do
esporte e as necessidades de uma empresa:
ESPORTE
Provoca fidelidade e paixão
EMPRESA
Precisa que os colaboradores
tenham fidelidade e paixão
pela organização para que
possam desempenhar melhor
seus papéis.
Exige conhecimento, experiência Para desenvolver sua missão
e estratégia para vencer
de forma adequada e atingir
sua visão, a empresa precisa de
colaboradores com experiência,
conhecimento e é necessária
uma boa estratégia para garantir
seu lugar no mercado.
11
Unidade I
Sem garra, determinação e Para
desenvolver
táticas
superação é impossível atingir compatíveis com o planejamento
os objetivos
estratégico e atingir os
objetivos nele propostos, garra,
determinação e superação são
fundamentais.
O esporte propicia qualidade A empresa precisa propiciar
de vida, saúde e satisfação
qualidade de vida e satisfação
para que o colaborador
desenvolva suas tarefas de
maneira eficiente e eficaz.
O esporte é educação
A empresa nos transmite a
todo instante seus valores,
base para toda educação.
Integração cultural
Toda organização é um mundo
de “diferença” e a integração
cultural é fundamental para o
bom desempenho de cada um
dos colaboradores, bem como
da empresa.
O esporte nos dá alegria e Essas são as molas propulsoras
emoção
para que qualquer negócio
seja um sucesso.
Viram como esporte e organização caminham juntos?
Além disso, podemos identificar no esporte três elementos
fundamentais:
• Parceria
• Investimento
• Retorno
12
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
8 VAMOS AGORA ENTENDER AS EMPRESAS
QUE VIVEM DO ESPORTE
No Brasil, o envolvimento de empresas - dos mais diversos
segmentos - com o setor esportivo tem aumentado cada vez
mais, embora ainda seja incipiente se comparado a outros países,
como os Estados Unidos ou a Inglaterra.
Mas vamos ver de que maneira esse envolvimento se dá:
• Materiais e equipamentos esportivos
Compõem uma grande indústria, diversificada e
especializada na produção de equipamentos esportivos
como uniformes, equipamentos, protetores, calçados
etc. e fomentam o desenvolvimento do esporte como
um todo, pois quanto mais esportes forem praticados e
quanto maior o número de praticantes, melhores serão os
resultados apresentados por essas empresas.
Para se diferenciarem e obterem produtos cada vez
melhores, essas empresas investem muito em P&D
(Pesquisa e Desenvolvimento), a fim de manterem constante
aprimoramento de seus produtos, tendo como estratégia
contratar atletas para testar os modelos fabricados e com isso
obter respostas efetivas “de quem utiliza” o equipamento.
As grandes empresas que compõem esta indústria atuam
em âmbito mundial e faturam bilhões de dólares.
• Empresas de Marketing Esportivo
São empresas especializadas na utilização do esporte
como gerador de visibilidade para outras empresas. Elas
assessoram organizações a encontrarem o melhor esporte,
ou atleta, ou clube, que lhes garanta retorno financeiro
sobre o investimento.
13
Unidade I
São as empresas de Marketing Esportivo que farão toda a
avaliação dos resultados, seja de patrocínio, cogestão ou
qualquer outra forma de investimento no esporte.
• Empresas que estão ligadas diretamente aos esportes,
tais como:
- Empresas promotoras de eventos esportivos.
- Empresas administradoras de equipamentos esportivos.
- Empresas especializadas em compra e venda de bilhetes
para eventos esportivos.
- Agências de viagens que vendem pacotes para eventos
esportivos.
- Empresas especializadas em licenciamento para
comercialização de camisetas, bonés, chaveiros etc.
- Casas de espetáculo, bares, restaurantes ou qualquer
local que transmita os eventos e cobre ingresso para a
transmissão.
• Cogestoras
É crescente a participação de empresas, não só como
patrocinadoras, mas também como cogestoras em times
e ligas profissionais.
Os motivos que levam companhias a trabalhar em
sistema de cogestão com os clubes são os problemas
de organização e administração que muitas vezes estes
apresentam.
9 O MARKETING ESPORTIVO NO MUNDO
• No mundo, a indústria do esporte movimenta anualmente
algo em torno de US$ 1 trilhão.
14
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
• A cada gol, cesta ou raquetada as caixas registradoras das
empresas de Marketing esportivo rodam numa velocidade
impressionante.
• Trata-se hoje de uma das mais lucrativas indústrias do
planeta, contribuindo para o nascimento de grandes
companhias da noite para o dia.
10 O MARKETING ESPORTIVO NO BRASIL
• A indústria esportiva no Brasil movimenta, em média,
R$ 31 bilhões por ano e vem crescendo anualmente, já
ultrapassando 3,3% do PIB brasileiro.
• Só os torcedores do Flamengo têm um poder de consumo
maior do que a população da Venezuela e cerca de 65%
do poder de consumo da Argentina.
11 NÚMEROS DA INDÚSTRIA ESPORTIVA
• Nos Estados Unidos, a indústria do esporte gera US$ 613
bilhões por ano, representando 6,7% do PIB americano
em 2002.
• Em 1982, a indústria americana de esporte era composta
por apenas 10 investidores e hoje são 3,4 mil empresas.
• Os canais de televisão com programação esportiva
dobraram em pouco mais de 10 anos. Em 1997 eram 69 e
hoje são mais de 130.
• O custo de um comercial em final de campeonato de futebol
americano ultrapassa US$ 70.000,00 por segundo.
• Na Europa, os direitos de transmissão esportiva dobraram
desde 1992; de US$ 1,47 bilhão em 1992 passaram para
US$ 3,3 bilhões hoje em dia.
15
Unidade I
Como podemos perceber, os números relacionados ao esporte
no mundo são extremamente significativos, transformando este
segmento num mercado de ótima rentabilidade e percepção
positiva para as marcas.
12 O PRODUTO ESPORTIVO
Quando estamos descrevendo um produto, falamos que pode
ser um “conjunto qualquer ou uma combinação de qualidades,
processos e capacidades (bens, ideias ou serviços) com os quais
o consumidor espera obter satisfação”.
Com relação ao produto esportivo, que como dissemos tem
muitas peculiaridades, podemos definir produto como:
• Competição lúdica, tipicamente em forma de jogo.
• Existe uma diferenciação do espaço e tempo normais, pois
os jogos acontecem, na maioria das vezes, em espaços
predeterminados e com tempos determinados.
• Existem regras especiais para cada modalidade.
• São necessários destreza e treinamento para o
desenvolvimento da atividade esportiva.
• São necessários, na maioria das vezes, equipamentos
especiais.
12.1 Características e elementos do produto
esportivo
• Benefícios essenciais: saúde, entretenimento, sociabilidade,
conquistas.
• Forma esportiva genérica: jogos, regras, equipamentos,
habilidades físicas, instalações, atividade.
• Forma esportiva específica: futebol, golfe, voleibol,
tênis, beisebol, hóquei, hipismo etc.
16
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
• Elementos tangíveis
- Os torcedores
- Atletas, treinadores e o ambiente em si da competição
- Os times/equipes
- A competição
- Equipamentos e acessórios
• Elementos intangíveis
- Evento esportivo
- Vibração
- Satisfação e alegria
- Orgulho
- Superação
- Vitória
O produto esportivo reflete a natureza do esporte como um
serviço em seus principais pontos:
• Perecibilidade
- Se um serviço não for usado quando oferecido, ele não
poderá ser mais utilizado.
- O jogo ou evento, se não for assistido no momento em
que acontece, não poderá ser mais “usado”.
• Intangibilidade
- É muito difícil avaliá-lo e julgar seus benefícios.
• Inseparabilidade
- Os serviços são produzidos e comercializados
simultaneamente.
17
Unidade I
- Os compradores de um serviço não só avaliam o que
foi produzido, mas também como foi produzido.
• Esforço do cliente
- Os clientes são consideravelmente envolvidos na
produção e comercialização de muitos eventos
esportivos.
A natureza do produto esportivo, porém, é bem diferente
de qualquer outro serviço. Os esportes são uma expressão
de nossa humanidade, não podem ser engarrafados como
refrigerantes.
O que o consumidor vê em um esporte é subjetivo e acaba
dificultando a avaliação de satisfação. Portanto, podemos afirmar
que a natureza do esporte é intangível, efêmera, vivencial e
subjetiva.
Vamos exemplificar isso com a citação de Peter Bavasi,
executivo da MLB: “Comercializar o beisebol não é a mesma coisa
que vender sopa de feijão. Você está vendendo uma lembrança,
uma ilusão”.
A produção e o consumo do produto esportivo acontecem
simultaneamente. É uma mercadoria perecível, pois, como
evento, deve ser vendido antecipadamente, não havendo
estoque e exigindo esforço do cliente uma vez que ele também
é produtor do “espetáculo”.
Sua inconsistência e imprevisibilidade também ratificam
sua análise como serviço. Uma partida realizada hoje é
diferente de uma que terá lugar amanhã ou que se deu
ontem.
Há fatores como clima, lesões, ímpeto, rivalidades que irão
contribuir para que o produto seja único.
18
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
Michael Aronin, vice-presidente de Marketing do New York
Mets, dizia: “Antes eu tinha controle do produto, podia planejar
a maneira como queria que fosse. Aqui, o produto muda todos
os dias e você tem que se adaptar rapidamente às mudanças”.
12.2 Essência e extensões
Música
ram
as
Pr
og
s
so
res
Ing
Mascotes
Acessórios e equipamentos
Regras
Local
tic
tís
ta
Elementos essenciais
Es
s
eo
Víd
as
Jogadores
Subprodutos
12.3 Peculiaridades do produto “esporte”
• Necessidade de adversários
1. Ao mesmo tempo, cooperação mútua.
• Identificação pessoal forte
1. Consumidores são experts no assunto.
• Demanda flutuante
1. Dificulta o equilíbrio entre oferta e demanda.
19
Unidade I
• O esporte é um produto de consumo (espectadores e
participantes), tanto quanto um produto industrial
(empresas patrocinadoras).
• Apelo universal
1. Em todo mundo, em qualquer lugar, há sempre um
esporte com o qual alguém se identifica.
12.4 Os produtos esportivos
Dentro dos segmentos de prática, produção e promoção
esportiva, podemos identificar, entre os principais produtos:
• O jogo
− Cada esporte tem aspectos específicos que podem tornálo especialmente atraente para certos consumidores.
− A forma de jogar muda o tempo todo.
− Jogadores inventam jogadas.
− Comitês de regras alteram as regras para equilibrar a
competição.
• Os astros
− Jogadores e treinadores são fundamentais
− São heróis e vilões
- Michael Jordan redefiniu a noção do jogador como
produto.
- Lançou o Air Jordan (tênis mais vendido do
mundo).
- Fez a Nike se tornar a maior empresa de material
esportivo do mundo.
20
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
- Estima-se que o chamado “efeito Jordan” com
receitas dos ingressos, televisão, vendas de
mercadorias, endossos e demais negócios de seus
agentes somem US$ 10 bilhões.
• Equipamentos e acessórios
− Fazem parte do produto essencial de qualquer
participante.
− Nenhum esporte é praticado ou jogado sem
equipamento.
− Podem ser uma extensão da vivência do evento
essencial ou referência para a memória.
• Ingressos e outros materiais impressos
− Poucas pessoas observam todo o valor que tem um
ingresso para o evento.
- Utilizações óbvias
- Recibo de compra
- Identifica o assento
- Comunica os termos e condições de compra
− Isso é somente a ponta do iceberg em termos de
potencial de Marketing.
- Pode e deve ser usado como instrumento
promocional e fonte de receita.
- Souvenirs.
• Organização
− Todos os elementos do produto podem agregar valor à
equipe, ao clube, à liga etc.
21
Unidade I
− Jogadores
− Equipamentos
− Locais
− Mercadoria
− Livros etc.
Podem combinar-se na mente do consumidor como
representação de uma organização particular.
Sempre devemos assegurar que o produto seja concebido,
programado e posicionado de uma maneira que ressoe na
mente do consumidor, pois se ele não reconhece o clube, a
equipe, o jogador e o evento como elementos que satisfaçam
às suas necessidades, o Marketing torna-se uma via de mão
única.
13 PREÇO
Como vimos, a gama de produtos esportivos é vasta e
reconhecê-los é fundamental para o profissional de Marketing,
principalmente quando falamos em precificação, pois, além
da variedade, muitos outros fatores irão influenciar no preço
final do produto como, por exemplo, a imagem, o momento
etc.
No mix de Marketing o preço se torna um elemento crítico,
pois pode ser alterado a qualquer momento, ajudando na
construção da demanda.
Determinar o preço para a unidade individual do produto
esportivo através de uma análise de custo tradicional é
extremamente complicado; alocar custos fixos e operacionais
para o ingresso, por exemplo, é praticamente impossível. Dá
para imaginar alguém contabilizando um jogador, um técnico
ou o uso de um chuveiro de vestiário num ingresso?
22
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
Portanto, o preço do produto é baseado na demanda e na
percepção (normalmente do profissional de Marketing) sobre o
“valor” deste produto como, por exemplo, de um determinado
assento para jogos em dias e horários específicos.
Com frequência, o preço do produto esportivo é pequeno
se comparado com o gasto total do consumidor que envolve
estacionamento, gasolina, lanches etc. Fazendo pequenas contas,
perceberemos que o preço do produto esportivo acaba girando
em torno de 1/3 do custo total para o consumidor e são estes
custos “ocultos” que devem ser reconhecidos pelo profissional
de Marketing.
Além do mais, os clientes procuram “maximizar o valor,
sempre, dentro dos limites estabelecidos pelos custos envolvidos
na procura, e pelas limitações de conhecimento, mobilidade e
renda. Eles formam uma expectativa de valor e agem com base
nela”. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 139).
Empresas inteligentes, portanto, procuram estruturar os
preços para indicar o melhor valor para o cliente segundo a
fórmula:
Satisfação = benefício – custo
O custo total deve ser sempre analisado sob a perspectiva do
consumidor.
13.1 Valor e preço
Como em qualquer atividade de Marketing é importante
diferenciar o esporte, o preço e o valor. O preço tem ligação
direta com qualidade e normalmente temos:
- preço alto, qualidade superior
- preço baixo, qualidade inferior
23
Unidade I
Mas quando estamos falando de valor, muitos outros
elementos são incluídos nesta lógica como, por exemplo:
- conveniência
- estética
- limpeza, conforto e segurança
- disponibilidade
- durabilidade
13.2 Objetivos da determinação de preço
Os objetivos da determinação de preço são consequência
dos objetivos de Marketing, estabelecidos de acordo com os
objetivos e a missão da empresa esportiva. Assim, o objetivo
deve responder à seguinte pergunta:
Que resultados a empresa espera?
Lembrando sempre que os objetivos devem ser:
− claros
− diretos
− quantitativos
− realistas
− alcançáveis
− devem estabelecer a visão para o futuro como, por
exemplo:
- utilização eficiente dos recursos humanos e
espaciais;
- capacidade do consumidor de pagar;
24
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
− oportunidade máxima de participação;
− atitude/imagem positiva do usuário;
− exposição e distribuição máxima do produto;
− lucros;
− sobrevivência.
13.3 Métodos e estratégias
• Determinação de preço à taxa usual
− Aplicado quando a empresa quer manter os preços no
nível atual
- Preço médio da concorrência para produtos iguais
ou equivalentes
• Determinação do preço orientada pela demanda
− Apuração do preço potencial que os consumidores
estão dispostos a pagar por um produto específico
- Pesquisa com o consumidor
- Estudo da concorrência
• Discriminação do preço
− Preços diferentes para produtos iguais, devido aos
dados demográficos.
• Determinação de preço por lotação
− Preços diferentes para produtos iguais, de acordo com
os horários de demanda (similar ao preço orientado
pela demanda).
25
Unidade I
• Determinação de preço por temporada
− Usado quando um produto específico é afetado pelas
estações do ano e geralmente tem saídas específicas.
• Determinação do preço pela média
− Preço do custo médio = custo fixo + custo variável.
• Determinação de preço por penetração
− Determinação do preço por custo a mais.
• Determinação de preço baseado no custo do produto
mais o lucro desejado
− Análise de equilíbrio.
• Determinação do preço por meio de uma análise de
custos e receitas
− Ajuda a determinar quanto precisa ser vendido e a que
preço para se alcançar o equilíbrio orçamentário.
Mas uma coisa é fundamental para determinar o preço:
Perceber e se atentar aos fatores adicionais que irão
influenciar a determinação do preço nos produtos esportivos,
tais como:
• Demanda de mercado
− Nas categorias de determinação de preço, as condições
de mercado desempenham um papel essencial tanto
no preço dos equipamentos de associações/clubes
como no de ingressos.
26
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
− O conceito subjacente à economia de mercado e
ao estabelecimento de preços é a elasticidade da
demanda.
• Tempo de entrega
− Ao determinar os preços dos produtos de esporte,
outro fator importante a ser considerado é o tempo de
entrega requerido para a compra.
− Quando mais próximo do evento, mais alto o preço.
− Facilidade para efetuação da compra, ou seja, facilidade
de aquisição como:
- Cartões de crédito;
- Parcelamento.
• Segmentação do usuário
− O conceito de segmentação dos usuários é valioso na
determinação de preço, sempre, tanto nos produtos
esportivos quanto nos demais. Para o segmento
esportivo podemos segmentar o mercado em:
- Ingressos empresariais
- Ingressos para a temporada
- Ingressos únicos
• Nivelamento
− Nivelamento do momento e do lugar
− Nivelamento por demanda
− Horários diferentes, preços diferentes
− Locais diferentes, preços diferentes para:
27
Unidade I
- Público
- Patrocinador
• Concorrentes
− Com frequência, as mudanças na demanda de mercado
para os produtos de uma empresa resultam das ações
de um ou vários concorrentes.
− É importante identificar quem são os reais concorrentes
diretos e indiretos.
− Monitorar as atividades dos concorrentes é fundamental
para o estabelecimento dos preços porque os mesmos,
como já foi dito, afetam a demanda de maneira
significativa.
− Preparar táticas alternativas para enfrentar essas ações
e tentar anulá-las, tais como:
- Alteração de preço
- Alteração de qualidade
14 PRAÇA
Quando estamos falando de praça ou pontos de venda para
o produto esportivo, uma questão surge de imediato:
A empresa esportiva tem que levar o produto ao cliente ou
ele mesmo vem até o produto?
Essa questão é o alicerce básico para definirmos a estratégia
mais correta de distribuição do produto esportivo e temos uma
resposta para ela:
Em muitos aspectos, as decisões de “local” ou distribuição
podem ser as mais importantes que um profissional de Marketing
28
Produtos tangíveis devem ser
transferidos do local de fabricação para
um ponto de venda.
Produtos intangíveis devem levar o
consumidor ao local de consumo.
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
deve tomar, pois elas têm implicações de longo prazo e são mais
difíceis de alterar do que as referentes a preço ou promoção.
Vamos pensar agora no leque de elementos que são
necessários para a distribuição do produto, quando estamos
falando de uma equipe esportiva:
− O próprio evento ao vivo;
− Os ingressos;
− As concessões;
− A imagem do evento ao vivo;
− Os jogadores e treinadores;
− A imagem tanto dos jogadores quanto dos torcedores;
− Mercadorias e lembrancinhas do evento.
14.1 Noção de conjunto
É importante para os profissionais que trabalham com
grandes eventos reconhecer os elementos que fortalecem
e aumentam ou diminuem a atratividade do seu local e dos
arredores dele.
14.2 Instalações
É o elemento central do conjunto de qualquer “local”
esportivo, sendo parte essencial do mix de Marketing.
As instalações irão incluir uma série de ingredientes que
influenciam a atratividade dos eventos como, por exemplo:
• Acessibilidade
− A localização é fundamental no varejo de produtos e
serviços esportivos.
29
Unidade I
- lojas de produtos esportivos
- instalações de academias
− Onde se espera um nível alto de impulso comercial é
crucial uma localização com tráfego intenso, a fim de
intensificar esta característica.
Porém, para a maioria dos produtos esportivos é frequente
que o alto nível de visibilidade obtido através da cobertura da
mídia supere um lugar de menor exposição.
• Área de negócio
− É o chamado “raio de alcance” de uma instalação
esportiva.
− Seu tamanho é influenciado pela acessibilidade.
− Embora a dinâmica específica do raio de alcance
esportivo demande uma pesquisa de consumidores
muito mais rigorosa, alguns fatores podem ser
considerados críticos:
- Demografia
O tempo disponível varia conforme a renda, a
ocupação e a etapa no ciclo de vida.
- Duração e frequência do evento
A maioria das pessoas viajará muito mais tempo
para ir a um evento pouco frequente do que para ir
a outro que se realiza duas vezes por semana.
- Comprometimento emocional
Os pais viajarão para ver os filhos jogarem, ao passo
que os fãs ocasionais de uma equipe talvez nunca
saiam de sua cidade.
- Percepção de qualidade
30
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
De um modo geral, o “grande” jogo ou o “grande”
astro expande o raio de alcance.
• Estacionamento
− Instalações esportivas devem oferecer amplo espaço
de estacionamento.
- Calcula-se que a média para quatro pessoas
esperadas é de uma vaga.
− De uma perspectiva financeira, de segurança e de
serviço, é conveniente que as operadoras das instalações
esportivas também operem os estacionamentos.
- As receitas de estacionamento de um estádio de 50
mil assentos podem ser, em média, de US$ 50 mil
por jogo quando há uma ocupação de mais de 70%
das cadeiras, segundo informações da NFL (National
Football League) e da MBL (Major Baseball League).
• Arredores
− Uma instalação é sempre vinculada a seus arredores de
diversas maneiras:
- Design
Deve ser ajustado à estética local
- Política de boa vizinhança
Nem todos gostam das construções e facilidades
que elas trazem
- Sensação de segurança
O ambiente que cerca uma instalação esportiva é um
fator extremamente importante para determinar a
frequência de consumo do produto.
31
Unidade I
- Design e planta
Design e planta são fundamentais para a satisfação
do cliente.
- Facilidade de acesso
Acesso e ângulo de visão para o público portador de
necessidades especiais.
Localização, desenho e número suficiente de serviços
de alimentação e bares, de estandes de concessão e
de banheiros.
Provisões para a administração e controle da
multidão.
15 PROMOÇÃO
Quando falamos em promoção temos que ter em mente
algumas questões fundamentais:
• É impossível fazer com que pessoas adquiram um produto,
se não souberem que ele existe;
• O objetivo inicial de uma promoção é informar as pessoas
sobre o produto.
A promoção esportiva ou do produto esportivo pode ser
assim definida:
Influenciar as pessoas sobre os produtos, gerar
envolvimento comunitário e divulgar a imagem da empresa
esportiva.
Assim, devemos ter em mente que na indústria do esporte, a
empresa esportiva faz promoção tendo em vista o consumidor
final, o empresarial e a mídia.
32
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
15.1 Razão
Quando vamos desenvolver as estratégias de promoção,
temos que ter em mente as razões que nos levam a promover o
produto esportivo:
• Estabilização da imagem de um produto;
• Reposicionamento da imagem de um produto;
• Criação de consciência para novos produtos;
• Sinal de alerta para os consumidores sobre vendas
especiais.
15.2 Objetivos
Identificadas as razões da promoção, chega a hora de traçar
os objetivos que se pretende alcançar.
Como em qualquer atividade de Marketing, alguns fatores
básicos devem ser analisados, como: ciclo de vida do produto,
missão e visão da empresa, recursos disponíveis.
15.3 Métodos
Existem quatro métodos tradicionais para o Marketing
esportivo:
Propaganda
− Qualquer forma não pessoal de comunicação paga
- Inclui-se aqui patrocínio e endosso
Venda pessoal
− Promoção direta entre vendedor e consumidor
- Podemos aqui recorrer aos atletas e técnicos para
promover o produto
33
Unidade I
Promoção de vendas
Aqui podemos utilizar algumas atividades promocionais, como:
− Preços promocionais;
− Anúncio no ponto de venda;
− Sorteios;
− Eventos especiais;
− Merchandising;
O merchandising é muito utilizado pela indústria do esporte
por trazer credibilidade ao produto e por gerar uma renda
bastante significativa para o clube, atleta etc.
Publicidade
− Forma de comunicação não paga
16 PRINCIPAIS FORMAS DE INVESTIR NO
MARKETING ESPORTIVO
16.1 Falando de patrocínio
Vamos primeiro entender o que é patrocínio: relação
comercial de troca entre patrocinador e patrocinado, na
qual o primeiro investe no segundo para obter condições
de difundir sua marca para um público específico, visando a
uma imagem positiva e a um retorno financeiro.
Quando estamos num estádio de futebol e percebemos
nas laterais do campo nomes de empresas, estas são
patrocinadoras daquele espaço. A mesma coisa ocorre na
camiseta dos jogadores. São formas de patrocínio.
Grandes eventos esportivos são possíveis de serem realizados
em função dos patrocínios.
34
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
O Comitê Olímpico Internacional gerencia diversas formas
de conseguir receita para a realização dos jogos.
Receitas
Transmissão 50%
Patrocínio corporativo 40%
Venda de entradas 8%
Licenciamento 2%
Fonte: Receitas de Marketing do programa 2001-2004 in CARDIA, Wesley (2004)
Percebemos pelo gráfico o quão importante é a transmissão
televisiva para os Jogos Olímpicos e para a geração de receita,
assim como o patrocínio corporativo.
Os patrocínios podem ser exclusivos ou não, embora hoje em
dia seja muito difícil termos um patrocinador exclusivo para um
atleta, um time, uma entidade ou federação.
16.2 Categorias de patrocínio
Patrocinador exclusivo: quando toda a receita de um
atleta, evento esportivo, jogo etc. é gerada exclusivamente por
um anunciante (patrocinador).
Patrocinador oficial: este módulo pressupõe outros
patrocinadores que, juntos, têm um pacote similar ao
patrocinador exclusivo, mas não monopoliza o evento esportivo
para si.
Patrocinador principal: quando o anunciante detém a
maior cota de todo o patrocínio.
35
Unidade I
16.3 Outras maneiras de aliar o nome da
organização com o esporte
Nome do evento: cada vez mais utilizado, dá uma visibilidade
imensa para o patrocinador, principalmente porque é impossível
falar do evento sem citar seu nome.
Nome do estádio, ginásio ou campo: este tipo de patrocínio
cria uma imagem extremamente positiva para o patrocinador e
lhe traz, entre outras coisas:
- retorno financeiro
- retorno institucional
- retorno de imagem, como já vimos
Fornecedor Oficial ou Official Supplier: são produtos
ou serviços ofertados em regime de exclusividade como, por
exemplo, passagens aéreas para todo o time, raquetes ou
chuteiras para os jogos. Se o valor for condizente, o fornecedor
oficial disponibilizará somente os equipamentos ou serviços,
mas, quando isso não acontece, quando os equipamentos ou
serviços ficam aquém do valor do evento, o Official Supplier
ainda pagará pela sua participação.
Apoiador: o apoiador ofertará serviços ou produtos que
podem estar ou não associados diretamente ao evento. No caso
de um restaurante, por exemplo, ele fornecerá todas as refeições
feitas pelos jogadores, obtendo com isso alguma publicidade.
Esta modalidade é muito difundida hoje.
17 INVESTIMENTO NO ESPORTE – NATUREZA,
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS
17.1 Natureza
Empresas que investem no esporte têm determinadas
características:
36
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
− Normalmente são marcas fortes ou potencialmente
fortes;
− São empresas que buscam uma forma diferenciada de
se comunicar com seu público.
17.2 Conceitos
O esporte é utilizado como mídia alternativa para:
− Reforço da marca;
− Reforço de imagem ou fortalecimento da mesma.
17.3 Características
A relação entre a imagem desejada, a comunicação alternativa
e o esporte como mídia será o que iremos denominar de tripé do
Marketing esportivo.
Imagem
Esporte como
mídia
A natureza
do Marketing
esportivo
Comunicação
alternativa
Assim, ao associarmos uma marca, produto ou empresa a
uma atividade esportiva ou a um atleta ou ainda a um time,
estamos buscando na verdade:
− Valorização
− Divulgação
− Rejuvenescimento da marca (quando necessário),
como foi o caso do Banco do Brasil quando começou a
patrocinar esportes.
37
Unidade I
18 COMO AS ENTIDADES ESPORTIVAS SE
BENEFICIAM DO MARKETING ESPORTIVO
Receita de bilheteria
• Até o advento da TV, era a única fonte de receita para a
maioria dos esportes.
• Depende de vitórias para manter a “casa cheia”.
• Desenvolvimento de outras ações de Marketing:
− Promoção
− Associados
Concessão e merchandising
• Cada espectador é um consumidor em potencial:
− Bebidas/alimentos
− Souvenirs
− DVDs
− Revistas
− Outros
• Pode ser utilizado com:
− Atletas
− Times
− Nome de eventos
− Logotipos
• Pode ser utilizado em:
− camisetas, moletons, shorts, abrigos, bonés, joias,
distintivos, bottons, pins e em tudo o que pudermos
imaginar que seja passível de impressão.
38
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
Normalmente os contratos de licenciamento destinam 10%
da receita de vendas dos produtos para quem cedeu a marca.
Endosso
• Ferramenta muito utilizada com promoção.
• Consiste no endosso, por parte de um atleta ou técnico,
de um produto ou serviço.
Direito de transmissão
• A TV tem papel fundamental no crescimento do Marketing
esportivo:
− Aumentou o interesse pelo esporte;
− Internacionalizou os esportes;
− Desenvolveu uma série de indústrias que dependem do
esporte;
− Mudou regulamentos esportivos.
• É uma das melhores estratégias para satisfazer os dois
principais mercados:
− Telespectador;
− Anunciante.
Exploração das arenas esportivas
• Transformar estádio em centro de lucro:
− Naming Rights – Direito de nomear a arena.
19 PRINCIPAIS MEIOS DE DIVULGAÇÃO PARA O
ESPORTE
− Sinalizações
As sinalizações em faixas, outdoors, painéis, que podem ser
fixos ou móveis, placares, pôsteres, tablados, quadras, campos,
39
Unidade I
carros, motos e lanchas de corrida, uniformes em geral, raquetes,
bolas e bandanas. A lista é imensa.
Toda forma de sinalização que possibilita uma mensagem
ou o logo do(s) patrocinador(es) a fim de se fixar na mente do
consumidor.
A sinalização é um meio que normalmente pode ser
reforçado e expandido por meio de outras mídias. Para alguns
patrocinadores ela é essencial, enquanto para outros ela se
transforma apenas em um componente de valor agregado.
− Mídia impressa
Aqui estão incluídos jornais, revistas, folhetos, programas e
mala direta.
Quando falamos de jornais, a divulgação do dia do
jogo, promoções eventuais para sócios ou vendas especiais
podem ser veiculadas com pouca antecedência, utilizando-se
normalmente as seções de esportes ou negócios, embora as
seções de comportamento ou estilo de vida ou ainda especiais
periódicos (como, por exemplo, de final de semana) possam ser
bem atrativos.
O programa dos jogos ou do evento esportivo, além de
oferecer e divulgar o programa em si, pode ser fonte de
lucratividade com a venda de espaços publicitários, tornando-se
autossustentável.
A propaganda por mala direta, bastante utilizada no ramo
esportivo, tem a vantagem de alcançar o público-alvo do
patrocinador.
Painéis, outdoors, dirigíveis e ônibus: os painéis e outdoors
são formas de divulgação altamente visíveis com custos que
variam pela localização, número e tempo de exposição.
40
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
− Mídia Eletrônica
Rádio: é uma alternativa bem mais econômica que a televisão,
com grande audiência e amplitude.
Televisão: ferramenta poderosíssima para a indústria do
esporte por aliar som e imagem, prendendo a atenção do
torcedor ou apaixonado pelo esporte, além de ter uma cobertura
bastante abrangente.
Internet: acessada por bilhões de computadores pessoais e
empresariais através do globo, é uma ferramenta importantíssima
atualmente e tende a ganhar cada vez mais espaço nos
planejamentos estratégicos esportivos.
Cases de sucesso dentro do Marketing esportivo
Olympikus e Flamengo:
Um clube que há 17 anos não conquistava um título
brasileiro de um lado. Do outro, uma marca “estreante”
no esporte mais popular do país. Desta combinação, que
passou a valer a partir do dia 1º de julho de 2009, resultou
a conquista do Brasileirão pelo Flamengo e, mais do que
isso, um recorde de vendas de camisas oficiais de um
mesmo clube no Brasil. Mais do que a vitória rubro-negra
em campo, destaque foi a venda de mais de 1,1 milhão de
camisas vendidas pelo Flamengo e pela Vulcabras/Azaleia
(dona da Olympikus) em pouco menos de meio ano de
parceria. Estruturado no princípio básico dos 4 P’s do
Marketing, o patrocínio ao Flamengo mostrou que vale os
cerca de R$ 21 milhões gastos por ano pela fabricante. Em
2010, com a presença do Flamengo na Copa Santander
Libertadores, a chance de sucesso é ainda maior.
Itaipava na Fórmula 1:
O patrocínio de uma marca brasileira em uma equipe de
Fórmula 1 foi uma das grandes jogadas do Marketing
41
Unidade I
esportivo do país em 2009. Com a concorrente Nova Schin
patrocinando as transmissões da F1 na Globo, a cervejaria
Petrópolis viu no patrocínio da equipe Brawn GP uma
possibilidade para se destacar no esporte e a aposta foi
certeira. A empresa usou as marcas Itaipava (cerveja) e
TNT (energético) para serem estampadas nos carros de
Jenson Button e Rubens Barrichello apenas para o GP
Brasil de Fórmula 1. A prova rendeu ao piloto inglês e à
Brawn o título da temporada e, para a marca, um retorno
de exposição avaliado em R$ 50 milhões.
Patrocínio de oportunidade da Visa ao Corinthians:
Este case foi eleito o grande caso do Marketing esportivo
em 2008, a contratação de Ronaldo pelo Corinthians
comprovou-se uma grande plataforma de comunicação
neste 2009. E o exemplo que melhor personifica isso foi
o patrocínio de oportunidade da Visa na camisa alvinegra
no segundo jogo de Ronaldo pelo clube. O clássico contra
o Palmeiras, dia 8 de março, entrou para a história com o
gol marcado pelo atacante aos 47 minutos do segundo
tempo. O gol empatou a partida, e a imagem correu o
mundo por marcar mais uma “volta” de Ronaldo aos
gramados após longo tempo inativo. No peito da camisa
do Corinthians, a inscrição Go.Visa marcava o lançamento
do novo posicionamento da marca no país. Melhor
oportunidade, impossível.1
Centenário do Internacional:
O Inter começou o ano de seu centenário arrasador. Foi
campeão gaúcho invicto e chegou à final da Copa do
Brasil. Terminou a temporada, dentro de campo, como
vice-campeão brasileiro também. Mesmo sem um título
nacional expressivo, o clube gaúcho se destacou por ter,
finalmente, mobilizado seu torcedor em torno de um
Todos os cases citados acima estão disponíveis em: <http://
madite.wordpress.com/2010/01/12/os-melhores-cases-de-Marketingesportivo-de-2009/>. Acesso em: 18 novembro 2010.
1
42
ESPECIALIZAÇÕES DO MARKETING
centenário de um clube. O projeto “100 anos; 100 mil sócios”
fez com que o torcedor colorado se envolvesse ainda mais
com o Inter, que bateu o recorde de faturamento com o
programa, alcançando mais de R$ 40 milhões ao ano. O
desempenho rendeu, em novembro, o prêmio de Top de
Marketing ao Internacional, dado pelo escritório gaúcho
da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do
Brasil (ADVB-RS).
Histórico
O Interagir deu inicio as suas atividades em 03 de setembro
de 2007, pela visão social do presidente Vitorio Piffero e
pelo apoio de sua esposa que já possuía experiência prévia
em trabalhos voluntários no terceiro setor. Os primeiros
programas aconteceram no Parque Gigante com 60
crianças de 6 a 12 anos e 30 adolescentes de 13 a 16 anos,
totalizando 5000 horas de atendimento em 2007.
Em 2008 foram implantados 10 programas que
contemplaram 400 pessoas entre as idades de 2 a 90 anos,
totalizando 47000 horas de atendimento e a participação
de aproximadamente 50 voluntários.
Em 2009 foram reiniciadas as atividades da vicepresidência de Esportes Amadores e Olímpicos, e o
Interagir tornou-se parte desta pasta, configurado como
Inter Social, tendo, a partir de então, todas as ações
sociais do Clube direcionadas a este setor.
Em 2010 inicia o trabalho de SASE (Serviço de Atendimento
Sócio-Educativo), sendo que 150 crianças são atendidas
todos os dias além das que já participam das suas
atividades.
Novos programas foram implementados, sendo hoje
disponibilizados 30 programas com 600 indivíduos de 0
43
Unidade I
a 90 anos. São 50 voluntários trabalhando em diversos
espaços do Gigantinho e Parque Gigante, com salas para
prática de xadrez, jiu-jitsu, taewkondo, capoeira, artes,
percussão, karatê, hapkido, salão multiuso, entre outras.
O objetivo principal é a ampliação dos atendimentos e a
consolidação do Interagir de forma mais efetiva, sendo
este basicamente alicerçado no apoio do voluntariado.
A busca de recursos financeiros e parcerias são incessantes,
tendo em vista que o Interagir é sustentado apenas por
meio de doações e ações voluntárias.
Nosso Mascote
O simpático macaco, nomeado de Escurinho, foi escolhido
como o representante dos projetos de assistência social,
educação, cultura e esporte que o Inter desenvolve.
Este personagem possui grande empatia com a torcida
colorada, mas é entre a criançada que ele faz maior sucesso,
tanto que na festa da Criança Colorada, em outubro, o
boneco ‘Escurinho’ foi apresentado pela primeira vez
agradando a garotada que teve no gramado do Beira-Rio
o palco da sua diversão. O nome ‘Escurinho’ foi escolhido
em votação pela Internet, quando outras várias opções de
nomes foram sugeridas pela massa colorada. Foram mais
de 10 mil votantes no site do Clube e o nome ‘Escurinho’
foi o vencedor com três mil indicações.2
Cenário do Internacional, Histórico e Nosso Mascote disponíveis
em <http://www.internacional.com.br>. Acesso em: 18 novembro 2010.
2
44
Download