É possível a superação da metafísica? Uma análise a partir da lógica da linguagem em Rudolf Carnap José Fernando Ramos Junior* * aluno de Filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz _______________________________________________________________________________ Ao longo dos séculos, a Filosofia sempre buscou soluções e explicações aos diversos problemas nos campos da Moral, da Ética, da Metafísica, e porque não dizer, também da Física. Na tradição clássica (e também na escolástica), a Metafísica ocupa a maior parte da Filosofia, compreendida enquanto Ontologia Geral, i.e., um tratado do ser enquanto ser. Ela define-se, assim, como “filosofia primeira” na medida em que examina os princípios e causas primeiras. No pensamento moderno, por sua vez, a Metafísica perde, em grande parte, seu lugar central dentro da especulação filosófica (ou, em certa medida, ganha outra configuração), centrada, sobretudo, na problemática da consciência e da subjetividade, seus suportes. No início do século passado, o pensador alemão Rudolf Carnap, influenciado pelas ideias de Wittgenstein, critica as investigações da metafísica ocidental, a partir de uma análise lógica dos enunciados que ela toma por sustentação, definindo-os e classificando-os como pseudoproposições ancoradas em pseudoconceitos filosóficos. Desse modo, no pequeno texto “Superação da Metafísica pela Análise Lógica da Linguagem”, Carnap defende a tese de que as pretensas proposições da metafísica são, na verdade, pseudoproposições, pois, segundo ele, as afirmações Metafísicas não possuem significado algum, afinal, são carentes de sentido. Portanto, na concepção de Carnap, os enunciados de cunho metafísico possuem duas formas: ou são inúteis ou são desprovidos de qualquer sentido. É nesse âmbito de discussão que propomos apresentar o problema levantado por Carnap acerca da possibilidade de uma superação da metafísica, a partir das questões e dos problemas que ela mesma se impõe; com isso, buscamos discutir a questão que envolve o “acabamento da metafísica” e as consequências de se reduzir a Filosofia a uma Analítica da Linguagem. Nesse caso, a Filosofia não é mais que uma essencial e eficaz “terapia” analítica e lógica dos conceitos.