A segunda metade do século XIX, é marcada por um

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Primer Congreso Latinoamericano de Historia Económica
IV Jornadas Uruguayas de Historia Econômica
O processo de formação dos estados nacionais europeus nos séculos XIX e XX, e
a imigração para o Brasil: fronteira e identidade.
Naiani Machado da Silva1
Maria Medianeira Padoin2
Universidade Federal de Santa Maria
[email protected]
Introdução
Este trabalho refere-se aos resultados preliminares do projeto de pesquisa de
iniciação científica que tem como tema central o estudo da formação dos Estados
nacionais alemão, italiano e polonês, nos séculos XIX e XX e o processo de emigração
de parte de sua população para o Brasil e especialmente para a região sul.
Desta forma, pretende-se, em um primeiro momento, apresentar algumas
informações sobre a constituição do Estado Nacional Italiano e a imigração italiana no
Brasil.
Situando o estado italiano, é mister apresentar alguns dados gerais da atualidade,
pois quando se fala em Itália, imigração italiana, italianidade, vem a mente a
configuração e situação atual do estado italiano.
Assim, a Itália localiza-se na região que compreende a península itálica,
encontra-se no continente europeu, Europa ocidental. Internamente, em seu território,
existem dois Estados independentes: a República de San Marino e o Vaticano. Além
disso, também fazem parte do Estado Italiano, as ilhas de Sicília, Sardenha e Elba 3.
Ademais, a Itália é conhecida pelo fato de sua forma geométrica lembrar uma bota.
Atualmente, o estado é dividido politicamente em 20 regiões, onde se encontram
109 províncias, estas, por sua vez, se dividem em 8.101 municípios. O Estado faz
fronteira ao norte com a Suíça e Áustria, a leste com Eslovênia e com o Mar Adriático,
ao sul com o Mar Mediterrâneo, o Mar Tirreno e com o Mar da Ligúria, e por fim,
limita-se a oeste com a França4.
A forma de governo é a República Parlamentarista, estabelecida pela
constituição de 1948. O país possui cerca de 57 milhões de habitantes (dado retirado do
censo italiano do ano de 2000), seu nome oficial é “República Italiana”, e a língua
nacional oficial é o italiano, sua composição populacional é 97,7 % de italianos (Censo
italiano de 1996), e se trata de uma economia capitalista, tendo como moeda oficial o
Euro.
1
Acadêmica do Curso de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e bolsista FIPE de
Iniciação Científica 2007.
2
Professora e Orientadora do Projeto de Iniciação Científica. Professora Adjunta ao Departamento de
História da UFSM, Brasil; Doutora em História.
3
Informações extraídas do site http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia#Pol.C3.ADtica, 11 de outubro
de 2007.
4
Informações extraídas do site http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia#Pol.C3.ADtica, 11 de outubro
de 2007.
2
Figura 1 – Itália dividida em regiões.
Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/Regionen_in
_Italien_beschrifte.png
Figura 2 – Mapa Italiano.
Fonte: http://www.italia-viagem.com/mapa.htm
3
Quanto à economia italiana os quadros5 abaixo explicitam, de forma geral, a
produção predominante, onde o setor de serviços predomina na contribuição do PIB
com 66%, seguido pela indústria com 31%.
Produção:
Agrícolas
Pecuária
Mineração
Indústria
Beterraba
Uva
Milho
Tomate
Trigo
Bovinos
Suínos
Aves
Petróleo
Sal rochoso
Feldspato
Linhito
Pedra-pome
Máquinas
Refino de petróleo
Alimentícia
Metalúrgica
Química
Quadro 1 – Relação da produção do Estado Italiano.
PIB de US$ 1,2 trilhão
P
S
ETOR
3
A
%
gropecuária
3
I
1%
ndústria
6
S
6%
erviços
Quadro 2 – PIB Italiano dividido por setores de produção.
IB
Com base no quadro acima, ainda cabe mencionar que, dentro do setor terciário,
o de serviços, o qual é o maior contribuinte para o PIB italiano, destacam-se as
seguintes atividades: turismo, comércio, serviços públicos e governamentais, tais como
atividades militares e administração pública, serviços pessoais, comunitários e sociais.
Dentre estes, o turismo é o principal dinamizador da economia italiana, sendo a maior
fonte de renda terciária do país, agindo, conjuntamente, com os demais serviços6.
Um dos principais problemas deste país são as diferenças entre o norte e o sul,
há um norte industrializado e desenvolvido, dominado por empresas privadas, e um sul
que depende da agricultura, com um desenvolvimento mais baixo que o norte e uma
taxa de 20% no que se refere ao desemprego. Ademais, grande parte das matériasprimas que necessitam ser importadas, assim como 75% da energia consumida.
Entretanto, a história do Estado Italiano não foi sempre assim.
A unificação do estado nacional italiano em 1861 levou a constituição de seus
limites políticos, que somente se completará após a primeira Guerra Mundial. Foi neste
período, entre o inicio de sua unificação e a consolidação da mesma, que o Brasil,
especialmente no Rio Grande do Sul, recebeu grandes contingentes de imigrantes
vindos do estado italiano.
5
Essas informações foram retiradas do site http://www.portalbrasil.net/europa_italia.htm, 10 de outubro
de 2007.
6
Essas informações foram retiradas do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_da_It%C3%A1lia, 15
de outubro de 2007.
4
A imigração italiana foi conseqüência de vários problemas de caráter políticoeconômico e social que assolaram a população do território europeu no século XIX;
período que compreende o processo de unificação do Estado italiano.
A partir das idéias de Eric J. Hobsbawm, em “Nações e nacionalismo desde
1780: programa, mito e realidade” (1190, p. 36), no qual ele afirma que o século XIX
foi marcado pelo avanço do nacionalismo, essencialmente liberal. Desta forma, a idéia
de nação e de nacionalidade passava a ser ligada, inevitavelmente, ao território em que
sua expressão máxima era o Estado.
Economistas liberais alemães, inspirados nas idéias de Hamilton, estabeleceram
que para ser considerado uma nação, esta teria que ter um tamanho suficiente, pois só
assim poderia se desenvolver como tal. Esse critério de nação ficou conhecido como
“principio do ponto crítico”.
Evidentemente, esse critério deixava as “pequenas nações”, sem opção para seu
desenvolvimento, a não ser se fundir a uma nação já estabelecida e potencialmente
dentro dos padrões do nacionalismo liberal.
Até meados da década de 1870, o nacionalismo foi definido de tal maneira, de
forma que o próprio Mazzini, inspirador da unificação italiana, tinha no “principio do
ponto crítico” o centro de suas idéias. Entretanto, nos últimos quarenta anos que
precederam a primeira Guerra Mundial, período de apogeu do nacionalismo, ocorreram
transformações na definição, ou melhor, nos critérios de nacionalismo.
Sendo assim, a formação, a unificação do Estado nacional italiano, se insere no
período descrito acima, e foi, na verdade, um exemplo das transformações ocasionadas
pelo avanço do nacionalismo vinculado ao modelo do estado nacional moderno e
liberal, tendo passado por um longo processo até sua unificação, onde tiveram a
participação de agentes, como o liberal Mazzini, Cavour e Giuseppe Garibaldi.
Tais acontecimentos mostraram-se muito importantes na constituição dos
Estados nacionais, entre outros aspectos, porque teve conseqüências na economia de
diversos países, merecendo, assim, uma análise um pouco mais profunda do tema, a
partir do Estado Italiano, que é justamente o que se busca fazer no presente.
1 O processo de unificação do Estado italiano
Até a segunda metade do século XIX, grande parte de suas províncias estavam
sobre domínio de outros estados e impérios, entre eles, a Áustria, a qual dominava a
Lombardia e o Vêneto. A Igreja Católica Apostólica Romana dominava e governava os
Estados Pontifícios, em que a autoridade do Papa chegava até os mares adriaticos. No
sul os Bourbons governavam as duas Sicílias.
Além disso, os governos eram absolutistas, com exceção do reino do PiemonteSardenha, que tinha um governo de caráter liberal, e se encontrava no norte da Itália.
Mais uma vez, para a melhor compreensão da Itália no século XIX, faz-se interessante a
visualização do seguinte mapa, que mostra o panorama italiano antes da unificação:
5
Figura 3 – Itália antes da Unificação.
Fonte: DUBY, Georges (1987). Atlas Histórico Mundial.
Debate, Madrid, p. 154.
Figura 4 – Península Itálica antes da Unificação.
Fonte: BRIGGS, Asa, CLAVIN, Patrícia (1997). Historia
Contemporánea de Europa, 1789 – 1989. Tradução: Jordi
Ainaud. Crítica, (Grijaldo Mondadori, S.A), Barcelona, p.
117.
6
Não obstante os fatos anteriores, os movimentos nacionalistas, na primeira
metade do século XIX, se tornavam cada vez mais intensos, tendo como finalidade
formar um Estado-Nação com base na interpretação mais recente do termo. Neste
sentido, fundamenta-se na afirmação de Hobsbawm na obra intitulada “Nações e
nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade”:
Assim considerada, a “nação” era o corpo de cidadãos cuja soberania coletiva os
constituía como um Estado concebido como sua expressão política. Pois, fosse o que
fosse uma nação, ela sempre incluiria o elemento da cidadania e da escolha ou
participação de massa. (1990, p. 31)
Para atingir tal objetivo, o de formar uma nação, era necessário que a península
itálica estivesse unificada. A partir da década de 1870, após sua unificação territorial,
outros critérios ligados ao nacionalismo e a constituição do estado, como o
etnolinguistico, começam a ser discutidos entre as elites italianas.
Antes da formação do estado moderno italiano a península itálica era dividida e
subjugada, e o povo, o qual viria mais tarde a ser o povo italiano, falava dialetos
diferentes entre si. Atualmente, a Itália, apesar de ainda estar muito perceptível as
particularidades de cada uma de suas regiões, é unificada e apresenta apenas uma língua
como oficial.
Essa grande diversidade das regiões italianas é conseqüência dos diferentes
povos que se estabeleceram na península itálica desde a era paleolítica, e que vieram a
formar a etnia italiana.
Para melhor compreender a formação do povo italiano fundamentou-se
especialmente na pesquisa bibliográfica em Fausto Monti e Renzo Biagini, na obra
intitulada “La Storia Dell’Uomo”: “Anche la popolazione dell’Italia derivò dalla
fusione di popoli di origine mediterranea, presenti sin da un’etá remotissima, com
popoli di origine indoeuropea che penetrarono nel paese piú tardi, dopo il 2000 a.c.”
Entre os povos se destacam cinco: os itálicos, os etruscos, os gregos, os celtas e
os romanos. Ademais, a população original da península, era provavelmente, uma
combinação da civilização etrusca, com os povos itálicos. No entanto, a provável
origem dos etruscos seja dos povos mediterrâneos.
Além destas diferenças, outras questões vinham tornar complexa a questão da
unificação. Isso se dava, pois, mesmo entre os líderes da unificação havia também
divergências.
Camilo di Cavour, o qual foi o “conquistador” da unificação no norte, e era, no
período da unificação, o primeiro ministro do reino de Piemonte-Sardenha, almejava
uma Itália Unificada e Monárquica, além de não ser adepto aos revolucionários como
Giuseppe Mazzine e Giuseppe Garibaldi, que eram republicanos e foram os expoentes
da unificação no sul da península itálica. Para compreender melhor Cavour, temos as
idéias de Asa Briggs e Patrícia Clavin na obra intitulada “História contemporânea da
Europa”:
A pesar de ser el director de Il Resorgimento 7, despreciaba a los revolucionarios
frenéticos, feroces y absurdos. [...] Cavour no simpatizaba en absoluto com los
revolucionarios italianos al estilo de Mazzini. (1997, p. 146)
“Il Resorgimento” era o nome do jornal o qual Cavour foi o fundador e era o diretor. Este era um jornal
de caráter liberal, criado para construir uma Itália unida e monárquica.
7
7
Por outro lado, os agentes da unificação começada pelo sul, Giuseppe Mazzini e
Giuseppe Garibaldi, almejavam uma unificação que formasse uma República
democrática no Estado Italiano.
Sendo assim, o processo de unificação do Estado italiano que teve início na
década de 1860 e foi concluído em 20 de setembro de 1870, devido à anexação de
Roma, trouxe grandes transformações tanto na política, quanto na economia, já que esta
última teve seus recursos bastante ampliados, ocorrendo o mesmo no setor militar.
Para desenvolver a economia italiana, uma das estratégias foi adotar uma
política externa imperialista por meio da criação de um império colonial na África, onde
ficou sob domínio italiano a Eritréia, Somália Italiana e a Líbia.
Entretanto, na segunda metade do século XIX, quando as mudanças ocasionadas
pelo avanço do nacionalismo começaram a ocorrer, como os processos de unificação do
norte e do sul, os problemas que surgiram foram muitos, e isso não diz respeito apenas à
Itália, mas sim era uma situação presente em grande parte da Europa, conforme explica
Rodrigo Elias no artigo intitulado “Braços para fazer um país”, presente na Revista
Nossa História:
A Europa (e, pouco depois, a Ásia) começava a conviver com grande excedente
populacional. Melhorias na agricultura e queda nas taxas de mortalidades ao longo
do século XIX contribuíram para que ocorresse o que os estudiosos chamam de
“transição demográfica”, ou seja, a taxa de crescimento da população aumentou
drasticamente. [...] Um salto de mais de 600%, que não foi acompanhado pela
estrutura produtiva: entre 1840 e 1890, a produção agrícola da Europa apenas
dobrou e o contingente populacional empregado subiu de 50 para 66 milhões (pouco
mais de 15%). Ao mesmo tempo, porém, a mobilidade das pessoas foi facilitada
pelas ferrovias e embarcações a vapor. (2005, p. 14).
Assim, a formação e estruturação dos estados nacionais, conforme Loraine
Slomp:
Ao período da expansão do liberalismo econômico corresponde, também, a
expansão do nacionalismo. A importância deste é tão grande na economia, quanto na
política. Neste último aspecto vai determinar a extinção gradativa dos antigos
impérios absolutistas e a reorganização dos estados, que servirão à nova ordem
sócio-econômica. Esta reorganização política européia gerará, não só uma nova
divisão territorial, como outra, bem mais séria, o problema da assimilação da
população dominada pelas potências dominadoras. (1980, p. 49)
1.2 O Ressurgimento
O Risorgimento, na Itália foi um movimento do século XIX, entre 1815 e 1870,
que surgiu como conseqüência da oposição dos italianos ao domínio austríaco, e esse
sentimento passou a se manifestar na forma de um nacionalismo, que buscava a unidade
nacional. Como conseqüência das idéias dos revolucionários que almejavam a unidade
nacional criou-se as sociedades secretas e também o movimento da Jovem Itália.
Giuseppe Mazzini, um dos agentes da unificação no Sul, pretendia libertar as
regiões italianas do domínio austríaco e unificar em um estado, por meio da educação
do povo e da fundação de uma República Democrática. Para alcançar tal objetivo,
fundou a “Jovem Itália”, uma organização paramilitar pautada nas idéias nas suas idéias.
Como conseqüência da criação do movimento da “Jovem Itália”, surgiu núcleos
revolucionários em várias regiões, inclusive com influência fora do Continente Europeu,
como por exemplo, no sul do Brasil (participação de Garibaldi e Tito Livio Zambeccari
na Revolução Farroupilha).
8
Havia, porém, outras correntes que tinham como objetivo a unificação italiana.
No entanto, nem todas elas defendiam o mesmo resultado para a unificação italiana.
Cavour, primeiro ministro do reino de Piemonte-Sardenha, era contrário as propostas de
Mazzini, pois objetivava construir uma Itália Unificada, sobretudo, Monárquica, ou
seja, aspirava uma Itália unida em torno do Reino de Piemonte - Sardenha.
Desta forma, no início do processo de unificação em 1860, o norte e o sul da
Itália passaram por estes processos, agindo, inicialmente em separado, e com idéias
distintas, já que Cavour queria construir uma Monarquia em torno do reino de
Piemonte-Sardenha, Mazzine, com o apoio de Giuseppe Garibaldi, o qual era um
republicano seguidor das idéias de Mazzini, havendo participado do movimento da
“Jovem Itália”.
A primeira fase desse movimento vai ocorrer na década de 1840 (mais
precisamente nos anos de 1848 e 1849). Foi nesta fase que tiveram início as tentativas
de unificação da Itália e cerca de três repúblicas foram proclamadas, sendo que a última,
a República Romana, foi conseqüência de uma revolução comandada por Mazzini em
Roma, em 1849. No entanto, ela acabou fracassando, quando o Papa Pio IX recorreu a
potências como Áustria, França e Espanha, e estas enviaram tropas para destruir a
República, ainda no de 1849. Em 1850, o Papa volta a Roma, reassumindo o comando.
Em 1853, Mazzini tenta mais uma vez uma insurreição, mas é derrotado. Em
1860, suas idéias de unificação são retomadas no Sul da Itália, mas, mais uma vez, são
vencidas pelas forças que haviam unificado o norte, representadas na figura de Cavour.
Então, é nos anos de 1859 e 1860, que a península vai conseguir se libertar do domínio
Austríaco e da ingerência francesa, terminando unificada, ao menos parcialmente,
formando uma Monarquia e não uma República como eram as intenções de Mazzine.
1.3 A unificação italiana propriamente dita
Esse processo tem início com o ultimato que a Áustria, a qual dominava a
Lombardia e o Veneto, dirigiu ao reino de Piemonte-Sardenha para que ele dissolvesse
o exército regular e o exército formado por voluntários, comandado por Giuseppe
Garibaldi. A Áustria temia um avanço do reino rumo à unificação.
No entanto, Camillo di Cavour, o primeiro ministro de Piemonte-Sardenha, e um
dos grandes agentes da unificação italiana, já se preparava, durante algum tempo, para
as investidas contra o domínio austríaco. Como afirma Asa Briggs e Patrícia Clavin
(1997 e p. 112), Cavour não simpatizava com revolucionários, mas mesmo assim, vai
tentar mostrar que “lutava” pela mesma causa de revolucionários como Mazzine, com a
finalidade de conquistar aliados, apesar das posições bastante distintas de como se
constituiria uma Itália unificada.
Ademais, Cavour já vinha buscando aliados, desde a Guerra da Criméia, entre
França e Rússia, na qual França era apoiada pela Grã-Bretanha, com a finalidade de
conseguir o que queria. Asa Briggs e patrícia Clavin ilustram com mais clareza as
intenções de Cavour:
Al igual que este8, Cavour se aprovechó plenamente de la fluidez cada vez mayor de
la diplomacia europea, procurando conseguir todo lo posible. Por consiguiente,
estaba dispuestoa recurrir a los tratados, las batallas y las intrigas de salón para
conseguir sus objetivos. (1997, p. 112)
Então, na Guerra da Criméia, Cavour demonstrou apoio à França e a Inglaterra,
com o intuito de futuramente obter o apoio destas duas potências. E de fato Cavour
8
O autor, ao usar o pronome “este”, está se referindo a Bismarck, um dos agentes da unificação alemã.
9
conseguiu este apoio, mais diretamente no que diz respeito à França. Napoleão III
aceitou o “princípio de nacionalidade”, até mesmo porque nutria interesses com relação
à península itálica, e com o ultimato austríaco, Piemonte-Sardenha entram em guerra
contra Áustria, no ano de 1859, recebendo o apoio de Napoleão III, ou seja, da França.
A partir disso, o exército franco-piemontes consegue vitórias no combate com a
Áustria, no entanto, a França, mais preocupada com os seus interesses particulares,
propõe um armistício, o qual previa que a Áustria deveria ceder apenas a Lombardia,
continuando seu domínio sobre o Veneto e os ducados do centro da península. De fato,
essa foi uma troca de tática repentina de Napoleão III como afirma Asa Briggs e Patrícia
Clavin (1997 e p.114) e de forma alguma foi compatível com as idéias de Cavour, que
ao perceber que o rei havia aceitado o trato entre França e Áustria, se afastou do
governo.
Entretanto, em 1860, Cavour retorna ao governo firme na idéia de unificação da
península. Seu primeiro passo é obter o apoio da Grã-Bretanha, logo após, realizam-se
plebiscitos em várias cidades do centro da península, e a maioria decidi-se pela
anexação ao Piemonte, além disso, Napoleão III reconhece a anexação em troca de
receber os territórios de Nizza e da Savóia. Desta forma, cerca de metade do território
que viria a ser o Estado italiano estava unificado.
Entretanto, no sul da península a situação era diferente, e a idéia dos agentes da
unificação que lá se encontravam, diferia das pretensões de Cavour e seus apoiadores.
Os republicanos tomaram a iniciativa e queriam a participação do povo.
A proposta do liberal Mazzine era uma intervenção nos Estados Pontifícios, os
quais contavam com a proteção dos franceses, e, também, nas duas Sícilias. A situação
mostrava que ao norte, Cavour e seus feitos, em grande parte diplomáticos, haviam
tomado a cena, em contra partida as vitórias que Garibaldi viria a conseguir no sul
seriam tão fantásticas que Cavour não se agradaria nem um pouco.
Nos reinos dos Bourbons a situação se encontrava preocupante. A miséria
assolava o local, e o rei, absolutista, se negava a empreender reformas de caráter liberal.
Frente a isso, a propaganda de Mazzini encontrou abertura junto à burguesia mais aberta
e contrariada pelas ações do monarca.
Garibaldi foi à frente rumo à unificação do sul da península. Organizou a
expedição dos mil (chamados também de camisas-vermelhas). Desta forma, o exército
partiu alcançando sua primeira vitória em Calatafimi e Garibaldi tomou os poderes de
ditador em nome de Vittorio Emanuel II. Decretou algumas medidas a favor dos
camponeses. Mesmo com a insistência de Cavour para que Garibaldi parasse, este
continuou, tendo seguidas vitórias. Desta forma, Garibaldi consegue a rendição dos
bourbons, unindo praticamente todo o sul, e restando em aberto apenas a Sardenha.
Assim, enquanto os moderados queriam que fossem realizados plebiscitos para
decidir a anexação da Sardenha, os republicanos queriam a criação de uma assembléia
constituinte, a fim de estabelecer as bases do Estado unitário.
Cavour decide então marchar com o exército piemontês para o sul, com a
intenção de conseguir glórias maiores que as de Garibaldi. Partiu, com a justificativa de
salvar o papa das investidas dos revoltosos e, também, evitar a formação de uma
República, reiterando as divergências entre os agentes da unificação no norte e no sul.
Essa questão pode ser melhor entendida através das palavras de Asa Briggs e patrícia
Clavin:
Temeroso de la espontaneidad impulsiva de Garibaldi, de su radicalismo natural y
de su inmenso prestigio, Cavour hizo una serie de maniobras para poner freno a
Garibaldi antes de encontrar una que funcionase: sabedor de las graves
repercusiones internacionales de la entrada de las tropas de Garibaldi em Roma – ya
que Napoléon III, que se había autoproclamado defensor del papa, podía intervenir,
10
y esta vez com el posible apoyo de Áustria – Cavour llegó a la conclusión de que lo
que necessitaba era um éxito aún más espectacular que los de Garibaldi. (1997, p.
115)
Cavour consegue então evitar a pretensão dos republicanos de criar na península
uma República. Ele legaliza a revolução e dissolve qualquer possibilidade de um
levante popular, e em alguns locais como nas duas Sícilias realizaram-se plebiscitos e
foram anexados ao reino de Piemonte.
Garibaldi, então, devolveu simbolicamente o poder ao rei, e acabou partindo. A
anexação ao Piemonte era para os camponeses do sul o fim de suas esperanças de
reforma. Os Garibaldinos eram vistos sempre como uma ameaça a monarquia, e o
exército dos “camisas-vermelhas” não poderia ser aceito ao exército regular, tudo isso
pelo medo de sua presença ser uma influência revolucionária.
Mesmo assim, a unificação ainda não estava completa, faltava ainda Veneza,
que pertencia ao domínio austríaco e Roma, que estava nas mãos do papa e sobre a
proteção dos franceses.
O parlamento foi reunido em Torino e declarou Vitório Emanuel II, rei de toda a
Itália. Cavour, no entanto, sabia que seu trabalho não havia acabado, pois seu sonho era
que Roma, provavelmente devido ao seu valor simbólico por ter sido a capital do
império romano, fosse agora a capital do Estado Italiano. Além disso, sabia da
animosidade entre o norte e o sul, devido a diferenças econômicas, sociais e culturais.
Ademais, as próprias diferenças entre ele e o republicano liberal Mazzine haviam
“ajudado” a aumentar as diferenças entre o norte e o sul, então, era evidente que ainda
havia muito a fazer.
No entanto, Garibaldi voltaria à cena em 1866, na guerra da Prússia contra a
Áustria, na qual Itália apoiaria a Prússia, e esta chegaria à vitória, coagindo a Áustria e
fazendo com que o Vêneto fosse anexado à Itália, após a assinatura da Paz de Viena em
1868. Então, neste momento, só faltava Roma para completar o sonho da unificação.
Então, durante a guerra franco-prussiana nos anos de 1870 e 1871, Roma foi
invadida e tornou-se a capital italiana. Isso foi possível porque devido à guerra as tropas
francesas que faziam a proteção do Papa se retiraram, deixando Roma sem defesa.
Todavia, o Papa não aceitou nenhuma das ofertas do Estado italiano, e,
consequentemente, não reconheceu Roma como a capital do Estado, declarando-se
prisioneiro na Itália.
A Itália não estava totalmente unificada, ainda havia territórios sofre domínio da
Áustria, além da falta de reconhecimento de Roma como capital, por parte do Papa.
Contudo, no final da Primeira Guerra Mundial, os últimos territórios que ainda
pertenciam a Áustria foram anexados. E, em 1929, através do chamado “Tratado de
Latrão”, o Estado do Vaticano foi criado e o papa recebeu uma indenização pelos
territórios perdidos, e, assim, reconheceu Roma como capital do Estado Italiano
(ARRUDA, 2005, p. 127-128).
Frente a estes últimos acontecimentos, enfim, a Itália estava completamente
unificada e tinha a histórica Roma como sua capital.
2 A emigração Italiana para o Brasil
A unificação italiana e a organização de um estado moderno teve muitas
conseqüências, principalmente para sua população rural. A Revolução Industrial e a
expansão do capitalismo foram os principais agentes das mudanças no Ocidente desde o
século XVIII, alcançando o século XIX. A população crescia e a demanda, no que diz
11
respeito à produção, aumentava, então, os mercados coloniais na África e na Ásia foram
as principais soluções encontradas pelos países europeus, entre eles, a Itália, para este
problema.
Outro aspecto, que contribuiu a emigração italiana, foi a situação de
miserabilidade da população, como se observa na seguinte lição de Giron:
Após a unificação, a Itália “continuava sendo um país agrário, regido por relações
sociais muito atrasadas que freavam seu desenvolvimento econômico e condenavam
as massas populares à miséria e fome. Foi a miséria o principal fator da emigração
italiana. (1992, p. 51)
Na Itália, assim como em grande parte da Europa, havia um grande excedente
populacional, e o país encontrou na emigração a solução para o seu problema
demográfico, sendo que entre 16000 e 1940, saíram da Itália cerca de 20 milhões de
seus súditos como afirma Rodrigo Elias (2005, p. 16). Dentre outros lugares, a América
foi o destino de grande parte da diáspora italiana.
Para melhor compreender a situação pós-unificação, importante se torna recorrer
novamente dos estudos de Giron:
Ao problema social soma-se o econômico e o político. As máquinas que, em parte,
aumentaram os capitais da burguesia, e, em parte, desalojaram os operários de suas
ocupações, garantiram a expansão em direção à América. A mesma expansão
técnica que expulsava os homens garantiria seu transporte para outras terras, através
dos navios à vapor. A Europa passou a exportar em larga escala produtos
industrializados, religião, costumes, idéias e, especialmente, europeus. A emigração
servirá para aliviar as tensões internas causadas pelas estruturas econômicas rígidas,
pela ausência de capitais e pela manutenção das mesmas relações de produção.
(1992, p. 49)
Por outro lado, o Brasil, país que já tinha vivido a experiência da imigração com
alemães, entre outros, em períodos distintos, passou a viver novamente, desta vez com
imigrantes italianos. Um dos objetivos do Império brasileiro era do branqueamento da
população, a qual era formada por grande parte de negros e mestiços, como também,
solucionar o problema da falta de mão-de-obra ocasionada pelo fim do tráfico de
escravos.
Esta situação alterou o panorama econômico do Brasil, na segunda metade do
século XIX, em especial para os cafeicultores, sendo que “a chave do problema
econômico estava, portanto, na mão-de-obra” (FURTADO apud GIRON, 1992, p. 52).
O fim do tráfico também possibilitou uma mudança de atitude frente à questão
de terras, pois esta e a necessidade da mão-de-obra estão, via de regra, intimamente,
interligadas e tem como grande referencial a questão econômica, como observa Emília
Viotti da Costa, citada por Giron (1992, p. 53).
A partir da Lei de Terras, promulgada em 1850, lei nº601, segundo Giron (1992,
p. 53), a terra passa a ser tratada como mercadoria, e não apenas como símbolo de status
social, isso ocorreu porque se tornou necessário manter e intensificar o fluxo migratório.
Esta mudança no tratamento da questão da terra, por parte do governo, não era
apenas uma tática política, mas, também, tinham grandes influencias na economia, já
que um dos objetivos de trazer para o Brasil braços brancos e europeus era o de
conseguir mão-de-obra para a produção do café, voltado em grande parte para a
exportação, além de ser uma grande influência para a população do país, no que
concerne a questão do trabalho braçal, pois esta população era marcada pelo uso do
trabalho escravo nas lavouras, considerado, consequentemente, como desonroso para a
os “brancos”.
As transformações na política brasileira, visando, na maioria das vezes, o
crescimento econômico, tornou o país mais atrativo para os imigrantes italianos. Desta
12
forma, após a unificação italiana, quando os problemas também relacionados à terra
começaram a se agravar, deixando uma parcela considerável da população na miséria, o
Brasil foi o grande “depositário” dos problemas europeus, neste caso, da população
excedente italiana.
O Rio Grande do Sul, na época conhecido como Província de São Pedro, já que
se tratava do período imperial, recebeu, a partir de 1875, uma parcela da população
italiana que imigrou para o Brasil. Estes imigrantes vinham para a província com a
finalidade, prevista pelo governo imperial, de colonizar as terras devolutas pertencentes
ao Estado, e, desta forma, completando o povoamento da província com população
branca. Com base no quadro abaixo, pode-se perceber a situação populacional da
província no início do século XIX, antes da chegada dos imigrantes alemães e italianos9.
Brancos
32.000
Homens de cor livres
5.399
Homens de cor escravizados
20.611
Índios
8. 655
Quadro 3 - População da Província (Rio Grande do Sul)
O índice demográfico da Província, ainda na primeira metade do século, iria
sofrer modificações com a chegada de imigrantes alemães, dentre outros. Entretanto, no
final do século, a partir de 1875 é que começa o último processo para se completar o
povoamento da província, qual seja: a chegada dos imigrantes italianos.
A imigração no Rio Grande do Sul se diferenciou da realizada no Sudeste,
principalmente quando diz respeito à italiana, pelo fato de ter como objetivo primordial
à utilização desses imigrantes como mão-de-obra nas lavouras de café, em substituição
ao braço escravo.
Portanto, essa imigração vai se intensificar com a abolição do trabalho escravo e,
posteriormente, com o advento da República, pois os imigrantes passaram a ter mais
confiança em abandonar sua terra natal e habitar em uma terra distante, já que esta não
tinha mais, como principal força de trabalho, o braço escravo. Ainda se faz interessante
observar, que a crescente propaganda pró-imigração subsidiada pelo Estado e por
particulares, também contribui para essa imigração.
Diante deste contexto, os italianos começaram a chegar à província a partir de
1875, e com o passar dos anos, essencialmente com a intensificação da imigração no
período correspondente a primeira República do Brasil, formaram quatro núcleos de
colônias italianas, quais sejam: Conde D’ Eu, conhecida atualmente como Garibaldi,
Dona Isabel, atualmente chamada de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, situada no local
antes conhecido como Campo dos Bugres e a quarta colônia de imigração italiana,
formada por municípios tais como Silveira Martins, Faxinal do Soturno, São João do
Polêsine, entre outros10.
No entanto, uma das principais conseqüências da imigração italiana para o
Brasil, foi o estreitamento das relações diplomáticas entre esses dois países, desde a
unificação italiana, ou melhor, parcial unificação, em 1861. Contudo, é importante
9
GIRON, Loraine Slomp (1980). Imigração italiana no Rio Grande do Sul: fatores determinantes. In:
RS: imigração e colonização. Porto Alegre, Mercado Aberto.
10
Segundo dados do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem do Rio Grande Sul, estas cidades
ficam distante da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, centro econômico do Estado: Garibaldi –
104 Km; Bento Gonçalves – 109 Km; Caxias do Sul – 125 Km; Silveira Martins – 283 Km; Faxinal do
Soturno – 265 Km; Soa João do Polêsine – 275 Km.
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destacar que inicialmente, mais especificamente até a primeira grande guerra, já no
período que corresponde à República Velha, a iniciativa de imigração foi toda brasileira.
Neste sentido, há as seguintes palavras de Amado Cervo:
Numa primeira fase, do final do século XIX até a primeira grande guerra, a
iniciativa foi toda brasileira: O Estado e a sociedade buscaram na Itália, com o
objetivo de realizar duas necessidades, o fornecimento de mão-de-obra para a
lavoura e a ampliação do mercado para o café. (1990, p. 21)
Mas, a partir de 1900, as relações entre as duas nações começaram a mudar,
passando por constantes negociações. O governo republicano atendia aos interesses
cafeicultores, e usava a diplomacia com a Itália para atingir tais objetivos. Um destes
objetivos era obter a redução dos direitos italianos nas importações e, em última
instância, a livre entrada do café, para isso oferecia em troca tarifas mínimas.
Por outro lado, apesar das tarifas mínimas serem do interesse da Itália, o governo
italiano relutava em reduzir seus direitos nas importações, querendo um acordo em
longo prazo. Essa, entre muitas outras incompatibilidades, permearam a “convivência”
entre as nações.
Ainda, pode-se destacar como outro grande problema encontrado por essas duas
nações, o fato da Itália considerar que tinha direitos sobre a vida de seus conterrâneos
aqui no Brasil, achando, inclusive, que as leis que deveriam ser aplicadas aos colonos
italianos no país eram as do governo italiano. Isso se deve, ao fato de a Nação Italiana,
recentemente unificada, acreditar que seus súditos, independente de onde estivessem,
pertenciam à nação italiana, ou seja, eram cidadãos italianos, já que esse era um fator
determinante do nacionalismo que permeou o século XIX e XX, e foi o sustentáculo da
Unificação italiana. As relações entre essas duas nações vão passar por diversos
momentos de entendimento e, também, de animosidade, devido às transformações de
cada uma delas em momentos significativos como as duas grandes guerras.
Então, apesar de apenas uma minoria do contingente de imigração italiana terem
sido enviados ao Rio Grande do Sul, esse número já foi bastante significativo, uma vez
que, contribuíram para o crescimento econômico da província, além de agregar aos que
aqui habitavam novos costumes e tradições, típicos de sua Terra Natal, a Itália, os quais
perduram até os dias de hoje, continuando a estimular o crescimento econômico das
regiões de colonização italiana.
Conclusão
Tendo em vista o exposto acima, pode-se conceber que os acontecimentos que
marcaram o século XIX, como o avanço das concepções nacionalistas, a unificações de
estados como o alemão e o italiano, e a imigração de povos como o italiano, estão todos
entrelaçados a uma rede de transformações que assolaram o mundo, sobretudo, a
Europa, neste período.
A Revolução Industrial, a qual ocorreu em meados do século XVIII, propiciou o
avanço do capitalismo. Neste sentido, viu-se uma expansão do liberalismo econômico,
bem como do nacionalismo de caráter liberal. Esse nacionalismo, por sua vez, levou a
unificação de vários reinos, entre eles, o italiano, que teve sua unificação completa em
1861, e a consolidação da mesma, apenas em 1929, durante o período fascista.
Portanto, é a partir dessas transformações no panorama do continente europeu, e,
em especial, da península italiana, a qual enfrentou uma dura crise de caráter, sobretudo,
econômico, o que levou o próprio governo a incentivar a partida de seus súditos. É neste
momento, que as relações de Brasil e Itália passam a se estreitar, pois grande parte dos
italianos saídos da península, vão ter como destino o Brasil, e uma pequena parcela dos
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imigrantes que chegam ao país, são enviados para colonizar as terras devolutas,
pertencentes ao governo, mas que se encontravam dentro da Província de São Pedro,
hoje conhecida como o Estado do Rio Grande do Sul.
Diante disso, percebe-se a importância de realizar um estudo que contemple o
panorama europeu da Itália na época da imigração italiana, para compreender, de forma
mais clara, o real motivo dessa imigração. No caso do Brasil o motivo foi o fato que ao
mesmo tempo em que a Itália passava por inúmeros problemas intensificados pela
unificação, dentre eles, o excedente populacional, o Brasil, por sua vez, sofria do mal
contrário, necessitava de mão-de-obra que viesse a substituir a escrava, decadente desde
a abolição do Tráfico de escravos em 1850. Foi, então, como conseqüência do
casamento das necessidades destes dois países, que atualmente muitos municípios do rio
Grande do Sul, são conhecidos por serem de colonização Italiana.
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