Capítulo 5 A Economia da Globalização Após a Segunda Guerra

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Capítulo 5
A Economia da Globalização
Após a Segunda Guerra Mundial, a rivalidade geopolítica entre Estados Unidos e URSS
provocou a divisão da Europa em blocos antagônicos.
Um ano antes do final da Segunda Guerra Mundial, por iniciativa dos Estados Unidos,
os países capitalistas que combatiam o Eixo reuniram-se na Conferência de Bretton Woods,
convocada para organizar as bases da economia do pós-guerra. Naquela conferência, o dólar
ganhou o estatuto de “moeda do mundo”, tornando-se o veículo principal das transações
comerciais e das finanças internacionais.
Em Bretton Woods, estabeleceram-se duas instituições financeiras internacionais que
até hoje desempenham funções de destaque: o FMI e o Banco Mundial.
O FMI surgiu para oferecer créditos de curto prazo destinados a evitar que crises
financeiras nacionais se alastrassem para a economia mundial. O Banco Mundial tinha a tarefa
principal de financiar a reconstrução econômica dos países devastados pela guerra.
O FMI e o Banco Mundial fazem parte, formalmente, do sistema da ONU, mas, na
prática, funcionam como instituições independentes , nas quais os votos são distribuídos de
acordo com o capital de cada Estado-membro, o que assegura às grandes potências
econômicas o controle sobre as decisões. Após o fim da Guerra Fria, a Rússia e a China
entraram nas duas instituições.
O FMI é alvo de críticas por causa dos programas de ajuste econômico impostos aos
países que fazem uso de seus créditos para financiar as dívidas externas.
Na Conferência de Bretton Woods, decidiu-se que o dólar figuraria como equivalente
do ouro na economia mundial. Para isso, estabeleceu-se uma paridade fixa entre o dólar e
ouro, e o Banco Central dos Estados Unidos compromete-se a converter dólares em ouro.
Esses mecanismos funcionaram adequadamente até o início da década de 1970, quando o
excesso de dólares em circulação obrigou o Banco Central norte-americano a desvalorizar a
moeda e, em seguida, abandonar o compromisso da livre conversão.
Atualmente, o valor das moedas oscila em relação ao ouro, e o dólar enfrenta a
concorrência do euro nas finanças internacionais e no comércio mundial.
Dependência financeira e dívida externa:
A integração global dos mercados financeiros gerou crescente interdependência entre
os países. As grandes empresas financiam seus negócios com a venda de ações na bolsa de
valores. As ações são compradas por investidores de diferentes lugares do mundo,
diretamente ou por meio de fundos administrados por bancos. Os Estados, por sua vez,
vendem títulos públicos nos mercados internacionais, oferecendo juros para remunerar s
investidores.
De modo geral, os países em desenvolvimento experimentam situação de dependência
financeira em relação aos países desenvolvidos. Uma das manifestações dessa dependência é
o endividamento externo contraído pelos governos e por empresas estatais ou privadas nos
bancos e governos dos países desenvolvidos e, também, nas instituições financeiras
multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial.
Na economia contemporânea, a mercadoria mais cara é o próprio dinheiro. O capital
emprestado é remunerado mediante o pagamento de juros e taxas de risco.
Os custos dos empréstimos cresceram rapidamente na década de 1980, em virtude do
aumento na taxas de juros internacionais. Esse processo provocou o crescimento do valor das
dívidas externas dos pises em desenvolvimento. O desembolso anual com juros e taxas de
risco- o chamado serviço da dívida- funciona como sorvedouro de recursos em moedas fortes
conseguidas por meio da exportação de mercadorias.
As maiores dívidas externas do mundo correspondem aos grandes países em
desenvolvimento da América Latina, da bacia do Pacífico e da Europa oriental. Elas refletem,
principalmente, o esforço de modernização das chamadas “economias emergentes” e a
paralela abertura dessas economias às finanças internacionais.
No grupo dos grandes devedores, estão China e Índia, potências demográficas asiáticas
que trilham diferentes caminhos de integração à economia global, e a Rússia, que atravessou
conturbada transição para o sistema de marcado. Nesses casos, a explosão do endividamento
é mais recente, coincidindo com os esforços de abertura econômica e integração aos fluxos
globalizados de mercadorias e capitais.
A fragilidade financeira dos grandes devedores revelase nos episódios de fuga de capitais de curto prazo, que
ameaçam provocar situações de insolvência externa, isto
é, da incapacidade de pagar a dívida. Esses episódios
acarretam a tomada de novos empréstimos
internacionais, mediante acordos com o FMI, ou a
decretação de moratórias forçadas.
A dimensão absoluta do endividamento externo é um
indicador grosseiro da dependência financeira. O impacto
das dívidas nas economias nacionais está ligado à
capacidade de pagamento dos juros e das taxas de risco,
que por sua vez depende dos ingressos obtidos por meio
das exportações de bens e serviços.
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