IV - Sujeito indeterminado. Oracoes sem su

b)
IV - Sujeito indeterminado. Oracoes sem sujeito: verbos impessoais. A concordancia do verbo nas oracoes sem sujeito.
empregando 0 pro nome se junto a verbo, de modo que a ora<;ao passe a equivaler a outra que tem por sujeito alguem, a
gente:
Vive-se bern aqui. Precisa-se de empregados.
A gente vive bern aqui. Alguem precisa d_: empregados.
Dizemos neste caso que
0
se
e indice
•
de indeterminaciio do sujeito.
OBSERVACAO:
Diante de construcoes do tipo cumpre se guardar de e cumpre uma
pessoa guardar-se de, a tradicao literaria em portugues prefere a ultima.
Sobre 0 assunto, ensina EPIFANIO DIAS na sua Gramdtica Francesa, § 258,
e): "Quando 0 pronorne reflexo (e tambern 0 pronome possessivo da 3.·
pessoa) se refere a pessoa a quem mentalmente se atribui urn infinitive, e
melhor e as vezes e indispensavel, na traducao portuguesa, dar ao infinitive
urn sujeito acomodado, v, g. il [aut se garder de, cumpre uma pessoa guardar-se de; il n'est pas prudent de lutter (nfio e prudente uma pessoa lutar)
contre de plus puissant que soi; iI faut [aire
ses vices une guerre continuelle".
a
1 -
Sujeito indetenninado
2 -
Muitas vezes nao querernos ou nao sabemos determinar com precisao 0 sujeito da oracao. Temos certeza de que a a<;ao verbal foi praticada
por urn ser, mas nem por isso desejamos ou podemos aponta-lo :
Estiio ohamando 0 professor la fora.
"Diz (= dizem) que era uma vez quatro Iadroes muito sabidos e finos"
(CAiMIARlA CASCUOO, Contos Tradicionais do Brasil, 180).
Nestes casos, trata-se de urn sujeito indiferenciado, referido
humana em geraI.
a
massa
A indeterminacao do sujeito nao quer sempre dizer que nao 0 conhecemos; serve tambem de manha inteligente de linguagem, quando nao nos
interessa torna-lo patente aquele com quem falamos, como no seguinte
exemplo:
Pedro, disseram-me
que voce falou mal de mim.
0
A lingua portuguesa indeterrnina
sujeito de duas maneiras:
a)
0
sujeito
e
Em todos estes casos dizemos que
indeterminado.
empregando o verbo na 3.a pessoa (singular ou plural, sendo este
ultimo caso 0 mais comum) sem referencia a pessoas deterrninadas:
Estao batendo.
Ora~oes sem sujeito
Vimos que normalmente a oracao encerra dois termos essen~iais:
sujeito e predicado. Porern ha casos em que as oracoes nao tern sujeito.
Na'O se trata, entretanto, nem de sujeito oculto nero de indeterminado; a
verdade e .que nas referidas eracoes nao se pensa em atribuir a declaracao
expressa no predicado a quem quer que seja :
Chove,
Faz trio.
Ha bons livros na livraria.
A rigor trata-se de centrar 0 intento da comunicacao no comentario.
Os verbos destituidos de sujeito se ehamam verbos impessoais e as
oracoes unimembres em que aparecem se dizem oracoes sem sujeito ou de
sujeito inexistente.
OBSERVACAO:
Pertence a sintaxe popular, com exemplos tarnbem em escritores
classicos do passado, 0 ernprego do pronome ele junto a verbos impessoais,
tal como 0 frances utiliza il nas mesmas circunstancias : "Nao que ele
rnarotos muito grandes na tropa I - obtemperou 0 padre Joao da Eira, rancoroso inirnigo das armas sem que fosse notavel partidario das letras" (CAMlW, A Coria, 24. Note-se a caracterizacao, pela linguagem, de urn tipo
que nao era "notavel partidario das letras"); "Harpagao - E vamos n6s;
a moca, aohas que esta deveras / perdidinha por ti? ele
taatas quimeras
/ no bichinho mulher !" (A. iF. OASTILHO,
0 Avarento, p. 265 da ed.
de 1925); "Ele ba muito anequim e tintureira por aqui" (M. LOBATO, Urupes, 61. Fala urn maritime "na sua linguagem pinturesca" como diz 0 autor.)
ha
ha
• Com esses outros indefinidos, nao ha propriamente sujeito indeterminado, pois que 11ao existe referencia a massa humana indifereneiada, trace fundamental a no~ao de indeterminacao do suieito.
29
v
o nosso
2)
escritor RUI BARBOSA, imitando de prop6sito 0 modo de dizer que
colheu nos bons autores que aponta em nota de pe de pagina, escreve na
p. 492 da Replica: "Que ele ha nesse lugar urn hiato, isso nlio direi que
"como quem nlio se lhe dti da vizinha fronteira"
rias Postumas, 29).
noo."
3 -
Os principais verbos impessoais
3)
Sao:
a)
trovejar,
Anoitece.
Faz frio.
b)
0
verbo haver em oracoes sinonimas
as construidas
OBSERVACAO:
0 verbo ser, com sentido existencial, na expresslio literaria e hoje
consagrada do inicio das hist6rias era uma vez, tende a ser empregado impessoaLmente e, por isso, invariavel :
"Disse que era urna vez dois corcundas, compadres, urn rico e outro pobre" (~MAlRA
CASeUDO, Contos Tradicionais do Brasil, 31); "Era uma
vez tres mocas muito bonitas e trabalhadeiras ... " (Id., ibid., 120); "Diz que
era uma vez quatro ladr6es muito sabidos e ,finos" (Id., ibid., 180).
Na pagina 292, sem a expressao uma vez, ocorre 0 plural: "Eram quatro innis tatibitates e a mlie delas tinha muito desgosto com esse defeito."
Mestres ha, como 0 Prof, MAiRTIiNZ DE AGUIAR (em carta particular), que ensinam que 0 verbo tern de ir ao plural, concordando com 0 seu
sujeito, sendo 0 singular urn caso de inercia mental, igual a Id vai os homens.
Neste easo 0 sujeito sera: dois corcundas; tres mocas; quatro ladroes; quatro
irmiis.
c)
os verbos haver,
[azer
e ser nas indicacoes de tempo:
Hd cinco anos nlio aparece aqui.
Fat. cinco aDOS nlio aparece aqui.
Era a hora da sobremesa.
A tais verbos podemos chamar impessoais essencuus, uma vez que
M varies outros que acidentalmente apareeem em construcoes impessoais
mas que tendem, ern sua maioria, a ser usados com sujeito proprio, portanto em todas as pessoas. Dos verbos que entram nessas construcoes impessoais merecem atencao : •
1)
bastar, chegar (nas ideias de suficiencia) :
"basta de £erias" «B. GUIiMA.RAES,
"chega de sacrificio."
Seminarista,
145)
• Li~iio e lexemp!os extraidos de EPIFANIO DIAS, Slnlaxe HlsI6rl~, §3 e CANDIDO JUCA. (Fl·
LHO), 0 Falor Pslcol6&1co,152 e 5S.
30
constar:
(RUI
4) ir acompanhado de adverbio ou locucao adverbial para exprimir como correm as coisas a alguern :
"Tu mal sabes quanto nisto me vai a honra e a vida talvez" (ARNALDO
GAMA, Um Motim ns Cem Anos, 52 opud M. BARRETO, Fatos+, 191).
com existir :
Ha livros bons (existem livros).
(M. DE ASSIS, Memo-
"nem me consta de services que nunca entre nos se troeassem"
RARIBOSA, Cartas Politicos e Literdrias, 326).
os verbos que denotam tenomenos
chover,
atrnosfericos ou cosmicos :
nevar, anoitecer, jazer (frio), etc.
dar-se :
5) ir acornpanhado das preposicoes
em ou para
espaco de tempo em que uma coisa acontece ou aconteceu:
exprimindo
0
Vai em dois anos au pouco rna is.
6) vir acompanhado das preposicoes
em que algo acontece :
"Nesse mesmo dia quando
Historicos, II, 107).
7)
passar
acompanhado
por ou a exprimindo
veio pela tarde"
(A. F. CASTILHO,
0
tempo
Quadro.s
da preposicao de exprimindo tempo:
J a passava de dois rneses.
8) [eito
esta perdida :
e de,
locucao do estilo literario que significa que uma coisa
"Feito era talvez para sempre, dos alterosos fad os nascentes desta Monarquia, se dos ceus the nlio assistira uma providencia, e na terra urn D.
Egas" (A. F. CASTILHO, Quadros Historicos, I, 104).
4 -
Os verbos impessoais sempre aparecem na fonna de 3. a pessoa do
singular .
Desconheeendo-se a natureza impessoal dos verbos haver e iazer,
aparecerem erradamente na 3.a pessoa do plural, quando seguidos
de substantivo no plural. Isto acontece, porque 0 falante tom a tais plurais
como sujeito, quando, na realidade, nao 0 sao: verbo impessoal niio tern
sujeito. Assim, notemos:
e comum
31
ficara no singular
0
Na oracao: Jose faz hole dez anos, 0 verba fazer nao e impessoal. Seu sujeito 6 Jose.
Assim pode ir ao plural em: Jose e Marla fazem dez anos.
Usar-se-a tambem no singular a formula inicial das narracoes era
uma vez, ainda que seguida de nome no plural au de mais de urn substantivo (of. p: 30).
Era urna vez dois jovens (e nfio : eram uma vez ... ).
Era uma vez urn irmao e uma irma.
o verba ser usado como impessoal nas indicacoes de horas, datas e
distancias concorda com a expressao numerica ou equivalente, no plural,
que funciona como predicativo:
de agosto, quando
a
fazenda
sao
tres
se encontraram"
(ALEXANDRE
HER-
Ieguas a cavalo" (SAID ALl).
OBSERV ACAO:
Se 0 predicativo plural e precedido de uma expressao
avaliativa
(perto de, cerca de, etc.), os escritores ora usam 0 plural, ora 0 singular:
"Era perto de duas horas quando saiu da janela" (M. IDE ASSIS, Quincas
Borba, 180 apud S. SILVEIRA, Li~6es de Portugues, § 473). "Eram perto de
oito horas" (Id., Histories sem Data, 68 apud S. SIL VEIR:A, ibid.).
5 -
0
emprego do verbo ter em
verbo que, junto a haver e iazer, sirva
Pode haver enganos (e nao : podem haver).
Devera [azer trss rneses (e nao : deveriio [azer),
"Eram quatro
CULANO).
"Da esta..ao
do verbo .TER pelo HAVER
Tem livros na mesa por H4 livros na mesa.
de auxiliar :
NOTA:
Erro no emprego
Constitui incorrecao, na liingua culta,
lugar de haver em oracoes como:
Houveram enganos.
Haveriio premios,
Fazem quinze dias.
Faziam duas semanas.
Houve enganos lamentaveis
Haverd premios
Paz quinze dias
Fazia duas semanas
Tambern
6 -
ERRAno
CBRTO
Este emprego corre
e ja vai ganhando aceitacao
aproximar a lingua escrita
"Na Rua Toneleros
solidao" (M. BANDEIRA,
vitorioso na conversacao de todos as momentos,
nos escritores modernos brasileiros que procuram
da espontaneidade do falar coloquial:
tern urn bosque, que se chama, que se chama
Poesia e Prosa, II, 4] 9).
Este ernprego de ter impessoal parece ter-se originado de duas ordens
de fatores: a) a mudanca na formulacao da oracao A biblioteca tern bons
livros ao lado de Na biblioteca lui bons livros; b) a progressiva vitoria do
verbo ter sabre 0 verbo haver em uma serie de enunciados em que ambos
lutaram pela sobrevivencia, como na auxiliaridade dos tempos compostos
(hei estudado / tenho estudado), em expressoes como hti nome / tern nome
(= charna-se) e tantos outros.
Fora do seu sentido normal, muitos verbos impessoais podem ser
usados pessoalmente, vale dizer, constroem-se com sujeito.
Nestes casos, a concordancia se faz obrigatoria
:
Choveram benc;aos dos ceus,
"No dia seguinte amanheci de cama" (Erico Verissimo, Solo de Clarineta, 50).
HAVER no singular e EXISTIR no plural
Embora haver entre em construcoes de sentido igual as do verbo
existir, em frases como Hd livros bons, haver fica no singular, enquanto
existir vai ao plural: Existem livros bons.
A razao e porque a verbo haver, assim empregado, e impessoal. Existir, ao contrario, e pessoal, isto e, tern sujeito. Na oracao dada, 0 sujeito de
existir e livros bons.
A sinonimia de haver e existir tern levado muitos escritores ao emprego de haver no plural, pratica de linguagem que nos cum pre evitar cuidadosamente.
32
33
V - Conceito de nucleo, Nucleo do sujeito.
Sujeito simples e composto. Uso da virgula no sujeito composto. Ideia de concordancia do verbo com 0 sujeito.
Sujeito: a melhor companhia.
Nucleo do sujeito: companhia.
Dizemos entao que 0 sujeito e simples. Sao ainda exemplos de sujeitos simples:
N 6s nao 0 queremos.
povo escolhera bons governos.
o
Os rios sao estradas que andam.
Se pensarnos em dois ou mais seres distintos e deles ·fazernos 0 sujeito
de uma oracao, est a contera dois ou mais niicleos :
Eu e ele assistimos a este filme.
Sujeito: eu e ele.
N ucleos do sujeito : eu, ele.
1 -
Que
e
o
gaucho e 0 vaqueiro do Nordeste sao tipos dj,feren.tissimos.
Sujeito : 0 gaucho e 0 vaqueiro do Nordeste.
Nucleos do sujeito : gaucho, vaqueiro.
nucleo
Tomemos as seguintes oracoes :
Meu querido primo nos visitara hoje. Ele
e
um excelente companbeiro.
o sujeito da primeira oracao e meu querido primo; porem, na expressao, ha urn termo que tern maior importancia, porque e dele que fazemas a declaracao nos visitard hoje. £Ste termo e 0 substantive primo, que,
para a expressao total do nosso proposito, se aoha acornpanhado de meu e
querido. Dizernos que prima e 0 nucleo do sujeito.
2 -
0 nucleo do sujeito
e
sempre um substantivo ou pronome
Se na primeira oracao apontada acima 0 micleo do sujeito e 0 substantivo primo, na segunda oracao 0 micleo do sujeito e 0 pronome ele que,
por nao vir acompanhado de outro termo ou termos, coincide com a expressao total do sujeito.
Se prccurarmos
0 micleo do sujeito em todas as oracoes exemplificadas ate aqui ou em novas citacoes, este sera de base nominal, isto e, urn
substantivo (ou expressao de valor substantive) ou pronome.
3 -
Sujeito simples e sujeito composto
o
sujeito pode conter urn s6 nucleo :
"A melbor companhia aoha-se em uma escolhida livraria" (MARQU£S
DE MARJCA).
Se 0 sujeito encerra mais de urn nucleo, dizemos sujeito composto.
Os micleos do sujeito composto se aoham ligados pelas conjuncoes
coordenativas :
J oao e Pedro viajaram boje.
Maria ou Gl6ria fara as compras,
4 -
A virgula e
0
sujeito composto
Numa serie de micleos que constituem 0 sujeito composto, todos se
separam normalmente por virgula, salvo 0 derradeiro que aparece ligado ao
anterior por conjuncao coordenativa:
Livros, cadernos, lapis e canetas sao materiais escoleres,
Se e nossa intencao imprimir enfase, vigor, a cada micleo do sujeito
compos to, entao repetirernos a conjuncao em lugar da virgula :
o olhar
e
0
aspecto e as mentiras refletiam
0
que Ihe ia na alma.
Havendo pausa no ultimo micleo da serie, :pode aparecer virgula
antes da conjuncao :
Pai, mae, e irmiios assistiam aqueles dolorosos minutes,
Ainda nos mementos de enfase, ressaltamos a participacao dos varios micleos do sujeito compos to na declaracao do predicado, substituindo
35
a conjuncao e pela serie niio so. " mas tambem
tivo), como no seguinte exemplo :
(ou outra de sentido adi-
"0 urso ferocissimo, 0 javali indomavel, a leve corea abasteciam a grosseira
mesa dos godos, a quem a desgraca e a vida dura das solidoes [izera mais
feros, mais indomaveis e mais ligeiros do que eles" (ALEXA;NDRE HBRCULAlNO, Eurico, 0 Presbitero, 163).
"Nas solidOes do Calpe tinha reboado a desastrada morte de Witiza, a entronizacao violenta de Ruderico e as conspiracoes que ameacam rebentar por
toda a parte" (Id., ibid., 21).
Pedro e 'Paulo foram ao cinema.
Niio s6 iPedro, mas tambem Paulo foi ao cinema.
5 -
Ideia de concordancla do verbo com
A
acomode
Dizemos,
A
o sujeito,
0
sujeito: principios gerais
relacao intima entre 0 sujeito e 0 verbo determina que este se
ao mimero (singular ou plural) e a pessoa (l.a, 2.a ou 3.a) daquele.
por isso, que 0 verba concorda eom 0 sujeito em namero e pessoa.
nossa lingua e muito riea no tocante a concordancia do verbo eom
a que ehamamos tambem concorddncia verbal.
Fizemos em linhas atras uma distincao entre sujeito simples e sujeito
composto, fundamental para 0 as.pecto da concordancia :
SUIBrro
j
a)
b)
!
simples
composto
1)
constituldo
trabalha.
2) constituido
trabalham.
{o
de niicleo
no singular:
de
no plural:
nucleo
homem e a mulher
0 homem
Os homens
trabalham.
Os homens e as mulheres
trabalham.
Baseados nesta distincao, poderemos expor os principios gerais da
concordancia verbal:
1.0) Quando 0 sujeito for simples e singular,
singular, ainda que seja urn coletivo:
° verbo
ira para
0
o hornem
o povo
2.0)
Quando
sujeito for simples e plural,
0
verbo
ira para
0
plural:
Os homens trabalham,
Os povos marcham,
3.0)
Quando 0 sujeito for composto, 0 verbo ira normalmente para
o plural, qualquer qu.e seja a posicao do sujeito em relacao ao
verbo :
o
homem e a mulher
Brincam no patio
NOTA:
36
Jose
atraciio.
o prirneiro exemplo de HERCULANO contem ainda urn caso interessante de concordancia que precis a logo de nossa atencao: "a desgraca e
a vida dura das solidoes iizera ... "
Se os substantives no singular ligados pela conjuncao e forem sinonimos e, assim, deignarem urn iinico ser, 0 verbo podera ficar no singular. No
treoho do escritor portugues, desgraca e dura vida traduzem uma so ideia,
dai 0 verba [izera, no singular.
6 -
Outros casos de concordancia
a) Se 0 sujeito composto e constituido por uma serie em que entra
o pronome eu ou nos, 0 verbo ira para a 1.a pessoa do plural:
Eu e meu colega conquistamos bons lugares.
Eu e tu desconhecemos esse problema.
trabalha.
marcha.
0
No primeiro exemplo abasteciam esta no plural concordando com 0
sujeito composto: urso, javali, corea. No segundo, tinha concorda apenas
com 0 micleo mais proximo do sujeito composto: marte, entronizaciio, conspiraciies.
Esta concordancia do verbo com 0 micleo mais proximo, e nao com
a totalidade do sujeito composto, se chama concorddncia atrativa ou por
trabalham.
e Maria.
No caso do sujeito composto, pode 0 verba concordar com 0 elemento mais proximo, principalmente se 0 sujeito vem depois do verbo, A lingua portuguesa moderna prefere orientar-se pelo princfpio geral acima estabelecido, pondo 0 verba no plural. Eis as duas con.
cordanclas na pena de excelente escritor:
b) Se 0 sujeito cornposto e constituido por uma serie em que entra
o pronome tu ou vos e nenhum dos outros micleos encerra pronome da l.a
pessoa, 0 verbo ira para a 2.a ou 3.a pessoa do plural:
Tu e Jose [ostes (ou foram) premiados.
V6s e todos os outros deveis (ou devem) sair.
''80 Casimiro ficar condenado, tu ou teu cunhado viio para
entreguem as cartas, onde eu mandar" (CAMILO, 0 Bem e
CASASSANTA, 116).
Lisboa,
° Mal,
e
ed.
OBSERVACAO
1.": A gramatica tradicional prefere que se de supremacia, nestes,
casos, a 2." pessoa, de modo que para ela 0 verbo cabe melhor na 2." pessoa
do plural. A verdade, porem,
que a lingua moderna tern dois plurais de tu;
no estilo coloquial e voces e no estilo solene e v6s (verdadeiro plural gram atical). Dai a possibilidade de 0 verbo poder ir para 0 plural de 2." ou 3."
pessoas, conforme vimos.
e
37