AB ANESTESIA PARA PALATOPLASTIA E QUEILOPLASTIA

Propaganda
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
ANESTESIA PARA PALATOPLASTIA E QUEILOPLASTIA
Andréia Fortini, Diogo Franco, Lúcio Auler *
Inst. de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira ; Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJ
Av. Brigadeiro Trompowski s/n - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro-RJ
Justificativa e Objetivos - O número de pacientes com fissura palatina e/ou labial atendidos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem crescido muito nos últimos anos. Na experiência deste Serviço foram observadas particularidades técnicas que facilitaram o intra-operatório e o acompanhamento pós-operatório
de modo expressivo. Estes “complementos” não costumam ser descritos detalhadamente nos artigos publicados e muitas vezes despertam mais dúvidas do que o procedimento em si. Método - Cinqüenta pacientes foram submetidos à cirurgia reparadora de lábio leporino e/ou fenda palatal sob anestesia geral inalatória com oxigênio e sevoflurano, combinada ao bloqueio dos
nervos infra-orbitário (lábio) e/ou bloqueio dos nervos palatinos maiores (palato) ambos com 0,5 a 1 ml de bupivacaína a 0,5%
com adrenalina 1:200.000. Foram divididos em dois grupos: A- 25 pacientes submetidos a intubação orotraqueal com auxílio de
bloqueadores neuromusculares, mantidos em ventilação controlada mecanicamente, e B- 25 pacientes submetidos a intubação sem o auxílio de BNM, e mantidos em ventilação espontânea. Foram avaliados os tempos cirúrgicos e anestésicos, os níveis
mínimos e máximos de PETCO 2 e de SpO 2 , assim como a evolução no pós-operatório e a incidência de complicações. Resultados - O tempo total da anestesia variou de 43 a 270 minutos, não tendo diferença significativa entre os dois grupos, apesar dos
níveis de PETCO 2 serem bastantes diversos entre si. A analgesia foi considerada satisfatória pelo despertar e pós-operatório
tranqüilo na SRPA. Dos 50 pacientes, um apresentou broncoespasmo leve e outro sofreu extubação acidental, sendo ambas
prontamente resolvidas, sem maiores conseqüências. Conclusões - A total compreensão do procedimento em si, as suas rotinas no tratamento multidisciplinar dos fissurados, é essencial para se obter sucesso com menor índice de complicações, porém
a técnica ventilatória (controlada/espontânea) não teve influência nos resultados ou nas complicações intra e pós-operatórias.
Os bloqueios dos nervos infra-orbitário e palatino maior podem ser importantes adjuvantes da anestesia nestes pacientes. Referências - 01. Goldman LJ - Anesthetic uptake of sevoflurane and nitrous oxide during an inhaled induction in children. Anesth
Analg, 2003;96:400-406; 02. Politis GD - Factors associated with successful tracheal intubation of children with sevoflurane and
no muscle relaxant. Anesth Analg, 2002;95:615-620; 03. Oliveira DFV - Fendas Lábio-Palatais: Tratamento Multidisciplinar.
Dissertação Mestrado, UFRJ. Rio de Janeiro, 2000.
B
VALIDADE DA REALIZAÇÃO DO ELETROCARDIOGRAMA NA AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA EM PACIENTES IDOSOS
CIRÚRGICOS
Flávia S Souza, José R P Pedro, Joaquim E Vieira, Ligia Mathias*
Serviço e Disciplina de Anestesiologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Al. Campinas 139/41 - São Paulo-SP 01404-000
Justificativa e Objetivos - O paciente idoso tem maior morbiletalidade intra-operatória do que o paciente jovem, mesmo quando assintomático. O eletrocardiograma (ECG) tem sido solicitado no período pré-operatório na tentativa de reduzir a morbiletalidade intra-operatória, porém sua eficácia é controversa. Não há consenso na literatura a respeito da indicação do ECG em pacientes idosos no período pré-operatório, o que nos levou a realizar este estudo. O objetivo foi verificar retrospectivamente a validade da rotina de realização do ECG no período pré-operatório numa população de pacientes idosos cirúrgicos. Método - Análise retrospectiva de 502 prontuários de pacientes a partir de 60 anos, submetidos a cirurgias diversas. Os dados foram coletados
para avaliação da incidência e tipos de anormalidades mais freqüentes dos ECG; análise comparativa dos pacientes com ECG
normal e alterado em relação a diversas variáveis (idade, faixa etária, estado físico, presença de doença cardiovascular (DCV),
complicações intra (CIO) e pós-operatórias (CPO)). Resultados - O perfil da população estudada foi: pacientes com idade média de 73,6 anos; maioria masculina; estado físico ASA II: 64% portadores de DCV; submetidos a diversos procedimentos cirúrgicos e técnicas anestésicas; com ECG realizado em 59,6% dos casos. Incidência de CIO, CPO e óbitos de: 32,2%, 10,8% e 6%.
Não foi identificado critério para realização do ECG nesta população. 88,8% dos ECG tinham anormalidades, sendo a mais freqüente a alteração da repolarização ventricular. Não foi observada influência das variáveis estudadas sobre a incidência de
ECG alterados. Observou-se clinicamente maior incidência de CIO e CPO nos pacientes com ECG alterados. Aincidência de alterações do ECG aumentou com o avanço da idade em todos os pacientes estudados. A incidência de CIO e CPO também aumentou com o avanço da idade e nos pacientes com ECG alterados. As anormalidades eletrocardiográficas foram relevantes
em relação à incidência de CIO nos pacientes, principalmente as alterações secundárias à isquemia. Conclusões - Este estudo
mostrou que, para a população cirúrgica idosa estudada, é válida a rotina de realização do eletrocardiograma como parte da
avaliação pré-operatória. Referências - 01. Aronow WS - Prevalence and prognosis in older patients diagnosed by routine electrocardiograms. Geriatrics, 2003;58:24-40.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 125
Download