AS QUESTÕES AMBIENTAIS E A AMBIENTALIZAÇÃO DOS

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AS QUESTÕES AMBIENTAIS E A AMBIENTALIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS NA
UNISUL: CONTINUIDADE E AMPLIAÇÃO DE UM PROJETO.
Lidiane Gomes Silveira1; Dra. Fátima Elizabeti Marcomin2
INTRODUÇÃO:
Vem-se observando em nível mundial um franco movimento pela ambientalização
dos cursos, currículos e espaços universitários. Frandoloso (2007) destaca a responsabilidade
ambiental das Instituições de Ensino Superior (IES), à luz da sustentabilidade, em todas as
atividades acadêmicas e administrativas.
A presente pesquisa é uma ampliação dos estudos desenvolvidos por Silvério
(2012) e Silvério e Marcomin (2013) e um recorte de uma pesquisa maior em
desenvolvimento no Grupo de Pesquisa Análise e Planejamento da Paisagem Ambiental da
Paisagem e Educação Ambiental (AnPAP-EA) em 2013 e 2014. Essa pesquisa teve como
objetivo geral: Analisar o tratamento dado às questões ambientais, pelas diferentes disciplinas
de alguns cursos de graduação, ainda não estudados, com vistas a subsidiar movimentos de
ambientalização curricular e de implantação de processos formativos que contemplem a
Educação Ambiental (EA), no âmbito da universidade.
A investigação nessa direção é de fundamental importância face o papel da
universidade no sentido de atuar como formadora de sujeitos atuantes na construção de
sociedades sustentáveis, em todos os seus campos de formação e em todos os níveis de
atuação universitária e o processo de ambientalização em expansão em diversas universidades
(FIGUEIREDO et. al., 2012; ZUIN et. al., 2008; KITZMANN, 2007; MARCOMIN 2006;
GUERRA E LIMA 2004; SATO 2004; ARAUJO 2004; JUNYENT, GELI, ARBAT, 2003;
SORRENTINO 1997).
Palavras-chaves: Ambientalização curricular. Educação Ambiental. Ensino Superior.
MÉTODOS:
A pesquisa de cunho qualitativa de acordo com Minayo (2003) enquadra-se como
_________________________________________________________
1.
2.
Bolsista ART. 170/SC – Ciências Biológicas – Universidade do Sul de Santa Catarina.
[email protected]
PPGE – Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected] (orientadora).
estudo de caso (YIN, 2011) e o lócus de estudo constitui-se a Universidade do Sul de Santa
Catarina (UNISUL) campus de Tubarão. O estudo pauta-se em uma vertente de cunho
investigativo de campo que buscou dados oriundos de um instrumento de coleta do tipo
questionário, composto por seis questões abertas, e aplicado a uma amostra de 16 professores
de três cursos envolvidos na pesquisa (Arquitetura, Agronomia e Geografia). Para definição
destes cursos foi realizado o levantamento dos ofertados no semestre de 2014/A, modalidade
presencial, e posteriormente um sorteio. A quantidade de questionários recebidos e analisados
por curso foi de 7, 5 e 4 respectivamente. A sistematização de dados ocorreu por meio da
construção de uma matriz analítica documental, estruturada e adaptada a partir de Pereira
(2010) e Silvério e Marcomin (2012) enquanto a análise dos dados oriundos dos questionários
foi efetuada mediante a construção de categorias emergentes seguindo os critérios de Moraes
(2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO (Preliminares):
Nos cursos de Agronomia e Arquitetura todos os professores, participantes da
pesquisa, afirmaram abordar questões ambientais em suas disciplinas e no curso de Geografia
apenas um assume não discutir tais questões em suas aulas. Observa-se, entretanto, que a
maioria dos professores de arquitetura relacionam estas questões, apenas, ao analisar a área
física a ser construída, neste caso dois destacam a arquitetura sustentável e aspectos como o
reuso da água e energia renovável no processo construtivo.
No que diz respeito a englobar aspectos atinentes à Educação Ambiental em suas
disciplinas, quatro professores de Agronomia mencioram tratar de tal temática, enquanto no
curso de Arquitetura a maioria não aborda tais questões. No curso de Geografia, apenas um
afirma englobar a Educação Ambiental em suas aulas. Para Costa (2002), as universidades
brasileiras têm investido pouco na formação dos alunos de graduação para assumirem a
inserção da EA em suas práticas profissionais.
Quando questionados se consideram importante a incorporação de aspectos
atinentes às questões ambientais e de Educação Ambiental em suas disciplinas, todos os
professores dos três cursos envolvidos na pesquisa consideram extremamente importante.
Com relação ao conhecimento de alguma disciplina ou projeto, no seu respectivo
curso que envolva as questões ambientais e/ou de Educação Ambiental, apenas no curso de
Agronomia todos os professores participantes da pesquisa mencionam a existência de tal
condição. No curso de Arquitetura a maioria dos professores afirmam existir, porém, nota-se
que é no âmbito de aspectos referentes ao ambiente a ser construído e não especificamente em
Educação Ambiental. No curso de Geografia, metade dos professores relata não conhecer
nenhum projeto ou disciplina que trate das questões ambientais.
Com relação a definição de Educação Ambiental a maioria dos professores dos
três cursos envolvidos na pesquisa conceituou o termo como formação, saberes ou
metodologias com o objetivo de poluir menos, preservar a natureza, respeitar o ambiente e
animais, aprender sobre as questões ambientais, minimizar os impactos, entre outros.
Observa-se, portanto, a concepção de uma educação voltada apenas para a transmissão de
conhecimento, somente de caráter informativo a respeito do meio ambiente. Em nenhum
momento foi relacionada como uma reflexão crítica que problematiza a realidade com vistas à
resolução ou minimização de tais problemas. De acordo com Guimarães (2004), este
resultado se respalda em uma concepção de educação onde o professor é o que ensina e o
aluno é o que aprende o comportamento correto.
Com relação ao questionamento sobre ambientalização de currículos, no curso de
Geografia apenas um professor busca definir o tema, os demais nada compreendem sobre.
Cerca de metade dos professores, do grupo estudado, dos cursos de Arquitetura e Agronomia
definem o tema como a inserção de Educação Ambiental nos currículos. Neste sentido, cabe
ressaltar que a ambientalização curricular envolve, de acordo com Zuin et. al. (2008), um
processo complexo de formação de profissionais que se comprometam com o estabelecimento
das melhores relações possíveis entre sociedade e natureza, assim como práticas e políticas
acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão. Assim, as universidades se tornam espaços
educativos sustentavéis, proporcionando aos estudantes vivência de princípios, atitudes e
valores da sustentabilidade (FIGUEIREDO et. al., 2012).
Considerações preliminares:
Os professores envolvidos na pesquisa mostraram-se preocupados com os
problemas ambientais e consideram extremamente importante que tais questões sejam
trabalhadas nas disciplinas dos cursos. Entretanto, da mesma forma mostram-se pouco
envolvidos com projetos na área ambiental, assim como em práticas de Educação Ambiental.
Alguns destacam a necessidade de se tratar as questões ambientais e de Educação Ambiental
em disciplinas especificas, portanto, ainda é uma visão fragmentada e simplista da realidade.
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a_pavesi.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2014.
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