FOLHAS INFORMATIVAS é uma coleção originalmente criada pela

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Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS
Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2002
FOLHAS INFORMATIVAS é uma coleção originalmente criada pela
organização não-governamental InfoRed SIDA, do Novo México, para dar
informações gerais sobre a epidemia de HIV/AIDS. A ABIA, por entender que
o material pode ser de grande utilidade no país, estabeleceu parceria com a
ONG mexicana para divulgar esses conteúdos no Brasil.
Você está recebendo a primeira série da coleção (chamada série A),
que contém informações sobre: o que é AIDS, o teste anti-HIV, medicamentos,
análises de laboratório, bioquímica do sangue, açúcar sangüíneo e gorduras
do sangue, como deter a expansão do HIV, sexo seguro e protegido, drogas
injetáveis e HIV, profilaxia pós-exposição e preservativos. Em breve, você
estará recebendo outras séries da coleção.
Essa iniciativa da ABIA faz parte do projeto “AIDS: políticas de saúde e
a democratização da informação no Brasil – Fase II”, financiado pela EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. As FOLHAS INFORMATIVAS encontramse também disponíveis na homepage da ABIA (www.abiaids.org.br) e da
InfoRed SIDA (www.aidsinfonet.org/infored.html).
Atenciosamente
Maria Cristina Pimenta
Coordenadora-Geral da ABIA
Juan Carlos Raxach
Coordenador de Folhas Informativas
Rua da Candelária, 79/10º andar CEP 20091-020
Rio de Janeiro/RJ
E-mail: [email protected]
site: www.abiaids.org.br
Tel.: (21) 2223-1040
Fax: (21) 2253-8495
Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
O que é AIDS
O que significa AIDS?
AIDS, do inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome, é a sigla para
Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida:
• Síndrome é um conjunto de
sintomas e sinais que
constitui uma doença;
• Imunodeficiência é uma
debilidade no sistema de
defesa (imunológico) do
nosso corpo que combate
doenças;
• Adquirida significa que você a
adquire durante a vida, ou
melhor, você não nasce com
ela por herança genética.
A AIDS ou SIDA é causada pelo vírus
da imunodeficiência humana (HIV).
Caso você seja infectado pelo HIV,
seu corpo tentará atacar a infecção
desenvolvendo anticorpos (moléculas
especiais que combatem os microorganismos estranhos que entram em
nosso corpo, no caso, o HIV). Ao fazer
um exame de sangue para saber se
você é soropositivo, o teste detecta
esses anticorpos (teste anti-HIV). Se
existem anticorpos em seu sangue,
significa que você está infectado pelo
HIV. A pessoa que possui anticorpos
contra o HIV é denominada HIV
positivo, soropositiva, portadora do
HIV ou pessoa vivendo com HIV.
Ser HIV positivo ou estar infectado
pelo vírus não significa o mesmo que
ter AIDS (estar doente). Muitas
pessoas soropositivas vivem bem por
anos sem apresentar sintomas da
doença. Existe um ataque progressivo
e constante ao sistema imunológico
pelo HIV. Quando o sistema imunológico fica enfraquecido (imunodepressão), os vírus, parasitas, protozoários, fungos e bactérias que normalmente não causam nenhum
problema podem produzir doenças.
Essas enfermidades são conhecidas
como infecções oportunistas.
Como se contrai o HIV?
O sangue, o fluido vaginal, o présêmen (fluido seminal), o sêmen e o
leite materno de pessoas com HIV
1
Série A
possuem vírus suficientes para
infectar outras pessoas. Você pode
receber o HIV de uma pessoa
infectada, mesmo que ela não esteja
doente, ou mesmo ainda, antes que
ela tenha sido diagnosticada como
HIV positivo.
mortalidade, além de reduzir em 80%
as internações hospitalares por
infecções oportunistas. Além disso,
novos tratamentos contra as
infecções oportunistas contribuíram
para a redução da mortalidade por
HIV/AIDS.
A maioria das pessoas contrai o HIV
das seguintes formas:
Como saber se sou
soropositivo para o HIV?
• Mantendo relações sexuais
desprotegidas, sem o uso do
preservativo, com alguém
infectado;
• Compartilhando a mesma
agulha ou seringa, ao
consumir drogas injetáveis,
com pessoa infectada, por
não esterilizar o material
utilizado no pico, ou ainda
quando compartilha o
canudo para cocaína;
• Por nascer de mãe infectada.
O bebê pode ser infectado
antes, durante ou depois do
parto, como, por exemplo,
ao ser amamentado com o
leite de uma mulher
soropositiva.
Antigamente, outra forma de
infecção por AIDS era através de
transfusão (recebimento) de sangue
de um doador infectado, mas atualmente o fornecimento de sangue é
examinado cuidadosamente. Mesmo
assim, não deixe de verificar se o
sangue que você, alguém de sua
família ou um amigo irão receber
(transfusão), foi testado para o HIV,
sífilis, hepatite (A, B e C), HTLV e
doença de Chagas (transmitida pelo
inseto barbeiro). O mesmo vale para
casos de transplante de órgãos.
Não existe nenhum caso documentado de transmissão do HIV pela
lágrima ou saliva.
No início dos anos 90, a AIDS passou
a estar entre as principais causas de
morte no mundo. Entretanto, em
1996 surgiu um novo tratamento com
combinação de três drogas, denominado terapia anti-retroviral
altamente potente (HAART, sigla em
inglês) — mais conhecido como
coquetel. Esse tratamento reduziu
em torno de 50% as taxas de
É muito difícil para você saber
quando se infectou pelo HIV porque
a maioria dos sintomas iniciais da
infecção se confunde com os de
outras doenças. Algumas pessoas têm
febre, sentem dor de cabeça, de
estômago, nos músculos ou nas
articulações e são acometidas de
inchaço nos gânglios linfáticos
(ínguas) ou rash cutâneo (coloração
avermelhada da pele) durante uma
ou duas semanas. A maioria das
pessoas pode pensar que é uma gripe.
Outras pessoas não sentem nenhum
sintoma. Portanto, o teste anti-HIV
é o único meio eficaz e seguro de
você saber se é HIV positivo ou não.
O vírus multiplica-se em seu corpo
por semanas, ou até meses, antes que
seu sistema imunológico responda
efetivamente. Durante esse tempo,
o resultado do teste pode ser
negativo para o HIV (janela imunológica), mas você pode infectar
outras pessoas. Quando seu sistema
imunológico começa a responder e a
criar anticorpos (e o seu teste dá
positivo), você torna-se soropositivo
para o HIV ou HIV positivo. É o que
chamamos de soroconversão.
Mesmo apresentando ou não os
primeiros sintomas (síndrome de
soroconversão), algumas pessoas se
sentem saudáveis durante muitos
anos. Mas durante esse tempo, o HIV
continua multiplicando-se e danificando progressivamente o sistema
imunológico.
Uma maneira de medir o quanto
danificado está o seu sistema imunológico é fazer uma contagem de
suas células CD4+ . Também conhecidas como células “T auxiliadoras”,
elas são partes importantes de seu
Folhas Informativas
sistema imunológico. Normalmente,
a pessoa HIV negativo possui entre
500 e 1.500 células CD4+ por milímetro cúbico de sangue.
Sem o tratamento adequado, a quantidade de células CD4+ irá diminuir
progressivamente e você poderá desenvolver sinais da doença, tais como
febre, emagrecimento, suores noturnos, diarréia ou ínguas que se situam
na cabeça, pescoço, axilas, região
genital etc. Caso não esteja em
acompanhamento, é hora de procurar
um médico experiente em assistência
a pacientes com HIV/AIDS .
Como eu sei se tenho AIDS?
A infecção por HIV converte-se em
AIDS quando você faz um exame de
células de defesa CD4+ e o resultado
é abaixo de 200 células por mililitro
cúbico de sangue, ou quando você
apresenta sintomas e desenvolve uma
infecção oportunista. Existe uma lista
das infecções oportunistas que é
publicada pelo Centro de Controle de
1
Série A
Doenças dos Estados Unidos (em
inglês, Centers for Disease Control ou
CDC). As mais comuns são:
• Pneumonia por pneumocistis
carini ou pneumocistose,
uma infecção pulmonar
(sigla em inglês, PCP);
• Sarcoma de Kaposi, um câncer
que ataca mais comumente
a pele, mas pode afetar
outros órgãos (sigla em
inglês, KS);
• CMV (citomegalovirose), uma
infecção que normalmente
afeta os olhos, mas também
pode atacar outras partes
do corpo;
• Candidíase, uma infecção que
pode causar placas brancas
na boca ou problemas na
garganta, na vagina e no
pênis.
A AIDS também inclui em seu quadro
a perda de peso corporal, tumores
no cérebro (estágio avançado) e
outros problemas de saúde, além das
infecções oportunistas. Sem tratamento, a AIDS pode levá-lo à morte.
Lembre-se de que, desde 1996, a
terapia anti-retrov iral altamente
potente reduziu em torno de 50% o
número de mortes por AIDS.
A síndrome manifesta-se de forma
diferente em cada pessoa infectada.
Existe cura para a AIDS?
Atualmente, não existe cura para a
AIDS. Existem medicamentos
denominados anti-retrovirais que
podem retardar o progresso da
doença e reduzir a velocidade do
dano ao seu sistema imunológico.
Esses medicamentos diminuem a
replicação viral, mas não conseguem
tirar todo o vírus do seu corpo.
Também existem medicamentos para
prevenir e tratar infecções oportunistas, que, na maioria dos casos,
funcionam bem.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 3 mil exemplares/setembro de 2002
Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
O teste anti-HIV
O que é o teste anti-HIV?
O teste anti-HIV indica se a pessoa
está infectada, ou não, com o vírus
da imunodeficiência humana, que
causa a AIDS. Esse teste detecta os
anticorpos contra o HIV que são
produzidos pelo nosso corpo. Os
anticorpos são proteínas produzidas
pelo nosso sistema imunológico (de
defesa) na luta contra um germe
(microorganismo) específico.
Onde fazer o teste anti-HIV?
Você pode solicitar o teste anti-HIV
no consultório de seu médico, mas
também pode ser realizado sem
prescrição médica nos centros de
testagem e aconselhamento (CTAs).
Aqui no Brasil, você pode saber os
locais de testagem anônima e
gratuita navegando pelo site do
Ministério da Saúde: <http://
www.aids.gov.br>. Clique em
“prevenção”, depois em “teste de
AIDS”, ou faça uma busca com a
palavra CTA.
Na cidade do Rio de Janeiro, existem
CTAs em:
• Botafogo (tel.: 21 2295-2295
R: 234)
• Centro (tel.: 21 2293-2255)
• Tijuca (tel.: 21 2569-9615)
• Madureira (tel.: 21 3390-0180
R: 225)
No Estado do Rio de Janeiro, existem
CTAs em:
• São João de Meriti
(tel.: 21 2756-8504)
• Duque de Caxias
(tel.: 21 2671-7659 R:204)
Os contatos dos CTAs em Nova
Iguaçu, Niterói, Volta Redonda,
Campos e Macaé podem ser obtidos
junto à Secretaria de Saúde do
Estado do Rio de Janeiro, pelo
telefone (21) 22402588/2533/4226.
O resultado do teste nos serviços
públicos, em média, está disponível
entre três e quatro semanas após a
coleta de sangue. Na rede particular,
o tempo é menor. O teste anti-HIV
mais comum é o exame de sangue.
Entretanto, já existem novos testes
que podem detectar anticorpos
contra o HIV, na saliva e na urina
(testes rápidos), mas que ainda não
estão disponíveis no Brasil para a
população em geral.
Como é a testagem anônima?
Você pode e tem o direito de fazer o
teste anti-HIV de forma anônima e
gratuita, e o ideal é que faça um
primeiro teste para se certificar de
sua sorologia. Para a realização do
teste gratuito, existem os CTAs, que
têm como objetivo atender a todo e
qualquer cidadão com dúvidas em
relação à sua condição sorológica
para o HIV. Esses centros são unidades
de saúde que oferecem o diagnóstico
sorológico da infecção pelo HIV, de
forma gratuita, atendendo à demanda tanto espontânea quanto referida. O sigilo e o aconselhamento
pré e pós-teste são oferecidos nessas
unidades, que podem contar com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos que acompanham
a pessoa antes e depois da testagem.
Na primeira coleta de sangue, dois
tipos de testagem são realizados:
Elisa 1 e Elisa 2. Esses testes são
menos específicos, pois podem
detectar anticorpos de outras
infecções que não necessariamente
por HIV. As primeiras versões desse
teste eram muito lentas e freqüentemente davam resultados falsos
positivos. As novas versões são muito
mais rápidas e exatas.
Já na segunda coleta, para confirmação de resultado positivo
anterior, realizam-se mais dois tipos
de testagem: o Western Blot, por
detectar anticorpos específicos para
o HIV, e a Imunofluorescência. Persistindo dúvidas, um outro procedimento para confirmar a soropositividade para o HIV é utilizar o método PCR (reação da cadeia polimerase)
que é bem específico mas também
muito caro.
Não é necessário repetir várias
vezes o teste anti-HIV, pois os
resultados são confiáveis em mais
2
Série A
de 99,5% dos casos. O ideal é você
passar a se prevenir, de modo a não
ficar recorrendo sempre aos testes
nos CTAs porque são anônimos e
gratuitos.
Caso receba um diagnóstico de
soropositividade para o HIV num CTA,
você terá informações sobre direitos,
atendimentos psicológico e médico.
E se você precisar de qualquer serviço
médico para tratamento de infecções
relacionadas ao HIV, ou seja, em
virtude de um quadro de AIDS, seu
caso será informado às autoridades
competentes. Tal informação tem por
objetivo rastrear e acompanhar a
epidemia, e não perseguir as pessoas
infectadas. Os relatórios fornecidos
pelos boletins de epidemiologia não
incluem nomes.
O que significa um resultado
positivo?
Caso tenha um primeiro resultado
positivo, você terá direito de fazer
uma segunda coleta de sangue para
a confirmação do diagnóstico de
soropositividade. Se sua primeira
testagem for negativa, e não estando
no período de janela imunológica, ou
seja, caso não tenha praticado ou
sofrido comportamento de risco até
três meses antes do teste, você,
provavelmente, não está infectado,
mas só uma segunda coleta confirmatória lhe dará maior certeza.
Se você recebe um resultado
negativo, significa que você não
entrou em contato com o HIV, desde
que tenha adotado corretamente as
medidas preventivas para o ato
sexual e/ou para outras situações de
potenciais riscos: uso de drogas e
recepção de sangue, por exemplo.
Caso tenha adotado ou sofrido
comportamento de risco, mesmo com
o resultado negativo, você pode estar
em período de janela imunológica,
quando o corpo ainda está produzindo
anticorpos contra o HIV que não estão
em quantidade suficiente para serem
detectados pelo teste. Além disso, o
resultado do teste, sendo negativo,
não significa que você é imune ao
vírus. Portanto, continue se protegendo da infecção por HIV, usando
Folhas Informativas
preservativo, não compartilhando
seringas e estando atento às
transfusões (recepção) de sangue.
Receber o resultado positivo não
significa que você tem AIDS. Muitas
pessoas que recebem o resultado
positivo do teste anti-HIV vivem bem
e com boa saúde por anos e nem
todos os recém-diagnosticados
necessitam começar imediatamente
o tratamento anti-HIV (terapia antiretroviral). Lembre-se de que a AIDS
é uma doença de evolução demorada
e também um processo lento, cuja
progressão é marcada por uma série
de doenças, denominadas infecções
oportunistas.
Os testes são confiáveis?
Existem duas circunstâncias especiais
que podem levar a resultados falsos:
1) As crianças nascidas de mãe HIV
positiva podem receber resultados
falsos positivos do teste anti-HIV,
porque as mães passam a seus filhos
recém-nascidos seus anticorpos para
que esses lutem contra as infecções.
Mesmo quando as crianças não estão
infectadas com o vírus, elas possuem
os anticorpos contra o HIV que lhes
foram doados pela mãe. Então, como
o teste detecta os anticorpos, o
resultado nessas crianças é positivo,
mas não significa que elas tenham o
vírus, mas, sim, os anticorpos que
eram da mãe. Portanto, devem-se
utilizar outros testes para o diagnóstico do HIV em crianças. Será
considerada infectada, segundo a
Coordenação Nacional de DST/AIDS,
do Ministério da Saúde do Brasil, a
2
Série A
criança de até 24 meses que apresentar resultado positivo em duas
amostras testadas pelos seguintes
métodos: cultivo de vírus, detecção
de RNA ou DNA viral, ou antigenemia
p 24 com acidificação. Os primeiros
testes devem começar a ser realizados após duas semanas de vida do
bebê. A técnica da antigenemia p 24
com acidificação somente poderá ser
utilizada como critério de diagnóstico
se associada a um dos demais métodos citados.
2) As pessoas recentemente infectadas, há menos de três meses
quando da realização do teste antiHIV, podem receber um resultado
falso negativo. É necessário entre
três semanas e três meses para nosso
corpo produzir os anticorpos contra
o HIV. Durante esse período de
incerteza (janela imunológica), a
pessoa pode receber um resultado
negativo, porém já é capaz de transmitir o vírus, se estiver infectada.
Saber sobre a sua sorologia para o
HIV é uma medida importante, pois
hoje em dia existem recursos para o
diagnóstico precoce e para o tratamento e controle do vírus que oferecem uma melhor qualidade de vida
às pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Outros casos de resultados falsonegativos podem ocorrer devido à
sensibilidade dos testes e a causas
técnicas: troca de amostras, uso de
reagentes fora do prazo de validade,
utilização de equipamentos desajustados, pipetagem incorreta e por
conta do transporte e armazenamento inadequado das amostras ou
kits.
Resumindo
O teste anti-HIV procura
anticorpos no sangue, na
saliva e na urina. O sistema
imunológico produz esses
anticorpos para lutar
contra o HIV, mas essa
produção pode demorar
até três meses para que
sua quantidade seja detectada pelo teste anti-HIV.
Durante esse período de
incerteza (janela imunológica), você pode receber um resultado negativo
ou indeterminado, mesmo
já estando infectado. Os
testes anti-HIV mais comuns para o diagnóstico de
infecção por HIV não
funcionam para os bebês
recém-nascidos de mãe HIV
positiva. Você pode fazer
o teste anti-HIV de forma
anônima, gratuita e sem
prescrição médica. Com o
resultado positivo confir–
mado, não significa que
você tem AIDS (esteja
doente), mas, sim, que
está infectado (soropositivo). Se você tem o
resultado positivo confirmado, deve conhecer mais
sobre o HIV e decidir como
cuidar melhor da sua
saúde.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 3 mil exemplares/setembro de 2002
Folhas Informativas
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a aprovação dos
medicamentos contra o HIV
Por que demora tanto
aprovar novos medicamentos?
Quando um medicamento é identificado como promissor, ou seja, que
pode ser benéfico no tratamento do
HIV/AIDS, ele passa por uma primeira
fase de comprovação pré-clínica, que
envolve testes de laboratório em
animais, para mostrar se o medicamento funciona contra o HIV. Nessa
fase, o objetivo é descobrir o modo
de funcionamento, a forma mais
adequada de fabricação e o limite de
segurança, isto é, o grau de toxicidade das substâncias.
A partir dessa fase pré-clínica, já na
chamada fase I (ver abaixo), a indústria farmacêutica entrega uma amostra do medicamento para uma nova
análise (sigla em inglês: IND = nova
droga em investigação), iniciando os
estudos em seres humanos (ensaios
clínicos). Quando se completam
vários ensaios clínicos, o fabricante
submete uma amostra desse novo
medicamento (sigla em inglês: NDA
= nova droga para aprovação) ao
órgão norte-americano de Administração de Alimentos e Drogas (sigla
em inglês: FDA — Food and Drugs
Administration), referência mundial
para aprovação. Caso a FDA aprove o
NDA, o medicamento é liberado para
o tratamento das doenças, sob condições médicas específicas.
O tempo ideal para desenvolver um
novo medicamento para o combate
ao HIV é de sete anos ou mais, pois
as companhias farmacêuticas, a
princípio, precisam encontrar substâncias originais com novos princípios
ativos seguros (não tóxicos) e
eficazes. Hoje, a maioria dos medicamentos anti-HIV é criada experimentando-se substâncias com atividade anti-HIV já conhecida. Tradicionalmente, uma droga para ser aprovada precisa mostrar benefícios clínicos e reduzir mortes e doenças.
Porém, a partir da pressão de ativistas norte-americanos pela liberação
rápida de drogas contra o HIV, o FDA
adotou em 1989 o parallel track, que
podemos traduzir, literalmente, como
caminho ou conduta paralelos. Essa
3
InfoRed SIDA Nuevo México Série A
conduta paralela também é conhecida como acesso expandido e amplia
a disponibilidade de drogas em investigação para pessoas com AIDS sem
opções terapêuticas e que não podem
participar de pesquisas clínicas
controladas. Em 1991, o FDA instituiu
a aprovação acelerada para drogas
usadas no tratamento de condições
sérias e com risco de vida. Já em
1997, aprovou os marcadores CD4 e
carga viral para a liberação das
drogas anti-HIV, não mais se
restringindo apenas aos ganhos
clínicos.
Quais são as fases dos
ensaios clínicos?
Existem quatro fases de ensaios
clínicos (em humanos), que são aplicadas para os medicamentos em geral
e não somente para os de HIV/AIDS.
Se os resultados de qualquer fase de
comprovação não são bons suficientemente, o laboratório deixa de
desenvolver o medicamento. Mas se
o problema não estiver no princípio
ativo, a indústria farmacêutica pode
tentar reformular a medicação.
Os ensaios da fase I provam se é
seguro administrar o medicamento
em seres humanos. Esses ensaios
estudam a ação metabólica e
farmacológica das drogas e mostram
os efeitos secundários que ocorrem
nas diferentes dosagens do medicamento. Todos os participantes num
ensaio de fase I recebem o novo
medicamento, mas ele é administrado em dosagens diferenciadas para
cada grupo de participantes.
Normalmente, menos de 100 pessoas
estão envolvidas na fase I e os ensaios
têm uma duração menor que um ano.
As pessoas que participam dessa fase
enfrentam os riscos mais altos,
comparados com os possíveis benefícios, já que um novo medicamento
está sendo testado pela primeira vez
em humanos.
Os ensaios da fase II podem incluir
centenas de pessoas e levar entre um
e dois anos. Eles estudam se o
medicamento é eficaz contra a
infecção pelo HIV e tentam obter
mais informações sobre os efeitos
secundários (adversos ou colaterais).
Esses ensaios geralmente são
aleatórios. Isso significa que os
participantes são divididos em dois
grupos semelhantes no que se refere
a sexo, idade e saúde. Um grupo
recebe o medicamento em estudo e
o outro fica como grupo de referência
ou de controle. As pessoas do grupo
de referência recebem um tratamento anterior, já comprovadamente
eficaz. Se não existe nenhum
tratamento anterior e mais eficaz,
então recebem uma imitação do
medicamento (placebo) que é uma
substância que não produz nenhum
efeito.
Quando nem os participantes do
ensaio nem seus médicos sabem
quem está recebendo o medicamento
em investigação e quem está
tomando o placebo, o estudo é do
tipo duplo-cego. O que se busca em
um estudo duplo-cego é uma
avaliação totalmente objetiva dos
médicos sobre a saúde dos pacientes
em investigação.
Os ensaios da fase III coletam mais
dados da eficácia do medicamento e
de seus efeitos secundários a longo
prazo. Esses ensaios podem envolver
milhares de pessoas, pois objetivam
generalizar os dados para a população
em geral e, com freqüência, têm
duração maior que um ano.
Os ensaios da fase III normalmente
são aleatórios e duplos-cegos. Alguns
participantes podem não receber o
medicamento em estudo. Obtendo
bons resultados nesses ensaios, o
fabricante pode solicitar a aprovação
ao FDA para comercialização do novo
medicamento.
Os ensaios da fase IV são chamados
de “pós-comercialização”. As
diretrizes para esses ensaios ainda
não estão bem definidas e eles não
são realizados com freqüência. Esses
ensaios podem monitorar a
efetividade a longo prazo de um novo
medicamento e os seus efeitos
secundários e de comercialização.
Eles também podem comparar, sob
Folhas Informativas
as mesmas condições, os novos
remédios com outros medicamentos
já aprovados. Em virtude da aprovação acelerada dos medicamentos
anti-HIV, alguns efeitos secundários
mais graves de longo prazo foram
descobertos pelo próprio uso médicoclínico da terapia anti-retroviral na
população em geral. Preocupado com
a continuidade dos estudos de longo
prazo, diante da aprovação acelerada, o FDA vem tentando negociar
com as indústrias farmacêuticas a
realização de pesquisas, após a liberação da comercialização, com o
objetivo de conhecer mais sobre a
resistência viral e a resistência cruzada com outros anti-retrovirais, e
também, para que melhor possam ser
definidas as dosagens dessas novas
drogas na combinação com os
inibidores de protease e/ou
inibidores da transcriptase reversa
não nucleosídeos.
Como sabemos se um
medicamento funciona?
O ideal é a solicitação, por exemplo,
pelo FDA, dos ensaios que avaliaram
os resultados clínicos, antes de se
aprovar um novo medicamento
contra o HIV. Esses ensaios confirmam
a efetividade do medicamento e são
baseados na estatística, ao contabilizarem quantas pessoas ficam
doentes (desenvolvem infecções
oportunistas), quantas morrem e
quantas permanecem saudáveis.
3
Série A
No entanto, esses ensaios levam um
longo tempo e são muito caros. Uma
forma mais rápida e barata de testar
novos medicamentos é utilizar
medidas indiretas na avaliação da
saúde do paciente. Por exemplo,
através de exames de laboratório,
como a carga viral ou a contagem das
células de defesa T (CD4+ ). Em 1997,
o FDA aprovou a utilização desses
parâmetros para a aprovação e
liberação de novos medicamentos
contra o HIV.
É possível usar medicamentos
sem aprovação?
Existem três formas legais de utilizar
medicamentos que o FDA ainda não
aprovou para tratar um problema de
saúde específico:
1- O acesso expandido é um programa
para proporcionar medicamentos não
aprovados às pessoas que não podem
participar de um ensaio clínico, mas
que cumprem com as condições impostas pelo fabricante. Esses medicamentos normalmente são oferecidos
gratuitamente, e seu médico terá
que coletar informações sobre a
resposta de seu organismo a eles
(medicamentos). Não caracteriza
pesquisa clínica.
que estão muito doentes e não têm
outras opções, pois já não se
beneficiam dos tratamentos mais
eficazes disponíveis. Esse procedimento é conhecido como uso
concedido ou protocolo de tratamento de IND (nova droga em
investigação) e tem o caráter de um
tratamento emergencial.
3- Caracteriza-se pelo ajuste da dosagem de um medicamento pelo
médico.
Para mais informação
O centro para a avaliação e estudo de medicamentos do FDA possui
um site informativo:
<http://www.fda.gov/
cder/handbook/
develop.htm>.
2- O fabricante, às vezes, proporciona novos medicamentos às pessoas
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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as análises de LABORATÓRIO
O que é um hemograma
completo?
O exame de laboratório mais comum
é a recontagem sangüínea completa
(hemograma completo) que examina
os componentes do sangue, incluindo
os glóbulos vermelhos, os glóbulos
brancos e as plaquetas. Os resultados
são informados dividindo-se a
amostra de sangue em quantidades
(por exemplo, células por mililitro)
e/ou também em porcentagem.
Todos os glóbulos são produzidos na
medula óssea, dentro dos ossos
grandes. Alguns medicamentos ou
doenças podem danificar a medula,
o que pode reduzir a quantidade de
vários tipos de glóbulos.
Os laboratórios têm diferentes
valores normais para os resultados de
cada exame, que variam de acordo
com a técnica utilizada para a
contagem das células. Os resultados
dos laboratórios mostram a faixa
normal das taxas e indicam qualquer
resultado fora do normal.
O que é um eritrograma?
O eritograma analisa a série vermelha do sangue. Como sabemos, os
glóbulos vermelhos levam oxigênio
dos pulmões para as células de todo
o corpo. Existem três tipos de
contagens principais para esses
glóbulos. A contagem dos glóbulos
vermelhos (hemácias) é o número
total das células vermelhas do
sangue. Uma contagem alta de
glóbulos vermelhos é comum nas
pessoas que vivem na altitude.
Assim, o corpo se ajusta aos baixos
níveis de oxigênio do ambiente. A
hemoglobina é uma proteína das
células vermelhas do sangue que leva
oxigênio dos pulmões para o resto do
corpo. O hematócrito mede a
porcentagem do volume do sangue
que corresponde aos glóbulos
vermelhos.
Um valor muito baixo na contagem
de glóbulos vermelhos, de hemoglobina e do hematócrito pode indicar anemia. Na anemia, as células
não conseguem oxigênio suficiente
para ser transportado para as células
de nosso corpo. As pessoas com anemia se sentem constantemente cansadas e podem ficar pálidas.
O volume globular médio mede o
volume (o tamanho) dos glóbulos
vermelhos. Um volume globular
médio baixo indica células menores
que o normal. Isso é geralmente
causado por deficiência de ferro ou
por uma doença crônica (que já se
tem há algum tempo). Muitas pessoas
com HIV têm um volume globular
médio alto (macrocitose) causado
pelos medicamentos anti-HIV. Não é
algo perigoso.
A hemoglobina globular média e a
concentração de hemoglobina globular média medem a quantidade e a
concentração de hemoglobina na célula. A hemoglobina globular média
é calculada dividindo-se a hemoglobina total pelo número total de
glóbulos vermelhos.
As plaquetas ajudam a formar o
coágulo e as cascas das feridas. O
número insuficiente de plaquetas
pode ocasionar hemorragias (sangramento) internas ou o desenvolvimento mais fácil de contusões ou
ferimentos. As pessoas vivendo com
HIV/AIDS às vezes têm uma quantidade baixa de plaquetas, também
denominada de trombocitopenia.
Tomar os medicamentos anti-HIV
(anti-retrovirais) normalmente
corrige esse problema.
O que é um leucograma
completo?
O lecucograma completo analisa a
série branca do sangue. São os
glóbulos brancos (também chamados
de leucócitos) que ajudam o nosso
corpo a lutar contra as infecções.
A contagem total de glóbulos brancos
é o número total de células brancas
do sangue. Uma contagem acima do
normal indica que o corpo está lutando contra uma infecção. Uma contagem abaixo do normal pode ser causada por problemas na medula, con-
4
Série A
dição chamada de citopenia ou
leucopenia e que indica que o corpo
está menos capacitado para lutar
contra as infecções.
O leucograma diferencial identifica
cinco tipos de glóbulos brancos:
neutrófilos, linfócitos, monócitos,
eosinófilos e basófilos. Os resultados
de cada um desses cinco tipos de
leucócitos são obtidos através de suas
porcentagens em relação à contagem
total de glóbulos brancos. As
porcentagens obtidas multiplicadas
pelo número total de leucócitos e,
após esse resultado, a divisão por
100, origina os números absolutos de
cada grupo de glóbulos brancos. Por
exemplo, se a porcentagem de linfócitos é 30% e a contagem total de
leucócitos é 10.000, o número
absoluto de linfócitos é 30% de 10.000,
ou seja, 3.000.
Os neutrófilos também denominados
de células polimorfonucleares lutam
contra as infecções bacterianas e
constituem normalmente cerca de
55% a 70% da contagem total de
leucócitos. Você pode desenvolver
uma infecção bacteriana se tiver uma
contagem muito baixa desse tipo de
célula. A baixa na quantidade dessas
células se denomina neutropenia. A
infecção por HIV em estágio avançado
pode ocasionar neutropenia, assim
como alguns medicamentos, incluindo o ganciclovir, usado no tratamento
da citomegalovirose, e o AZT, um
remédio anti-retroviral.
Há dois tipos principais de linfócitos.
As células T que atacam e matam os
germes e ajudam a controlar o sistema imunológico. As células B que
produzem os anticorpos, proteínas
especiais que atacam os germes. Os
linfócitos geralmente são entre 20%
a 40% da contagem total dos glóbulos
brancos. O leucograma completo é
um exame diferente da contagem de
células T. A maioria das pessoas com
infecção por HIV faz exame especial
para a contagem exata de células T
(T8 e T4, também conhecidas como
CD8 e CD4). Contudo, são necessários
os resultados de um leucograma completo para se calcular a quantidade
de células T. Portanto, ambas as contagens são feitas ao mesmo tempo.
Folhas Informativas
Monócitos também denominados de
macrófagos constituem cerca de 2%
a 8% do leucograma completo e lutam
contra as infecções fagocitando
(“comendo”) os germes e informando
ao sistema imunológico quais os tipos
de germes encontrados. Os monócitos
circulam no sangue e quando se encontram em vários tecidos do nosso
corpo são denominados de macrófagos. Uma contagem alta geralmente significa que você está lutando contra uma infecção bacteriana.
Os eosinófilos normalmente são entre
4
Série A
1% e 4% do leucograma completo e
estão associados ao combate das
alergias e às reações aos parasitas.
Às vezes, a infecção por HIV pode
causar uma alta nos números de
eosinófilos. Caso você apresente uma
alta na quantidade desses glóbulos,
somada à diarréia ou a estômago
inchando, seu médico provavelmente
o examinará tentando determinar se
existe a presença de parasita.
alérgicas de longo prazo, como asma
ou alergias da pele. Essas células
normalmente constituem menos de
1% do leucograma completo.
Quanto aos basófilos, ainda não se
entende bem a sua função, mas estão
associados ao combate de reações
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 3 mil exemplares/setembro de 2002
Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
a BIOQUÍMICA do sangue
O que é e para que serve a
bioquímica do sangue?
encontrados na insuficiência renal e
na insuficiência da glândula paratireóide.
As provas bioquímicas do sangue
fornecem informações subsidiárias
para a prática clínica. A interpretação clínica de alterações bioquímicas faz parte do acompanhamento de pacientes com HIV/AIDS.
A glicose é o açúcar usado pelas
células para a produção de energia.
Na Folha A6, você encontra informações sobre os exames de dosagem
sangüínea da glicose.
Esses exames dosam várias substâncias químicas do sangue. O funcionamento adequado do organismo
pressupõe um equilíbrio delicado e
rigoroso entre várias funções. Os
laboratórios possuem diferentes valores de normalidade para os resultados de cada exame. Isso depende
do tipo de método de exame que foi
utilizado. Nos resultados laboratoriais, constam os valores considerados como normais e a técnica
utilizada para a realização do
exame.
O cálcio é encontrado principalmente nos ossos e dentes. O cálcio
também é necessário para o funcionamento dos nervos e músculos
e das reações bioquímicas nas células. Fatores de natureza endócrina, renal, digestiva e metabólica
são importantes para a regulação do
teor de cálcio no organismo.
A quantidade das proteínas no
sangue (proteínas plasmáticas) afeta
a concentração sangüínea do cálcio,
que apresenta uma fração ligada às
proteínas, especialmente a albumina. A causa mais comum de diminuição na dosagem de cálcio em
pessoa HIV+ é a diminuição das
proteínas devido à desnutrição ou ao
desgaste físico.
O fósforo, assim como o cálcio, é um
importante componente dos ossos.
O seu teor no organismo é influenciado pelo metabolismo ósseo,
absorção intestinal, função renal e
hormônio da glândula paratireóide.
A diminuição do fosfato tem entre
as causas a ingestão deficiente e a
perda renal excessiva. Níveis baixos
de fósforo por um longo prazo podem
danificar os ossos, nervos e músculos. Os níveis altos de fosfato são
E quanto aos eletrólitos?
Os eletrólitos são importantes para
o equilíbrio dos líquidos corporais
intracelular e extracelulares. Quando
alterações provocadas por agressões
ao organismo não conseguem ser
superadas pelos mecanismos homeostáticos (de equilíbrio interno), surgem modificações no volume dos líquidos corporais — os chamados distúrbios hidroeletrolíticos.
Os níveis de sódio refletem o equilíbrio de sal e água no organismo.
Quando há aumento de sódio (hipernatremia), significa que o teor de
sódio no organismo é alto em relação
à água corporal. Isso ocorre mais freqüentemente devido à perda excessiva de água. Nos casos de hiponatremia, o sódio total do corpo está
baixo em relação à água total do corpo. Entre as causas, encontram-se a
dieta pobre em sódio, perdas digestivas (vômitos e diarréia), insuficiência renal e insuficiência de glândulas supra-renais.
A concentração de potássio é importante para a atividade muscular e
neuromuscular. As alterações dos
níveis de potássio prejudicam a
capacidade de contração muscular,
inclusive a miocárdica (musculatura
cardíaca). O aumento do teor do
potássio (hiperpotassemia ou hipercalemia) tem entre suas causas a
ingestão excessiva, a insuficiência
renal e a insuficiência supra-renal. A
diminuição da concentração de
potássio (hipopotassemia ou hipocalemia) acontece nos casos de
ingestão insuficiente, perdas
digestivas (vômito ou diarréia) e perdas renais excessivas (por exemplo
com uso excessivo de diuréticos).
5
Série A
Os nível de cloreto, juntamente com
o sódio, tem papel importante no
equilíbrio da osmolaridade dos
líquidos corporais. Freqüentemente,
os níveis de cloreto variam em proporção direta com o teor de sódio. A
falta de ingestão de sal e a diarréia
intensa estão entre as causas de
diminuição do teor de cloreto. O
aumento de cloreto acontece, por
exemplo, quando ocorre ingestão
excessiva de sal na presença de
doença renal.
O bicarbonato ou HCO3 mede um
sistema de controle do pH sangüíneo.
Um nível normal de CO2 mantém a
acidez do sangue num nível
adequado.
Quais são as provas da
função dos rins?
A avaliação básica da função renal é
realizada através da dosagem do
nitrogênio da uréia do sangue (BUN
ou simplesmente uréia) e da creatinina. Os níveis sangüíneos anormais
de fósforo, sódio ou ácido úrico
também podem ser causados por
alteração da função renal.
A uréia representa a principal forma
de excreção do nitrogênio resultante
do metabolismo das proteínas. É um
produto residual que normalmente é
eliminado através da urina. O aumento da uréia acontece nos casos de doenças renais, dieta rica em proteínas,
desidratação, insuficiência cardíaca
e obstrução acentuada do trato
urinário.
A creatinina é um indicador da função
dos rins. Níveis sangüíneos de creatinina elevados estão relacionados à
alteração da função renal.
Quais são as provas da
função do fígado?
As provas de laboratórios denominadas “as provas da função do fígado”
(hepatograma) medem, entre outros,
os níveis de enzimas encontrados no
fígado (também existentes no coração e nos músculos) e de bilirrubina.
Folhas Informativas
Enzimas são proteínas que desencadeiam reações bioquímicas nos
organismos vivos. O aumento dessas
enzimas podem indicar dano ao
fígado causado por alguns medicamentos, álcool, hepatites virais ou o
uso de drogas “recreativas”, como
álcool, cocaína etc.
Bilirrubina é um pigmento resultante
do catabolismo da hemoglobina
(pigmento respiratório do sangue
encontrado nas hemácias) que surge
após a destruição das hemácias. O
aumento das bilirrubinas implica a
existência de doença do fígado,
doença das vias biliares ou aumento
da produção de bilirrubina.
As provas de função hepática
incluem:
· ALT (aminotransferase de
alanina), anteriormente
denominada de transaminase
glutâmico-pirúvica ou TGP;
· AST (aminotransferase de
aspartato), anteriormente
chamada transaminase
glutâmico-oxaloacética ou
TGO;
· Bilirrubinas direta e indireta;
Obs.: O medicamento indinavir
(Crixivan) pode aumentar os
níveis de bilirrubina;
· Fosfatase alcalina;
5
Série A
· Gama GT (ou GGTP - Gamagluatamil-transpeptida
Existem outras provas de
laboratório?
O ácido úrico é o produto final do
metabolismo das purinas (nucleoproteínas). Sua excreção acontece
principalmente pelos rins. O aumento
da concentração de ácido úrico
(hiperuricemia) acontece quando
existe aumento no metabolismo das
purinas (leucemias) ou quando há
diminuição da excreção renal do
ácido úrico (insuficiência renal).
A albumina é uma proteína
plasmática (junto com a globulina),
importante na preservação e
distribuição da água corporal em seus
compartimentos. Também leva os
nutrientes às células e retira os
produtos residuais. Sua produção
acontece no fígado. As alterações das
concentrações das proteínas
plasmáticas assumem importância
nos distúrbios de nutrição, doenças
hepáticas, doenças renais e infecções
crônicas. A diminuição da albumina
geralmente é um sinal de problemas
com a nutrição.
resultados baixos incorretos para
outras provas, sobretudo o cálcio ou
a testosterona.
A globulina mede a proteína nos anticorpos produzidos pelo sistema
imunológico. A infecção por HIV causa
um nível anormalmente alto de
globulina.
A velocidade de hemossedimentação
(VHS) mede a velocidade com que os
glóbulos vermelhos descem (sedimentam) num tubo de sangue. É um
indicador da presença de severa reação inflamatória local ou sistêmica.
Um valor alto indica algum tipo de
inflamação. No entanto, o valor não
identifica se a inflamação é crônica
(de longo prazo), como a artrite, ou
se é aguda (aparece de repente e
com forte intensidade).
Uma vez que a albumina transporta
várias substâncias no sangue, uma
diminuição da albumina pode causar
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 3 mil exemplares/setembro de 2002
Folhas Informativas
+
InfoRed SIDA Nuevo México
o açúcar sangüíneo e as gorduras
do sangue
O que é o açúcar sangüíneo?
A glicose é um açúcar. É utilizada
pelas células na produção de energia.
O açúcar sangüíneo aumenta após a
ingestão de comida ou bebida (exceto água). Uma taxa alta de glicose
(hiperglicemia) pode ser um indicativo de diabetes. Taxas altas de
açúcar no sangue por longo tempo
podem danificar o funcionamento
dos olhos, nervos, rins e coração.
Taxas de glicose elevadas podem ser
um efeito secundário (colateral) de
um inibidor de protease, que é um
tipo de medicamento anti-HIV.
Taxas baixas de açúcar (hipoglicemia)
podem acarretar sudorese, tremores,
perda da consciência e fadiga.
A insulina, hormônio produzido pelo
pâncreas, é responsável pelo
controle das taxas de glicose no
sangue. A insulina transporta a
glicose do sangue até as células para
que essas produzam energia.
Taxas altas de açúcar no sangue
podem significar que o pâncreas não
está produzindo insulina suficiente.
No entanto, algumas pessoas produzem quantidade suficiente de insulina, mas o corpo não responde
normalmente. Esse fenômeno se
denomina resistência à insulina. Em
ambos os casos, as células não obtêm
glicose suficiente para a produção de
energia e, então, a glicose se
acumula no sangue (hiperglicemia).
Algumas pessoas que tomam os
inibidores de protease desenvolvem
resistência à insulina e podem ter
taxas altas de glicose no sangue. Essa
condição, às vezes, é tratada com
os mesmos medicamentos utilizados
para diabetes.
Há três formas de quantificar as taxas
de glicose no sangue:
1) O exame de glicemia de jejum é
a coleta de uma amostra de sangue
após, pelo menos, oito horas de
jejum, ou seja, sem ingestão de
nenhuma refeição e bebida (exceto
água).
2) O exame glicemia pós-prandial
consiste em dosar a glicose numa
amostra de sangue colhida após uma
refeição que contenha pelo menos 50
gramas de carboidratos.
3) A curva glicêmica ou teste de
tolerância à glicose oral (TTGO)
consiste em colher amostra de sangue
em jejum e depois administrar glicose por via oral. Repete-se a coleta
de sangue uma, duas e três horas
depois.
As taxas de glicose demasiadamente
altas sugerem um quadro de
diabetes. O tratamento para diabetes
envolve redução de peso, dieta,
exercícios físicos e, também,
medicamentos orais ou injeções de
insulina.
O que são as gorduras do
sangue? (O exame de lipidograma)
As gorduras (lipídeos) são fontes de
energia e transportam algumas
vitaminas através do nosso corpo. São
utilizadas para a produção de hormônios e de membranas das células.
Protegem os órgãos e lubrificam
algumas partes móveis de nosso
corpo.
Os lipídeos são representados
principalmente pelo colesterol,
triglicerídeos e fosfolipídeos.
Altas taxas de lipídeos (hiperlipidemia) no sangue aumentam o risco
de pancreatite e de doenças cardiovasculares.
As lipoproteínas são responsáveis pelo
transporte dos lipídeos nos meios
orgânicos. As lipoproteínas são de
vários tamanhos.
As lipoproteínas menores são conhecidas como lipoproteínas de baixa
densidade (LDL, sigla em inglês) ou
como lipoproteínas de densidade
muito baixa (VLDL, sigla em inglês).
Taxas altas de LDL ou VLDL podem
causar acúmulo de gorduras nas
paredes das artérias, o que pode
reduzir o fornecimento de oxigênio
6
Série A
para o músculo do coração e causar
doenças do coração ou um ataque
cardíaco.
As lipoproteínas maiores são
conhecidas como lipoproteínas de
alta densidade (HDL). São reconhecidas como boas lipoproteínas
porque retiram as gorduras das
artérias e as devolvem ao fígado para
que sejam metabolizadas novamente. Taxas altas de HDL parecem
oferecer proteção contra as doenças
cardiovasculares.
Como medir os triglicerídeos?
Os níveis de triglicerídeos no sangue
aumentam rapidamente após a
ingestão de comidas. Por isso, você
não pode comer, pelo menos, nas oito
horas que antecedem a coleta de
uma amostra de sangue. Ou seja,
você precisa de um jejum de pelo
menos oito horas. Muitas pessoas com
HIV têm níveis extraordinariamente
altos de triglicerídeos. Isso é
especialmente verdade para quem
toma os inibidores de protease. Níveis
de triglicerídeos maiores que 1.000
mg/dl podem causar pancreatite.
Como medir o colesterol?
O colesterol total inclui tanto o mau
colesterol de densidade baixa como
as boas lipoproteínas de densidade
alta. O colesterol total não aumenta
tão rapidamente após a ingestão de
alimentos. Portanto, você pode fazer
um exame de sangue para quantificálo sem necessitar de jejum.
O HDL é o bom colesterol. Pode ser
quantificado coletando-se uma
amostra de sangue e não necessita
de jejum. Níveis elevados de colesterol HDL são benéficos (níveis de
colesterol HDL acima de 35 mg/dl
conferem proteção contra doenças
cardiovasculares).
O LDL é o mau colesterol. As taxas
de LDL são calculadas através de uma
fórmula que inclui os níveis de
triglicerídeos. É necessário jejum
para fazer um exame de quantificação das taxas de triglicerídeos ou
Folhas Informativas
de colesterol LDL no sangue. Taxas
abaixo de 130 são consideradas boas
e acima de 160 são consideradas um
risco alto para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares.
Os médicos (infectologistas e clínicos,
6
Série A
por exemplo) que atendem a pacientes com HIV/AIDS muitas vezes
também diagnosticam seus pacientes
com níveis elevados de colesterol e
triglicerídeos. Esse acompanhamento
é muito importante para pessoas com
histórico familiar de doença cardio-
vascular. Caso você tenha níveis altos
de colesterol e/ou triglicerídeos,
converse e discuta com seu médico
as opções de tratamento.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
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Folhas Informativas
Como você contrai e
transmite o HIV?
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InfoRed SIDA Nuevo México
como ajudar a deter
a expansão do HIV
O vírus da imunodeficiência humana
(HIV) não se transmite pelo relacionamento social na escola e no
trabalho. O HIV não se transmite pela
picada de pernilongo; por tosse ou
espirro; por aperto de mão, abraço,
beijo; por compartilhamento de
artigos como toalhas, roupas; por se
nadar na mesma piscina com alguém
infectado; por beber no mesmo copo,
comer no mesmo prato ou com o
mesmo talher que um HIV+ tenha
usado; por sentar no mesmo sanitário
ou banco que uma pessoa soropositiva
tenha utilizado; ou por você morder
o mesmo alimento que uma pessoa
HIV positiva tenha mordido. O HIV é
transmitido pela entrada em nosso
corpo de sangue ou de fluidos
sexuais tanto do homem quanto da
mulher soropositiva (sêmen ou présêmen e secreções vaginais ou
sangue menstrual com HIV, por
exemplo).
Para alguém ficar infectado, o vírus
deve atravessar as defesas do corpo,
incluindo a pele e a saliva. Se a pele
não apresenta cortes ou feridas,
significa que ela o protege contra
infecções por sangue ou fluidos
sexuais. A saliva contém substâncias
químicas que podem ajudar a matar
o HIV na boca, mas se estiver com
feridas, cortes ou com doenças e
entrar em contato com sangue ou
fluido sexual com HIV, você pode se
infectar. Ferimentos durante o ato
sexual e ao compartilhar seringas ou
agulhas para injetar drogas também
podem ser uma porta de entrada para
a infecção por HIV.
O HIV também pode ser transmitido
de mãe para filho durante a gravidez
e o parto. Essa via de infecção é conhecida como transmissão vertical.
O bebê também pode ser infectado
por mamar no peito de sua mãe
infectada ou de qualquer outra
mulher HIV positiva. Portanto, segundo o consenso pediátrico de 2001, da
Coordenação Nacional de DST/AIDS,
o bebê nascido de mãe HIV+ não deve
ser amamentado, de modo algum,
nem mesmo por outra mulher, com o
objetivo de se zerar a possibilidade
de transmissão por essa via. A
administração de fórmulas ou de leite
pasteurizado de bancos de leite (para
prematuros ou bebês abaixo do peso)
é uma das alternativas.
Como posso me proteger e
proteger os outros?
A menos que esteja completamente
seguro que você e seu companheiro
ou companheira não têm HIV, você
deve seguir as recomendações para
prevenir a infecção por HIV e outras
doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs).
Ato sexual: A melhor maneira de
você evitar a infecção por HIV
durante o ato sexual é usando os
preservativos para homens ou para
mulheres (verificando a data de
vencimento e se tem o certificado
de qualidade do INMETRO), que,
utilizados corretamente, previnem
não só a transmissão do HIV, mas
também de outras DSTs.
Alguns homens pensam que podem
não transmitir o HIV se retirarem o
pênis antes de alcançar o gozo (orgasmo), prática sexual denominada coito
interrompido, quando o pênis é
retirado antes da ejaculação. Isso não
funciona porque o HIV pode estar no
fluido que sai do pênis antes do gozo
que é denominado de pré-sêmen e
funciona como lubrificante natural.
O sexo oral é menos arriscado que o
sexo vaginal ou anal, mas existe
ainda algum risco de infecção pelo
HIV através de sua prática.
Para evitar o risco de infecção por
HIV ou por outras DSTs, você pode
praticar sexo seguro e protegido,
como beijo, abraço, massagem
erótica, masturbação em si próprio
ou no parceiro ou parceira e uso do
preservativo para penetração oral,
anal e vaginal.
Compartilhamento de seringas: O
HIV também pode ser transmitido
7
Série A
quando as pessoas compartilham
seringas ou agulhas para injeção de
drogas porque o sangue fica na
agulha, especialmente quando o
sangue de uma pessoa infectada fica
na agulha. Para evitar a infecção, não
compartilhe agulhas, seringas ou
outro material perfurante ou cortante. Se você precisa compartilhar
seu kit, esterilize o material (seringa
e agulha) para reduzir o risco da
infecção, com hipoclorito de sódio a
5,25% ou água sanitária.
Existem alguns locais no Brasil que
implementaram programas de troca
de agulhas, doando seringas limpas
(novas), sem custo, com o objetivo
de que não haja compartilhamento
de materiais. Esses programas são conhecidos como programas de redução
de danos. O Núcleo de Estudos e
Atenção ao Uso de Drogas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Nepad/Uerj) é uma unidade de
referência desse tipo de programa
(telefone: (21) 2589-3269 ramal: 33
ou 34). Porto Alegre, Corumbá,
Santos e Salvador também possuem
programas que são referências. Para
mais informações, consulte o site da
Associação Brasileira de Redutores de
Danos (Aborda):<www.aborda.org.br>.
O telefone da Associação Carioca de
Redutores de Danos é (21) 2552-2761.
O endereço e correio eletrônicos da
Rede Brasileira de Redutores de
Danos são: <www.reduc.org> e
[email protected]. E o endereço e correio eletrônicos da Rede LatinoAmericana de Redutores de Danos
são: <www.relard.net> e flama51@
terra.com.br.
Transmissão vertical: Sem tratamento, aproximadamente 25% dos
bebês de mulheres HIV positivas
nascem infectados. O risco diminui,
até aproximadamente 2%, se a
mulher tomar AZT durante a gravidez, submeter-se na hora do parto a
uma cesariana e se o recém-nascido
também tomar AZT. Segundo normas
do consenso pediátrico de 2001, na
avaliação, após oito meses de
gestação, se a carga viral da mulher
for maior ou igual a 1.000 cópias ou
desconhecida, o procedimento deve
ser a cesariana eletiva, que é aquela
Folhas Informativas
realizada antes do início do trabalho
de parto, quando as membranas
amnióticas ainda estão íntegras. Caso
a mulher, nessa avaliação, tenha
carga viral indetectável ou menor
que mil cópias o parto pode ser
vaginal.
Aproximadamente 14% dos bebês que
mamam no seio de uma mulher HIV
positiva são infectados. Recomendase o uso de mamadeira com leite
industrializado. O melhor procedimento é não amamentar nem procurar outra mulher para tal, com o
objetivo de zerar a possibilidade de
transmissão vertical.
Contatos com sangue: O HIV é
somente uma das muitas doenças que
podem ser transmitidas por meio do
sangue. Caso você precise ajudar
alguém que tenha sofrido um
acidente na rua, no local de trabalho
ou em outro lugar, e essa pessoa
esteja sangrando, proteja qualquer
corte ou ferida que você tenha e
lembre-se de que sua pele saudável
já funciona como uma barreira
natural de proteção. O profissional
de saúde, além de adotar as medidas
anteriores, deve usar equipamento
de proteção para olhos (óculos) e
boca (máscara). A empresa de saúde
tem o dever de oferecer ao
trabalhador da rede de saúde luvas,
máscaras para o rosto, assim como
outros materiais de proteção (óculos,
por exemplo) para o trabalho
cotidiano e para treinamentos
preventivos contra doenças que se
transmitem por meio do sangue.
E se eu me expuser?
Se você acha que se expôs ao HIV,
fale com o seu médico e peça
orientação. Mas para realizar o teste
anti-HIV, tanto no laboratório
particular quanto na rede pública
(CTA, por exemplo), você não precisa
necessariamente de um pedido do
médico, basta a sua própria
solicitação.
7
Série A
Se você tem certeza que foi exposto
ao HIV em situação de trabalho na
área da saúde, por ter sido vítima de
violência sexual ou estupro, ou por
ter entrado em contato com pessoa
sabidamente HIV+ e que não tenha
adotado as medidas preventivas ou
forçado um ato, intencionalmente,
com o intuito de provocar uma
infecção, ou mesmo com o objetivo
de praticar o sexo sem camisinha,
consulte rapidamente um médico
experiente e pergunte sobre o
procedimento a ser realizado. Se
você acha que pode ter sofrido uma
possível exposição quando esteve
ajudando alguém acidentado e
sangrando na rua ou em outro local,
tal situação também pode ser
avaliada pelo seu médico em
conjunto com você. Em todas essas
situações, as medidas podem ir desde
esperar três meses para fazer o teste
anti-HIV até a administração da
“profilaxia pós-exposição” ou PEP
(sigla em inglês), que deve ser
iniciada entre uma e 72 horas após o
contato. Caso seu médico e você
decidam pela PEP, você será
orientado a tomar medicamentos
anti-retrovirais durante quatro
semanas, conforme a gravidade da
situação. Os medicamentos têm alguns
efeitos secundários sérios que podem
ocorrer ou não com você. Lembrese: não existe nenhuma “solução
mágica” para evitar a infecção.
Portanto, você deve continuar a
tomar os remédios, mesmo na
presença de alguns efeitos colaterais
ou adversos, menos sérios e
suportáveis. Caso ocorram efeitos
mais graves, comunique-se imediatamente com o seu médico.
Resumindo
Você não contrai o HIV pelo
relacionamento social na
escola, no trabalho, no
clube ou em outros locais.
Para você se infectar com
o HIV, o sangue, os fluidos
sexuais de homens ou
mulheres ou o leite da
mulher (com HIV) precisam
entrar em seu corpo.
Lembre-se de que mulheres
grávidas infectadas por HIV
podem passar o vírus a seus
filhos na gestação, no parto
e na amamentação.
Para evitar a transmissão
do HIV:
• Use sempre preservativo durante cada ato
sexual;
• Não compartilhe
agulha ou seringa para
injetar drogas nem canudo
para cocaína;
• Toda mulher grávida
deve fazer o pré-natal e o
teste anti-HIV, entre outros
exames. Se estiver infectada pelo HIV, o médico
deve orientar o que fazer
para diminuir o risco de
transmitir o vírus para o
bebê;
• Se for uma mulher
infectada, não permita que
nenhum bebê mame em
seu peito nem leve seu filho
para ser amamentado por
outra mulher;
• Proteja todos os cortes, as feridas abertas, os
olhos e a boca do contato
com o sangue. Em situação
de trabalho, os profissionais de saúde devem se
proteger também em relação a outras secreções.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 3 mil exemplares/setembro de 2002
Folhas Informativas
+
8
InfoRed SIDA Nuevo México Série A
Orientações para
sexo seguro e protegido
Como você contrai ou
transmite o HIV durante
o sexo?
Você não pode transmitir o HIV se
não tem a infecção por tal vírus. Caso
seu companheiro ou companheira
não seja infectado com o HIV, mas
você sim, mesmo assim, não há risco
algum de infecção por HIV para ele
ou ela, desde que não exista nenhum
contato deles com o seu sangue ou
com os seus fluidos sexuais, seja por
práticas sexuais seguras ou
protegidas (uso do preservativo
masculino ou feminino), seja por
práticas sem penetração, pois a pele,
caso esteja sã, é uma barreira
natural que impede a entrada do
sangue e de outras secreções no seu
corpo.
Lembre-se: não entrando em
contato com fluido sexual de
homem ou de mulher ou com
sangue, de modo a não deixá-los
entrar em seu corpo, você não tem
possibilidade de estar infectado por
HIV pela via sexual. Praticar sexo
seguro e protegido é uma forma de
reduzir o risco de você contrair o
HIV e outras doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs) durante o ato
sexual.
Mas o quanto é arriscado?
Existem práticas que vão desde as
mais até as menos seguras. No
quadro abaixo, mostramos o modelo
hierárquico em ordem crescente de
risco.
1
MAIOR RISCO
MENOR RISCO
Abstinência sexual
Sexo não-penetrativo (masturbação, carícias etc.)
Sexo com camisinha
Sexo oral sem camisinha: boca/pênis
insertivo
Sexo oral sem barreira: boca/ânus
receptivo
Sexo penetrativo
sem camisinha
vaginal
insertivo
receptivo
anal
insertivo
receptivo
MENOR RISCO
Para ocorrer transmissão do HIV
durante o sexo, é necessário que uma
das pessoas seja soropositiva, tendo
o vírus no sangue e nos fluidos
sexuais. Os fluidos sexuais vêm do
pênis (pré-sêmen ou sêmen) e da
vagina (sangue menstrual, “líquido
lubrificante”), seja antes, durante
ou depois do orgasmo. Você pode
contrair o HIV quando os fluidos
sexuais do homem ou da mulher (ou
o sangue) infectado entram no seu
corpo por prática sexual com penetração e sem o uso do preservativo
masculino ou feminino.
Modelo hierárquico de prevenção de DSTs/AIDS para
diferentes tipos de práticas sexuais1
MAIOR RISCO
Fantasias, masturbação, conversas
eróticas e massagem sexual são
consideradas práticas seguras. Essas
atividades evitam o contato com o
sangue ou com os fluidos sexuais de
homens ou de mulheres HIV+,
inexistindo risco de infecção pelo
HIV.
Não podemos saber se alguém está
infectado somente observando a
sua aparência. Além disso, as
pessoas podem esconder e até
mesmo não saberem de sua
condição sorológica. E lembre-se:
basta uma única relação sexual com
penetração sem o uso do preservativo (sexo desprotegido ou inseguro) para se correr o risco de
infecção pelo HIV.
Algumas pessoas que já obtiveram o
resultado negativo no teste anti-HIV
acham que são imunes ao vírus e
continuam praticando sexo desprotegido e inseguro (sexo oral, anal e
vaginal sem uso do preservativo). Tal
postura é um engano. O correto é,
após o resultado negativo, continuar
se protegendo ou passar a adotar tal
comportamento de proteção usando
preservativo em todas as relações
sexuais com penetração, se antes
não o fazia. Além disso, as pessoas
com resultado negativo podem ter se
infectado depois de terem feito o
teste ou podem ter feito o teste bem
no início da exposição e infecção pelo
HIV, podendo estar em período de
janela imunológica. Esse período,
que gira em torno de três meses, é o
tempo que seu corpo demora em
produzir anticorpos contra o HIV em
quantidade suficiente para ser
detectada pelo teste anti-HIV.
Portanto, se você se expôs ou sofreu
um comportamento de risco (sexo
desprotegido, por exemplo), há
menos de três meses de um teste
anti-HIV, significa que o resultado de
tal teste não é conclusivo nem
totalmente confiável. Você deve
fazer um novo teste, pelo menos
depois de três meses passados de uma
exposição arriscada.
Se você pratica sexo inseguro e/ou
desprotegido, é um erro achar que
após o resultado negativo de um
teste anti-HIV você é imune ao
vírus. O teste negativo não garante
imunidade à infecção pelo HIV. Para
sua proteção, pratique sexo seguro
e lembre-se de que ao se proteger
você está protegendo os demais.
Praticar sexo inseguro ou desprotegido, o que significa penetração
com ou sem ejaculação e sem o uso
do preservativo, acarreta um risco
muito alto de você contrair ou
transmitir o HIV. O risco mais alto é
quando o sangue ou os fluidos sexuais
de homens ou mulheres HIV+ tocam
as áreas suaves e úmidas (membranas
ou mucosas) dentro do reto, da vagina, da boca ou na cabeça do pênis.
Essas partes sofrem facilmente
Fonte: Guia de prevenção das DST/AIDS e cidadania para homossexuais. Coordenação Nacional de DST e AIDS/Ministério da Saúde. Série Manuais (no prelo).
Folhas Informativas
ferimentos ou traumatismos durante
o ato sexual, o que aumenta a
possibilidade da entrada do HIV no
corpo.
O contato sexual vaginal ou anal sem
a proteção adequada é muito
arriscado. Quando o pênis penetra a
vagina, o ânus ou a boca, pode causar pequenas irritações ou ferimentos
que aumentam o risco de infecção
por HIV. O parceiro receptivo tem,
provavelmente, o risco mais alto de
ser infectado, ainda que o HIV
também possa entrar pelo pênis,
principalmente se existem quaisquer
feridas ou se teve contato durante
muito tempo com o sangue ou com
os fluidos vaginais infectados por HIV.
Quais são as práticas mais
seguras e/ou protegidas?
Seja consciente com o seu corpo e
com o seu companheiro ou companheira. Os cortes, as feridas ou os
sangramentos nas gengivas aumentam o risco de infecção pelo HIV. O
ato sexual com movimentos fortes
(sexo violento) também oferece
risco, pois pode produzir pequenas
lesões e ferimentos que são portas
de entrada para o HIV penetrar em
seu corpo.
Use barreiras para evitar o contato
com sangue ou fluidos sexuais. Lembre-se de que a barreira natural do
corpo é a pele. Se ela não apresentar
cortes ou feridas, significa que está
mantendo sua função natural de
barreira e proteção, além de estar
protegendo-o contra infecções via
sangue ou outras secreções. O risco
de você contrair o HIV é muito maior
se existem feridas nas membranas
ou mucosas, antes ou durante o ato
sexual.
A barreira artificial mais comumente
utilizada é o preservativo masculino
ou feminino. O preservativo feminino
pode ser usado tanto para a proteção
da vagina quanto do reto durante o
ato sexual. No caso de penetração
anal, recomenda-se retirar previamente o anel interno.
8
Série A
Os lubrificantes podem aumentar o
estímulo sexual. Eles também reduzem a possibilidade de rompimento
dos preservativos e de outras barreiras porque diminuem o atrito. Os
lubrificantes à base de óleo, como a
vaselina, os óleos e os cremes danificam e rompem os preservativos ou
outras barreiras de látex. Portanto,
você não deve usar esses tipos de
lubrificação. Assegure-se de estar
usando lubrificantes à base de água,
tais como KY, Preserv gel ou glicerina.
O sexo oral oferece algum risco de
você contrair ou transmitir o HIV,
principalmente se a boca não
saudável com gengiva sangrando e/
ou com feridas entrar em contato
com fluidos sexuais ou sangue
infectados. Pedaços de látex ou de
plástico (PVC que é um tipo usado
para embalagens de alimentos)
utilizados para colocar em cima da
vagina ou o preservativo no pênis
podem ser usados como barreiras
durante o sexo oral. Os preservativos
sem lubrificantes e com sabores
(odores) são melhores para o sexo
oral, pois a maioria dos lubrificantes
tem um sabor desagradável.
E se ambas as pessoas já
estão infectadas?
Algumas pessoas infectadas por HIV
não vêem a necessidade de seguirem
as orientações para o sexo seguro ou
protegido com outras pessoas
também infectadas. No entanto,
ainda é necessário proteger você
mesmo e o outro. Pois sem proteção
(sem uso das barreiras), você pode
se expor a outras infecções, como,
por exemplo, herpes, sífilis, hepatite
etc. Quando você já tem o HIV, essas
doenças podem ser mais complicadas
de tratar, além de poderem complicar
o seu estado de saúde futuro.
Também pode ser possível a reinfecção com uma cepa diferente de
HIV, ou ainda, com HIV já resistente
a alguns medicamentos antiretrovirais.
Coloque seus limites
Decida quanto risco deseja correr.
Conheça qual proteção quer usar
durante os diferentes tipos de atividade sexual. Antes de ter relações
sexuais:
•pense no sexo mais seguro e
protegido (e pratique-o);
• coloque seus limites;
• consiga lubrificante à base de
água, preservativo ou outras
barreiras e tenha certeza
que eles estarão à mão
quando necessitar;
•fale com seu companheiro ou
companheira para que
busque e conheça seus
próprios limites.
Mantenha seus limites. Não permita
que o álcool, as drogas e os companheiros ou companheiras atraentes façam esquecer que você deve
proteger a si e aos outros.
Resumindo
Você pode se infectar com
o HIV durante o ato sexual
desprotegido. O sexo é
protegido (e também seguro) se o sangue ou o
fluido sexual com HIV não
entra em seu corpo de
modo algum por conta do
uso do preservativo masculino ou feminino em
qualquer forma de penetração: oral, anal e
vaginal.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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Folhas Informativas
+
InfoRed
SIDA Nuevo México
o uso das drogas e o HIV
Como se relacionam o uso de
drogas e o HIV?
O uso de drogas é um fator de grande
risco na transmissão do HIV. O
material (agulha ou seringa)
compartilhado para injetar as drogas
pode conter HIV e também transmitir
outras infecções, como, por exemplo, as hepatites B e C. Além disso,
você, ao usar drogas, pode praticar
sexo inseguro e/ou desprotegido.
É importante destacar que drogas
como cocaína, LSD, ecstasy e
heroína podem ser perigosas para as
pessoas que estão tomando os antiretrovirais (medicamentos anti-HIV),
devido às interações dessas drogas
com os medicamentos.
Como a injeção de drogas
pode causar a infecção?
O sangue infectado que foi aspirado
pela seringa de um primeiro usuário
pode ficar na agulha e na própria
seringa. Assim, a próxima pessoa a
se picar com a mesma seringa ou
agulha estará injetando junto com
a droga o sangue contaminado com
HIV do usuário anterior. Essa é uma
das maneiras mais fáceis de você
contrair o HIV porque o sangue
infectado entra diretamente na
corrente sangüínea.
Um estudo recente mostrou que o
HIV pode sobreviver numa seringa
usada, durante, pelo menos,
quatro semanas. Se tiver que usar
o material mais de uma vez, você
pode reduzir o risco de infecção
limpando a agulha e a seringa entre
um uso e outro. Nessa situação, o
mais recomendado é reutilizar sua
própria seringa e não a compartilhar
com ninguém. Porém, mesmo não
havendo compartilhamento, a
seringa reutilizada também deve ser
limpa porque as bactérias podem
crescer dentro dela.
O método mais eficaz de limpar uma
seringa é utilizar, primeiramente,
água, depois cloro e, novamente,
uma enxaguada final. Tente tirar
todo o sangue da seringa agitando-a
vigorosamente durante 30 segundos.
Use água fria porque a água quente
pode fazer o sangue coagular-se. Para
matar a maioria do HIV e dos vírus
da hepatite C, deixe o cloro na
seringa durante dois minutos. Mas
isso nem sempre mata todos os HIV
ou todos os vírus da hepatite. Sempre
que possível troque sua seringa usada
por uma nova.
Para reduzir o risco de infecção por
HIV ou pelo vírus da hepatite, nunca
compartilhe material (agulha ou
seringa) usado para injetar drogas,
lave freqüentemente as mãos e
limpe com cuidado o material e a
parte do corpo que você usa para a
injeção.
Como funcionam os
programas de troca de
seringas?
No Brasil, já existem alguns programas que trocam seringas usadas
por seringas novas que são distribuídas gratuitamente às pessoas,
com objetivo de que não haja compartilhamento do material. Esses
programas são denominados de
redução de danos. O Núcleo de
Estudos e Atenção ao Uso de Drogas,
da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (Nepad/Uerj) é uma unidade
de referência (telefone: (21) 25893269 ramal: 33 ou 34). Porto Alegre,
Corumbá, Santos e Salvador também
possuem programas de referência.
Para mais informações consulte o site
da Associação Brasileira de Redutores
de Danos (Aborda): <www.
aborda.org.br>. O telefone da
Associação Carioca de Redutores de
Danos é (21) 2552-2761. O endereço
e correio eletrônicos da Rede
Brasileira de Redutores de Danos são
<www.reduc.org> e [email protected].
E o endereço e correio eletrônicos da
Rede Latino-Americana de Redutores
de Danos são <www.relard.net> e
[email protected].
9
Série A
Qual a relação do uso de
drogas e a prática de sexo
desprotegido?
Para muitas pessoas, drogas e sexo
andam juntos. Alguns usuários trocam
sexo por drogas. Outras pessoas pensam que o ato sexual é mais agradável quando usam drogas.
O uso de drogas, inclusive álcool e
maconha, aumenta a probabilidade
de você não se proteger durante o
ato sexual. Por isso, cuidado ao consumir álcool ou maconha, por
exemplo, pois tal consumo pode se
associar com comportamento sexual
de risco (sexo com penetração sem
preservativo). Além disso, pode ser
difícil colocar limites na atividade
sexual de alguém que troca sexo por
drogas. Com o uso de drogas, é mais
provável que você esqueça de se
proteger e de proteger a outra
pessoa.
Qual a relação dos
medicamentos e as drogas?
O fígado metaboliza alguns medicamentos contra o HIV, principalmente
os inibidores de protease e também
algumas drogas “recreativas”,
inclusive o álcool. Quando drogas e
medicamentos são consumidos simultaneamente, pode ocorrer uma
lentidão no metabolismo de ambos.
Tal processo pode levar a uma concentração inadequada e, em alguns
casos, grave, do medicamento e/ou
da droga “recreativa” em nosso
corpo, podendo ocasionar uma
overdose que, em muitos casos, é
fatal.
Uma concentração inadequada de
medicamento anti-retroviral pode
causar efeitos sérios, desde resistência viral até transtornos metabólicos graves. Está documentado um
caso de morte de pessoa HIV positiva
que misturou um inibidor de protease
(ritonavir) com a droga “recreativa”
denominada ecstasy.
Folhas Informativas
9
Série A
Resumindo
O uso de drogas é uma das maiores causas de novas
infecções por HIV. O material compartilhado (agulha,
seringa ou canudo para cocaína) pode transmitir o vírus
da imunodeficiência humana e das hepatites B e C. Ao
usar qualquer droga “recreativa”, inclusive álcool ou
maconha, você pode se esquecer de praticar o sexo
seguro e/ou protegido.
Para se proteger da infecção e proteger os outros, o
ideal é nunca utilizar material (agulha e seringa ou
canudo) já usado. Ainda que reutilize suas próprias
seringas, limpe-as bem, cada vez que forem utilizadas.
Limpar o material (agulha e seringa ou canudo) é
apenas, parcialmente, eficaz.
Os programas de troca de seringas disponibilizam
gratuitamente novas seringas. Esses programas reduzem
a proporção de novas infecções por HIV. Existem vacinas
contra a hepatite A e B que você pode tomar como
forma de prevenção.
Misturar drogas “recreativas” e medicamentos anti-HIV
(anti-retrovirais) pode ser perigoso. Interações entre
essas drogas e esses medicamentos podem causar
efeitos sérios e uma dose inadequada e perigosa, tanto
da medicação quanto da droga, respectivamente, uma
superdosagem ou uma overdose.
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Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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10
profilaxia pós-exposição (PEP)
Folhas Informativas
O que é o tratamento
pós- exposição?
Profilaxia significa prevenção de
doenças. O tratamento ou a
profilaxia pós-exposição (ou PEP,
sigla em inglês) quer dizer a
administração de medicamentos
anti-retrovirais o mais rápido possível
depois da exposição ao HIV (até 72
horas, no máximo), para que tal
exposição não resulte em infecção
pelo HIV. Esses medicamentos
somente estão disponíveis por
receita médica.
Quem deve usar a PEP?
A exposição no local de trabalho: A
PEP tem sido procedimento de rotina
desde 1996 para os profissionais de
saúde expostos ao HIV durante o
trabalho. A indicação para a PEP deve
ser avaliada com cuidado, considerando-se, principalmente, o risco
do paciente-fonte estar, ou não,
infectado pelo HIV. Tais profissionais
começam com os anti-retrovirais
após algumas horas da exposição (até
72 horas, no máximo). Normalmente,
a exposição é por picada de agulha,
quando alguém se fere acidentalmente com agulha que contém
sangue infectado por HIV. A PEP,
segundo pesquisas, reduz a proporção de infecção por HIV em
exposições no local de trabalho em
até 79%. No entanto, alguns trabalhadores da saúde que se submeteram ao procedimento PEP desenvolveram a infecção por HIV.
Outros tipos de exposição: nos
últimos anos, ativistas comunitários
e pesquisadores começaram a
questionar por que o procedimento
PEP não pode ser usado depois de
exposições ao HIV não relacionadas
a acidentes de trabalho. Questionam
por que a PEP não pode ser estendida
a pessoas que se expõem durante o
ato sexual por atividade insegura e
desprotegida ou por rompimento não
intencional do preservativo. Perguntam ainda por que a PEP não é prescrita a pessoas que compartilham
agulhas para injetar drogas e para
+
InfoRed SIDA Nuevo México
bebês que mamam no seio de uma
mulher infectada.
A PEP deve ser usada para a
exposição não profissional?
A exposição ao HIV no trabalho
normalmente é um acidente único.
Outras exposições ao HIV devem-se
a condutas inseguras (desprotegidas)
que podem ocorrer muitas vezes.
Alguns entendem que a PEP pode
induzir a comportamentos sexuais
inseguros, pois as pessoas pensariam
que tal procedimento é uma maneira
fácil de evitar a infecção por HIV.
Há outras razões para que a PEP não
seja um bom procedimento após
exposição não relacionada a acidente
de trabalho:
• Não existe nenhum estudo
mostrando que a PEP
funciona para exposição não
relacionada a acidente de
trabalho de profissionais de
saúde. Não sabemos ao
certo quanto tempo depois
da exposição ao HIV e da
possibilidade de infecção a
pessoa deve começar a PEP;
• A PEP não é uma solução
mágica. É um programa que
inclui a administração de
medicamentos anti-retrovirais, duas ou três vezes ao
dia, durante, ao menos, 30
dias;
• Para melhores resultados, as
doses dos medicamentos da
PEP devem ser tomadas,
estritamente, conforme
prescrição médica, ou seja,
na quantidade e nos
horários certos. As doses
que não forem tomadas
podem resultar no desenvolvimento de infecção por
HIV. Também podem permitir ao vírus desenvolver
resistência aos medicamentos. Se isso acontecer,
os medicamentos antiretrovirais tomados deixam
de funcionar;
• Os medicamentos têm efeitos
secundários sérios. Soman-
Série A
do-se a isso, 40% dos
profissionais de saúde não
completam a PEP devido a
esses mesmos ou a outros
efeitos adversos ou colaterais. Além disso, a PEP não
é 100% eficaz.
O consenso brasileiro para terapia
anti-retroviral em adolescentes e
adultos recomenda a PEP em
situações de acidente no local de
trabalho para profissionais de saúde.
O Ministério da Saúde do Brasil/
Coordenação Nacional de DST/AIDS
está implantando uma rede de
serviços para atender e avaliar as
recomendações para a PEP nos casos
de violência sexual e estupro, tanto
em homens quanto em mulheres, e
de rompimento de preservativos na
relação de casais (independentemente de sexo) sorodiscordantes
(quando um é HIV+ e outro é HIV-).
Como se administra a PEP?
A PEP deve ser iniciada o mais rápido
possível depois da exposição ao HIV
(até 72 horas, no máximo). Os medicamentos usados na PEP dependem
do tipo de exposição ao HIV. As
seguintes exposições são consideradas como sérias:
• exposição a uma quantidade
grande de sangue;
• sangue entrando em contato
com cortes ou feridas abertas na pele;
• o sangue sendo visível numa
agulha que picou alguém;
• a exposição ao sangue de
alguém sabidamente soropositivo, conhecendo-se
também que essa pessoa
tem alta carga viral (quantidade grande de HIV no
sangue).
Para exposições sérias (ou de maior
risco), o consenso brasileiro recomenda usar uma combinação de três
drogas anti-retrovirais aprovadas
(incluindo um inibidor de protease),
durante quatro semanas. O esquema
AZT + 3TC + Inibidor de protease é
considerado o ideal para esses casos.
Folhas Informativas
Para exposições menos sérias (de
menor risco), recomenda-se quatro
semanas de tratamento com dois
medicamentos preferenciais: AZT e
3TC.
Em janeiro de 2001, o Centro para
Controle de Doenças dos Estados
Unidos advertiu sobre o uso da
nevirapina (viramune) para a PEP,
devido ao risco de dano ao fígado. O
consenso brasileiro sobre terapia
anti-retroviral em adultos e
adolescentes também adverte e não
recomenda o seu uso.
Quais são os efeitos
secundários?
Os efeitos colaterais ou adversos mais
comuns dos medicamentos da PEP
são náuseas e sensação de mal-estar.
Outros possíveis efeitos secundários
incluem: dor de cabeça, fadiga,
vômitos e diarréia. Por esse e outros
fatores, é importante o médico e o
profissional de saúde (exposto)
monitorarem a toxicidade e a adesão
aos anti-retrovirais.
10
Série A
Resumindo
A profilaxia depois da exposição (PEP) é o uso de
medicamentos anti-retrovirais, o mais rápido possível (até
72 horas, no máximo), após provável exposição do
profissional de saúde ao HIV, com o objetivo de impedir a
infecção. A PEP pode reduzir a proporção de infecção em
profissionais de saúde expostos ao HIV em até 79%.
Os benefícios da PEP para a exposição fora do ambiente
de trabalho de profissionais de saúde não têm sido
estudados e sistematizados. O uso da PEP é polêmico
porque algumas pessoas entendem que tal procedimento
pode incentivar atos sexuais inseguros e desprotegidos
(comportamentos de risco).
A PEP é um programa de administração de dois ou três
medicamentos anti-retrovirais (conforme a gravidade da
exposição), por quatro semanas, duas ou três vezes ao
dia, seguindo-se prescrição médica. Tais medicamentos
podem provocar sérios efeitos secundários que dificultam
ou mesmo impedem o cumprimento correto da prescrição
médica, ou seja, das tomadas dos remédios, o que leva à
interrupção do procedimento e ao fracasso do programa
de profilaxia pós-exposição. Portanto, é importante
monitorar a toxicidade e a adesão aos medicamentos. A
PEP não é totalmente eficaz, pois não pode garantir com
certeza absoluta que uma real e não provável exposição
ao HIV torne-se um caso de infecção.
Para mais informações
Para mais detalhes sobre a PEP, consulte o novo consenso
brasileiro de 2001, disponível na página da Internet do
Ministério da Saúde: <http://www.aids.gov.br>. Clique em
“assistência” e depois em “consensos de terapia”. Então,
procure pelo consenso de terapia anti-retroviral para
adolescentes e adultos.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
PRESERVATIVOS
O que é um preservativo?
Um preservativo, também conhecido
como camisinha ou condom, é um
tubo feito de material fino e flexível
fechado em um dos extremos. Foi
usado durante séculos para prevenir
gravidez, evitando a entrada do
sêmen na vagina. Os preservativos
também previnem as doenças que se
transmitem por meio do sêmen ou por
contato com feridas infectadas na
área genital. Ou seja, os preservativos previnem doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), inclusive, a
infecção por HIV. Grande parte dos
preservativos é usada para cobrir o
pênis. Um novo tipo de preservativo
foi desenhado para encaixar-se na
vagina. Esse preservativo feminino
também está sendo usado para a
prática do sexo anal.
De que são feitos os
preservativos?
Tempos atrás, os preservativos eram
feitos de pele natural (inclusive pele
de carneiro) ou de borracha. Atualmente, a maioria é feita de látex ou
de poliuretano. Qualquer preservativo que não seja de látex ou poliuretano não oferece proteção contra
o HIV.
O látex é o material mais comum
utilizado na fabricação dos preservativos, e os vírus (entre eles o HIV)
não conseguem ultrapassá-lo.
Lembre-se: você deve sempre usar
lubrificante à base de água: KY,
glicerina, Preserv gel, pois os
lubrificantes à base de óleo danificam e rompem os preservativos.
Caso você seja alérgico ao látex,
existem preservativos de poliuretano,
como, por exemplo, o feminino.
Como usar os preservativos?
Os preservativos podem protegê-lo do
HIV e de outras DSTs durante o
contato com pênis, boca, vagina e
reto, desde que usados corretamente:
•Guarde-os onde não exista
excesso de calor, frio ou
fricção. Não os guarde em
carteiras ou no porta-luva
do seu automóvel;
•Verifique a data de vencimento. Não use preservativo fora da validade ou
sem o selo do INMETRO;
• Não abra o pacote de preservativos com os dentes nem
com tesouras.
Tenha
cuidado para que unhas ou
jóias (bijuterias) não rasguem o preservativo. Os
piercings no pênis ou na
vagina também podem
rasgar o preservativo;
•Use um preservativo novo a
cada vez que mantiver
relações sexuais ou quando
o pênis for movido, por exemplo, do reto (ânus) para a
vagina ou para a boca;
•Verifique o preservativo durante o ato sexual, principalmente ao sentir algo diferente, para assegurar que
ainda esteja no lugar e
intacto;
•Não use o preservativo masculino e o preservativo feminino ao mesmo tempo;
•Use, junto com preservativo
de látex, lubrificante à
base de água (KY, glicerina,
Preserv gel) e não à base
de óleo. As loções oleosas,
a vaselina e os cremes
hidratantes ou de limpeza
danificam e rompem o
látex;
•Use preservativo sem lubrificante e com sabor (aroma) para o sexo oral, pois
a maioria dos lubrificantes
tem sabor desagradável.
Para sexo anal, você pode
usar preservativo masculino mais resistente ou o
preservativo feminino,
feito de poliuretano que
também é mais resistente
que o látex. Nesse caso,
retire o anel interno;
•Não jogue o preservativo na
privada. Ele pode entupir
o encanamento.
11
Série A
Como usar o preservativo
masculino?
• Coloque o preservativo quando
o pênis estiver ereto e antes
que ele entre em contato
com a boca, vagina ou reto
de seu companheiro ou companheira, pois o líquido que
sai do pênis antes do orgasmo, conhecido como présêmen e que funciona como
lubrificação natural pela
excitação, pode conter HIV;
•Se quiser, use algum lubrificante à base de água dentro
da ponta do preservativo ou
por sobre ele após ter
vestido o pênis;
• Se não tiver feito circuncisão,
empurre o prepúcio (pele
que encobre a cabeça do
pênis) para trás, antes de
colocar o preservativo. Isso
permite que o prepúcio se
mova sem romper o preservativo;
• Aperte a ponta do preservativo
de modo a não deixar o ar
entrar, pois essa ponta sem
ar servirá de reservatório
para o sêmen após o orgasmo (gozo). Em seguida, desenrole o preservativo ao
longo do pênis;
• Não use dois preservativos ao
mesmo tempo. A fricção
entre os dois pode fazer
com que ambos se rompam;
• Depois do orgasmo, segure na
base e na ponta do preservativo e retire-o antes que
o pênis perca a ereção
(amoleça);
• Tenha cuidado para não derramar o sêmen dentro de seu
companheiro ou companheira quando tirar o preservativo.
Como usar o preservativo
feminino?
• O preservativo feminino é uma
bolsa de poliuretano com
dois extremos: um fechado
e outro aberto. Existe um
anel flexível em cada
extremo, sendo um anel
Folhas Informativas
fixo no extremo maior e
aberto, e outro anel móvel
no extremo fechado e
menor;
• Coloque o preservativo em seu
lugar antes que o pênis toque a vagina ou o reto. O
preservativo pode ser colocado até oito horas antes do
ato sexual e não atrapalha
a atividade de urinar;
• Para o uso na vagina, aperte o
anel menor e o introduza
como fosse um diafragma.
O anel maior e fixo cobre a
abertura da vagina e protege de infecções os órgãos
sexuais externos da mulher;
• Para o uso no reto, retire o anel
menor. Coloque o preservativo em cima do pênis
ereto. O preservativo será
introduzido no reto junto
com o pênis;
• Guie o pênis ao anel grande
para evitar o contato não
protegido entre o pênis e o
reto ou a vagina;
• Tire o preservativo antes de
ficar de pé. Gire o anel exterior e maior para guardar
e isolar o sêmen dentro do
preservativo. Suavemente,
retire o preservativo e jogue-o em local apropriado
(não em vasos sanitários);
• O preservativo não pode ser
reutilizado com diferentes
pessoas, mas suporta até
três orgasmos de um mesmo
parceiro. Muitas mulheres
dizem que o anel maior que
protege a parte externa da
vagina, ao friccionar o
clitóris, ajuda no alcance do
orgasmo (gozo) feminino.
11
Série A
O que é nonoxinol-9?
O nonoxinol-9 é uma substância
química que mata o esperma (um
espermicida). Pode ajudar a prevenir
gravidez, quando usado na vagina
junto com preservativos ou com
outros métodos contraceptivos. O
nonoxinol-9 não deve ser usado na
boca ou no reto.
O nonoxinol-9, por ter matado o HIV
em laboratório, foi considerado uma
forma de prevenção contra a
infecção por HIV durante a relação
sexual. Mas estudos realizados na
África atestaram que muitas
mulheres eram alérgicas ao
nonoxinol-9. De fato, pênis, vagina
e reto podem sofrer irritações e
desenvolver pequenas feridas que
acabam facilitando a transmissão do
HIV que deveria evitar. Portanto, o
nonoxinol-9 não é recomendado
como prevenção da infecção pelo
HIV.
Quais são os mitos dos
preservativos?
“Os preservativos não servem”.
Os preservativos funcionam muito
bem se usados corretamente cada
vez que você tiver relações sexuais.
“Os preservativos se rompem
facilmente”.
Menos de 2% dos preservativos se
rompem quando usados corretamente. Não use lubrificantes à base
de óleo com preservativo de látex,
dois preservativos ao mesmo tempo
nem preservativo fora da data de
validade ou sem o selo do INMETRO.
Resumindo
Usado corretamente, o
preservativo é a melhor
maneira de você se
prevenir da infecção por
HIV durante o ato sexual.
Os preservativos podem
proteger a boca, a vagina
e o reto do sêmen ou sangue com HIV. Também
podem proteger o pênis do
HIV presente nos fluidos
vaginais ou no sangue
dentro da boca, da vagina
e do reto, além de prevenirem outras DSTs.
Os preservativos devem ser
armazenados, usados e
jogados fora corretamente.
Você pode usar o preservativo feminino tanto na
vagina quanto no reto
(nesse caso é recomendado
retirar previamente o anel
interno). Lembre-se: é melhor prevenir do que remediar, como diz o ditado
popular. Ou seja, a prevenção ainda é o melhor remédio na luta contra o HIV.
“O HIV pode atravessar os ’poros’
dos preservativos”.
O HIV não pode ultrapassar nem látex
nem preservativos de poliuretano.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Maria Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 3 mil exemplares/setembro de 2002
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