1 17º EDIÇÃO DO PRÊMIO SOCIEDADE MINEIRA DE ENGENHEIROS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA A ENGENHARIA DE PRODUÇÃO APLICADA À ÁREA HOSPITALAR VOLTADA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO Autor(es) do Trabalho: Evair Antonio Duarte Rogério Costa Maia Eustaquio Messias de Jesus Joyce França Reis Curso: Engenharia de Produção Período: 8º Período Escola/Universidade: Faculdade de Engenharia de Minas Gerais - FEAMIG Área Enfocada da arquitetura, agronomia ou engenharia: Engenharia de produção 2 Assinalar o tipo de trabalho proposto: ____ Pesquisa bibliográfica (trabalho realizado apenas com base em texto); ____ Estudo de caso (análise de um tema, através de pesquisa e estudo); ____ Pesquisa e avaliação (avaliação de uma situação com base em pesquisa); ____ Proposição de plano ou programa (estudo de caso: solução para problema diagnosticado); ____ Pesquisa e diagnose (investigação preditiva em relação à mudança em ambiente externo); _X__ Outra (especificar) _(Elaboração de produto, com base em pesquisa de campo) RESUMO (máximo 10 linhas) Com base em uma pesquisa realizada na enfermaria de um Hospital e Pronto Socorro de Belo Horizonte, foi elaborado um projeto para adequação e/ou inovação de uma mesa ortostática, que tem como aplicabilidade colocar o paciente com Lesão na Medula Espinhal (LME) na posição vertical, (de pé). O projeto visa elaborar um produto com qualidade, a um custo accessível a todos pacientes e de fácil manejo, para tal foi realizada entrevista com uma fisioterapeuta e observação direta a pacientes com LME, com objetivo de identificar os pontos mais relevantes no uso e manuseio da mesa ortostática, de posse dessas informações foi então elaborado um projeto e um protótipo da mesa, que serviu de base para composição dos custos de produção e testes de funcionamento dos mecanismos de acionamentos propostos. PALAVRAS-CHAVE (Maximo 3 ) LME, Mesa Ortostática, Manufatura ABSTRACT (máximo 10 linhas) Based on a research done at the Hospital's nursery, a project was done to build an orthostatic table, which is able to put the patient with Spinal Cord Injury in a vertical position, (standing). The project target to produce a device very useful for all persons who requires medical care ── with quality, at a cost accessible to all patients ── and it is easy to handle! To accomplish this goal an interview was conducted with the physiotherapist that looks after the physical therapy to patients with Spinal Cord Injury, in order to identify the outstanding matters about the use and handling of orthostatic table. Based on the facts under this project was then prepared a prototype of the new treatment table, with a known production costs for testing and operation of the drive mechanisms proposed.” KEY WORDS (máximo 3) Spinal Cord Injury, orthostatic table, manufacture 3 TEMA Desenvolvimento de um protótipo de mesa ortostática aplicado no tratamento de pacientes com Lesão da Medula Espinhal, (LME), em uma unidade de um hospital no município de Belo Horizonte. INTRODUÇÃO Com ciclos de vida dos produtos cada vez menores torna-se necessário a entrada de novos produtos no mercado, e com isso novos produtos são desenvolvidos constantemente. Para atender esta demanda é necessário desenvolver produtos competitivos, diferenciados em qualidade e custo, pois o desenvolvimento de produtos tem se tornado um processo-chave para a competitividade na manufatura, portanto com a integração entre as áreas humanas e exatas, é abordada uma iniciativa em inovar um produto existente no mercado, sem perder de vista as características básicas do desenvolvimento de produto, de forma que o mesmo se torne viável economicamente a todos os níveis sociais. Esta iniciativa originou-se a partir da necessidade do estágio social, requisito para conclusão do curso de Engenharia de Produção da Faculdade FEAMIG. O grupo optou por fazer o estágio social na unidade de tratamento de LME do Hospital Pronto Socorro situado em Belo Horizonte. Em uma visita feita na ala de pacientes com LME foi observado que pacientes com este tipo de trauma tem a necessidade de um equipamento específico para uso na fisioterapia, trata-se de um equipamento, mesa ortostática, de custo elevado, na ordem de R$2.800,00, e deve ser utilizado continuamente pelo paciente. PROBLEMA DE PESQUISA Como o uso de métodos e técnicas da Engenharia de Produção baseado no desenvolvimento de produtos pode auxiliar no processo de tratamento de pessoas com Lesão na Medula Espinhal, (LME)? CONTEXTUALIZAÇÃO No inicio do desenvolvimento de um produto, o grau de incerteza deste processo é muito alto, mas que tende a diminuir com a evolução do processo, porém 85% do custo do desenvolvimento podemos ser atribuídos às modificações no processo, que aumentam a cada mudança no desenvolvimento onde as decisões já tomadas são perdidas. Assim um dos grandes desafios do desenvolvimento é o gerenciamento destas incertezas, mas existem diversas visões para este desenvolvimento, onde cada parte responsável irá priorizar seu atendimento, puxar o projeto como parte isolada, onde os designers irão priorizar o visual, o administrador irá visualizar apenas a parte de custo e engenheiros mecânicos e de produção apenas a parte matemática do projeto e o processo de produção respectivamente, assim quando levado para a prática terá diversos problemas por ter se levado o mesmo projeto em subprojetos independentes. Para contornar este problema devese ter uma visão holística, construindo o projeto como um todo. Os países desenvolvidos são os grandes criadores de produtos. Nos paises em desenvolvimento aplica-se a tecnologia para adaptação do produto ao país onde nesse contexto prioriza-se o desenvolvimento de processo. 4 Leva-se tempo para lançar um produto no mercado, tempo este relacionado aos estudos de possibilidades de determinados materiais e tecnologias que deverão ser usadas neste produto. Após estas definições vêm as decisões de escolha dos fornecedores, tecnologias de processo, construir protótipo, arranjo físico da produção, etc. Partindo dessas premissas estamos propondo uma inovação na mesa ortostática. A coluna vertebral é a estrutura que promove sustentação para a postura ereta, constituindo uma manga protetora, porém flexível para a delicada medula espinhal, além de assegurar locais para a fixação de músculos e servir para transferir e atenuar cargas da cabeça e tronco e para os membros inferiores e viceversa. (RASH, 1991). Ela é composta por 33 vértebras, das quais 24 se unem para formar a coluna flexível. Sendo que estão subdivididas em: sete cervicais (C1-C7), doze torácicas (T1-T12), cinco lombares (S1-S5) e quatro coccígeas. A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas fisiológicas no plano sagital: cervical, torácica, lombar e sacra. Fig.1 – Coluna Vertebral O que é Lesão da Medula Espinhal - LME Diversos são os mecanismos, que freqüentemente combinados produzem lesões da medula espinhal. A esta lesão ocorre com mais freqüência a partir de forças indiretas produzidas pelos movimentos da cabeça e tronco, e com menor freqüência por lesão direta a uma vértebra. Os mecanismos comuns que operam na LME são: flexão, compressão, hiperextensão e flexão-rotação. Estas forças resultam numa fratura e/ou luxação. A intensidade e combinação de forças impostas têm influencias diretas no tipo e localização das fraturas, quantidade de deslocamento e extensão das lesões aos tecidos moles. A coluna vertebral demonstra graus diversos de suscetibilidade às lesões. Algumas áreas são inerentemente mais vulneráveis, devido a sua elevada mobilidade e relativa falta de estabilidade, comparativamente a outros segmentos da coluna. As regiões da coluna vertebral que demonstram a mais elevada freqüência de lesões estão situadas entre C5 e C7, na região cervical e entre T12 e L2 na região tóraco-lombar (SULLIVAN, 1993). 5 Fig. 2 – Ilustração de uma Lesão Medular Os acidentes com veículos motorizados constituem a principal causa de traumatismo na coluna cervical, com os acidentes de mergulho sendo a principal causa nas lesões esportivas. Nos casos em que o exame radiológico não mostra nenhuma fratura ou luxação, mas há uma lesão medular substancial, essas lesões ocorrem por hiperextensão da coluna cervical em pessoas com espondilose. A medula espinhal, já comprometida por um estreito canal, é comprimida por um estreitamento adicional, causado pela hiperextensão da coluna cervical. Além disso, Hughes assinala, que pode ocorrer obstrução da artéria vertebral sem evidência radiológica de fratura, produzindo uma região central de isquemia ou infarto da medula cervical. No caso de uma fratura luxação com dano a toda a espessura da medula, perde-se toda a função abaixo da lesão. Assim, há uma perda sensitiva e motora total na área do corpo do local da lesão para baixo. Após a lesão, as alterações vasculares e biológicas levam a um completo infarto e necrose do segmento lesado. O mecanismo de redução do fluxo sangüíneo na medula espinhal após o trauma não é bem compreendido. De acordo com Tator, pode ser um efeito mecânico direto sobre os vasos sangüíneos ou pode haver uma explicação biomecânica. No momento da lesão não ocorre somente uma lesão direta dos axônios e vasos sangüíneos, mas ocorre também uma cadeira secundária de eventos, resultando em hipóxia, edema e infarto. Osterholm & cols., são de opinião que a liberação de norepinefrina no local da lesão causa intensa vaso contrição, levando a isquemia e necrose hemorrágica da medula. Consequências Imediatamente após uma LME, há um período de arreflexia denominado choque espinhal. Este período de depressão reflexa transitória não esta claramente compreendido. Acredita-se que resulte do próprio desligamento abrupto das conexões entre os centros superiores e a medula espinhal. Caracteriza-se pela ausência de toda atividade reflexa, flacidez, e perda da sensibilidade abaixo do nível da lesão. Pode prolongar-se de diversas horas até diversas semanas, mas 6 tipicamente cede dentro de 24 horas. A resolução precoce do choque espinhal é um importante sinal prognóstico (SULLIVAN, 1993). - Deficiências motoras e sensitivas: haverá uma perda completa ou parcial da função muscular abaixo do nível da lesão; - Controle Térmico Prejudicado: há uma ausência de sudorese termo-reguladora, o que elimina os efeitos resfriadores evaporativos normais da perspiração em ambientes quentes; - Deficiência Respiratória: varia consideravelmente, dependendo do nível da lesão. Nas lesões das partes elevadas da medula espinhal entre C1 e C3, inervação pelo nervo frênico e a respiração espontânea ficam significativamente prejudicadas ou se perdem; Complicações Pulmonares: broncopneumonia, embolia pulmonar; - Espasticidade: decorre da liberação de arcos reflexos intactos do controle do SNC, caracterizando-se por hipertonicidade, reflexos hiperativos de estiramento. - A síndrome da imobilidade é um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por um período prolongado. Independente da condição inicial que motivou ao decúbito prolongado, esta síndrome evolui para problemas circulatórios, dermatológicos, respiratórios e muitas vezes psicológicos. Muito da morbidade e mortalidade associada ao paciente restrito ao leito advém dessas complicações músculo-esqueléticas e viscerais. - Sabemos que o ser humano é desenhado para ser móvel, principalmente porque 40% do nosso organismo é composto de músculos esqueléticos (SULLIVAN, 1993). Além do mais somos dependentes da atividade física para que haja a manutenção deste sistema músculo-esquelético e para a melhor função de nossos órgãos internos. Sabemos, por exemplo, que a reabsorção óssea é feita através dos estímulos de pressão e tração que este segmento recebe ao longo do dia onde nos locomovemos e pressionamos as estruturas. Outros exemplos da falta de atividade física são insuficiência cardíaca, deterioração articular, condições tromboembólicas, estase gastrointestinal e estase urinária. A patofisiologia das alterações que acontecem devido ao longo decúbito começa cedo e evolui rapidamente. Muitas das desordens são reversíveis mas quanto maior o período de imobilização mais difícil será a sua reabilitação. Abaixo são listados alguns dos efeitos adversos que ocorrem devido ao longo decúbito: No sistema músculo-esquelético a) Hipotrofia, atrofia muscular e descondicionamento b) Contraturas c) Osteoporose e osteopenia d) Deterioração articular e) Ossificação heterotrópica f) Osteomielite g) Deformidades Segundo Myers 1995, Para os pacientes de LME é preconizado um trabalho de cinesioterapia motora inicialmente utilizando, se possível a cinesioterapia livre ou assistida e isometria e, quando em estados onde o paciente não é muito colaborativo usa-se a cinesioterapia passiva. Além disto deve-se fazer um programa de estiramento mantido visando trabalhar tanto o tecido conectivo quanto o alongamento da fibra muscular. A massoterapia é de fundamental importância para a liberação de aderências e "trigger points". 7 Na função visceral a) Alteração no sistema respiratório · Diminuição do trabalho com conseqüente perda de força da musculatura da ventilação · Diminuição de volumes e capacidades pulmonares · Estase de muco em áreas mal ventiladas levando a infecções pulmonares · Atelectasias · Dificuldade para tossir · Broncoaspiração b) Alteração do sistema cardiovascular · Alteração no volume de distribuição dos fluídos corporais · Descondicionamento cardíaco · Hipotensão ortostática · Trombose venosa profunda · Tromboembolismo pulmonar c) Alterações no sistema urinário · Estase da urina · Cálculo renal · Infecções · Bexiga neurogênica · Incontinência d) Sistema gastrointestinal · Perda de apetite · Incontinência fecal · Fecaloma · Constipação e obstrução Mobilização precoce diminui a incidência de tromboembolismo e de trombose venosa profunda além de permitir a melhor oxigenação e nutrição dos órgãos internos. A movimentação ativa quando possível, a mobilização passiva a massoterapia, padrões ventilatórios e uso de incentivadores inspiratórios são as principais formas de prevenir as alterações nos sistemas viscerais. No sistema protetor A úlcera de pressão é a mais comum alteração que acontece nos pacientes submetidos ao longo período de decúbito. Elas podem ser minimizadas por mudanças constantes de decúbito, uso de colchão especial, massoterapia, crioterapia e em estágios mais avançados a laser terapia. OBJETIVOS Objetivo Geral Propor uma modificação no equipamento existente hoje no mercado, de forma que fique viável técnico e economicamente o seu uso na fisioterapia em pacientes com LME, facilitando assim a reintegração do mesmo na sociedade. 8 Objetivo Específico Aplicar a engenharia de produção na área hospitalar. Analisar e participar de um processo de inovação em um determinado produto, no caso a mesa ortostática, desde a concepção da inovação a ser proposta até a aplicação no cliente final. Propor o desenvolvimento de um produto com qualidade, segurança e fácil manuseio, com o menor custo possível. JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA È importante mostrar o uso da engenharia de produção nos mais variados segmentos, mostrar que sua aplicabilidade também pode estar relacionada à área de saúde. Face o Hospital atender a um grande número de pacientes com os mais diferentes quadros clínicos e ter uma verba restrita para a compra de equipamentos específicos na área de fisioterapia, procuramos elaborar um estudo para viabilizar o uso da mesa ortostática pelo setor de fisioterapia, uma vez que o uso dessa mesa pode contribuir significativamente na parte física e psíquica no tratamento dos pacientes com LME. METODOLOGIA DE PESQUISA Para o desenvolvimento do trabalho, o grupo optou por fazer entrevista com uma fisioterapeuta, responsável pelo setor de fisioterapia do hospital e Pronto Socorro e Observação simples dos pacientes com LME do mesmo hospital. ENTREVISTA – Técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formulam perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. É uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada por profissionais que tratam de problemas humanos, não apenas para coleta de dados, mas também com objetivos voltados para diagnóstico e orientação. Enquanto técnica de coleta de dados, a entrevista é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca de suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes. Vantagens da entrevista: - A entrevista possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social; - A entrevista é uma técnica muito eficiente para a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano; - Os dados obtidos são suscetíveis de classificação e de quantificação. Limitações da entrevista 9 - A falta de motivação do entrevistado para responder as perguntas que lhe são feitas; - Inadequada compreensão do significado das perguntas; - O fornecimento de respostas falsas, determinadas por razões conscientes ou inconscientes; - Inabilidade ou mesmo incapacidade do entrevistado para responder adequadamente, em decorrência de insuficiência vocabular ou de problemas psicológicos; - A influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistador sobre o entrevistado; - A influência das opiniões pessoais do entrevistador sobre as respostas do entrevistado; - Os custos com treinamento de pessoal e a aplicação das entrevistas. Procuramos contornar os pontos limitantes da entrevista para se obter o maior aproveitamento possível, uma vez que a entrevistada é uma profissional com bastante experiência na área em estudo. Classificação das entrevistas - Informal - Focalizada - Pautas - Estruturada No caso em questão optamos por uma entrevista por pautas, visto que a mesma apresenta certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. As pautas devem ser ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente à medida que refere às pautas assinaladas. Observação Simples - A observação constitui elemento fundamental para a pesquisa. A observação é sempre utilizada na coleta de dados; ou conjugada, exclusivamente, para a obtenção de dados em muitas pesquisas, e por estar presente também em outros momentos da pesquisa, a observação chega mesmo a ser considerada como método de investigação. - A observação nada mais é que o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. - A observação apresenta como principal vantagem, em relação a outras técnicas, a de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação. - O principal inconveniente da observação está em que a presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco confiáveis. As pessoas, de modo geral, ao se sentirem observadas, tendem a ocultar seu comportamento, pois temem ameaças a sua privacidade. Dos três tipos de observação, Simples, Participante e Sistemática optamos por fazer a observação simples, uma vez que a observação simples é aquela em que o pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem. Neste procedimento o pesquisador é muito mais um espectador que um ator. 10 Vantagens da observação: - Possibilita a obtenção de elementos para a delimitação de problemas de pesquisa; - Favorece as construções de hipóteses acerca do problema pesquisado; - Facilita a obtenção de dados sem produzir querelas ou suspeitas nos membros das comunidades, grupos ou instituições que estão sendo estudados. Limitações da observação: - É canalizada pelos gostos e afeições do pesquisador. Muitas vezes sua atenção é desviada para o lado pitoresco, exótico ou raro do fenômeno; - O registro das observações depende, freqüentemente, da memória do investigador; - Dá ampla margem à interpretação subjetiva ou parcial do fenômeno estudado. A pesquisa desenvolvida pelo grupo ocorreu em duas etapas distintas, sendo a primeira etapa a entrevista com a coordenadora da fisioterapia, conforme mencionado anteriormente. E a segunda parte foi feito a observação in loco de pacientes com LME que necessitam do uso da mesa ortostática. Na entrevista foram levantados alguns tópicos referentes às características da mesa ortostática e dos pacientes que dela precisam. A entrevista foi realizada no consultório da coordenadora, enquanto a observação se deu na ala de LME, ambos no 6° andar do HPS: ESTUDO PRÁTICO Para a elaboração do projeto foram observadas as fases de gestão de um projeto para posterior lançamento do produto, essas fases estão relacionadas aos itens: Escopo do projeto, tempo de elaboração, custo de produção, qualidade do produto, recursos humanos a ser utilizado na elaboração do projeto bem como na manufatura do produto, comunicação entre as equipes de desenvolvimento do projeto e fabricação do produto, gestão de riscos, aquisições de insumos e a integração de todas as áreas envolvidas no projeto. Embora o Hospital não tenha uma mesa ortostática disponível para uso, foi realizado, através da entrevista e das observações realizadas in loco, um levantamento das condições ideais de uso da mesa, bem como os benefícios gerados para o hospital e para os pacientes a partir da sua utilização, dessa forma foram listados e agrupados os pontos mais relevantes, que deveriam ser levados em consideração na elaboração do projeto, quais sejam: - Mobilidade - Aplicabilidade - Ergonomia - Segurança pessoal - Técnica de produção - Automatização do equipamento - Materiais aplicados no produto - Custo de produção - Custo de residência do paciente no hospital - Possíveis patrocinadores - Viabilidade Financeira 11 Mobilidade Devido ao grande número de leitos ocupados por pacientes com LME, tornase importante que a mesa ortostática tenha um sistema de movimentação, pois conforme observado, os pacientes se queixam de ter de ficar praticamente todo o tempo olhando para uma mesma paisagem, o teto do quarto, ou quando muito para o paciente ao lado. Item de projeto: Implantar sistema de rodas para facilitar a locomoção do paciente quando em uso da mesa, de forma que o mesmo possa ser levado próximo a uma janela ou sacada. Aplicabilidade É necessário tomar os devidos cuidados para que a mesa seja utilizada por vários tipos físicos, quer seja feminino ou masculino, gordo ou magro, alto ou baixo. Item de projeto: Implantar sistema de trava do paciente ajustável ao porte físico do mesmo. Ergonomia A depender do tipo de lesão sofrida pelo paciente, o mesmo poderá depender de acoplamentos especiais na mesa. Para as pessoas que vão auxiliá-lo, é importante que a mesa seja de fácil acesso e a uma altura adequada. Item de projeto: Implantar suporte para soro ou oxigênio, bem como descanso de mão para pacientes paraplégicos e Adequar a altura da mesa de modo a facilitar a acomodação do paciente pelos auxiliares. Segurança Todo cuidado deve ser tomado para que o paciente se sinta seguro em relação à postura sobre a mesa ortostática, uma vez que ele perdeu a mobilidade e está impossibilitado de se auto proteger em caso de queda. Item de projeto: Tipo de travamento resistente e em local apropriado nos pontos de sustentação do corpo. Técnica de produção Devido ao baixo consumo, o produto não suporta uma linha de produção em série. Item de projeto: Produção manual por unidade encomendada, podendo ter alguns itens em estoque, o que facilitaria eventuais manutenções. Automatização do equipamento No mercado existem alguns modelos de mesa ortostática, a maioria, cerca de 90%, tem o sistema de basculamento motorizado. Item de projeto: 12 Automatizar sistema de basculamento e alteamento da mesa, porém com acionamento manual, com vistas à redução de custo e mobilidade do equipamento. Materiais aplicados no produto Todos os matérias a serem aplicados na fabricação da mesa devem estar de acordo com os requisitos de segurança e devem ter a especificação técnica definida e apropriada ao projeto uso proposto. Itens de projeto: Serão utilizados para fabricação da mesa ortostática poucos tipos materiais como: tubos de ferro, rodas, parafusos, engrenagens, polias, cabos de aço, madeira. Custo de produção As mesas disponíveis no mercado estão sendo oferecidas para o consumidor final, a um preço que varia entre R$2000,00 a R$2800,00 a depender do fabricante e dos acessórios. Item de projeto: Customizar o processo de produção com o objetivo de atingir um preço máximo para o consumidor na ordem de R$900,00. Custo de residência do paciente no hospital Sem o auxilio da mesa ortostática, estudos realizados pela área de fisioterapia, mostram que o tempo de permanência do paciente no hospital tende aumentar, uma vez que uma série de complicações podem surgir, conforme mencionado anteriormente e o risco de contaminação por infecção hospitalar aumenta, complicando mais ainda o quadro clínico do paciente. Item de projeto: Viabilizar o processo de construção da mesa de tal forma que o custo fique mais baixo, tornado-se acessível a todos os pacientes com LME do hospital. Possíveis patrocinadores Em se tratando de um hospital público, onde a verba disponível para compra deste tipo de equipamento é pequena, torna-se necessário a busca por possíveis patrocinadores dispostos a adotar a idéia aqui apresentada. Item de projeto: Mostrar a viabilidade do projeto, e com isso conquistar a confiança de possíveis patrocinadores para a fabricação e/ou manutenção de mesas. Viabilidade Financeira Nesta fase o custo de produção do produto é elaborado a partir de estimativas e dados provenientes de orçamentos para a fabricação da mesa, depois de gerado o custo, a análise da viabilidade de se colocar o produto no mercado, sem perder de vista qual o seu potencial de competitividade em relação ao concorrente fica mais fácil. Item de projeto: Elaborar o estudo de viabilidade econômica do projeto. 13 ELABORAÇÃO DO PRÉ-PROJETO Após analisar os itens citados, foi elaborado um pré-projeto da mesa ortostática, que tem como objetivo dar suporte à avaliação preliminar técnica operacional e financeira do produto, demonstrando as inovações sugeridas em relação aos produtos existentes no mercado. Sistema de basculamento Para atender à função básica da mesa, (inclinação de 0° a 90°), O sistema de basculamento foi projetado para ser acionado manualmente, através de manivela e caixa de engrenagens parafuso de rosca sem fim, que aciona um cabo de aço ligado à base da mesa. Para diminuir o torque necessário para realização do trabalho, foi utilizado um sistema de polia móvel que reduz pela metade a necessidade do torque. Sistema de rosca sem fim - conceito Conforme (notas de aula – SENAI). A coroa e o parafuso com rosca sem-fim compõem um sistema de transmissão muito utilizado na mecânica, principalmente nos casos em que é necessária redução de velocidade, aumento de força e auto travamento, como nos redutores de velocidade, nas talhas e nas pontes rolantes. No caso em questão, este sistema será utilizado principalmente por sua característica de travamento natural, isso é, tanto no processo de alteamento da mesa quanto no processo de basculamento, o acionamento deve permanecer na mesma posição em que se desejar parar o processo, sem a necessidade de travamento por dispositivos auxiliares, isso faz com que o nível de segurança do equipamento não seja comprometido. Fig. 03 – Engrenagem e parafuso com rosca-sem-fim Esse parafuso pode ter uma ou mais entradas. Veja, por exemplo, a ilustração de um parafuso com rosca sem-fim com 4entradas. 14 Fig. 04 – Rosca-sem-fim de 4 entradas O número de entradas do parafuso tem influência no sistema de transmissão. Se um parafuso com rosca sem-fim tem apenas uma entrada e está acoplado a uma coroa de 60 dentes, em cada volta dada no parafuso a coroa vai girar apenas um dente. Como a coroa tem 60 dentes, será necessário dar 60 voltas no parafuso para que a coroa gire uma volta. Assim, a rpm da coroa é 60 vezes menor que a do parafuso. Se, por exemplo, o parafuso com rosca sem-fim está girando a 1.800 rpm, a coroa girará a 1.800 rpm, divididas por 60, que resultará em 30 rpm. Suponhamos, agora, que o parafuso com rosca sem-fim tenha duas entradas e a coroa tenha 60 dentes. Assim, a cada volta dada no parafuso com rosca sem-fim, a coroa girará dois dentes. Portanto, será necessário dar 30 voltas no parafuso para que a coroa gire uma volta. Assim, a rpm da coroa é 30 vezes menor que a rpm do parafuso com rosca sem-fim. Se, por exemplo, o parafuso com rosca sem-fim está girando a 1.800 rpm, a coroa girará a 1.800 divididas por 30, que resultará em 60 rpm. A rpm da coroa pode ser expressa pela fórmula onde: Nc = rpm da coroa Np = rpm do parafuso com rosca sem-fim Ne = número de entradas do parafuso Zc = número de dentes da coroa Na figura 04, podemos observar que no parafuso com rosca sem-fim aparece o passo (P) e o avanço (Ph). A relação entre o passo e o avanço é dado pela fórmula Ph = Ne*P onde: Ne = número de entradas Quando o problema é calcular as dimensões do parafuso com rosca sem-fim e da coroa a serem fabricados, é preciso calcular o módulo (M), usando-se a mesma fórmula empregada para cálculo de engrenagem helicoidal. A fórmula é a seguinte: 15 Onde: de = diâmetro externo do parafuso De = diâmetro externo da coroa E = distância entre os centros Essas dimensões foram tomadas medindo-se o conjunto, e obtivemos os valores de = 28 mm De = 104,4 mm E = 62,2 mm Substituindo os valores na fórmula (A), temos: M= (28 + 104.4- 2* 62 2)/4 M= (132 4 – 124.4)/4 M= 8/4 M=2 Assim, o módulo do conjunto coroa e parafuso com rosca sem-fim é 2. Agora, com o valor do módulo, é possível calcular as demais dimensões. Para facilitar os cálculos, vamos utilizar a nomenclatura seguinte. Coroa M = módulo Zc = número de dentes Dp = diâmetro primitivo De = diâmetro externo D2 = diâmetro maior l = largura da roda R = raio d = ângulo dos chanfros da coroa a = altura da cabeça do dente b = altura do pé do dente h = altura total do dente b = ângulo da hélice E = distância entre eixos da coroa e da rosca sem-fim Parafuso com rosca sem-fim de = diâmetro externo dp = diâmetro primitivo g = ângulo do flanco do filete Fórmulas: 16 Fig. 05 – Conjunto de Engrenagem e parafuso rosca-sem-fim Valores de l Para parafuso com rosca sem-fim de uma ou duas entradas: l = 2,38 * P + 6 Para parafuso com rosca sem-fim com mais de duas entradas: l = 2,15 * P + 5 Valores de h h = a + b, sendo a = M b = 1,167 · M (para ângulo de pressão 14º30 ou 15º) b = 1,25 · M (para ângulo de pressão 20º) h = 2,167 · M (para ângulo de pressão 14º30' ou 15º) h = 2,25 · M (para ângulo de pressão 20º) cosd= dp/de g = 29º, 30º ou 40º, variando de acordo com o ângulo de pressão: 14º30', 15º e 20º. Agora, já é possível calcular as demais dimensões da coroa e da rosca do parafuso. Contando o número de dentes da coroa, temos: Zc = 50 O passo P da coroa e da rosca do parafuso é dado pela fórmula P = M * p Logo: P = 2 * 3,14 P = 6,28 mm O diâmetro primitivo da coroa é calculado por Dp = De - 2 * M Dp = 104,4 - 2 * 2 Dp = 104,4 - 4 Dp = 100,4 mm O diâmetro primitivo da rosca do parafuso é dado por dp = de - 2 · M dp = 28 - 2 · 2 dp = 28 - 4 dp = 24 mm 17 O raio R é calculado pela fórmula Assim, R= 62 2 – (104 4/2) R = 62,2 - 52,2 R = 10 mm O ângulo dos chanfros (d) pode ser calculado pela fórmula Consultando a tabela de co-seno temos, aproximadamente: d = 31º Calcula-se o diâmetro maior da coroa (D2) pela fórmula D2 = De + 2 · R · (1 - cos d) Assim, D2= 104,4 + 2 * 10 * (1 - 0,85714) D2= 104,4 + 20 * (0,14286) D2= 104,4 + 2,857 D2= 107,257 mm Logo, D2 é, aproximadamente, igual a 107,26mm. A largura da coroa (l) para o parafuso com rosca sem-fim de uma entrada é dada por l = 2,38 * P + 6 l = 2,38 * 6,28 + 6 l = 14,95 + 6 l = 20,95 mm A altura total do dente (h) é calculada pela fórmula h=a+b para a = M a = 2,0 mm e b = 1,25 · M (considerando o ângulo de pressão 20º) b = 1,25 · 2 b = 2,5 mm Portanto, h = 2,0 + 2,5 h = 4,5 mm O ângulo da hélice b é dado por Portanto, procurando o valor mais próximo na tabela de co-seno, b = 5º. Sistema de alteamento Para facilitar a acomodação do paciente sobre a mesa, foi elaborado um sistema de rebaixamento e alteamento da mesa, isso é feito a partir da abertura, rebaixamento, e fechamento, alteamento, das hastes de sustentação (pernas) da 18 mesa, isso é necessário uma vez que, um dos pontos observados é a fácil utilização do equipamento, inicialmente a mesa fica a uma altura apropriada proporcionando maior facilidade de transbordo do paciente da cama ou cadeira de rodas para a mesa ortostática. O acionamento do dispositivo de alteamento segue os mesmos conceitos do acionamento de basculamento descrito anteriormente, após acionado o sistema, a mesa deve chegar à altura de 1,00m do piso, essa é a altura necessária para a mesa atingir 90° de inclinação. Flexibilidade da mesa Este é um dos itens de maior relevância no desenvolvimento do projeto, tratase da flexibilidade da mesa, foi elaborado um sistema de fechamento da mesa, de forma que quando a mesma não estiver em uso ela possa ser dobrada e ocupe o menor espaço possível, isso facilita o seu transporte e armazenamento, uma vez que o seu uso será diário. O design desenvolvido permite que o suporte da mesa, (pernas) gire em torno do eixo de sustentação, ficando com altura de aproximadamente 15cm e comprimento de 1,20m, Para a maca foi elaborado um sistema de dobradiças que permite que a mesma seja dobrada ao meio passando de 1,90m de comprimento para 1,0m. Estes sistemas estão em detalhe no desenho em anexo. Sistema de movimentação O projeto prevê a utilização de sistema de rodas com travas, que serão fixadas na parte inferior do suporte, estas rodas poderão ser desacopladas da base após o fechamento da mesa. LISTA DE MATÉRIAS Os materiais abaixo relacionados foram utilizados na construção do protótipo da mesa ortostática. TUBO DE AÇO 32mmx2mm TUBO DE AÇO 28mmx2mm TUBO DE AÇO 10mmx1mm BARRA CHATA DE AÇO 1030 40mmx2mm HASTE EM AÇO MACIÇO 1,1/4 sae1045 RODAS DE BORRACHA ROLDANA PINO DE AÇO 40mmX¨60mm CANTONEIRA 1/8 X ¾ ENGRENAGEM 60mm POLIA 90mm PARAFUSO COM ROSCA SEM-FIM 10mm CABO DE AÇO ELETRODO MADEIRA (MDF) TINTA SPRAY 350ml VELCRO CURVIM COLCHÃO CAIXA DE OVO 19 Levantamento dos custos Os custos aqui apresentados foram obtidos a partir da construção de um protótipo da mesa ortostática, é importante salientar que para a construção de um número maior de unidades estes custos tendem a cair, pois o poder de compra para quantidades maiores aumenta, facilitando a negociação de preços. Tabela 1 – Composição dos custos DECRIÇÃO TUBO DE AÇO 32mmx2mm TUBO DE AÇO 28mmx2mm TUBO DE AÇO 10mmx1mm BARRA CHATA DE AÇO 1030 40mmx2mm HASTE EM AÇO MACIÇO 1,1/4 sae1045 RODAS DE BORRACHA ROLDANA PINO DE AÇO 40mmX¨60mm CANTONEIRA 1/8 X 3/4 ENGRENAGEM 60mm POLIA 90mm PARAFUSO COM ROSCA SEM-FIM 10mm CABO DE AÇO ELETRODO MÃO DE OBRA TORNEIRO MÃO DE OBRA SOLDADOR MÃO DE OBRA PINTOR MÃO DE OBRA CAPOTEIRO FRETE (IGARAPÉ - BH) MADEIRA (MDF) TINTA SPRAY 350ml VELCRO CURVIM COLCHÃO CAIXA DE OVO CUSTOS INDIRETOS CUSTO TOTAL UNIDADE kg kg m kg kg und. und. und. m pc pc pc m und. H H H H Km m² und. m m und. QUANT. 13,17 0,70 3,00 2,00 6,21 4,00 2,00 2,00 11,00 1,00 1,00 1,00 4,00 15,00 2,00 8,00 3,00 3,00 50,00 1,14 2,00 3,20 1,80 1,00 1 VALOR UNITÁRIO TOTAL 4,14 54,52 4,14 2,90 3,60 10,80 2,44 4,88 5,20 32,29 8,00 32,00 13,00 26,00 0,70 1,40 3,00 33,00 52,00 52,00 24,00 24,00 37,00 37,00 2,30 9,20 0,60 9,00 9,00 18,00 5,20 41,60 3,40 10,20 6,00 18,00 0,65 32,50 45,00 51,30 8,90 17,80 2,20 7,04 12,50 22,50 35,00 35,00 60,00 60,00 642,93 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho mostra que com a integração entre áreas distintas como engenharia e ciências médicas é possível chegar a bons resultados, como foi mostrado. Com base no projeto conceitual podemos afirmar que, com pequenas modificações e/ou implementações no projeto original de uma mesa ortostática é possível obter ganhos de mobilidade, saúde e financeiros, para que os mesmos possam ser quantificados e provados, face necessária a elaboração do projeto executivo detalhado da mesa, bem como teste piloto acompanhado pelas áreas de engenharia e medicina, com o uso do protótipo. O desenho apresentado em anexo, define as características básicas da mesa após as devidas implementações. Com relação ao custo de produção conforme apresentado na tabela 1, foi satisfatório, uma vez que ficou em torno de 25% do valor de uma mesa ortostática 20 disponível no mercado, contudo este custo deverá ser elaborado com mais rigor a partir do projeto executivo detalhado, onde serão levantados todos os materiais e mão-de-obra necessários para a manufatura da mesa ortostática em uma determinada escala de produção. Para um melhor entendimento do que possa ser um paciente com LME, recomendamos as literaturas “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva e “Mar Aberto” de Chris Kentis, ambos são baseados em casos verídicos e define bem o que é um paciente com Lesão Medular Espinhal. 21 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - Bianca L. B. (2007) – Artigo Fisioterapia, Hospital Barra D Or, Professora de Cinesiologia do IBMR - Fredericks, C.M. & Saladin, L.K. (1996) pathophysiology of the motor systems E.A.Davis Company, Philadelphia - Guirro, E. e Guirro, R. – Fisioterapia Em Estética - Fundamentos - Knobel, E. (1998) Condutas no paciente grave. - Kottke, F.J., Lehmann J.F. (1994) Tratado de Medicina Física e Reabilitação DE KRUSEN - Ed Manole - pp. 305-323 - Myers, R.S. (1995) Saunders manual of physical therapy practice , W.B. Saunders Company, U.S.A. - O’SULLIVAN, S. B., SCHMITZ, T. (1993) Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2º ed. São Paulo: Manole. - RASH, P.J. (1991) Cinesiologia e anatomia aplicada. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara. - Santos, J. (2008) Pesquisa – Observação, Notas de aula - Sarkis M. (2005) Elementos de Máquinas - Editora Erica São Paulo - SENAI (2007) – Notas de aula, Engrenagens – Aula 36 22 ANEXO – PROJETO CONCEITUAL