MEDICAMENTOS NOVOS E ESTUDOS DE BIODISPONIBILIDADE RELATIVA Camila Fracalossi Rediguieri UABBE/GGMED/ANVISA Biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão em que uma substância é liberada de sua forma farmacêutica e absorvida, tornando-se disponível na circulação sistêmica. Biodisponibilidade absoluta é a medida que compara a biodisponibilidade de um fármaco administrado por via extravascular com o mesmo fármaco administrado pela via intravenosa. 100 % X Biodisponibilidade relativa é a medida que compara a biodisponibilidade de um fármaco contido em dois medicamentos distintos administrados por uma via extravascular. X A Biodisponibilidade Relativa é determinada por meio de Estudos Farmacocinéticos. C o n c e n t ra ç ã o p la s m á tic a (n g /m L ) 250 AUC 200 Referência 150 Cmax Teste 100 50 0 0 5 10 15 Tempo (horas) 20 25 RDC 136/2003 “ f)... 1. ... 2. Os resultados dos estudos de Fase II e III para as empresas que descobrirem uma nova concentração, e/ou forma farmacêutica, e/ou via de administração no País para a mesma indicação terapêutica para um fármaco registrado por uma outra empresa. Estes estudos estão dispensados, sendo substituídos pela prova de biodisponibilidade relativa quando estiverem dentro da faixa terapêutica já aprovada; ” RDC 210/2004 “ II - DO REGISTRO 2... e) No caso de medicamentos que consistam em: - combinações de princípios ativos diferentes em uma mesma forma farmacêutica, doravante denominados combinações em dose fixa; - duas ou mais apresentações em uma mesma embalagem, para uso concomitante ou seqüencial; além dos demais itens o proponente deve apresentar justificativa de sua racionalidade e, quando aplicável, o resultado dos seguintes estudos: biodisponibilidade relativa entre a combinação em dose fixa e cada princípio ativo isolado que a componha; ensaios clínicos controlados para cada indicação terapêutica, ...” Desenho do estudo Para uma nova concentração, e/ou forma farmacêutica, e/ou via de administração: Randomizado, realizado em dois períodos e cruzado Voluntário Período 1 Período 2 x A B y B A Desenho do estudo Para uma nova associação: ? Food and Drug Administration (FDA) Guidance for Industry – Fixed Dose Combinations, CoPackaged Drug Products, and Single-Entity Versions of Previously Approved Antiretrovirals for the Treatment of HIV “ VI. Farmacologia clínica Para aprovação de uma nova Combinação em Dose Fixa, é importante determinar que a velocidade e a extensão da absorção de cada princípio ativo na combinação são iguais às dos princípios ativos isolados administrados concomitantemente.” European Medicines Agency (EMEA) Note for Guidance on the Investigation of Bioavailability and Bioequivalence “ 5.1.5. Combinação em dose fixa Deve-se avaliar a biodisponibilidade relativa a cada princípio ativo administrado isoladamente (no caso de uma nova combinação) ou a uma combinação já existente. No caso de nova combinação, o estudo deverá ser conduzido de modo a permitir a detecção de interações farmacocinéticas.” World Health Organization (WHO) Guidelines for registration of fixed-dose combination medicinal products (WHO Technical Report Series, Nº 929, 2005, Annex 5) Classifica as Combinações em Dose Fixa em 4 cenários. Cenário 1: A nova combinação contém os mesmos ativos nas mesmas dosagens de uma combinação já existente. Trata-se de um genérico. World Health Organization (WHO) Cenário 2: A nova combinação contém os mesmos ativos nas mesmas dosagens de um regime estabelecido com monodrogas. Os perfis de segurança e eficácia estão bem caracterizados e as interações farmacocinéticas são conhecidas. Cenário 3: A nova combinação contém ativos com segurança e eficácia estabelecidas mas que nunca foram associados. As interações farmacocinéticas não são conhecidas. Cenário 4: A nova combinação contém uma ou mais moléculas novas. World Health Organization (WHO) Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 √ √ Às vezes Às vezes Estudos pré-clínicos Não Não Às vezes √ Estudos clínicos Não Não √ √ Estudo de BDR Desenho do estudo Combinação em dose fixa Cenário 1 (produto genérico) Cenário 2 (interação conhecida) Cenários 3 e 4 (interação desconhecida) Regime 1 Regime 2 AB AB AB Regime 3 B A AB A AB AB B ou Desenho do estudo Kits Regime 1 Cenário 1 (produto genérico) Cenário 2 (interação conhecida) Cenários 3 e 4 (interação desconhecida) Regime 2 A B A B A B A B A B A B A A Regime 3 B B ou Exemplos Cenário 2 : ATRIPLA® EFV, Efavirenz; FTC, Emtricitabina; TDF, Tenofovir Exemplos Cenário 2 : AVANDAMET® Exemplos Cenário 2 : AVANDAMET® Exemplos Cenário 3 : CADUET® Exemplos Cenário 3 : CADUET® Estudos de BDR para registro de medicamentos novos (2004 a 2007*) Cenário 3 2 Novas associações Nova concentração/ forma farmacêutica/ via administração 8 Cenário 2 * Dados de janeiro a maio 18 Estudos em jejum ou alimentação? Estudo BDR em jejum Jejum Bula Modo de uso: Adm. Consistente Não Após as refeições Não Estudo BDR em jejum Farmacocinética influenciada por alimentos? Sim Farmacocinética influenciada por alimentos? Estudo BDR em jejum Estudo BDR com alimentação Sim Estudo BDR em jejum e alimentação Lista 1 - Forma de Administração, Resolução – RE nº397, de 12 de novembro de 2004 Racionalidade de uma nova associação • Maior eficácia • Menos efeitos adversos • Simplificação do regime terapêutico • Menor custo • Melhor adesão do paciente ao tratamento Missão da Agência Proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso OBRIGADA Camila Fracalossi Rediguieri UABBE/GGMED/ANVISA [email protected]