SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENCIVA PÓSGRADUAÇÃO ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES ACOMETIDOS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA JOÃO PESSOA 2011 MARILENE SANTOS DA SILVA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES ACOMETIDOS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Artigo apresentado SOBRAT,como ao requisito para obtenção do titulo de mestrado em Terapia Intensiva. Orientadora: Marcilene de lima santos João Pessoa 2010 RESUMO Pesquisa bibliográfica na qual selecionou-se 10 resultados de artigos e livros, localizados nas bases de dados: Medline, Lilacs, scielo, Capes e busca manual. Objetiva-se a oferecer Assistência de Enfermagem ao paciente com AVC em Terapia Intensiva e descrever aspectos do AVC que acomete milhões de pessoas na sociedade. Em seguida, realizou-se a análise dos diferentes contextos da questão à luz do referencial teórico de Hinds. PALAVRAS-CHAVE: Acidente Vascular Cerebral; Assistência de enfermagem; Pacientes de Unidade de Terapia Intensiva. ABABSTRACT Bibliographic search in which 10 were selected results of articles and books, located in the databases: Medline, Lilacs, Scielo, Capes and manual search. This paper aims to provide nursing care to patients with stroke in Intensive Care and describe aspects of stroke that affects millions of people in society. Then, there was the analysis of the different contexts of the issue in light of the theoretical framework of Hinds. KEY WORDS: Stroke; Nursing care; Patients at the Intensive Care Unit. RESUMEN Búsqueda bibliográfica en la que 10 fueron seleccionados los resultados de artículos y libros, que se encuentra en las bases de datos: Medline, Lilacs, SciELO, Capes y búsqueda manual. Este documento tiene como objetivo proporcionar atención de enfermería a pacientes con accidente cerebrovascular en Cuidados Intensivos y describir los aspectos de accidente cerebrovascular que afecta a millones de personas en la sociedad. Luego, fue el análisis de los diferentes contextos de la cuestión a la luz del marco teórico de Hinds. PALABRAS CLAVE: Ictus; cuidados de enfermería, los pacientes en la Unidad de Cuidados Intensivos. INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral tem como definição a instalação de déficit neurológico, subitamente ou rapidamente progressiva devido a uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e que tem duração maior de 24h. Deve-se salientar que, a instalação de déficits neurológico com duração menor de 24h é considerada também como AVC (Assad e Figueira, 2008). O termo Acidente Vascular Cerebral, também conhecido como ‘derrame’, significa o comprometimento súbito da função cerebral por inúmeras alterações histopatológicas que envolvem um ou vários vasos sanguíneos intracranianos ou extracranianos. O grande problema desta patologia não se encontra apenas no elevado índice de mortalidade, mas, sim, na incapacitação que impõe ao indivíduo, como por exemplo, não se alimentar ou locomover sozinho além do problema social (Neto, 2002). A interrupção do fluxo sanguíneo, em determinada parte do cérebro, resulta em súbita lesão da mesma, ocasionando o conjunto de sintomas que caracterizam o “derrame”. O AVC pode ser causado pela hemorragia dentro da massa cerebral, tendo como ponto de partida a ruptura de um vaso sanguíneo; outras vezes, ele é causado pelo bloqueio devido ao espessamento da parede interna de uma artéria que irriga o cérebro, ou por um coágulo sanguíneo que se formou no interior do coração (ou de uma artéria), deslocando-se do seu ponto de origem e “caminhando” até o cérebro (sosdoutor. Acessado em 16/01/ 2010). Aproximadamente 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) são causados por um baixo fluxo sangüíneo cerebral (isquemia) e outros 20% por hemorragias tanto intraparenquimatosas como subaracnóideas (Neto 2002). O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou déficits característicos (Aspesi e Gobatto, 2001). A mortalidade nos primeiros 30 dias após o AVC Isquêmico é de aproximadamente 10%, sendo relacionada principalmente a seqüela neurológica, podendo chegar a 40% ao final do primeiro ano. A maioria dos pacientes que sobrevivem a fase aguda do AVC apresenta déficit neurológico que necessitam de reabilitação, sendo que aproximadamente 70% não retornarão ao seu trabalho e 30% necessitarão de auxílio para caminhar (Pacto do AVC, 2007). O impacto das doenças crônicas sobre as sociedades humanas é crescente, especialmente, quando evolui para graus variados de incapacidade ou morte. Na sociedade atual encontra-se um grande número de indivíduos com alguma disfunção e esse número cresce diariamente no mundo. As causas e conseqüências da limitação são diversas e, especialmente, as conseqüências do viver com algum tipo de deficiência são influenciadas pelas condições gerais de vida e pelas políticas sociais e econômicas que são adotadas pelos Estados com visitas ao bem-estar de seus cidadãos (Silva, 2002). Considera-se relevante o estudo, visto que o AVC vem sendo constituído, na população brasileira, desde 1960, como causa principal de internações, mortalidade e disfuncionalidade, acometendo a faixa etária acima de 59 anos, superando, até mesmo, as doenças cardíacas e o câncer (Bocchi, 2005). No Brasil, ocorreram importantes transformações no seu padrão de morbidade e mortalidade, relacionadas, principalmente, às seguintes condições: a redução da mortalidade precoce, especialmente aquela relacionada a doenças infecciosas e parasitárias; o aumento da expectativa de vida ao nascer, com o consequente incremento da população idosa e das causas de adoecimento e morte mais prevalentes nesse grupo etário; e o processo acelerado de urbanização e de mudanças socioculturais que respondem, em grande parte, pelo aumento dos acidentes das violências, bem como por determinadas mudanças no perfil epidemiológico de algumas doenças transmissíveis (Rouquayrol, 2003). Diante do exposto, questiona-se como deve ser a assistência de enfermagem aos pacientes com AVC. De um modo geral, alguns princípios de reabilitação podem ser iniciados no segundo dia do AVC, como posicionamento adequado e movimentos passivos e prevenir complicações secundárias, com o paciente ainda hospitalizado. Este estudo justifica-se pelas contribuições que poderão oferecer o ensino e pesquisa na extensão da assistência de enfermagem prestada a pacientes com AVC em Unidade de Terapia Intensiva. Neste artigo, objetiva-se descrever aspectos do AVC que acomete milhões de pessoas na sociedade e analisar o conhecimento descrito na literatura relacionado à assistência de enfermagem ao paciente acometido de AVC em Terapia Intensiva. METODOLOGIA TEÓRICA Esta pesquisa refere-se a um trabalho bibliográfico teórico a partir de um levantamento bibliográfico de literaturas específicas, onde serão comparadas diferentes obras a fim de uma reflexão sobre o tema abordado por meio de consultas a banco de dados eletrônicos, revistas, livros, investigações publicadas entre 2000 e 2008. RESULTADOS Os enfermeiros da equipe do Programa de Saúde da Família (PSF) que fazem acompanhamento das pessoas e os fatores de risco associados, promovem o diagnóstico de enfermagem, interação com os mesmos através de modelos assistenciais, prevenindo e reconhecendo os riscos. da hipertensão e do tabagismo e a redução dos casos fatais devido ao tratamento rápido e especializado, associado ao crescente avanço nos manejos clínicos estão relacionadas ao declínio das mortes resultantes de Acidente Cerebral Encefálico (Brasil, 2010). A atuação dos profissionais no controle da hipertensão e do tabagismo e a redução dos casos fatais devido ao tratamento rápido e especializado, associado ao crescente avanço nos manejos clínicos estão relacionadas ao declínio das mortes resultantes de Acidente Cerebral Encefálico (Brasil, 2006). O reconhecimento e ações são norteados por cartilhas elaboradas pelo Ministério da Saúde, que preconizam cuidados, especialmente, aos realizados no Sistema único de Saúde (Couto, 2005). O atendimento e o reconhecimento dos diagnósticos para AVC, proporcionam a grande diferença no resultado do tratamento. O paciente atendido, diagnosticado clinicamente, tomograficamente e tratado com anticoagulantes nas três primeiras horas após o início do acometimento, tem maior chance de minimizar as seqüelas decorrentes do AVC. É nesta fase que o enfermeiro inicia a avaliação do cliente, diagnosticando os fatores de risco para iatrogenias, desde o momento da consulta até seu tratamento hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva ou clínica neurológica (Cogitare, 2008). Confirmar o diagnóstico de um acidente vascular cerebral (AVC) é importante sob dois aspectos: sua diferenciação dos outros distúrbios que causam déficit neurológico focal e a identificação dos pacientes sob risco particularmente alto de ter obstrução vascular subseqüente (AVC ou infarto do miocárdio), ou AVC por outra causa. Quando não conduz ao óbito, o AVC pode ocasionar graves seqüelas, levando o paciente a vários níveis de incapacidade física, com enorme impacto econômico e social. O Enfermeiro poderá estar atuando na conscientização com objetivo principal de orientar a população sobre a importância de fazer prevenção, principalmente depois que o paciente sofreu um primeiro episódio, quando as chances de ocorrer um segundo derrame aumentam em até 9 vezes. A campanha orientará o público a identificar os fatores de riscos obesidade,Tabagismo, (Hipertensão arterial sistêmica, Álcool, Anticoncepcional oral e Diabetes, Dislipidemia e Doenças associadas que acarretem aumento no estado de coagulabilidade do indivíduo), a reconhecer os seus sinais e sobre como proceder diante do problema (Jornal da AME, 2000. Acessado 22/01/2010). A internação do cliente, em muitos aspectos, é difícil de ser realizada de maneira rápida e efetiva, em virtude, da sobrecarga do Sistema do Sistema único de Saúde, das Unidades Hospitalares que não dispõem de recursos ou mesmos vagas para recebimento do paciente. Conforme relato na literatura é importante estabelecer critérios para o atendimento deste cliente internado: o lado hemiplégico deve ficar voltado para o centro do quarto, para favorecer a máxima estimulação; mobilizar o paciente com mais freqüência, observando o controle da cabeça e do tronco. Desta maneira previnem-se as úlceras por pressão (Hipertensão arterial sistêmica, Diabetes, Dislipidemia e obesidade, Tabagismo, diminui-se a incidência de trombose venosa e de complicações respiratórias, ao mesmo tempo em que se acelera a recuperação (Ruipérez, 2000).Criar perfil e aApesar de todas estas novidades que surgem no tratamento do acidente vascular cerebral, ainda é a prevenção o principal fator atuante sobre a doença. A identificação correta do risco deve ser preocupação permanente do Profissional que, através de exame minucioso, deve destacar as possibilidades da doença. A identificação de arteriosclerose familiar, o estudo cuidadoso do coração e das artérias, procurando arritmias e sopros. O exame do fundo de olho, sempre fundamental para a avaliação do estado das artérias. O controle da hipertensão arterial e do diabetes, bem como do colesterol e do peso. A eliminação do tabagismo e da vida sedentária e o combate ao estresse. Muitas vezes há necessidade de orientação da dieta apropriada e também do uso de medicamentos. r artigos! Cabe ao enfermeiro orientar o doente e estimulá-lo a fazer os exercícios em casa, assim como aconselhar quanto aos cuidados a ter com a pele, bexiga e intestinos e ajudá-lo na escolha e utilização de dispositivos e aparelhos de que necessita. Cabe-lhe também dar informações, apoio e orientações à família e a outras pessoas envolvidas na prestação de cuidados. Os com seqüela de AVC, têm uma diminuição da força muscular gerando dependência de outros, tanto no meio hospitalar quanto no domiciliar. Cuidar parece ser um papel específico e definidor de enfermagem, mas a casos que a família é fator essencial para este cuidado e a enfermagem tem como aliada no tratamento destes pacientes. A família deve sempre estar orientada e sendo orientada a evolução deste paciente. O paciente com suas atividades restritas passa a depender de outrem para a higiene corporal, para seu conforto e até mesmo para sua auto-estima. Na prescrição de enfermagem salientamos: * Realizar exercícios passivos nos membros afetados. Fazer os exercícios lentamente, para permitir que os músculos tenham tempo de relaxar e apoiar extremidades acima e abaixo da articulação para prevenir lesões nas articulações e nos tecidos; * Durante os exercícios, os braços e as pernas do cliente devem ser movimentados delicadamente no limite de sua intolerância à dor e realizar o exercício lentamente, permitindo o relaxamento muscular; * Ensinar o cliente a realizar exercícios ativos nos membros não afetados, no mínimo quatro vezes por semana; * Apoiar as extremidades com travesseiros, para evitar ou reduzir o edema; * Posicionar em alinhamento para prevenir complicações. * Usar apoio para os pés; * Evitar períodos prolongados sentado ou deitado na mesma posição; * Apoiar a mão e o punho em alinhamento natural; * Proporcionar mobilização progressiva; * Auxiliar lentamente para a posição sentada; * Permitir que as pernas fiquem suspensa sobre a lateral da cama por alguns minutos antes de ficar em pé; * Limitar em 15’, três vezes por dia as primeiras saídas da cama; * Aumentar o tempo fora da cama em 15’ conforme o tolerado; * Evoluir para a deambulação com ou sem auxílio; * Encorajar a deambulação por períodos curtos e freqüentes; * Aumentar progressivamente as caminhadas a cada dia; * Implementar as precauções de segurança; * Proteger as áreas com sensibilidade diminuída dos extremos de frio e calor; * Orientar quanto às complicações da imobilidade: - Flebite; úlcera por pressão; - Comprometimento neurovascular; *Auxiliar nos cuidados diários como higiene geral, vestir-se, alimentar - se.; *Administrar medicações conforme prescrição medica; *Aferir sinais vitais. CONCLUSÃO Muitas vezes, torna – se necessário em último caso a contenção de pacientes mais agitados e principalmente quando estes dependem de prótese ventilatória. As manobras de contenção, quando utilizadas de maneira consciente, e, portanto, com finalidade terapêutica, poderão ajudar a pessoa internada em ambiente desconhecido a diminuir o nível de ansiedade. As atividades de enfermagem são direcionadas para evitar posturas inadequadas que contribuam para lesões do sistema músculo-esquelético e contribuindo para a preservação da boa mecânica corporal. O processo de enfermagem, implica numa implementação de cuidados de enfermagem de modo que o trabalho seja executado dentro de um protocolo direcionado para todos os diagnósticos avaliados pelo Enfermeiro. Devemos valorizar a prática de enfermagem, mas, sobretudo a prática elaborada com fundamentos científicos e com análise dos resultados esperados que teremos através do processo de enfermagem. A análise da literatura descreve todas as ações pertinentes ao enfermeiro, norteando-o na sistematização da assistência de enfermagem, desde as condições predisponentes ao AVC bem como as intervenções objetivas. Observa-se que as ações devem ser executadas em parceria entre diversas equipes envolvidas na assistência, a fim de possibilitar ao cliente, a reabilitação das suas potencialidades, prevenção de novos acidentes, reconhecimento dos fatores de risco e ações específicas no tratamento de co-morbidades e doenças crônico-degenerativas. A assistência deve ser sistematizada durante o atendimento do cliente, em todos os aspectos subjetivos do cuidar da pessoa com deficiência. REFERÊNCIAS ASSAD, Leandro; FILGUEIR: A, Gustavo. Acidente Vascular Isquêmico. Rev. Nursing, 2008; ASPESI,Nelson e GOBATTO,Pedro. Acidente vascular cerebral. Outubro de 2001. Acessado em 22 de janeiro de 2010. (www.abcdcorposalutar.com.br); BOCCHI, SCM, Ângelo, M. 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