IV Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG PERFIL

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IV Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG
II Salão de Extensão
http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao
ISSN 2318-8014
PERFIL NUTRICIONAL E SINTOMAS PROVOCADOS PELO TRATAMENTO
QUIMIOTERÁPICO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS ATENDIDOS EM UM
AMBULATÓRIO DE CAXIAS DO SUL-RS
Waleska Bitencourta, Ana Paula Bosi b, Luane Souzac, Paula Perondid, Viviana Susine, Joana
Zanottif
a
Graduanda de Nutrição, Faculdade da Serra Gaúcha, FSG.
Graduanda de Nutrição, Faculdade da Serra Gaúcha, FSG.
c
Graduanda de Nutrição, Faculdade da Serra Gaúcha, FSG.
d
Graduanda de Nutrição, Faculdade da Serra Gaúcha, FSG.
e
Graduanda de Nutrição, Faculdade da Serra Gaúcha, FSG.
f
Mestra em Ciências Médicas, UFRGS. Docente da Faculdade da Serra Gaúcha, FSG*.
b
Informações de Submissão
*[email protected]
Rua Os Dezoito do Forte, 2366 - Caxias do Sul
- RS - CEP: 95020-472
Palavras-chave:
Câncer. Estado Nutricional. Desnutrição.
Resumo
Câncer é um conjunto de doenças, que possuem como
característica principal o crescimento desordenado de células.
As causas para a ocorrência desta doença são múltiplas, e
podem estar relacionadas à fatores genéticos, estilo de vida,
alimentação, entre outros. O tratamento quimioterápico
apresenta como efeitos colaterais náuseas, vômitos, diarreia,
alteração do paladar, xerostomia que costumam acometer
esses pacientes. Neste sentido, o objetivo do presente estudo
foi avaliar o perfil nutricional e sintomas provocados pelo
tratamento quimioterápico, dos pacientes oncológicos
atendidos em um ambulatório de Caxias do Sul –RS. Trata-se
de um estudo clínico, tipo transversal observacional, no qual
foram avaliados pacientes através da Avaliação Nutricional
Subjetiva Global produzida pelo próprio paciente. Foram
avaliados 76 pacientes, em relação ao sexo, 46,05% são do
sexo masculino e 53,94% do sexo feminino. A média de idade
foi 60 anos, a média de peso foi de 68,7kg, a média de Índice
de Massa Corporal (IMC) foi 25,18 kg/m² e percentual de
perda de peso (%PP) de 5,31%. A maior prevalência
encontrada foi de câncer gástrico e de mama 16%, seguido e
neoplasia de cabeça e pescoço, próstata e câncer hematológico
com 13%, já câncer de pulmão e ginecológicos representaram
7,8%. Neoplasia colorretal representou 6,5%. Concluiu-se
que os pacientes avaliados apresentaram estado nutricional
adequado, sem sintomas graves, provavelmente associado ao
fato de que o atendimento ambulatorial é prestado aos
pacientes estáveis e com menor grau de complexidade.
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1 INTRODUÇÃO
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que tem em comum o
crescimento desordenado de células que invadem outros tecidos e órgãos vizinhos. Estas
células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, ocasionando a formação de tumores ou
neoplasias malignas. Já em casos na qual o tumor é benigno, ocorre o surgimento de uma
massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido
original, raramente constituindo um risco de vida. (CUPPARI, 2014; INCA, 2016).
Nesse sentido o câncer pode ser definido como uma doença na qual seus fatores são
multicausais. Em 2015 o INCA divulgou que o câncer é a segunda maior causa de morte no
Brasil, com 190 mil óbitos por ano. Conforme o aumento da expectativa de vida, urbanização
e globalização, estes serão alguns fatores que poderão explicar em parte os 596 mil novos
casos de câncer para o ano de 2016. (INCA, 2015) Os fatores de risco para o câncer podem
ser classificados como modificáveis e não modificáveis. Dentre os modificáveis esta o uso do
tabaco, alimentação inadequada, inatividade física, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas,
exposição solar. Para aqueles não modificáveis, encontra-se: idade, etnia ou raça,
hereditariedade, gênero. (CUPPARI, 2014). Segundo o INCA (2013), o desenvolvimento de
neoplasias malignas esta relacionado a fatores ambientais, como fatores genéticos.
O câncer provoca alterações no estado nutricional do indivíduo, pois acarreta em
alterações no estado metabólico do mesmo, na qual o tumor pode competir por nutrientes e
levar a anormalidades no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas (MACHRY,
2011). O tratamento quimioterápico, o tratamento cirúrgico e a radioterapia, apresentam como
efeitos colaterais náuseas, vômitos, obstrução do trato gastrointestinal, diarreia, alteração do
paladar, xerostomia que costumam acometer esses pacientes durante o tratamento.
(ARGILÉS, 2010; DIAS, 2006).
Neste contexto, o profissional nutricionista tem um papel essencial na qual seu
proposito é minimizar os efeitos colaterais ocasionados pelo tratamento e atuar sempre com a
equipe multidisciplinar sendo responsável não só por assegurar um consumo alimentar
adequados conforme suas necessidades nutricionais, mas também assegurar condições físicas,
psicológicas favoráveis que irão interferir na melhora da qualidade de vida desta paciente
(SILVA et al., 2009).
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Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil nutricional e aspectos
associados dos pacientes oncológicos atendidos no ambulatório de um hospital, em Caxias do
Sul –RS.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O câncer é considerado uma enfermidade multicausal crônica que se caracteriza pelo
crescimento descontrolado, rápido e invasivo de células com alteração em seu material
genético. Também é uma doença associada a vários transtornos gastrointestinais que leva o
paciente à desnutrição. O tratamento é toxico aos pacientes, acarretando ineficiências
nutricionais, sendo necessário o acompanhamento nutricional, auxiliando na prevenção e no
tratamento de deficiências nutricionais, na tentativa de melhorar a tolerância ao tratamento.
Além disso, a recuperação do estado nutricional reduz o risco de complicações, melhorando a
resposta ao tratamento. O consumo de alimentos funcionais ajuda na prevenção de diversas
doenças, inclusive câncer (INCA, 2009; ALVES, 2010). Durante o diagnóstico do câncer, o
paciente passa por um período de ansiedade e angústia, que muitas vezes desencadeia um
processo de depressão, que vem associada a sintomas como perda de apetite e fadiga (SILVA,
2006; MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2010).
As modalidades convencionais de tratamento anti neoplásico são quimioterapia,
radioterapia, iodoterapia, cirurgia e transplante de medula óssea. O tratamento, assim como o
diagnóstico, devido a sua toxicidade causa efeitos adversos aos pacientes como náuseas,
vômito, mucosite, constipação, diarreia, alteração no paladar, xerostomia e alteração na
absorção dos nutrientes, levando a um quadro de desnutrição (ALVES; ESCOTT-STUMP,
2010). Além disso, a desnutrição grave associada à anorexia leva a um quadro de caquexia
(SILVA, 2006; INCA, 2009). Esses sintomas são refletidos em desnutrição, hipo vitaminoses
e anemias, portanto o acompanhamento nutricional auxilia na prevenção e no tratamento de
deficiências nutricionais, na tentativa de melhorar a tolerância ao tratamento. Além disso, a
recuperação do estado nutricional pode reduzir o risco de complicações e a necessidade de
hospitalizações, melhorando a resposta ao tratamento, oferecendo melhor qualidade de vida e
maior taxa de sobrevida aos portadores. O nutricionista reverte esses transtornos combatendo
a desnutrição, anorexia e a saciedade precoce (FONSECA; GARCIA; STRACIERI, 2009;
COLLING; DUVAL; SILVEIRA, 2012).
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Estudos epidemiológicos indicam que, além de uma dieta variada com elevado
consumo de frutas, hortaliças e fibras, consumo baixo de alguns tipos de gordura e ingestão
calórica moderada, a prática de atividade física está intimamente relacionada ao risco
reduzido de diversos tipos de câncer. A relação entre dieta e câncer está bem estabelecida, e
estima-se que fatores de nutrição e estilo de vida sejam determinantes em um terço de todos
os casos de câncer. A otimização da nutrição por meio do uso de alimentos específicos e seus
componentes bioativos é uma estratégia admissível não invasiva de redução de risco
(ATTOLINI; GALLON, 2010).
O World Cancer Research Fund e American Institute for Cancer Research fizeram
algumas recomendações para prevenção do câncer, dentre as quais se cita obter e manter um
peso corporal saudável, incluir atividades físicas na rotina diária, limitar o consumo de
alimentos altamente calóricos, de sal, de bebidas alcoólicas e de carnes vermelhas e
processados, evitar bebidas açucaradas, grãos e cereais mofados; também, alerta-se para a
necessidade da amamentação tanto para o bebê quanto para a lactante e indica-se o consumo
de frutas e hortaliças.
Em virtude disso, faz-se necessário, desde o diagnóstico e durante todo o tratamento, a
presença de uma equipe multidisciplinar, em especial o nutricionista para estimular uma
alimentação adequada. Propõe-se que a assistência nutricional ao paciente oncológico seja
individualizada e compreenda desde a avaliação nutricional, o cálculo das necessidades
nutricionais até a aplicação da terapia nutricional, com o objetivo de prevenir ou corrigir
deficiências nutricionais e minimizar a perda de peso, mediante a alimentação oral, enteral e
parenteral (INCA, 2009; ESCOTT-STUMP, 2010). As diretrizes da American Cancer Society
(ACS) compõem quatro recomendações para a prevenção do câncer que são: consumir uma
variedade de alimentos saudáveis, adotar um estilo de vida fisicamente ativo, alcançar e
manter um peso corporal saudável por toda a vida, limitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Além disso, a ACS apresenta uma recomendação chave, a ação da comunidade no apoio a
comportamentos benéficos, possibilitando o acesso a escolhas alimentares saudáveis e
oportunidades para ser fisicamente ativo (MAHAN-ESCOTT-STUMP, 2010).
O acompanhamento nutricional é imprescindível para minimizar a perda de peso e o
déficit nutricional, mediante a aplicação da terapia nutricional individualizada, levando em
consideração a que tratamento foi submetido e a história médica do paciente. A intervenção
nutricional adequada melhora a resposta clínica e pode ser feita por via oral, enteral e
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parenteral (INCA/MS; SILVA ET AL.; FONSECA; GARCIA; STRACIERI, 2009;
AZEVEDO; BOSCO, 2011). Cabe salientar que o risco de desenvolver câncer pode ser
reduzido mediante a prevenção, que é de responsabilidade individual e, sobretudo
governamental. Além disso, a recuperação do estado nutricional pode reduzir o risco de
complicações e a necessidade de hospitalizações, melhorando a resposta ao tratamento,
oferecendo melhor qualidade de vida e maior taxa de sobrevida aos portadores. O
nutricionista reverte esses transtornos combatendo a desnutrição, anorexia e a saciedade
precoce (FONSECA; GARCIA; STRACIERI, 2009; COLLING; DUVAL; SILVEIRA,
2012).
O objetivo do cuidado nutricional é assegurar a ingestão alimentar, conforme as
necessidades e recomendações nutricionais, por meio da orientação da dieta, da avaliação e
monitoramento do estado nutricional. Quando se trata de cuidados paliativos, no entanto, o
foco principal é melhorar a qualidade de vida, através do controle de sintomas associados ao
consumo de alimentos, adiando a perda de autonomia e qualidade de vida. Nesse caso, dentre
as leis de uma alimentação balanceada e completa, a lei da adequação é priorizada por
considerar as necessidades do indivíduo, suas preferências e seus hábitos alimentares
fundamentais, tanto para o controle dos sintomas quanto para garantir satisfação.
Este fato pode fazer com que o estado nutricional do paciente acabe ficando
comprometido e assim interferindo na qualidade de vida, aumentando os índices de
mortalidade. Outro fator que também está associado à desnutrição é o local que o câncer esta
presente. Pacientes com tumores na região da cabeça e pescoço, pulmão, esôfago, estomago,
fígado, pâncreas, cólon e reto apresentam uma maio prevalência quando comparados com
aqueles que apresentam câncer de mama, leucemia, sarcoma e linfomas. (FEARON, 2011). A
piora do quadro da desnutrição pode ainda levar ao estado de caquexia oncológica na qual é
uma síndrome multifatorial que se caracteriza por uma continua perda de massa muscular que
pode ou não ser acompanhada da perda do tecido adiposo o que resulta em dano funcional ao
paciente. (FEARON, 2011).
No sexo feminino, o câncer mais prevalente é o de mama atingindo cerca de 1.400.000
mulheres ao ano. Com a evolução de novas técnicas de diagnóstico desta doença e dos
tratamentos efetivos, a detecção esta ocorrendo de maneira mais precoce resultando em
índices maiores de cura e reduzindo a taxa de mortalidade deste tipo de câncer. (PADILHA,
2012).
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Para o sexo masculino, o câncer mais prevalente é o de próstata. Para o ano de 2016
estima-se 61.200 novos casos. Esses valores correspondem a um risco estimado de 61,82
casos novos a cada 100 mil homens. (INCA, 2016). Este câncer é o sexto tipo mais comum no
mundo e o mais prevalente nos homens representado cerca de 10% do total desta doença. É
considerado também o câncer da terceira idade, uma vez acomete homens a partir dos 65 anos
de idade. Nos países desenvolvidos, essa sobrevida passa para 76% e nos países em
desenvolvimento 45%. (MEDEIROS et al., 2011).
A preocupação em poder alimentar o paciente com estádio avançado de câncer, bem
como a forma e as estratégias de procedimento ainda são causas de discussão entre os
profissionais de saúde. Além do controle dos sinais e sintomas, existe a necessidade de se
conhecerem os hábitos alimentares dessa população. Embora pouco divulgada na literatura
científica, essa abordagem é relevante para um aconselhamento nutricional mais efetivo que
possa, de alguma maneira, refletir na melhora da qualidade de vida.
O estado de saúde é influenciado pelos aspectos nutricionais. Em virtude de sua
relevante contribuição para a qualidade de vida, o cuidado nutricional deve estar integrado aos
cuidados oncológicos globais. Trata-se de uma intervenção que demanda esforço e dedicação,
devendo ser realizada por profissionais muito conscientes.
3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo clínico, tipo observacional transversal, na qual foram avaliados
pacientes com diagnóstico de c6ancer, em tratamento quimioterápico, atendidos em um
ambulatório de oncologia, na cidade de Caxias do Sul – RS. O objetivo do estudo foi avaliar o
perfil nutricional e os aspectos nutricionais associados ao tratamento quimioterápico, dos
pacientes oncológicos atendidos durante o estágio curricular em nutrição clínica, da
Faculdade da Serra Gaúcha.
As avaliações dos pacientes foram feitas por meio de um questionário com perguntas
objetivas. O questionário utilizado foi o de Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo
Próprio Paciente (ASG-PPP) na qual é um instrumento validado para pacientes oncológicos.
Esta avaliação contempla questões relacionas ao aumento, perda ou não alteração do peso no
último mês, há seis meses e há um ano. Avalia se há alterações na ingesta alimentar e na
consistência da alimentação além de presença de sintomas comuns do tratamento
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quimioterápico como, o surgimento de náuseas, vômitos, xerostomia, diarreia ou constipação.
Também se verifica neste modelo de avaliação se o paciente continua exercendo as atividades
do dia a dia com facilidade ou dificuldade, se passava muito tempo acamado, sentado ou
normalmente em pé. As necessidades metabólicas, presença de patologias com influências
nutricionais, e contempla por fim, o exame físico onde devem ser observadas perdas de tecido
gorduroso e muscular. Após essa avaliação, para cada opção assinalada, chegava-se a um
score total, a partir da soma da pontuação. O score encontrado indicava o estado nutricional
do paciente, sendo este bem nutrido, desnutrido leve, moderado ou grave e a respectiva
necessidade de acompanhamento nutricional especial.
A coleta de dados foi realizada durante o período de março até junho de 2016,
contando com 76 pacientes atendidos no ambulatório. As variáveis analisadas foram sexo, a
idade do paciente, tipo de câncer e sintoma mais comum. Após, os dados foram armazenados
e tabulados através do programa Microsoft Excel.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foram avaliados pelas estagiárias de nutrição da Faculdade Da Serra Gaúcha, um total
de 76 pacientes que realizavam tratamento quimioterápico no ambulatório no período de
março a junho de 2016. Em relação à prevalência dos tipos de câncer, o adenocarcionama
gástrico e de mama representou a maior prevalência, sendo 16% (n=12) dos pacientes, para
cada tipo de câncer, seguido neoplasia de cabeça e pescoço, câncer hematológico e câncer de
próstata, sendo 13% (n=10) cada. Câncer de pulmão e câncer ginecológico representaram
7,8% (n=6) também para cada tipo de câncer. Neoplasia de colorretal representou 6,5% (n=5)
dos tipos de câncer mais prevalentes encontrados nesta amostra conforme mostra a figura 1.
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PREVALÊNCIA DOS TIPOS DE CÂNCER
14
12
10
8
6
4
2
0
12
12
10
6
10
6
10
5
5
Figura 1 – Prevalência dos tipos de câncer nos pacientes atendidos em número absoluto.
Fonte: desenvolvido pelas acadêmicas.
Em relação ao sexo, dos 76 pacientes oncológicos avaliados, 46,05% são do sexo
masculino e 53,94% do sexo feminino conforme mostra na figura 2. A média de idade foi 60
anos, a média de peso foi de 68,7kg, a média de Índice de Massa Corporal (IMC) foi 25,18
kg/m² e percentual de perda de peso (%PP) de 5,31% que são mostrados na figura 3.
Figura 2 – Percentual dos pacientes atendidos conforme o sexo.
Fonte: desenvolvido pelas acadêmicas.
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CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS (MÉDIAS)
68,7
60
70
60
50
40
25,18
30
20
5,31
10
0
Média de Peso
(Kg)
.
Média de IMC
(Kg/m²)
Média de Perda Média de Idade
de Peso (%)
(Anos)
Figura 3 – Características dos pacientes avaliados quanto à média de peso, média de IMC, média de perda de
peso e média de idade
Fonte: desenvolvido pelas acadêmicas.
Na figura 4, pode-se observar que os sintomas mais relatados entre os pacientes foram
xerostomia com 30,26%, vômitos e cheiros que enjoam com 15,79%. Já náuseas e alimentos
com sabor estranho ou sem sabor representaram 10,53%. Os menos frequentes foram intestino
preso com 2,63%, diarreia 5,26%, feridas na boca 7,89% e dificuldades para engolir 5,26%.
PERCENTUAL DE PACIENTES QUE APRESENTARAM CADA
SINTOMA
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
30,26%
15,79%
15,79%
10,53%
2,63%
5,26%
7,89%
10,53%
Figura 4 – Prevalência de sintomas relacionados à doença ou ao tratamento.
Fonte: desenvolvido pelas acadêmicas.
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5,26%
0%
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Devido ao tratamento para o combate do câncer, estes pacientes apresentaram como
efeitos colaterais náuseas, vômitos, obstrução do trato gastrointestinal, diarreia, alteração do
paladar, xerostomia. Segundo Argilés (2010), estes efeitos podem favorecer a perda de peso
nestes pacientes e ao desenvolvimento de desnutrição.
Sabe-se que a desnutrição é frequente nestes pacientes e este fator aparece em 15-20%
dos casos, sendo que a incidência aumenta conforme o transcorrer da doença podendo chegar
em até 40-80% dos pacientes. Quando a doença se encontra nos estágios mais avançados, a
desnutrição pode acometer 80-90% dos pacientes oncológicos. (DEANS, 2005).
Segundo o INCA (2016), no sexo masculino, o câncer mais prevalente é o de próstata
podendo acometer, para o ano de 2016, 61.200 novos casos. É considerado o câncer da
terceira idade, uma vez acomete homens a partir dos 65 anos de idade. Nas regiões Sul,
Sudeste, Nordeste e Norte, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma, esse
câncer é o mais frequente nestas regiões. A sobrevida média mundial estimada em cinco anos
é de 58%. (MEDEIROS et al., 2011). No sexo feminino, o câncer mais prevalente é o de
mama atingindo cerca de 1.400.000 mulheres ao ano. (INCA, 2016).
No presente estudo, quanto ao sexo feminino e masculino, chegou a uma porcentagem
de 53,94% no sexo feminino, comparados aos 46,05% do sexo masculino. Já o tipo de câncer,
a incidência de câncer de mama representou 10% no sexo feminino e o câncer de próstata 6%
no sexo masculino. Segundo um estudo realizado por Guerra et al (2005), a prevalência de
câncer entre homens e mulheres é muito semelhante nos países desenvolvidos, pois nos países
em desenvolvimento a prevalência nas mulheres é de 25% superior, já nos homens se destaca
no fígado, esôfago e estômago com duração inferior de vida. No ano de 2012, cerca de 52.000
casos de câncer de mama foram diagnosticados no Brasil sendo este o que mais leva a óbitos
no país com cerca de 13.000 ao ano. (GBECAM, 2013).
De acordo com o INCA, em cada 25 brasileiros das capitais, apenas 1 consome a
quantidade recomendada de frutas, legumes e verduras. Acrescenta-se que uma alimentação
não adequada, sedentarismo e a ingestão de álcool, são fatores ambientais da incidência de
câncer, sobretudo influenciando para o aumento do risco da doença, sendo que no Brasil, 20%
dos acontecidos de câncer, estão associados a esses fatores ocorridos (INCA, 2006).
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Vale ressaltar que o consumo de frutas, legumes e verduras certifica grande proteção
contra o câncer, sobretudo o recomendado pela OMS é de pelo menos cinco porções diárias
de frutas e vegetais, aproximando de 400 mg ao dia (INCA, 2006).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista o quadro de desnutrição muito comum em pacientes oncológicos, fazse necessário no atendimento nutricional para todos pacientes. Deve-se respeitar o paciente e
considerar os recursos terapêuticos para o controle de sintomas, valorizando os alimentos
preferenciais, a adequação da dieta e o desejo do próprio paciente por alimentos, primando
sempre pela qualidade de vida e bem estar.
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