Fosfitos – Nutrientes e potenciadores das defesas das plantas

Fosfitos – Nutrientes e potenciadores das defesas das plantas Por: Engº João Caço Hubel Verde – Grupo Hubel [email protected] Os fosfitos são produtos líquidos originados pela neutralização do ácido fosforoso (H3PO3) por uma base, sendo a mais utilizada o hidróxido de potássio, formando desta forma o fosfito de potássio. Este possui excelentes qualidades fitossanitárias, com actividade antifúngica, actuando directamente sobre os fungos ou activando mecanismos de defesa das plantas, induzindo a produção de fitoaléxinas (Reuveni, 1997). A resistência natural das plantas está em parte ligada a proteínas que são enzimas. Estas são as verdadeiras ferramentas do sistema celular que promovem a fabricação dos “agentes” de defesa, ou seja as fitoaléxinas e/ou outros metabolitos secundários ou constitutivos. De uma forma simplista podemos dizer que a defesa das plantas pode ser realizada de três formas: a) defesa constitutiva que ocorre sem acção de agentes agressores, recebida por herança genética (Fitoanticipinas); b) resistência induzida no ponto onde ocorre a agressão ou seja localizada; e c) resistência induzida sistémica adquirida que protege a planta contra ataques subsequentes (Fitoaléxinas), (Polito, 2005). A resistência induzida é desencadeada na presença do agente patogénico, mas também na presença e acção de substâncias onde se incluem os fosfitos. A utilização de fosfitos na produção vegetal favorece o combate a ataques fúngicos e potencia a resistência futura da planta, devendo portanto ser utilizado principalmente de forma preventiva. Devido ao seu alto grau de solubilidade e mobilidade, os fosfitos são rapidamente absorvidos pelas plantas, deslocando­se através das membranas celulares. O caracter sistémico dos fosfitos (ascendente e descendente) e a
sua rápida absorção pelas raízes, caules e folhas, permitem vários métodos de aplicação, como sejam a pulverização foliar, via rega e ainda por pincelamento ou imersão, de acordo com o tipo de planta e características do agente patogénico a ser controlado. Os fosfitos disponíveis no mercado podem ser de potássio, mas também de cálcio, de magnésio, de cobre, de zinco ou de manganês. No fundo, os fosfitos são também uma importante fonte de nutrientes que permitem corrigir rapidamente deficiências nutricionais, melhorando o desenvolvimento das plantas e a sua actividade fisiológica, ao mesmo tempo que estimulam a criação de mecanismos naturais de defesa contra doenças. Actualmente são usados fosfitos no controlo de doenças provocadas por fungos da família “Phytophthora” como os míldios dos hortícolas e ornamentais, o míldio da vinha, as gomoses, cancros e podridões de caules e raízes. Quando associados a outro produtos podem também contribuir para o controlo de doenças vasculares (fusarium, verticilium e rhizoctonia), oídios e botrytis.