A cidade de Jaboticabal foi fundada em 1828, advinda das terras

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Imigrantes, famílias e negócios em São Paulo: Indústria Carlos
Tonanni S/A, Jaboticabal – São Paulo (1890-1930)
André Luiz Lanza
Graduando em Economia Empresarial e Controladoria
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto –
FEA-RP/USP.
Maria Lucia Lamounier
Professora Associada
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto –
FEA-RP/USP.
Resumo
O objetivo do trabalho é examinar negócios e investimentos de imigrantes
empreendedores no estado de São Paulo no período entre 1890 e 1945. A crescente
expansão da produção cafeeira em direção ao oeste do estado causou o aumento da
população e da economia monetária. A extinção do trabalho escravo, a difusão do
sistema de colonato e a chegada de um grande número de imigrantes italianos no estado
contribuíram para uma contínua ampliação do mercado consumidor. A demanda interna
por produtos e bens manufaturados dependia das condições do mercado externo. Com
as diversas crises que ocorreram no período, a capacidade ociosa do pequeno parque
industrial brasileiro começou a ser usada para suprir as necessidades do mercado interno.
O paper analisa as condições nas quais ocorreram essa mudança bem como a criação de
novas indústrias no período O objetivo do trabalho é, mais especificamente, analisar os
negócios da família Carlos Tonanni,. que chegou ao Brasil em 1902 e instalou-se- na
cidade de Jaboticabal, interior de São Paulo. Carlos Tonanni começou suas atividades
com uma modesta oficina que mais tarde foi convertida em uma das maiores indústrias
do país, a Indústria Carlos Tonanni., que atuava no ramo de máquinas e implementos
agrícolas.
1
Abstract
The objective of the work is to exam business and investments of entrepreneurs
immigrants in the state of São Paulo in the period of 1890 and 1945. The growing
expansion of the coffee production in direction to the west of the state caused the
increase of the population and the monetary economy. The extinction of slave work,
diffusion of settler system and the arrival of a large number of Italian immigrants in the
state contributed for a continuous enlargement of the consumer market. The internal
demand for products and industrialized goods depended on the external markets
conditions. With the several crises that happened in the period, the idle capacity of the
small Brazilian industrial park started to be used to supply the internal market’s
necessities. The work analyses the conditions in which occurred this change as well as
the creation of new industries in the period. The aim of this work is, more
specifically,analyse the business of the family Carlos Tonanni who arrived in Brazil
in1902 and installed himself in Jaboticabal, countryside of the state of São Paulo. Carlos
Tonanni began his activities with a modest factory that was later converted in one of the
biggest industries of the country, the Carlos Tonanni Industry which, acted in the branch
of lathes and agricultural supplies.
A principal atividade econômica de São Paulo ao longo do século XIX tinha
como centro o café. Desde meados do século XIX, a contínua expansão da atividade
cafeeira vinha provocando transformações profundas na sociedade e economia de São
Paulo. A expansão da produção cafeeira do Vale do Paraíba em direção ao Oeste da
província e os lucros auferidos com a exportação do produto atraíam para a região
capitais e população. O transporte do produto até os portos exigia investimentos
contínuos em infraestrutura, provocando o desenvolvimento de uma rede ferroviária e
portuária. A economia cafeeira dinamizou os centros urbanos, aumentou a circulação
monetária e ampliou o mercado consumidor. A transição do trabalho escravo para o
trabalho livre juntamente com a chegada em grande número de imigrantes consolidaram
a formação de um mercado de trabalho livre e também contribuíram para a ampliação
do mercado consumidor.
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A expansão das exportações e a conseqüente ampliação da área cultivada
provocou um aumento da demanda por maquinarias, implementos agrícolas e bens de
consumo . No começo, essa demanda era atendida por meio de importações mas, com o
crescimento do mercado e a diversificação das necessidades, parte desses produtos
passaram a ser produzidos localmente.
Ao final do século XIX, as transformações provocadas pela expansão da
economia cafeeira já deixavam entrever os seus efeitos para a incipiente indústria
paulista.
O presente trabalho examina este momento inicial do processo de
industrialização de São Paulo. O texto discute inicialmente o impacto da expansão
cafeeira para os processos de urbanização, industrialização e políticas de imigração para
a região. A segunda seção examina o crescimento de Jaboticabal diante da expansão
cafeeira. A terceira seção focaliza o papel do setor de bens de capital em contexto com
a Indústria Carlos Tonanni.
1. Industrialização, urbanização e imigração em São Paulo.
Em 1808, a família real portuguesa, em fuga das tropas de napoleão Bonaparte,
chegou ao Brasil . A história brasileira entrava em um ciclo de mudanças de suma
importância para os rumos que o país tomaria. Houve, abertura dos portos às nações
amigas e quebra do sistema de monopólios, a transferência do governo português para o
Rio de Janeiro, criação de centros educacionais e culturais, como a Biblioteca Nacional,
a Imprensa Régia, o Jardim Botânico e também a criação do Banco do Brasil,
culminando com a independência que levou à condições para a urbanização.
Até então, o sistema colonial havia criado um país essencialmente agrário, onde
as massas urbanas não tinham tanta importância, salvo as cidades portuárias. A fim de
atender aos objetivos da política colonial, “a colônia foi organizada para fornecer
matérias-primas, principalmente produtos tropicais, para o mercado internacional. Um
sistema rígido de monopólios e privilégios obrigava a colônia a exportar e importar
produtos através da metrópole” (COSTA, 2007 p. 237) Com isso, a tendência ao
latifúndio escravista voltado para a exportação era típico da economia colonial. As áreas
urbanas eram apenas uma extensão do domínio do grande latifundiário. As cidades ao
longo da costa detentoras da responsabilidade fiscal. Os portos, eram a área onde se
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exerciam as demais funções urbanas. e o principal ponto de arrecadação fiscal, visto que
a economia era essencialmente de exportação e importação.
Na primeira metade do século XIX, as capitais das províncias passaram a ter
uma importância político-administrativa maior. Passou a haver maior integração do
Brasil com o exterior, dado a abertura comercial dos portos, mas no geral a agricultura
exportadora continuou a ser a base econômica do país. Como observa Emília Viotti da
Costa:
“As elites no poder, beneficiando-se da produção agrícola, procuraram
manter intacta a estrutura tradicional de produção, revelando-se pouco
simpáticas às empresas industriais. Dessa forma, as condições que haviam
inibido o desenvolvimento urbano no período colonial continuaram a atuar
durante a primeira metade do século XIX.” (COSTA, 2007 p. 239)
Segundo a autora não era do interesse dos grandes latifundiários, na época, que
houvesse uma mudança econômica no país, já que as exportações agrícolas estavam em
alta e eram muito lucrativas.
A segunda metade do século XIX foi marcada por fatos que contribuíram
decisivamente para as mudanças que ocorreram subseqüentemente no campo
econômico e social do Brasil. Primeiramente, tivemos a Lei Eusébio de Queiroz
aprovada em 4 de setembro de 1850 e que proibiu o tráfico internacional de escravos.
Segundo Eliardo França Teles Filho:
após o fim do tráfico, o país entrou em uma fase de prosperidade econômica,
uma vez que boa parte dos capitais antes investidos no tráfico ilegal de
escravos se converteu para a economia formal. Por outro lado, atribui-se a
esta lei a virtude de ter dado início ao processo de transformações
econômicas que levaria à decadência da forma de produção escravista. Isto
porque o fim do tráfico gerou uma carência de escravos, levando ao aumento
de seu preço e ao direcionamento do estoque existente apenas para as
atividades produtivas mais dinâmicas, isto é, a plantação de café. Com isso,
abriram-se postos de trabalho para a mão de obra livre nas zonas urbanas e
nas regiões não produtoras de café, dando início à transição da economia
escravista para a economia com mão de obra assalariada. (FILHO, E. F. T.,
2006 Rev. Jur., Brasília, v. 7, n. 76, p. 54)
A extinção do tráfico internacional de escravos coincide com crescente expansão
cafeeira em direção ao oeste de São Paulo e coloca em questão a busca de alternativas
ao trabalho escravo. Entre 1850 e 1890, os cafeicultores paulistas utilizaram várias
estratégias para resolver o problema da mão-de-obra que sustentasse a contínua
expansão cafeeira. Inicialmente, procuraram promover a vinda para são Paulo de
imigrantes europeus sob o ssitema de parceria. Procuraram também dar continuidade ao
sistema escravista, recorrendo ao tráfico interno de escravos, com o deslocamento dos
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escravos do decadente nordeste açucareiro para as regiões em dinamismo produtoras de
café no sudeste. Além disso, tentavam também atrair a mão-de-obra livre nacional para
as atividades da agricultura cafeeira. Depois das experiências fracassadas com os
imigrantes europeus e o sistema de parceria passaram a modificar as cláusulas dos
contratos de trabalho como forma de garantir o seu cumprimento efeitvo e os
investimentos feitos com o engajamento dos trabalhadores estrangeiros e a exigir leis
que obrigassem os trabalhadores a cumprir os contratos..
Com a aprovação da Lei do Ventre Livre em 1871 e a desestruturação do
sistema escravista nas décadas seguintes, os fazendeiros de café modificaram as
condições de trabalho consolidando o sistema de colonato e, com grande êxito, a
política de imigração subsidiada. A abolição definitiva da escravidão e a chegada em
massa de imigrantes italianos ao final da década de 1880 teve efeitos importantes para o
processo de industrialização da região. Como observa Viotti da Costa, “o crescimento
do setor assalariado ampliaria o mercado interno, criando uma base para o futuro
desenvolvimento industrial” (COSTA, 2007 p. 253-254).
Os imigrantes tiveram um papel fundamental no processo de industrialização
de São Paulo. Aqueles que se dedicavam às tarefas agrícolas e se engajavam no sistema
de colonato podiam cultivar gêneros entre as culturas para exportação e vender o
excedente nas cidades. Com a renda assim obtida podiam comprar o que lhes era
necessário, contribuindo para o desenvolvimento dos centros urbanos. Os imigrantes
com melhor capacidade e qualificação, passavam a compor também o quadro de
industriais e operários do estado:
o afluxo de imigrantes europeus, que demandou àquele estado [São Paulo],
em boa parte fruto de uma hábil política de imigração e colonização, o qual
iria proporcionar o aparecimento de uma variada classe empresarial além de
um número elevado, relativamente ao resto do País, de operários
qualificados que viriam ocupar as mais importantes posições no sistema
produtivo da indústria (SUZIGAN, 1971, p. 89-90).
Segundo Costa (2007), com a melhora nos meios de transportes e o crescimento
da malha ferroviária das redes ferroviárias ligando o interior aos grandes centros,
somado aos fatores mencionados acima, e a melhora nos ambientes urbanos fez com
que começasse o aparecimento das primeiras indústrias. Em 1880, há um total de
18.100 pessoas atuando como operários industriais no país, elevando-se para 136.420
em 1907, um aumento de sete vezes e meia em menos de 30 anos. “O processo de
industrialização se fez em razão do desenvolvimento relativo do mercado interno e se
orienta na direção da substituição de importações” (COSTA, 2007, p. 269)
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Até a década de 1930 a economia brasileira era tipicamente agrarioexportadora,
totalmente dependente das condições do mercado internacional dos produtos exportados.
Sendo o café o produto-chave da pauta de exportações brasileiras no período imperial e
na Republica Velha, qualquer oscilação em seu preço no mercado internacional afetava
diretamente toda a economia brasileira. Os países agroexportadores têm na exportação
quase que sua única fonte de dinamismo, sendo ela geralmente de base estreita, centrada
em poucos produtos primários. Já suas importações são compostas de produtos que
variam desde matérias-primas a bens de consumo e capital, visto que a base produtiva é
limitada e toda demanda tem de ser atendida via importações. Logo, esse tipo de
economia se mostra extremamente vulnerável dado que qualquer oscilação negativa das
exportações levaria a uma queda nas importações, afetando todo o consumo da
economia. (TONETO JR, VASCONCELLOS E GREMAUD, 2007)
As crises do café já no final do século XIX e início do século XX à Grande
Depressão tiveram enormes reflexos na economia brasileira. Em 1906, com a política de
valorização do café, feita pelo Convênio de Taubaté , o governo passou a comprar o
excedente da produção dos cafeicultores, afim de manter os preços elevados e evitar
uma crise geral da economia. Outra medida também adotada foi a desvalorização
cambial, que protegia em moeda nacional os lucros dos cafeicultores.
A desvalorização do câmbio provocou elevação nos preços dos produtos
importados. Essa elevação juntamente com a própria dificuldade em se
importarem produtos pelo contingenciamento tornou os produtos nacionais
atraentes (...) a produção nacional passou, assim, com a proteção recebida
frente aos concorrentes externos e com as vendas propiciadas pela
manutenção da demanda, gerar uma rentabilidade que, dada a queda de
rentabilidade do setor cafeeiro, atraía o capital de outros setores e o próprio
reinvestimento dos lucros gerados na atividade industrial. (TONETO Jr,
VASCONCELLOS & GREMAUD, 2007, cap. 14).
O problema é que, com isso, os produtos importados necessários à demanda da
população encareceram. A escassez de bens importados fez com que a demanda
passasse a ser atendida localmente. A esse processo, dá-se o nome de “industrialização
por substituição de importações”. Nas palavras de Maria Conceição Tavares (1973):
tendo-se mantido em maior ou menor grau o nível de demanda preexistente
e reduzido violentamente a capacidade para importar, estava desfeita a
possibilidade de um ajuste ex ante entre as estruturas de produção e de
demanda interna, através do comércio exterior. O reajuste ex post se
produziu mediante um acréscimo substancial dos preços relativos das
importações, do que resultou um estímulo considerável à produção interna
substitutiva (TAVARES 1973, p. 33).
Sobre essa situação, Celso Furtado nos diz que:
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é bem verdade que o setor ligado ao mercado interno não podia aumentar
sua capacidade, particularmente no campo industrial, sem importar
equipamentos, e que estes se tinham feito mais caro com a depreciação do
valor externo da moeda. Entretanto, o fator mais importante na primeira fase
da expansão da produção deve ter sido o aproveitamento mais intenso da
capacidade já instalada no país. Bastaria citar como exemplo a indústria
têxtil, cuja produção aumentou substancialmente nos anos que se seguiram à
crise sem que sua capacidade produtiva tenha sido expandida. [...] Outro
fator que se deve ter em conta é a possibilidade que se apresentou de
adquirir a preços muito baixos, no exterior, equipamentos de segunda mão.
Algumas das indústrias de maior vulto instaladas no país, na depressão, o
foram com equipamentos provenientes de fábricas que haviam fechado suas
portas em países mais fundamentalmente atingidos pela crise industrial (...)
o crescimento da procura de bens de capital, reflexo da expansão da
produção para o mercado interno, e a forte elevação dos preços de
importações desses bens, acarretada pela depreciação cambial, criaram
condições propícias à instalação no país de uma indústria de bens de capital.
[...] A procura de bens de capital cresceu exatamente numa etapa em que as
possibilidades de importação eram as mais precárias possíveis.[...] É
evidente, portanto, que a economia não somente havia encontrado estímulo
dentro dela mesma para anular os efeitos depressivos vindos de fora e
continuar crescendo, mas também havia conseguido fabricar parte dos
materiais necessários à manutenção e expansão de sua capacidade
produtiva" (FURTADO 2000, p. 210-211).
Com a desvalorização cambial na década de 1920, ocorreu uma diminuição
relativa do comércio internacional brasileiro o que levou à deterioração dos termos de
troca. O que houve foi um aproveitamento da capacidade ociosa que já existia no país.
Com a crise, muitas indústrias européias e americanas foram à falência e foi possível
adquirir maquinários usados a preços extremamente baixos. Somando-se a isso as
políticas expansionistas postas em prática pelo governo, temos uma proteção interna
contra o cenário externo, propiciando assim, segundo Furtado, as condições para o
surgimento das indústrias de bens de capital.
Seguindo essa corrente de pensamento, Warren Dean estabelece uma relação
direta entre a expansão das exportações cafeeiras e a industrialização do estado de São
Paulo. Mas Dean se mostra radical, afirmando que a crise do café e a Grande Depressão
“quase paralisaram as indústrias de São Paulo”, afirmando que a crise mundial de 1930
não ajudou no crescimento industrial do estado (DEAN, 1971, p. 194).
A importação de produtos manufaturados ocorria para substituir os produtos que
não poderiam ser produzidos localmente, logo ela não atrapalhava a indústria nascente,
mas sim, ajudava-a, sendo considerada a origem do setor industrial brasileiro. Isso se
deu devido a três fatores: primeiro de tudo, a importação, para que pudesse ocorrer,
necessitava de investimentos realizados no local, como instalação de equipamento
hidrelétrico, infraestrutura básica de transporte, ou então era inviável o transporte de
7
matéria prima, utilizando a encontrada localmente; segundo, o importador era mais do
que qualquer outra pessoa o mais bem favorecido no quesito de futuro industrial bem
sucedido, pois possuía acesso a crédito, conhecimento de mercado e possíveis
compradores para os produtos produzidos; por último, o importador estimulava a
manufatura brasileira, pois era ele quem vendia os produtos, não sendo possível o
produtor passar direito para o atacadista.
Dean, analizando esse fato cita Bastos (1959) “o capitalismo comercial é
subsidiário, em geral de empresas e bancos estrangeiros. Vivendo da importação de
bens de consumo, todos seus esforços se dirigem no sentido de facilitar o ingresso
desses bens nos mercados semicoloniais.” (DEAN, 1971, p. 29). Ou seja, o importador
tinha grande influência no mercado interno, podendo restringir o crédito ou chegar a
conclusão que o manufaturador pudesse derrotá-lo como distribuidor. Chegou um
momento em que o importador era também o empresário industrial. Aquele tinha tanta
certeza que seria o distribuidor final dos produtos, que não se opunha a qualquer
solicitação feita pelos manufaturadores para certa proteção tarifária.
2. Expansão cafeeira e imigração em Jaboticabal
A cidade de Jaboticabal foi fundada em 1828, advinda das terras demarcadas que
João Pinto Ferreira adquirira nos chamados Campos de Araraquara. Nessa área
encontravam-se um grande número de Jabuticabeiras, da onde se deriva o nome da
cidade.
Segundo Bellingieri (2004), Jaboticabal começou como um pequeno povoado,
sendo que em 1848 recebeu o título de Distrito de São Bento de Araraquara. Em 1857,
por meio da Assembléia Legislativa Provincial, passou a ser Freguesia; dez anos mais
tarde, ganhou o status de Vila, e no ano seguinte passou a ser oficialmente Município,
quando da instalação da Câmara de Vereadores. Em 1884, Jaboticabal se desmembrou
de Araraquara e no ano seguinte criou-se a Comarca de Jaboticabal. Finalmente, em
1894 passa a ser considerada cidade.
A atividade econômica de Jaboticabal ficou, por muitas décadas, restrita a
cultura de cereais, criação de porcos e comércio. A cultura de café apenas passou a ser
expressiva para a economia local na década de 1880, com a expansão cafeeira para o
Oeste Paulista. Isso, aliado a implantação, pela Companhia Paulista de Estradas de
Ferro, da ferrovia e a massa de imigrantes italianos recém-chegados impulsionaram a
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economia e contribuíram para o crescimento da população e o desenvolvimento do
comércio e indústrias locais.
As primeiras décadas do século XX foram de prosperidade e desenvolvimento
para a cidade. Em 1915-16, estava em sexto lugar no estado em produção de café, o
quarto em número de pés cultivados; em 1922 possuía a 9ª maior população do estado,
com 51.941 habitantes. Em 1923, era a sexta em número de cafeeiros.
No campo das finanças, a cidade possuía destaque nacional. Em 1919, a
arrecadação total da cidade foi de 313:000$000, rendendo-lhe a 15ª posição em termos
nacionais. No ano de 1926, ocupava a 11ª posição no estado de São Paulo, com um total
de 891:850$000. No mesmo levantamento, Ribeirão Preto figurava na 4ª posição, com
1.821:000$000 e Araraquara em 6º lugar, com 1.169:000$000. O arrecadamento da
cidade cresceu de 8:353$700 em 1917 para 1.075:727$572 em 1927. 1
Esse desenvolvimento também derivou do fato de haverem sido feitos
melhoramentos urbanos como a instalação do primeiro hospital em 1904; a União
Telefônica de Jaboticabal, em 1908; instalação da rede de energia elétrica em 1910;
serviços de água e esgoto em 1912 além da instalação de escolas (Colégio Santo André,
Ginásio São Luís e o Patronato Agrícola) e duas faculdades, a “Escola Municipal de
Agricultura e Veterinária” e a “Escola de Farmácia e Odontologia”. (CAPALBO,1999)
Visto que a cidade estava diretamente ligada ao café, o final da década de 1920
trouxe problemas para a economia e política locais. A crise cafeeira levou ao
fechamento de escolas, transferência de recursos para cidades maiores e falências. Mas
não se pode dizer que a crise retrocedeu totalmente a economia da cidade, já que outros
tipos de empresas surgiram e alguns estabelecimentos tiveram crescimento. Contudo, a
importância da cidade foi decrescendo comparada com as demais cidades do estado, no
que diz respeito à atividade industrial.
Dentre o setor industrial, podemos citar o desenvolvimento do ramo metalúrgico
que teve como principal empresa a Indústrias Carlos Tonanni & Cia Ltda, alvo do
presente artigo. A empresa foi fundada em 1902 e logo na década de 1930 havia se
tornado uma das maiores indústrias metalúrgicas do País, tendo como principais
1
Clóvis Roberto Capalbo, História de Jaboticabal: 1979-1997, A. Jaboticabal: Multipress Gráfica e
Editora, 1999, p.116-117. Capalbo ressalta que o 15º lugar no computo geral com os 313:000$000, é
baseado comparativamente aos dados de 1919, já que o censo geral da República só apresentava dados até
esse ano, pois até 1927 muitas capitais brasileiras deixaram de proceder informes para fins estatísticos.
(CAPALBO, 1999)
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produtos tornos mecânicos e máquinas de beneficiamento de café, arroz e algodão.
(Estatística Industrial do Estado de São Paulo – 1930).
Voltando à corrente defendida por Warren Dean, sua visão propõe uma linha de
pensamento que se enquadra no contexto do surgimento e desenvolvimento da
Indústrias Tonanni e da cidade de Jaboticabal. Segundo ele “o café era a base do
crescimento nacional” (DEAN, 1971, p. 10). O café trouxe um dos elementos básicos
para o sistema industrial: a economia monetária. Visto que a escravidão estava abolida,
os cafeicultores passaram a contratar trabalhadores livres mediante pagamento de
salários. Antes disso, o dinheiro não tinha tanta importância visto que tudo que se
necessitava era produzido internamente nas fazendas, deixando ao comércio apenas
produtos como sal e querosene.
A imigração teve grande papel na formação da população da cidade. No 1895, a
cidade registrou a entrada de um total de 894 imigrantes, a maioria destinada à lavoura,
ocupando a 29ª posição no estado. Em primeiro lugar no mesmo ano estava a cidade de
Ribeirão Preto, havendo recebido um total de 5.461 imigrantes, seguida de São Carlos
do Pinhal, com 4.444 e Jaú, com 3.747 imigrantes. Araraquara ocupava a posição de
número 11, com um total de 2.059 imigrantes. (CAPALBO, 1999, p. 105-110)
De acordo com os dados compilados por Capalbo (1999), no ano de 1908
entraram em Jaboticabal: 2 alemães, 5 austríacos, 151 espanhóis, 139 italianos e 111
portugueses, perfazendo um total de 408 imigrantes. Esse número se baseia no total de
imigrantes saídos da Hospedaria da Capital no ano de 1908. O Censo de 1920 mostra
que a população total da cidade era de 52.659 habitantes, sendo deste total, 12.250
imigrantes. O Censo Geral da República de 1922 mostra que Jaboticabal ocupava o 9º
lugar no estado em termos populacionais, com 51.941 habitantes.
Os cafeicultores passaram a pagar salários para atrair os imigrantes europeus
para as lavouras. Acabaram percebendo que isso lhes seria vantajoso. Proibindo-os de
plantar qualquer coisa a não ser café, os colonos, se viam obrigados a comprar tudo que
necessitavam do armazém localizado dentro da fazenda, o que gerava mais lucro para o
fazendeiro. O dinheiro passou a ter cada vez mais espaço na economia e os cafeicultores,
cada vez mais influencia.
“O comércio do café não gerou apenas a procura da produção industrial: custeou
também grande parte das despesas gerais, econômicas e sociais, necessárias a tornar
proveitosa a manufatura nacional.” (DEAN, 1971, p.14). Com essa afirmação, Dean nos
mostra a que a importância do café no Brasil foi aumentando. Graças a isso, a ferrovia
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chegou ao estado de São Paulo, provendo “toda ela da expansão do café” (DEAN, 1971,
p.14). Muitos outros investimentos em infraestrutura foram feitos pelos cafeicultores,
como o próprio porto de Santos e as companhias elétricas, que vieram melhorar as
produções nas indústrias nascentes, ainda movidas a vapor.
As usinas de energia e instalação de bondes foram instaladas por europeus e
norte-americanos, que viam no crescimento proporcionado pelo desenvolvimento do
comércio cafeeiro, uma fonte de lucro.
O café trouxe não só mão-de-obra dependente constantemente de trabalho, como
também trabalhadores mais qualificados, como técnicos, engenheiros e mestres
contratados na Europa, por exemplo, para a construção de estradas de ferro. Além disso,
surge no estado novos centros educacionais, como as escolas de Engenharia, Comércio,
Medicina e Biologia, complementado a escola de Direito fundada em 1930.
A cidade de Jaboticabal, estando entre as maiores regiões produtoras de café
também sentiu essas transformações, como já foi citado. As Indústrias Carlos Tonanni
tinham então um ambiente propício para seu fomento.
3. Industrias Carlos Tonanni em Jaboticabal
Carlos Tonanni nasceu a 3 de novembro de 1877, na cidade de Umbertide,
província de Peruga – Itália. Chegou à cidade de Jaboticabal em 17 de abril de 1902, e
logo montou uma pequena oficina no centro da cidade. Essa oficina viria a ser maior
indústria da cidade e uma das maiores do país.
As Indústrias Carlos Tonanni produziam equipamentos e implementos agrícolas,
fabricando máquinas de beneficiamento de arroz e café, além de máquinas para lavoura
e tornos industriais. Estavam enquadradas no ramo de indústrias de bens de capital,
mais especificamente em “máquinas para agricultura e indústria”, segundo as
Estatísticas Industriais do Estado de São Paulo. A Indústria possuía negócios em nível
internacional, sendo sua existência de grande importância para o desenvolvimento da
cidade de Jaboticabal. O mercado era favorável à época, visto que a região em que se
encontrava era uma das maiores produtoras de café do país.
De acordo com as Estatísticas Industriais do Estado de São Paulo, as Indústrias
Carlos Tonanni figuraram entre as maiores do estado nos censos de 1928, 1930 e 1932.
Nos dois primeiros anos mencionados, a empresa apresentou um capital social da ordem
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de 5.000:000$000 (Cinco mil contos de réis), o que a colocava no topo das empresas de
bens de capital na época. Podemos verificar isso pelas tabelas 1 e 2 abaixo.
Tabela 1 – 10 maiores empresas de bens de capital em 1928
Empresa
Origem
Capital
Carlos Tonanni
Jaboticabal
5.000:000$000
Comp.
Mechanica
e São Paulo
5.000:000$000
Importadora de São Paulo
Comp. Nac. de Artefatos de São Bernardo
3.000:000$000
Cobre – Conac
Industrias Martins Ferreira S.A
São Paulo
3.000:000$000
Nadir Figueiredo & Cia
São Paulo
2.750:000$000
Estrada de Ferro Sorocabana
Mayrink
2.637:960$000
Cia Lidgerwood do Brasil
S. Bernardo
2.500:000$000
Ind. Reunidas F. Matarazzo
São Paulo
2.000:000$000
J. Martin & Cia Ltda
São Paulo
2.000:000$000
Martins Barros & Cia Ltda
São Paulo
2.000:000$000
Fonte: MARSON, M. D., 2006, p.16.
Tabela 2 – 10 maiores empresas do setor de máquinas agrícolas de acordo com a
Estatística Industrial do Estado de São Paulo de 1930
Empresa
Localidade
Capital Social
Carlos Tonnani
Jaboticabal
5.000:000$000
Comp. Mechanica e Importadora São Paulo
5.000:000$000
de São Paulo
Torcuato di Tella S. A.
Sao Paulo
5.000:000$000
S.A. Ind. Reunidas F. Matarazzo
São Paulo
2.800:000$000
Comp. Lindgerwood do Brasil
São Bernardo
2.500:000$000
Martins Barros & Cia Ltda
São Paulo
2.000:000$000
J. Martin & Cia Ltda
São Paulo
2.000:000$000
Grisanti & Cia.
São Paulo
2.000:000$000
B. Penteado S.A
Limeira
1.500:000$000
Soc. Anon. Cyclope
São Paulo
1.000:000$000
. Fonte:Estatística Industrial de São Paulo – 1930. Tabela elaborada pelo autor.
12
Tabela 3 – 10 maiores empresas de bens de capital em 1932
Empresa
Localidade
Capital Social
Ford Motor Company Export Inc
São Paulo
18.909:881$000
S.P.Tramway Light and Power
São Paulo
6.773:862$000
e São Paulo
6.095:989$000
co. Ltd
Comp.
Mechanica
Importadora de São Paulo
Carlos Tonanni
Jaboticabal
4.876:791$000
Fábrica Votorantim S.A
Sorocaba
3.782:860$000
Cia. Lidgerwood do Brasil
São Bernardo
3.047:994$000
Estrada de Ferro Araraquara
Araraquara
2.449:230$000
General Motors do Brasil S.A.
São Caetano
2.438:395$000
J. Martin & Cia Ltda
São Paulo
2.438:395$000
Santos
2.438:395$000
The
City
of
Santos
Improvements Co Ltd
Fonte: MARSON, M. D., 2006, p.16.
Já na Tabela 3, vemos que o capital da empresa diminui em 1932 em
123:209$000 contos de réis. A partir de então, a empresa deixou de aparecer entre as 10
maiores nas estatísticas industriais. Sobre as possíveis causas para isso, temos o estudo
feito por Bishnupriva Gupta.
Gupta (1997) faz uma análise sobre o setor bens de capital utilizando o ramo de
“máquinas para agricultura e indústria”. Para tal, a autora faz uso das estatísticas
industriais de São Paulo e da literatura relevante sobre o tema. A visão da autora sobre
os impactos na indústria de bens de capital da Grande Depressão e a Crise do Café
diferem da visão que é tradicionalmente aceita, aproximando-se da apresentada por
Warren Dean. A autora diz que o crescimento do setor cafeeiro no estado de São Paulo
foi responsável pelo grande aumento da demanda por máquinas produzidas localmente,
sedo que o surgimento destas era graças à agricultura. Como essas indústrias estariam
intimamente relacionadas com o setor, as crises externas em um país cuja economia era
dependente principalmente de exportações não poderiam ter um efeito positivo. A
conclusão que a autora chega é de que as empresas que sobreviveram à crise da década
de 1930 mudaram seu foco de produção para o setor de maquinaria industrial.
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Michel Deliberali Marson (2008) faz uma análise sobre o estudo de Gupta.
Segundo ele, o problema encontrado no trabalho da autora é justamente tomar os dados
contidos no setor de “máquinas para agricultura e indústria” nas estatísticas industriais,
como uma evolução da indústria de máquinas em São Paulo. O que ocorre é que no
período analisado, a Estatística Industrial do Estado de São Paulo vai separando sua
classificação em subsetores. Marson exemplifica citando o fato de que indústrias que
em 1929 apareciam como “máquinas para a lavoura e indústria”, em 1937 figuravam
dentro do ramo “oficinas mecânicas para consertos”, ressaltando que os produtos
produzidos continuavam sendo os mesmos. “Portanto, ao utilizar apenas o subsetor
‘máquinas para a agricultura e indústria’, Gupta incorre no erro de concluir que a
diminuição de empresas classificadas em ‘máquinas para a agricultura e indústria’ teria
significado redução da quantidade de empresas produzindo máquinas (efeito adverso da
Grande Depressão).” (MARSON, 2008, p.13). O que na verdade não acontece, pois
houve uma realocação dessas empresas em outros subsetores dada a nova forma de
organização da Estatística Industrial.
Marson cita também a seguinte passagem de Gupta, onde a “autora conclui que:
há um declínio do número de firmas no setor entre 1929 e 1937,
principalmente devido à saída de pequenas firmas. O número de firmas
empregando menos de 20 operários declina de 92 para 54, devido ao
desaparecimento de muitas pequenas oficinas que supriam o setor
exportador. Há também uma maior mudança na composição da produção.
Das 19 firmas empregando mais de 50 operários em 1929, 14 produzia
máquinas para a agricultura e agroindústrias, enquanto em 1937 apenas 10
das 23 firmas nesta categoria o fabricavam, o restante produzindo máquinas
industriais. Há também uma diversificação da produção, com firmas
entrando na produção de máquinas para metalúrgicas, indústrias de
medicamentos e papel, bem como equipamentos para a geração e
transmissão de energia. O contraste é melhor expresso por meio de uma
estatística simples – o emprego em grandes firmas (com mais de 50
operários) produzindo para agricultura e agroindústrias aumenta apenas
8,4% entre 1929 e 1937, mas aumenta 84% em grandes firmas produzindo
maquinaria industrial” (GUPTA, 1997, p.249) (MARSON, 2008, p.14)”
Assim, de acordo com a visão de Gupta sobre o impacto da Grande Depressão
para o setor de bens de capital, como houve um choque externo no setor, as indústrias
que dependiam das exportações sofreram. Com o decorrer dos anos da crise, o setor se
diversificou e o setor de maquinaria industrial dinamizou o período.
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Considerações finais
Podemos resumir os principais pontos do presente trabalho. Começamos a
análise através da exposição da importância que o fim da escravidão e a imigração
tiveram sobre o desenvolvimento das indústrias em São Paulo. Vimos que com a Lei
Áurea e extinção do trabalho escravo, ocorreu o surgimento do trabalho livre e
consequentemente, o desenvolvimento de uma economia monetária, dando impulso para
o fomento do setor industrial. Os imigrantes tiveram grande papel na industrialização,
atuando não somente como operários mas também como industriais.
Analisando todas as teorias apresentadas nesse trabalho sobre a industrialização
de São Paulo, vemos que há divergência na literatura sobre o tema. Essas surgem tanto
quanto à maneira como se deu a industrialização no país quanto com relação crise do
café e da Grande Depressão sobre as indústrias existentes.
Toneto Jr, Vasconcellos & Gremaud, (2007), juntamente com Tavares (1973) e
Furtado (2000), defendem o fato de a Grande Depressão e a Crise do Café terem sido
favoráveis às indústrias nascentes, obrigando-as a suprirem as necessidades da demanda
interna e desenvolvendo o setor. Já Dean (1971) e Gupta (1997) seguem o raciocínio
diverso, afirmando que as crises tiveram impacto negativo no crescimento e
desenvolvimento industrial. A diferença se dá devido a forma de analise dada por cada
autor ao tema e metodologia empregada, como o caso explicado de Gupta que escolheu
apenas um ramo do setor de bens de capital para fundamentar sua tese.
Com relação à cidade de Jaboticabal, notamos que nas primeiras décadas do
século XX era uma região próspera, figurando entre as maiores do estado em
importância financeira e populacional. Confirmamos o fato da importância da imigração
para o crescimento local e desenvolvimento econômico, visto que a cidade era uma das
maiores produtoras de café. Também foi exposto que as crises cafeeiras tiveram um
efeito adverso sobre a cidade, desacelerando seu crescimento e trazendo fim ao sucesso
que se presenciara anos antes.
O surgimento das Indústrias Carlos Tonanni no começo do século XX culminou
com a época de ouro de Jaboticabal. A indústria figurou no topo dentre as 10 maiores do
estado nas Estatísticas Industriais de 1928, 1930 e 1932, apresentando a soma de 5 mil
contos de Réis como capital social.
A importância do presente estudo reside em analisar as Indústrias Carlos
Tonanni e sua influencia na cidade de Jaboticabal em face das diversas teorias sobre a
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industrialização no Estado de São Paulo. O tema se mostra relevante visto que não há
nenhum trabalho publicado sobre a indústria em si, como também não há nenhum
trabalho publicado sobre a evolução econômica da cidade de Jaboticabal e seu papel e
importância para o estado de São Paulo.
O presente paper é resultado de uma pesquisa ainda em andamento e, por isso,
muitas perguntas ainda estão em aberto. “Qual era a influencia de Carlos Tonanni em
Jaboticabal? Quais as inovações que trouxe para a cidade? Como surgiu a Indústria
Carlos Tonanni? De onde veio o capital necessário para sua implantação? Com quem
fazia seus negócios? Quem eram os parceiros comerciais? Como estavam suas finanças
na época? Como a indústria se tornou uma das dez maiores empresas do estado de São
Paulo na época? Foi a crise de 1930 a responsável pela diminuição do capital social da
Indústria Carlos Tonanni, visto na Estatística Industrial do estado de São Paulo em
1932? Como a empresa se recuperou? Por que Jaboticabal não continuou apresentando
os excelentes números que apresentara em fins do século XIX e primeiras décadas do
século XX? Como foi a recuperação da cidade após às crises da década de 1930? A
Indústria Carlos Tonanni teve um papel importante para que isso ocorresse?” são
exemplos de questionamentos que ainda estão por serem respondidos.
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