INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM FRENTE ÀS REAÇÕES ADVERSAS NA TOXICIDADE GASTRINTESTINAL POR QUIMIOTERÁPICOS Jaiana Maria Antonieta Cerqueira ∗ Cristiano Derevtsoff Santos∗ RESUMO O diagnóstico de uma doença oncológica relaciona-se com a perspectiva da antecipação da morte e implica, por si só uma alteração da qualidade de vida. A preocupação crescente da sociedade em prolongar a vida com qualidade, promove a investigação dos tratamentos antineoplásicos. A utilização da quimioterapia em associação com outras abordagens terapêuticas, tem tendência a aumentar. Existe a necessidade crescente de utilizar produtos que sejam mais eficazes, administrados em tempo oportuno e que promovam pouco ou nenhum efeitos colaterais(GAZZI, 2005).Os efeitos colaterais gastrointestinais da quimioterapia com mais impacto na qualidade de vida do doente são as naúseas e vômitos, a diarréia, a constipação, e a inapetência. É sobre estes efeitos colaterais que incidimos nossso estudo.O enfermeiro é responsável pela educação do doente e seu cuidador sobre os vários aspectos da quimioterapia. Os ensinos devem focar os efeitos colaterais, possível toxicidade e cuidados de prevenção. Este estudo tem como objetivo descrever as possíveis reações gastrintestinais imediatas que são classificadas como diagnósticos de enfermagem da NANDA, e seus sinais e sintomas além de elaborar um plano de cuidados da equipe de enfermagem na possibilidade de reação adversa gastrintestinais após administração dos quimioterápicos.Torna-se portanto fundamental formalizar os conhecimentos aqui compilados e contribuir para que a transmissão da informação sirva como base para futuros trabalhos nesta área. Palavras- Chaves: Quimioterapia. Efeitos colaterias. Reações gastrointestinais. Intervenções de enfermagem Bacharel em Enfermagem, Pós graduanda em UT I e-mail: [email protected] ∗ Bacharel em Enfermagem,Pós graduando em UTI e-mail: [email protected] Atualiza Pós-graduação 2 1 INTRODUÇÃO Um quimioterápico é um composto químico, utilizado no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou antiblástica.O primeiro quimioterápico antineoplásico comercializável foi desenvolvido a partir do gás mostarda, usado nas duas Guerras Mundiais como arma química. Após, a exposição de soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram hipoplasia medular e linfóide, o que levou ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos. A partir da publicação, em 1946, dos estudos clínicos feitos com o gás mostarda nas observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemias, verificou-se avanço crescente da quimioterapia antineoplásica. Atualmente, quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos encontram-se disponíveis para uso na prática clínica. Os avanços verificados nas últimas décadas, na área da quimioterapia antineoplásica, têm facilitado consideravelmente a aplicação de outros tipos de tratamento de câncer e permitido maior número de curas (Instituto Nacional de Câncer-INCA,2010). A quimioterapia tem como principal objetivo eliminar as células cancerígenas que formam o tumor. Infelizmente, os medicamentos utilizados não são capazes de diferenciar as células malignas das células normais. Por esse motivo, dizemos que a quimioterapia tem ação sistêmica no organismo do ser humano, ou seja, ela atinge tanto às células que formam o tumor quanto às células sadias. Existem dezenas de agentes quimioterápicos diferentes, cada um deles com indicações específicas e efeitos colaterais próprios(FONSECA; ALMEIDA e MASSUNAGA,2000). Os efeitos colaterais da quimioterapia apesar de temporários são bastante desagradáveis e podem ser exacerbados nos casos em que a quimioterapia e radioterapia são aplicadas simultaneamente. Alguns desses efeitos são bastante previsíveis, variando apenas sua intensidade de pessoa para pessoa. Outros ocorrem em conseqüência da sensibilidade individual, manifestando-se em um pequeno número de pacientes. O conhecimento dessas reações se faz necessário pra que se possam ter subsídios para prestar assistência de enfermagem adequada a esses pacientes, visando a melhoria da qualidade de vida, muitas vezes prevenindo possíveis complicações decorrente do tratamento(FONSECA; ALMEIDA e MASSUNAGA,2000). 3 Quando intensos os efeitos colaterais afetam a condição nutricional, o equilíbrio hidroeletrolítico e a qualidade de vida do paciente.São fontes de intensa ansiedade e estresse e não raro, contribuem para o abandono do tratamento,sendo necessário por esse motivo, que se identifique e promova um plano de intervenção de enfermagem para as possíveis reações gastrintestinais por quimioterápicos que são classificados como diagnósticos de enfermagem da NANDA, tais como: Náuseas e vômitos: que podem ocorrer durante o tratamento quimioterápicos, imediatamente após ou ainda horas e até dias após a quimioterapia; Existem atualmente medicamentos que ajudam a prevenir o aparecimento de náuseas e vômitos, esses medicamentos se denominam antieméticos. É possível que o médico prescreva este tipo de medicamentos e que o paciente tenha que tomá-los antes da quimioterapia e alguns dias após o tratamento(Hospital do Câncer de Barretos-Clique contra o câncer, 2010). NANDA traz como características definidoras das náuseas: normalmente precede o vômito, mas pode ser experimentada após vomitar ou quando o vômito não ocorre; pode ser acompanhada de palidez, pele fria e pegajosa, salivação aumentada, taquicardia, estase gástrica e diarréia(NANDA; 2001-2002). Diarréia: A quimioterapia pode provocar diarréia por que atua sobre as células sadias que recobrem internamente o intestino delgado e o intestino grosso, fazendo que a eliminação das fezes seja mais rápida. Diarréia é a eliminação freqüente das fezes e podem ter características semi-sólidas ou líquidas. Além da quimioterapia, outros medicamentos para tratar efeitos colaterais como obstipação ou infecções podem provocar diarréia(HOSPITAL..., 2010). NANDA, traz como características definidoras da diarréia: pelo menos três evacuações de fezes líquidas por dia, sons intestinais hiperativos, urgência, dor abdominal, cãibras (NANDA; 2001-2002). Constipação: NANDA, traz a seguinte definição de constipação: diminuição na frequência normal de evacuação, acompanhada por dificudades ou passagem incompleta das fezes e/ou passagem de fezes excessivamente duras e secas(NANDA; 2001-2002). Certas drogas têm efeito tóxico sobre o sistema nervoso do aparelho digestivo causando prisão de ventre, a qual pode ser evitada se houver uma maior ingestão de líquidos e caminhadas diárias; Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais (Inapetência/anorexia): que tem como definição: ingestão de nutrientes insuficiente para satisfazer as necessidades metabólicas(NANDA; 2001-2002). Deixar de se alimentar poderá trazer prejuízos a saúde como perda de peso, cansaço, fraqueza e diminuição de tolerância ao tratamento(HOSPITAL..., 2010). 4 A cada dia, medicamentos novos são postos à disposição dos oncologistas visando à redução da toxicidade dos quimioterápicos. É preciso salientar, porém, que a maioria desses medicamentos e métodos tem se mostrado inacessível à maioria dos pacientes, mais por seus custos do que por sua disponibilidade (comercial, institucional ou de doadores de órgãos); além do que eles também os acompanham de efeitos tardios ainda não totalmente conhecidos nem bem controlados(INCA,2010). 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS Descrever a assistência de enfermagem na toxicidade gastrintestinal por quimioterápicos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descrever as possíveis reações gastrintestinais imediatas que são classificadas como diagnósticos de enfermagem da NANDA, e seus sinais e sintomas; Elaborar um plano de cuidados da equipe de enfermagem na possibilidade de reação adversa gastrintestinais após administração dos quimioterápicos. 3 JUSTIFICATIVA As reações adversas às drogas quimioterápicas sempre foram um grande desafio para os membros da equipe de saúde. Se por um lado o paciente encontra no tratamento uma chance cada vez maior de cura ou estabilidade da doença, os efeitos adversos das drogas utilizadas em protocolos cada vez mais agressivos podem abalar substancialmente a aderência ao tratamento. È indispensável que a equipe de saúde conheça detalhadamente os efeitos adversos que cada droga, individualmente ou associada, pode desencadear, objetivando atender, com segurança ao paciente, orientando-o, bem como seus cuidadores,de modo a permitir que participem ativamente da terapia. 5 4.0 METODOLOGIA O procedimento metodológico utilizado para dar embasamento a este projeto de pesquisa será exclusivamente o de revisão literária, através de um plano de planejamento de pesquisa. Gil (1991), nos diz que o planejamento da pesquisa pode ser definido como um processo sistematizado, mediante o qual se pode conferir maior eficiência à investigação para em determinado prazo alcançar o conjunto das metas estabelecidas. A pesquisa bibliográfica, leitura e sistematização do referencial teórico é o ponto de partida desse processo de investigação. Para este estudo foi desenvolvida uma metodologia de revisão literária, onde estudamos periódicos nacionais e internacionais de enfermagem e medicina, cuja periodicidade e regularidade nos permite uma visão e análise das publicações ao longo do tempo,os impressos foram obtidos nas bases de dados Scielo e Lilacs, livros e artigos científicos publicados. Iniciamos com a definição do tema: Intervenções de enfermagem frente às reações gastrointestinais por quimioterápicos. A busca foi feita com o cruzamento das seguintes palavras chaves:Quimioterapia, efeitos colaterais, reações gastrointestinais, intervenções de enfermagem. Estabelecemos como critério de inclusão: artigos científicos obtidos na íntegra, publicados no período de 1999 a 2010 e que abordassem o tema de nossa escolha.Com a busca obtivemos um total de 35 artigos científicos. Ao realizar a seleção deste resultado de busca, foram encontrados 3 artigos que focalizavam o tema proposto. Devido ao baixo número foi realizada uma outra pesquisa no site do inca, e em outros site oficiais,como também em livros espécificos que abordassem o tema. Ao final foram obtidas 2 publicações, daí decidimos analisar a luz do material compilado na primeira etapa do trabalho. Apesar do número limitado e dos diferentes aspectos abordados, realizamos leitura minuciosa e procedente a análise dos mesmos, afim de compreender sobre o aspecto focalizado pelos autores de cada artigo individualmente. Após a leitura do material selecionado os dados foram agrupados de acordo com as principais manifestações de toxicidade gastrointestinal que são classificados como diagnósticos de 6 enfermagem da NANDA, a saber: náuseas e vômitos, diarréia, constipação, inapetência/anorexia. Com o levantamento bibliográfico, foi possível constatar a escassez de publicações nacionais relacionadas a temática, demonstrando a necessidade de incrementar pesquisas essa área. Consequentemente esta escassez de conhecimento no assunto reflete em prejuízo à assistência de enfermagem prestada, dificultando a ação dos profissionais de saúde envolvidos em intervir neste processo prejudicando a assistência ao paciente oncológico refletindo em sua qualidade de vida. Acreditamso que esta revisão bibliográfica contribuirá para obter informações sobre as reações adversas na toxicidade gastrointestinal por quimioterápicos ; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados; descrever as possíveis reações adversas imediatas,seus sinais e sintomas e elaborar um plano de cuidado. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 NÁUSEAS E VÔMITOS As naúseas e vômitos são efeitos colaterais comuns associados à quimioterapia sistêmica. Felizmente nos últimos dez anos, ocorreram avanços na compreensão da fisiologia das náuseas e vômitos induzidas pela quimioterapia, e em consequência, novas drogas foram incorporadas ao arsenal antiemético, possibilitando o controle, em grande parte dos pacientes, desse importante efeito colateral. Sabe-se que esses sintomas são controlados e intermediados pelo sistema nervosos central por meio de diferentes mecansimos. A náusea é intermediada pelo sistema nervoso autônomo. O vômito ocorre pela estimulação de um reflexo complexo, coordenado pelo centro de vômito, uma estrutura localizada na formação reticular dorsolateral da medula oblongata, próximo aos centros reflexos que controlam as funções cardiovasculares e respiratória. Esse compartimento das vias eferentes causa os sinais e sintomas de taquicardia, sudorese, fraqueza, e tontura que acompanham a náusea; a bradicardia e a diminuição da pressão arterial durante o vômito e o aumento da frequência e profundidade da respiração logo após(BONASSA,2005). 7 Náuseas e vômitos devem ser avaliados separadamente, pois são eventos diferentes e têm causas igualmente diferentes. Embora possam ocorrer separadamente, observa-se que frequentemente incidem juntos, acompanhados de sinais e sintomas, como palidez cutânea, taquicardia, hiperpnéia, sensação de fraqueza, tontura sudorese, dor na região da garganta e epigástrica, contratura do diafragma e músculos abdominias e sialorréia. Vale ressaltar a definição dessas três entidades distintas. Náusea é a sensação desagradável, semelhante a uma onda, na parte de trás da garganta, epigástrio ou no abdomem, que pode ou não levar ao vômito. O vômito é a expulsão forçada do conteúdo do estômago, duaodeno e/ou jejuno proximal através da boca e nariz,acompanhado de alterações somáticas. A ânsia de vômito é o movimento rítmico e espasmódico envolvendo o peito , diafragma e os músculos abdominais que ocorre antes ou durante o vômito(STEFANIE, 2005). As náuseas e os vômitos podem ser classificados como: agudos, tardios e antecipatórios. Agudos são aqueles que ocorrem uma ou duas horas após aplicação e se resolvem em 24 horas. São determinados pelo caráter emetogênico de grande parte dos quimioterápicos e são sensíveis ao tratamento com drogas antieméticas. As náuseas e os vômitos tardios persistem ou desenvolvem-se em 24 horas após a administração do quimioterápico, provavelmente pela continuidade dos efeitos dos metabólitos das drogas sobre o sistema nervoso central e gastrintestinal. Geralmente os incômodos tardios são menos freqüentes em pacientes que lograram um bom controle das náuseas e vômitos agudos. A náusea e o vômito antecipatórios, ou seja, aquele que acontecem antes da aplicação da droga, têm incidência variável, porém acredita-se que aproximadamente 25% dos pacientes desenvolvem náuseas antecipatória e 10% vômitos antecipatórios. Os fenômenos antecipatórios aparentemente resultam de mecanismos de condicionamento inconsciente. Após exposições repetidas a esses estímulos condicionados e incondicionados(droga, enfermeira e sala), a presença da enfermeira isoladamente ou a visão da sala, também isoladamente, sem aplicação de drogas, podem desencadear a resposta condicionada de naúsea e vômitos. Outros estímulos aprendidos desencadeadores do fenômeno são: pensamentos sobre quimioterapia, sinais encontrados na sala de aplicação ou no caminho até ela, odores presentes no setor de quimioterapia e sabores ou gostos associados ao tratamento(BONASSA, 2005). 8 O quadro 1 abaixo mostra exemplos de efeitos tóxicos dos quimioterápicos, conforme a época em que se manifestam após a aplicação. Precoces (de 0 a 3 dias) Imediatos (de 7 a 21 dias) Náuseas Mielossupressão Vômitos granulocitopenia Mal estar plaquetopenia Adinamia anemia Artralgias Mucosites Agitação Cistite hemorrágica Exantemas devida à ciclofosfamida Flebites Imunossupressão Potencialização dos efeitos das radiações devida à actinomicina D, à adriamicina e ao 5-fluoruracil Ultra-Tardios Tardios (meses) (meses ou anos) Miocardiopatia devida aos antracícliclos e outros Hiperpigmentação e esclerodermia causadas pela bleomicina Alopecia Pneumonite devida à bleomicina Imunossupressão Infertilidade Carcinogênese Mutagênese Distúrbio do crescimento em crianças Seqüelas no sistema nervoso central Fibrose/cirrose Neurotoxidade hepática causada pela devida ao vincristina, pela metotrexato vimblastina e pela cisplatina Nefrotoxidade devida à cisplatina Quadro1: Efeitos tóxicos dos quimioterapia Fonte: www.inca.gov.br Fatores a serem considerados na seleção de um regime antiemético incluem tipo do agente quimioterápico usado e seu potencial emetogênico, potencial dos efeitos colaterais associados com drogas antieméticas, eficácia e duração da ação, facilidade de administração e considerações com o custo. O conhecimento desses efeitos é fundamental e indispensável à prática de enfermagem oncológica(ASH ;CHAIR,2000). Fatores adicionais relacionados com a droga que influem na incidência das náuseas e vômitos são: a dose, a via de administração, a velocidade de aplicação e a combinação da droga. Geralmente a via oral se relaciona com uma incidência maior de náuseas e vômitos do que a via parenteral para uma mesma droga. Vale lembrar que infusões arterias ou intacavitárias são 9 menos emetogênicas do que aplicações endovenosas das mesmas drogas e dosagens(ASH;CHAIR,2000). Segundo Chair, apesar da importância das características farmacológicas da droga na gênese das náuseas e vômitos, há que se considerar outros fatores que interferem na incidência das náuseas e vômitos, tais como: Idade: pacientes jovens experienciam mais náuseas e vômitos. Sexo: a incidência mais alta em mulheres pode ser explicada pelo uso mais frequente de protocolos com maior potencial emético em mulheres e pela ingestão alcoólica normalmente menor nesse grupo. Ingestão alcoólica: pacientes que sistematicamente mantem alta ingestão de alcoól apresentam maior controle do fenômeno emético. Predisposição: indivíduos que sentem enjôo em viagens, que vomitam com frequência, ou mulheres que que tenham apresentado êmese intensa durante a gravidez são mais sensíveis aos efeitos emetogênicos dos quimioterápicos. Fatores emocionais: ansiedade, medo, expectativa de efeitos colaterais intensos e esperiências anteriores desagradáveis são fatores predisponentes. Condições orgânicas desfavoráveis: desidratação, jejum, alterações de paladar, probemas gastrointestinais, febre, enxaquecas, síndrome de Ménière, labirintite, hipercalcemia, uremia, hiperparatireoidismo, tumor, cerebral com aumento da pressão intracaniana e cansaço podem agravar as naúseas e vômitos. Ourtras drogas ou tratamentos: digoxina, agentes hormonais, analgésicos narcóticos, aspirina, antinflamatórios, suplementos férricos e tratamento radioterápico, especialmente em região gastroabdominal, torácica, cabeça e pescoço também podem causar naúseas e vômitos . Outros: números de aplicações de quimioterapia, ou seja, as náuseas e os vômitos vão se tornando mais intensos e frequentes no decorrer do tratamento. 5.1.1 Intervenções de Enfermagem O controle das naúseas e vômitos é imprevisível para cada paciente. Alguns indivíduos toleram drogas altamente eméticas com ajuda de apenas um antiemético via oral. Outros caem em um estado de naúseas e vômitos incontroláveis após aplicação de antineoplásicos usualmente bem tolerados. Há ainda os que consideram os efeitos colaterais das medicações 10 antieméticas piores do que as naúseas e vômitos. Daí a importância do tratamento individualizado e adaptado às características e necessidades de cada paciente. Para Bonassa(2005) os vômitos quando intensos podem comprometer o equilíbrio hidroeletrolítico e o estado nutricional do paciente, portanto, deve-se dar atenção especial ao balanço hídrico, sinais e sintomas de desidratação e hipoglicemia; Controlar e avaliar sistematicamente o peso e a ingestão hídrica e calórica do paciente. É fundamental uma avaliação clínica do paciente com o objetivo de identificar as causas e fatores desencadeadores do fênomeno emético. O pico, a duração e a severidade da naúsea devem ser avaliados separadamente do pico, da duração e da severidade do vômito. A influência dos aspectos psicoemocionais no que diz respeito as náuseas e vômitos não podem ser substimada. Fatores como ansiedade, medo, condicionantes anteriores (náuseas e vômitos antecipatórios) e ambiente (agitação,outros pacientes vomitando, barulho) podem desencadear ou acentuar o fenômeno emético. Além disso o tratamento antiemético não é absolutamente eficaz em todos os pacientes, especialmente no controle do vômito tardio e antecipatório. Por isso tem-se empregado medidas não farmacológicas associadas à terapêutica antiemética convencional com o objetivo de potencializar seus efeitos terapêuticos e aumentar o autocontole do paciente. Distrair o paciente adulto com conversação informal e agradável e as crianças com jogos, brincadeiras e televisão, por exemplo. Sugerir técnicas de relaxamento corporal, controle da respiração e vizualização de imagens agradáveis e prazerosas. Pesquisar preconceitos e idéias negativa em relação a doença e tratamento quimioterápicos e esclarecer essas questões, reforçando a confiança no benefício das drogas apesar dos efeitos colaterais desagradáveis. Habitualmente também sugerem-se modificações alimentares aos pacientes que recebem quimioterapia. Vale lembrar que são recursos efetivos quando associados à terapêutica antiemética adequada e quando individualizados para cada paciente. Pesquisar junto ao paciente intervenções dietéticas que foram úteis em episódios anteriores de náuseas e vômitos (gravidez, doença, período de estresse). O tipo de alimento ingerido durante os períodos de náuseas podem aumentar ou diminuir os sintomas. Recomenda-se evitar alimentos muito quentes, gordurosos, condimentados, salgado, com odores forte, frituras e doces. Dar 11 preferência aos alimentos sólidos, ácidos, frios ou servidos à temperatura ambiente. Comer quantidades menores em intervalos frequentes (a cada duas a três horas, por exemplo), evitando distensão gástrica excessiva, e esvaziamento gástrico prolongado. Acomselha-se que o paciente evite o preparo de alimentos durante o período de náuseas, delegando essa atividade a outra pessoa ou servindo-se de congelados previamente congelados. Sugere-se a não ingestão dos alimentos favoritos no dia da aplicação e nos subsequentes, enquanto persistem os sintomas, para evitar o desenvolvimento de aversão aos mesmos, tornando ainda mais difícil uma nutrição adequada(BONASSA,2005). Vale lembrar que todas essas medidas acima nem sempre beneficiam todos os pacientes, devendo, portanto, ser adequadas e adaptadas a cada indivíduo. Solicitar apoio de outros profissionais como nutricionistas , médicos, oncologistas, se necessário. 5.2 DIARRÉIA Diarréia é a eliminação freqüente das fezes e podem ter características semi-sólidas ou líquidas. A quimioterapia pode provocar diarréia por que atua sobre as células sadias que recobrem internamente o intestino delgado e o intestino grosso, fazendo que a eliminação das fezes seja mais rápida. Pacientes que recebem drogas antineoplásicas podem apresentar esse feito colateral e, nesses casos, a enfermeira que trabalha em quimioterapia deve estar apta a orientar o doente e/ou familiares sobre a possibilidade e seu controle(HOSPITAL..., 2010). Para Bonassa, a diarréia é um dos fatores que podem prejudicar a qualidade de vida do paciente oncológico. Quando não tratada ou de difícil controle ocasiona estresse físico e emocional importantes. Coloca o paciente sob risco de depleção fluida, desequilíbrio eletrolítico, escoriações de pele e mucosa e até a morte. O estresse emocional refere-se principalmente ao medo de perder fezes em público, o que pode levar o paciente ao isolamento. A diarréia dos pacientes com câncer pode estar relacionada com várias causas, tais como a ansiedade, alterações alimentares, medicações (alguns antibióticos, por exemplo), infecções, radioterapia em região pélvica ou abdominal, tumores do aparelho digestivo, suboclusão intestinal e agentes antineoplásicos. 12 O trato gastrintestinal é formado por células de rápida divisão, portanto vulneráveis à ação das drogas quimioteráticas. Em razão dessa vulnerabilidade ocorre um descamamento de células da mucosa, sem reposição adequada, levando à irritação, inflamação e alterações funcionais que ocasionam a diarréia. Basicamente o que ocorre é uma desproporção entre os processos de absorção e secreção no intestino delgado( INCA, 2010). Segundo Bonassa( 2005 ), a diarréia relacionada com a toxicidade gastrintestinal é observada em 75% dos pacientes que recebem quimioterapia, o que considera-se um nível de incidência bastante elevado.Vale lembrar que a incidência da diarréia relacionada à terapêutica oncológica depende não só da droga, mas é diretamente proporcional à dose e frequência de aplicação. A diarréia relacioanada à quimioterapia pode ser grave e potencialmente fatal. A diarréia aguda é de natureza colinérgica, ocorre nas primeiras 24hs e responde a atropina (0,25 a 1mg EV). A diarréia tardia ocorre de três a onze dias após a aplicação. 5.2.1 Intervenções de Enfermagem O tratamento da diarreía deve ser instituido precocemente, de forma a evitar complicações como desidratação, desequilíbrio hidroeletrolítico, fraqueza, diminuição da ingestão e absorção calórica e perda de peso. Caso necessário o tratamento quimioterápico deve ser interrompido temporariamente, de forma a permitir a regeneração completa da mucosa. A dieta oferecida ao paciente deverá ser pobre em resíduos, rica em proteínas e calorias. Deverá ser evitados os alimentos irritantes e estimulantes do peristaltismo, tais como cereais integrais, fibras, frituras, alimentos gordurosos, condimentados, frutas frescas e vegetais. Algumas bebidas também devem ser evitadas: café e chocolate por conterem cafeína, e os sucos cítricos e carbonados. A alimentação servida ao paciente não deve estar excessivamnete quente ou fria. As porções devem ser pequenas e oferecidas em intervalos frequentes(INCA,2010). A hidratação necessita ser constantemente estimulada. Adultos precisam receber pelo menos 3000ml de líquidos por dia. Os pacientes internados devem ser monitorizados em sua ingestão e eliminação, peso e dosagem de eletrólitos.Se a diarréia é severa, pode ser necessária 13 hidratação endovenosa para prevenir hipovolemia, distúrbios hidroeletrolítcos e choque (HOSPITAL.., 2010). Vale ressaltar que os antidiarréicos são absolutamente contra indicados em pacientes com diarréia de causa infecciosa, pois essas drogas diminuem a motilidade intestinal, prolongando a exposição da mucosa às toxinas bacterianas. Portanto, uma avaliação mais precisa da etiologia da diarréia através da análise bacteriológica das fezes é sempre muito importante. As regiões perineal e perianal desses pacientes devem ser protegidas para evitar hiperemia, lesões e assaduras que podem adquirir proporções graves graças à imunodepressão e a mielodepressão, frequentemente associadas. Fatores psicológicos, como a ansiedade e o estresse, podem estar associados, agarvando o quando diarréico. Nesses casos podem ser administrados ansiolíticos, conforme recomendações médicas(INCA,2010). A enfermagem deve supervisionar e avaliar esse cuidados quando executados pelo cliente ou acompanhante, e, se necessário, assumir sua execução até que o doente possa fazê-lo de forma adequada e independente(TANURRE,2008). 5.3 CONSTIPAÇÃO A constipação, estado no qual as fezes são evacuadas com dificuldade ou a longos intervalos, pode ocorrer com o uso de alguns quimioterápicos. Trata-se de um efeito colateral ou toxicidade gastrintestinal, mas em geral ocorre devido a neurotoxicidade de alguns antineoplásicos. É acompanhada frequentemente de anorexia, desconforto, dor e distensão abdominal. Constipação prolongada pode ocasionar náuseas, vômitos e desequilíbrio eletrolítico. A constipação do paciente com câncer apresenta diversas etiologias, como por exemplo, a inatividade, as alterações metabólicas (hipercalcemia,hipocalemia), obstrução mecânica, compressão espinhal, síndrome da anorexia-caquexia, distúrbios psicoemocionais (confusão,depressão), uso de contraste oral para exames radiológicos, uso abusivo de laxante, outras doenças associadas (diabetes, hipotireoidismo, diverticulite, desordens do canal anal) ou ação de algumas drogas. Os medicamentos não quimioterápicos mais frequentemente envolvidos são os analgésicos opióides, os antiácidos derivados do cálcio e alumínio, os 14 anticolinérgicos, os tranquilizantes , os relaxantes musculares, as fenotiazinas, os diuréticos, os suplementos com ferro e cálcio, os anticonvulsivantes e os antidepressivos. O uso regular de opióides é uma das principais causas de constipação em pacientes oncológicos. Essas drogas provocam diminuição da motilidade gastrintestinal devido à sua ação tóxica sobre o sistema nervoso do aparelho digestivo, podendo levar inclusive a quadros de íleo paralítico(BONASSA,2005). Não existem registros precisos sobre a incidência de constipação nos pacientes sob taratamento quimioterápicos. Ela é mais frequentemente associada à vincristina e a posssibilidade de ocorrência está relacionada coma dose e a frequência das aplicações. Fatores associados que podem incrementar a incidência de constipação são: idade avançada, diminuição da mobilidade e atividade, erros alimentares (dieta com baixo teor de fibras), uso de analgésicos narcóticos e alterações psicológicas (depressão, ansiedade)(CASTRO,2005). 5.3.1 Intervenções de Enfermagem A proteção da integridade da mucosa retal dos pacientes sob tratameto quimioterápico é fundamental devido à mielopressão que frequentemente acompanha esses indivíduos, predispondo-os a infecções e sangramentos. Dessa forma, é fundamental o tratamento profilático da constipação, de forma a evita a necessidade de supositórios e enemas, absolutamente contra indicados nessa população. A dieta rica em fibras é o item isolado mais importante no tratamento da constipação. A alimentação oferecida aos pacientes internados predispostos a esse problema deve ter essa característica, porém respeitando ao máxima as preferências de cada indivíduo. Neste particular, o nutricionista é o profissional mais indicado para atender satisfatoriamente o paciente. Pacientes que fazem uso regular de narcóticos ou quimioterápicos neurotóxicos, devem ser sistematicamente avaliados em seu funcionamento intestinal, encorajados a beber líquidos (água, suco de ameixa, café) e ingerir cereais com fibra (farelo de trigo, por exemplo) diariamente.A enfermeira que trabalha em quimioterapia deve estar atenta a esse efeito colateral e apta a orientar o paciente e/ou familiares sobre essa possibilidade, seu controle e tratamento(FONSECA; ALMEIDA e MASSUNAGA,2000). 5.4 INAPETÊNCIA/ANOREXIA 15 A importância da condição nutricional do paciente tem sido crescentemente enfatizada nos últimos anos. Sabe-se que o status nutricional do indivíduo interfere no prognóstico das moléstias, inclusive neoplásicas. Infelizmente, diversos fatores levam o paciente com câncer à anorexia, ou seja perda do apetite, entre eles o uso de drogas antineoplásicas(INCA,2010). A anorexia que leva a um prejuízo da ingestão alimentar, pode ser um dos fatores relacionados à caquexia do pacinete oncológico. Algumas características da caquexia oncológica diferem da caquexia decorrente da privaçaõ de alimentos( fome não saciada), tais como mobilização de gordura e musculatura esquelética (em vez de mobilização preferencial de gordura) , taxa de metabolismo basal normal ou aumentada (em vez de diminuição), aumento da atividade metabólica e do tamanho do fígado (em vez de atrofia), turnover da glicose normal ou acelerado (em vez de diminuido) e aumento do turnover da proteína total do organismo( em vez de diminuição). A perda proteíca progressiva leva ao agravamento da anemia, hipoalbuminemia, hipotransferrinemia, perda da imunidade celular, diminuição da tolerância ao trabalho, diminuição da habilidade de respirar profundamente, aumento do risco de pneumonia, inabilidade para deambular e até para sentar-se corretamente. Outros sinais incluem: perda de cabelo, descamação da pele, unhas quebradiças e úlceras de decúbito. Em geral, a morte ocorre quando há perda de 30% a 50% das reservas protéicas( BONASSA,2005). Diversos fatores contribuem para a anorexia dos pacientes com câncer, levando-os a diminuir sensivelmente a ingestão de alimentos, perder peso e entrar em caquexia. Esse déficit nutricional acentuado torna o paciente menos responsivo ao tratamento e mais susceptível às infecções e à progressão da doença. Alterações nos níveis hormonais e no metabolismo das gorduras e carboidratos, além das transformações atróficas da musculatura e mucosa do estômago e intestino delgado, levam a retardamento do processo digestivo e a alterações do apetite responsáveis pela sensação de plenitude gástrica ocasionada com pequenas porções de alimentos. Essas alterações podem ser desencadeadas pela própria doença ou pela ação das drogas antineoplásicas. Mudanças de paladar, incluindo percepções aumentada ou diminuída para doces, ácidos, salgados e amargos; perda geral do sabor dos alimentos e aversão a determinadas comidas, líquidos ou 16 odores são ocorrências relacionadas com o tratamento quimioterápico que levam, invariavelmente, à anorexia(SMELTZER, 2006). As náuseas, os vômitos e as estomatites são também responsáveis pela anorexia. Fatores psicológicos devem ser igualmente considerados, como a ansiedade, o estresse, a depressão e o medo. 5.4.1 Intervenções de Enfermagem A enfermagem deve estar atenta a esse efeito colateral, identificando os pacientes de maior risco, avaliando-os rigorosamente do ponto de vista nutricional e instituindo as medidas terapêuticas indicadas para cada caso. O tratamento da anorexia visa, fundamentalmente, oferecer medidas de suporte nutricional com objetivo de manter o paciente hígido. Deve-se encorajar a ingestão via oral de alimentos ricos em proteínas e calorias. Um bom café da manhã é de fundamental importância, pois frequentemente, nesse horário, a anorexia é menos intensa. O paciente deve ser conscientizado da necessidade de comer apesar da inapetência, já que uma nutrição completa faz parte do plano de tratamento da sua neoplasia. Se o indivíduo estar internado, a enfermagem deve promover o contato com o serviço de nutrição do hospital, de forma a adaptar o cardápio oferecido às suas preferências. Pequenas porções, esteticamente bem arranjadas e atraentes, livres de odores fortes e servidas a temperatura ambiente, costumam melhorar a aceitação(FONSECA; ALMEIDA e MASSUNAGA,2000). A ingestão de fluidos durante as refeições deve ser evitada, pois levam a plenitude gástrica, tornando o paciente ainda mais anorético.Exercícios físicos, adaptados à tolerância de cada paciente, executados antes das refeições, podem incrementar o apetite. Suplementos nutritivos, oferecem complementação de grande valia. Casos mais severos devem ser avaliados quanto à necessidade de instituição de medidas alternativas de alimentação através de sonda nasogástrica ou nasoenteral, gastrostomia , jejunostomia ou cateteres venoso (nutrição parenteral prolongada). Nesse grupo estão incluídos os pacientes submetidos a tratamento quimioterápico agressivo, com altas doses em intervalos curtos e regime condicionante de transplante de medula óssea. 17 A deficiência nutricional leva a uma diminuição da competência imunológica, alterações no processo de cicatrização e intolerância aos tratametos oncológicos, o que é muito grave nesse grupo de pacientes submetidos a procedimentos intensivos que visam obter a cura definitiva. Portanto, é fundamental que sejam instituídas medidas rápidas e eficazes que assegurem ao paciente um excelente estado nutricional(INCA,2010). Por outro lado, a progressiva perda de peso faz parte da biologia do processo do câncer, em especial quando não há possibilidade de cura definitiva. A terapia nutricional não prolonga a sobrevida se o tumor não está sob controle. No entanto muitos pacientes e familiares acreditam que o estado nutricional é essencial, negligenciando a influência da doença de base. E acreditando nos milagres de uma boa alimentação, a família e os amigos exercem uma pressão massacrante sobre o paciente, obrigando-o a comer. Embora a intenção seja louvável, essa atitude agrava a condição emocional do paciente e, portanto,deve ser totalmente evitada. Mesmo quando o tratamento oferece ampla possibilidade de cura, vale lembrar que períodos de anorexia são geralmente seguidos por períodos de grande apetitee, que portanto, os familiares devem reduzir sua ansiedade, respeitar a rejeição do paciente e aguardar com paciência o retorno do apetite para repor as perdas nutricionais(SMELTZER, 2006). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo foi o primeiro passo para alcançar o objetivo inicial delineado para descrever a assistência de enfermagem na toxicidade gastrintestinal por quimioterápicos. Para um tratamento e prevenção adequados no decorrer dos ciclos de quimioterapia é importante que o doente comunique estes efeitos ao profissional da equipe de saúde. Os enfermeiros devem enfocar as necessidades individuais de cada paciente quando é estabelecido o protocolo quimioterápico, para isso é importante o enfermeiro estar familiarizado com as informações do paciente quanto sua história, exame físico, aspectos econômicos sociais procurando sempre estabelecer um plano de cuidados individualizado. O tratamento quimioterápico pode afetar de maneira importante a qualidade de vida do paciente, podendo este sofrer perdas tanto nos aspectos físicos, emocionais, quanto nos aspectos econômico-sociais. Uma estratégia adequada seria o desenvolvimento de um plano de ensino 18 em reações adversas gastrointestinais para ser aplicado em pacientes e seus familiares com risco para desenvolver tais reações. Sabe-se que quando não controlados adequadamente podem levar a sérias complicações, portanto os enfermeiros têm um papel fundamental na observação e avaliação dos pacientes para o ajuste de suas terapias atendendo a suas necessidades(TANURRE,2008). Estar permanentemente informado quanto aos protocolos quimioterápicos mais usados no tratamento do câncer, o conhecimento quanto aos tipos de drogas antieméticas disponíveis, suas indicações e contra-indicações; uma avaliação cuidadosa do paciente com maior potencial de risco para reações adversas, sempre conhecendo suas necessidades individuais, todos estes são fatores chave para propor um planejamento da assistência de enfermagem no controle de reações adversas na toxicidade gastrointestinal. 19 NURSING INTERVENTIONS TO FRONT SIDE EFFECTS IN GASTROINTESTINAL TOXICITY OF CHEMOTHERAPEUTIC ABSTRACT The diagnosis of a malignant disease is related to the prospect of early death and implies in itself an alteration of the quality of life. The growing societal concern in prolonging the life of quality, promotes research of anticancer treatments. The use of chemotherapy in combination with other therapeutic approaches, tends to increase. There is a growing need to use products that are more effective, given in a timely manner and that promote little or no side effects (Gazza, 2005). Gastrointestinal side effects of chemotherapy with more impact on quality of life of patients are nausea and vomiting , diarrhea, constipation, and poor appetite. It's about these side effects that affect nossso study.The nurse is responsible for educating the patient and their caregivers on several aspects of chemotherapy. The teaching should focus on side effects, toxicity and possible preventive care. This study aims to describe the possible immediate gastrointestinal reactions that are classified as nursing diagnoses of NANDA, and its signs and symptoms as well as a plan of care nursing staff in the possibility of gastrointestinal adverse reaction after administration of quimioterápicos.Torna- is therefore essential to formalize the knowledge compiled here and contribute to the transmission of information serves as basis for future work in this area. Key Words: Chemotherapy. Side-effects. Gastrointestinal reactions. Nursing interventions 20 REFERÊNCIAS ASH, C. R.; CHAIR, K. C. Cancer Control a course for nurse educators. University of Florida. College of Nursing. 2000. BONASSA, Edva Moreno Aguilar ; SANTANA, Tatiana Rocha. Enfermagem em terapêutica oncológica. 3 ed. São Paulo:Atheneu, 2005. CASTRO, L.S.; CORRÊA, J. H. S. Tratamento cirúrgico do câncer gastrointestinal. Rio de Janeiro, 2005. FONSECA, Selma Montosa da; ALMEIDA, Elizabeth P. M de; MASSUNAGA, Valéria Mika.. 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