Revista Alergo ar - Nº 4 Ano 2 / 2011 EDITORIAL EXPEDIENTE Diretoria José Roberto Zimmerman CRM 52.13458-0 Milton Galper Posener CRM 52.13695-2 Leonardo Ferreira Zimmerman CRM 52.77204-6 Rogério Nogueira de Melo CRM 52.56012-8 Silnice Quintela Administradora ENTREVISTA Para que os antibióticos fortaleçam só a saúde Projeto Gráfico Patrícia Ouvinha Estagiária de Jornalismo Giselle Soares s estações mudam, mas a vida do alérgico deve continuar a mesma, envolta a cuidados. O outono, conhecido pela queda das folhas, também é a estação que faz o intermédio entre a estação do calor e a estação do frio, e pode ser tão quente quanto uma e despertar tantas crises alérgicas como a outra. 06 Aprenda a manter a sua casa livre dos maiores causadores das crises alérgicas: a poeira e os ácaros, na seção Comportamento. SAÚDE “Na seção Saúde, Aproveite o outono e se livre das manchas na pele saiba porque as região Serrana do Rio de Janeiro trouxeram à tona um hábito comum, manchas de pele porém perigoso: o esquecimento do reforço das vacinas contra o téta- Editoração Eletrônica Bianca Andrade Jornalista Responsável Juliana Temporal MTB 19.227 A 04 COMPORTAMENTO A casa do alérgico Produzido por Selles & Henning Comunicação Integrada Prevenir é sempre melhor que remediar Índice 07 ESPECIAL aparecem no Não corra riscos: mantenha as vacinas sempre em dia verão e porque 08 ARTIGO Alergia a Medicamentos 10 o outono é a Prevenir é sempre melhor que remediar. As recentes enchentes na no e a difteria, que deve acontecer a cada dez anos. Leia mais na seção Especial. Nesta edição, entenda porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamentou a venda dos antibióticos e como eles agem no organismo, através da entrevista com Dr. Walter Tavares, estação ideal Professor de Doenças Infecto-Parasitárias do Departamento de Medi- para o seu cina da UFRJ e da UFF. tratamento” Na seção Saúde, saiba porque as manchas de pele aparecem no verão e porque o outono é a estação ideal para o seu tratamento. Conheça ainda, as vacinas conjugadas e reduza o número das aplicações CORPO HUMANO E SAÚDE Unidades Por trás do “cof cof” Centro Rua Sete de Setembro, 92 - salas 905 a 908 Tel: 2224-1594 Tijuca Rua Desembargador Izidro, 22 - Lj. B Tel: 3515-0800 Administração: 3515-0800 Marcação de Consultas: 3515-0808 E-mail: [email protected] www.alergoar.com.br 13 A tosse pode ser um sinal de que algo está errado no organismo e, por isso, devem ser observadas as suas características e sua frequência, como mostra a seção Corpo Humano e Saúde. SAÚDE DA CRIANÇA Vacinas conjugadas facilitam a imunização das crianças Madureira Estrada do Portela, 99 – Grupo 1101 Vacinas: sala 1122 - Tel: 3359-4384 Niterói Rua da Conceição, 188 – Sala 2308 Tel: 2622-1254 na seção Saúde das Crianças. A Clínica Alergo ar é a preferida de diversos médicos, confira os 14 motivos na seção Institucional. Boa leitura. ACONTECE NA ALERGO AR Por que a Alergo ar? respondem os prescritores 15 03 Revista Alergo ar - Nº 4 Ano 2 / 2011 ENTREVISTA Para que os antibióticos fortaleçam só a saúde De acordo com determinação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que vigora desde novembro do ano passado, a compra de antibióticos só pode ser feita mediante apresentação de receituário médico, pois o uso indiscriminado do medicamento fortaleceu as bactérias, tornando-as resistentes. Nem toda infecção deve ser tratada com antibiótico e o medicamento deve estar de acordo com a bactéria que se instalou. Em entrevista, Dr. Walter Tavares, Professor de Doenças Infecto-Parasitárias, aborda estes temas e explica o efeito dos antibióticos no organismo e os males causados pelo seu uso indevido. Dr. Walter Tavares Professor de Doenças InfectoParasitárias 04 uso indiscriminado pode causar rem a causar infecções, fica mui- verdade e o que é apenas mito? consequências danosas à saúde to mais difícil o tratamento. Se Dr. Walter Tavares - Sim, é ver- e ao meio ambiente. isso ocorrer, pode ser necessária dade que alguns antibióticos a internação do paciente, o uso não devem ser tomados junto Alergo ar - Quais são as possí- de drogas mais dispendiosas e com alimentos, pois há uma di- veis complicações do uso do an- mais tóxicas, e o risco de evolu- minuição da absorção do medi- tibiótico incorreto ou em uma ção grave é, às vezes, fatal. camento. Isso vale também para situação desnecessária? o leite. Por outro lado, existem Dr. Walter Tavares - Inicialmen- Alergo ar - Quais são os medi- antibióticos nos quais os ali- te, nem sempre é necessário camentos que não devem ser mentos em nada interferem na usar antibiótico em um pacien- ingeridos junto com os antibió- absorção. É verdade que alguns te com infecção. Como disse ticos? Quais são os efeitos desta antimicrobianos podem dimi- acima, quem determina isso é o interação medicamentosa? nuir o efeito de anticoncepcio- médico, com seu conhecimento Dr. Walter Tavares - Cabe ao nais, assim como é verdade que adquirido em curso de gradu- médico instruir o seu paciente um grupo de antibióticos pode Alergo ar - Como os antibióti- deve ser feita pelo médico. É ele ação. Existem agentes infec- sobre as interações que podem causar alterações dentárias em cos combatem as infecções no que irá determinar se a doen- ciosos, como os vírus, que não ocorrer entre vários medica- crianças. Poderiam ser citadas organismo? ça apresentada pelo paciente são combatidos pelos antibió- mentos. Na atualidade, com centenas de alterações e inte- Dr. Walter Tavares - Os anti- é um processo infeccioso, se o ticos. Além disso, em algumas o imenso arsenal terapêutico, rações que antibióticos podem bióticos, e outras substâncias agente causador é sensível aos infecções bacterianas bastam cada paciente é um caso espe- causar no organismo humano. antimicrobianas, podem atuar antimicrobianos e, se no caso cuidados locais, sem o uso de cífico que deve ser analisado Cada antibiótico tem sua par- sobre microrganismos que são específico do paciente, há real- antibióticos. Portanto, além de pelo seu médico, que dará as ticularidade farmacocinética e a causa de muitas infecções que mente a necessidade do uso de muitas vezes inútil, é gasta uma orientações adequadas sobre farmacodinâmica. E, é por isso afetam o organismo do Homem antibiótico. importância em dinheiro sem como proceder no uso dos me- que esses medicamentos só po- necessidade. dicamentos. dem e devem ser prescritos por e de outros animais. A ação dos antibióticos depende da sensi- Alergo ar - O que levou a esta Depois, deve-se considerar bilidade do germe à substância determinação da ANVISA? Em que os antibióticos são substân- Alergo ar - Existem alguns mitos empregada e também do local que a regulamentação pode au- cias estranhas ao organismo hu- populares relacionados à inges- em que o microrganismo está xiliar na saúde das pessoas e no mano e, dessa maneira, podem tão de antibióticos. Entre eles: * Doutor em Medicina pela localizado. uso correto dos antibióticos? causar efeitos tóxicos, irritações, não se pode ingerir em jejum; UFRJ e Professor de Doenças Dr. Walter Tavares - A resolução alergias e propiciar infecções por deve-se preferir a ingestão junto Infecto-Parasitárias do Depar- Alergo ar - Em quais casos os da ANVISA, em regulamentar a microrganismos mais virulentos. a uma refeição; deve-se ingerir tamento de Medicina da UFRJ, antibióticos são realmente indi- venda de produtos contendo E mais, o uso incorreto e abu- o medicamento com leite, para UFF, Centro Universitário de cados? antimicrobianos, visou exata- sivo de antibióticos pode causar evitar que ele cause dor no estô- Volta Redonda, Centro Univer- Dr. Walter Tavares - No caso da mente evitar o uso abusivo des- a seleção de microrganismos re- mago; os antibióticos estragam sitário Serra dos Órgãos, da Medicina humana, a indicação sas substâncias, muitas vezes sistentes a vários antibióticos e, os dentes; diminuem o efeito Universidade Gama Filho e da do emprego de antibióticos usadas sem necessidade e cujo se esses germes resistentes vie- dos anticoncepcionais. O que é Universidade Severino Sombra. quem estudou e aprendeu porque, quando e como utilizá-los. 05 Revista Alergo ar - Nº 4 Ano 2 / 2011 COMPORTAMENTO SAÚDE Aproveite o outono e se livre das manchas na pele A casa do alérgico o dem ser avermelhadas, quando O melasma é caracterizado mas algumas marcas causadas pelo acúmulo de va- pelo surgimento de manchas ficam. Certas marcas sos sanguíneos debaixo da pele escuras na face, que incidem na sos outros objetos acumulam são “bem-vindas”, como o bron- e, neste caso, recebem o nome maioria das vezes em mulheres. tem diversas recomendações a poeira e podem servir de aloja- zeado que mantém o charme de hemangiomas. Assim como o pano branco, o esquecer que a alergia é uma re- serem dadas aos alérgicos e, se- mento para os ácaros, são eles: do verão. Mas, o que não se gos- Existem diversos tipos de melasma não é causado pelo ação ao contato com agentes ir- guindo elas, se pode chegar ao colchões, cortinas, tapetes, sofás, ta de levar do verão são as man- manchas que podem surgir no sol. Trata-se de uma combina- ritantes, logo, evitá-los é sempre ambiente ideal - a casa do alérgi- bichos de pelúcia e outros. Um chas na pele, que nem sempre verão, mas duas delas são muito ção dos hormônios e da gené- uma boa ideia. co. Um lugar livre das principais só colchão pode abrigar cerca oferecerem riscos à saúde, mas frequentes: a pitiríase versicolor tica, quase sempre ligado ao causas das crises alérgicas. de dois milhões de ácaros. Como que afetam a estética. e o melasma. uso de anticoncepcionais ou à te causador da alergia, o alérgico ser aspirados levando a crises tratados com o uso deve evitá-lo e, para isso, precisa alérgicas. de vacinas antialérgi- se manter longe de alguns obje- Além dos travesseiros, diver- cas ou com medicamentos anti- tos e evitar algumas ações. Exis- histamínicos, mas, não se pode Os alérgicos têm o sistema imunológico sensível, que reage Durante a limpeza de rotina, muitos destes objetos não po- de forma exagerada quando en- os alérgicos devem ficar aten- dem ser simplesmente descarta- tra em contato com determina- tos a ações que, enquanto lim- dos, os alérgicos devem seguir as das substâncias, mesmo que es- pam, espalham a poeira pelo ar. seguintes orientações: tas não sejam nocivas à saúde. A Umas das ações comuns do dia vacina reduz a produção de anti- a dia, e que deve ser evitada pelo corpos específicos contra a subs- alérgico, é o ato de varrer a casa. • Encapar colchões e traves- tância que desencadeia a reação Enquanto as partículas grandes seiros com materiais não per- alérgica (ácaro, por exemplo), fa- são empurradas pela vassoura, meáveis, como o plástico; zendo com que o organismo se as menores são dispersas pelo acostume a ela e pare de reagir ar. O espanador é outro vilão, à sua presença. Já os chamados que deve ser substituído por um • Trocar as toalhas duas ve- “antialérgicos”, são medicamen- tecido que retenha a poeira, ao zes por semana e colocá-las, se tos que bloqueiam o efeito da invés de jogá-la ao ar como faz o possível, para secar no sol. histamina, principal substância espanador. • Trocar a roupa de cama duas vezes por semana; • Manter o ambiente sempre ventilado; verão se A pitiríase versicolor, conhe- gestação. Estes aspectos, junto à “Com temperaturas mais amenas cida popularmente como pano exposição ao sol, podem desen- branco, é caracterizada pela cadear as manchas. presença de manchas claras ou Para evitar seu surgimento, e logo após a temporada do avermelhadas que surgem prin- recomenda-se o uso de prote- cipalmente no rosto, no pesco- tor solar, não apenas em forma ço e no tronco. de cremes, mas também com a aparecimento das manchas, o outono Trata-se de um fungo co- utilização de objetos que blo- mum, que está presente em to- queiem a luz solar, como o guar- dos os organismos, mas que em da-sol, o óculos e chapéus. é a estação ideal para o tratamento alguns, pode se desenvolver e Sejam elas escuras ou cla- causar manchas. O que ocorre ras, as manchas deixadas pelo no verão é que as áreas afetadas verão devem ser tratadas pelo dermatológico” pelo fungo não bronzeiam e se dermatologista, evitando a sua tornam mais claras que as de- evolução. responsável pela reação alérgica. Fora a poeira, os alérgicos de- Já as almofadas, os bichos de Chamadas pelos médicos de mais regiões do corpo. Logo, es- Com temperaturas mais ame- Seu efeito concentra-se na crise, vem prestar atenção à proximi- pelúcia, os carpetes e as cortinas máculas, as manchas podem ter sas micoses já existiam, porém nas e logo após a temporada do e não na melhoria da resposta dade dos ácaros. Os ácaros são que não são essenciais, devem cores, tamanhos e formatos di- só se tornaram visíveis depois aparecimento das manchas, o ao contato com o agente desen- pequenos aracnídeos que se ali- ser descartados. ferentes de acordo com as suas da exposição ao sol. outono é a estação ideal para o cadeador da alergia. Mas, todo o mentam da descamação da pele Manter o ambiente livre dos causas. Quando são mais cla- O tratamento pode ser feito tratamento pode ser prejudica- e se concentram em lugares es- causadores das crises torna o tra- ras que o restante da pele são através do uso de comprimidos do se o alérgico não se preocu- tratégicos para sua alimentação, tamento mais eficaz. chamadas de hipocrômicas; se ou pomadas, de acordo com o es- Fontes: Dermatologia.net par também com a prevenção. como por exemplo, nos traves- forem mais escuras, se chamam tado das manchas, que devem ser e Sociedade Brasileira de hipercrômicas; e também po- avaliadas por um dermatologista. Dermatologia. Uma vez identificado o agen- 06 o despede, s alérgicos podem ser seiros. Minúsculos, eles podem Fonte: ASBAI. tratamento dermatológico. 07 Revista Alergo ar - Nº 4 Ano 2 / 2011 ESPECIAL Não corra riscos: mantenha as vacinas sempre em dia A s enchentes que atin- Tétano isso, muitos adultos não estão ceira, para depois, fazer o refor- imunes. Sem contar com aque- ço a cada dez anos. les que iniciaram o processo de O reforço da vacina anti- sada por uma bactéria evitável imunização, que é composto tetânica pode ser antecipado giram a Região Serrana O tétano é uma doença através de vacina. Uma caracte- por três doses, e não concluí- para as grávidas, quando já to- do Estado do Rio de Ja- grave, que pode levar à morte. rística que aumenta a preocu- ram. E ainda, aqueles que não maram a vacina há mais de cin- neiro despertaram a preocupa- Devido à inclusão da imuniza- pação em relação a esta doença receberam o reforço depois de co anos e já tenham atingido ção sobre a disseminação de do- ção da doença no Calendário é a sua transmissão, que pode 10 anos. Todos estes estão sus- o sétimo mês de gestação, ou enças como o tétano e a difteria. Básico de Vacinação, há mais ocorrer através do contato com ceptíveis à contaminação. quando houver ferimento com Apesar de as vacinas imunizantes de 40 anos, os casos da doença as secreções respiratórias de Os adultos, que nunca toma- alto risco de contaminação. ram a vacina, devem receber as Nos casos em que há conta- contra estas doenças serem ofe- reduziram e ela se tornou rara. recidas pelo Ministério da Saúde, Mas, sua letalidade é grande, A bactéria causadora da dif- três doses da vacina DT (difteria to com algum objeto que ofe- o reforço nem sempre é tomado levando mais da metade dos teria está presente na garganta e tétano) de adultos, para subs- rece risco de contaminação, a no período certo, o que deixa o infectados à morte. e na pele das pessoas contami- tituir as doses que não foram vacina deve ser tomada em até A doença é causada por uma nadas, que nem sempre estão tomadas no primeiro ano de sete dias. Mas, trata-se de uma bactéria, que contamina os feri- doentes. Como nem todos de- vida e, a partir daí, passarão a medida emergencial, já que a Logo no primeiro ano de mentos, e pode ser encontrada senvolvem a doença e, assim, fazer o reforço a cada dez anos. imunidade contra as doenças vida, as crianças devem receber no solo, no esterco, em objetos não há como identificar quem Aqueles que interrompe- pode ser obtida a qualquer organismo susceptível ao desenvolvimento das doenças. uma pessoa infectada. três doses da vacina DTP, que as de metal, madeira, vidro e em está contaminado, a vacina é a ram o início da imuniza- imuniza contra o tétano, a difte- outros materiais. melhor maneira de evitar a dis- ção e não tomaram as seminação da doença. três vacinas, deverão ria e a coqueluche. Com um ano Os sintomas da doença são: e três meses, a criança recebe dificuldade de abrir a boca e de A doença causa uma con- mais uma dose da vacina e, só engolir, rigidez na nuca e con- tração ou uma inflamação na que faltam, até voltará a ser vacinada contra as trações abdominais. Como não traqueia ou na laringe, onde chegar a ter- bactérias DTP, com idade em tor- há como eliminar a bactéria do se desenvolve uma membra- no de quatro e seis anos. A partir ambiente, a vacina imunizan- na, que prejudica a respiração, daí, o reforço passa a ser feito a te deve ser tomada por todos, tornando-a “barulhenta”. cada década, com a vacina DT, sem restrição de idade. que reforça a imunidade contra a difteria e o tétano. Além da vacina, outra forma Vacina DT de evitar a contaminação da Ambas as doenças, difteria Como o período de imuniza- bactéria, que causa o tétano, é e tétano, são preveníveis atra- ção da vacina é longo, de uma lavar os ferimentos com água e vés de vacinas e, como têm o década, muitos acabam perden- sabão para retirar os resíduos mesmo prazo de imunização, do as contas e esquecem de to- de sujeira. podem ser administradas em mar o reforço, só lembrando das vacinas quando se encontram numa situação de risco, como no caso das enchentes. conjunto, na vacina DT. Difteria momento, sem que haja a necessidade de Guarde seu receber as doses correr riscos. cartão de vacinação. A perda do cartão de vacinação é uma das maiores causas do esquecimento do reforço das vacinas contra o tétano e a difteria. É através dele que se pode acompanhar o programa de imunização proposto pelo Ministério da Saúde e, sem ele, não se sabe ao certo quando chegou a hora de tomar uma nova vacina ou reforçar uma outra. As vacinas foram disponi- Assim como o tétano, a dif- bilizadas pelo Ministério da teria é uma doença grave cau- Saúde na década de 70 e, por Fonte: Ministério da Saúde e Centro de Vacinação de Adultos – UFRJ. 08 09 ARTIGO Alergia a Medicamentos O que é alergia medicamentosa? É um efeito adverso a um medicamento que tem um mecanismo de natureza imunológica. É menos comum que outros efeitos colaterais observados com o uso de remédios para os diferentes tratamentos médicos. Praticamente todos os medicamentos possuem algum risco de provocar reações adversas. As reações imuno-alérgicas podem ser muito importantes, pois podem impedir a continuidade de utilização, vindo a prejudicar o controle terapêutico das doenças para os quais foram prescritos. As reações alérgicas podem variar de discretas a muito graves, inclusive ser potencialmente fatais. Podem ser imprevisíveis, o que obriga os médicos e pacientes a estarem sempre atentos. Na dúvida o alergista deverá ser sempre consultado. A alergia a medicamentos está aumentando. Por que? Por causa da proliferação e disseminação de inúmeros novos medicamentos e de produtos de origem biológica pela Medicina moderna. A todo instante medicamentos pesquisados e aprovados são liberados a nível mundial para o tratamen- 10 to das doenças humanas. Sabese que tanto a eficácia quanto a adversidade ou resistência aos remédios tem uma base genética. O paciente pode ser susceptível a reações alérgicas e aos efeitos colaterais. A alergia aos medicamentos e a intolerância medicamentosa podem ocorrer em qualquer pessoa, alérgica ou não, e pode depender, em parte, das doses ou vias de administração. As reações alérgicas verdadeiras podem ser precipitadas com exposição a concentrações muito pequenas do remédio, uma vez que são dependentes da presença dos anticorpos alérgicos chamados de IgE. O uso de combinação de medicamentos também pode contribuir para um aumento dos efeitos colaterais. Quais os mecanismos imunoalérgicos presentes na alergia medicamentosa? Clássicamente existem quatro diferentes tipos de reações de hipersensibilidade aos medicamentos. Um mesmo medicamento, como por exemplo a penicilina, pode causar reações por vários destes mecanismos. As vezes estes estão interligados, demonstrando a complexidade da alergia medicamentosa. Nem sempre se conhece como um remédio causa reações adversas e, então, se usa o termo idiossincrasia. As quatro categorias de reações alérgicas são: reações mediadas por anticorpos alérgicos (IgE), reações por anticorpos anticelulares (IgG), reações por imunocomplexos (antígenoanticorpos) e, finalmente as reações imunológicas tardias mediadas por células. Quais são os exemplos de mecanismos de alergia aos remédios? Um exemplo de reação alérgica mediada por IgE é aquela que provoca o surgimento de urticária, angioedema, erupções cutâneas pruriginosas, asma, rinite, edema de glote, edema de face e lábios e até repercussão sistemica, com queda da pressão arterial, caracterizando o choque anafilático. Nas reações por IgG temos o quadro determinado por medicamentos que atuam contra componentes da membrana das células do sangue (glóbulos brancos, hemácias e plaquetas) provocando a destruição destas e consequente diminuição de defesa, anemia ou sangramentos, por exemplo. Nas reações por imunocomplexos podemos exemplificar a doença do soro associada à administração de antissoros de origem animal, usados para tratar certas infecções ou picadas de escorpiões, aranhas, etc. Reações imunológicas de hipersensibilidade tardia são características das alergias de contato, frequentes com certos antibióticos e até antialérgicos em pomadas. E os contrastes radiológicos e anestésicos gerais? Os contrastes radiológicos iodados e os miorelaxantes anestésicos (curares) podem provocar reações anafilactóides, semelhantes em tudo a um choque alérgico, sem que ocorra um mecanismo de sensibilização alérgica verdadeira. Então, isto explica porque algumas pessoas apresentam manifestação “alérgica” no primeiro contato com estes produtos. Como se sabe, a sensi- bilização alérgica ocorre ao longo do tempo, após alguns contatos com a substância sem o desencadeamento de sintomas. Neste período é que existe a formação dos anticorpos IgE. As pessoas que já sofreram reação prévia a estes produtos e necessitam de nova exposição às mesmas, aconselha-se receber tratamento preventivo. Procure a orientação de um médico especialista. Ácido acetilsalicílico (AAS) e os anti-inflamatórios não-hormonais (AINH) podem causar alergia? AAS e os AINH podem precipitar urticária, angioedema, e agravar a asma e a rinite alérgica, principalmente quando há pólipos nasais. Há outras doenças dermatológicas mais graves que podem provocar uma dermatite esfoliativa com acometimento das mucosas, e poderia então ser necessário uma internação médica especializada. Podem ocorrer reações cruzadas (substâncias com moléculas ou mecanismo de ação semelhante) entre medicamentos, como por exemplo entre a aspirina e os anti-inflamatórios clássicos. Quando suspeitar de uma alergia medicamentosa? Sempre que surgir um sintoma coincidente com o início de um tratamento medicamentoso deve-se suspeitar de uma possível reação adversa, e esta poderá ser de natureza alérgica; uma erupção, uma coceira, urticária, inchação (angioedema), asma, rinite, diarréia, dor de cabeça, cólicas intestinais, etc. O quadro clínico poderá ser agudo ou crônico. A relação causa-efeito é demonstrada quando os sintomas desaparecem com a suspensão do remédio e/ou substituição por 11 Revista Alergo ar - Nº 4 Ano 2 / 2011 “O alergista é peça fundamental na orientação das escolhas para o tratamento medicamentoso” um outro de molécula química diferente. O alergista poderá orientar com segurança como proceder em casos de suspeição de alergia medicamentosa. Nenhum medicamento é completamente seguro e o risco/benefício deve ser avaliado sempre. Ocasionalmente podem surgir efeitos colaterais, inclusive alérgicos. Certas condições clínicas podem estar associadas a uma maior prevalência de alergia, como por exemplo erupções cutâneas quando as penicilinas semissintéticas (ampicilina e amoxicilina) são empregadas em pessoas portadoras de mononucleose infecciosa. A aspirina e os anti-inflamatórios podem causar urticária/angioedema ou piorá-las. Como fazer o diagnóstico das reações alérgicas a medicamentos? A história clínica é muitas vezes sugestiva e a relação temporal ajuda muito a esclarecer a causa 12 de uma reação medicamentosa. A experiência clinica do alergista e as estatísticas encontradas na literatura médica são importantes para o delineamento da alergia a medicamentos. O exame clínico da pele, mucosas, nariz, e pulmões determina a extensão do quadro alérgico apresentado. As características das lesões cutâneas auxiliam sobremaneira no diagnóstico da alergia dermatológica causada por remédios (farmacodermias). Para alguns medicamentos, como as penicilinas e os anestésicos locais, há testes alérgicos cutâneos, de leitura em 15 minutos, muito confiáveis. Testes sanguíneos (RAST) podem ser ocasionalmente empregados para documentar a alergia à penicilina. Em casos de reações graves deve-se investigar o possível acomentimento imunopatológico de outros órgãos, tais como o fígado, rins, pulmões, sistema nervoso central, coração e articulações. A apresentação clínica é de suma importância. Na avaliação da dermatite de contato podem ser utilizados os testes alérgicos de contato. derivados da cortisona (orais, tópicos cutâneos e injetáveis). Em caso de reações sistêmicas graves, como a anafilaxia (choque alérgico, as vezes com edema de glote), deve-se empregar a adrenalina, geralmente subcutânea e outras drogas com atividade antialérgica; garantir respiração e níveis de pressão arterial adequados; e garantir uma boa hidratação. Qual a conduta a ser adotada? Como é o tratamento da alergia medicamentosa? Documentar a alergia medicamentosa e educar o paciente e os seus familiares para evitar o emprego destes medicamentos e daqueles que possam apresentar reações cruzadas. O alergista é peça fundamental na orientação das escolhas para o tratamento medicamentoso. O paciente ou a sua família deve informar as escolas, locais de trabalho, médicos, clínicas e hospitais os diagnósticos fornecidos pelo alergista, para a prevenção de reações alérgicas medicamentosas. O uso de alertas médicos em cordões, pulseiras, braceletes e também nas carteiras de identidade e nos prontuários médicos, torna-se fundamental na conduta alergológica preventiva. Em primeiro lugar se deve suspender o medicamento suspeito de provocar a reação alérgica. Podem ser empregados anti-histamínicos (orais ou injetáveis) e Fonte: Site da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia). www.sbai.org.br Por trás do “cof cof” D e tão frequente, a tosse é considerada por muitos uma reação normal do corpo humano e sem importância. A tosse por si só, não é motivo de preocupação, mas certos tipos de tosse e a frequência das tossidas podem fazer dela um indício de que algo está errado, ou no aparelho respiratório ou no aparelho digestivo. A tosse é uma expulsão abrupta de ar dos pulmões, com a finalidade de retirar algum corpo estranho das vias respiratórias. É uma reação comandada pelo sistema nervoso central, que dificilmente consegue ser evitada. Um corpo estranho nas vias respiratórias não é necessariamente algo externo que tenha conseguido entrar pela boca ou pelo nariz. Algumas secreções próprias do organismo podem ser interpretadas como um corpo estranho, quando estão fora da região correta, ou quando se apresentam em excesso. cárdia, região que deve impedir a sua saída do estômago. Quando o ácido próprio do estômago entra em contato com a mucosa do esôfago, a área se irrita e o organismo entende que há um corpo estranho perigoso, que deve ser eliminado. Para isso, o pulmão se enche de ar e, de forma rápida, o expele para que aquele sopro de ar leve consigo o causador da irritação. Outra causa comum da tosse é o acúmulo de secreção nas vias respiratórias. Este tipo de tosse ocorre quando há uma inflamação ou uma reação alérgica que aumenta a produção de muco, que quando acumulado precisa ser expelido. E, para isso, conta com a força da tosse para sair. Os asmáticos têm tosse crônica, pois seus brônquios estão constantemente inchados, o que diminui o seu orifício. O organismo entende que há algo obstruindo a passagem e que deve ser eliminado, gerando a tosse. Causas A tosse pode ter diferentes classificações, levando em consideração a presença ou não de secreção. Quando a tosse apresenta secreção, ela é chamada de produtiva e, neste caso, pode indicar a existência de alguma infecção, que está causando o aumento das se- Uma das causas mais comuns da tosse é o refluxo gastro-esofágico. O refluxo gastro-esofágico ocorre quando o ácido comum do estômago chega até o esôfago, seja por causa do aumento de sua produção, seja por uma falha no Tipos de tosse CORPO HUMANO E SAÚDE creções. Quando a tosse não apresenta secreção, chamada de seca, pode ser causada pelo refluxo gastro-esofágico e é comumente apresentada pelos asmáticos. Tratamento da tosse Como a tosse é uma reação do sistema nervoso central, na tentativa de expulsar um corpo estranho, inibir a tosse não é a melhor alternativa. O tratamento da tosse é adequado à sua causa e, portanto, pode ter diversas formas. Os asmáticos poderão precisar fazer uso de medicamentos broncodilatadores, a fim de desobstruir os brônquios e deixar de gerar a tosse. Nos casos em que há refluxo gastro-esofágico, o tratamento é feito com medicamentos específicos e com alterações no estilo de vida, interferindo na alimentação e nas posições para dormir. Já a tosse produtiva deve ser tratada de duas formas: tratando o quadro infeccioso ou alérgico, que causou o aumento da produção das secreções, e facilitando a sua eliminação. Logo, o tratamento da tosse produtiva pode ser feito com o uso de antiinflamatórios ou antialérgicos e com xaropes, que facilitam a eliminação da secreção. Fonte: Dr. Dráuzio Varella. 13 Revista Alergo ar - Nº 4 Ano 2 / 2011 SAÚDE DA CRIANÇA Vacinas conjugadas facilitam a imunização das crianças Por que a Alergo ar? M F al chegam ao mundo e as crianças são levadas ao médico e aos postos de saúde para receberem uma tradicional lista de vacinas, todas justificadas e indispensáveis, mas que no mínimo partem o coração dos pais. Segundo o Ministério da Saúde, até os dez anos de idade, as crianças devem tomar 19 vacinas, entre doses e reforços, que visam à imunização contra diversas doenças. Inquestionáveis são os benefícios da vacinação, mas, reduzir o número das injeções se tornou uma meta, que hoje foi atingida com o uso das vacinas conjugadas. As vacinas conjugadas oferecem a imunização para mais de uma doença em uma só aplicação. Os benefícios são diversos: uma só picada; garantia de imunização contra diversas doenças; menor chance de esquecimento; menor custo; e efeitos colaterais mais amenos. Tipos de vacinas conjugadas A combinação entre os vírus e a oportunidade de se imunizar contra diversas doenças foi evo- 14 luindo e, o que começou com a vacina dupla, chegou até a heptavalente, que imuniza contra sete doenças ao mesmo tempo. Conheça as vacinas conjugadas: • A vacina dupla DT oferece imunidade contra a difteria e o tétano e deve ser tomada por adolescentes em postos de saúde ou em clínicas especializadas. • A vacina tríplice viral é oferecida em apenas uma dose e concede imunidade a crianças de um ano contra o sarampo, a rubéola e a caxumba. Já a tríplice bacteriana protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, e a imunização é feita através de duas doses. Ambas são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde e também podem ser encontradas em clínicas especializadas. • A vacina tetravalente oferece imunidade contra quatro doenças, são elas: a difteria, o tétano, a coqueluche, a meningite e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B. Sua imunização é feita através de três doses de vacina, disponível nos postos de saúde e em clínicas especializadas. • A vacina pentavalente imuniza contra a difteria, o tétano, a coqueluche, a poliomielite, a meningite e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B, e não é dada nos postos de saúde, podendo ser encontrada em clínicas especializadas em três doses. • A vacina hexavalente oferece imunidade contra seis doenças: a difteria, o tétano, a coqueluche, a poliomielite, a hepatite B, a meningite e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B. Esta vacina não é oferecida pelo Ministério da Saúde e pode ser tomada a partir dos dois meses de vida em clínicas especializadas. • A vacina pneumocócica heptavalente previne a pneumonia, a meningite, a otite, a sinusite e a bronquite, dando imunidade contra sete dos 91 tipos da bactéria Pneumococo. Recentemente incluída no Calendário de Vacinação do Ministério da Saúde, a vacina também pode ser encontrada em clínicas especializadas. Para chegar a imunidade oferecida pela vacina hexavalente, o Ministério da Saúde utiliza três vacinas diferentes: a tetravalente (contra a difteria, o tétano, a coqueluche, a meningite e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B), a VOP (vacina oral contra pólio) e a vacina contra hepatite B. Fonte: Ministério da saúde e guia do bebê UOL. ACONTECE NA ALERGO AR Respondem os prescritores undada há quase trinta A Clínica se enquadra entre as pacientes. São profissionais ca- anos, a Alergo ar conta melhores e mais organizadas clí- pacitados que, inclusive, acom- com uma equipe de nicas de alergia e imunização e panham os pacientes depois da médicos especializados em Aler- desejo que continue crescendo.” vacinação”. gologia, Dermatologia, Pneumologia, Imunologia, uma equipe de técnicos em enfermagem, atendentes e outros funcionários. Todos são responsáveis pelo prestígio conquistado pela clínica nessas décadas de trabalho. O profissionalismo e a dedicação com cliente são os pontos fortes, que agradam não só aos “A Clínica se enquadra entre Dr. Sergio Neves Pneumologista Indico a Clínica Alergo ar as melhores e teoricamente por três motivos: mais organizadas uma instituição séria, organiza- primeiro, porque trata-se de clínicas de alergia e da que oferece atendimento de imunização” remédios de produção confiá- qualidade aos pacientes e com vel; segundo, porque a clínica clientes, como também aos seus médicos assistentes, que os en- Dr. Alcides R. Bastos faz o que é solicitado, apenas e caminham para a clínica. Con- Otorrinolaringologista simplesmente, não oferecendo fiantes no atendimento que lá “Encaminho meus pacientes tratamentos e procedimentos será prestado, alguns dos pres- para Alergo ar, porque aguardo que não foram pedidos pelo critores da Alergo ar explicam um resultado confiável e a Aler- médico assistente; e terceiro, porque indicam a clínica. go ar oferece um serviço de qua- porque tem em seu corpo clí- lidade, de confiança. Há respeito nico a dra. Vera Lucia Pereira Dra. Rosane Danon pelos pacientes e pelos profissio- Mesquita, minha colega de tur- Pediatra nais. São muitas qualidades para ma, de alto gabarito técnico, a “Indico a Clínica Alergo ar, se descrever. Acredito que tudo quem de modo geral, referencio isso se deve à gestão da Clínica”. os pacientes. Espero que abra pois é ao lado do meu consul- uma filial da Clínica na zona sul, tório, o que oferece muita comodidade aos pacientes. Além Dra. Mariza Suely de preferência em Copacabana, disto, e mais importante, é que Pediatra especialista em onde se situa meu consultório as instalações são muito boas adolescentes e que permaneça com o seu e os profissionais (enfermeiros “Eu confio nos profissionais padrão de atendimento atual e médicos) são bem atenciosos da Alergo ar, pois percebo o e que mantenha em seu corpo e de competência indiscutível. carinho que eles têm com os clínico a Dra. Vera Lucia. 15