Raiva: Noções básicas e manual de observação domiciliar de animais agressores Expediente ORGANIZAÇÃO Clomar Ribeiro da Luz – Gerência Distrital de Controle de Zoonoses - Norte (GERCZO-N) Vanessa de Oliveira Pires Fiuza – Gerência de Controle de Zoononses/SMSA (GECOZ-SMSA) COLABORAÇÃO Anna Paula Menezes Vianna de Assis – Gerência Distrital de Controle de Zoonoses - Oeste (GERCZO-O) Eliane Silveira Campanelli – Centro de Controle de Zoonoses/SMSA (CCZ) Francisco Elias Nogueira da Gama – Laboratório de Zoonoses/SMSA (LZOON) Marco Túlio de Oliveira – Gerência Distrital de Controle de Zoonoses - Barreiro (GERCZO-B) Maria do Carmo Araújo Ramos – Centro de Controle de Zoonoses/SMSA (CCZ) FOTOS Clomar Ribeiro da Luz (GERCZO-N) Fernanda Carvalho de Menezes (GECOZ) DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Gerencia de Comunicação Social impressão Gráfica Daliana Ltda Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-PBH) Gerência de Vigilância em Saúde e Informação (GVSI) Gerência de Controle de Zoonoses (GECOZ) Sumário 1. O que é raiva?................................................................................................................ 5 2. O que causa a raiva?....................................................................................................... 5 3. Que animais podem ter a raiva?...................................................................................... 5 4. Como é transmitida a raiva?........................................................................................... 5 5. Por quanto tempo o vírus é eliminado pela saliva?.......................................................... 5 6. Quais são as formas clínicas da raiva?............................................................................. 6 7. Quais são os sintomas da raiva?...................................................................................... 6 8. Os morcegos e a raiva..................................................................................................... 7 9. Todos os morcegos alimentam-se de sangue?................................................................. 7 10. Os tipos de mordeduras causadas por morcegos são diferentes?................................... 7 11. Como um morcego pode adquirir a raiva?.................................................................... 8 12. Quais são os sintomas da raiva nos morcegos?.............................................................. 8 13. Medidas de controle..................................................................................................... 8 14. Como fazer o controle em área de foco?...................................................................... 9 15. A vacina anti-rábica pode matar o animal?.................................................................... 9 16. Por que lavar o local do ferimento com água e sabão?.................................................. 9 17. Todas as pessoas agredidas devem ser vacinadas?....................................................... 10 18. O que é vacinação pré-exposição?Ela oferece algum perigo?...................................... 10 19. Observação domiciliar de animais agressores............................................................... 10 20. Em que situações um animal pode vir a agredir?......................................................... 10 21. Como fazer uma observação domiciliar? .................................................................... 11 22. E se o animal morrer, fugir ou apresentar algum sintoma sugestivo de raiva?.............. 11 23. Como agir em caso de agressão animal durante a atividade de campo?...................... 11 ANEXOS Anexo i — ficha de acompanhamento da agressão animal................................................ 12 Anexo ii — termo de responsabilidade do CCZ................................................................. 13 Anexo iii — ficha de acompanhamento clínico do animal agressor............................... 14/15 Como preencher a ficha de acompanhamento clínico de animal agressor..................... 16/17 Anexo iv — relação de raças ...................................................................................... 18/19 Anexo v — fluxograma da observação domiciliar de animal agressor................................ 20 Anexo vi — ficha de investigação de quirópteros.............................................................. 21 Anexo vii — diagnóstico laboratorial da raiva .................................................................. 22 Referências bibliográficas.................................................................................................. 23 “Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino” Leonardo da Vinci 1. O que é raiva? A raiva é uma doença aguda, que atinge o homem e os animais selvagens e domésticos, afetando o sistema nervoso central. Possui baixa morbidade e alta mortalidade, ou seja, poucos adoecem, mas todos que adoecem morrem, pois ainda não existe cura para a raiva. O que existe é a prevenção, feita por meio do soro e/ou vacina para o homem e da vacina para os animais domésticos. 2. O que causa a raiva? A raiva é causada por um vírus, do gênero Lyssavirus da família Rhabdoviridae. Esse vírus possui a forma de uma bala de revólver e tem preferência pelos tecidos nervosos. É pouco resistente ao calor sendo destruído por uma exposição de 60º C por 35 segundos, é sensível aos raios solares e também a sabão, detergente, álcool, álcool iodado e compostos quaternários de amônio a 0,1%. 3. Que animais podem ter a raiva? É uma doença que ocorre em cães, gatos, morcegos e carnívoros selvagens como raposa, lobo, guaxinins, mangustos e outros, portanto, todos os animais de sangue quente podem adquiri-la. As aves não contraem a doença naturalmente. O homem não possui imunidade natural, sendo esta adquirida através de vacina. Ciclo Aéreo Ciclo Rural Ciclo Silvestre Ciclo Urbano Fonte: Instituto Pasteur No Brasil o principal transmissor é o cão, seguido pelo morcego. No meio urbano, a transmissão ocorre principal- mente por meio do cão, seguido pelo gato. Atualmente são encontrados morcegos não hematófagos infectados com o vírus rábico nas cidades, o que os torna potenciais transmissores. Em áreas rurais o morcego hematófago é responsável pela maioria dos casos de raiva animal (bovina principalmente). Há quatro ciclos para a doença: 1) Ciclo aéreo - aquele onde a transmissão ocorre entre morcegos; 2) Ciclo silvestre - aquele que ocorre entre animais selvagens tais como: o lobo, o cachorro do mato, o guaxinim; 3) Ciclo urbano - aquele em que os principais reservatórios são os cães e os gatos; 4) Ciclo rural - aquele em que os principais reservatórios são os herbívoros (bovinos, caprinos, ovinos) e os suínos. Alguns países conseguiram erradicar a raiva canina urbana, mas ainda convivem com a raiva silvestre. 4. Como é transmitida a raiva? A transmissão se faz de animal para animal ou do animal para o homem pela mordida, arranhadura ou lambedura. Por meio do nervo trigêmeo, o vírus atinge as glândulas parótidas e salivares, sendo eliminado juntamente com a saliva. Ao penetrar no organismo, o vírus atinge os filetes nervosos percorrendo a medula espinhal até atingir o sistema nervoso central, ou seja, o cérebro, onde causa uma série de alterações no indivíduo infectado. Em cavernas e laboratórios, a transmissão pode ocorrer por aerossóis. A literatura especializada relata a possibilidade de transmissão pelo transplante de córnea e outros órgãos caso o doador esteja infectado. 5. Por quanto tempo o vírus é eliminado pela saliva? Nos cães e gatos o vírus começa a ser eliminado na saliva de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 5 primeiros sintomas, permanecendo no organismo até a morte. Esta eliminação ocorre de forma intermitente, isto é, em alguns momentos o vírus está presente na saliva e em outros momentos não. Em relação aos animais silvestres há poucos estudos sobre o período de transmissibilidade, sabendose que é variável de espécie para espécie. o temperamento, a conduta e a afetividade (um animal dócil pode tornar-se agressivo e vice-versa) desconhecendo o ambiente; 6. Quais são as formas clínicas da raiva? A raiva pode se apresentar sob duas formas clínicas: a) Forma furiosa: É a mais conhecida, sendo caracterizada pelo chamado “cachorro zangado” ou “cachorro louco”. Nesta forma o animal manifesta-se ansioso, com pupilas dilatadas, tornando-se agressivo e perdendo o medo de inimigos naturais. Pode ainda apresentar alterações do apetite (apetite depravado), muitas vezes ingerindo os mais variados objetos, como pedras, paus, fezes, terra. Às vezes foge de casa e ataca qualquer objeto, pessoa ou outro animal. b) Forma paralítica: Difere bastante da anterior, pois o animal não se apresenta furioso e raramente tenta morder. Ocorre paralisia dos músculos da garganta e da mandíbula e o animal aparenta estar engasgado, o que leva as pessoas a tentar desengasgá-lo ou medicá-lo com as mãos desprotegidas, momento em que pode se infectar. Ocorre também paralisia das patas traseiras, progredindo para todo o corpo, sendo seguida de coma e morte. 7. Quais são os sintomas da raiva? Nos cães e nos gatos, a forma predominante é a furiosa, mas a forma paralítica também pode ocorrer. Os sintomas são os seguintes: CÃO Pode ocorrer ligeira febre; • O animal coça o local da ferida, lambendo-a ou mordendo-a de maneira intensa e persistente; • Dilatação das pupilas e olhos congestionados (vermelhos); • Mudança de comportamento, modificando-se 6 Instituto Pasteur • O animal foge da luz (fotofobia), buscando lugares escuros; • Perversão do apetite, comendo pedras, paus; • Latido rouco, longo, semelhante ao uivo de um lobo; • Excitação sexual; • Ataca pessoas, animais e objetos; • Incoordenação motora, sendo facilmente atropelado; • Salivação espumosa (sialorréia); • Evita alimentar-se e beber água (hidrofobia); • Paralisia gradual; • Coma; • Morte. GATO É um animal em que as modificações não são comumente percebidas, devido ao seu tipo de vida, ou seja, é um animal semidomesticado, que nem sempre é mantido em confinamento permanente, dificultando assim a observação de mudanças comportamentais. Pelo hábito de se lamber, principalmente as patas, a contaminação das garras é uma possibilidade frequente que aumenta os riscos de uma agressão pela arranhadura. O quadro é semelhante ao dos cães; alguns dos sintomas descritos abaixo podem ser observados: • O miado se torna mais grosso e com tom peculiar; • Procura lugares escuros (fotofobia); • Não foge de casa como os cães; • Aquieta-se em um local, partindo deste para atacar outros animais e pessoas; • A pupila de um olho pode ficar maior que a de outro (anisocoria); • Ao invés de fugir dos cães, os ataca; • Apresenta dificuldade para engolir; • Paralisia; RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES • Coma; • Morte. Nem todos os sintomas aparecem juntos nestas espécies. Deve-se procurar fazer um diagnóstico diferencial com outras encefalites, dentre as quais destacamos: as migrações de larvas de helmintos (vermes), as intoxicações e algumas doenças que causam sintomas semelhantes à raiva, como a cinomose nos cães e a doença de Aujesky (pseudo-raiva) nos bovinos. do equilíbrio entre as espécies e no reflorestamento de áreas devastadas dispersando sementes através das fezes e dos frutos que costumam deixar cair durante o voo. 8. Os morcegos e a raiva Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar e, de modo geral, deixam seus abrigos ao entardecer ou no início da noite. Não são animais cegos e utilizam o sistema de ecolocalização (sonar dos morcegos) para se comunicarem e se orientarem durante o voo. Os morcegos emitem sons de alta frequência que, ao encontrarem um obstáculo, retornam em forma de eco captados pelos seus ouvidos, o que possibilita sua orientação. Com esse sistema, os morcegos conseguem voar em locais completamente escuros. São animais silvestres pertencentes à fauna brasileira, sendo protegidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA - através da lei de crimes ambientais ou lei da natureza – Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. No entanto, no caso de morcegos positivos para a raiva, seu controle e manejo são regulamentados pela Instrução Normativa nº. 141 de 19/12/06, do mesmo órgão. 9. Todos os morcegos alimentam-se de sangue? A resposta é não. Há cerca de 1.000 espécies de morcegos, sendo que apenas três se alimentam de sangue (hematófagas) e têm seu habitat natural na América Latina, exceto o sul da Argentina e o do Chile. As outras espécies de morcegos alimentam-se de frutos, peixes, insetos, pequenos vertebrados como: rãs, lagartos, pássaros, outros morcegos, roedores, além de flores e pólen, sendo úteis na manutenção Não só os morcegos hematófagos são transmissores da raiva. Outras espécies não hematófagas são importantes, pois também podem transmitir acidentalmente a doença ao homem e aos animais domésticos, principalmente em áreas urbanas. Recomenda-se que nenhum morcego seja manipulado vivo ou morto. Quando encontrado caído no chão, cobrí-lo cuidadosamente com uma caixa de papelão ou balde e encaminhar ao Centro de Controle de Zoonoses. CUIDADOS NO MANUSEIO DOS MORCEGOS: • Usar luvas de raspa de couro e pinças; • Colocar os animais em recipientes adequados, caixas ou potes de vidro tampados. OBS.: Ao recolher o morcego em situação suspeita, preencher corretamente os campos da FICHA DE INVESTIGAÇÃO – PROJETO QUIRÓPTEROS. Anexo VI. 10. Os tipos de mordeduras causadas por morcegos são diferentes? Sim. Há dois tipos de mordeduras: As mordeduras defensivas, que podem ser feitas Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 7 por qualquer tipo de morcego, efetuadas pelos caninos superiores e/ou inferiores, são doloridas, profundas e geralmente deixam de duas a quatro perfurações na pele. As mordeduras alimentares, que são praticadas somente por morcegos hematófagos e caracterizam-se por apenas um ferimento superficial, de forma ovalada provocado pelos incisivos superiores. As mordeduras em polpas digitais, sola dos pés e região da cabeça apresentam maior gravidade por serem, as primeiras, mais inervadas e a última, a mais próxima do cérebro. Mordeduras no pescoço só em filmes. 13. Medidas de controle Apesar de ser uma doença 100 % letal, a raiva é passível de controle por meio de medidas profiláticas a serem adotadas pelo poder público e individualmente. As principais medidas são: • Educação em Saúde: levar à população conhecimentos básicos sobre a doença, suas formas de controle e de prevenção com distribuição de folhetos e outros tipos de divulgação (cartilhas, CDs, palestras) nas escolas e unidades de saúde; 11. Como um morcego pode adquirir a raiva? A transmissão do vírus ocorre pelo contato entre os indivíduos durante brigas nas colônias por disputa de fêmea ou de liderança. Os morcegos estranhos ao grupo ou os que apresentam sintomas da raiva são expulsos, podendo neste momento contaminar outros indivíduos. 12. Quais são os sintomas da raiva nos morcegos? Existem sintomas diferentes para as espécies hematófagas e para as não hematófagas. Observe a tabela abaixo: Morcegos hematófagos sintomáticos • Posse Responsável dos Animais com o incentivo ao controle da população canina e felina através da esterilização de animais domiciliados; • Vacinação preventiva de todos os profissionais que trabalham com animais ou em situações em que existe risco de infecção; • Profilaxia da raiva humana em pessoas expostas Morcegos não hematófagos sintomáticos Atividade alimentar diurna Sabe-se pouco a respeito Agressividade Geralmente se apresenta sob a forma paralítica Hiperexcitabilidade Podem perseguir outros morcegos na sua forma excitável Tremores Choques acidentais entre pessoas paradas e morcegos em voo Falta de coordenação dos moviParalisia, dificultando o voo mentos Contrações musculares involuntárias Encontrados em locais não habituais como chão, camas, penduraParalisia dos em cortinas, paredes, janelas, Morte pode ocorrer em até 48 horas muros. 8 RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES ao risco de contaminação pelo vírus da raiva; • Manutenção de altas coberturas vacinais através da vacinação anual da população urbana e rural de cães e gatos a partir dos 3 meses de idade; • Observação clínica de animais agressores; • Eutanásia de animais agredidos por animais raivosos; • Em caso de raiva em cães ou gatos a área a ser trabalhada será delimitada segundo avaliação técnica e perfil epidemiológico da mesma; • Situações não previstas nos itens acima devem seguir as normatizações federais, estaduais e municipais vigentes. 15. A vacina anti-rábica pode matar o animal? • Captura de animais errantes; • Diagnóstico laboratorial rápido e eficiente de amostras procedentes de cães e gatos envolvidos em agressão e/ou contato e que morreram durante o período de observação clínica; animais atropelados; apreendidos e não resgatados e dos mortos por doenças nervosas e/ou causa desconhecida; • Controle em áreas de foco. 14. Como fazer o controle em área de foco? Desencadear ações de bloqueio em volta do local onde foi encontrado o animal (foco): • Em caso de morcego positivo, vacinar casa a casa todos os cães e gatos, num raio de 300 metros a partir do foco, com reforço em 30 dias dos primovacinados; • Intensificar a captura de animais errantes e encaminhar amostras para diagnóstico da raiva dos animais capturados e não resgatados; • Ações educativas com distribuição de folhetos e orientação nas escolas e unidades de saúde; • Buscar identificação do abrigo e captura de espécimes da provável colônia do morcego positivo para realização de exame laboratorial; A vacina utilizada pelos órgãos públicos para controle da raiva canina e felina no Brasil até o ano de 2008 foi a Fuenzalida e Palacios, sendo a mesma substituída pela de cultivo celular por apresentar maior imunogenicidade e segurança. Porém, seu uso, como todo produto imunobiológico, poderá causar eventos adversos, ainda que em sua absoluta maioria, de leve intensidade. Conforme descrito na bula dos produtos, os eventos adversos são extremamente variáveis, incluindo-se: a) Anorexia, letargia, febre e sonolência horas após a vacinação, podendo persistir por 24 a 36 horas, e são considerados normais; b) Reações locais como dor, inchaço e granulomas, consideradas as reações mais comuns. A ocorrência de abcessos, caso ocorra, geralmente está relacionada à contaminação no momento da aplicação. c) Pode- se considerar normal a manutenção de um pequeno nódulo no local da aplicação por um período de até dois meses após a administração da vacina. A vacina de cultivo celular é produzida com vírus da raiva inativado e por isso não causa doença de origem vacinal nos animais. 16. Por que lavar o local do ferimento com água e sabão? Esta medida, extremamente importante, tem por finalidade eliminar o maior número possível de vírus no ferimento e ao redor deste, devido à baixa resistência do vírus ao sabão e aos desinfetantes e sua inativação ao contato com estes produtos. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 9 O ferimento deverá ser lavado com sabão e água corrente em abundância, em seguida, a vítima deverá procurar o centro de saúde mais próximo de sua casa. última dose do esquema. Recomenda-se o controle sorológico anual e uma dose de reforço sempre que o título for inferior a 0,5 UI/ml. na prova de soroneutralização. 17. Todas as pessoas agredidas de19. Observação domiciliar de animais vem ser vacinadas? agressores Nem sempre. Todos os agredidos devem procurar o Centro de Saúde para que o médico e/ou o enfermeiro possam avaliar a necessidade de se indicar ou não o tratamento antirrábico. Em alguns casos, basta observar o animal por 10 dias, dependendo das circunstâncias da agressão, do local do ferimento e do tipo de mordedura. 18. O que é vacinação pré-exposição? Ela oferece algum perigo? A vacinação de pré-exposição é a forma de proteger as pessoas que lidam sempre com animais ou que trabalham em outras atividades com risco de contrair a raiva. Quanto ao perigo, é bom que se explique que, no Brasil, usava-se a vacina Fuenzalida & Palácios, fabricada com cérebro de camundongos recém-nascidos. Esta vacina possui um baixo teor de mielina, substância que forma uma bainha que protege os nervos e que pode acarretar uma chance mínima de acidente vacinal, algo em torno de 1 caso em 20.000 aplicações. Esses acidentes podem ir desde uma reação local até uma paralisia de membros superiores e inferiores do paciente. A partir de 2002, em Minas Gerais, passou-se a utilizar uma vacina feita através do cultivo celular, que é bastante segura e que não possui os riscos da anterior. Como todo imunobiológico, ela pode causar pequenas reações como vermelhidão, reações alérgicas leves, que não causam lesões importantes ao paciente. A profilaxia pré-exposição deve ser feita em pessoas que estejam expostas permanentemente ao risco de infecção pelo vírus rábico. O esquema consiste em administrar uma dose de vacina nos dias 0, 7 e 28. Fazer sorologia a partir do 14º. dia após a 10 No mundo inteiro várias pessoas são agredidas por animais, principalmente cães e gatos. Na maior parte das vezes elas são causadas por motivos de provocação ou descuido das pessoas. Geralmente ocorrem dentro das residências e em menor número nas vias públicas, sendo as crianças as principais vítimas. Os animais agressores estão, na maioria das vezes, sadios no momento da agressão, reagindo por defesa própria. Os maus tratos e a dor também levam os animais a agredirem, especialmente aqueles atropelados, o que é um grande risco para quem os socorre, pois os mesmos podem estar raivosos. A observação é um instrumento importante para que apenas as pessoas que realmente necessitam da vacina possam recebê-la, evitando-se o tratamento inadequado ou que deixe de ser efetuado. Evita-se assim o alto custo, os incômodos causados pela indicação equivocada e o risco de óbitos por falta de indicação de tratamento quando necessário. Em muitos casos basta apenas a observação do animal, sem que se necessite iniciar um tratamento. 20. Em que situações um animal pode vir a agredir? • Separar brigas; • Defesa de território; • Defesa de suas crias; • Retirada de alimentos; • Medo de agressão; • Ao medicar; • Excesso de carícias; • Durante a higienização; RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES • Irritado com objetos e ações; • Instinto predador (objetos em movimento). 21. Como fazer uma observação domiciliar? • Levar a Ficha de Acompanhamento Clínico de Animal Agressor preenchendo a data de início da observação e os dados do animal (anexo III); • Conscientizar o proprietário quanto à necessidade da observação; • Responsabilizar o proprietário quanto às condutas a serem tomadas se o animal vier a adoecer, morrer, desaparecer ou se envolver em outra agressão; • Prestar atenção ao comportamento do animal no momento da visita inicial; • Pedir ao proprietário para fazê-lo caminhar, observando o seu andar; • Ver se o animal possui alimento e água disponíveis; • Perguntar se o animal está se alimentando e bebendo água normalmente; • Procurar saber se o animal tem assistência médicoveterinária; • Conferir a situação vacinal; • Informar-se sobre a presença de morcegos no local e em que situação; • Informar-se sobre os hábitos de vida do animal, o seu comportamento usual e os cuidados que recebe, principalmente os preventivos; • Verificar a possibilidade de observação no domicílio. Caso contrário, preencher a ficha com os dados do animal, o nome, endereço e idade da(s) pessoa(s) agredida(s) e encaminhar uma cópia ao CCZ junto com o animal; • Caberá ao proprietário assinar um “Termo de Responsabilidade”, emitido em duas vias, que será encaminhado ao CCZ (anexo II). 22. E se o animal morrer, fugir ou apresentar algum sintoma sugestivo de raiva ? 1) Comunicar imediatamente à Gerência Distrital de Controle de Zoonoses (GERCZO) se o animal apresentar sintomas compatíveis com os da raiva, de acordo com o quadro existente na Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor (Anexo III). 2) Caso o animal morra: encaminhar a carcaça (cadáver) ao LZOON com todas as informações possíveis para o diagnóstico da raiva. 3) Orientar o proprietário a encaminhar a carcaça do animal ao CCZ, Rua Edna Quintel, 173 – Bairro São Bernardo – Tel.: 3277-7411 / 7413 se o mesmo morrer no final de semana ou em feriados. 23. Como agir em caso de agressão animal durante a atividade de campo? 1) Mantenha a calma; 2) Examine o ferimento e oriente a pessoa agredida a lavar o local com água corrente e sabão; 3) Caso o ferimento seja superfícial, pouco extenso, geralmente único, em tronco e membros (exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés) encaminhe a pessoa ao Centro de Saúde mais próximo para avaliação médica e início do tratamento, caso necessário; 4) Em caso de ferimentos graves como na face, cabeça, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta dos pés, ferimentos profundos, múltiplos e extensos,(situaçoes essas em que pode ser necessária a indicação de soroterapia) encaminhe o agredido para o CRIE – Av. Francisco Sales, n° 1.111. Tel: 3277-4949, de segunda a domingo até as 18 horas; 5) Caso o acidente ocorra após as 18 horas o paciente deve procurar o Centro de Saúde (nos casos leves) ou o CRIE (nos casos graves) no dia seguinte; 6) Nos casos graves relacionados acima, em que for difícil a remoção do paciente, acione o SAMU (192) e a sua gerência; 7) Se, após acionar o SAMU, a remoção do paciente for efetuada por outros meios, ligue novamente cancelando o pedido; 8) À medida do possível evite que outras pessoas tomem iniciativas que possam prejudicar o atendimento e/ou mobilizem outras instituições sem necessidade; 9) O acompanhamento do animal agressor deve ser feito, preferencialmente, no local onde este estiver domiciliado; 10) Se a observação não puder ser efetuada no domicílio, acione o CCZ (3277-7411 ou 7413) ou seu distrito de origem. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 11 Anexos Anexo I - Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal 12 RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES Anexo II - Termo de Responsabilidade do CCZ Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 13 Anexo III - Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor - Frente 01 - LOCAL DA OBSERVAÇÃO ( ) DOMICÍLIO ( ) CCZ CANIL Nº 02 – DADOS DA VÍTIMA NOME RUA Nº COMPLEMENTO BAIRRO TELEFONE REFERÊNCIA 03 - DADOS DO PROPRIETÁRIO NOME RUA Nº COMPLEMENTO BAIRRO TELEFONE REFERÊNCIA 04 – DADOS DO ANIMAL NOME ESPÉCIE: ( ) CANINA ( ) FELINA IDADE RAÇA SEXO: ( ) M ( ) F ORIGEM DO ANIMAL: ( ) DA FAMÍLIA DO PACIENTE ( ) DE OUTRA PESSOA ( ) DE RUA PROCEDÊNCIA DO ANIMAL: ( ) BELO HORIZONTE ( ) OUTRO MUNICÍPIO TEMPERAMENTO DO ANIMAL: ( ) DÓCIL ( ) AGRESSIVO OUTRAS AGRESSÕES ANTERIORES PELO ANIMAL? ( ) NÃO VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA: ( ) NÃO DATA DA ÚLTIMA VACINAÇÃO: ( ) NÃO SABE ( ) SIM ( ) NÃO SABE ( ) SIM / / TIPO DE CRIAÇÃO: ( ) FICA SOLTO NA RUA. ( ) SAI SOZINHO NA RUA ÀS VEZES. ( ) NÃO SAI A NÃO SER COM UM ACOMPANHANTE. MOTIVO DA AGRESSÃO: ( ) SEM MOTIVO APARENTE ( ) SEPARANDO BRIGA ( ) ANIMAL FUGIU/SOLTOU DA COLEIRA ( ) ENTROU NO IMÓVEL SEM AVISAR ( ) ANIMAL COM CRIA ( ) AO ENXOTAR O ANIMAL ( ) MEDICANDO ( ) ANDANDO DE BICICLETA, MOTO, PATINS E SIMILARES ( ) DURANTE A HIGIENIZAÇÃO ( ) CAMPANHA DE VACINAÇÃO ( ) BRINCANDO/ACARICIANDO ( ) RETIROU O ALIMENTO/PASSANDO PERTO DO ANIMAL SE ALIMENTANDO ( ) ENCOSTOU-SE EM MURO, PORTÃO OU GRADE ( ) PASSANDO NA RUA ( ) REPRIMIDO FÍSICA OU VERBALMENTE ( ) ACORDADO SUBITAMENTE ( ) PASSOU CORRENDO PERTO DO ANIMAL ( ) COLETA DE MATERIAL ( LEISHMANIOSE) ( ) OUTRO: _________________________________________________ SEU ANIMAL FOI AGREDIDO POR ALGUM OUTRO RECENTEMENTE? ( ) SIM ( ) NÃO ESPÉCIE: ( ) NÃO SABE EM CASO AFIRMATIVO PREENCHER ABAIXO ( ) CÃO ( ) GATO ( ) MORCEGO. HÁ QUANTO TEMPO? ________________________ LOCAL DA AGRESSÃO: ( ) CABEÇA ( ) MEMBROS ANTERIORES ( ) MEMBROS POSTERIORES ( ) OUTRO TIPO DE CONTATO. QUAL?_______________________________________________ ( ) NÃO SABE. SABE O ENDEREÇO DO ANIMAL AGRESSOR? ( ) NÃO ( ) NÃO SABE ( ) SIM. RUA N.º BAIRRO ESTADO DO ANIMAL AGRESSOR: ( ) MORTO 14 ( ) DESAPARECIDO ( ) SADIO ( ) NÃO SABE RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES Anexo III - Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor - Verso AVALIAÇÃO CLÍNICA DO ANIMAL OBSERVADO UNIDADE DE ATENDIMENTO: DATA DO ATENDIMENTO: ______/______/_____ DATA DA AGRESSÃO ______/_____/_____ DATA RECEBIMENTO (GERCZO): _____/_____/_____ INÍCIO DA OBSERVAÇÃO: ______/_____/_____ ENCERRAMENTO: ______/_____/_____ OBSERVAÇÃO DOMICILIAR - AVALIAÇÃO CLÍNICA QUADRO CLÍNICO DIAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 RECUSA DE ALIMENTOS E ÁGUA EXCESSO DE SALIVAÇÃO ESPUMOSA OLHOS VIDRADOS PROCURA LUGARES ESCUROS ANDAR VACILANTE COMO DE BÊBADO LATIDO ROUCO E ÁSPERO (SEMELHANTE A UM UIVO) COMENDO PAUS, PEDRAS, FEZES, ETC. MUDANÇA DE COMPORTAMENTO (AGRESSIVO PARA DÓCIL OU DE DÓCIL PARA AGRESSIVO) PARALISIA DE MANDÍBULA (BOCA) AGITAÇÃO AO OUVIR BARULHOS PARALISIA DOS MEMBROS TRASEIROS PERDA DE CONSCIÊNCIA (COMA) COLOQUE S (SIM) OU N (NÃO) NO QUADRO ACIMA, CONFORME O OBSERVADO I - OUTROS SINTOMAS: ( ) Diarréia ( ) Fezes com sangue ( ) Fezes cor de borra de café ou amareladas e fedorentas ( ) Aparecimento de vermes parecendo grão de arroz nas fezes ( ) Raspa o traseiro no chão freqüentemente ( ) Corrimento nasal ( ) Corrimento nos olhos ( ) Tique nervoso ( ) Tremor muscular II - O PROPRIETÁRIO: Desinsetizou sua casa recentemente ( ) Não ( ) Sim. Quando?________________ Sabe qual o produto usado? ( ) Não ( ) Sim. Caso saiba, qual?_______________________ Usou veneno contra ratos recentemente? ( ) Não ( ) Sim. Qual?___ _________________________ III - MEDICAMENTO UTILIZADO ATUALMENTE: ( ) Anti-epilético ( ) Antibióticos Qual? ( ) Carrapaticidas e/ou anti-pulgas. Qual? ENCERRAMENTO DO CASO: ( ) ALTA ( ) DESAPARECIDO ( ) MORTO* ( ) ENVIADO PARA O CCZ PARA OBSERVAÇÃO ( ) OUTRA REGIONAL ( ) OUTRO MUNICÍPIO ( ) NÃO FOI POSSÍVEL OBSERVAR. MOTIVO: *EM CASO DE MORTE DO ANIMAL INFORMAR SE O MESMO FOI ENVIADO AO LABORATÓRIO DE ZOONOSES OU QUAL O FIM DADO À CARCAÇA. OBSERVAÇÕES: RESPONSÁVEL PELO PREENCHIMENTO: NOME: _____________________________________________________________________________ RG/BM: ____________ ASSINATURA: ___________________________________________________ DATA: ______/_______/_______ Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 15 Como Preencher a Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor : Frente NÚMERO DE CONTROLE INTERNO: Colocar o número de entrada da observação, o ano e a área de abrangência. Exemplo: se foi o primeiro caso de janeiro de 2008 da área de abrangência do C.S. Tupi (Norte). NÚMERO DE CONTROLE INTERNO: 01/200 8 AA: 6250 PREENCHIMENTO PELO ACE II/ENCARREGADO OU ACE I/AGENTE SANITÁRIO: Preencher obrigatoriamente os campos DADOS DO PACIENTE E DADOS DO PROPRIETÁRIO com o NOME; RUA; Nº. COMPLEMENTO (apartamento, anexos no mesmo lote); BAIRRO; TELEFONE E REFERÊNCIA, em letra de forma e de acordo com a Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal gerada pela UBS. Caso a mesma possua algum dado incompleto preenchê-lo durante a visita ou em contato com o paciente, se for o caso (falta de endereço do animal agressor, telefone, etc.). Você deverá preencher ainda os seguintes campos: DADOS DO PACIENTE: Contato com o animal: Marque um “X” se ele for freqüente, eventual ou nenhum. Local do acidente: Marque um “X” se ele ocorreu na casa do paciente, em outra residência ou na rua. DADOS DO ANIMAL: Em determinadas situações parte dos dados já virão preenchidos, de acordo com a FICHA DE ACOMPANHAMENTO DA AGRESSÃO ANIMAL. Nome: Escreva o nome do animal; Espécie: Marque um “X” se for cachorro ou gato; Sexo: Marque um “X” se for macho ou fêmea; Idade: Escreva a idade do animal da seguinte forma: .... A;.... M (Ex.: 1A 6M; 0A 4M); Raça: Escreva a raça do animal. No Anexo IV você terá a grafia correta das raças mais comuns; Origem do animal: Marque um “X” se o mesmo for da família do paciente, de outra pessoa ou de rua; Procedência do animal: Marque um “X” se ele é nascido em Belo Horizonte ou se veio recentemente de outro município, neste caso escreva o nome do município; Temperamento do animal: Marque um “X” se ele for dócil ou agressivo; Agressões anteriores pelo animal: Procure saber se o animal já agrediu outras pessoas e marque um “X” em Não se não houver agressão, Não sabe se a pessoa que o atendeu não souber ou Sim, se já ocorreu alguma agressão; Vacinação contra a raiva: Marque um “X” na situação do animal (se não vacinado, se quem o atendeu não souber ou se já foi vacinado). ATENÇÃO: ALGUMAS PESSOAS CONFUNDEM A COLETA DE MATERIAL PARA EXAME DE LEISHMANIOSE COM VACINAÇÃO ANTI-RÁBICA. FIQUE ATENTO! Data da última vacinação: escreva o dia, mês e ano da última vacinação antirrábica. Se possível peça a caderneta ou o comprovante de vacinação; Tipo de criação: Marque um “X” na situação que o animal é criado; Motivo da agressão: Marque um “X” na situação que mais corresponde ao motivo da agressão. Se não houver na relação, marque um “X” em OUTRO e descreva brevemente o que levou ao animal a agredir; FOI AGREDIDO POR ALGUM ANIMAL RECENTEMENTE? Procure saber se o animal brigou com algum outro ou teve contato com algum morcego. Em caso afirmativo, preencha o quadro a seguir: ESPÉCIE: ( ) CÃO ( ) GATO ( ) MORCEGO HÁ QUANTO TEMPO? LOCAL DA AGRESSÃO: ( ) CABEÇA ( ) MEMBROS ANTERIORES ( ) MEMBROS POSTERIORES ( ) OUTRO TIPO DE CONTATO. QUAL? ( ) NÃO SABE. SABE O ENDEREÇO DO ANIMAL AGRESSOR? ( ) NÃO ( ) NÃO SABE ( ) SIM. Obs: Visitar o animal agressor em caso do preenchimento acima. 16 RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES Como Preencher a Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor : Verso UNIDADE DE ATENDIMENTO: Centro de Saúde que atendeu o paciente; DATA DO ATENDIMENTO: Dia em que o paciente procurou a UBS; DATA DA AGRESSÃO: Dia em que o paciente foi exposto ao risco (agredido); DATA DE RECEBIMENTO: Dia em que o ACE II/encarregado recebeu a Ficha de Acompanhamento do Animal Agressor; *INÍCIO DA OBSERVAÇÃO: Dia em que foi iniciada a observação do animal; *ENCERRAMENTO: Dia em que se encerrou a observação do animal. Escrever S ou N nas descrições de sintomas determinadas no QUADRO CLÍNICO. Você deverá fazer, no mínimo, duas observações sendo que a do 10º dia É OBRIGATÓRIA. Os dias serão contados a partir da DATA DE AGRESSÃO, assim, se o paciente foi agredido no dia 5 do mês e você realizou a primeira visita no dia 7, assinale um “X” no quadro 3. Caso o 10º dia caia em um final de semana ou feriado, faça a última observação no primeiro dia útil subsequente e marque o quadro 10, anotando a data em que efetuou a visita no campo ENCERRAMENTO. Os próximos itens só deverão ser preenchidos se observar ou ouvir relato do proprietário do animal de algum sintoma que não seja os que estão relacionados no QUADRO CLÍNICO acima. É importante o preenchimento deste campo, pois ele ajudará ao médico veterinário fazer um diagnóstico diferencial. I – OUTROS SINTOMAS: Você deverá marcar um “X” no sintoma relatado ou observado. II – O PROPRIETÁRIO: Você deve marcar um “X” se ocorreu recentemente alguma desinsetização ou desratização na residência (feita pela PBH ou não) e escrever o produto utilizado. III – MEDICAMENTO UTILIZADO ATUALMENTE: Você deve marcar o tipo de medicamento e escrever o nome comercial do produto se for o caso. Encerramento do caso: Marque um “X” na situação em que o animal se encontrar no último dia. Se não for possível observar o animal, escreva o motivo no campo apropriado. Em caso de o animal ser observado pelo CCZ, obter o número do gatil ou do canil onde se encontra. Se após 3 visitas intercaladas, dentro de 10 dias, não for possível encontrar alguém em casa, preencha o campo “não foi possível observar o animal”, escreva o motivo e devolva para seu Coordenador. A GERCZO tomará as providências necessárias. Responsável pelo preenchimento: escreva seu nome legível, em letras de forma, coloque o número de registro ou BM. Assinar e datar. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 17 Anexo IV - Relação das raças/Caninas A Affenpinscher Afghanhound Airedale Airedale Terrier Akbash Dog Akita Inu American Akita American Pitbull American Staffordshire Australian Cattle Dog Australian Shepherd B Basenji Bassethound Beagle Bearded Collie Bedlington Terrier Bernese M. Bichon Frisé Bichon Havanês Bloodhound Border Collie Border Terrier Borzoi Boxer Bouvier De Flandres Braco Alemão Bull Terrier Bulldog Francês C Cairn Terrier Canaan Dog Cane Corso Cão Dágua Português Cão De Bernese Cão Dos Pirineus Cavalier King CharleS Spaniel Chesapeake Bay Retriever Chihuahua Chow Chow 18 Cimarron Clumber Spaniel Cocker Spaniel Americano Cocker Spaniel Inglês Collie Cuvac D Dachshund Anão Dogo Argentino Dogue Alemão (ou Cão Dinamarquês) De Bordeaux Dachshund Miniatura Dachshund Standard Dálmata Dandie Dinmont Terrier Dobermann E Elkhound Norueguês Epagneul Français F Fila Brasileiro Flatcoat Retriever Fox Hound Americano Fox Hound Inglês Fox Terrier Pêlo Duro Fox Terrier Pêlo G Golden Retriever Liso Greyhound Griff H Husky Siberiano I Irish Terrier Irish Wolfhound J Jack Russel Terrier K Keeshond Kerry Blue Terrier Komondor Kuvasz M Malamute do Alaska Maltês Manchester Terrier Maremmano Mastiff Mastim Espanhol Mastim Napolitano Mastim do Tibete N Norfolk Terrier Norwich Terrier O Old English Sheepdog Ovelheiro Gaúcho P Papillon Pastor Alemão Pastor Alemão Branco Pastor Belga Pastor Branco Pastor de Shetland Pastor de Tatra Pequeno Lebrel Italiano Pequinês Pharaoh Hound Pinscher Miniatura Pitbull Pirineus Pointer Alemão Pointer InglêS Poodle Miniatura Poodle Standard Poodle Toy Pug Puli R Rhodesian Ridgeback Rottweiler S Saluki Samoieda São Bernardo RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES Schipperke Schnauzer Schnauzer Miniatura Scottish Terrier Setter Gordon Setter Inglês Setter Irlandês Shar Pei Shiba Inu Shih Tzu Skye Terrier Spitz Alemão Spitz Japonês Springer Spaniel SRD (Vira-Lata) T Tckel Terra Nova Terrier Brasileiro Terrier do Tibet Tibetan Spaniel "Toller" Tosa Teck V Veadeiro Brasileiro Viszla W Weimaraner Welsh Corgi Cardigan Welsh Corgi Pembroke Westie Terrier Whippet Y Yorkshire Terrier (cont. )Anexo IV - Relação das raças/Felinas A Abissínio American Shorthair B Bengal Bobtail British Shorthair C Chartreux Cornish Rex D Devon Rex E Egyptian Mau Europeu Exótico H Himalaio K Korat M Maine Coon Manx Munchkin N Norwegian Forest O Oriental P Pelo Curto Brasileiro Persa R Ragdoll Russian Blue S Singapura Somali Sphynx Srd (Vira-Lata) Sagrado Da Birmânia Scottish Fold Siamês T Turkish Angora Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 19 Anexo V - Fluxograma da observação domiciliar de animal agressor Centro de saúde Ficha de acompanhamento da agressão animal ACE II/Encarregado de zoonoses do Centro de Saúde Gerência distrital de controle de zoonoses Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor Observação domiciliar do animal agressor Animal sadio ao final da observação Animal com sintomas nervosos Animal desaparecido Animal morto durante a observação Devolver a ficha de acompanhamento clínico ao GERCZO Avisar à GERCZO por telefone Avisar o Centro de Saúde Enviar para o LZOON para exame de raiva Médico veterinário faz a visita e acompanha o caso Avisar à GERCZO por telefone Resultado enviado à GERCZO Retornar ao Centro de Saúde de origem a Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal Arquivar no prontuário do paciente Encerrar o caso Encerrar o caso Animal sadio ao final da observação Encerrar o caso Suspeita clínica de raiva Enviar o animal para observação no CCZ Retornar ao Centro de Saúde de origem a Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal Arquivar no prontuário do paciente Encerramento da observação Informa a GERCZO Retornar ao Centro de Saúde de origem a ficha de acompanhamento da agressão Arquivar no prontuário do paciente 20 RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES Encerrar o caso Animal positivo para a raiva: desenvolver imediatamente as ações de controle preconizadas pelo Ministério da Saúde Animal negativo para a raiva Retornar ao Centro de Saúde de origem a Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal Arquivar no prontuário do paciente Encerrar o caso Anexo VI - Ficha de inverstigação de quirópteros FICHA DE INVESTIGAÇÃO - PROJETO QUIRÓPTEROS DATA SOLICITAÇÃO D.S. N.º SOLICITAÇÃO C.C.Z. N.º 01 - SOLICITANTE NOME ENDEREÇO (RUA, AV, PRAÇA...) Nº COMPLEMENTO BAIRRO TELEFONE REFERÊNCIA REGIONAL ÁREA DE ABRANGÊNCIA LOCALIDADE ZONA URBANA Limpar ZONA PERIURBANA ZONA RURAL TELHADO / SÓTÃO PORÃO VÃO DE DILATAÇÃO CAÍDO ÁRVORE: 02 - DADOS EPIDEMIOLÓGICOS LOCAL DE ABRIGO Imprimir ADENTRAMENTO OUTRO: PRESENÇA DE MORCEGO ÚNICA VEZ FREQUENTE A QUANTO TEMPO? EVENTUAL EM QUAL PERÍODO DO DIA / NOITE? SINAIS OBSERVADOS FEZES NINHOS DE AVES PLANTA EM FLORAÇÃO ÁRVORES COM FRUTOS FRUTOS / SEMENTES NO CHÃO OUTROS ANIMAIS: MORTOS NENHUM RUÍDO N.º DE MORCEGOS CAPTURADOS VIVOS HOUVE CONTATO COM MORCEGO? SIM / COMO? NÃO PROVIDÊNCIAS TOMADAS PELA VÍTIMA ENVOLVIMENTO DE MORCEGO COM: GATO CÃO OUTRO: PROVIDÊNCIAS TOMADAS: VACINAÇÃO / REVACINAÇÃO DO ANIMAL OBSERVAÇÃO DOMICILIAR POR 180 DIAS ORIENTAÇÕES AO SOLICITANTE DEMANDA PARA O C.C.Z. CAPTURA IDENTIFICAÇÃO / DIAGNÓSTICO RESPONSÁVEL PELA VISTORIA (NOME LEGÍVEL) DATA 03 - TERMO DE RESPONSABILIDADE EU, _________________________________________________________________________________________________________________________________________________, RG _________________________________________________ AUTORIZO A ENTRADA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES NA REFERIDA SAZR - 03020708 PROPRIEDADE E, ASSUMO INTEIRA RESPONSABILIDADE POR EVENTUAIS DANOS MATERIAIS QUE POSSAM ADVIR QUANDO DA REALIZAÇÃO DO SERVIÇO, BEM COMO, TOMO CIÊNCIA DAS ORIETAÇÕES DADAS PELOS SERVIDORES. DATA ASSINATURA 04/05 Prefeitura Municipal de Belo Horizonte 21 Anexo VII - Diagnóstico laboratorial da raiva Coleta de material e encaminhamento para o laboratório Os materiais de eleição são os seguintes: Cão: todo o encéfalo ou, de preferência, fragmentos do tecido cerebral (córtex, cerebelo e hipocampo ou corno de Amon), de ambos os hemisférios. Caso não seja possível realizar a necrópsia, enviar a cabeça do animal (se de grande porte) ou o animal por inteiro, caso for de pequeno porte. Gato: idem. Morcegos: animal inteiro. Acondicionamento e conservação: 1) O material deve ser acondicionado em saco plástico duplo, vedado, com identificação de forma clara e legível na embalagem do material. 2) Colocar em caixa isotérmica, bem fechada e rotulada (nome, endereço completo, bairro, município, telefone, e-mail, espécie enviada e com os seguintes termos: URGENTE: MATERIAL BIOLÓGICO PERECÍVEL). Usar esparadrapo ou ficha adesiva apropriada para refrigeração/congelamento. 3) Em função do tempo que irá decorrer entre a coleta do material e a chegada ao laboratório, o modo de conservação deve variar: • REFRIGERADO: material embalado e em caixa isotérmica com bastante gelo, se o tempo for de até 48 horas; • CONGELADO: material embalado, congelado e em caixa isotérmica com bastante gelo, se o tempo for superior a 48 horas; • IMERSÃO: em solução salina com glicerina a 50%, se não houver condições adequadas de refrigeração. Observações importantes: ­­• A qualidade do resultado laboratorial dependerá do estado de conservação do material enviado. A autólise interfere sobremaneira no exame, impossibilitando a fidelidade do resultado; • Nunca colocar a amostra em formol, salvo naqueles casos em que se deseja realizar exames anatomopatológicos. 22 RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES Referências Bibliográficas ACHA, P. N.; SZYFRES, B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al hombre y a los animales. 3.ed. Washington: OPAS, 2001. 416p. ALMEIDA, G. A. et al, Manual de raiva e leptospirose – informe técnico. Belo Horizonte, 1998. BAER, G. M., ed. The natural history of rabies. New York: Academic Press, 1975. v.2, p. 203-19. BREDT, A.; ARAÚJO, F. A .A.; CAETANO – JR, J.; RODRIGUES, M. G. R.; YOSHIKAWA M., SILVA, M. M. S. 1988. Morcegos em áreas urbanas e rurais: Manual de manejo e controle. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 117 p. CHRISMAN, C. L; MONTAGNINI, A. L. Neurologia dos pequenos animais. São Paulo: Roca, c1985. 432p. ISBN 0812108116: (Broch.). INSTITUTO PASTEUR. Manual Técnico do Instituto Pasteur Número 5 – Vacinação contra a Raiva de Cães e Gatos, São Paulo, 1999. 32p. KOTAIT, I. et al, Controle da Raiva dos Herbívoros, págs. 6 e 7, São Paulo: Instituto Pasteur, 1998. LUZ, C. R.; Estudo Cronológico sobre a Raiva em Minas Gerais no Período 1976 a 1986. Escola de Veterinária da UFMG. 1988. 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