Manual da Raiva - Noções Básicas e Manual de Observação

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Raiva: Noções básicas e manual
de observação domiciliar de
animais agressores
Expediente
ORGANIZAÇÃO
Clomar Ribeiro da Luz – Gerência Distrital de Controle de Zoonoses - Norte (GERCZO-N)
Vanessa de Oliveira Pires Fiuza – Gerência de Controle de Zoononses/SMSA (GECOZ-SMSA)
COLABORAÇÃO
Anna Paula Menezes Vianna de Assis – Gerência Distrital de Controle de Zoonoses - Oeste (GERCZO-O)
Eliane Silveira Campanelli – Centro de Controle de Zoonoses/SMSA (CCZ)
Francisco Elias Nogueira da Gama – Laboratório de Zoonoses/SMSA (LZOON)
Marco Túlio de Oliveira – Gerência Distrital de Controle de Zoonoses - Barreiro (GERCZO-B)
Maria do Carmo Araújo Ramos – Centro de Controle de Zoonoses/SMSA (CCZ)
FOTOS
Clomar Ribeiro da Luz (GERCZO-N)
Fernanda Carvalho de Menezes (GECOZ)
DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO
Gerencia de Comunicação Social
impressão
Gráfica Daliana Ltda
Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-PBH)
Gerência de Vigilância em Saúde e Informação (GVSI)
Gerência de Controle de Zoonoses (GECOZ)
Sumário
1. O que é raiva?................................................................................................................ 5
2. O que causa a raiva?....................................................................................................... 5
3. Que animais podem ter a raiva?...................................................................................... 5
4. Como é transmitida a raiva?........................................................................................... 5
5. Por quanto tempo o vírus é eliminado pela saliva?.......................................................... 5
6. Quais são as formas clínicas da raiva?............................................................................. 6
7. Quais são os sintomas da raiva?...................................................................................... 6
8. Os morcegos e a raiva..................................................................................................... 7
9. Todos os morcegos alimentam-se de sangue?................................................................. 7
10. Os tipos de mordeduras causadas por morcegos são diferentes?................................... 7
11. Como um morcego pode adquirir a raiva?.................................................................... 8
12. Quais são os sintomas da raiva nos morcegos?.............................................................. 8
13. Medidas de controle..................................................................................................... 8
14. Como fazer o controle em área de foco?...................................................................... 9
15. A vacina anti-rábica pode matar o animal?.................................................................... 9
16. Por que lavar o local do ferimento com água e sabão?.................................................. 9
17. Todas as pessoas agredidas devem ser vacinadas?....................................................... 10
18. O que é vacinação pré-exposição?Ela oferece algum perigo?...................................... 10
19. Observação domiciliar de animais agressores............................................................... 10
20. Em que situações um animal pode vir a agredir?......................................................... 10
21. Como fazer uma observação domiciliar? .................................................................... 11
22. E se o animal morrer, fugir ou apresentar algum sintoma sugestivo de raiva?.............. 11
23. Como agir em caso de agressão animal durante a atividade de campo?...................... 11
ANEXOS
Anexo i — ficha de acompanhamento da agressão animal................................................ 12
Anexo ii — termo de responsabilidade do CCZ................................................................. 13
Anexo iii — ficha de acompanhamento clínico do animal agressor............................... 14/15
Como preencher a ficha de acompanhamento clínico de animal agressor..................... 16/17
Anexo iv — relação de raças ...................................................................................... 18/19
Anexo v — fluxograma da observação domiciliar de animal agressor................................ 20
Anexo vi — ficha de investigação de quirópteros.............................................................. 21
Anexo vii — diagnóstico laboratorial da raiva .................................................................. 22
Referências bibliográficas.................................................................................................. 23
“Os que se encantam com a prática sem a ciência são
como os timoneiros que entram no navio sem timão
nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino”
Leonardo da Vinci
1. O que é raiva?
A raiva é uma doença aguda, que atinge o homem e os animais selvagens e domésticos, afetando
o sistema nervoso central. Possui baixa morbidade
e alta mortalidade, ou seja, poucos adoecem, mas
todos que adoecem morrem, pois ainda não existe
cura para a raiva. O que existe é a prevenção, feita
por meio do soro e/ou vacina para o homem e da
vacina para os animais domésticos.
2. O que causa a raiva?
A raiva é causada por um vírus, do gênero Lyssavirus da família Rhabdoviridae. Esse vírus possui
a forma de uma bala de revólver e tem preferência
pelos tecidos nervosos. É pouco resistente ao calor
sendo destruído por uma exposição de 60º C por 35
segundos, é sensível aos raios solares e também a
sabão, detergente, álcool, álcool iodado e compostos quaternários de amônio a 0,1%.
3. Que animais podem ter a raiva?
É uma doença que ocorre em cães, gatos, morcegos e carnívoros selvagens como raposa, lobo, guaxinins, mangustos e outros, portanto, todos os animais de sangue quente podem adquiri-la. As aves
não contraem a doença naturalmente. O homem
não possui imunidade natural, sendo esta adquirida
através de vacina.
Ciclo
Aéreo
Ciclo
Rural
Ciclo
Silvestre
Ciclo
Urbano
Fonte: Instituto Pasteur
No Brasil o principal transmissor é o cão, seguido
pelo morcego.
No meio urbano, a transmissão ocorre principal-
mente por meio do cão, seguido pelo gato. Atualmente são encontrados morcegos não hematófagos
infectados com o vírus rábico nas cidades, o que os
torna potenciais transmissores. Em áreas rurais o
morcego hematófago é responsável pela maioria
dos casos de raiva animal (bovina principalmente).
Há quatro ciclos para a doença:
1) Ciclo aéreo - aquele onde a transmissão ocorre
entre morcegos;
2) Ciclo silvestre - aquele que ocorre entre animais selvagens tais como: o lobo, o cachorro do
mato, o guaxinim;
3) Ciclo urbano - aquele em que os principais
reservatórios são os cães e os gatos;
4) Ciclo rural - aquele em que os principais reservatórios são os herbívoros (bovinos, caprinos,
ovinos) e os suínos.
Alguns países conseguiram erradicar a raiva canina
urbana, mas ainda convivem com a raiva silvestre.
4. Como é transmitida a raiva?
A transmissão se faz de animal para animal ou do
animal para o homem pela mordida, arranhadura
ou lambedura.
Por meio do nervo trigêmeo, o vírus atinge as
glândulas parótidas e salivares, sendo eliminado juntamente com a saliva.
Ao penetrar no organismo, o vírus atinge os filetes
nervosos percorrendo a medula espinhal até atingir o
sistema nervoso central, ou seja, o cérebro, onde causa uma série de alterações no indivíduo infectado.
Em cavernas e laboratórios, a transmissão pode
ocorrer por aerossóis. A literatura especializada relata a
possibilidade de transmissão pelo transplante de córnea e outros órgãos caso o doador esteja infectado.
5. Por quanto tempo o vírus é eliminado pela saliva?
Nos cães e gatos o vírus começa a ser eliminado
na saliva de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos
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5
primeiros sintomas, permanecendo no organismo
até a morte. Esta eliminação ocorre de forma intermitente, isto é, em alguns momentos o vírus está
presente na saliva e em outros momentos não.
Em relação aos animais silvestres há poucos estudos sobre o período de transmissibilidade, sabendose que é variável de espécie para espécie.
o temperamento, a conduta e a afetividade (um
animal dócil pode tornar-se agressivo e vice-versa)
desconhecendo o ambiente;
6. Quais são as formas clínicas da raiva?
A raiva pode se apresentar sob duas formas clínicas:
a) Forma furiosa: É a mais conhecida, sendo caracterizada pelo chamado “cachorro zangado” ou
“cachorro louco”. Nesta forma o animal manifesta-se ansioso, com pupilas dilatadas, tornando-se
agressivo e perdendo o medo de inimigos naturais.
Pode ainda apresentar alterações do apetite (apetite
depravado), muitas vezes ingerindo os mais variados
objetos, como pedras, paus, fezes, terra. Às vezes
foge de casa e ataca qualquer objeto, pessoa ou outro animal.
b) Forma paralítica: Difere bastante da anterior,
pois o animal não se apresenta furioso e raramente tenta morder. Ocorre paralisia dos músculos da
garganta e da mandíbula e o animal aparenta estar
engasgado, o que leva as pessoas a tentar desengasgá-lo ou medicá-lo com as mãos desprotegidas,
momento em que pode se infectar. Ocorre também
paralisia das patas traseiras, progredindo para todo
o corpo, sendo seguida de coma e morte.
7. Quais são os sintomas da raiva?
Nos cães e nos gatos, a forma predominante é a
furiosa, mas a forma paralítica também pode ocorrer.
Os sintomas são os seguintes:
CÃO
Pode ocorrer ligeira febre;
• O animal coça o local da ferida, lambendo-a ou
mordendo-a de maneira intensa e persistente;
• Dilatação das pupilas e olhos congestionados (vermelhos);
• Mudança de comportamento, modificando-se
6
Instituto Pasteur
• O animal foge da luz (fotofobia), buscando lugares escuros;
• Perversão do apetite, comendo pedras, paus;
• Latido rouco, longo, semelhante ao uivo de um lobo;
• Excitação sexual;
• Ataca pessoas, animais e objetos;
• Incoordenação motora, sendo facilmente atropelado;
• Salivação espumosa (sialorréia);
• Evita alimentar-se e beber água (hidrofobia);
• Paralisia gradual;
• Coma;
• Morte.
GATO
É um animal em que as modificações não são comumente percebidas, devido ao seu tipo de vida, ou seja, é
um animal semidomesticado, que nem sempre é mantido em confinamento permanente, dificultando assim
a observação de mudanças comportamentais.
Pelo hábito de se lamber, principalmente as patas, a contaminação das garras é uma possibilidade
frequente que aumenta os riscos de uma agressão
pela arranhadura.
O quadro é semelhante ao dos cães; alguns dos
sintomas descritos abaixo podem ser observados:
• O miado se torna mais grosso e com tom peculiar;
• Procura lugares escuros (fotofobia);
• Não foge de casa como os cães;
• Aquieta-se em um local, partindo deste para atacar outros animais e pessoas;
• A pupila de um olho pode ficar maior que a de
outro (anisocoria);
• Ao invés de fugir dos cães, os ataca;
• Apresenta dificuldade para engolir;
• Paralisia;
RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
• Coma;
• Morte.
Nem todos os sintomas aparecem juntos nestas espécies.
Deve-se procurar fazer um diagnóstico diferencial
com outras encefalites, dentre as quais destacamos:
as migrações de larvas de helmintos (vermes), as intoxicações e algumas doenças que causam sintomas
semelhantes à raiva, como a cinomose nos cães e a
doença de Aujesky (pseudo-raiva) nos bovinos.
do equilíbrio entre as espécies e no reflorestamento
de áreas devastadas dispersando sementes através
das fezes e dos frutos que costumam deixar cair
durante o voo.
8. Os morcegos e a raiva
Os morcegos são os únicos mamíferos capazes
de voar e, de modo geral, deixam seus abrigos ao
entardecer ou no início da noite. Não são animais
cegos e utilizam o sistema de ecolocalização (sonar
dos morcegos) para se comunicarem e se orientarem durante o voo. Os morcegos emitem sons de
alta frequência que, ao encontrarem um obstáculo, retornam em forma de eco captados pelos seus
ouvidos, o que possibilita sua orientação. Com esse
sistema, os morcegos conseguem voar em locais
completamente escuros.
São animais silvestres pertencentes à fauna brasileira, sendo protegidos pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA - através da lei de crimes ambientais ou lei
da natureza – Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de
1998. No entanto, no caso de morcegos positivos
para a raiva, seu controle e manejo são regulamentados pela Instrução Normativa nº. 141 de 19/12/06,
do mesmo órgão.
9. Todos os morcegos alimentam-se
de sangue?
A resposta é não. Há cerca de 1.000 espécies de morcegos, sendo que apenas três se alimentam de sangue
(hematófagas) e têm seu habitat natural na América Latina, exceto o sul da Argentina e o do Chile.
As outras espécies de morcegos alimentam-se de
frutos, peixes, insetos, pequenos vertebrados como:
rãs, lagartos, pássaros, outros morcegos, roedores,
além de flores e pólen, sendo úteis na manutenção
Não só os morcegos hematófagos são transmissores da raiva. Outras espécies não hematófagas
são importantes, pois também podem transmitir
acidentalmente a doença ao homem e aos animais
domésticos, principalmente em áreas urbanas.
Recomenda-se que nenhum morcego seja manipulado vivo ou morto. Quando encontrado caído no
chão, cobrí-lo cuidadosamente com uma caixa de
papelão ou balde e encaminhar ao Centro de Controle de Zoonoses.
CUIDADOS NO MANUSEIO DOS MORCEGOS:
• Usar luvas de raspa de couro e pinças;
• Colocar os animais em recipientes adequados,
caixas ou potes de vidro tampados.
OBS.: Ao recolher o morcego em situação suspeita,
preencher corretamente os campos da FICHA DE
INVESTIGAÇÃO – PROJETO QUIRÓPTEROS. Anexo VI.
10. Os tipos de mordeduras causadas
por morcegos são diferentes?
Sim. Há dois tipos de mordeduras:
As mordeduras defensivas, que podem ser feitas
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por qualquer tipo de morcego, efetuadas pelos
caninos superiores e/ou inferiores, são doloridas,
profundas e geralmente deixam de duas a quatro
perfurações na pele.
As mordeduras alimentares, que são praticadas
somente por morcegos hematófagos e caracterizam-se por apenas um ferimento superficial, de forma ovalada provocado pelos incisivos superiores.
As mordeduras em polpas digitais, sola dos pés e
região da cabeça apresentam maior gravidade por
serem, as primeiras, mais inervadas e a última, a
mais próxima do cérebro.
Mordeduras no pescoço só em filmes.
13. Medidas de controle
Apesar de ser uma doença 100 % letal, a raiva é
passível de controle por meio de medidas profiláticas a serem adotadas pelo poder público e individualmente. As principais medidas são:
• Educação em Saúde: levar à população conhecimentos básicos sobre a doença, suas formas de
controle e de prevenção com distribuição de folhetos e outros tipos de divulgação (cartilhas, CDs,
palestras) nas escolas e unidades de saúde;
11. Como um morcego pode adquirir
a raiva?
A transmissão do vírus ocorre pelo contato entre
os indivíduos durante brigas nas colônias por disputa de fêmea ou de liderança.
Os morcegos estranhos ao grupo ou os que apresentam sintomas da raiva são expulsos, podendo
neste momento contaminar outros indivíduos.
12. Quais são os sintomas da raiva
nos morcegos?
Existem sintomas diferentes para as espécies hematófagas e para as não hematófagas. Observe a
tabela abaixo:
Morcegos hematófagos
sintomáticos
• Posse Responsável dos Animais com o incentivo ao
controle da população canina e felina através da
esterilização de animais domiciliados;
• Vacinação preventiva de todos os profissionais que
trabalham com animais ou em situações em que
existe risco de infecção;
• Profilaxia da raiva humana em pessoas expostas
Morcegos não
hematófagos sintomáticos
Atividade alimentar diurna
Sabe-se pouco a respeito
Agressividade
Geralmente se apresenta sob a forma paralítica
Hiperexcitabilidade
Podem perseguir outros morcegos
na sua forma excitável
Tremores
Choques acidentais entre pessoas
paradas e morcegos em voo
Falta de coordenação dos moviParalisia, dificultando o voo
mentos
Contrações musculares involuntárias Encontrados em locais não habituais como chão, camas, penduraParalisia
dos em cortinas, paredes, janelas,
Morte pode ocorrer em até 48 horas muros.
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RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
ao risco de contaminação pelo vírus da raiva;
• Manutenção de altas coberturas vacinais através
da vacinação anual da população urbana e rural
de cães e gatos a partir dos 3 meses de idade;
• Observação clínica de animais agressores;
• Eutanásia de animais agredidos por animais raivosos;
• Em caso de raiva em cães ou gatos a área a ser
trabalhada será delimitada segundo avaliação técnica e perfil epidemiológico da mesma;
• Situações não previstas nos itens acima devem
seguir as normatizações federais, estaduais e municipais vigentes.
15. A vacina anti-rábica pode matar o
animal?
• Captura de animais errantes;
• Diagnóstico laboratorial rápido e eficiente de
amostras procedentes de cães e gatos envolvidos em agressão e/ou contato e que morreram
durante o período de observação clínica; animais
atropelados; apreendidos e não resgatados e dos
mortos por doenças nervosas e/ou causa desconhecida;
• Controle em áreas de foco.
14. Como fazer o controle em área de foco?
Desencadear ações de bloqueio em volta do local
onde foi encontrado o animal (foco):
• Em caso de morcego positivo, vacinar casa a casa
todos os cães e gatos, num raio de 300 metros a
partir do foco, com reforço em 30 dias dos primovacinados;
• Intensificar a captura de animais errantes e encaminhar amostras para diagnóstico da raiva dos
animais capturados e não resgatados;
• Ações educativas com distribuição de folhetos e
orientação nas escolas e unidades de saúde;
• Buscar identificação do abrigo e captura de espécimes da provável colônia do morcego positivo
para realização de exame laboratorial;
A vacina utilizada pelos órgãos públicos para
controle da raiva canina e felina no Brasil até o ano
de 2008 foi a Fuenzalida e Palacios, sendo a mesma substituída pela de cultivo celular por apresentar maior imunogenicidade e segurança. Porém, seu
uso, como todo produto imunobiológico, poderá
causar eventos adversos, ainda que em sua absoluta
maioria, de leve intensidade.
Conforme descrito na bula dos produtos, os eventos
adversos são extremamente variáveis, incluindo-se:
a) Anorexia, letargia, febre e sonolência horas
após a vacinação, podendo persistir por 24 a 36 horas, e são considerados normais;
b) Reações locais como dor, inchaço e granulomas,
consideradas as reações mais comuns. A ocorrência
de abcessos, caso ocorra, geralmente está relacionada à contaminação no momento da aplicação.
c) Pode- se considerar normal a manutenção de
um pequeno nódulo no local da aplicação por um
período de até dois meses após a administração da
vacina.
A vacina de cultivo celular é produzida com vírus
da raiva inativado e por isso não causa doença de
origem vacinal nos animais.
16. Por que lavar o local do ferimento
com água e sabão?
Esta medida, extremamente importante, tem por
finalidade eliminar o maior número possível de vírus
no ferimento e ao redor deste, devido à baixa resistência do vírus ao sabão e aos desinfetantes e sua
inativação ao contato com estes produtos.
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
9
O ferimento deverá ser lavado com sabão e água
corrente em abundância, em seguida, a vítima deverá
procurar o centro de saúde mais próximo de sua casa.
última dose do esquema. Recomenda-se o controle
sorológico anual e uma dose de reforço sempre que
o título for inferior a 0,5 UI/ml. na prova de soroneutralização.
17. Todas as pessoas agredidas de19. Observação domiciliar de animais
vem ser vacinadas?
agressores
Nem sempre. Todos os agredidos devem procurar o Centro de Saúde para que o médico e/ou o
enfermeiro possam avaliar a necessidade de se indicar ou não o tratamento antirrábico. Em alguns
casos, basta observar o animal por 10 dias, dependendo das circunstâncias da agressão, do local do
ferimento e do tipo de mordedura.
18. O que é vacinação pré-exposição?
Ela oferece algum perigo?
A vacinação de pré-exposição é a forma de proteger as pessoas que lidam sempre com animais ou
que trabalham em outras atividades com risco de
contrair a raiva.
Quanto ao perigo, é bom que se explique que,
no Brasil, usava-se a vacina Fuenzalida & Palácios,
fabricada com cérebro de camundongos recém-nascidos. Esta vacina possui um baixo teor de mielina,
substância que forma uma bainha que protege os
nervos e que pode acarretar uma chance mínima
de acidente vacinal, algo em torno de 1 caso em
20.000 aplicações. Esses acidentes podem ir desde
uma reação local até uma paralisia de membros superiores e inferiores do paciente.
A partir de 2002, em Minas Gerais, passou-se a
utilizar uma vacina feita através do cultivo celular,
que é bastante segura e que não possui os riscos da
anterior. Como todo imunobiológico, ela pode causar pequenas reações como vermelhidão, reações
alérgicas leves, que não causam lesões importantes
ao paciente.
A profilaxia pré-exposição deve ser feita em pessoas que estejam expostas permanentemente ao
risco de infecção pelo vírus rábico. O esquema consiste em administrar uma dose de vacina nos dias 0,
7 e 28. Fazer sorologia a partir do 14º. dia após a
10
No mundo inteiro várias pessoas são agredidas por
animais, principalmente cães e gatos.
Na maior parte das vezes elas são causadas por
motivos de provocação ou descuido das pessoas.
Geralmente ocorrem dentro das residências e em
menor número nas vias públicas, sendo as crianças
as principais vítimas.
Os animais agressores estão, na maioria das vezes, sadios no momento da agressão, reagindo por
defesa própria.
Os maus tratos e a dor também levam os animais
a agredirem, especialmente aqueles atropelados, o
que é um grande risco para quem os socorre, pois
os mesmos podem estar raivosos.
A observação é um instrumento importante para
que apenas as pessoas que realmente necessitam da
vacina possam recebê-la, evitando-se o tratamento
inadequado ou que deixe de ser efetuado. Evita-se
assim o alto custo, os incômodos causados pela indicação equivocada e o risco de óbitos por falta de
indicação de tratamento quando necessário.
Em muitos casos basta apenas a observação do
animal, sem que se necessite iniciar um tratamento.
20. Em que situações um animal pode
vir a agredir?
• Separar brigas;
• Defesa de território;
• Defesa de suas crias;
• Retirada de alimentos;
• Medo de agressão;
• Ao medicar;
• Excesso de carícias;
• Durante a higienização;
RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
• Irritado com objetos e ações;
• Instinto predador (objetos em movimento).
21. Como fazer uma observação
domiciliar?
• Levar a Ficha de Acompanhamento Clínico de Animal Agressor preenchendo a data de início da observação e os dados do animal (anexo III);
• Conscientizar o proprietário quanto à necessidade
da observação;
• Responsabilizar o proprietário quanto às condutas a
serem tomadas se o animal vier a adoecer, morrer,
desaparecer ou se envolver em outra agressão;
• Prestar atenção ao comportamento do animal no
momento da visita inicial;
• Pedir ao proprietário para fazê-lo caminhar, observando o seu andar;
• Ver se o animal possui alimento e água disponíveis;
• Perguntar se o animal está se alimentando e bebendo água normalmente;
• Procurar saber se o animal tem assistência médicoveterinária;
• Conferir a situação vacinal;
• Informar-se sobre a presença de morcegos no local
e em que situação;
• Informar-se sobre os hábitos de vida do animal, o
seu comportamento usual e os cuidados que recebe, principalmente os preventivos;
• Verificar a possibilidade de observação no domicílio. Caso contrário, preencher a ficha com os dados do animal, o nome, endereço e idade da(s)
pessoa(s) agredida(s) e encaminhar uma cópia ao
CCZ junto com o animal;
• Caberá ao proprietário assinar um “Termo de Responsabilidade”, emitido em duas vias, que será
encaminhado ao CCZ (anexo II).
22. E se o animal morrer, fugir ou
apresentar algum sintoma sugestivo
de raiva ?
1) Comunicar imediatamente à Gerência Distrital de
Controle de Zoonoses (GERCZO) se o animal apresentar sintomas compatíveis com os da raiva, de
acordo com o quadro existente na Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor (Anexo III).
2) Caso o animal morra: encaminhar a carcaça (cadáver) ao LZOON com todas as informações possíveis para o diagnóstico da raiva.
3) Orientar o proprietário a encaminhar a carcaça
do animal ao CCZ, Rua Edna Quintel, 173 – Bairro
São Bernardo – Tel.: 3277-7411 / 7413 se o mesmo
morrer no final de semana ou em feriados.
23. Como agir em caso de agressão
animal durante a atividade de campo?
1) Mantenha a calma;
2) Examine o ferimento e oriente a pessoa agredida
a lavar o local com água corrente e sabão;
3) Caso o ferimento seja superfícial, pouco extenso, geralmente único, em tronco e membros
(exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés)
encaminhe a pessoa ao Centro de Saúde mais próximo para avaliação médica e início do tratamento,
caso necessário;
4) Em caso de ferimentos graves como na face,
cabeça, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta dos pés, ferimentos profundos, múltiplos e
extensos,(situaçoes essas em que pode ser necessária a indicação de soroterapia) encaminhe o agredido para o CRIE – Av. Francisco Sales, n° 1.111.
Tel: 3277-4949, de segunda a domingo até as 18
horas;
5) Caso o acidente ocorra após as 18 horas o paciente deve procurar o Centro de Saúde (nos casos
leves) ou o CRIE (nos casos graves) no dia seguinte;
6) Nos casos graves relacionados acima, em que for
difícil a remoção do paciente, acione o SAMU (192)
e a sua gerência;
7) Se, após acionar o SAMU, a remoção do paciente for efetuada por outros meios, ligue novamente
cancelando o pedido;
8) À medida do possível evite que outras pessoas
tomem iniciativas que possam prejudicar o atendimento e/ou mobilizem outras instituições sem necessidade;
9) O acompanhamento do animal agressor deve ser
feito, preferencialmente, no local onde este estiver
domiciliado;
10) Se a observação não puder ser efetuada no domicílio, acione o CCZ (3277-7411 ou 7413) ou seu
distrito de origem.
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
11
Anexos
Anexo I - Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal
12
RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
Anexo II - Termo de Responsabilidade do CCZ
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
13
Anexo III - Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor - Frente
01 - LOCAL DA OBSERVAÇÃO
( ) DOMICÍLIO
( ) CCZ
CANIL Nº
02 – DADOS DA VÍTIMA
NOME
RUA
Nº
COMPLEMENTO
BAIRRO
TELEFONE
REFERÊNCIA
03 - DADOS DO PROPRIETÁRIO
NOME
RUA
Nº
COMPLEMENTO
BAIRRO
TELEFONE
REFERÊNCIA
04 – DADOS DO ANIMAL
NOME
ESPÉCIE: ( ) CANINA ( ) FELINA
IDADE
RAÇA
SEXO: ( ) M ( ) F
ORIGEM DO ANIMAL: ( ) DA FAMÍLIA DO PACIENTE ( ) DE OUTRA PESSOA ( ) DE RUA
PROCEDÊNCIA DO ANIMAL:
( ) BELO HORIZONTE ( ) OUTRO MUNICÍPIO
TEMPERAMENTO DO ANIMAL: ( ) DÓCIL
( ) AGRESSIVO
OUTRAS AGRESSÕES ANTERIORES PELO ANIMAL? ( ) NÃO
VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA: ( ) NÃO
DATA DA ÚLTIMA VACINAÇÃO:
( ) NÃO SABE ( ) SIM
( ) NÃO SABE ( ) SIM
/
/
TIPO DE CRIAÇÃO: ( ) FICA SOLTO NA RUA.
( ) SAI SOZINHO NA RUA ÀS VEZES. ( ) NÃO SAI A NÃO SER COM
UM ACOMPANHANTE.
MOTIVO DA AGRESSÃO:
( ) SEM MOTIVO APARENTE
( ) SEPARANDO BRIGA
( ) ANIMAL FUGIU/SOLTOU DA COLEIRA
( ) ENTROU NO IMÓVEL SEM AVISAR
( ) ANIMAL COM CRIA
( ) AO ENXOTAR O ANIMAL
( ) MEDICANDO
( ) ANDANDO DE BICICLETA, MOTO, PATINS E SIMILARES
( ) DURANTE A HIGIENIZAÇÃO
( ) CAMPANHA DE VACINAÇÃO
( ) BRINCANDO/ACARICIANDO
( ) RETIROU O ALIMENTO/PASSANDO PERTO DO ANIMAL
SE ALIMENTANDO
( ) ENCOSTOU-SE EM MURO, PORTÃO OU GRADE
( ) PASSANDO NA RUA
( ) REPRIMIDO FÍSICA OU VERBALMENTE
( ) ACORDADO SUBITAMENTE
( ) PASSOU CORRENDO PERTO DO ANIMAL
( ) COLETA DE MATERIAL ( LEISHMANIOSE)
( ) OUTRO:
_________________________________________________
SEU ANIMAL FOI AGREDIDO POR ALGUM OUTRO RECENTEMENTE?
( ) SIM ( ) NÃO
ESPÉCIE:
( ) NÃO SABE EM CASO AFIRMATIVO PREENCHER ABAIXO
( ) CÃO
( ) GATO
(
) MORCEGO.
HÁ QUANTO TEMPO? ________________________ LOCAL DA AGRESSÃO: (
) CABEÇA
(
) MEMBROS ANTERIORES (
) MEMBROS POSTERIORES
(
) OUTRO TIPO DE CONTATO. QUAL?_______________________________________________
( ) NÃO SABE.
SABE O ENDEREÇO DO ANIMAL AGRESSOR? ( ) NÃO ( ) NÃO SABE ( ) SIM.
RUA
N.º
BAIRRO
ESTADO DO ANIMAL AGRESSOR:
( ) MORTO
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( ) DESAPARECIDO ( ) SADIO ( ) NÃO SABE
RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
Anexo III - Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor - Verso
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO ANIMAL OBSERVADO
UNIDADE DE ATENDIMENTO:
DATA DO ATENDIMENTO: ______/______/_____
DATA DA AGRESSÃO ______/_____/_____
DATA RECEBIMENTO (GERCZO): _____/_____/_____
INÍCIO DA OBSERVAÇÃO: ______/_____/_____
ENCERRAMENTO: ______/_____/_____
OBSERVAÇÃO DOMICILIAR - AVALIAÇÃO CLÍNICA
QUADRO CLÍNICO
DIAS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
RECUSA DE ALIMENTOS E ÁGUA
EXCESSO DE SALIVAÇÃO ESPUMOSA
OLHOS VIDRADOS
PROCURA LUGARES ESCUROS
ANDAR VACILANTE COMO DE BÊBADO
LATIDO ROUCO E ÁSPERO (SEMELHANTE A UM UIVO)
COMENDO PAUS, PEDRAS, FEZES, ETC.
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO (AGRESSIVO PARA DÓCIL OU DE DÓCIL PARA AGRESSIVO)
PARALISIA DE MANDÍBULA (BOCA)
AGITAÇÃO AO OUVIR BARULHOS
PARALISIA DOS MEMBROS TRASEIROS
PERDA DE CONSCIÊNCIA (COMA)
COLOQUE S (SIM) OU N (NÃO) NO QUADRO ACIMA, CONFORME O OBSERVADO
I - OUTROS SINTOMAS: ( ) Diarréia ( ) Fezes com sangue ( ) Fezes cor de borra de café ou amareladas e fedorentas ( ) Aparecimento
de vermes parecendo grão de arroz nas fezes ( ) Raspa o traseiro no chão freqüentemente ( ) Corrimento nasal ( ) Corrimento nos
olhos ( ) Tique nervoso ( ) Tremor muscular
II - O PROPRIETÁRIO: Desinsetizou sua casa recentemente ( ) Não ( ) Sim. Quando?________________ Sabe qual o produto usado?
( ) Não ( ) Sim. Caso saiba, qual?_______________________ Usou veneno contra ratos recentemente? ( ) Não ( ) Sim. Qual?___
_________________________
III - MEDICAMENTO UTILIZADO ATUALMENTE:
( ) Anti-epilético ( ) Antibióticos Qual?
( ) Carrapaticidas e/ou anti-pulgas. Qual?
ENCERRAMENTO DO CASO: ( ) ALTA ( ) DESAPARECIDO ( ) MORTO* ( ) ENVIADO PARA O CCZ PARA OBSERVAÇÃO ( ) OUTRA
REGIONAL ( ) OUTRO MUNICÍPIO ( ) NÃO FOI POSSÍVEL OBSERVAR. MOTIVO:
*EM CASO DE MORTE DO ANIMAL INFORMAR SE O MESMO FOI ENVIADO AO LABORATÓRIO DE ZOONOSES OU QUAL O FIM DADO
À CARCAÇA.
OBSERVAÇÕES:
RESPONSÁVEL PELO PREENCHIMENTO:
NOME: _____________________________________________________________________________
RG/BM: ____________ ASSINATURA: ___________________________________________________
DATA: ______/_______/_______
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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Como Preencher a Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor : Frente
NÚMERO DE CONTROLE INTERNO: Colocar o número de entrada da observação, o ano e a área de abrangência.
Exemplo: se foi o primeiro caso de janeiro de 2008 da área de abrangência do C.S. Tupi (Norte).
NÚMERO DE CONTROLE INTERNO:
01/200 8 AA: 6250
PREENCHIMENTO PELO ACE II/ENCARREGADO OU ACE I/AGENTE SANITÁRIO:
Preencher obrigatoriamente os campos DADOS DO PACIENTE E DADOS DO PROPRIETÁRIO com o NOME; RUA; Nº.
COMPLEMENTO (apartamento, anexos no mesmo lote); BAIRRO; TELEFONE E REFERÊNCIA, em letra de forma e de
acordo com a Ficha de Acompanhamento da Agressão Animal gerada pela UBS. Caso a mesma possua algum dado
incompleto preenchê-lo durante a visita ou em contato com o paciente, se for o caso (falta de endereço do animal
agressor, telefone, etc.).
Você deverá preencher ainda os seguintes campos:
DADOS DO PACIENTE: Contato com o animal: Marque um “X” se ele for freqüente, eventual ou nenhum.
Local do acidente: Marque um “X” se ele ocorreu na casa do paciente, em outra residência ou na rua.
DADOS DO ANIMAL: Em determinadas situações parte dos dados já virão preenchidos, de acordo com a FICHA
DE ACOMPANHAMENTO DA AGRESSÃO ANIMAL.
Nome: Escreva o nome do animal;
Espécie: Marque um “X” se for cachorro ou gato;
Sexo: Marque um “X” se for macho ou fêmea;
Idade: Escreva a idade do animal da seguinte forma: .... A;.... M (Ex.: 1A 6M; 0A 4M);
Raça: Escreva a raça do animal. No Anexo IV você terá a grafia correta das raças mais comuns;
Origem do animal: Marque um “X” se o mesmo for da família do paciente, de outra pessoa ou de rua;
Procedência do animal: Marque um “X” se ele é nascido em Belo Horizonte ou se veio recentemente de outro
município, neste caso escreva o nome do município;
Temperamento do animal: Marque um “X” se ele for dócil ou agressivo;
Agressões anteriores pelo animal: Procure saber se o animal já agrediu outras pessoas e marque um “X” em Não
se não houver agressão, Não sabe se a pessoa que o atendeu não souber ou Sim, se já ocorreu alguma agressão;
Vacinação contra a raiva: Marque um “X” na situação do animal (se não vacinado, se quem o atendeu não souber ou se já foi vacinado). ATENÇÃO: ALGUMAS PESSOAS CONFUNDEM A COLETA DE MATERIAL PARA EXAME DE
LEISHMANIOSE COM VACINAÇÃO ANTI-RÁBICA. FIQUE ATENTO!
Data da última vacinação: escreva o dia, mês e ano da última vacinação antirrábica. Se possível peça a caderneta
ou o comprovante de vacinação;
Tipo de criação: Marque um “X” na situação que o animal é criado;
Motivo da agressão: Marque um “X” na situação que mais corresponde ao motivo da agressão. Se não houver na
relação, marque um “X” em OUTRO e descreva brevemente o que levou ao animal a agredir;
FOI AGREDIDO POR ALGUM ANIMAL RECENTEMENTE? Procure saber se o animal brigou com algum outro ou teve
contato com algum morcego. Em caso afirmativo, preencha o quadro a seguir:
ESPÉCIE: ( ) CÃO ( ) GATO ( ) MORCEGO
HÁ QUANTO TEMPO?
LOCAL DA AGRESSÃO: ( ) CABEÇA ( ) MEMBROS ANTERIORES ( ) MEMBROS POSTERIORES
( ) OUTRO TIPO DE CONTATO. QUAL?
( ) NÃO SABE.
SABE O ENDEREÇO DO ANIMAL AGRESSOR? ( ) NÃO ( ) NÃO SABE ( ) SIM.
Obs: Visitar o animal agressor em caso do preenchimento acima.
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RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
Como Preencher a Ficha de Acompanhamento Clínico do Animal Agressor : Verso
UNIDADE DE ATENDIMENTO: Centro de Saúde que atendeu o paciente;
DATA DO ATENDIMENTO: Dia em que o paciente procurou a UBS;
DATA DA AGRESSÃO: Dia em que o paciente foi exposto ao risco (agredido);
DATA DE RECEBIMENTO: Dia em que o ACE II/encarregado recebeu a Ficha de Acompanhamento do Animal
Agressor;
*INÍCIO DA OBSERVAÇÃO: Dia em que foi iniciada a observação do animal;
*ENCERRAMENTO: Dia em que se encerrou a observação do animal.
Escrever S ou N nas descrições de sintomas determinadas no QUADRO CLÍNICO.
Você deverá fazer, no mínimo, duas observações sendo que a do 10º dia É OBRIGATÓRIA. Os dias serão
contados a partir da DATA DE AGRESSÃO, assim, se o paciente foi agredido no dia 5 do mês e você realizou
a primeira visita no dia 7, assinale um “X” no quadro 3. Caso o 10º dia caia em um final de semana ou
feriado, faça a última observação no primeiro dia útil subsequente e marque o quadro 10, anotando a data
em que efetuou a visita no campo ENCERRAMENTO.
Os próximos itens só deverão ser preenchidos se observar ou ouvir relato do proprietário do animal de
algum sintoma que não seja os que estão relacionados no QUADRO CLÍNICO acima. É importante o preenchimento deste campo, pois ele ajudará ao médico veterinário fazer um diagnóstico diferencial.
I – OUTROS SINTOMAS: Você deverá marcar um “X” no sintoma relatado ou observado.
II – O PROPRIETÁRIO: Você deve marcar um “X” se ocorreu recentemente alguma desinsetização ou
desratização na residência (feita pela PBH ou não) e escrever o produto utilizado.
III – MEDICAMENTO UTILIZADO ATUALMENTE: Você deve marcar o tipo de medicamento e escrever o
nome comercial do produto se for o caso.
Encerramento do caso: Marque um “X” na situação em que o animal se encontrar no último dia. Se não
for possível observar o animal, escreva o motivo no campo apropriado. Em caso de o animal ser observado
pelo CCZ, obter o número do gatil ou do canil onde se encontra.
Se após 3 visitas intercaladas, dentro de 10 dias, não for possível encontrar alguém em casa, preencha o
campo “não foi possível observar o animal”, escreva o motivo e devolva para seu Coordenador. A GERCZO
tomará as providências necessárias.
Responsável pelo preenchimento: escreva seu nome legível, em letras de forma, coloque o número de
registro ou BM. Assinar e datar.
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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Anexo IV - Relação das raças/Caninas
A
Affenpinscher
Afghanhound
Airedale
Airedale Terrier
Akbash Dog
Akita Inu
American Akita
American Pitbull
American Staffordshire
Australian Cattle Dog
Australian Shepherd
B
Basenji
Bassethound
Beagle
Bearded Collie
Bedlington Terrier
Bernese M.
Bichon Frisé
Bichon Havanês
Bloodhound
Border Collie
Border Terrier
Borzoi Boxer
Bouvier De Flandres
Braco Alemão
Bull Terrier
Bulldog Francês
C
Cairn Terrier
Canaan Dog
Cane Corso
Cão Dágua Português
Cão De Bernese
Cão Dos Pirineus
Cavalier King
CharleS Spaniel
Chesapeake Bay Retriever
Chihuahua
Chow Chow
18
Cimarron
Clumber Spaniel
Cocker Spaniel Americano
Cocker Spaniel Inglês
Collie
Cuvac
D
Dachshund Anão
Dogo Argentino
Dogue Alemão (ou Cão Dinamarquês) De Bordeaux
Dachshund Miniatura
Dachshund Standard
Dálmata
Dandie Dinmont Terrier
Dobermann
E
Elkhound Norueguês
Epagneul Français
F
Fila Brasileiro
Flatcoat Retriever
Fox Hound Americano
Fox Hound Inglês
Fox Terrier Pêlo Duro
Fox Terrier Pêlo
G
Golden Retriever Liso
Greyhound
Griff
H
Husky Siberiano
I
Irish Terrier
Irish Wolfhound
J
Jack Russel Terrier
K
Keeshond
Kerry Blue Terrier
Komondor
Kuvasz
M
Malamute do Alaska
Maltês
Manchester Terrier
Maremmano
Mastiff
Mastim Espanhol
Mastim Napolitano
Mastim do Tibete
N
Norfolk Terrier
Norwich Terrier
O
Old English Sheepdog
Ovelheiro Gaúcho
P
Papillon
Pastor Alemão
Pastor Alemão Branco
Pastor Belga
Pastor Branco
Pastor de Shetland
Pastor de Tatra
Pequeno Lebrel Italiano
Pequinês
Pharaoh Hound
Pinscher Miniatura
Pitbull Pirineus
Pointer Alemão
Pointer InglêS
Poodle Miniatura
Poodle Standard
Poodle Toy
Pug
Puli
R
Rhodesian Ridgeback
Rottweiler
S
Saluki
Samoieda
São Bernardo
RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
Schipperke
Schnauzer
Schnauzer Miniatura
Scottish Terrier
Setter Gordon
Setter Inglês
Setter Irlandês
Shar Pei
Shiba Inu
Shih Tzu
Skye Terrier
Spitz Alemão
Spitz Japonês
Springer Spaniel
SRD (Vira-Lata)
T
Tckel
Terra Nova
Terrier Brasileiro
Terrier do Tibet
Tibetan Spaniel
"Toller"
Tosa
Teck
V
Veadeiro Brasileiro
Viszla
W
Weimaraner
Welsh Corgi Cardigan
Welsh Corgi Pembroke
Westie Terrier
Whippet
Y
Yorkshire Terrier (cont. )Anexo IV - Relação das raças/Felinas
A
Abissínio
American Shorthair
B
Bengal
Bobtail
British Shorthair
C
Chartreux
Cornish Rex
D
Devon Rex
E
Egyptian Mau
Europeu
Exótico
H
Himalaio
K
Korat
M
Maine Coon
Manx
Munchkin
N
Norwegian Forest
O
Oriental
P
Pelo Curto Brasileiro
Persa
R
Ragdoll
Russian Blue
S
Singapura
Somali
Sphynx
Srd (Vira-Lata)
Sagrado Da Birmânia
Scottish Fold
Siamês
T
Turkish Angora
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
19
Anexo V - Fluxograma da observação domiciliar de animal agressor
Centro de saúde
Ficha de acompanhamento da
agressão animal
ACE II/Encarregado de zoonoses
do Centro de Saúde
Gerência distrital de controle
de zoonoses
Ficha de Acompanhamento
Clínico do Animal Agressor
Observação domiciliar do
animal agressor
Animal sadio ao final da
observação
Animal com sintomas
nervosos
Animal desaparecido
Animal morto durante a
observação
Devolver a ficha de acompanhamento clínico ao GERCZO
Avisar à GERCZO por telefone
Avisar o Centro de Saúde
Enviar para o LZOON
para exame de raiva
Médico veterinário faz a visita
e acompanha o caso
Avisar à GERCZO por telefone
Resultado enviado à
GERCZO
Retornar ao Centro
de Saúde de origem a
Ficha de Acompanhamento da Agressão
Animal
Arquivar no prontuário
do paciente
Encerrar o caso
Encerrar o caso
Animal sadio ao final da
observação
Encerrar o caso
Suspeita clínica de raiva
Enviar o animal para
observação no CCZ
Retornar ao Centro
de Saúde de origem a
Ficha de Acompanhamento da Agressão
Animal
Arquivar no prontuário
do paciente
Encerramento da
observação
Informa a GERCZO
Retornar ao Centro de
Saúde de origem a ficha
de acompanhamento
da agressão
Arquivar no prontuário
do paciente
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RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
Encerrar o caso
Animal positivo
para a raiva:
desenvolver
imediatamente as
ações de controle
preconizadas pelo
Ministério da Saúde
Animal negativo
para a raiva
Retornar ao Centro
de Saúde de origem a
Ficha de Acompanhamento da Agressão
Animal
Arquivar no prontuário
do paciente
Encerrar o caso
Anexo VI - Ficha de inverstigação de quirópteros
FICHA DE INVESTIGAÇÃO - PROJETO QUIRÓPTEROS
DATA
SOLICITAÇÃO D.S. N.º
SOLICITAÇÃO C.C.Z. N.º
01 - SOLICITANTE
NOME
ENDEREÇO (RUA, AV, PRAÇA...)
Nº
COMPLEMENTO
BAIRRO
TELEFONE
REFERÊNCIA
REGIONAL
ÁREA DE ABRANGÊNCIA
LOCALIDADE
ZONA URBANA
Limpar
ZONA PERIURBANA
ZONA RURAL
TELHADO / SÓTÃO
PORÃO
VÃO DE DILATAÇÃO
CAÍDO
ÁRVORE:
02 - DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
LOCAL DE ABRIGO
Imprimir
ADENTRAMENTO
OUTRO:
PRESENÇA DE MORCEGO
ÚNICA VEZ
FREQUENTE
A QUANTO TEMPO?
EVENTUAL
EM QUAL PERÍODO DO DIA / NOITE?
SINAIS OBSERVADOS
FEZES
NINHOS DE AVES
PLANTA EM FLORAÇÃO
ÁRVORES COM FRUTOS
FRUTOS / SEMENTES NO CHÃO
OUTROS ANIMAIS:
MORTOS
NENHUM
RUÍDO
N.º DE MORCEGOS CAPTURADOS
VIVOS
HOUVE CONTATO COM MORCEGO?
SIM / COMO?
NÃO
PROVIDÊNCIAS TOMADAS PELA VÍTIMA
ENVOLVIMENTO DE MORCEGO COM:
GATO
CÃO
OUTRO:
PROVIDÊNCIAS TOMADAS:
VACINAÇÃO / REVACINAÇÃO DO ANIMAL
OBSERVAÇÃO DOMICILIAR POR 180 DIAS
ORIENTAÇÕES AO SOLICITANTE
DEMANDA PARA O C.C.Z.
CAPTURA
IDENTIFICAÇÃO / DIAGNÓSTICO
RESPONSÁVEL PELA VISTORIA (NOME LEGÍVEL)
DATA
03 - TERMO DE RESPONSABILIDADE
EU, _________________________________________________________________________________________________________________________________________________,
RG _________________________________________________ AUTORIZO A ENTRADA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES NA REFERIDA
SAZR - 03020708
PROPRIEDADE E, ASSUMO INTEIRA RESPONSABILIDADE POR EVENTUAIS DANOS MATERIAIS QUE POSSAM ADVIR QUANDO DA REALIZAÇÃO DO SERVIÇO, BEM COMO,
TOMO CIÊNCIA DAS ORIETAÇÕES DADAS PELOS SERVIDORES.
DATA
ASSINATURA
04/05
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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Anexo VII - Diagnóstico laboratorial da raiva
Coleta de material e encaminhamento para o laboratório
Os materiais de eleição são os seguintes:
Cão: todo o encéfalo ou, de preferência, fragmentos do tecido cerebral (córtex, cerebelo e hipocampo
ou corno de Amon), de ambos os hemisférios. Caso não seja possível realizar a necrópsia, enviar a cabeça
do animal (se de grande porte) ou o animal por inteiro, caso for de pequeno porte.
Gato: idem.
Morcegos: animal inteiro.
Acondicionamento e conservação:
1) O material deve ser acondicionado em saco plástico duplo, vedado, com identificação de forma clara
e legível na embalagem do material.
2) Colocar em caixa isotérmica, bem fechada e rotulada (nome, endereço completo, bairro, município,
telefone, e-mail, espécie enviada e com os seguintes termos: URGENTE: MATERIAL BIOLÓGICO PERECÍVEL).
Usar esparadrapo ou ficha adesiva apropriada para refrigeração/congelamento.
3) Em função do tempo que irá decorrer entre a coleta do material e a chegada ao laboratório, o modo
de conservação deve variar:
• REFRIGERADO: material embalado e em caixa isotérmica com bastante gelo, se o tempo for de
até 48 horas;
• CONGELADO: material embalado, congelado e em caixa isotérmica com bastante gelo, se o tempo for
superior a 48 horas;
• IMERSÃO: em solução salina com glicerina a 50%, se não houver condições adequadas de refrigeração.
Observações importantes:
­­• A qualidade do resultado laboratorial dependerá do estado de conservação do material enviado. A autólise interfere sobremaneira no exame, impossibilitando a fidelidade do resultado;
• Nunca colocar a amostra em formol, salvo naqueles casos em que se deseja realizar exames anatomopatológicos.
22
RAIVA: NOÇÕES BÁSICAS E MANUAL DE OBSERVAÇÃO DOMICILIAR DE ANIMAIS AGRESSORES
Referências Bibliográficas
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BREDT, A.; ARAÚJO, F. A .A.; CAETANO – JR, J.; RODRIGUES, M. G. R.; YOSHIKAWA M., SILVA, M. M. S.
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Saúde, 117 p.
CHRISMAN, C. L; MONTAGNINI, A. L. Neurologia dos pequenos animais. São Paulo: Roca, c1985. 432p.
ISBN 0812108116: (Broch.).
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KOTAIT, I. et al, Controle da Raiva dos Herbívoros, págs. 6 e 7, São Paulo: Instituto Pasteur, 1998.
LUZ, C. R.; Estudo Cronológico sobre a Raiva em Minas Gerais no Período 1976 a 1986. Escola de Veterinária da UFMG. 1988. Tese de Mestrado. 122p.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITARIAS - Guia de bolso, 5ª edição ampliada,
Brasília-DF, 2005.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de vigilância epidemiológia- 6ª edição, Brasília-DF, 2005.
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Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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