Unidade II - Fertilidade

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II. FERTILIDADE
DO SOLO
.0.
1. O CONHECIMENTO DO SOLO
O solo possui uma série de características, físicas, químicas e biológicas, que
condicionam a sua aptidão para dar rendimentos elevados, quer dizer, a sua
fertilidade.
Estas diferentes características podem ser apreciadas graças À ANÁLISE DO
SOLO EM LABORATÓRIO
A análise do solo compreende 3 fases:
1. Extracção da amostra do solo
2. Análise propriamente dita
3. Interpretação da análise e utilização dos resultados
1.1. Extracção da amostra do solo
Época de colheita:
todo o ano
Nº de amostras:
1 por unidade de amostragem
Nº de sub-amostras:
15 a 20 por amostra
Profundidade:
Para a maioria das culturas – até 20 cm
Prados temporários – até 10 cm
Vinha e pomares – até 50 cm
Material a usar:
sonda, enxada ou pá rectangular
1 balde de plástico
1 saco do plástico limpo
Etiqueta
.1.
Cuidados a ter durante a colheita:

Usar material de colheita bem limpo

Evitar locais:
Encharcados
Próximos de caminhos
Próximos de habitações
Próximos de estábulos
Próximos de locais de deposição de adubos, correctivos, cinzas.

Identificar correctamente as amostras
Unidade de amostragem:
Se o terreno não for homogéneo:
Dividir em parcelas atendendo a:
Cor
Textura
Drenagem
Declive
...
.2.
1. 2. A análise propriamente dita
As análises mais correntemente usadas para caracterizar o solo são:
 Análise granulométrica (textura do solo)
 Dosagem do calcário total
 Dosagem do calcário activo
 Dosagem da matéria orgânica.
Estas medidas permitem conhecer a natureza física do solo.
Do ponto de vista químico é principalmente importante dosear os elementos
que se encontram disponíveis para a planta tais como:


Azoto
Fósforo

Potássio

Magnésio

Etc.
1.3. Interpretação dos resultados

Reconhecer as causas da insuficiência de rendimentos

Escolha das plantas mais adaptadas

Conselhos de adubação
.3.
2.CONCEITOS
BÁSICOS
SOBRE
A
NUTRIÇÃO
MINERAL DAS PLANTAS E FERTILIDADE DO SOLO
A nutrição vegetal pode ser definida como o conjunto de fenómenos através
dos quais a planta retira do meio que a rodeia, as substâncias que são
necessárias.
Os elementos que constituem essas substâncias são considerados essenciais,
isto é, o crescimento e desenvolvimento da planta não prosseguem na sua
ausência.
Os elementos considerados essenciais são 16:
O
H
Cl
Fe
C
B
N
P
Mn
K
Ca
Mg
S -------- Macronutrientes
Zn
Cu
Mo -------------- Micronutrientes
2.1. Comportamento/disponibilidade dos elementos minerais no solo
Os elementos nutritivos podem apresentar-se no solo sob 3 formas principais:
Não assimilável
Quando não podem ser absorvidos pelas raízes
Permutável
Quando estão no complexo argilo-humico e portanto podem passar para a
solução do solo e ser absorvidos pelas plantas
Assimilável
Quando estão dissolvidos na água do solo. São aproveitados de imediato, mas
também podem ser arrastados facilmente.
.4.
2.1.1. Comportamento do azoto no solo
O azoto pode apresentar-se no solo sob formas minerais e/ou orgânicas:
Formas minerais
(representam cerca de 2 a 5% do N total existente no solo)
Incluem diversas combinações químicas constituídas por moléculas e iões:
 Moléculas:
N2
NH3
Óxidos de azoto
 Iões:
NH4+
NO3NO2-
As principais formas pelas quais o azoto é absorvido pelas plantas são as
formas nítricas (NO3- ) e amoniacais (NH4+)
Formas orgânicas
(representam cerca de 95 a 98% do N total existente no solo)

Trata-se de macromoléculas relativamente complexas.

Praticamente não são absorvidas pelas plantas.

Têm uma função de reserva, servindo de substracto para a formação de
N – mineral.
.5.
O azoto na forma amoniacal (NH4+) encontra-se adsorvido no complexo
adsorvente, mas está instável pois as bactérias podem usá-lo e transformá-lo
em azoto nítrico.
O azoto na forma nítrica (NO3- ) não é fixado pelo solo, sendo directamente
utilizável pela planta. Devido ao facto desta forma de azoto não ser retida no
solo, o azoto é um elemento muito móvel, podendo perder-se com bastante
facilidade.
2.1.2. Comportamento do potássio no solo
O potássio existe:

Na solução do solo – em muito pouca quantidade

No complexo argilo-humico


Imobilizado pela argila
No estado insolúvel (nas rochas)
K insolúvel
das rochas
K imobilizado pelas argilas
Ex:
K fixado ou
permutável
Trocas
muito
lentas
.6.
K livre na
solução
do solo
Trocas
rápidas
A única forma de potássio que se encontra disponível para as plantas é aquela
que se encontra na solução do solo. Esta por sua vez vai sendo abastecida
pelos iões que existem no complexo argilo-humico e por vezes por aqueles que
se encontram Imobilizados pela argila ou nas rochas.
2.1.2. Comportamento do fósforo no solo
O fósforo existe sob diversas formas no solo:

Na solução do solo – muito pouca quantidade

No complexo argilo-humico


Insolúvel
Fósforo orgânico (reserva)
Ex.:
P insolúvel
P orgânico
Trocas
muito
lentas
P fixado ou
permutável
K livre na
solução
do solo
Trocas
rápidas
A planta alimenta-se de fósforo da solução do solo, alimentada por sua vez
pelo fósforo fixado e, em parte, pelo fósforo orgânico que se mineraliza.
.7.
2.1.2. Os elementos secundários
Cálcio
O cálcio existe sobretudo sob uma forma de reserva: o calcário que é
solubilizado na água carregada de dióxido de carbono ou de ácidos húmicos.
Os catiões Ca++ sáo fixados no complexo argilo-húmico, onde servem de
catiões de troca; igualmente existem na solução do solo. Salvo em solos muito
ácidos, a terra contém sempre muito cálcio em relação às necessidades da
planta.
Enxofre
Comporta-se no solo como o azoto.
Magnésio
Comporta-se no solo como o cálcio, mas está contido em quantidades mais
fracas, principalmente na solução do solo.
2.1.2. Os micronutrientes
São indispensáveis à planta e a sua ausência provoca o aparecimento de
sintomas de carência.
Estes elementos quase sempre existem em quantidades que satisfazem as
exigências das plantas.
O comportamento no solo dos principais micronutrientes é descrito no quadro
fornecido durante as aulas.
.8.
2.2. Comportamento dos elementos minerais na planta
A planta tem necessidade de elementos minerais para o seu crescimento e
desenvolvimento. O principal papel dos principais elementos retirados do solo é
descrito em seguida:
AZOTO
Faz parte integrante da matéria viva. É um dos componentes das proteínas,
matérias orgânicas azotadas indispensáveis aos animais e ao homem. Uma
planta bem alimentada em azoto tem folhas largas e ma cor verde escura: a
fotossíntese efectua-se em boas condições e o crescimento é activo.
No entanto, o agricultor deve tomar algumas precauções; o excesso de
vegetação pode originar um atraso na maturação, uma sensibilidade maior às
doenças, uma tendência para a acama dos cereais.
FÓSFORO
Existe
em
substâncias
orgânicas
muito
importantes
para
a
planta
(nucleoproteínas, em especial); é abundante nas sementes e nos orgãos
jovens.
O fósforo favorece o desenvolvimento do sistema radicular e regulariza o
florescimento e a frutificação. É um factor de precocidade e de qualidade.
Indirectamente, é importante para o crescimento e o estado de saúde dos
animais.
POTÁSSIO
Desempenha um papel de regulador das funções da planta. Favorece a síntese
dos açúcares ao intervir na assimilação da clorofilina. Melhora também a
eficácia da adubação azotada ao participar na formação dos prótidos.
.9.
São absorvidos pelas plantas em quantidades de um modo geral elevadas e na maioria das
situações é necessário proceder à sua aplicação ao solo e/ou às plantas sob a forma de
fertilizantes.
QUADRO RESUMO
MACRONUTRIENTES PRIMÁRIOS
NO SOLO
Formas
existentes
Formas
absorvidas
pela planta
Acidez e
solubilidade
Mobilidade
NA PLANTA
Ganhos
Perdas
Principais
funções
Mobilidade
Deficiência
AZOTO
Adubos
Formas
minerais
Formas
orgânicas
(em maior
quantidade)
Azoto nítrico
(NO3-)
Azoto
amoniacal
+
(NH4 )
Atmosfera
Insolúvel em
meios muito
ácidos ou muito
alcalinos
Móvel
Detritos de
culturas
(sobretudo
leguminosas)
FÓSFORO
Dejectos de
animais
Formas
minerais
(em maior Ortofosfato
quantidade) primário
(H2PO4-)
Formas
orgânicas
Insolúvel em
meio ácido
Em meio muito
alcalino forma Muito estático
compostos com
o Ca, ficando
também
insolúvel.
Detritos de
matéria
orgânica
POTÁSSIO
Fazendo
parte de
minerais
Fixado em
argilas
Adsorvido
no complexo
argilohumico
Na solução
do solo
Forma iónica
(K+)
Insolúvel em
meios muito
ácidos
Alteração de
Comportamento minerais (com
intermédio
K) e
entre o azoto consequente
e o fósforo
libertação de
potássio
Lavagem
Formação de
gases
Desnitrificação
por
microrganismos
Síntese de
proteínas
Síntese de
clorofila
Por
insolubilização
(forma compostos Desenvolvime
com outros
nto do sistema
elementos, sendo
radicular
muito difícil a sua
libertação)
Por lavagem, Intervém na
em solos com síntese dos
baixa
CTC
glúcidos
e/ou
pobres (aumenta a
em
matéria fotossíntese) e
no
orgânica
metabolismo
Erosão
Móvel
do azoto
As folhas
mais velhas
ficam
cloróticas
(amarelecidas)
Móvel
Móvel
Excesso
Folhas mais
suculentas
e menos
duras =
plantas
mais frágeis
Retarda
maturação
Diminuição
do teor de
açúcar
Não é de
recear pois
a planta não
absorve
este
elemento
Atrofiamento
em
das zonas de
“consumo
crescimento
de luxo)
As folhas
mais velhas
ficam
arroxeadas
É absorvido
em
Manchas
“consumo
cloróticas
de luxo”
situadas junto
mas não
às margens
tem
das folhas
inconvenientes
que se tornam qualitativos
necróticas e
nem
enroladas.
quantitativos
para as
produções.
São absorvidos pelas plantas em quantidades ainda relativamente elevadas mas é
costume admitir-se que se encontram nos solos em quantidades suficientes para
dispensar a sua aplicação sob a forma de fertilizantes.
QUADRO RESUMO
MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS
NO SOLO
Formas
existentes
Formas
absorvidas
pela planta
Acidez e
solubilidade
Mobilidade
Insolúvel em
meios muito
ácidos
Alteração de
Por lavagem
Estabilidade das
minerais (com Ca)
membranas
e sua
Imobilizado por
celulares
Semelhante
consequente
microrganismos
ao potássio
libertação.
Controla a
Precipitado sob
absorção de
Dissolução de
a forma de sais outros elementos
sais
(carbonatos)
(Azoto)
Ganhos
Perdas
Principais
funções
NA PLANTA
Mobilida
de
Deficiência
CÁLCIO
( ao K)
Fazendo parte
de minerais
Adsorvido no
complexo
argilo-humico
Forma iónica
++
(Ca )
MAGNÉSIO
Na solução do
solo
Fazendo parte
de minerais
Adsorvido no
complexo
argilo-humico
Insolúvel em
Forma iónica
meios ácidos e
++
(Mg )
muito alcalinos
Mobilidade
média
Na solução do
solo
Alteração de
minerais (com Mg)
Por
e sua
insolubilização
consequente
(forma
libertação.
compostos com
outros
Dissolução de
elementos)
sais
ENXOFRE
( ao azoto)
Formas
minerais
Formas
orgânicas
(em maior
quantidade)
Sulfatião
(SO42-)
Insolúvel em
meios muito
ácidos
Móvel
Libertação a partir
da matéria
orgânica
Oxidação e
dissolução de
formas minerais
Formação de
gases
Imobilizado por
microrganismos
Arrastado por
lavagem
Constituinte da
clorofila
Pouco
móvel
Muito móvel
Atrofiamento do crescimento
da parte aérea e radicular.
Deficiências manifestam-se
nas partes mais jovens da
planta
Aparecimento de pontos
cloróticos (mais tarde
necróticos) regularmente
distribuídos entre as
nervuras das folhas.
Deficiências manifestam-se
nas folhas mais velhas.
Entra na
constituição de
aminoácidos
É importante
para a síntese
de clorofila
Excesso:
Relativamente
móvel
Clorose
generalizada a
toda a planta
Valores
superiores
a limites
críticos
são
tóxicos
QUADRO RESUMO
MICRONUTRIENTES
Elementos essenciais às plantas mas, ao contrário do que acontece com os macronutrientes são
absorvidos em quantidades reduzidas, podendo ser fitotóxicos quando absorvidos em excesso
Pode ser necessário corrigir deficiências ou excessos, sendo estes últimos mais difíceis de corrigir. Por isso atenção: perante a
possibilidade, sempre muito elevada de se errar, mais vale errar por defeito que por excesso pois as intoxicações são sempre mais difíceis
de corrigir que as carências.
MICRONUTRIENTES CATIÕES:
Ferro
Manganês
Zinco
Cobre
A disponibilidade destes nutrientes para as plantas depende essencialmente do pH do solo e da possibilidade de formarem complexos
com certos elementos orgânicos.
 pH:
Estes catiões são precipitados em meio alcalino
Em solos muito ácidos encontram-se solubilizados em larga extensão, podendo causar toxicidade, a não ser que o clima proporcione
condições para o seu arrastamento.
Quando o pH está próximo da neutralidade não são de esperar deficiências ou toxicidade.
 Possibilidade de formarem complexos com substâncias orgânicas:
Interesse prático, na medida em que contribui para reduzir a toxicidade (pois os micronutrientes ficam “bloqueados” e inacessíveis à
planta)
Em igualdade de outros factores, muitas culturas são menos afectadas pela acidez dos solos quando estes são ricos em matéria orgânica.
MICRONUTRIENTES ANIÕES:
Boro
Molibdénio
Cloro
Não é possível prever um comportamento geral para estes elementos relativamente a certas características do solo, nomeadamente à
reacção do solo.
Boro:
Deficiências desse elemento são mais prováveis em condicionalismos que permitam o seu arrastamento:
– solos de textura ligeira situados em zonas de elevada precipitação
– solos calcários (onde o Boro é intensamente fixado)
– solos pobres em matéria orgânica (durante a mineralização, liberta boro)
como não há uma relação entre a disponibilidade de boro e o pH, a sua carência pode ser corrigida com a aplicação deste elemento
aos solos ou á parte érea da planta.
Molibdénio
Apesar de não ser muito tóxico para as plantas, é o para os animais que se alimentam de forragens excessivamente ricas neste
nutriente.
As suas disponibilidades estão largamente dependentes do pH: Em solos muito ácidos, o molibdénio está altamente fixado e port anto
indisponível para as plantas.
Na maior parte dos casos basta corrigir a acidez do solo para se eliminar as deficiências deste elemento. Se mesmo assim a
deficiência se mantiver, então trata-se de uma deficiência real e não induzida. Nestes casos pode-se aplicar um molibdato.
Cloro
As deficiências deste nutriente nas plantas praticamente nunca ocorrem. Os excessos podem levantar mais problemas pois a sua
acumulação nos solos contribui para um aumento da salinidade destes.
2.3. Parâmetros interpretativos do estado de fertilidade do solo
Conceito de fertilidade do solo:
Em sentido lato:
Aptidão do solo para fornecer à planta as condições físicas, químicas e
biológicas adequadas ao seu desenvolvimento e crescimento.
Em sentido restrito:
Aptidão do solo para fornecer à planta os nutrientes minerais nas quantidades
e proporções mais adequadas.
Para avaliar o estado de fertilidade de um solo, podemos recorrer a uma série
da parâmetros que permitem tirar certas conclusões de interesse. Esses
parâmetros são:
1. Textura
Influência os movimentos da água e do ar, o poder tampão do solo e a sua
capacidade de reter os elementos nutritivos.
Condiciona portanto o tipo e quantidade de fertilizante a aplicar.
2. pH
 solos muito ácidos:
Intoxicação provocada por micronutrientes
Deficiente absorção de fósforo
Deficiente mineralização da matéria orgânica
Carência de cálcio e de magnésio
Avaliar a quantidade de correctivos eventualmente necessários à correcção da
acidez do solo e escolher os adubos que melhor se adaptem a esse solo
 Solos muito alcalinos:
Diminuição da absorção do fósforo
Deficiência de praticamente todos os micronutrientes
Deficiência de absorção de potássio e de outros nutrientes devido ao potencial
osmótico.
Prever o bloqueamento de alguns elementos (P, Mn, Zn, Cu)
3. Matéria orgânica
O seu conhecimento é indispensável ao cálculo da fertilização pois condiciona
a quantidade de fertilizantes a aplicar, pois influência o poder tampão e
capacidade de retenção de elementos.
 Capacidade de fornecer nutrientes às plantas
 Taxas de mineralização variável com os valores de acidez e temperatura do
solo
 Melhora a actividade biológica do solo e as propriedades físicas do mesmo.
4. Fósforo e Potássio assimiláveis
O seu cálculo é de grande interesse para o cálculo da respectiva adubação
fosfo-potássica.
5. Calcário total e activo
A influência dos carbonatos na insolubilização de nutrientes justifica o
interesse, em solos calcários em determinar o calcário total e o activo.
6. Outras determinações
 Capacidade de troca catiónica
 Outros nutrientes:
Manganês
Zinco
Cobre
... ...
 Salinidade
3. FERTILIZANTES
Fertilizantes:
Substancias capazes de manter, ou se possível aumentar, a fertilidade de um
solo.
Os fertilizantes podem classificados em adubos ou correctivos.
Adubos:
Matéria fertilizante cuja principal função é fornecer um ou mais nutrientes às
plantas
Correctivos:
Matéria fertilizante cuja principal função é melhorar as características físicas,
químicas ou biológicas do solo.
Misturas de adubos
Principais aspectos a observar
Quando uma adubação é efectuada com base nos adubos elementares é
normalmente necessário proceder à aplicação de mais de um adubo.
Nestes casos há que ter atenção a:

Adubos com cálcio na forma cáustica (CaO) não devem misturar-se com
adubos que tenham azoto amoniacal nem com a ureia. (pois há perda de
azoto por volatilização do amoníaco (NH3)).

Adubos com cálcio na forma cáustica (CaO) não devem misturar-se com
adubos que tenham fósforo em combinações químicas solúveis na
água (pois o fósforo torna-se insolúvel).

O Nitrato de cálcio (Ca (NO3)2) não deve ser misturado com os
superfosfatos (pois o fósforo torna-se insolúvel).

Adubos com azoto na forma nítrica não devem ser misturados com
adubos de reacção química ácida, como por exemplo os superfosfatos
(pois pode ocorrer perda de azoto por decomposição do ácido nítrico
formado).
deve-se sempre consultar um diagrama de compatibilidades ou
incompatibilidades entre fertilizantes antes de se proceder à sua
aplicação.
UTILIZAÇÃO RACIONAL DOS ADUBOS

Que dose de elementos fertilizantes se deve fornecer a uma dada cultura
num dado meio?

Que adubo escolher?

Em que alturas espalhá-lo?

Em que condições se deve realizar o espalhamento?
1. cálculo da adubação
1.1.bases de cálculo:
adubação a
=
fornecer
necessidades
+
quantidades perdidas ou
da planta
fornecidas pelo solo
 Para as necessidades da planta existem resultados de análises que
fornecem as exportações médias de cada cultura. O rendimento é previsto
tendo em conta:
Rendimentos precedentes
Técnicas culturais
 As Quantidades perdidas pelo solo podem ser devido a:
lavagem
imobilização
por concorrência entre o solo e a planta
 As Quantidades fornecidas pelo solo podem ser devido a:
mineralização da matéria orgânica
solubilização das formas de reserva no solo
por sub efeito das adubações precedentes
1.2. Os princípios base a respeitar
Noção de factor limitante – a importância do rendimento obtido é determinada
pelo elemento que se encontra em mais fraca quantidade relativamente às
necessidades das colheitas
Lei dos excedentes menos que proporcionais – precisa o limite do emprego
dos adubos.
Rendimento
Rendimento
económico óptimo
Rendimento
técnico máximo
Fornecimento de adubo
O rendimento económico depende de:
Reacção da planta ao fornecimento de adubo
Condições climáticas do ano
Preço do produto colhido e do adubo
1.3. O cálculo na prática
Distinguimos por um lado a adubação fosfopotássica e por outro a azotada.
☺ Adubação fosfopotássica
Determinada tendo em conta resultados das análises do solo:
Adubação de base
Adubação de manutenção
☺ Adubação azotada.
Determinada tendo em conta as necessidades anuais da planta
2. A escolha do adubo
Para escolher o adubo que permitirá fornecer a dose mais adequada de
unidades de fertilizante, o agricultor apoia-se em certos critérios, que diferem
consoante o elemento considerado. Assim:
Escolha do adubo azotado

Deve libertar azoto na altura que a planta dele necessita

Facilidade de emprego

Preço
Escolha do adubo fosfatado

Natureza do solo é o critério determinante (pH)
Escolha do adubo potássico

Se a cultura considerada tolera o cloro, então usa-se o cloreto de potássio,
caso contrário usa-se o sulfato de potássio
Adubos simples ou compostos?

Adubos compostos cada vez mais usados sobretudo por facilidade de
distribuição e economia de mão de obra.

Custo é mais elevado
3. Época de distribuição
A planta tem de encontrar os elementos necessários na altura das suas
necessidades. A data de distribuição depende portanto de:
 Ritmo de absorção dos elementos pela planta
 Comportamento destes elementos no solo
P e K – pouco móveis no solo – fornecimento em profundidade – distribuição
antes da lavoura (pouco tempo antes da sementeira para cereais de outono; na
lavoura de inverno para as culturas semeadas na primavera).
N – muito móvel no solo – fornecimento fraccionado é muitas vezes desejável –
exº para o trigo: sementeira, ínicio do afilhamento; espigamento.
4. Realização da distribuição
A prática da distribuição condiciona a eficácia da adubação: a regularidade é a
principal qualidade a procurar.
Abastecimento e armazenamento:
Compra dos adubos deve efectuar-se cedo pois: economicamente é possível
beneficiar dos preços da campanha anterior e se o agricultor tiver os adubos de
reserva pode utiliza-los no momento mais oportuno.
Os adubos sólidos comercializam-se a granel em sacos ou em paletes. Estes
podem ser de juta; papel, plástico.
A etiqueta dos sacos de adubos garante o seu valor e traz pelo menos as
seguintes 4 indicações: denominação do adubo, proveniência (industrial ou
natural), nome da firma ou origem geográfica e dosagem em elementos
fertilizantes.
Formas de distribuição
Cobertura
Enterramento em toda a superfície
Localização em profundidade
Adubos sólidos
Apresentam-se na forma pulverulenta ou granulada.
É distribuída com distribuidor mecânico
Adubos líquidos
Pulverização em superfície com pulverizadores
Enterramento do adubo líquido em profundidade
Fornecimento com as águas de rega
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