Parceiros buscam caminhos para melhor gestão do mar ACORDAR uma estratégia de colaboração e coordenação institucional entre o Governo e as organizações da sociedade civil, em prol da gestão de mares e oceanos, foi o tema do encontro havido ontem em Maputo. Através da apresentação de temáticas de vária índole, envolvendo instituições ligadas ao Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, Ministério da Justiça e dos Assuntos Constitucionais e Religiosos, Fundo Mundial da Natureza (WWF) e organizações da sociedade civil, a reunião visava trazer à superfície a necessidade de uma melhor coordenação e colaboração entre diferentes actores que trabalham no mar, de forma a evitar-se o seu uso indevido. Falando na sessão de abertura do evento, o titular da pasta do pelouro, Agostinho Mondlane, referiu-se à necessidade de se desencadearem acções de sensibilização da população para que a exploração de recursos não seja em prejuízo dos ecossistemas. Segundo ele, para a maioria da população o mar e os oceanos são unicamente a sua fonte de sobrevivência, através da pesca, e, em muitos casos, através de uma pesca irresponsável com recurso a artes nocivas. Na asserção do ministro, pela sua imensidão e porque a exploração vem-se transmitindo de geração para geração, dá a sensação, para a população, de que os recursos do mar são inesgotáveis e, cada vez que se retiram as suas riquezas, imediatamente se recompõem. “Porém, como muito bem sabemos, esta teoria não corresponde à verdade. Isto pressupõe que, mais do que nunca, precisamos trabalhar profundamente e sensibilizar à população para interiorizar que os recursos do oceano são finitos e tudo quanto nele exploramos deve ser feito de forma sustentável, de modo a garantirmos o nosso alimento hoje, amanhã e para sempre”, disse Agostinho Mondlane. Sublinhando a importância da interacção entre Governo e organizações da sociedade civil, o governante afirmou que, considerando as novas perspectivas tecnológicas, é missão destes dois parceiros garantir que essas oportunidades tecnológicas ajudem a população a preservar o ambiente e os recursos do oceano. “Neste contexto precisamos de partilhar com as populações ideias inovadoras de gestão do mar, para que atitudes de poluição, lixo marinho, abate de mangais, uso de artes nocivas à pesca, entre outras de cariz prejudicial, não sejam uma cultura vigente e comprometam o futuro dos oceanos e do próprio planeta Terra”, sublinhou. Numa altura em que decorrem no país acções em diferentes sectores para dar resposta aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas fez referência ao objectivo 14, o qual preconiza a protecção da vida marinha, através da conservação e uso de forma sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos. Segundo o ministro, os ODS, definidos pelas Nações Unidas, servem de guia orientadora para aquilo que em várias áreas e domínios os povos e o mundo pretendem que seja o planeta até 2030, não são pertença dos governos e nem tão pouco devem ser vistos de forma isolada em relação aos actores dedicados à sua implementação. “Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável são pertença dos povos, daí a imprescindibilidade da sua ampla divulgação para um profundo conhecimento e apropriação colectiva consciente por parte das populações. E é aqui onde as organizações da sociedade civil, pela natureza transversal do seu trabalho, mas com a acção fundamentalmente centrada na população, entram em cena e a jogar um papel muito valioso para a sociedade moçambicana e, através desta, para o mundo inteiro”, concluiu. (In………..Noticias 27.04.17)