0 instituto luterano de ensino superior de itumbiara curso

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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA
CURSO DE AGRONOMIA
PEDRO HENRIQUE S. FRANCO
INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES VIA TOLETE E FOLIAR E
DE BIOFERTILIZANTE MICROGEO® VIA SOLO NA CULTURA DA CANA-DEAÇÚCAR (Saccharum spp).
Itumbiara-GO, setembro de 2009.
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PEDRO HENRIQUE S. FRANCO
INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES VIA TOLETE E FOLIAR
E DE BIOFERTILIZANTE MICROGEO® VIA SOLO NA CULTURA DA CANA-DEAÇÚCAR (Saccharum spp).
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso
de
graduação em Agronomia como requisito para avaliação
para conclusão do curso, orientado pelo professor Dr. Paulo
Antonio de Aguiar.
Itumbiara-GO, setembro de 2009.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F825i
Franco, Pedro Henrique S.
Influência da aplicação de micronutrientes via tolete e foliar e
de biofertilizante microgeo® via solo na cultura de cana-de-açúcar
(Saccharum spp). / Pedro Henrique S. Franco; orientador e Prof
Dr. Paulo Antônio de Aguiar; Itumbiara, 2009.
22 f. : il.
Monografia (Conclusão do Curso de Agronomia) – Instituto
Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, 2009.
Inclui bibliografia.
1 - Cana-de-açúcar - Cultivo 2 - Micronutrientes 3 - Produtividade
agrícola 4 - Biofertilizante 5 - Itumbiara (GO).
CDU: 633.61
Bibliotecária Responsável: Rosiane Gonçalves de Lima Santana CRB/1-1684
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RESUMO
A cana-de-açúcar é uma planta perene herbácea da família das gramíneas, cuja
produção mundial vem aumentando devido ao aumento do consumo de açúcar pela população
e a necessidade de novas fontes de energia renovável. Para um aumento da produtividade da
cana-de-açúcar há a necessidade de introduzir novas práticas culturais ao seu cultivo, como a
aplicação de micronutrientes e de biofertilizante, especialmente em solos de baixa fertilidade
natural. Este trabalho teve como objetivo avaliar a influência da aplicação de micronutrientes
via tolete e foliar e de biofertilizante Microgeo® via solo na cultura da cana-de-açúcar
(Saccharum spp), em Itumbiara, GO. Utilizou-se o delineamento experimental blocos
casualizados, com 6 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos constaram como se segue: T1Testemunha; T2-620 ml/ha de Cana Vitali HVA® via tolete; T3- 620 ml/ha de Cana Vitali®
+ 300 l/ha de biofertilizante Microgeo® (50l/ha nos toletes e 250l/ha no solo); T4- 3 l/ha de
Cana Soca HVA® via foliar ; T5- 3 l/ha de Cana Soca HVA® via foliar + 300 l/ha de
biofertilizante Microgeo® (50l/ha nos toletes e 250l/ha no solo) e T6- 300 l/ha do
biofertilizante Microgeo® (50l/ha nos toletes e 250l/ha no solo). Foram avaliados os
diâmetros de colmos (cm), sólidos solúveis (ºbrix) e peso de colmos (Kg). Os resultados
mostraram acréscimos significativos na produtividade da cana-de-açúcar e no teor de sólidos
solúveis. Observou-se vantagens para a aplicação do tratamento micronutrientes via foliar +
300 l/ha de biofertilizante.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar, micronutrientes, biofertilizante.
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ABSTRACT
Sugar cane is a perennial herb of the grass family, whose global production is
increasing due to increased consumption of sugar by the population and the need for new
sources of renewable energy. To increase the productivity of cane sugar is a need to introduce
new cultural practices to its cultivation, and the application of micronutrients and biofertilizer,
especially in soils of low fertility. This study aimed to evaluate the influence of application of
micronutrients thole and leaf and biofertilizer Microgeo ® via ground in the culture of
sugarcane (Saccharum spp) in Itumbiara, GO. We used a randomized block design with 6
treatments and 4 replications. The treatments were as follows: T1-Witness, T2-620 ml / ha
cane Vitali HVA ® via thole, T3-620 ml / ha cane Vitali ® + 300 l / ha of biofertilizer
Microgeo ® (50l/ha in cuttings 250l/ha and soil), T4-3 l / ha of Cana Soca HVA ® foliar, T53 l / ha of Cana Soca HVA ® foliar + 300 l / ha of biofertilizer Microgeo ® (50l/ha in cuttings
250l/ha and soil) and T6-300 l / ha of biofertilizer Microgeo ® (50l/ha in 250l/ha cuttings and
soil). We evaluated the diameters of stem (cm), soluble solids (° brix) and stalk weight (kg).
The results showed significant increases in the productivity of cane sugar and soluble solids.
Observed advantages for the application of micronutrients foliar treatment + 300 l / ha of
biofertilizer.
Keywords: Cane sugar, micronutrients, biofertilizer.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................
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MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................
14
RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................
16
CONCLUSÃO...............................................................................................................
19
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................
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INTRODUÇÃO
No Brasil pode se dizer que a cana-de-açúcar deu sustentou o processo de colonização,
tendo sido a razão de sua prosperidade nos dois primeiros séculos. Do seu descobrimento em
1500, até 1532, há referências de que se cultivava a cana e produzia açúcar no nordeste
brasileiro, mas especificamente em Pernambuco (CENTEC, 2004).
A alta produção de cana-de-açúcar, e o crescimento do setor a partir da década de 70,
foram alguns dos fatores que contribuíram para a expansão e melhoria da produção no Brasil.
Essa expansão ocorreu em áreas tradicionais e não tradicionais de cultivo. Muitas indústrias
foram montadas em regiões de solos com baixa fertilidade, nos quais, além da necessidade da
calagem, adubação com macronutrientes e rotação de culturas, observa-se baixos teores de
micronutrientes (VITTI et al., 2006).
A utilização de micronutrientes em cana-de-açúcar está relacionada à essencialidade
desses elementos para as plantas e suas funções no metabolismo das mesmas, aos sintomas
visuais de deficiência observados a campo em plantas com suprimento inadequado destes
elementos, segundo a técnica da diagnose foliar, em comparação com teores de plantas sadias
e de canaviais com altas produtividades; aos baixos teores no solo, principalmente nos
arenosos, com baixo teor de matéria orgânica e sem a utilização de resíduos da própria
indústria canavieira ou de outras fontes orgânicas; e as novas variedades mais produtivas e
mais exigentes em micronutrientes (VAZQUEZ & SILVA, 2008).
A carência de micronutrientes na cana-de-açúcar acarreta reduções de produtividade e,
possivelmente, a morte das plantas. A importância dos micronutrientes em programas de
adubação foi fundamentada em função das quantidades extraídas dos solos. Essas quantidades
podem ser baixas (g/ha), mas de grande importância para o desenvolvimento da planta,
podendo, em condições de baixa disponibilidade no solo, se tornar limitante para o
desenvolvimento adequado da cultura. Para regiões de solo de baixa fertilidade ou que são
explorados durante muitos anos, a ocorrência de deficiência de micronutrientes pode ser
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agravada. Portanto, a busca de maior produtividade e uma vida útil maior para o canavial
torna a adubação com micronutrientes prática fundamental (CASARIN et al., 2006).
Os biofertilizantes possuem compostos bioativos, resultantes da biodigestão de
compostos orgânicos de origem animal e vegetal. Em seu conteúdo são encontradas células
vivas ou latentes de microrganismos de metabolismo aeróbico, anaeróbico e fermentação
(bactérias, leveduras, algas e fungos filamentosos) e também metabólitos e quelatos
organominerais em solutos aquoso. Segundo Santos e Akiba (1996), os metabólitos são
compostos de proteínas, enzimas, antibióticos, vitaminas, toxinas, fenóis, ésteres e ácidos,
inclusive de ação fito-hormonal produzidos e liberados pelos microrganismos.
Não existe uma fórmula padrão para a produção de biofertilizantes. Receitas variadas
vêm sendo testadas, utilizando- se componentes minerais para o enriquecimento do meio de
cultivo (MEDEIROS & LOPES, 2006).
A produção de biofertilizantes é feito com usos de esterco e composto orgânico
enriquecido: adiciona-se no tanque o esterco fresco de gado (inoculante), um composto
orgânico enriquecido com minerais (Ex.: Microgeo) e água (não clorada). No caso do
Microgeo, o preparo é feito nas seguintes proporções: 1,0 kg do composto/4,0 l de
esterco/20,0 l de água (completando o volume). Agitar duas vezes ao dia manualmente com
um “rodo”, que também permitirá determinar a espessura da camada orgânica (biomassa)
depositada no fundo do tanque, com o objetivo de quantificar a reposição do esterco de gado
no processo CLC (MICROBIOL, 2001).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da utilização de micronutrientes
fornecido via tolete e via foliar e de biofertilizante Microgeo® via solo na cultura da cana-deaçúcar.
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A cana-de-açúcar nome comum de uma herbácea, planta da família das gramíneas,
originária da Ásia Meridional, é muito cultivada em países tropicais e subtropicais para
obtenção de açúcar, álcool, e aguardente (ALMEIDA; BATISTA FILHO; SANTOS, 2003).
De acordo com Cesnik & Miocque (2004), a cana-de-açúcar se desenvolve
caracteristicamente em forma de touceira. Possui como a maioria das espécies, uma parte
aérea, formada por colmos, folhas e inflorescência, e outra subterrânea, constituída por raízes
e rizomas.
A cana-de-açúcar é uma planta perene, que perfilha de maneira abundante na fase
inicial de seu desenvolvimento. Quando se estabelece como cultura, o auto-sombreamento
induz a inibição de perfilhamento e a aceleração do colmo principal, já o crescimento em
altura continua até a ocorrência de alguma limitação no suprimento de água, na ocorrência de
baixas temperaturas e na presença de florescimento, sendo este indesejável em culturas
comerciais (RODRIGUES, 1995).
A cana-de-açúcar uma vez em contato com o solo, e em condições favoráveis de
umidade e temperatura, brota por intermédio da gema, a qual irá formar os novos colmos. Ao
mesmo tempo da germinação, as zonas radiculares, situadas nos nós da cana emitem raízes
finas, numerosas e de natureza fibrosa, nos novos colmos, na parte que está sob o solo,
também surgirão raízes, que formarão um sistema radicular do tipo fasciculado, cujo tamanho
e profundidade está diretamente ligada à variedade, ao preparo do solo, a idade e numero de
cortes da planta; porém a maior parte das raízes se encontra ns primeiros 50 centímetros de
profundidade (FERNANDES, 1984).
O colmo da cana-de-açúcar é cilíndrico, apresentando diâmetro fino médio ou grosso.
O porte poderá ser reto, semi-reto ou decumbente. É fibroso e açucarado segundo a variedade.
É constituído de nós e entrenós. Dependendo da variedade a cana pode apresentar panícula de
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cor amarela, verde, vermelha ou roxa, desde a tonalidade mais delicada até a mais berrante.
Os nós são geralmente duros e apresentam características importantes para a identificação das
variedades (FERNANDES, 1984).
A composição química da cana-de-açúcar é muito variável quantitativamente, porem
qualitativamente ela é semelhante em todas as variedades. Ela é composta por água, açúcares,
fibras, cinzas, matérias nitrogenados, gorduras e ceras,
substâncias péctias, ácidos
combinados, ácidos livres e matérias corantes (FERNANDES,1984).
De acordo com Rodrigues (1995), diversos países produtores calculam o rendimento
da cana-de-açúcar, através do peso do colmo por área de terreno, sendo a produtividade em
média mundial de 53 ton/ha, tendendo a elevar-se com o emprego de tecnologias. Outros
países estabelecem como rendimento econômico da cultura, a quantidade de açúcar obtida por
hectare, contendo os colmos de 7 a 13% de sacarose, além de 11 a 16% de fibra. As
características das cultivares influenciam a eficiência fotossintética da cana, além de outros
fatores como as variações climáticas que prevalecem durante o desenvolvimento da cultura.
Uma das variáveis agroindustriais mais facilmente determinadas em laboratório ou
mesmo em campo, é o Brix. Quando se trata de cana madura existe estreita relação entre essa
porcentagem e o conteúdo de sacarose na solução (FERNANDES, 2000).
De acordo com Fernandes (1984) a cana-de-açúcar é uma planta tipicamente tropical,
gostando, portanto de clima quente e úmido, com temperatura oscilando entre 16 ºC e 33 ºC.
A precipitação pluviométrica a partir de 1.000 mm, bem distribuídos,é suficiente para o
desenvolvimento da cultura, devemos salientar que a cana necessita de uma época quente e
chuvosa para o desenvolvimento vegetativo,e uma época fria e/ou seca para o enriquecimento
de açúcares.
Sobre o aspecto de brotação vegetativa, Cesnik & Miocque (2004), alerta que pode
ocorrer interferência de fatores externos como pragas e doenças no solo ocasionadas pela
presença de cupins, nematóides, bactérias ou fungos diminuindo representativamente a
porcentagem de germinação. Diante disto é valido ressaltar que os colmos com idade superior
a um ano são menos resistentes às pragas e doenças do que os mais novos. A temperatura
também é outro fator externo e limitante para a germinação da cana-de-açúcar, considerando
um ideal em torno de 27ºC e umidade situando-se na faixa de 15% a 25%,destacando ainda
que os solos bem arejados a facilitem.
Os fatores de produtividade estão correlacionados ao bom desempenho e
produtividades dos canaviais. Para se obter sucesso, qualidade na cana-de-açúcar e alta
produtividade é preciso haver adequada relação entre certos fatores como o solo, clima,
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variedade da cana, plantas invasoras, doenças, pragas e nutrientes. Os nutrientes que precisam
ser fornecidos são os macronutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e
enxofre, e também os micronutrientes boro, cobre, manganês, molibdênio e zinco
(ORLANDO FILHO, 1993).
A disponibilidade de micronutrientes para as plantas (presença deste nutriente na
solução do solo) depende de vários fatores, como: material de origem do solo; reação do solo;
textura do solo; aeração do solo (Fe, Mn e Co); práticas culturais; características genéticas da
planta; desbalanceamento entre cátions metálicos (Fe, Cu, Mn e Zn) e altas produtividades
(lei do mínimo) (VITTI & TREVISAN, 2000).
Diante da importância dos micronutrientes para as plantas, torna-se fundamental
compreender as funções especificas de cada um no desenvolvimento da cultura da cana-deaçúcar.
O boro é responsável pelo desenvolvimento de raízes e transporte de açúcares. A
função fisiológica do boro difere dos outros micronutrientes, pois este ânion não foi
identificado em nenhum composto ou enzima específica. Entre as principais funções
atribuídas a este micronutriente está o metabolismo de carboidratos e transporte de açúcares
através das membranas; síntese de ácidos nucléicos (DNA e RNA) e de fitohormônios;
formação de paredes celulares e divisão celular, a sua deficiência pode causar manchas
cloróticas nas folhas (folhas estriadas) , morte da gema terminal, aumenta a incidência de
Fusarium (pontuações avermelhadas), folhas do topo se amarram umas às outras e apresentam
enrugamento ( DECHEN et al.,1991).
O cobre é um elemento importante na fotossíntese, atuando no tranporte eletrônico via
plastocianina. Na respiração atua na oxidação terminal pela oxidade do citocromo. Também,
aumenta a resistência aas doenças e age na síntese protéica. É componente do ácido ascórbico
oxidade, tirosinase, monoamina oxidase, uricase, citocromo oxidase, fenolase, lacase e
plastocianina (TAIZ et al. 2004).
Sendo um nutriente pouco móvel no floema, desta maneira os sintomas de sua
carência aparecem nas folhas mais novas, com clorose nas folhas com pequenas manchas
(ilhas) ,verde-escuras – mosaico, folhas caídas e touceira amassada ( DECHEN et al.,1991).
O zinco potencializa a produção do hormônio de crescimento (auxina) – sintetase do
triptofano e metabolismo de triptamina. O zinco é constiruinte do álcool desidrogenase
glutâmica, anigrase carbônica, etc. (TAIZ et al., 2004).
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A sua deficiência é bem drástica, com redução do crescimento dos internódios, clorose
nas nervuras das folhas mais novas e paralisação do crescimento do topo (DECHEN et al,
1991).
O molibdênio aumenta a eficiência da nutrição nitrogenada e a produção de sacarose.
É essencial para o metabolismo do nitrogênio em plantas que utilizam como fonte desse
nutriente o nitrato do solo e/ou o nitrogênio atmosférico proveniente do processo de fixação
biológica por bactérias diazotróficas associadas à planta. Nos sistemas biológicos o
molibdênio é constituinte de pelo menos cinco enzimas catalisadoras de reações (GUPTA e
LIPSETT, 1981, citados por DECHEN et al., 1991).
O manganês atua na fotossíntese, sendo envolvido na estrutura, funcionamento e
multiplicação de cloroplastos, também realiza o transporte eletrônico. Ele e requerido para a
atividade de algumas desidrogenases, descarboxilases, quinases, oxidases e peroxidases. Está
envolvida com outras enzimas ativadas por cátions e na evolução fotossintética de oxigênio
(TAIZ et al.,2004).
A carência de manganês causa estrias amarelas ao longo das nervuras e folhas mais
finas (DECHEN et al., 1991).
Com o passar dos anos a presença das bactérias do gênero Pseudomonas e dos
actinomicetos vão decrescendo, e os fungos mais que dobram sua população gerando
desequilíbrio no solo. Portanto, a partir de 20 anos de cultivo de um solo em regime de
monocultura, a atividade agrícola se torna economicamente insustentável por dois fatores. A
nutrição vegetal é afetada pela redução na população dos actinomicetos que atuam no ciclo do
carbono decompondo a lignina e celulose, e das bactérias importantes pela sua funcionalidade
no ciclo dos nutrientes como nitrogênio, enxofre, fósforo, etc. O desequilíbrio metabólico
decorrente da má nutrição do vegetal irá vulnerabilizar a cultura à ação de insetos se tornando
pragas e principalmente o surgimento de novas doenças (CHABOUSSOU, citado por D’
ANDRÉA, 2007).
O tempo provocando desequilíbrio biológico nos solos acaba inviabilizando o
replantio ou renovação principalmente das culturas permanentes. Podemos dizer que a
produtividade, sanidade e longevidade das culturas, além dos fatores químicos, físicos,
genéticos e ambientais, são dependentes da manutenção da diversidade e equilíbrio dos
microrganismos nos solos, ou seja, a manutenção da sua ‘fertilidade biológica’ (D’ ANDRÉA
, 2007).
O uso dos biofertilizantes é encontrado com menor freqüencia na literatura, mas
podem contribuir para melhoria física e promover a produção de substâncias húmicas que
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exercem expressiva importância na fertilidade do solo com reflexos positivos na produção
(GALBIATTI et al., 1996).
Para equilibrar e manter a fertilidade biológica do solo, possibilitando a
sustentabilidade técnica e econômica de sua atividade, o agricultor além das ações usualmente
praticadas, tem que introduzir no manejo das suas culturas, a ‘adubação biológica’ dos seus
solos e plantas. A prática da adubação biológica com Biofertilizantes já está difundida na
agricultura brasileira. Como essa prática visa a fertilidade biológica do solo, ela atende
indistintamente a necessidade de todas as culturas. Tem sido utilizado nas mais diferentes
culturas, como hortaliças, ervas aromáticas e flores, cana de açúcar, feijão, soja, milho, café,
coco, cacau, citros, banana, goiaba como também em pastagens. A sua aplicação é viável
tanto nas culturas intensivas em estufas, como nas grandes culturas (D’ ANDRÉA, 2007).
Pesquisas revelam os efeitos positivos dos biofertilizantes líquidos sobre índices
produtivos de culturas, bem como sobre aspectos relacionados à fertilidade do solo e nutrição
de plantas. Nesse sentido, Kozen & Alvarenga (2005) observaram um aumento na produção
de milho forrageiro e milho grão, sob aplicação isolada ou combinada do insumo com
adubação química e Ceretta et al., (2003) e Queiroz et al., (2004) concluíram que o uso
sistemático de esterco líquido resultou na adição de grandes quantidades de nutrientes ao solo,
refletindo-se no aumento dos teores de fósforo, cálcio e magnésio em áreas sob pastagem
natural, além de melhorar o ambiente para crescimento das plantas, mas provocando a
diminuição da saturação por bases.
Quanto aos efeitos do biofertilizante aplicado via solo, constatou melhoria nas
propriedades físicas e químicas como redução da acidez, além de outras melhorias químicas
(OLIVEIRA, 1986).
Essa ação se deve à capacidade do biofertilizante reter bases, pela formação de
complexos orgânicos e pelo desenvolvimento de cargas negativas (GALBIATTI et al., 1996).
Em olerícolas, o uso de biofertilizantes deve ser por meio de pulverizações semanais,
para permitir um perfeito desenvolvimento das plantas, isso porque apresentam ciclo
vegetativo e produtivo curto, exigindo uma complementação mais rápida e eficiente
(SANTOS, 1992).
Na cana-de-açúcar, entretanto, as informações sobre seu uso são praticamente nulas, o
que justifica a necessidade de fazer pesquisas, para viabilizar o seu uso como fertilização
alternativa.
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MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Campus II do Instituto Luterano de Ensino Superior
de Itumbiara-GO – ILES/ULBRA, em condições de campo. A cidade de Itumbiara está
localizada na região Centro-Oeste, a uma altitude média de 440 m a 18º26’ latitude Sul e
49°13’ longitude Oeste. O município apresente clima quente e úmido. A precipitação varia de
1400 mm a 1800 mm com chuvas regulares nos meses de outubro a março e uma estação seca
de abril a setembro (INMET, 2008).
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 4 repetições; a
variedade utilizada foi a RB 92 8064. Os tratamentos usados foram T1-Testemunha; T2-620
ml/ha de Cana Vitali HVA® (Mo-1,5%, Cu-0,5%, Mn-6%, Zn-4%, B-0,5%, Co-0,5%) via
tolete; T3- 620 ml/ha de Cana Vitali® + 300 l/ha de biofertilizante Microgeo® (50l/ha nos
toletes e 250l/ha no solo); T4- 3 l/ha de Cana Soca HVA® (B-0,5%, Co-0,1%, Mg-1%, Cu0,3%, Mn-4%, Mo-0,5%, Zn-7%) via foliar ; T5- 3 l/ha de Cana Soca HVA® via foliar + 300
l/ha de biofertilizante Microgeo® (50l/ha nos toletes e 250l/ha no solo) e T6- 300 l/ha do
biofertilizante Microgeo® (50l/ha nos toletes e 250l/ha no solo). A parcela experimental
constitui-se de 4 linhas com 5 metros de comprimento com espaçamento entre linhas de 1,5
metros, totalizando em 30 m2.
O biofertilizante foi produzido no dia 20/08/2008 no próprio Campus II, em um
tambor, onde foi adicionado 100 litros de água não clorada, 5 Kg do produto Microgeo® (
composto orgânico enriquecido com minerais) e 20 litros de esterco bovino (inoculante).
Foi realizada a coleta de solo na camada 0-20 cm na área experimental, uma
amostragem foi enviada para fazer a analise de macronutrientes e outra para analise de
micronutrientes.
A área foi gradeada e foi feito os sulcos de plantio com profundidade de 30 cm.
Foi feito a demarcação das parcelas e a adubação dos sulcos numa dosagem de 2
Kg/Parcela atendendo a dosagem de 667 Kg/ha
do formulado 4-14-08 seguindo as
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recomendações técnicas para a cultura da cana-de-açúcar (Recomendações para uso de
corretivos e fertilizantes em Goiás -5a Aproximação).
As mudas de cana foram distribuídas (sistema pé com ponta) visando-se obter
aproximadamente 12 gemas por metro. Em seguida os toletes foram cortados com 40 cm de
comprimento aproximadamente; todas as parcelas foram pulverizadas com o inseticida
Regent 800 WG (Fipronil- 800 g Kg-1). D e acordo com os tratamentos estudados foi
pulverizado também sobre os toletes, no sulco o produto Cana Vitali HVA® na dose de
620ml/ha e o biofertilizante na dose de 50 l/ha. Posteriormente o sulco foi coberto
manualmente com uma camada de 5 cm. Após o cobrimento dos sulcos foi aplicado o
biofetilizante na dose de 100 l/ha.
Aos treze DAP (dias após o plantio) foi verificado a emergência dos primeiros
perfilhos, essa emergência se deu durante todo o mês de setembro e primeira quinzena de
outubro.
Aos trinta DAE ( dias após a emergência ) foi aplicado o produto Cana Soca HVA®
via foliar na dose de 3 l/ha.
Foi feita a adubação de cobertura, na dose de 40 Kg/ha de uréia manualmente ao lado
das linhas.
Em fevereiro foi pulverizado via solo o restante do biofertilizante ( 150 l/ha).
Não foi feito nenhum controle químico ou biológico de pragas e doenças.
Sete meses após o plantio foi medido o diâmetro dos colmos da cana, amostrando-se
dez colmos por parcela , na altura de 1,4 metros .
No dia 01 de maio ocorreu o tombamento da cana devido a fortes ventos ocorridos na
área experimental. Devido a este fato foi realizada a colheita antecipada do experimento (aos
8 meses de idade). A previsão para colheita seria aos 12 meses de idade, período em que
alcançaria sua maturidade fisiológica. Utilizou-se o índice de maturação IM= Brix da ponta
do colmo/Brix da base do colmo. Entretanto, devido à colheita antecipada
coletou-se
amostras de calda apenas da base do colmo da cana que já se encontrava madura.
A colheita foi realizada manualmente da cana crua, duas linhas centrais de cada
parcela; os colmos foram cortados e pesados.
Em cada parcela foram retiradas dez amostras para a obtenção do grau brix,
utilizando-se o aparelho refratômetro.
Com os valores obtidos de peso e de ºbrix foram realizado as análises estatísticas
utilizando-se software ESTAT.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância apresentou diferença significativa ao nível de 1% de
probabilidade para peso de colmos e sólidos solúveis. Observou-se que para os diâmetros de
colmos não apresentou diferença significativa (Tabela 1).
Esse resultado concorda com o de Vazquez e Silva (2008) que, estudando o uso de
micronutrientes via tolete e via foliar em cana-de-açúcar no município de Campina VerdeMG, constatou que os tratamentos estudados não influenciaram nos diâmetros de colmos e
influenciaram significativamente no peso de colmos.
Tabela1 – Quadrados médios das análises de variância para os parâmetros Diâmetro de colmos (cm), Peso de
colmos (Kg/Parcela), Sólidos solúveis (º Brix), na produção de Cana-de-açúcar submetidas à aplicação de
micronutrientes e biofertilizantes.
___________________________________________________________________________
Fontes de variação
Quadrados médios
Diâmetro de colmos (cm)
Tratamentos
0,0862
C.V. (%)
2,11
ns
Peso de colmos (Kg/Parcela)
131,5417
Sólidos solúveis (º Brix)
**
3,81
1,2127**
2,09
__________________________________________________________________________________________
ns/** - Não significativo; significativo ao nível de 1% de probabilidade, respectivamente.
O tratamento que constou da mistura de micronutrientes via foliar + biofertilizante
proporcionou um maior ganho de peso de colmos, diferenciando significativamente dos
tratamentos micronutrientes via tolete e testemunha. Os tratamentos micronutrientes via tolete
+ biofertilizante, biofertilizante e micronutrientes via foliar apesar de não diferenciarem
estatisticamente do tratamento que proporcionou melhor resposta (micronutrientes via foliar +
biofertilizante), igualaram-se também aos tratamentos que menor resposta proporcionaram
(micronutrientes via tolete e testemunha) (tabela 2).
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Com relação ao parâmetro Sólidos solúveis, o tratamento micronutrientes via foliar +
biofertilizante também proporcionou melhor resultado, entretanto diferenciou estatisticamente
apenas da testemunha (Tabela 2).
Tabela 2 – Valores médios para os parâmetros Peso de colmos (Kg) e Sólidos solúveis (º brix) na produção de
cana-de-açúcar submetida à aplicação de micronutrientes e biofertilizante.
___________________________________________________________________________
Peso de colmos (Kg)
Sólidos solúveis (º Brix)
_________________________________________________________________________________________________________________
Tratamento
Média
5 – micronutrientes via foliar + biofertilizante
141,00 A
Tratamento
Média
5 - micronutrientes via foliar + biofertilizante
16,5000 A
3 – micronutrientes via tolete + biofertilizante
136,50 AB
6 - biofertilizante
16,4250 A
6 – biofertilizante
136,25 AB
3 - micronutriente via tolete + biofertilizante
16,6500 A
4 – micronutrientes via foliar
133,75 AB
2 - micronutrientes via tolete
16,1500 A
2 – micronutrientes via tolete
128,25
B
4 - micronutrientes via foliar
15,9000 A
1 – testemunha
125,50
B
1 - testemunha
15,0250
B
_________________________________________________________________________________________________________________
DMS = 11,6995
DMS = 0,7713
_________________________________________________________________________________________________________________
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Esse resultado se assemelha ao de Tanaka et al. (2003), que verificou em Marialva-PR
o efeito da aplicação de biofertilizante e de micronutrientes na cultura do tomateiro, onde
constatou-se uma maior produção de tomates nas plantas que receberam os tratamentos em
comparação a testemunha.
Os valores da variável peso de colmos foram transformados em kg/ha e estão
expressos na figura 1.
Tratamentos
Figura 1 – Produtividade de colmos/ha para os tratamentos avaliados.
Testemunha
Micronutriente
via tolete
Micronutriente
via foliar
Biofertilizante
Micronutriente
via tolete +
Biofertilizante
96000
94000
92000
90000
88000
86000
84000
82000
80000
78000
Micronutriente
via folia +
Biofertilizante
Peso (Kg)
Produtividade (Kg/ha)
18
Estes resultados concordam-se com o trabalho de Silva (2009), onde foi avaliado a
eficiência do Biofertilizante Microgeo® aplicado via solo e via foliar no controle químico da
mosca branca na cultura do feijão no município de Itumbiara-GO visando a produção, onde
melhores resultados foram encontrados quando aplicou-se 200 l/ha de biofertilizante via solo
+ 3% via foliar.
19
CONCLUSÃO
Nas condições em que foi desenvolvido este trabalho pode-se concluir que:
1.
As aplicações de micronutrientes via tolete e foliar e com biofertilizante
Microgeo® não influenciaram significativamente nos diâmetros de colmos da canade-açúcar.
2.
No teor de Sólidos solúveis ocorreu um aumento significativo em todos os
tratamentos em relação à testemunha.
3.
A aplicação de micronutrientes e de biofertilizante proporcionam acréscimos
na produtividade na cana-de-açúcar.
4.
Melhores resultados são obtidos quando se utilizam micronutrientes via foliar
e biofertilizante, acarretando num acréscimo de 12,35% em relação à testemunha.
20
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