DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO DE CAMPINAS LESTE

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CAMPINAS LESTE
“A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A INCLUSÃO COMO OBRA ABERTA,
RIZOMÁTICA”
Vamos falar de nossos encontros de formação. Que encontros são esses?
Esses nossos encontros têm se destinado à formação de professores em serviço. Por
nossa determinação, no espaço de autonomia que conquistamos ao longo dos anos,
arquitetamos esses momentos como “obra aberta”, como espaço/tempo para os
professores e para nós experimentarmos se e como é possível a formação de
professores se dar por contágio, por contaminação, mais do que por reflexão na e
sobre a ação como querem as vertentes crítico-reflexivas da sociopedagogia.
Por “obra aberta” entendemos ser o espaço de formação um espaço/tempo rizomático,
feito de conexões entre ‘isto’ e ‘aquilo’. Espaço/tempo nada asséptico, em que são
muito bem-vindos os ‘vírus’ que contaminam, que contagiam e que trazem endemias e
epidemias.
Uma das participantes veio a ser Zezé, professora das classes iniciais do ensino
fundamental. Leciona numa escola estadual de Ciclo I, a EE “Físico Sérgio Porto”, que
se localiza no campus da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Entre seus
mais de trinta alunos da primeira série, um menino literalmente amarrado a uma
cadeira de rodas, uma criança que só move os dois braços, emite apenas alguns sons
e sorri. Sorri muito. E tem um olhar que, segundo Zezé, é capaz de “falar o que a boca
não pode”. É Felipe, 8 anos, paralisado cerebral, egresso da pré-escola vizinha.
Quando fomos conhecê-la e conhecer Felipe, Zezé dizia “eu acolhi o Felipe, eu e ele já
nos entendemos pelo olhar, ele tem me ensinado muitas coisas da vida, mas não sei
como posso alfabetizar o Felipe, como posso fazer com que aprenda como os outros
alunos, como posso saber se, de fato, aprendeu”. Ela nos fazia essas perguntas,
provavelmente, pensando que teríamos uma resposta.
Afinal, a psicologização e a medicalização com que a nossa educação tem lidado com o
anômalo, parecia sinalizar a ela que, responsáveis pela educação especial – condição
institucional em que nos encontramos, ATP e Supervisor de Educação Especial –
teríamos uma receita infalível ou, se não, algo que lhe orientasse quanto a seus
procedimentos didático-pedagógicos. Nossa primeira resposta foi “nós também não
sabemos, mas acreditamos ser possível inventar um jeito”. E a convidamos a inventar
esse jeito de trabalhar com Felipe, pressupondo mesmo que ela já havia começado a
inventar esse jeito. Como são inventivos os nossos professores! Com os parcos
recursos de que dispõem, ‘tiram leite de pedra’!
Vera Lúcia Tachinardi – Supervisora de Educação Especial
Janalice Bruno Soares Rocha – ATP de Educação Especial
Para se comunicar com a equipe de Educação Especial da Diretoria de Ensino Região
de Campinas Leste utilize o endereço eletrônico [email protected]
Obs.: Na ilustração abaixo a profª Zezé participa do Projeto “Viva Japão”
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