Pneumonia pneumocócica - Ordem dos Enfermeiros

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A ENFERMAGEM É IMPORTANTE
A Enfermagem é importante fornece informação breve de referência,
com uma perspectiva internacional da profissão de enfermagem
sobre questões sociais e de saúde actuais
Folha Informativa
Pneumonia pneumocócica
Em todo o mundo, a pneumonia
milhões por ano. A pneumonia é
provocada por uma diversidade
provocadas por uma bactéria
conhecida como pneumococo.
é responsável por um número de mortes até dois
uma infecção em um ou de ambos os pulmões. É
de vírus e bactérias; as maiorias dos casos são
chamada Estreptococos pneumonia e, também
Etiologia
Verifica-se que os narizes e gargantas de uma percentagem, até 60% das crianças
saudáveis e 30% dos adultos saudáveis contêm pneumococos, sem efeitos nocivos.
Frequentemente, as infecções pneumocócica têm início de forma aparentemente
espontânea, sem condições preexistentes ou factores predisponentes evidentes. As
infecções com estas bactérias podem, nalguns casos, ficar confinadas ao tracto
respiratório superior (otite média – sobretudo nas crianças – ou sinusite). Noutros
casos, começa como pneumonia em um ou mais lobos dos pulmões. A infecção
pneumocócica pode também aparecer no sistema nervoso central, sob a forma de
meningite purulenta aguda. As infecções pneumocócicas em qualquer destas
localizações podem levar a uma invasão de pneumococos na corrente sanguínea
(bacterémia). A meningite pneumocócica pode ser resultante da bacterémia
proveniente de outros focos (sobretudo da pneumonia) ou devido a extensão de otite
ou sinusite. A pneumonia pneumocócica pode ainda emergir como uma complicação
de outra patologia, tal como a gripe.
Epidemiologia
As pessoas mais idosas – com 65 anos ou mais – e as crianças com menos de 2 anos
de idade estão em maior risco de contrair pneumonia pneumocócica. As pessoas com
mobilidade restringida, ou confinadas à cama por períodos prolongados, encontram-
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se em risco elevado de pneumonia pneumocócica. Também estão em maior risco as pessoas
com problemas de saúde de evolução prolongada, tais como doença cardíaca, pulmonar ou
hepática crónicas, insuficiência renal, diabetes, anemia falciforme, infecção por VIH,
alcoolismo ou certos tipos de cancro.
Sinais e sintomas
Em geral, a pneumonia pneumocócica começa subitamente, com um arrepio e tremores
intensos, seguido de:
➧ Febre elevada
➧ Tosse
➧ Falta de ar e respiração rápida
➧ Dor torácica
Poderá haver outros sintomas como náusea, vómitos, cefaleia, cansaço ou dor muscular.
Diagnóstico
O diagnóstico de pneumonia pneumocócica, geralmente, é efeito com base em:
➧ a história e sintomas;
➧ o exame físico que apresenta sinais de pneumonia;
➧ raio X do tórax; e
➧ testes laboratoriais, tais como a cultura de sangue e de expectoração. e provas de sensibilização.
Prognóstico/ Complicações potenciais
A pneumonia pneumocócica pode constituir um risco de vida. Podem surgir complicações
quando a infecção invade a corrente sanguínea (a bacterémia ocorre em cerca de 30 por cento
das pessoas com pneumonia pneumocócica), ou atinge o sistema nervoso central, originando
meningite. A mortalidade devida à pneumonia pneumocócica é de 5-15% em países com
recursos adequados de serviços de saúde – será provavelmente mais elevada em locais pobres
em recursos. A bacterémia pneumocócica provoca uma taxa de mortalidade de 15-20% nos
adultos, mas é de 30-40% entre os doentes idosos. Dentre as pessoas que desenvolvem
meningite, 40-75% morrem ou ficam permanentemente incapacitados.
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Intervenções preventivas e outras implicações
para os profissionais de saúde
O principal instrumento para a prevenção da pneumonia pneumocócica é a vacina
pneumocócica. Estas vacinas contêm polissacarideos purificados – moléculas complexas de
açúcares – extraídos da cápsula das estirpes mais importantes da bactéria penumocócica,
causadoras de doença. Os polissacárideos estimulam uma resposta de anticorpos, que
fornecem então protecção contra a doença pneumocócica. Foi demonstrado que a imunização
com a vacina pneumocócica pode reduzir em 50% a incidência das formas mais graves e
invasivas, de pneumonia pneumocócica, as que estão associadas com bacterémia, reduzindo
assim a mortalidade global devida a esta doença.
Há dois tipos de vacina pneumocócica:
➧ A vacina de polissacárideos pneumocócicos (PPV) de 23 valências contém antigénios capsulares de 23 das estirpes mais comuns de pneumococos e deve ser utilizada para adultos.
➧ A vacina conjugada pneumocócica (PCV) de 7 valências está actualmente auto-rizada
para crianças com menos de 2 anos de idade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, estão actualmente a decorrer ensaios e avaliação
das vacinas de 9 e 11 valências. Estas novas vacinas são concebidas para fornecer uma
protecção eficaz contra a doença pneumocócica para crianças pequenas nos países em
desenvolvimento; poderão estar prontas para utilização em 2008-2009.
Geralmente, só é necessária uma dose de PPV. Contudo, pode administrar-se uma dose de
reforço ao fim de cinco anos nas circunstâncias seguintes:
➧ Pessoas com 65 anos de idade ou mais, que receberam a primeira dose antes dos 65
anos; e
➧ Pessoas com situações clínicas e factores de risco assinalados acima.
Uma medida preventiva adicional para as pessoas com mais de 65 anos é a vacinação anual
contra a gripe. Esta irá reduzir o risco de doença pneumocócica desenvolvida como
complicação da gripe, reduzindo assim a mortalidade.
Tratamento
Assim que é feito o diagnóstico de pneumonia pneumocócica, e geralmente após a colheita de
sangue e/ou expectoração para exame e cultura, será então prescrito o tratamento com
antibióticos. Geralmente, a primeira linha de antibióticos a ser administrada é uma penicilina.
Se a estirpe pneumocócica responsável for susceptível à penicilina, os sintomas começarão a
ceder num prazo de 12 a 36 horas após o início do tratamento. É preocupante a crescente
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frequência das estirpes resistentes a fármacos. O tratamento de doentes infectados com
pneumococos resistentes à penicilina requer geralmente antibióticos alternativos mais
dispendiosos, e resulta numa hospitalização prolongada com custos médicos mais elevados e
uma incidência mais elevada de mortalidade.
A resistência antimicrobiana emergente realça ainda mais a necessidade de prevenção das
infecções pneumocócicas através da vacinação. A prevenção da pneumonia pneumocócica
será particularmente importante para as pessoas mais idosas que sejam alérgicas à penicilina
e/ou outros antibióticos.
O Conselho Internacional de Enfermagem (ICN) é uma federação de mais de 120
associações nacionais de enfermagem, que representam milhões de enfermeiros em todo o
mundo. Operado por enfermeiros e para enfermeiros desde 1899, o ICN é a voz
internacional da enfermagem e trabalha para assegurar a qualidade dos cuidados para
todos, bem como para a implementação de políticas de saúde idóneas a nível global.
Para mais informações, contacte: [email protected]
ICN/NM/08/2006
Para obter mais informações, pode consultar as seguintes páginas:
http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/00047135.htm
http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs289/en/
Edição Portuguesa
Tradução do original inglês
"Pneumococal Pneumonia"
Ordem dos Enfermeiros (Hermínia Castro)
Revisão
Maria Isabel Soares / Lisete Fradique
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