56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 51 Análise molecular da filogeografia do cateto (Pecari tajacu, Tayassuidae) Rosa, RM1; Figueiredo, FZM1; Siqueira, N1; Oliveira, LF2; Barquero, G3; Freygang, CC1; Mattevi, MS1 Programa de Pós-Graduação em Genética e Toxicologia Aplicada, Universidade Luterana do Brasil, Campus Canoas Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 3Tropical Sustainability Institute, São Paulo. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Cateto, Pecari Tajacu, Tayassuidae, Filogeografia, Citocromo B Introdução: Os suínos pertencem à ordem Artiodactyla e à subordem Suiformes e estão reunidos em apenas duas famílias, a Suidae e a Tayassuidae Os taiassuídeos ou pecaris são mamíferos onívoros e de hábitos gregários que estão restritos às Américas. A família Tayassuidae inclui quatro espécies: Pecari tajacu (“Cateto”), Tayassu pecari (“Queixada”), Catagonus wagneri (“Taguá”) e Pecari maximus (“Caititu-mundé), recentemente descrito. Esta última espécie ainda é considerada de validade incerta. O cateto é a espécie de menor tamanho, ocorreu em grupos, em geral constituídos de poucos membros. Distribui-se em uma ampla e contígua faixa geográfica nos três continentes americanos, desde o sul dos Estados Unidos até o centro-norte da Argentina. A Colômbia, por apresentar a porção norte da Cordilheira do Andes, é considerada como uma área na qual ocorre fluxo gênico entre populações das Américas do Norte e Central e América do Sul. Objetivos: O objetivo deste trabalho é analisar a estrutura genética e a biogeografia das populações de Pecari tajacu, através do marcador mitocondrial, cyt b, e dos marcadores nucleares, PRE-1P27 e PRE-1P642 (um SINEs). Métodos: A amostra consiste de 51 indivíduos de diversas regiões do Brasil e de seqüências obtidas no GenBank de espécimes dos EUA, México, Colômbia, Bolívia e Argentina. A amplificação e o seqüenciamento (Lab. de Seqüenciamento da ULBRA) foram efetuados com os primers MVZ5 e MVZ16 no caso do cyt b e no gene PRE-1 com os primers 27F,27R,642F e 642R. As analises filogenéticas e demográficas foram feitas usando os programas MEGA 4 (NJ), PAUP versão 4.0b10 (MP, ML) e MrBayes versão 3.0b4 (IB), AMOVA, teste de Mantel, distribuição mismatch, e network. Resultados: as análises efetuadas mostraram que as populações de catetos organizam-se em dois clados: Clado América do Sul, que, por sua vez, subdividiu-se e em dois ramos, um deles reunindo parte dos exemplares da Colômbia (Clado A) mais as populações da Bolívia e, o outro, agrupando os espécimes da Argentina e os de Guarapuava, PR. O outro ramo do Clado América do Sul reuniu todos os exemplares das demais localidades do Brasil amostradas. O outro clado, denominado de Clado América do Norte, apresentou, na base, outro grupo de animais da Colômbia (Clado B) seguido de um agrupamento com espécimes do México e USA. Conclusões: o arranjo dos catetos da Colômbia em dois ramos distintos, um associado às populações da América do Sul e o outro na base do Clado América do Norte, apóia fortemente a hipótese de ser esta região uma zona de contato e o centro de dispersão desta espécie no continente. Apoio financeiro: ULBRA, CNPq, FAPERGS e OEA