Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 2 Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola Caixa Postal 1243 Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125 www.bna.ao Índice Geral Objectivo do Relatório de Inflação O Relatório de Inflação é uma publicação trimestral do Banco Nacional de Angola que tem como principais objectivos avaliar a inter-relação entre as variáveis do Sector Real, Fiscal, Monetário e Externo, analisar o comportamento do Índice Geral de Preços, bem como disponibilizar informação aos agentes económicos, instituições académicas e outros operadores da Economia Nacional. O documento constitui um meio de comunicação sobre a conjuntura económica nacional e internacional e sobre a fundamentação das decisões de política monetária do BNA. Esta edição examina o II trimestre de 2014 e é constituída por sete capítulos: Economia Internacional, Relações com o Exterior, Estado da Economia Nacional, Inflação, Políticas Macroeconómicas, Perspectivas e Previsão da Inflação. Lista de Acrónimos..............................................................................................................................................6 Sumário Analítico................................................................................................................................................7 Economia Internacional............................................................................................................................13 Actividade Económica.....................................................................................................................................13 Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola e Mercados Monetários.....15 Mercado das Commodities............................................................................................................................19 Relações com o Exterior...........................................................................................................................25 Mercados Cambiais Internacionais..............................................................................................................25 Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados.................................................................................26 Comércio Externo e Reservas Internacionais..............................................................................................28 O Estado da Economia Nacional...........................................................................................................31 PIB.......................................................................................................................................................................31 Indicador de Clima Económico (I Trimestre de 2014).................................................................................33 Inflação............................................................................................................................................................37 Índice de Preços no Consumidor de Luanda...............................................................................................37 Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria.........................................................40 Contribuição...................................................................................................................................................40 Índice de Preços no Grossista de Luanda....................................................................................................42 Índice de Preços no Consumidor – Outras Províncias...............................................................................43 Previsão da Inflação.........................................................................................................................................46 Políticas Macroeconómicas..................................................................................................................48 Política Fiscal.....................................................................................................................................................48 Receitas..............................................................................................................................................................48 Despesas...........................................................................................................................................................50 Saldos Fiscais e Financiamento.....................................................................................................................54 Política Monetária............................................................................................................................................56 Reservas Livres e Mercado Monetário Interbancário...............................................................................60 Base Monetária................................................................................................................................................63 Depósitos do Sistema Bancário....................................................................................................................65 Crédito à Economia..........................................................................................................................................68 Meios de Pagamento......................................................................................................................................73 Glossário.........................................................................................................................................................75 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 4 Lista de Acrónimos BCB – Banco Central do Brasil BCE – Banco Central Europeu BM – Banco Mundial BNA – Banco Nacional de Angola BoE – Banco de Inglaterra BoJ – Banco do Japão BoZ – Banco Central da Zâmbia BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul EIA – Agência de Informação sobre Energia EDEL – Empresa de Distribuição de Electricidade FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação Fed – Reserva Federal Norte-americana FMI – Fundo Monetário Internacional GEP – Global Economic Prospects MPDT – Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial NRCSP – Novo Regime Cambial do Sector Petrolífero OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo RBI – Banco Central da Índia SACU – União Aduaneira da África Austral SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 6 Sumário Analítico 1. O presente relatório tem como objectivo analisar a evolução dos principais indicadores macroeconómicos da economia angolana em particular e da economia internacional em geral, que poderão ter influenciado a variação do nível geral de preços de Luanda. O documento inclui a análise: (i) Do contexto económico internacional, com especial ênfase para os fundamentos que podem influenciar a trajectória do preço do petróleo e das commodities alimentares, que assumem um papel importante dado o elevado grau de dependência quer das exportações de petróleo, quer das importações de bens, decorrente dos níveis insuficientes de produção interna para satisfazer a procura; (ii) Da economia nacional, particularmente dos sectores real, fiscal, externo e monetário. 2. A nível internacional, as últimas estimativas confirmam que a tendência de recuperação iniciada em 2013 poderá fortalecer-se nos próximos dois anos. Ainda assim, várias instituições internacionais reviram em baixa o crescimento económico mundial para 2014 devido, fundamentalmente, a factores considerados pontuais: as condições climatéricas adversas nos EUA durante o Inverno, a turbulência nos mercados financeiros com a introdução do tapering por parte da Reserva Federal Norte-americana (Fed) e a tensão na Crimeia. Estes acontecimentos contagiaram as perspectivas e a confiança dos agentes económicos, fragilizando assim o rítimo da actividade económica, que só deverá ganhar maior velocidade em 2015. 3. O Índice geral de preços das commodities registou um aumento face ao período anterior, influenciado pela subida do índice de preços dos combustíveis (energia) que, por conseguinte, esteve associado à subida do sub-índice de preços relativo ao petróleo. Em oposição, os índices correspondentes ao sector não-petrolífero, nomeadamente o sub-índice de alimentos e bebidas e o sub-índice de inputs industriais, apresentaram uma variação negativa. 8. Em relação à economia nacional, o clima económico manteve-se acima da média no I trimestre de 2014, tendo registado uma aceleração ligeira comparativamente ao trimestre anterior. As últimas projecções do PIB, provenientes do Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial para 2014, apontam para uma taxa de crescimento de 4,4%, representando uma revisão em baixa em 3,8 p.p. relativamente à revisão anterior e 2,4 p.p. em relação a 2013. De acordo com a referida revisão, o PIB Não Petrolífero deverá crescer 8,2%, menos 2,7 p.p. que o projectado para 2013, enquanto o PIB Petrolífero deverá decrescer 3,5%, contra os -0,9% para 2013. Na base da diminuição das estimativas para 2014 esteve, maioritariamente, a quebra considerável no crescimento do sector da Agricultura de 42,3% para 6,7%. No entanto, a desaceleração acentuada do sector da Agricultura foi compensada em parte por acelerações nos sectores das Pescas e Derivados e Serviços Mercantis. 9. A taxa de inflação teve uma evolução descendente no II trimestre de 2014, em relação ao período anterior, passando de 1,76% para 1,71%, retratando uma variação em relação ao trimestre anterior de -0,05 p.p.. A inflação homóloga tem evidenciado uma tendência descendente, tendo registado um abrandamento de 9,19% para 6,89% entre o II trimestre de 2013 e o II trimestre de 2014. A desaceleração do IPC no II trimestre de 2014 face ao período homólogo de 2013 poderá estar relacionada com o decréscimo nos preços mundiais dos bens alimentares e com a estabilidade da taxa de câmbio. Uma análise mais pormenorizada da evolução do IPC mostra que a Classe 1, da Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas, tem vindo a reduzir as suas taxas de contribuição homólogas. Gráfico 1 – Evolução da Inflação da Classe 1 – Alimentação e Bebidas Não-Alcóolicas 14,00% 12,00% 10,00% 4. A subida do sub-índice de preços do petróleo foi a principal razão pelo aumento dos preços do sector de energia durante o II trimestre de 2014, devido às preocupações com a ruptura da oferta da matéria-prima influenciada pelo aumento das tensões geopolíticas no Médio Oriente. 8,00% 5. No mercado cambial, verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano em quase todos os mercados, à excepção do mercado primário. Entre Abril e Junho de 2014, o diferencial da taxa de câmbio do Kwanza face ao Dólar norte-americano, entre o mercado informal e o mercado secundário (notas), aumentou em praticamente todas as províncias. Este comportamento da taxa de câmbio AKZ/USD poderá ter sido influenciado pela escassez de notas em Dólares norte-americanos no mercado informal. 2,00% 6,00% 4,00% de z/1 1 fe v/ 12 ab r/1 2 jun /1 2 ag o/ 12 ou t/1 2 de z/1 2 fe v/ 13 ab r/1 3 jun /1 3 ag o/ 13 ou t/1 3 de z/1 3 fe v/ 14 ab r/1 4 jun /1 4 0,00% IPC 6. No contexto do comércio externo e relações internacionais, no II trimestre de 2014, registou-se um ligeiro aumento das exportações angolanas, devido ao incremento dos preços, que compensou a ligeira queda verificada na produção de petróleo bruto. Para além das exportações de petróleo, verificou-se também um aumento das exportações de diamantes, devido quer do aumento da quantidade exportada, quer do preço médio. No entanto, verifica-se uma contracção na Conta de Bens, resultante de um aumento superior das importações face às exportações. 7. A desaceleração da produção petrolífera em Angola pressionou negativamente a receita fiscal e, consequentemente, as reservas internacionais líquidas, que passaram de 7,48 meses de importação em Março para 7,18 em Junho. Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas Média da Série 10. Com efeito, em Dezembro de 2011, a Classe 1, da Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas apresentava uma inflação homóloga de 6,16%, equivalente a 54% da inflação global. Em Junho de 2014, a mesma classe apresentava uma inflação homóloga de 3,06%, equivalente a 44% da inflação global. Por outro lado, e à semelhança de análises feitas em relatórios de inflação anteriores, algumas classes têm vindo a aumentar a sua contribuição para a inflação global, conforme se mostra a seguir: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 8 Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 fev/13 abr/13 out/12 dez/12 jun/12 Média da Série ago/12 fev/12 de z/1 fe 1 v/ 1 ab 2 r/ 1 jun 2 /1 ag 2 o/ 1 ou 2 t/ 1 de 2 z/1 fe 2 v/ 1 ab 3 r/ 1 jun 3 /1 ag 3 o/ 1 ou 3 t/ 1 de 3 z/1 fe 3 v/ 1 ab 4 r/ 1 jun 4 /1 4 IPC abr/12 IPC Lazer e Cultura (Eixo à direita) jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 Educação (Eixo à direita) ago/13 fev/13 abr/13 out/12 dez/12 jun/12 ago/12 fev/12 abr/12 IPC Média da Série (Eixo à direita) 15,00% IPC Vestuário e Calçado (Eixo à direita) Média da Série (Eixo à direita) 0,18% 0,16% 0,14% 0,12% 0,10% 0,08% 0,06% 0,04% 0,02% 0,00% dez/11 jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 0,00% dez/11 0,00% 0,00% fev/13 0,20% abr/13 0,40% 5,00% 0,05% out/12 0,60% dez/12 10,00% 0,10% jun/12 0,80% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 0,15% ago/12 1,00% fev/12 15,00% 0,20% abr/12 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% dez/11 Painel 1 – Contribuições no IPC de Luanda Média da Série (Eixo à direita) 15,00% 0,60% 1,20% 1,00% 0,50% 10,00% 10,00% 0,40% 0,80% 0,60% 0,30% 5,00% Média da Série (Eixo à direita) jun/14 IPC Comunicações (Eixo à direita) jun/14 abr/14 fev/14 dez/13 out/13 ago/13 Média da Série (Eixo à direita) jun/14 abr/14 fev/14 out/13 dez/13 ago/13 jun/13 fev/13 abr/13 out/12 dez/12 ago/12 jun/12 fev/12 abr/12 dez/11 jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 fev/13 abr/13 out/12 dez/12 jun/12 ago/12 abr/14 jun/14 fev/14 dez/13 out/13 ago/13 jun/13 abr/13 fev/13 dez/12 out/12 -20,00% ago/12 0,00% jun/12 abr/14 fev/14 dez/13 out/13 ago/13 jun/13 abr/13 fev/13 dez/12 0,00% 20,00% abr/12 jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 fev/13 abr/13 out/12 dez/12 0,00% dez/11 jun/14 abr/14 fev/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 abr/13 fev/13 dez/12 out/12 0,00% ago/12 0,00% jun/12 0,00% abr/12 2,00% fev/12 0,10% dez/11 jun/12 0,00% 4,00% 2,00% Transportes (Eixo à direita) ago/12 6,00% jun/13 0,20% 4,00% 8,00% 0,01% abr/13 0,30% 6,00% 40,00% 0,01% fev/13 8,00% Média da Série (Eixo à direita) 10,00% 80,00% 60,00% 0,01% dez/12 0,40% Gráfico 2 – Evolução dos Meios de Pagamento em Moeda Nacional fev/12 0,50% 12,00% out/12 10,00% 14,00% ago/12 12,00% 0,60% fev/12 14,00% Saúde (Eixo à direita) IPC Bens e Serviços Diversos (Eixo à direita) Média da Série (Eixo à direita) 11. Do conjunto de gráficos apresentados em cima, nota-se que as Classes 3 – Vestuário e Calçado, 5 – Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção, 9 – Lazer e Cultura, 11 – Hotéis, Cafés e Restaurantes e 12 – Bens e Serviços Diversos assumiram tendências crescentes nos últimos meses. O aumento da inflação nestas classes é coincidente com a variação acentuada dos meios de pagamento em moeda nacional, da liquidez dos bancos comerciais e, consequentemente, da redução das taxas de juro passivas. dez/11 IPC out/12 IPC Mobiliário, Equip.Doméstico e Manut. (Eixo à direita) Média da Série (Eixo à direita) ago/12 dez/11 jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 fev/13 abr/13 dez/12 out/12 jun/12 ago/12 0,00% jun/12 0,20% 0,00% jun/12 0,40% 5,00% abr/12 0,60% IPC Hoteis, Cafés e Rest. (Eixo à direita) Média da Série (Eixo à direita) 0,00% 0,45% 0,40% 0,35% 0,30% 0,25% 0,20% 0,15% 0,10% 0,05% 0,00% abr/12 10,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% fev/12 0,80% IPC abr/12 0,20% 0,00% 1,00% abr/12 0,40% 0,20% 0,00% 0,00% abr/12 0,60% 5,00% IPC Habit., Água, Elect., e Combust. (Eixo à direita) Média da Série (Eixo à direita) 15,00% fev/12 0,80% 0,00% fev/12 10,00% 0,40% 0,10% dez/11 1,00% IPC Bebidas Alcoólicas (Eixo à direita) Média da Série (Eixo à direita) dez/11 1,20% fev/12 jun/14 fev/14 abr/14 out/13 dez/13 jun/13 ago/13 fev/13 abr/13 out/12 dez/12 jun/12 ago/12 fev/12 abr/12 dez/11 15,00% dez/11 0,35% 0,30% 0,25% 0,20% 0,15% 0,10% 0,05% 0,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 5,00% 0,20% -40,00% M1MN M2MN M1MN - M2MN 12. No Gráfico 2, observa-se que desde a segunda metade de 2013, os meios de pagamento M1 e M2, em moeda nacional, assumiram uma trajectória de crescimento que culminou com taxas de variação de 12 meses superiores às verificadas no resto da série em análise. O início dessa trajectória coincide com a adopção de um curso fiscal expansionista, a partir do segundo semestre de 2013. O gráfico também mostra que a diferença entre o M1 e o M2 foi aumentando nesse período, indicando uma menor propensão para a poupança por parte dos agentes económicos. 0,00% Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 10 Economia Internacional Gráfico 3 – Evolução dos Meios de Pagamento em Moeda Nacional 20,00% 15,00% 10,00% -15,00% -20,00% -25,00% M1MN - M2MN abr/14 jun/14 dez/13 fev/14 out/13 ago/13 abr/13 jun/13 fev/13 ago/12 out/12 dez/12 jun/12 -10,00% fev/12 -5,00% abr/12 0,00% dez/11 5,00% 10,00% 9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Taxa de Juro Passiva 1AMN (Eixo à direita) 13. A liquidez crescente levou à redução das taxas de juro passivas dos bancos comerciais, conforme se pode observar no gráfico em cima. As taxas de juro passivas baixas, em níveis inferiores aos da inflação, podem justificar um maior aumento do M1 relativamente ao M2, em moeda nacional. 14. Da coordernação da autoridade monetária e fiscal na condução de políticas resultou um crescimento reduzido da base monetária em moeda nacional. Já a base monetária ampla apresentou uma elevada expansão, que se fez reflectir no crescimento da reserva bancária em moeda estrangeira. 15. O comportamento dos depósitos e do crédito verificado nos últimos trimestres e a entrada em vigor, no dia 1 de Julho de 2013, da obrigatoriedade de pagamentos em moeda nacional, no mercado interno, pelo sector petrolífero vem confirmar a tendência de desdolarização da economia angolana. De facto, observou-se no período em referência um crescimento dos depósitos e do crédito em moeda nacional e uma diminuição dos depósitos e crédito em moeda estrangeira. As taxas de juro praticadas pelos bancos em moeda nacional sofreram, na generalidade, uma ligeira redução no II trimestre do ano. 16. No II trimestre de 2014 não ocorreram alterações significativas na estrutura do crédito, mantendo-se os financiamentos concedidos pelos bancos comerciais concentrados nos sectores de serviços e de construção. 17. A restante abordagem deste documento descreve a evolução dos principais indicadores que comportam os diferentes sectores da economia nacional bem como da economia internacional. Deste modo, o documento inclui um capítulo sobre a Economia Internacional, onde, dentre outros se abordam a evolução dos indicadores da actividade económica internacional e dos preços das commodities; um capítulo sobre o Sector Externo, onde se apresenta o comportamento da taxa de câmbio e da conta corrente da balança de pagamentos; um capítulo sobre a economia nacional e a evolução dos preços e, finalmente, um capítulo sobre a política macroeconómica, que encerra a análise das políticas fiscal e monetária. O documento termina com as perspectivas e breves recomendações tendo em vista o alcance da meta de 7-9% de inflação no médio prazo. Actividade Económica 18. Depois do FMI e da OCDE, em Junho de 2014, o Banco Mundial (BM) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia mundial para 2,80% em 2014 (valor abaixo dos 3,00% apontados em Janeiro deste ano), mas permanecendo acima do crescimento de 2013; seguida de avanços de 3,40% e 3,50% nos anos seguintes, segundo o Relatório Global Economic Prospects. A revisão em baixa do PIB foi motivada por vários factores que ocorreram durante a primeira metade do ano, dos quais: as condições climatéricas adversas nos EUA durante o Inverno, a turbulência nos mercados financeiros com a introdução do tapering por parte da Reserva Federal Norte-americana (Fed) e a tensão na Crimeia. 19. Estes acontecimentos contagiaram as perspectivas e a confiança dos agentes económicos, desacelerando assim o ritmo da actividade económica, no entanto espera-se maior velocidade em 2015. Tabela 1 – Principais projecções económicas do FMI e Banco Mundial (2012-2015) Unidade: percentagem FMI (Jan’14) BM (Jan’14) FMI (Abr’14) BM (Jun’14) Países/Região 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 Economia Mundial 3,00 3,70 3,90 2,40 3,20 3,40 3,00 3,60 3,90 2,40 2,80 2015 3,40 Economias Avançadas 1,30 2,20 2,30 1,30 2,20 2,40 1,30 2,20 2,30 1,30 1,90 2,40 EUA 1,90 2,80 3,00 1,80 2,80 2,90 1,90 2,80 3,00 1,90 2,10 3,00 Reino Unido 1,70 2,40 2,20 … … … 1,80 2,90 2,50 … … … Zona Euro -0,40 1,00 1,40 -0,40 1,10 1,40 -0,50 1,20 1,50 -0,40 1,10 1,80 Japão 1,70 1,70 1,00 1,70 1,40 1,20 1,50 1,40 1,00 1,50 1,30 1,30 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 4,70 5,10 5,40 4,80 5,30 5,50 4,70 4,90 5,30 4,80 4,80 5,40 China 7,70 7,50 7,30 7,70 7,70 7,50 7,70 7,50 7,30 7,70 7,60 7,50 Índia 4,40 5,40 6,40 4,80 6,20 6,60 4,40 5,40 6,40 4,70 5,30 5,90 2,70 Brasil 2,30 2,30 2,80 2,20 2,40 2,70 2,30 1,80 2,70 2,30 1,50 Rússia 1,50 2,00 2,50 … … … 1,30 1,30 2,30 … … … Nigéria 6,20 7,40 7,00 6,70 6,70 6,80 6,30 7,10 7,00 7,00 6,70 6,50 África do Sul 1,80 2,80 3,30 1,90 2,70 3,40 1,90 2,30 2,70 1,90 2,00 3,00 SADC 4,90 … … 4,90 … … 4,90 … … 4,83* … … Fonte: World Economic Outlook, FMI, Abril de 2014 e Global Economic Prospects, Banco Mundial, Junho de 2014. *SADC Macroeconomic Information, June 2014. 20. De acordo com o Relatório GEP do BM, grande parte do crescimento económico está condicionado ao comportamento das economias avançadas, nomeadamente EUA e Zona Euro, que registam, actualmente, crescimentos menos afectados por problemas fiscais, dada a consolidação fiscal em curso nessas economias, a melhoria das condições nos mercados de trabalho e uma procura interna mais dinamizada. Deste modo, depois de um crescimento de 1,30% em 2013, prevê-se que as economias avançadas cresçam 1,90% em 2014, atingindo os 2,40% em 2015. 21. No caso da economia norte-americana, o BM prevê um crescimento de 2,10% em 2014, e de 3,00% em 2015. Esta revisão reflecte o inesperado decréscimo da actividade económica no início do ano, devido a condições climatéricas desfavoráveis. Como tal, a Fed poderá ser forçada a manter as taxas de juro perto de zero para além do tempo esperado pelos agentes económicos. 22. Na Zona Euro, depois da contracção da actividade económica em 2012 e 2013, espera-se um crescimento de 1,10% em 2014, consolidando a retoma económica com uma taxa de crescimento de 1,80% em 2015. O BM Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 12 reconhece uma recuperação lenta, que reflecte debilidades que ainda persistem em alguns estados membros da Zona Euro. A necessidade de uma consolidação orçamental e de políticas de austeridade levadas a cabo por grande parte dos países europeus tem levado a uma diminuição do consumo interno. Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola e Mercados Monetários 23. No Reino Unido e Japão, as perspectivas são bastante mais optimistas. No Reino Unido o crescimento da actividade económica tem sido sólido, com o PIB a aumentar no II trimestre de 2014, o que conduziu a uma revisão da taxa de crescimento para 2014 em alta, mais 0,40 p.p., para os 3,20% . No Japão, perante uma recuperação mais rápida do que o esperado no II trimestre, espera-se um crescimento de 1,30% em 2014, que deverá manter-se em 2015, devido à introdução de estímulos fiscais. 31. Até ao final do ano existem diversos riscos nas economias avançadas, que no caso da Zona Euro prendemse com a fragmentação financeira, os elevados níveis de endividamento e eventuais choques adversos, que possam conduzir a uma desaceleração ainda maior dos preços, aumentando o risco de deflação. Enquanto que em relação às economias emergentes e em desenvolvimento, estas ainda estão a ajustar à maior restritividade das condições financeiras, o que implicou maiores custos de capital desde Maio de 2013, e trajectórias de crescimento económico mais baixos no médio e longo prazo. 24. Quanto ao crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento, o BM mostra-se preocupado com os dados económicos do II trimestre de 2014 uma vez que estes apresentam taxas de crescimento muito menores quando comparadas aos anos anteriores. Após ter previsto em Janeiro um crescimento de 5,30% para este grupo de países, o BM reviu em baixa a previsão para os 4,80%. Para 2015, o BM projecta um crescimento económico de 5,4%. 25. Espera-se que a segunda maior economia do mundo (China) cresça este ano 7,60%, dependendo de como se adaptará às reformas estruturais em curso. Para 2015, espera-se que o PIB chinês abrande para os 7,50%. 32. Um outro aspecto muito importante a ter em conta é a tendência decrescente dos preços das commodities alimentares e dos metais. Este é um factor propenso a atenuar a pressão sobre a inflação, para países importadores dessas mesmas commodities, como é o caso de Angola. Contudo, verifica-se uma fuga de capitais em alguns países emergentes (Brasil e África do Sul) com grande dependência em relação às exportações de matérias-primas. Este aspecto está relacionado com a diminuição das vendas que condiciona o próprio crescimento económico local, acrescentando dificuldades ao nível da balança corrente. 26. Nas restantes economias emergentes, a Índia deverá acelerar em termos de crescimento, com taxas de crescimento reais de 5,30% em 2014 e 5,90% em 2015. O Brasil, após sucessivas revisões em baixa, deverá ter um crescimento de 1,50% em 2014 e de 2,70% em 2015. Por fim, na África do Sul, também houve uma revisão em baixa no crescimento do PIB na ordem dos 0,30 p.p. para os 2,00% no final do ano. Esta contracção foi causada sobretudo por problemas internos que têm prejudicado a produção do sector mineiro. 27. Os países da África Subsaariana mantém um ritmo de crescimento económico elevado, suportado em parte por fluxos de capital estrangeiro direccionados para sectores de exploração de recursos minerais e para o desenvolvimento de infraestruturas. Em 2014, o crescimento dessas economias deverá também beneficiar da recuperação da Zona Euro no que respeita às suas exportações bem como das reformas estruturais em curso em alguns desses países. 28. Em síntese, as revisões em baixa para o crescimento mundial devem-se fundamentalmente a factores considerados pontuais, para além de outros argumentos para acreditar que o III e IV trimestres de 2014 serão melhores. 29. No entanto, deve-se reconhecer que os desafios persistem, dado o agravamento dos riscos geopolíticos num quadro de recuperação lenta da procura agregada global, devido à intensificação das tensões na Ucrânia e face à imposição de sanções à Rússia, mas também pelos recentes conflitos no Médio Oriente e na Líbia, que podem trazer perturbações para os mercados das commodities. 30. Além disso, o II trimestre de 2014 continuou a ser marcado por um dinamismo excessivo nos principais mercados financeiros, que não foi acompanhado por um crescimento na economia real. No mercado accionista, os índices bolsistas nos EUA atingiram máximos históricos e os spreads dos activos de maior risco no mercado obrigacionista encontram-se em níveis muito baixos, deixando a percepção de que o apetite dos investidores pelo risco tornou-se excessivo face ao prolongamento de políticas monetárias acomodatícias. Taxas de inflação 33. Os sinais de recuperação económica nos EUA e na Zona Euro, num contexto de baixa inflação, não deixam de ser positivos para as economias emergentes e seus activos. De facto, o ambiente favorece o comércio externo formando expectativas de crescimento. Num contexto de inflação em níveis baixos, antecipa-se que as taxas de juro de longo prazo permaneçam em torno dos níveis actuais. No entanto, importa referir que um ambiente de estabilização dos fluxos financeiros, influenciará as taxas de juro de referência, em linha com o crescimento nominal de longo prazo. 34. No que respeita à taxa de inflação do II trimestre de 2014, as pressões inflacionistas nas principais economias avançadas subiram 0,60 p.p. nos EUA (para os 0,50%), 2,00 p.p. no Japão (para os 3,60%) e 0,30 p.p. no Reino Unido (para os 1,90%). Relativamente à Zona Euro, os dados de Junho indicam que o nível geral de preços manteve-se constante nos últimos dois meses, situando-se nos 0,50%. 35. Entre Abril e Junho de 2014, o nível geral de preços de algumas economias emergentes acelerou: no Brasil 0,37 p.p., para os 6,52%, e na Rússia 0,90 p.p., para os 6,90%; e abrandou: na China 0,10 p.p., para os 2,30%, e na Índia 1,00 p.p., para os 7,31%. 36. Nos países que compõem o bloco da SADC, no período alvo de análise, o IPC apresentou resultados heterogéneos: acelerou 0,20 p.p. para os 4,60% no Botswana; 0,80 p.p. para os 6,10% Namíbia; 0,60 p.p. para os 6,60% na África do Sul; 0,30 p.p. para os 6,40% na Tanzânia; 0,20 p.p para os 7,90% na Zâmbia; e 0,81 p.p. para os -0,10% no Zimbabwe; e desacelerou nas restantes economias da região: 0,43 p.p. para os 6,89% em Angola; 0,59 p.p. para os 0,70% na RDC; 1,50 p.p. para os 22,50% no Malawi; 1,20 p.p para os 3,30% nas Maurícias; 0,25 p.p. para os 2,75% em Moçambique; e 1,10 p.p. para os 1,10% nas Seychelles. 37. O comportamento dos preços, na generalidade dos principais parceiros comerciais de Angola deverá continuar a contribuir para a tendência decrescente dos preços em Angola, ceteris paribus. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 14 Gráfico 4 - Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola Gráfico 5 – Comportamento das taxas de juro directoras – Economias Avançadas 1,00 Percentagem 8,0 6,0 0,75 0,50 0,25 I Trim 2013 II Trim 2013 2,0 EUA Fonte: Bloomberg Jun/14 Mai/14 Abr/14 Mar/14 África do Sul Taxas de juro de referência 38. Em princípio, os bancos centrais das principais economias avançadas continuarão a ter uma postura preventiva de suporte ao crescimento económico e prática de um conjunto de políticas monetárias flexíveis. No entanto, o seu grau de expansionismo deverá ser cuidadosamente acompanhado, devendo ser o mais adequado possível à realidade dessas economias. 39. Neste âmbito, começam a crescer as expectativas relativamente à possibilidade de alterar os contornos da política monetária de algumas autoridades, nomeadamente o Banco de Inglaterra (BoE), pondendo este subir a sua taxa de intervenção para fazer face aos riscos que o mercado imobiliário enfrenta, ainda que por agora considere que o nível de taxas de juro seja adequado, dadas as baixas pressões inflacionistas. 40. O crescimento económico ténue nos principais blocos comerciais e a ausência de pressões inflacionistas justificam a persistência das taxas de juro de longo prazo em níveis historicamente baixos. No entanto, os spreads entre as Treasuries norte-americanas e as Bunds alemãs têm-se distanciado em reflexo de desempenhos económicos distintos, bem como os diferentes níveis das taxas de juro directoras. 41. Adicionalmente, a Fed pondera no próximo ano subir a taxa fed funds, enquanto na Zona Euro o Banco Central Europeu (BCE) poderá ainda reforçar a sua política monetária acomodatícia atráves do recurso a “medidas não convencionais” se a inflação da Zona Euro continuar baixa. Reino Unido Japão a.Considerando os indicadores económicos positivos, a Fed segue com o seu programa de quantitative easing, com uma redução periódica de USD 10 mil milhões de um pacote actual de USD 35 mil milhões, que terminará em Outubro deste ano. Quanto à taxa de juro de referência esta permanece em 0,25%, posição na qual poderá permanecer por um período considerável. b.Por seu turno, o BoE sinalizou que a primeira subida da taxa repo poderá ocorrer ainda este ano, dadas as boas perspectivas quanto à evolução da actividade económica. Esta autoridade monetária também terá em conta os efeitos de uma subida da taxa directora na taxa de câmbio, que actualmente se encontra forte face às principais rivais. c.Em relação ao Banco do Japão (BoJ), este manteve inalterada a sua política monetária e melhorou a sua avaliação sobre as economias internacionais, sinalizando a confiança de que o país possa cumprir a meta de preços sem estímulos adicionais. Adicionalmente, o BoJ elevou a base monetária a um ritmo anual entre 60 triliões e 70 triliões de ienes (equivalente a USD 590-688 Mil Milhões), desde o intenso estímulo de Abril de 2013, aquando da compra agressiva de activos para alcançar a sua meta de inflação de 2,00% nos próximos dois anos. d.A 5 de Junho, o BCE decidiu cortar a taxa de juro de referência da Zona Euro, de 0,25% para um novo mínimo histórico de 0,15%, e colocar a taxa de depósitos em -0,10% , deliberou sobre os empréstimos de longo prazo TLTRO, concebidos para estimular a concessão de crédito à economia real e anunciou regras detalhadas para o acesso dos bancos. Estas medidas visam assegurar a manutenção de um ambiente financeiro acomodatício para as empresas e famílias, sendo importantes para acomodar os actuais níveis de expansão e evitar um cenário de deflação. Procura-se também dinamizar o mercado de crédito, sobretudo nos mercados mais desfavorecidos. Gráfico 6 – Comportamento das taxas de juro directoras – Economias Emergentes 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 I Trim 2013 Brasil Fonte: Bloomberg II Trim 2013 China III Trim 2013 IV Trim 2013 Rússia Índia 02/04/14 21/04/14 10/05/14 29/05/14 17/06/14 Brasil II Trimestre 2014 II Trim 2014 16/01/14 04/02/14 23/02/14 14/03/14 China Fev/14 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Zona Euro I Trimestre 2014 I Trim 2014 06/04/13 25/04/13 14/05/13 02/06/13 21/06/13 10/07/13 29/07/13 17/08/13 05/09/13 24/09/13 13/10/13 01/11/13 20/11/13 09/12/13 28/12/13 EUA IV Trimestre 2013 01/01/13 20/01/13 08/02/13 27/02/13 18/03/13 Fonte: FMI e Bloomberg III Trimestre 2013 Zona Euro IV Trim 2013 42. Ao longo do trimestre, os bancos centrais do grupo das economias avançadas, Fed, BoE e Banco do Japão (BoJ), decidiram manter as suas taxas de juro de referência e as políticas monetárias, com excepção do BCE: Percentagem II Trimestre 2013 Ago/13 Jul/13 Jun/13 Mai/13 Abr/13 0,0 III Trim 2013 02/04/14 21/04/14 10/05/14 29/05/14 17/06/14 4,0 16/01/14 04/02/14 23/02/14 14/03/14 01/01/13 20/01/13 08/02/13 27/02/13 18/03/13 06/04/13 25/04/13 14/05/13 02/06/13 21/06/13 10/07/13 29/07/13 17/08/13 05/09/13 24/09/13 13/10/13 01/11/13 20/11/13 09/12/13 28/12/13 Percentagens 0,00 I Trim 2014 II Trim 2014 África do Sul Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 16 43.No II trimestre de 2014, dois bancos centrais (Brasil e Rússia), duas economias dos BRICS, decidiram subir as suas taxas de juro directoras. Assim, o Banco Central do Brasil (BCB), no início de Abril, elevou a sua taxa de referência “Selic”, de 10,75% para os 11,00% (uma subida de 0,25 p.p.) após a inflação ter atingido o limite superior do intervalo (6,50%) na sequência de um fraco crescimento económico (de 1,5%). Por seu turno, o Banco Central da Rússia elevou, a 28 de Abril, a sua taxa de juro de referência (key rate) em 0,50 p.p., situando-se agora nos 7,50%, mas manteve a taxa de refinanciamento em 8,25%, devido às preocupações com a estabilidade financeira e a inflação. Gráfico 7 - Comportamento do Índice de preços das Commodities 250 225 200 175 II Trimestre 2013 45.Enquanto que a maior parte dos bancos centrais da região da SADC, entre Abril e Junho de 2014, decidiram manter as suas taxas de juro de política monetária, a excepção vai para o Banco Central da Zâmbia (BOZ), que decidiu aumentar a taxa de juro de referência em 1,70 p.p., para os 12,00% no início de Abril de 2014, assim como o coeficiente de reservas obrigatórias de 8,00% para 14,00%, com objectivo de travar a pressão inflacionária registada no país (perto dos 8%). 46.De forma geral, a manutenção de taxas de juro em níveis baixos poderá provocar uma pressão indesejável nos preços dos imóveis. Consequentemente, como o FMI já tem alertado, tal situação poderá provocar uma nova bolha no sector imobiliário, dado que os preços das casas em muitos países se encontram acima do seu valor, sobretudo em países como o Reino Unido, Canadá, Austrália, China e Brasil. A.3. Mercado das Commodities 47.De acordo com o Departamento de Pesquisa da área das Commodities do FMI, o II trimestre de 2014 registou uma inversão da tendência, passando o índice geral de preços das commodities a registar uma subida 1,13%, influenciado pela subida do índice de preços dos combustíveis (energia) em 3,39% face ao trimestre anterior. Por conseguinte, esse aumento esteve associado à subida do sub-índice de preços relativo ao petróleo, que cresceu 4,14% no trimestre. Em oposição, os índices correspondentes ao sector não-petrolífero, nomeadamente o sub-índice de alimentos e bebidas e o sub-índice de inputs industriais, apresentaram uma variação negativa de 3,91% e 2,36%, respectivamente. 48.Diversos acontecimentos relacionados com a oferta e conflitos geopolíticos foram as principais razões por detrás das mudanças nos preços médios das commodities no período em análise. Os preços do sector energético aumentaram como causa das preocupações de possíveis interrupções no fornecimento de petróleo decorrentes de eventos geopolíticos no Médio Oriente e Europa de Leste. Os preços dos produtos agrícolas caíram com base na expectativa de subida da oferta global de cereais, como resultado de boas colheitas na Europa e melhoria das condições meteorológicas nos EUA. Os preços dos metais registaram igualmente uma queda, apesar de melhores perspectivas de produção industrial nos EUA e na China, embora isso tenha sido contrabalançado pelo excesso de capacidade na indústria de metais. Enquanto isso, os preços médios de ouro apresentaram algumas oscilações no trimestre, derivado das incertezas em torno da política monetária das principais economias avançadas. III Trimestre 2013 Commodities Energia * IV Trimestre 2013 I Trimestre 2014 Não-petrolíferas Petróleo Jun/14 Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Ago/13 Jul/13 Jun/13 Mai/13 150 Abr/13 44.O Banco Central da Índia (RBI), apesar de ter mantido a taxa de juro de referência, reduziu o montante exigido dos valores em títulos do governo dos bancos comerciais no Banco Central, a Reserva Estatutária de Liquidez, em 50 p.b. para os 22,50%, com o objectivo de aumentar o crédito bancário e reduzir a liquidez cedida ao abrigo do mecanismo de refinanciamento de crédito à exportação de 50,00% para os 32,00%. II Trimestre 2014 Alimentos e Bebidas Fonte: FMI, Commodity Market Monthly, 9 Abril de 2014 * Índice de preços dos combustíveis (energia), inclui os índices de preços do crude (petróleo), gás natural e carvão 49. Especificamente, o sub-índice de preços do petróleo passou de 195,16 pontos no I trimestre para 200,03 pontos no II trimestre de 2014, mais 4,87 pontos em termos trimestrais. Essa subida foi a principal razão pelo aumento dos preços do sector da energia durante o II trimestre de 2014, devido às preocupações com a ruptura da oferta da matéria-prima com o aumento das tensões geopolíticas no Médio Oriente. Os preços do gás natural dos EUA mantiveram-se estáveis na sequência de aumentos verificados nos stocks durante o trimestre. Enquanto isso, o gás natural russo continuou a ser exportado para a Europa, apesar da Gazprom ter cortado o fornecimento à Ucrânia. Este acontecimento, juntamente com maiores importações de gás, a concorrência das energias renováveis e dos preços de carvão mais baixos, têm contribuído para alcançar o armazenamento pleno de gás natural até ao final do Verão. 50. A melhoria das condições económicas na China, no Japão e nos EUA, os estímulos monetários anunciados pelo BCE para alcançar a meta de inflação na Zona Euro e as tensões geopolíticas, são factores que poderão continuar a contribuir para a volatilidade dos preços das commodities nos próximos meses. Também é importante observar de perto o impacto das decisões da Fed em relação ao seu programa de compra de activos, como o aumento das taxas de juros e do dólar norte-americano pode colocar pressão sobre os preços das matériasprimas e condicionar os esforços das autoridades chinesas para limitar os financiamentos em commodities sobre a importação de matérias-primas. Commodities de Petróleo 51. Estima-se que o crescimento da procura global de petróleo em 2014 seja de 1,13 Milhões de barris/dia, praticamente inalterada face ao relatório anterior. A procura mundial de petróleo em 2015 está prevista crescer a um ritmo de 1,21 Milhões de barris/dia. Espera-se que o crescimento da procura da OCDE seja positivo pela primeira vez desde 2010, enquanto o consumo dos países fora da OCDE contribua com 1,18 Milhões de barris/ dia para o crescimento da procura de petróleo. O progresso do desenvolvimento económico nas principais economias mundiais é o principal factor de risco que afecta a projecção da procura mundial de petróleo em 2015. 52. Segundo a OPEP, a procura global de petróleo no II trimestre de 2014 manteve-se inalterada face ao trimestre anterior, encontrando-se presentemente nos 90,20 Milhões barris/dia. Entre o I trimestre e o II trimestre de 2014, a procura de petróleo nos países da OCDE caiu 0,60 Milhões de barris/dia; enquanto que a procura de petróleo nos país fora da OCDE subiu 0,60 Milhões de barris/dia. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 18 130 120 110 100 90 Tabela 2 - Comportamento da Oferta e Procura Global (em Milhões de barris/dia) Petróleo 2013 II Trimestre 2013 III Trimestre 2013 Ramas Angolanas Brent IV Trimestre 2013 WTI I Trimestre 2014 Jun/14 Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Ago/13 Jul/13 Jun/13 Mai/13 80 55. Para 2014, é esperado um aumento de 1,47 Milhões de barris/dia na oferta de petróleo dos países fora da OPEP, para os 55,65 Milhões de barris/dia, após uma revisão em alta de 30 toneladas barris/dia face ao anterior relatório. Os países americanos que compõem a OCDE irão ser o principal factor para o crescimento este ano. 56. Em 2015, a oferta de petróleo dos países fora da OPEP está projectada para um ritmo de crescimento mais lento, de 1,31 Milhões de barris/dia para uma méda de 56,96 Milhões de barris/dia. Os países da OPEP NGL’s e Óleos não-convencionais deverão crescer 150 toneladas barris/dia para os 5,81 Milhões de barris/dia este ano e está previsto um crescimento de 220 toneladas barris/dia para uma média de 6,03 Milhões de barris/dia, em 2015. 16 14 12 10 8 6 4 2 0 -2 -4 Abr/13 54. A produção de petróleo bruto total da OPEP diminuiu 79 toneladas barris/dia para os 29,70 Milhões de barris/dia, em Junho. A produção de petróleo do bloco da OPEP, excluindo o Iraque, foi em termos médios de 26,54 Milhões de barris/dia, o que representa um aumento de 90 toneladas em relação ao mesmo período. O Iraque contribuiu para a diminuição da produção de petróleo bruto, enquanto a produção de petróleo da Árabia Saudita e da Nigéria aumentou. Gráfico 8 - Evolução dos preços do petróleo USD/Barril 53. Em relação à oferta global de petróleo, a oferta caiu no II trimestre 0,20 Milhões de barris/dia para os 90,90 Milhões de barris/dia, derivado essencialmente da queda da oferta dos países fora da OPEP. Contrariamente, a oferta de gás natural aumentou 0,10 Milhões de barris/dia para os 5,80 Milhões de barris/dia, devido, sobretudo, ao agravamento das tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia II Trimestre 2014 Spread Brent/Ramas Angolanas Spread Brent/WTI Fonte: Bloomberg 58. O spread Brent/WTI encerrou o trimestre mais baixo (nos USD 6,79 por barril) depois de ter alcançado os USD 9,23 por barril nos primeiros três meses do ano, com o Brent a atingir um pico de nove meses , devido a preocupações sobre a redução das exportações do Iraque. Enquanto que o WTI foi suportado por dados económicos positivos nos EUA. O spread Brent/Ramas angolanas encerrou o trimestre mais estreito nos USD 1,59 por barril, embora tenha sido positivo. Tabela 3 - Projecção dos preços de petróleo de referência para 2014 2014 I Trim II Trim III Trim IV Trim Anual I Trim II Trim* III Trim* IV Trim* anual* Países da OCDE 45,90 45,40 46,10 46,20 45,90 45,80 45,20 46,00 46,20 45,80 Países Fora da OCDE 43,20 43,80 44,50 44,90 44,10 44,40 45,00 45,90 46,10 45,30 Jan-14 Feb-14 Mar-14 Apr-14 May-14 Jun-14 2014 2015 Trim Acum. Anual 12 Meses Procura Global 89,10 89,20 90,60 91,10 90,00 90,20 90,20 91,90 92,30 91,10 BRENT $107,11 $108,80 $107,77 $108,18 $109,15 $111,97 $109,55 $104,92 3,90% 1,15% 8,35% WTI $94,86 $100,66 $100,49 $102,06 $101,72 $105,15 $100,98 $95,17 4,64% 7,41% 9,76% Ramas angolanas $106,87 $107,30 $109,19 $106,27 $108,06 $110,20 … … 0,92% 0,73% 7,33% Preços de Petróleo de Referência I Trim 2014 II Trim 2014 Países da OPEP 30,20 30,60 30,40 29,70 30,20 29,80 29,70 … … … Países Fora da OPEP 53,70 53,60 54,10 55,20 54,20 55,60 55,40 55,50 56,10 55,60 OPEP Gás Natural** 5,80 5,80 5,80 5,90 5,70 5,70 5,80 5,80 5,90 5,80 Fonte: Bloomberg (Brent e WTI), DES/BNA (Ramas angolanas). Oferta Global 89,70 90,00 90,30 90,80 90,10 91,10 90,90 … … … *EIA,U.S. Energy Information Administration (Estimativas 2014), 8 de Abril de 2014. Fonte: OPEP, Monthly Oil Market Report, 10 Julho de 2014 *Previsões realizadas pela OPEP para o Ano de 2014 e II, III e IV Trimestre de 2014 **Óleos não convencionais 57. O preço de referência da OPEP aumentou no II trimestre USD 3,16 (ou 2,97%) para os USD 107,89/barril, o valor mais elevado deste ano, tendo o seu valor médio anual sido de USD 105,30 barril. No mercado ICE , mercado de futuros e derivados, os preços do Brent (preço de referência para o petróleo angolano) e das Ramas angolanas subiram USD 4,20 (ou 3,90%) para os USD 111,97 por barril e USD 1,01 (ou 0,92%) para os USD 110,20 por barril, respectivamente, devido ao acentuar da tensão geopolítica no Médio Oriente e no Leste Europeu. No mercado Nymex, os preços do WTI valorizaram USD 4,66 (ou 4,64%), encontrando-se nos USD 105,15 por barril. Os futuros do petróleo estavam em forte alta, devido à tensão geopolítica que poderá interromper o fornecimento de petróleo, nomeadamente na Líbia (a produção da Líbia está abaixo de 0,20 Milhões de barris/dia em relação ao nível pré-guerra de 1,60 Milhões de barris/dia). Apesar disso, os mercados de petróleo bruto foram fornecidos adequamente. Estimativas* Variações 59. No dia 8 de Julho, a Agência de Informação sobre Energia (AIE) norte-americana elaborou uma nova estimativa, onde prevê que o preço do Brent alcance os USD 109,55 por barril em 2014 e os USD 104,92 por barril em 2015; e espera-se que o WTI atinja os USD 100,98 por barril em 2014 e os USD 95,17 por barril. Commodities Alimentares 60. No que respeita às commodities alimentares, pode-se visualizar no gráfico infra que o índice geral de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) foi em termos médios 206 pontos em Junho de 2014, situando-se 7,80 pontos (ou -3,66%) abaixo do valor de Março (213,80 pontos) e menos 5,96 pontos do que em Junho de 2013. A redução do índice geral de preços dos bens alimentares foi pressionada pela diminuição dos preços dos lacticínios (-11,93%), dos óleos vegetais (-7,76%) e dos cereais (-6,10%). No entanto, os índices de preços da carne e do açúcar obtiveram ganhos de 4,70% e 1,57%, respectivamente. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 20 Gráfico 9 - Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004) 300 250 Relações com o Exterior 210 64. Ao longo dos três meses, o Dólar norte-americano tem-se apreciado face às principais moedas internacionais, com os indicadores económicos a demonstrarem que os EUA já se encontram num ciclo de consolidação do crescimento, dada a perspectiva de alteração da política monetária. 200 Jun/14 Mercados Cambiais Internacionais 66. No II trimestre de 2014, o Euro e o Rand sul-africano depreciaram-se face ao Dólar norte-americano em 0,60% e 1,03%, respectivamente. Contrariamente, o Real brasileiro e o Renminbi chinês apreciaram-se face ao Dólar em 2,57% e 0,23%, respectivamente. Gráfico 10 - Mercado Cambial Internacional 0,82 6,35 USD/EUR 0,80 6,25 0,78 6,20 0,76 6,15 0,74 6,10 0,72 6,05 0,70 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 II Trim 2013 USD/BRL 2,30 211,5 209,8 206,0 -3,66% -0,10% -2,81% 1,80 8,00 Índice de preços da carne 186,6 180,0 179,7 182,17 181,82 185,5 190,4 192,8 194,2 4,70% 4,64% 8,08% Índice de preços dos lacticínios 258,8 253,5 246,2 267,66 275,38 268,5 251,5 238,9 236,5 -11,93% -10,47% -3,95% Índice de preços dos cereais 230,7 234,8 232,3 191,42 198,59 208,9 209,2 207,0 196,2 -6,10% 1,69% -15,56% Índice de preços do óleo 194,0 194,3 193,5 188,55 197,79 204,8 199,0 195,3 188,9 -7,76% -3,61% -2,36% Índice de preços do açúcar 252,6 250,1 242,6 221,65 235,36 254,0 249,9 259,3 258,0 1,57% 9,85% 6,37% II Trim 2013 Fonte: Bloomberg III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 30/06/14 30/05/14 30/04/14 31/03/14 28/02/14 31/01/14 I Trim 2014 30/06/14 213,8 30/05/14 208,60 30/04/14 203,21 31/03/14 211,9 28/02/14 214,6 30/06/14 216,9 30/05/14 Índice de preços dos bens alimentares 30/04/14 8,50 31/03/14 1,90 28/02/14 12 Meses 31/01/14 Acum. Anual 31/12/13 Trim 30/11/13 Jun-14 31/10/13 May-14 30/09/13 Apr-14 30/08/13 Mar-14 31/07/13 Feb-14 28/06/13 Jan-14 31/05/13 jun/13 30/04/13 mai/13 31/01/14 9,00 2,00 abr/13 Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union 31/12/13 9,50 31/12/13 Variações 30/11/13 10,00 2,20 II Trim 2014 II Trim 2014 USD/ZAR 11,00 30/11/13 I Trim 2014 I Trim 2014 10,50 2,10 II Trim 2013 IV Trim 2013 11,50 2,50 2,40 Alimentos III Trim 2013 31/10/13 30/06/14 30/05/14 30/04/14 31/03/14 28/02/14 31/01/14 31/12/13 30/11/13 31/10/13 30/09/13 30/08/13 31/07/13 28/06/13 31/05/13 30/04/13 6,00 II Trim 2013 Tabela 4 - Cálculo das Variações para as commodities alimentares USD/Renminbi 6,30 31/10/13 62. Paralelamente, o índice de preços dos óleos vegetais diminuiu, em reflexo das cotações mais baixas dos óleos de palma e soja. Os preços do óleo de palma caíram devido ao aumento da produção no Sudeste Asiático e à apreciação da moeda da Malásia. A queda do preço do óleo de soja foi causada pela melhoria das previsões de produção de soja. A queda dos preços do óleo resultou principalmente de uma melhoria nas disponibilidades globais de exportação e a perspectiva de uma produção record na União Europeia. As perspectivas do girassol e da oferta de óleo para 2014/15, também pesaram sobre o índice. Já a queda dos preços dos cereais foi causada principalmente por um enfraquecimento das cotações de trigo e milho, as quais caíram perto de 7,00%, um reflexo de uma melhoria nas perspectivas de cultivo mundial e preocupações decrescentes sobre a interrupção dos embarques da Ucrânia. 30/09/13 61. Especificamente, o índice de preços dos lacticínios diminuiu no II trimestre de 2014, após um período excepcionalmente elevado em 2013 e no início de 2014, afectado, sobretudo, por exportações limitadas no lado da oferta. O mercado dos produtos lácteos tem sido afectado pela diminuição da procura na China (o principal importador de leite em pó integral e o segundo maior importador de leite em pó desnatado) e na Rússia (o principal importador de manteiga). Além disso, nos últimos meses, as perspectivas de produção melhoraram no Hemisfério Norte e na Oceânia e, em geral, os consumidores estão a adquirir apenas para satisfazer as necessidades imediatas, na expectativa de que os preços caíssem ainda mais (cenário de deflação), e consequentemente, os preços médios das restantes commodities caíram no período em análise. 30/08/13 Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union 30/09/13 índice de preços dos cereais (eixo à direita) 31/07/13 índice de preços dos laticínios (eixo à direita) 65. O ambiente económico actual apresenta maior tranquildade e menor risco, o que tem permitido o retorno dos fluxos financeiros às economias emergentes. No entanto, as tensões entre a Rússia e a Ucrânia provocaram alguma instabilidade, sobretudo, com impacto nos fluxos de capitais da Rússia, com a imposição de sanções. Contudo, para 2014 são esperados menores fluxos comparativamente a 2013. Nesse sentido, segundo o Instituto Financeiro Internacional, as regiões mais afectadas serão a Europa de Leste e os BRICS. A instabilidade dos fluxos de capital é elevada, concentrando-se nos riscos geopolíticos e nas políticas monetárias dos principais bancos centrais, ao qual acresce as perspectivas de desaceleração da actividade económica na China e a possível instabilidade política associada a eleições a realizar nalguns países. 30/08/13 índice de preços da carne (eixo à direita) 28/06/13 índice de bens alimentares (eixo à esquerda) 31/07/13 II Trim 2014 31/05/13 Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 I Trim 2014 28/06/13 IV Trim 2013 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Ago/13 III Trim 2013 30/04/13 II Trim 2013 Jul/13 Jun/13 Mai/13 Abr/13 Mar/13 150 31/05/13 200 30/04/13 220 63. As preocupações com a oferta de petróleo provocaram uma subida nos preços do sector energético, enquanto o alívio das tensões na Ucrânia e a melhoria das condições meteorológicas pressionaram negativamente os preços agrícolas, sobretudo dos cereais. II Trim 2014 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 22 Tabela 5 - Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de Câmbio 67. Apesar das medidas adoptadas pelo BCE ao longo do II trimestre, o Euro depreciou-se face ao Dólar norteamericano para os 0,7305 USD/EUR, afectado pela expectativa de que o Dólar se torne mais forte até ao final do ano. Contudo, vários factores continuam a suportar o Euro, com destaque para os fluxos de capitais que continuam a fluir para a região dado o afastamento de cenário de ruptura e as apostas na convergência de taxas nos países periféricos. Mas este equilíbrio poderá sofrer alterações com a proximidade do primeiro leilão de operações direccionadas de refinanciamento de longo prazo (TLRO) por parte do BCE. II Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 Variações Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14 Trim. Acum. Anual 12 Meses Compra 95,805 95,928 96,086 97,371 97,359 97,368 97,392 97,416 97,336 -0,033% -0,040% 1,301% Venda 96,284 96,408 96,566 97,858 97,846 97,855 97,879 97,903 97,823 -0,033% -0,040% 1,302% Média 96,045 96,168 96,326 97,615 97,603 97,612 97,635 97,660 97,580 -0,033% -0,040% 1,302% Compra 95,532 95,581 95,864 97,830 97,237 97,214 98,512 99,621 98,605 1,430% 1,173% 2,859% Venda 99,194 99,231 99,375 100,007 100,243 100,369 100,501 100,461 100,493 0,123% 0,340% 1,125% Média 97,363 97,406 97,619 98,919 98,740 98,791 99,507 100,041 99,549 0,766% 0,751% 1,976% Compra 95,519 95,375 95,980 97,254 97,091 97,354 96,963 97,047 97,740 0,397% 0,223% 1,833% Venda 99,418 99,509 99,517 101,019 100,932 100,999 100,877 101,527 101,534 0,529% 0,599% 2,027% Média 97,468 97,442 97,749 99,137 99,012 99,176 98,920 99,287 99,637 0,464% 0,414% 1,932% Mercado Primário (Taxa Referência) 68. São referidos como factores causadores da depreciação do Rand sul-africano em relação ao Dólar norteamericano, a tensa situação laboral nos sectores mineiros e da indústria automóvel, as dificuldades registadas no fornecimento energético, o fraco investimento privado e a fragilidade da economia aos efeitos negativos da inflação elevada, tendo afectado também as moedas do Botswana, Namíbia, Lesoto e Suazilândia por fazerem parte da SACU. Neste contexto a Fitch reviu a previsão de crescimento do PIB do país, que agora deverá crescer 2,00% este ano, em vez dos 2,30% previstos. Bancos (Divisas) Bancos (Notas) 69. O movimento de apreciação do Real foi resultado do aumento do fluxo de entradas de divisas, após intervenções do BCB, além da revisão em baixa do PIB dos EUA. Contribuíram igualmente para essa tendência de subida, o aumento da taxa de referência “Selic”. Mercado Informal (Notas) 70. Perante os actuais desafios que a China enfrenta, aposta no mercado interno e reformas estruturais ao nível do sistema financeiro, para além da internacionalização, espera-se uma manutenção da estabilidade do câmbio e não do retorno à política de apreciação da moeda chinesa. Compra 104,167 102,833 102,000 102,333 102,333 102,333 105,667 112,833 113,667 11,075% 11,075% 11,438% Venda 107,167 106,750 105,500 107,000 106,333 106,500 112,833 122,167 120,000 12,676% 12,150% 13,744% Média 105,667 104,792 103,750 104,667 104,333 104,417 109,250 117,500 116,833 11,891% 11,624% 12,610% Compra 101,300 100,980 100,950 101,250 100,950 101,550 102,300 103,450 106,150 4,530% 5,833% 5,151% Venda 104,420 104,430 103,830 104,530 104,470 105,220 106,660 109,340 114,310 8,639% 10,402% 10,093% Média 102,860 102,705 102,390 102,890 102,710 103,385 104,480 106,395 110,230 6,621% 8,153% 7,657% Casas de Câmbio Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados Fonte: BNA/DMA/DSI/DES 71. No II trimestre de 2014, verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano em quase todos os mercados, à excepção do mercado primário (taxa de referência). *Informação obtida a partir do SSIF. * Até Março de 2013, as taxas do mercado secundário foram calculadas com base no método manual. 75. Entre Abril e Junho de 2014, o diferencial da taxa de câmbio do Kwanza face ao Dólar norte-americano, entre o mercado informal e o mercado secundário (notas), aumentou em todas as províncias mais de 10 p.p., com excepção da provínca de Benguela em que o diferencial subiu apenas 6,21 p.p. Se alargarmos o período de análise para os últimos 12 meses, observa-se que a província de Cabinda foi a que registou o maior diferencial (18,33%) e a província de Benguela foi a que apresentou o menor diferencial (5,87%). Novamente, o comportamento da taxa de câmbio AKZ/USD foi influenciado pela escassez de notas em USD no mercado e verificou-se um efeito irregular provocado pelo aumento na procura por Dólares norte-americanos para compras e outros pagamentos no exterior. 72.Particularmente, o mercado primário registou, no II trimestre de 2014, uma apreciação da moeda nacional (Kwanza) face ao Dólar norte-americano de 0,03%. Em termos acumulados desde o início do ano de 2014, o Kwanza registou uma ligeira apreciação de 0,04% em relação ao Dólar. Em tendência oposta, nos últimos 12 meses, isto é, de Junho do ano anterior a Junho do ano corrente, o Kwanza depreciou face ao Dólar 1,30%, em termos médios. 73. Nos balcões, o Kwanza depreciou-se face ao Dólar no II trimestre de 2014 em 0,77% (Divisas) e de 0,46% (Notas). Em termos acumulados e nos últimos 12 meses, a taxa de câmbio AKZ/USD depreciou-se em 0,75% e 1,98% (divisas) e 0,41% e 1,93% (notas), respectivamente. 74. Finalmente, no mercado informal e nas casas de câmbio (notas), a taxa de câmbio média do Kwanza face ao Dólar depreciou-se significativamente 11,89% e 6,62%, respectivamente, em termos trimestrais. Concomitantemente, verificaram-se depreciações desde o início do ano (11,62% e 8,15%, respectivamente) e nos últimos 12 meses (12,61% e 7,66%, respectivamente). Tabela 6 - Comportamento da taxa de câmbio Euro e Rand no Mercado Primário (Taxa Referência) II Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 Variações Taxas Médias Abr/13 Mai/13 Jun/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14 Trim. Acum. Anual 12 Meses KZ/EUR 124,212 124,438 125,941 133,602 132,583 134,386 132,556 133,281 134,328 134,947 132,973 132,986 -1,00% -1,05% 5,44% Compra … 124,438 125,632 133,279 132,257 134,056 132,240 132,953 133,998 134,615 132,651 132,659 -1,00% -1,05% 5,44% Venda … 125,041 126,250 133,926 132,909 134,717 132,872 133,609 134,658 135,278 133,295 133,313 -1,00% -1,05% 5,44% 10,624 9,768 9,637 9,824 9,525 9,306 8,731 9,059 9,214 9,227 9,352 9,193 -0,22% -1,22% -4,71% … 9,768 9,637 9,749 9,455 9,281 8,713 9,034 9,187 9,202 9,327 9,167 -0,21% -1,23% -5,00% … 9,814 9,637 9,898 9,596 9,332 8,749 9,084 9,241 9,253 9,378 9,220 -0,23% -1,21% -4,43% KZ/RAND Compra Venda Fonte: DES/BNA 76. Em termos de câmbios no mercado primário (taxa de referência), do Kwanza face ao Euro e ao Rand, foram registadas apreciações, em termos trimestrais, 1,00% e 0,22%, respectivamente. Apesar do período ter sido marcado por alguma volatilidade inicial derivada da alteração da Lei Cambial, a estabilidade cambial persiste, contribuindo de alguma forma para o controlo da inflação. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 24 Comércio Externo e Reservas Internacionais Tabela 8 - Peso das importações angolanas por país de origem 77. No II trimestre de 2014, as transacções com o exterior resultaram numa nova diminuição do saldo da conta de bens, embora em menor amplitude (menos 1,12% em comparação com o trimestre anterior), situando-se nos USD 9.702,18 Milhões. Esta quebra relaciona-se com um aumento superior das importações (6,84%) face às exportações (1,89%). No período em análise, o aumento considerável das importações poderá ser explicado pela importação de combustíveis, que passou de USD 209,9 Milhões (em Abril de 2014) para os USD 409,9 Milhões (em Junho de 2014). Por outro lado, observou-se aumentos na importação de mercadorias relacionados com a categoria Outros, nomeadamente em bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres, metais (ferro, aço, chumbo e estanho), instrumentos e aparelhos de óptica, e mobiliário. Países Portugal Bélgica China EUA Brasil África do Sul Emirados Árabes Unidos I Trim 2013 18,94% 6,11% 14,33% 5,34% 5,83% 3,92% 4,28% II Trim 2013 16,15% 5,67% 10,79% 4,49% 4,65% 4,43% 3,39% III Trim 2013 18,46% 5,60% 11,04% 5,50% 4,87% 4,52% 4,99% IV Trim 2013 18,25% 5,96% 11,04% 4,51% 4,57% 3,87% 4,32% I Trim 2014 16,51% 6,47% 11,81% 4,54% 4,44% 3,77% 5,64% II Trim 2014 19,19% 9,14% 13,70% 11,87% 4,99% 4,38% 6,85% Fonte: DES/BNA Tabela 7 - Saldo da Conta de Bens (Exportações vs Importações) 5.468,80 16.230,41 … … … 1.500,98 1.851,72 5.112,95 … … … Conta de Bens 11.920,53 3.345,51 4.154,88 3.617,08 11.117,46 … … … Exportações 15.777,26 4.902,32 5.639,93 5.533,66 16.075,91 1,89% 0,27% -0,95% Importações 5.965,45 1.880,79 2.234,44 2.258,50 6.373,73 6,84% -2,08% 24,66% Conta de Bens 9.811,81 3.021,53 3.405,49 3.275,16 9.702,18 -1,12% 1,88% -12,73% 2014 81. Em termos acumulados, desde o início do ano foram exportados 282,59 milhões de barris, estando 7,81% abaixo do volume registado face ao período homólogo. A redução da exportação de petróleo pode ser justificada pela desaceleração da produção como resultado de problemas técnicos em vários campos petrolíferos. Gráfico 12 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas Fonte: DES/BNA 78. No trimestre em análise, os países que mais se destacaram em termos de origem das importações foram os EUA com uma subida de 105,41% e a Bélgica com uma subida de 10,83%. As importações provenientes dos EUA subiram drasticamente, no seguimento da aquisição de novos aparelhos aéreos. A Boeing entregou em Maio de 2014 o primeiro avião 777-300 ER à TAAG no valor de Kz 500 milhões na sequência de uma encomenda de três aviões realizada em Março de 2011. Espera-se que a entrega do segundo e do terceiro avião ocorra em Dezembro de 2015 e Março de 2016, respectivamente. Gráfico 11 - Países de origem das importações 37.000,00 USD Milhões 35.000,00 33.000,00 31.000,00 29.000,00 27.000,00 25.000,00 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jan/14 Fev/14 500 II Trimestre 2013 Mil Milhões de USD 400 Reservas Brutas 31.438,40 5.655,86 1.760,25 32.115,89 5.105,75 5.219,97 32.355,92 17.140,50 2013 Exportações Importações 32.801,81 II Trim 31.988,98 Jun 32.646,41 Mai Var. 12 Meses 34.723,39 Abr Var. Acumulada 36.672,49 I Trim Var. Trimestral 35.390,69 Unidades: em milhões USD 80. No que respeita às exportações, no II trimestre de 2014, registou-se um ligeiro aumento de 1,89%, influenciado, sobretudo, pelas exportações de petróleo que aumentaram 3,97%, devido ao aumento das quantidades de petróleo bruto (2,35%) e da subida ligeira do seu preço (1,62%); e pelas exportações de diamantes que cresceram no trimestre 41,41%, dos quais 19,49% correspondiam a um aumento da quantidade exportada e os restantes 21,92% correspondiam a um aumento do preço médio (USD por quilate). Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14 I Trimestre 2014 II Trimestre 2014 Reservas Internacionais Líquidas 300 Fonte: DES/BNA 200 82. Em relação às Reservas Internacionais Líquidas (RIL) estas alcançaram os USD 29.574,07 Milhões em Junho de 2014, uma diminuição de 4,10% em relação a Março de 2014, representando 7,18 meses de importação. Em termos trimestrais, contribuíram para uma diminuição das RIL, a desaceleração da produção petrolífera. 100 III Trim 2013 PORTUGAL IV Trim 2013 BELGICA CHINA I Trim 2014 EUA BRASIL ÁFRICA DO SUL Jun/14 Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Ago/13 Jul/13 0 II Trim 2014 EMIRADOS ÁRABES Fonte: DES/BNA 79. Contudo, no II trimestre do ano, Portugal continuou a apresentar o maior peso das importações angolanas por país de origem, seguido da China e dos EUA, com 19,19%, 13,70% e 11,87%, respectivamente. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 26 Tabela 9 - Principais Rubricas dos Activos Externos II Trimestre 2013 Apr-13 I Trimestre 2014 May-13 Jun-13 Jan-14 II Trimestre 2014 Feb-14 Mar-14 Apr-14 May-14 Variações Jun-14 Trim Acum. Anual 12 Meses Milhões de Kwanzas Reservas Brutas 35.390,69 36.672,49 34.723,39 32.646,41 31.988,98 32.801,81 32.355,92 32.115,89 31.438,40 -4,16% -5,09% -9,46% Reservas Internacionais Líquidas 32.997,64 34.385,44 32.443,13 30.551,26 29.978,60 30.837,23 30.378,92 30.164,37 29.574,07 -4,10% -4,43% -8,84% Ouro 84.131,26 80.805,61 68.247,80 71.825,30 76.759,61 75.004,99 74.765,07 72.359,08 76.792,22 2,38% 10,53% 12,52% Disponibilidades 237.997,56 148.536,41 148.536,41 72847,42 132.994,73 69.758,03 73.330,03 159.916,94 175.870,48 152,12% 84,84% 18,40% 86.Consoante o que se pode verificar no quadro abaixo apresentado, na base da diminuição das estimativas para 2014 esteve, maioritariamente, a previsão de uma quebra considerável no crescimento do sector da Agricultura de 35,6 p.p. (de 42,3% para 6,7%). No entanto, a desaceleração acentuada do sector da Agricultura foi compensada em parte por acelerações nos sectores das Pescas e Derivados (+2,9p.p.) e Serviços Mercantis (+3,0p.p.). Tabela 10 - Taxas de Crescimento do PIB por Sectores de Actividade (%) Milhões de Kwanzas Aplicações 3.076.969,82 Obrigações de curto prazo -229.840,16 3.297.378,21 3.131.596,07 -219.940,94 -219.613,46 3.042.090,23 2.912.449,77 -204.516,67 -196.217,79 3.057.070,81 -191.766,00 3.010.986,30 -193.025,42 2.904.144,05 -190.584,14 2.815.080,27 -181.919,78 -7,92% -5,13% -8,27% -14,51% Taxas de Crescimento do PIB real (%) 2012 2013* 2014* 2014 (Rev1) 2014 (Rev2) 2014 (Rev3) 2015* -22,5 42,3 25,5 25,5 25,5 6,7 4,7 Pescas e derivados 9,7 2,4 8,5 8,5 8,5 5,3 5,4 Diamantes e outros 0,3 3,3 11,9 15,5 5,0 1,0 0,7 Petroleo 4,3 -0,9 4,0 -3,5 -3,5 -3,5 10,7 Indústria transformadora 14,0 8,6 8,6 8,6 8,6 8,6 8,8 Construção 11,7 8,1 8,0 8,0 8,0 8,0 10,5 Energia 10,4 34,4 32,1 32,1 32,1 32,1 34,9 Serviços mercantis 13,4 7,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 Outros 8,3 0,7 6,0 6,0 6,0 6,0 4,5 Agricultura -10,11% -17,16% Fonte: DES/BNA 83. Os últimos dados mostram que o rácio de cobertura das reservas cambiais atingiu os 7,18 meses de importação de bens e serviços em Junho de 2014, contra os rácios de 7,33, 7,39 e 7,48 meses de importações em Maio, Abril e Março, traduzindo-se numa queda trimestral de 0,31 meses (inferior à descida registada no trimestre anterior). Fonte: MinPlan O Estado da Economia Nacional 87. Os sectores cujas projecções são mais promissoras em 2014, em termos de crescimento, são: Energia (32,1%), Serviços Mercantis (10,0%) e Indústria Transformadora (8,6%) apesar do sector da Energia registar indícios de uma desaceleração em 2014 face a 2013 (de 34,4% para 32,1%). Os sectores da Agricultura, da Construção e das Pescas e derivados foram estimados com um crescimento médio de 6,6%. PIB 84. De acordo com o Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial (MPDT), as estimativas para o PIB de 2013 (6,8%), superam as de 2012 (5,2%), que poderá estar associado à expansão do sector não petrolífero, para o qual se estima uma taxa de crescimento de 10,9%, contra os 5,6% em 2012. Gráfico 13 – Taxas de Crescimento do PIB (%) 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 - 2,0 - 4,0 - 6,0 5,2 5,6 11,8 11,8 10,9 9,3 11,5 6,7 6,8 4,3 8,9 8,2 8,1 10,7 4,4 4,0 - 0,9 2012 6,9 2013* - 3,5 2014* PIB não petrolífero 2014 (Rev1) - 3,5 2014 (Rev2) PIB petrolífero - 3,5 2014 (Rev3) 2015* PIB pm Fonte: MinPlan 85. Relativamente às últimas projecções do PIB para 2014, face a 2013 estima-se um decréscimo de 2,4 p.p., passando de 6,8% para 4,4%, representando uma desaceleração de 2,4 p.p. 88. No caso do sector da energia, ainda se faz sentir o impacto da instalação de 570 megawatts (MW) de capacidade nas províncias de Luanda, Benguela, Namibe, Cunene, Kuando-Kubango, Luanda Norte e Huambo, no âmbito de um programa de reforço da produção de energia, com a construção de novas subestações pela Empresa de Distribuição de Electricidade (EDEL). 89. No que respeita aos serviços mercantis, as medidas administrativas em curso na organização e disciplina do exercício desta actividade, bem como a criação de infraestruturas de logística e da rede da distribuição (armazéns, mercados), deverão contribuir para o crescimento do sector. 90. O sector petrolífero é um dos sectores onde se projecta a maior contracção da taxa de crescimento (-3,5% em 2014) levando a uma produção média de 1,656 milhões de barris/dia. Os factores que poderão estar na base desse fraco desempenho do sector estão associados a restrições de produção devido a necessidades de manutenção e reparação por problemas mecânico-operacionais, tendo levado ao fecho de alguns poços em blocos específicos. 91. O Sector da Agricultura poderá crescer a uma taxa de 6,7%, contra os 25,5% previstos anteriormente, cujas justificações assentam no fraco desempenho em quase todas as fileiras (excepto as hortícolas), durante a 1ª época da campanha agrícola de 2014, devido ao comportamento irregular das quedas pluviométricas nos meses de Dezembro de 2013 e Janeiro de 2014 que afectou a produção . Contudo, espera-se um aumento da produção na 2ª época da campanha 2014/15, dado a uma maior probabilidade de quedas pluviométricas nos meses de Fevereiro, Março e Abril. 92. O Sector Diamantífero poderá crescer a uma taxa de 1%, abaixo dos 5% previstos na revisão anterior do PIB; os factores na base desse comportamento são: existência de minas paralisadas e outras em reabilitação. As minas que entraram em funcionamento são de pequena e média escala, cuja produção ainda se encontra em fase piloto. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 28 93. No que respeita ao Sector das Pescas as projecções foram revistas também em baixa, dos 8,5% para 5,3%, devido ao volume de capturas da pesca industrial e semi-industrial que representa 82% do total, que poderá crescer em apenas 5,2%, apesar dos níveis de captura da pesca artesanal continental ter apresentado uma variação bastante acentuada, durante o primeiro trimestre de 2014, em resultado da criação de cooperativas nas comunidades e melhor acompanhamento das mesmas. 94. A taxa acima referida, poderá estar associada ao crescimento esperado em todos os sectores da actividade económica, com especial destaque para os Sectores da energia (34,9%), petróleo (10,7%), construção (10,5%), serviços Mercantis (10,0%) e indústria (8,8%). Indústria Transformadora 98. Segundo os dados apurados no I trimestre de 2014, o indicador de confiança do sector de indústria transformadora demonstrou uma trajecória positiva na sua evolução em relação ao período homólogo e ao período anterior, tendo-se mantido acima da média. Contribuiu para esse comportamento a superação de algumas dificuldades das empresas do sector no desenvolvimento das suas actividades. Gráfico 15 – Indicador de Confiança para a Indústria Transformadora 20 95. Os principais factores que poderão influenciar a taxa de crescimento do sector petrolífero, para o ano de 2015, poderão ser justificados fundamentalmente pela entrada em funcionamento de novos campos. 18 15 Indicador de Clima Económico (I Trimestre de 2014) 97. Esta trajectória, deveu-se ao comportamento positivo de todos os sectores em análise, embora alguns se tenham situado abaixo das suas respectivas médias. Gráfico 14 – Indicador de Clima Económico 20 18 18 17 12 IV Trim. 2013 I Trim. 2014 5 96. O Indicador de Clima Económico calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mede o desempenho dos sectores da economia. A abordagem deste indicador cingir-se-á ao I trimestre de 2014, visto que esta estatística é divulgada pelo INE com um desfasamento trimestral. Este indicador contrariou o comportamento descendente do trimestre anterior, tendo também permanecido acima da média da série e evoluído positivamente em termos homólogos e trimestrais. 10 16 9 10 15 12 11 0 I Trim. 2013 II Trim. 2013 III Trim. 2013 IC Indústria Transf. Média Fonte: INE Construção 99. Relativamente aos resultados obtidos para o I trimestre de 2014, apesar do indicador de confiança da construção se encontrar abaixo da média do período em análise, o seu comportamento foi melhor quando comparado com o trimestre anterior. O comportamento favorável de todas as variáveis que compõem o indicador, em relação ao período, anterior estive na base de uma evolução menos negativa do indicador de confiança em relação ao período anterior. Gráfico 16 – Indicador de Confiança para o Sector da Construção 13 0 5 -10 0 I Trim. 2013 II Trim. 2013 III Trim. 2013 ICE IV Trim. 2013 I Trim. 2014 -20 Média Fonte: INE -25 -23 -26 -30 -30 -39 -40 -50 I Trim. 2013 II Trim. 2013 III Trim. 2013 IC Construção Fonte: INE IV Trim. 2013 Média I Trim. 2014 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 30 Comércio Turismo 100. Não obstante a tendência descendente do indicador, a conjuntura económica permaneceu favorável para as empresas com actividade no sector do comércio no I trimestre de 2014, mostrando uma trajectória crescente. Ainda assim, o indicador de confiança permanece abaixo da média. 102. O indicador de confiança do turismo continua favorável, tendo mantido o crescimento registado no trimestre anterior e evoluído positivamente em relação ao período homólogo, bem como superado a média do período em análise. Gráfico 17 – Indicador de Confiança para o Sector do Comércio 103. O comportamento positivo da perspectiva e da actividade actual das empresas do sector vem justificar o anteriormente constatado, de acordo com os dados acerca da produção actual, perspectivas de produção e de emprego. 23 25 20 24 Gráfico 19 – Indicador de Confiança para o Sector do Turismo 17 15 12 15 10 20 5 15 0 I Trim. 2013 II Trim. 2013 III Trim. 2013 IC Comércio IV Trim. 2013 16 12 10 I Trim. 2014 Média 18 5 Fonte: INE 0 Transportes 101. No I trimestre de 2014, verificou-se que o indicador de confiança no sector dos transportes evidenciou uma conjuntura económica favorável, pois apesar de se ter mantido abaixo da média da série, evoluiu positivamente em relação ao período anterior. Este comportamento deveu-se ao aumento das perspectivas da actividade e da perspectiva de emprego. Gráfico 18 – Indicador de Confiança para o Sector dos Transportes 50 45 -2 -1 I Trim. 2013 II Trim. 2013 -5 42 III Trim. 2013 IC Turismo IV Trim. 2013 I Trim. 2014 Média Fonte: INE Indústria Extractiva 104. A conjuntura económica do sector da indústria extractiva permaneceu favorável, tendo o indicador de confiança invertido o comportamento descendente do trimestre anterior, mas permanecendo abaixo da média. 42 105. O aumento da produção e das perspectivas de exportação justifica o comportamento favorável do sector. 40 33 35 27 30 21 25 Gráfico 20 – Indicador de Confiança para a Indústria Extractiva 20 15 35 10 30 5 31 25 25 0 I Trim. 2013 II Trim. 2013 III Trim. 2013 IV Trim. 2013 20 I Trim. 2014 15 IC Transportes 14 18 20 10 Média 5 0 I Trim. 2013 Fonte: INE II Trim. 2013 III Trim. 2013 IC Extractiva Fonte: INE IV Trim. 2013 Média I Trim. 2014 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 32 Inflação 110. As Classes 08-Comunicações e 10-Educação não registaram qualquer tipo de variação nos preços no II trimestre de 2014, e a classe 04-Habitação, Água, Elect., Gás e Combustível (0,50%) seguida da classe 01-Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas (1,40%) registaram as menores variações, durante o II trimestre de 2014. Índice de Preços no Consumidor de Luanda 106. A taxa de inflação teve uma evolução descendente, no II trimestre de 2014, em relação ao período anterior de 1,76% para 1,71%, retratando uma variação em relação ao trimestre anterior de -0,05 p.p. e, uma desaceleração face ao período homólogo em cerca de 0,40 p.p., de 2,11% para 1,71%. 107. Esta diminuição do nível do IPC no II trimestre de 2014 face ao trimestre anterior poderá ser justificada pela variação do índice geral de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) que foi em termos médios 206,0 pontos em Junho de 2014, situando-se abaixo do valor de Março (213,8 pontos), sobretudo impulsionado pela diminuição do índice de preços dos lacticínios (-11,93%) e do óleo (-7,76%). 111. A inflação homóloga tem evidenciado um percurso tendencialmente descendente, tendo registado uma queda de 9,19% para 6,89%, entre o II trimestre de 2013 e o II trimestre de 2014. 112. A referida desaceleração pode ser associada ao efeito positivo da redução de 5,9 pontos, nos preços mundiais dos produtos alimentares, tendo o seu índice geral passado de 211,9 pontos para 206,0 pontos, e das medidas do BNA destinadas a estabilizar a taxa de câmbio nominal do Kwanza face ao dólar. Gráfico 23 – Inflação Mensal e Homóloga 108. No que respeita aos meses que compõem o II trimestre de 2014, os mesmos registaram variações dos preços na ordem dos 0,51% em Abril, 0,62% em Maio e 0,57% em Junho. 1,20% 9,19% 6,89% 1,00% Gráfico 21 - Análise da Inflação Trimestral 0,80% 0,63% 0,57% 0,60% 2,50% 0,40% 2,11% 0,20% 1,00% Inflação Mensal jun/14 mai/14 abr/14 mar/14 fev/14 jan/14 dez/13 nov/13 out/13 1,50% set/13 0,00% jun/13 1,57% 1,71% ago/13 1,76% 1,68% jul/13 2,00% 10,00% 9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Inflação Homóloga Fonte: BNA 0,50% 113. Por sua vez, a inflação homóloga apresentou variações na ordem dos 7,22 % em Abril, 6,95% em Maio e 6,89% em Junho. 0,00% II Trim. 2013 III Trim. 2013 IV Trim. 2013 I Trim. 2014 II Trim. 2014 Fonte: DEE-BNA/INE Tabela 11 – Variação mensal, homóloga e acumulada do IPC 109. De acordo com a variação do IPC por classes, verifica-se que as classes 12-Bens e Serviços Diversos (3,76%), seguida de 05- Mobiliário, Equip. Dom. e Manutenção (3,04%) e da classe 03- Vestuário e Calçado (2,96%) registaram as maiores variações de preços no II trimestre de 2014. 2013 CLASSES Gráfico 22 - Contribuição da Classe 01 – Alimentação e Beb. Não-Alcoólicas no IPC de Luanda 6,00% 5,00% 3,06% 3,24% 3,44% 1,00% 3,55% 3,75% 4,01% 4,23% 4,41% 4,60% 4,70% 2,00% 4,82% 4,94% 3,00% 4,02% 4,00% Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas 14 Ju n/ 14 4 M ai/ r/1 Ab 4 M ar /1 14 Fe v/ 14 n/ Ja 3 z/1 De 13 v/ 3 No 3 t/1 Ou t/1 Se 13 o/ 3 Ag l/1 Ju Ju n/ 13 0,00% Fonte: DEE-BNA/INE II Trim. 2014 I Trim. II Trim. 01. ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS 2,44% 1,68% 1,40% 02. BEBIDAS ALCOÓLICAS E TABACO 1,63% 1,93% 2,72% 03. VESTUÁRIO E CALÇADO 2,23% 2,42% 2,96% 04. HABITAÇÃO, ÁGUA, ELECTR., GÁS E COMBUST. 1,95% 0,72% 0,50% 05. MOBILIARIO,EQUIP. DOMESTICO E MANUTENÇÃO 2,19% 3,02% 3,04% 06. SAÚDE 2,05% 1,65% 1,52% 07. TRANSPORTES 1,44% 0,36% 1,72% 08. COMUNICAÇÕES 0,00% 0,00% 0,00% 09. LAZER, RECREAÇAO E CULTURA 1,85% 3,01% 1,57% 10. EDUCAÇAO 0,00% 0,40% 0,00% 11. HOTÉIS,CAFÉS E RESTAURANTES 2,46% 2,34% 2,67% 12. BENS E SERVIÇOS DIVERSOS 2,36% 4,14% 3,76% Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 34 114. Relativamente ao período homólogo, a classe 12-Bens e Serviços Diversos foi a que obteve a maior variação positiva (de 2,36% para 3,76%), enquanto que, a classe 04 – Habitação, Água, Elect., Gás e Combustível foi a que registou o maior abrandamento (de 1,95% para 0,50%). 118. Por último, a subcategoria “Bens Alimentares Processados” registou no II trimestre de 2014, uma variação de 1,41%, valor inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 1,00 p.p. (2,41%), enquanto a subcategoria “Bens Alimentares Não Processados” registou uma variação de 1,41%, cifra também inferior à registada no seu período homólogo em 1,17 p.p. (2,59%). Tabela 12 – Variação do IPC Trimestral por Classes 2013 Variação Variação Mensal Homóloga Acumulada Mensal Homóloga Acumulada Jan. 0,61% 8,90% 0,61% 0,76% 7,84% 0,76% Fev. 0,82% 9,04% 1,44% 0,49% 7,48% 1,25% Mar. 0,66% 9,11% 2,11% 0,51% 7,32% 1,76% Abr. 0,60% 9,00% 2,72% 0,51% 7,22% 2,28% Mai. 0,87% 9,25% 3,62% 0,62% 6,95% 2,91% Jun. 0,63% 9,19% 4,27% 0,57% 6,89% 3,50% 0,52% 9,04% 4,81% 0,54% 8,97% 5,38% Set. 0,50% 8,93% 5,91% Out. 0,41% 8,38% 6,34% Nov. 0,52% 7,94% 6,89% 120. Das Classes que compõe o IPC, as que mais influenciaram o IPC de Luanda no II Trimestre de 2014 foram as Classes 03 – Vestuário e Calçado, 05 – Mobiliário, Equipamento doméstico e Manutenção, 11 – Hotéis, cafés e restaurantes e 12 – Bens e Serviços Diversos, conforme se pode constar no painel seguinte. Painel 2 – Contribuições no IPC de Luanda 0,80% 6,00% 5,00% 0,75% 5,00% 4,00% 0,70% 4,00% Fonte: DEE-BNA/INE 3,00% 0,65% 3,00% 2,00% 0,60% 2,00% Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria 1,00% 0,55% 1,00% 0,00% 0,50% 0,00% 7,69% 115. Consoante se pode verificar na tabela abaixo, a categoria de “Bens” registou uma variação de 1,85% no II trimestre de 2014, que corresponde a uma variação nula relativamente ao trimestre anterior (1,85%) e 0,52p.p. abaixo do II trimestre de 2013 (2,37%). Por sua vez, a categoria de “Serviços” registou uma variação de 1,34%, 0,14p.p. abaixo do registado nesse mesmo período homólogo (1,47%), e 0,18p.p. abaixo do trimestre anterior (1,52%). Linear (Classe 03 – Vestuário e Calçado (Eixo à Direita)) 6,00% 0,34% 6,00% 0,28% 0,00% Classe 01 - Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas 2014 2013 Alimentares Classe 11 - Hotéis, Cafés e Restaurantes (Eixo à Direita) Linear (Classe 11 - Hotéis, Cafés e Restaurantes (Eixo à Direita)) Outros Bens Não processados Processados II Trimestre 2,11 2,37 2,46 2,59 2,41 2,22 1,47 III Trimestre 1,57 1,86 1,65 1,43 1,74 2,22 0,84 IV Trim. 2013 1,69 1,92 1,76 1,37 1,92 2,19 1,07 I Trimestre 1,76 1,85 1,66 1,39 1,77 2,16 1,52 II Trimestre 1,71 1,85 1,41 1,41 1,41 2,58 1,34 Fonte: BNA/DEE 117. Relativamente à subcategoria “Bens Alimentares”, registou no trimestre em análise uma variação de 1,41%, valor inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 1,05 p.p. (2,46%), enquanto que a subcategoria “Outros Bens” registou uma variação de 2,58%, cifra superior à registada no trimestre anterior em 0,42 p.p. (2,16%). 0,90% 0,80% 0,70% 0,60% 0,50% 0,40% 0,30% 0,20% 0,10% 0,00% Ju n/ 13 0,00% Jun/14 Tabela 13 – Variação trimestral do IPC e das suas Categorias (classificação – BNA) Abr/14 1,00% Mai/14 0,29% Fev/14 1,00% Mar/14 2,00% Jan/14 0,30% Dez/13 2,00% Nov/13 3,00% Set/13 0,31% Out/13 3,00% Ago/13 4,00% Jul/13 0,32% Jun/13 0,33% 4,00% Serviços 0,00% Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas Classe 05 – Mobiliário, Equip. Dom. e Manut. (Eixo à Direita) Linear (Classe 05 – Mobiliário, Equip. Dom. e Manut. (Eixo à Direita)) 5,00% Bens 0,20% Classe 03 – Vestuário e Calçado (Eixo à Direita) 116. Em síntese, a notável desaceleração dos preços dos serviços no II trimestre de 2014 face ao trimestre anterior justifica a desaceleração da inflação nesse mesmo período de 1,76% para 1,71%, e a desaceleração do IPC face ao II trimestre de 2013 de 2,11% para 1,71% deve-se sobretudo à variação trimestral negativa sentida na classe de bens em 0,52p.p.. Inflação 0,40% Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas 5,00% Total 0,60% Ju 7,69% n/ 13 Ju l/1 Ag 3 o/ 1 Se 3 t/1 Ou 3 t/1 No 3 v/ 1 De 3 z/1 Ja 3 n/ 1 Fe 4 v/ 14 M ar /1 Ab 4 r/1 M 4 ai/ 1 Ju 4 n/ 14 0,75% Ju Dez. 0,80% n/ 1 Ju 3 l/1 Ag 3 o/ 1 Se 3 t/1 Ou 3 t/1 No 3 v/ 1 De 3 z/1 Ja 3 n/ 1 Fe 4 v/ M 14 ar /1 Ab 4 r/1 M 4 ai/ 1 Ju 4 n/ 14 6,00% l/1 Ag 3 o/ 1 Se 3 t/1 Ou 3 t/1 No 3 v/ 1 De 3 z/1 Ja 3 n/ 1 Fe 4 v/ 14 M ar /1 Ab 4 r/1 M 4 ai/ 1 Ju 4 n/ 14 Jul. Ago. Contribuição Ju Período 119. O que se conclui que a menor variação dos bens alimentares, no II trimestre de 2014 face ao trimestre anterior e ao II trimestre de 2013, é justificada pelo movimento dos bens alimentares processados. 2014 Classe 01 - Alimentação e bebidas não alcoólicas Classe 12 - Bens e Serviços Diversos (Eixo à Direita) Linear (Classe 12 - Bens e Serviços Diversos (Eixo à Direita)) 121. Relativamente às componentes do IPC, a categoria de “Bens” contribuiu para 78% do IPC, nomeadamente 0,02 p.p. abaixo do valor observado no seu período homólogo do ano passado (80%), e a categoria de “Serviços” contribuiu com 0,02 p.p. representando 22% da inflação, valor acima do registado no seu período homólogo do ano passado, 20%. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 36 Gráfico 24 – Variação trimestral do IPG Tabela 14 – Representatividade das Componentes do IPC Total 2,50% Inflação Bens Serviços Alimentares 2014 2013 II Trimestre 2,11 80% 2,00% Outros Bens Não processados Processados 30% 70% 65% 35% 2,08% 1,86% 1,56% 20% III Trimestre 1,57 85% 55% 25% 75% 45% 15% IV Trimestre 1,69 82% 57% 22% 77% 43% 18% I Trimestre 1,76 76% 56% 24% 76% 44% 24% II Trimestre 1,71 78% 47% 29% 71% 53% 22% 1,27% 1,50% 1,25% 1,00% 0,50% 0,00% Fonte: BNA/DEE II Trim. 2013 122. A subcategoria “Bens Alimentares” da categoria “Bens” registou, neste período, uma contribuição de 0,87 p.p. representando 47% da contribuição da categoria bens, enquanto a subcategoria “Outros Bens” registou 0,98p.p. representando 53%. 123. Por último, relativamente à subcategoria de “Bens Alimentares Processados” destacou-se com uma contribuição de 1,00 p.p. na inflação dos “Bens alimentares” representando 71% comparativamente aos 0,40 p.p. dos “Bens Alimentares Não Processados” representando 29%. III Trim. 2013 IV Trim. 2013 I Trim. 2014 Fonte: DEE-BNA/INE 126. Como pode ser observado na tabela abaixo, no II trimestre de 2014, a variação dos preços dos produtos nacionais foi de 1,78%, superior à registada para os produtos importados em 0,68 p.p. e inferior à verificada no I trimestre de 2014 (1,97%). Tabela 16 – Variação no IV Trimestre por secções dos Produtos Nacionais e Importados I Trim. 2014 Tabela 15 - Contribuição trimestral das categorias, subcategorias e grupos do IPC (classificação INE - BNA) Total Inflação Bens Serviços Alimentares Outros Bens Não processados Processados II Trim. 2014 Secção II Trim. 2014 ∆% Prod. Nacionais ∆% Prod. Importados ∆% Prod. Nacionais ∆% Prod. Importados Agric. Prod. Animal, Caça e Silvicultura 2,03% 1,69% Pescas 2,95% 1,07% 1,88% Indústria Transformadora 1,85% 1,06% 2,22% 1,07% Total 1,97% 1,09% 1,78% 1,10% 3,03% Fonte: DEE-BNA/INE 1,69 1,53 0,74 1,71 0,83 0,42 1,33 1,03 0,41 1,24 0,83 0,24 1,69 1,38 1,09 0,39 1,36 0,82 0,30 2013 2,11 1,57 IV Trimestre I Trimestre 1,76 1,33 1,03 0,40 1,26 0,81 0,43 2014 II Trimestre III Trimestre II Trimestre 1,71 1,33 0,87 0,40 1,00 0,98 0,37 127. Para os produtos nacionais, o sector das Pescas foi o que registou uma maior variação, com 3,03%. Enquanto para os produtos importados foi a secção Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura com 1,88%. Gráfico 25 – Variações mensais do IPC e do IPG Fonte: BNA/DEE 124. Em conclusão, de facto a classe de bens é a que mais justificou a variação descendente verificada no IPC no II trimestre de 2014 face ao II trimestre de 2013, dada a sua elevada representatividade no IPC. 1,20 1,00 0,63 0,57 0,60 Índice de Preços no Grossista de Luanda 0,40 125. Conforme se pode observar graficamente, o índice de preços no grossista teve o registo de uma variação trimestral na ordem dos 1,25%, no II trimestre de 2014, o que corresponde a uma evolução descendente de 0,32 p.p. comparativamente ao mesmo trimestre do ano de 2013 (1,56%) e a um decréscimo na ordem dos 0,03 p.p. face ao trimestre anterior (1,27%). 0,00 0,41 0,20 Fonte: DEE-BNA / INE IPG IPC Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Ago/13 Jul/13 Jun/13 0,27 Jun/14 % 0,80 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 38 128. Numa análise trimestral, a variação do IPC está em linha com a variação do IPG em períodos anteriores, conforme sugere a teoria económica, ceteris paribus. 2014.(ver gráfico acima) Transportes, com 0,66%. Conclui-se que o abrandamento entre a variação do IPC de Março de 2014 (0,19%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,13%) se deve ao comportamento da classe 01- Alimentação e Bebidas não Alcoólicas (de 0,34% para 0,03%). Índice de Preços no Consumidor – Outras Províncias 136. O Índice de Preços no Consumidor da província de Cunene registou uma variação de 0,11%, durante o período de Fevereiro a Março de 2014. As classes que apresentaram maior variação foram as classes 06Saúde, com 0,82%, influenciada pela subida de preços dos produtos “Amoxicilina” com 3,23%, “Metranidazol” e “Paracetamol” com 2,33% cada e “Ibucape” com 1,27%; e a classe 05- Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção, com 0,43%, influenciada pela subida dos produtos “Lençol de casal” com 3,35%, ”Panela” com 2,90% e “Cama de casal” com 2,71%. Por sua vez, a classe 06- Saúde foi a que registou o maior aumento de preços (0,96%) seguida da classe 05- Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção, com 0,28%, que justifica a variação do IPC (0,15%), durante o período de Maio a Junho de 2014. Por último, o aumento registado na variação do IPC de Março de 2014 (0,11%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,15%) foi justificado pela classe 06- Saúde, com uma variação do IPC de Março de 0,82% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,96%. 129. Em Março de 2014, o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu início à digulgação dos resultados das variações mensais do Índice de Preços no Consumidor das províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Cunene, Huíla, Huambo e Namibe, com o ano base de Dezembro de 2011. 130. De acordo com os referidos dados, expressos na tabela abaixo, no II trimestre, a província do Namibe (1,16%) foi a que registou maior inflação no trimestre, enquanto que Cabinda registou a menor inflação (0,37%). Tabela 17 - Variações mensais do IPC por Província Províncias Abr/14 Mai/14 Jun/14 II Trim 2014 Benguela 0,24% 0,19% 0,25% 0,68% Cabinda 0,15% 0,09% 0,13% 0,37% Cunene 0,12% 0,16% 0,15% 0,43% Huambo 0,25% 0,37% 0,43% 1,05% Huíla 0,26% 0,38% 0,34% 0,98% Namibe 0,23% 0,44% 0,49% 1,16% Fonte: DEE-BNA/INE 131. De acordo com a tabela acima, é de notar um abrandamento da variação mensal do IPC na província de Cabinda de 0,19% para 0,13%, entre Março e Junho de 2014, respectivamente. 132. Contudo, esta teve um comportamento contrário nas províncias de Benguela, Cunene, Huíla e Namibe, onde ocorreu um aumento da inflação: em Benguela acelerou de 0,07% para 0,25%, no Cunene acelerou de 0,11% para 0,15%, em Huíla acelerou de 0,08% para 0,34% e, no Namibe acelerou de 0,21% para 0,49%. 133. Huambo foi a única província onde a variação mensal do IPC se manteve, entre Março e Junho de 2014 (0,43%). 134. O Índice de Preços no Consumidor da província de Benguela registou uma variação de 0,07%, durante o período de Fevereiro a Março de 2014, cujas classes que apresentaram uma maior variação foram a Classe 01- Alimentação e Bebidas não Alcoólicas com 0,16%, influenciada principalmente pela subida dos preços dos produtos “Beringela” com 1,95%, “Laranja” com 1,90% e “Coxas de frango” com 1,30%; e a Classe 02- Bebidas Alcoólicas e Tabaco com 0,07%, influenciada pela subida dos produtos “Amarula” com 0,27% e “Cerveja nacional” com 0,21%. No entanto, durante o período de Maio a Junho de 2014, a variação do IPC (0,25%) foi justificado pelas variações das classes- 12 Bens e Serviços Diversos, com 0,93%, seguida da classe 06- Saúde, com 0,46%. Para além disso, constata-se que o aumento registado na variação do IPC de Março de 2014 (0,07%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,25%) foi justificado pela classe 12- Bens e Serviços Diversos, com uma variação do IPC de Março de 0,02% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,93%. 135. No que respeita a Cabinda, o IPC registou uma variação de 0,19%, durante o período de Fevereiro a Março de 2014, cujas classes que apresentaram uma maior variação foram a Classe 01- Alimentação e Bebidas não Alcoólicas, com 0,34%, influenciada sobretudo pela subida dos preços dos produtos “Açúcar branco” com 1,82% “Frango congelado” e “Coxas de frango” com 1,60% cada e “Chouriço” com 0,54%; e a classe 11Hotéis, Cafés e Restaurantes, com 0,09%, influenciada pela subida do produto “Arroz com peixe” com 3,09%. Contudo, durante o período de Maio a Junho de 2014, a variação do IPC (0,13%) foi justificado pelas variações das classes 06- Saúde, com 0,72%. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados na classe 07- 137. No que concerne à província de Huambo, o IPC registou uma variação de 0,43%, durante o período de Fevereiro a Março de 2014, justificada pela variação das classes 08- Comunicações, com 0,88%, influenciada pela subida de preço do “Telefone fixo” com 3,87%; e pela variação da classe 07- Transportes, com 0,83%, influenciada pela subida do produto “Motorizada” com 1,83%. Todavia, a classe 06- Saúde foi a que registou o maior aumento de preços (1,58%) seguida da classe 07- Transportes, com 0,88%, durante o período de Maio a Junho de 2014, que justifica a variação do IPC (0,43%). 138. O Índice de Preços no Consumidor da província de Huíla registou uma variação de 0,08%, durante o período de Fevereiro a Março de 2014, influenciada pelas classes que registaram maior aumento do nível geral de preços, nomeadamente: a classe 02- Bebidas Alcoólicas e Tabaco, com 1,16%, influenciada pelo aumento de preço de “Cerveja importada” com 3,02%; e a classe 03- Vestuário e Calçado, com 0,91%, influenciada pela subida do preço de “Calças para senhora” com 2,58%. A classe 12- Bens e Serviços Diversos foi a que registou o maior aumento de preços (0,87%) e a classe 03- Vestuário e Calçado, com 0,86%, que justifica a variação do IPC (0,34%), durante o período de Maio a Junho de 2014. Por fim, a incremento registado na variação do IPC de Março de 2014 (0,08%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,34%) foi justificado sobretudo pela classe 07Transportes, com uma variação do IPC de Março de 0% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,59%. 139. Por último, o Índice de Preços no Consumidor da província de Namibe registou uma variação de 0,21%, durante o período de Fevereiro a Março de 2014, cujas classes que registaram maior aumento do nível geral de preços foram a classe 06- Saúde, com 0,81%, %, influenciada pela subida dos produtos “Paracetamol” com 3,77%, “Despesas em clinicas privadas” com 2,43% e “Consulta médica” com 1,34%; e a classe 12- Bens e Serviços Diversos, com 0,80%, influenciada pela subida dos produtos “Corte de cabelo para homem” com 3,59%, “Papel higiénico” com 2,98% e “Serviço de cabeleireiro para senhora” com 2,66%. Mas, a classe 03Vestuário e Calçado foi a que registou o maior aumento de preços com 0,87%, onde se destacam também os aumentos dos preços verificados na classe 07- Transportes, com 0,78%, que justifica a variação do IPC (0,49%), durante o período de Maio a Junho de 2014. Em última conclusão, o aumento registado na variação do IPC de Março de 2014 (0,21%) e a variação do IPC de Junho de 2014 (0,49%) foi justificado pela classe 03- Vestuário e Calçado, com uma variação do IPC de Março de 0,03% para uma variação do IPC de Junho em torno dos 0,87%. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 40 Previsão da Inflação Riscos Externos: 140. As perspectivas de evolução futura do nível de inflação do III trimestre de 2014 encontram-se num intervalo de 1,37% a 1,81%, situando-se a previsão central em 1,59%, conforme se pode constatar graficamente. Esta prevsão central é inferior em 0,12 p.p. face à inflação acumulada registada no período anterior, e 0,01 p.p. superior ao observado no período homólogo do ano passado (1,57%). Gráfico 26 – Previsão da Inflação Acumulada 1. Volatilidade da taxa de câmbio no trimestre, resultante de uma maior necessidade de divisas para liquidação das importações; 2. O possível aumento de preço de algumas commodities alimentares e a pressão moderada e crescente dos preços externos sobre os preços internos. Riscos Internos: 2,50% 1. Provável expansão dos Meios de pagamentos e da Base Monetária em Moeda Nacional; 2. Factores estruturais relacionados com a cadeia de distribuição e importação de alimentos e outros bens; 3. Riscos climatéricos. 2,00% Políticas Macroeconómicas 1,50% 1,00% II Trim. 2013 Política Fiscal III Trim. 2013 IV Trim. 2013 Limite Inferior Fonte: BNA/DEE I Trim. 2014 Inflação Observada II Trim. 2014 III Trim. 2014 (Previsão) Limite Superior 141. Para o nível de inflação homóloga prevê-se um intervalo de 7,14% a 6,68%, cuja previsão central corresponde a 6,91%, sendo superior ao observado no período anterior em 0,01 p.p. (6,89%) e inferior ao seu período homólogo do ano passado em 2,02 p.p. (8,93%). Gráfico 27 – Previsão da Inflação Homóloga 144. A Programação Financeira Trimestral (PFT) para o II trimestre de 2014 foi executada na base do desempenho dos seguintes pressupostos: as exportações de petróleo atingiram uma média de 148,43 Milhões de barris/ dia (5,2% abaixo do programado), o preço médio do petróleo situou-se nos USD 106,43 barril (1,50% acima do programado), e a taxa de câmbio média foi de Kz/USD 97,53 (apresentando um desvio de -0,2% face ao programado). Receitas Tabela 18 - Receitas Previstas e Realizadas - Informação Preliminar 11,00% (em Milhões de Kwanzas) II Trim. 2013 Prog. 10,00% Receitas de Exercícios Anteriores 7,00% Fonte: BNA/DEE Limite Inferior IV Trim. 2013 I Trim. 2014 Inflação Observada II Trim. 2014 III Trim. 2014 (Previsão) Limite Superior 142. Os pressupostos que serviram de base para justificar a previsão da inflação foram os que se seguem: • Evolução da taxa de câmbio; • Programação Macro-Fiscal; • Efeito do IPG desfasado em quatro períodos; • Efeito Sazonal; • Tendência assumida pela inflação. 143. Contudo, existem alguns riscos associados às previsões da inflação, propensos a influenciar a volatilidade em torno dos limites definidos: % Exec. Prog. Exec. % Exec. - - - - - - 50.000,00 - - 240.000,00 210.000,00 87,50% 219.334,26 163.197,71 74,41% 260.207,27 99.622,68 38,29% 486.108,64 187.526,96 38,58% 371.945,45 175.919,78 47,30% Receitas do Exercício 1.127.114,77 1.171.171,50 103,91% 1.222.278,52 956.394,85 78,25% 1.197.972,49 935.923,83 78,13% Receitas Correntes 1.126.607,77 1.170.943,28 103,94% 1.221.199,52 955.964,98 78,28% 1.196.746,49 935.770,88 78,19% Petrolíferas 894.954,77 924.085,94 103,26% 879.559,52 701.471,78 79,75% 801.424,49 630.063,36 78,62% Não petrolíferas 231.652,00 246.857,34 106,56% 341.640,00 254.493,20 74,49% 395.322,00 305.707,53 77,33% 507,00 228,22 45,01% 1.079,00 429,87 39,84% 1.226,00 152,94 12,48% 184.584,78 162.375,43 87,97% 170.920,94 3.075,55 1,80% 177.695,55 12.706,06 7,15% Total das Receitas 1.437.322,05 1.270.794,18 88,41% 1.948.387,16 1.353.921,81 69,49% 1.789.252,20 1.275.041,32 71,26% Total das Receitas Líquidas 1.252.737,27 1.108.418,75 88,48% 1.777.466,22 1.350.846,26 76,00% 1.611.556,65 1.262.335,26 78,33% Receitas Consignadas III Trim. 2013 II Trim. 2014 Exec. - Receitas de Capital 6,00% II Trim. 2013 Prog. - Desembolsos de Financiamentos 8,00% % Exec. - Saldos L. Acum. No Exerc. Anterior 9,00% I Trim. 2014 Exec. Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 145. Do Total das Receitas, que somou Kz 1.275.041,32 Milhões (com uma taxa de execução de 71,26%), 73% correspondem a Receitas do Exercício, 14% dizem respeito a Desembolsos de Financiamentos e 13% a Saldos Livres Acumulados no Período Anterior. Esta rubrica (total de receitas) contraiu 5,83% em relação ao trimestre anterior, e expandiu ligeiramente em cerca de 0,33% face ao mesmo período de 2013. A contracção face ao trimestre anterior deveu-se essencialmente à redução registada nas Receitas Petrolíferas e à fraca execução da rubrica Desembolsos de Financiamentos, como será analisado mais adiante. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 42 Gráfico 28 - Receitas Totais 150. O peso das Receitas Petrolíferas continua a ser relevante na estrutura das receitas fiscais, apesar de se registarem taxas de variação negativas nos últimos tempos. Estas receitas, equivalem, no trimestre em análise, a 67,33% do total das Receitas Correntes e a 67,32% das Receitas do Exercício. As Receitas provenientes do Sector Petrolífero apresentam uma execução de 78,62% face ao programado para o trimestre, tendo registado uma diminuição de 31,82% em termos homólogos e de 10,18% face ao trimestre anterior. As operações realizadas pela Sonangol, incluíndo os serviços da Concessionária, atingiram os Kz 333.716,44 milhões, acrescidos de saldos transferidos das Escrow Accounts num total de Kz 52.107,07 milhões. Os pagamentos de impostos relativos a outras companhias representam 39% da receita petrolífera num montante de Kz 244.239,84 milhões. Kz Milhões 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 - II Trim. 2013 I Trim. 2014 Receitas Programadas II Trim. 2014 Receitas Executadas Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 146. Com a consignação de receitas no valor executado de Kz 12.706,06 Milhões (que assumiu uma variação negativa de 92,17% face ao mesmo período de 2013, e uma positiva de 313,13% face ao trimestre precedente), as Disponibilidades Líquidas somaram o valor de Kz 1.262.335,26 Milhões sendo de notar, por um lado, uma contracção de 6,55% face ao trimestre anterior e, por outro, uma expansão de 13,89% comparativamente ao período homólogo de 2013. 147. Os Desembolsos de Financiamentos, apesar de terem registado uma taxa de execução de 47,30% face ao programado (Kz 175.919,78 Milhões), apresentam um crescimento significativo de 76,59% em relação ao período homólogo de 2013, tendo no entanto registado uma contracção de 6,19% face ao trimestre anterior. Contribuíram para essa variação homóloga, os Desembolsos de Financiamento Interno com 83,26% (Kz 146.477,04 milhões), para financiamento das despesas do OGE 2014 e Desembolsos de Financiamento Externo com 16,74% (Kz 29.442,73 milhões), onde grande parte dos fluxos está associada à Linha de Crédito “DB Espanha”, com projectos adstritos à Angola Telecom e ao MININT. 151. No trimestre em análise, as Receitas Não petrolíferas expandiram 23,84% face ao mesmo período do ano passado e 20,12% face ao trimestre anterior. A sua taxa de execução foi de 77,33% face à PFT. Denota-se, assim, os efeitos positivos no âmbito do projecto da Reforma Tributáriae à introdução da Nova Pauta Aduaneira. Face a estes resultados, o peso da Receita Não petrolífera atingiu cerca de 32,67% das Receitas Correntes e cerca de 23,97% da Receita Total, contra os 18,79% do trimestre precedente, muito embora se deva considerar a desaceleração da Receita fiscal Petrolífera que ocorreu em paralelo. 152. Cerca de 86% das Receitas Não petrolíferas correspondem a Outros Impostos, que incorporam impostos sobre os rendimentos auferidos pelos cidadãos e pelas empresas, e impostos sobre o consumo (que representam 42% dos Outros impostos). Ainda sobre as Receitas Não petrolíferas, a receita referente ao Comércio Externo executou em cerca de 80%, tendo sofrido um aumento de 40% face ao mesmo período de 2013. Os impostos com importação tiveram um papel importante no desempenho da categoria com um incremento de cerca de 11% em relação ao período homólogo de 2013. Gráfico 30 - Estrutura das Receitas Correntes II Trim. 2014 148. Tendo em conta os factores que levaram aos resultados apurados no II Trimestre de 2014, a Receita do Exercício ascendeu a Kz 935.923,83 Milhões, correspondendo a uma execução de 78,13% face ao programado para o trimestre em análise. Em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2013, registaram-se contracções na ordem dos 2,14% e dos 20,09%, respectivamente. I Trim. 2014 II Trim. 2013 149. As Receitas Correntes continuam a representar maior peso na estrutura das Receitas Totais (conforme se pode verificar no gráfico seguinte), atingindo um peso de cerca de 99% e um grau de execução de 78,19%, tendo as mesmas contraído cerca de 2,11% face ao trimestre anterior. No entanto, as Receitas de Capital mantiveram o seu peso comparativamente ao período homólogo de 2013 e apresentaram uma ligeira variação negativa de 2p.p. quando comparadas ao trimestre anterior. Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 Gráfico 29 - Estrutura das Receitas Totais Despesas II Trim. 2014 99,98% 0,02% I Trim. 2014 99,96% 0,04% II Trim. 2013 99,98% 0,02% 0,00% 10,00% Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 20,00% 30,00% 40,00% Correntes 50,00% Capital 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 67,33% 32,67% 73,38% 26,62% 78,92% 21,08% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% Petrolíferas Não Petrolíferas 153. O Fluxo Total da Despesa no período foi programado em cerca de Kz 1.709.103,92 Milhões, dos quais executaram Kz 1.277.071,74 Milhões, o que corresponde a uma taxa de 74,72%. Do total executado, Kz 1.042.656,72 Milhões correspondem a Despesas do Período, Kz 190.705,88 Milhões referentes a Períodos anteriores e Kz 43.709,13 Milhões referentes a despesas transitadas (restos a pagar), que conseguiram taxas de execução na ordem dos 71,09%, 113,26% e 59,04%, respectivamente. Quando comparado com o trimestre anterior, o Fluxo Total da Despesa contraiu 8,71%, com as Despesas Correntes a justificarem grande parte desta contracção. Face ao período homólogo, verificou-se uma expansão de 12,29%, devido ao incremento das Despesas do Período anterior e do Serviço da Dívida. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 44 Despesas Correntes % Exec. Prog. Exec. % Exec. Prog. Exec. % Exec. - 6.332,00 - - - - 168.373,00 190.705,88 1.425.861,54 1.131.010,77 79,32% 1.607.495,20 1.187.156,22 73,85% 1.466.701,48 1.042.656,72 113,26% 71,09% 719.967,71 708.219,61 98,37% 873.768,98 753.691,56 86,26% 779.887,98 619.664,53 79,46% Despesas de Capital 493.086,03 271.420,82 55,05% 591.257,47 275.278,18 46,56% 429.183,40 184.406,89 42,97% Serviço da Dívida 212.807,80 151.370,37 71,13% 142.468,75 158.186,48 111,03% 257.630,10 238.585,31 92,61% Total das Despesas 1.425.861,54 1.137.342,80 79,77% 1.807.594,02 1.398.878,05 77,39% 1.709.103,92 1.277.071,74 74,72% Saldo do Exercício -173.124,27 -28.924,01 16,71% -30.127,80 -48.031,79 159,43% -97.547,27 -14.736,48 15,11% 173.124,26 28.999,38 16,75% 65.618,18 66.415,35 101,21% 98.427,28 14.736,48 14,97% Cobertura do Défice do Período Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 155. Como se pode verificar no gráfico seguinte, a componente que no II trimestre de 2014 mais contribuiu no Total das Despesas continua a ser a relativa às Despesas Correntes que, todavia com um peso sobre as Despesas Totais menor, quer comparativamente ao trimestre anterior, como ao trimestre homólogo de 2013. As Despesas Correntes diminuíram em 17,78% e 12,50% relativamente ao I Trimestre de 2014 e ao II Trimestre de 2013, respectivamente. As Despesas de Capital, por sua vez, representam 17,69% do total das despesas, peso que foi ultrapassado pelos 22,88% referentes ao Serviço da Dívida. Gráfico 31 - Estrutura das Despesas Totais 13% Despesas Correntes II Trim. 2013 Despesas de Capital 64% I Trim. 2014 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Outras Despesas de Capital Aplicações em Activos Financeiros Transferência de Capital Investimentos Públicos 18% I Trim. 2014 II Trim. 2014 Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 23% 23% 63% Gráfico 32 - Estrutura das Despesas Correntes II Trim. 2013 13% 24% 159. O aumento das Despesas com Pessoal face ao trimestre anterior pode estar relacionado com o aumento salarial observado no mês de Junho, na ordem dos 8%. Todas as restantes têm mantido a tendência decrescente registada em trimestres anteriores. Executado Despesas do Período Anterior Despesas do Período Exec. II Trim. 2014 Programado Prog. I Trim. 2014 Executado II Trim. 2013 Programado (em Milhões de Kwanzas) Executado Tabela 19 - Despesas Previstas e Realizadas - Informação Preliminar 158. Como já visto anteriormente, as Despesas Correntes continuam a representar a maior componente das Despesas Totais, apesar de terem diminuído. A taxa de execução no trimestre em análise foi de 79,46%. Das sub-rubricas que a compõe, as Despesas com Pessoal continuam a representar a maior parcela, contando com uma participação de 46,59%. Seguem-se os Subsídios com 27,88%, as Despesas em Bens e Serviços com 19,49% e, por fim, as Transferências Correntes com 6,04%. Destas quatro sub-rubricas, apenas as Despesas com Pessoal registaram aumentos tanto em relação ao trimestre anterior (3,38%) como ao trimestre homólogo de 2013 (16,07%). Programado 154. Já as Despesas do Período alcançaram um nível de execução de 71,09%, tendo atingido os Kz 1.042.656,72 Milhões, sendo este um valor mais baixo do que os registados para a mesma rubrica no trimestre anterior, que foi de Kz 1.187.156,22 Milhões e no mesmo trimestre do ano passado, calculado em Kz 1.131.010,77 Milhões. A Tabela 19 apresenta uma síntese dos principais resultados em termos de programação e execução das Despesas. 59% Serviço da Dívida II Trim. 2014 Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 156. O peso do Serviço da Dívida nas Despesas do período sofreu um incremento de 10 p.p. face ao trimestre anterior e ao trimestre homólogo de 2013, conforme é visível no gráfico acima. A sua taxa de execução foi de 92,61%. A componente de Juros, especificamente Juros da Dívida Interna, obteve uma performance acima do programado, ao somar uma taxa de execução de 103,02%, mas foi na rubrica de Juros da Dívida Externa que se verificou uma taxa de execução mais elevada, calculada em 114,00%. No total, foram pagos Juros num montante de Kz 40.577,05 Milhões. 157. No que à rubrica de Amortização diz respeito, os registos apontam uma execução de 88,43% e um total executado de Kz 198.008,26 Milhões, dos quais Kz 143.664,16 Milhões afectos à amortização da Dívida Interna (tendo executado 81,25% do programado) e o diferencial de Kz 54.344,10 Milhões são referentes a amortização da Dívida Externa (superando o valor programado em 15,39 p.p.). A rubrica Serviço da Dívida registou uma expansão de 50,83% face ao trimestre anterior, justificada principalmente devido ao aumento de 54,46% na rubrica Amortização da Dívida Interna. 160. As Despesas de Capital, conforme já verificado, continuam a registar contracções tanto a nível homólogo (32,06%) como a nível trimestral (33,01%). As rubricas que mais influenciaram esta redução a nível trimestal foram o PIP Sectorial, que reduziu Kz 43.107,33 Milhões e o PIP Provincial com uma redução na ordem dos Kz 21.036,77 Milhões, em termos absolutos. 161. No trimestre em análise, as Despesas de Capital registaram uma taxa de execução de apenas 42,97%, tendo executado um valor absoluto de Kz 184.406,89 Milhões face ao programado de Kz 429.183,40 Milhões. As rubricas que mais contribuíram para esta taxa de execução foram a referente aos Investimentos Públicos, conforme se verá em detalhe mais adiante, que executou em cerca de Kz 154.850,28 Milhões a uma taxa de 51,20% face ao programado e a rubrica Outras Despesas de Capital, que apresentou uma taxa de execução de 19,01%, para um valor executado de Kz 18.853,44 Milhões face ao programado de Kz 99.186,11 Milhões. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 46 Gráfico 34 – Programa de Investimento Público Gráfico 33 - Estrutura das Despesas de Capital 450.000,00 400.000,00 350.000,00 300.000,00 Subsídios Transferências Correntes Despesas em Bens e Serviços Despesas com Pessoal Programado Executado II Trim. 2013 Programado Executado I Trim. 2014 Programado Executado II Trim. 2014 Milhões de Kz 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 250.000,00 200.000,00 150.000,00 100.000,00 50.000,00 Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 - 162. Numa análise aos Programas de Investimento Público, que constitui uma importante ferramenta do Executivo para propiciar condições infraestruturais e outras à economia, por forma a fomentar o seu desenvolvimento, verifica-se pelo gráfico seguinte que os valores executados nos vários programas de investimento foram mais baixos quando comparados com o trimestre anterior e o trimestre homólogo do ano anterior. Os valores afectos ao PIP Sectorial executaram Kz 135.187,35 Milhões. Este valor representa uma redução de 24,18% relativamente ao trimestre anterior. 163. Os projectos ligados ao PIP Provincial executaram apenas 36,37% do montante programado, ou seja, Kz 15.148,35 Milhões. Esta rubrica apresenta fortes contracções tanto a nível trimestral (58,14%) como a nível homólogo de 2013 (65,46%). Já os projectos ligados aos Programas Municipais somaram Kz 4.514,57 Milhões, tendo sido a rubrica com desempenho mais satisfatório dentro dos Investimentos Públicos, com uma execução de 100,48% face ao programado na PFT. No entanto, também apresenta fortes quebras a nível trimestral e homólogo, de 46,42% e 56,65%, respectivamente. 164. As Unidades Orçamentais com maior desempenho no período dizem respeito ao Ministério dos Transportes, da Construção, Operações Centrais do Estado, Ministério da Energia e das Águas e Ministério dos Petróleos. Os pagamentos associados a estas UO’s estão relacionados com um contrato de empreitada para a construção e fornecimento de equipamento para a construção de infraestruturas de apoio. Programado Executado Programado II Trim. 2013 Executado Programado I Trim. 2014 PIP Sectorial PIP Provincial Total Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 Saldos Fiscais e Financiamento 166. O Saldo do Exercício para o II Trimestre de 2014 apresenta-se deficitário em Kz 14.736,48 Milhões, assegurado por emissão de Bilhetes do Tesouro. Este défice ficou muito abaixo do programado (Kz 97.547,27 Milhões), e do verificado no trimestre anterior (Kz 48.031,79 Milhões). Relativamente ao Saldo Corrente, verificou-se um superávit de Kz 316.106,35 Milhões no II trimestre de 2014, com uma variação positiva de 56,28% face ao trimestre anterior, potenciado por uma diminuição significativa das Despesas Correntes. Já no caso do Saldo Primário Não petrolífero, verifica-se que este mantém a trajectória descendente, tendo registado uma considerável diminuição entre o I trimestre de 2014 e o II trimestre de 2014, calculada em 18,08%, continuando no entanto deficitário em Kz 591.515,73 Milhões no trimestre em análise. Gráfico 35 - Saldos Fiscais Realizados 600.000,00 400.000,00 200.000,00 Milhões de Kz 165. Em termos de afectação da despesa de capital por programas (excluindo os programas com actividades permanentes e Aplicações Financeiras), o maior volume de pagamentos está associado ao Programa de recuperação e modernização de infraestruturas aéreos e do transporte aéreo, Reabilitação e construção de infraestruturas de transporte rodoviário, Promoção, fomento e desenvolvimento da actividade económica e, por último, Ordenamento do território. Executado II Trim. 2014 - II Trim. 2013 I Trim. 2014 II Trim. 2014 (200.000,00) (400.000,00) (600.000,00) (800.000,00) (1.000.000,00) Saldo do Exercício Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 Saldo Corrente Saldo Primário não petrolífero Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 48 Política Monetária Gráfico 36 - Necessidade de Financiamento Interno do Tesouro 70.000,00 170. No II trimestre do ano, o BNA optou pela condução de uma política monetária acomodatícia em linha com a execução fiscal, de modo a criar um ambiente macroeconómico propício à redução da taxa de inflação, crescimento económico e estabilidade financeira. 50.000,00 40.000,00 30.000,00 20.000,00 10.000,00 I Trim. 2014 Desmobilização de Recursos Anteriores e Consignados II Trim. 2014 Antecipação de Receitas (Emissão BT) Gráfico 38 - Comportamento das Taxas de Juro Directoras Fonte: Balanço de Execução da PFT 2013/2014 12,00% 167. No II trimestre de 2014, o Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC) sofreu uma expansão em relação ao trimestre anterior em 43,61% e comparativamente a uma contracção de 4,44% registada no ao período homólogo de 2013. Este comportamento de expansão do CLGC vem no seguimento da diminuição verificada nos Depósitos do Governo no BNA, derivada de uma menor captação de receitas face ao trimestre anterior, conforme demonstra o gráfico abaixo. 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% Milhões de Kz Gráfico 37 - Crédito Liquido ao Governo Central (CLGC) II Trimestre de 2013 III Trimestre de 2013 IV Trimestre de 2013 TAXA BNA TX F.A. OVERNIGHT I Trimestre de 2014 Jun/14 Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 Jan/14 Dez/13 Nov/13 Out/13 Set/13 Ago/13 0,00% Jul/13 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00 -500.000,00 -1.000.000,00 -1.500.000,00 2,00% Jun/13 II Trim. 2013 Mai/13 - 171. Na reunião de Maio do Comité de Política Monetária (CPM) o BNA decidiu encurtar a amplitude do corredor do mercado monetário, tendo procedido ao aumento da taxa de juro da facilidade de absorção overnight para 1,75% e optou pela manutenção da taxa de juro básica nos 9,25% e da taxa de juro da facilidade de cedência de liquidez nos 10%, de modo a atingir os objectivos de política monetária propostos. Esta decisão afecta a liquidez e as taxas de juro do mercado monetário interbancário e consequentemente a economia real por via das taxas de juro. Abr/13 Milhões de Kz 60.000,00 II Trimestre de 2014 TX F.C. OVERNIGHT Fonte: DES/BNA II Trim. 2013 CLGC I Trim. 2014 Activos (Créditos) II Trim. 2014 Depósitos 172. Para além das decisões atrás referidas o BNA utilizou as operações de política monetária em coordenação com as operações de política fiscal para gerir a liquidez do sistema bancário e controlar a expansão monetária na economia. As operações de política monetária apresentaram um impacto expansionista sobre a liquidez de Kz 77.288,66 milhões, ao contrário do que ocorreu no I trimestre de 2014, no qual se registou uma contracção de Kz 107.602,05 milhões, enquanto no trimestre homólogo de 2013 apresentaram um impacto expansionista sobre a liquidez de Kz 20.987,41 milhões. Fonte: Contas Monetárias 2013-2014 168. De uma forma geral, verifica-se uma orientação expansionista da política orçamental, tendo em conta, a aceleração das despesas. No entanto, nota-se um maior grau de execução das despesas correntes, face a execução das despesas de capital, o que cria alguns entraves à prossecução do programa de investimentos públicos. 169. Por sua vez, tendo em conta, a trajectória decrescente das receitas petrolíferas, torna-se necessário, cada vez mais, uma maior eficiência em relação as politícas de reforma fiscal, no sentido de permitir maior dinâmica ao Sector Não petrolífero, criando estímulos ao alargamento consistente da base tributária, de forma a permitir captação de receitas estáveis, comparativamente a vulnerabilidade das receitas petrolíferas e melhor contributo na planificação do OGE. 173. O efeito líquido das operações de política monetária observada no II trimestre deveu-se às operações monetárias executadas pelo BNA, que apresentaram um saldo líquido de Kz 99.253,32 milhões, enquanto as operações cambiais apresentaram um saldo nulo e as reservas obrigatórias apresentaram um saldo negativo sobre a líquidez de Kz -21.964,65 milhões. 174. O efeito expansionista das operações monetárias foi fundado no seguinte: (i) efeito líquido expansionista das facilidades permanentes de cedência e absorção de liquidez em Kz 90.938,16 milhões (ii) efeito expansionista das operações de mercado aberto em Kz 8.315,16 milhões, e (iii) efeito nulo das operações de mercado primário (TBC). Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 50 Gráfico 40 – Efeito Líquido Conjunto das Operações Fiscais e Operações Monetárias 150.000 Gráfico 39 - Efeito Líquido Trimestral das Operações de Política Monetária 150.000 102.469 100.000 56.228 50.000 Kz Milhões 175. O efeito líquido expansionista das facilidades de cedência e absorção de liquidez resultou do retorno dos montantes aplicados na facilidade de absorção overnight, uma vez que os bancos não recorreram à facilidade de cedência de liquidez, enquanto o efeito líquido expansionista das operações de mercado aberto resultou da absorção de liquidez realizada através das operações ocasionais de regularização. Tal como no Relatório de Inflação anterior, o período em análise continua a ser caracterizado pela não emissão e resgates de TBC’s no mercado primário. 12.757 9.591 0 -9.400 -50.000 -100.000 100.000 77.289 -150.000 14.129 II Trim 2014 Efeito Líquido Conjunto I Trim 2014 Operações Monetárias BNA Variação das Reservas Obrigatórias Operações Cambiais Efeito Líquido da Política Monetária II Trim 2014 Gráfico 41 – Operações de Política Fiscal Fonte: DMA&DES/BNA 120.000 176. O aumento das reservas obrigatórias em moeda nacional no II trimestre do ano em Kz 21.964,65 milhões provocou um efeito líquido negativo sobre a liquidez. As reservas obrigatórias apresentam um comportamento contrário ao verificado no I trimestre, em que se tinha observado um efeito líquido de Kz 23.191,67 milhões, resultante da diminuição efectuada ao coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional efectuado em Fevereiro. 100.000 178. O efeito líquido expansionista verificado, deveu-se ao efeito líquido positivo das operações de política monetária, atenuado pelo efeito líquido das operações de política fiscal, o que terá contribuído para a estabilidade e controlo da base monetária. 60.000 Kz Milhões 177. As operações de política fiscal e de política monetária apresentaram no II trimestre do ano um efeito líquido conjunto positivo sobre a liquidez de Kz 12.757,14 milhões, o que corresponde a uma expansão de 235,72% relativamente ao efeito líquido contraccionista des Kz 9.399,76 milhões do I trimestre do ano. No trimestre homólogo de 2013 o efeito líquido conjunto das operações de política monetária e fiscal foi de Kz 9.590,54 milhões. 80.000 40.000 20.000 0 -20.000 -40.000 -64.532 IV Trim 2013 179. No concernente às operações de política fiscal, o seu efeito sobre a liquidez foi contraccionista em Kz 64.531,52 milhões. No I trimestre de 2014, as operações de política fiscal apresentaram um efeito líquido expansionista de Kz 98.202,29 milhões sobre a liquidez, enquanto no trimestre homólogo de 2013 apresentaram um efeito contraccionista de Kz 11.396,87 milhões. 98.202 III Trim 2013 I Trim 2014 Efeito Líquido da Política Monetária 88.340 -107.602 II Trim 2013 IV Trim 2013 Fonte: DMA&DES/BNA -50.987 -100.000 -150.000 III Trim 2013 Efeito Líquido da Ops. Fiscais 0 -50.000 II Trim 2013 107.215 20.987 -11.397 Kz Milhões 50.000 -60.000 -80.000 II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 Fonte: DMA&DES/BNA 180. O efeito líquido negativo da política fiscal no II trimestre do ano foi provocado pelo levantamento de Kz 943.386,27 milhões da Conta Única do Tesouro (CUT), contra os Kz 1.007.917,79 milhões esterilizados para fins de execução do OGE. A esterilização para fins de execução do OGE incidiu sobre a arrecadação de impostos não petrolíferos no montante de Kz 294.823,83 milhões, emissão de títulos do tesouro no montante de Kz 161.213,52 milhões, leilões de divisas no montante de Kz 505.121,32 milhões, regularizações no montante de Kz 46.752,05 milhões e outras receitas no montante de Kz 7,06 milhões. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 52 Gráfico 42 – Esteril. para fins de execução do OGE Gráfico 43 - Levantamentos da CUT Reservas Livres e Mercado Monetário Interbancário 1.400.000 100.000 90.000 80.000 70.000 182. A redução de liquidez no sistema bancário e o consequente aumento das taxas LUIBOR provocou um aumento na generalidade das taxas de juro dos bilhetes do tesouro, com excepção para a maturidade a 91 dias que registou uma redução. A taxa de juro das emissões de bilhetes do tesouro nas maturidades de 182 dias e 364 dias aumentou para 4,37% e 5,41%, respectivamente, enquanto na maturidade de 91 dias se registou uma diminuição face às emissões do I trimestre, para os 3,64%. 183. No II trimestre do ano foram emitidos Kz 161.213,52 milhões em titulos do tesouro e obrigações do tesouro o que correponde a uma diminuição face ao trimestre anterior em que se observou vendas de Kz 177.361,11 milhões. Tabela 20 - Evolução das taxas de juro dos títulos públicos TBC 28 DIAS TBC 63 DIAS BT 91 DIAS BT 182 DIAS BT 364 DIAS II Trim 2013 Meses 7,25 3,62 3,00 4,31 5,96 III Trim 2013 7,25 3,62 2,46 2,94 3,97 IV Trim 2013 7,25 3,97 3,64 4,60 5,75 I Trim 2014 7,25 3,97 3,82 4,06 5,07 II Trim 2014 7,25 3,97 3,64 4,37 5,41 Fonte:DMA & DES/BNA 184. A actuação coordenada dos decisores de política fiscal e monetária permitiu que as suas decisões tivessem um efeito neutro sobre a liquidez bancária, contribuindo para a estabilidade da base monetária, que por sua vez contribui para que a execução do Orçamento de Estado não colocasse em causa a estabilidade da evolução dos preços. De referir que o sucesso desta coordenação de políticas tem reflectido nna tendência decrescente da inflação. 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 0 II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 Junho 10.000 Maio 181. O aumento observado nos leilões de divisas de Kz 367.017,67 milhões no I trimestre de 2014 para os Kz 505.121,32 milhões no II trimestre de 2014 contribuiu tambem para a contracção de liquidez em moeda nacional. O aumento das vendas de divisas provocou a redução das reservas livres das instituições bancárias em moeda nacional e o aumento das suas reservas em moeda estrangeira. O stock de reservas livres em moeda nacional era no final de Março Kz 73.141,48 milhões enquanto em Junho era de Kz 58.373,09 milhões, observando-se uma redução de 20,19%. Já o stock de reservas livres em moeda estrangeira aumentou no mesmo periodo Kz 109.311,28 milhões, ao passar de Kz 7.719,54 milhões em Março para Kz 117.030,82 milhões em Junho, a que corresponde o crescimento de 1.416,03%. Abril Fonte: DMA&DES/BNA Março Outras receitas Fevereiro II Trim 2014 Janeiro Regularizações II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 Dezembro Financiamento II Trim 2014 Novembro Leilão de divisas I Trim 2014 Outubro Titulos do tesouro IV Trim 2013 Setembro Arreca. Imp. não petro. III Trim 2013 Agosto II Trim 2013 186. A contracção das reservas livres no final do periodo em análise resultou do efeito líquido das políticas monetária e fiscal, de Kz 12.757,14 milhões não ser totalmente compensado pelo efeito líquido das outras operações de Kz -27.525,07 milhões que resultou do saldos líquidos negativos de Kz 6.784,79 milhões das operações de pagamentos/recebimentos e Kz 20.740,28 milhões correspondentes ao aumento das notas e moedas em circulação. Desta forma, do efeito líquido das outras operações e do efeito líquido da política monetária e fiscal resultou um efeito global sobre as reservas livres de Kz -14.767,93 milhões. Gráfico 44 - Evolução das Reservas Livres (Média Semanal) Julho 0 Junho 0 Maio 200.000 185. No II trimestre de 2014, as reservas livres das instituições bancárias contraíram 20,29%, passando o seu stock de Kz 73.141,48 milhões em Março para Kz 58.373,09 milhões em Junho, enquanto no I trimestre do ano, se observou uma expansão de 75,51% das reservas livres passando o seu stock de Kz 41.672,78 milhões em Dezembro para Kz 73.142,50 milhões em Março. No trimestre homólogo de 2013, as reservas livres expandiram 43,82%, para o stock de Kz 15.931,66 milhões. Abril 400.000 100.000 943.386,27 600.000 200.000 905.601 800.000 973.918 Kz Milhões 300.000 864.196 Kz Milhões 1.000.000 400.000 1.176.378 1.200.000 500.000 Kz Milhões 600.000 II Trim 2014 Fonte: DES/BNA 187. No que respeita às operações monetárias, a redução das reservas livres observada no II trimestre não se reflectiu nas facilidades de absorção overnight, tendo registado um aumento de 90,89%, para Kz 2.344.343,49 milhões. No I trimestre de 2014 a facilidade de absorção overnight expandiu 4,71%, para Kz 1.228.129,01milhões. De facto, desde a alteração do coeficiente de reservas obrigatórias até ao mês de Maio os montantes aplicados na facilidade de depósito overnight cresceram, no entanto em Junho reduziram-se acompanhando a redução das reservas livres. A redução das reservas livres por parte de algumas instituições bancárias levou a um aumento de 218,66% (Kz 1.428.390,82 milhões) das transacções no mercado interbancário de forma a manter um maior equilíbrio na liquidez. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 54 190. No I trimestre as taxas LUIBOR reduziram-se em todas as maturidades á excepção da LUIBOR a 12 meses. As taxas LUIBOR a 1, 3, 6 e 9 reduziram-se 19 p.b, 4 p.b., 6 p.b. e 4 p.b. respectivamente, enquanto a LUIBOR a 12 meses aumentou 17 p.b. para os 9,51%. No trimestre homólogo de 2013 as taxas LUIBOR a 1, 6, 9 e 12 meses aumentaram 3 p.b., 4 p.b., 19 p.b. e 20 p.b. para os 8,03%, 9,42%, 9,98% e 10,43%, respectivamente, enquanto a LUIBOR a 3 meses reduziu 2 p.b. para os 8,87%. A evolução mais lenta das taxas LUIBOR parece dever-se ao aumento da taxa de juro das facilidades de cedência de liquidez que influenciou a evolução da LUIBOR overnight e foi transferido às taxas LUIBOR de maturidades superiores por via do mecanismo de formação de taxa de juro. Gráfico 47 – Evolução da LUIBOR Gráfico 45 – Evolução das reservas Livres e Depósitos Overnight 350.000 250.000 200.000 150.000 100.000 III Trim 2013 IV Trim 2013 Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro Dezembro Novembro Outubro Junho II Trim 2013 Setembro 10,50% Agosto 0 Julho 11,00% Maio 50.000 Abril Milhões de Kwanzas 300.000 10,00% 9,50% I Trim 2014 9,00% II Trim 2014 8,50% R.L(Média Semanal)+Depósito Overnight Reservas Livres (Média Semanal) 8,00% Fonte: DES/BNA 7,50% 7,00% 188. O aumento do nivel de liquidez do mercado monetário influenciou a tendência decrescente que a taxa LUIBOR overnight tem vindo a apresentar, tendo esta registado uma redução de 21 p.b. ao passar de 3,15% em Março para 2,94% em Junho. No I trimestre do ano a LUIBOR overnight desceu em 156 p.b. ao passar de 4,71% em Dezembro para 3,15% em Março enquanto no trimestre homólogo de 2013, esta reduziu-se 3 p.b. ao passar de 6,16% em Março de 2013 para 6,13% em Junho de 2013. 6,50% 6,00% Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14 II Trim 2013 LUIBOR 1 MÊS III Trim 2013 LUIBOR 3 MESES IV Trim 2013 LUIBOR 6 MESES I Trim 2014 LUIBOR 9 MESES II Trim 2014 LUIBOR 12 MESES Gráfico 46 – Evolução da LUIBOR Overnight Fonte: DES/BNA 7,00% Base Monetária 6,00% 5,00% II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 3,15% 3,06% 2,96% 2,94% Abr/14 Mai/14 Jun/14 Fev/14 Jan/14 0,00% Dez/13 1,00% Mar/14 3,57% 5,20% Nov/13 4,15% 5,37% Out/13 2,00% 4,71% 5,52% 5,94% Jul/13 Set/13 6,13% Jun/13 5,51% 6,14% Mai/13 Ago/13 6,17% 3,00% Abr/13 4,00% II Trim 2014 Fonte: DES/BNA 189. No final do II trimestre, as taxas LUIBOR para as maturidades de 1, 3, 6 e 9 meses registaram ligeiras reduções, passando de 6,80%, 7,46%, 8,06% e 8,78% em Março de 2014, para 6,78%, 7,32%, 8,01% e 8,70% em Junho, respectivamente. Pelo contrário, a taxa LUIBOR a 12 meses aumentou 6 p.b., ao passar de 9,51% em Março para 9,57% em Junho. A evolução das taxas LUIBOR tem acompanhado o comportamento das taxas de juros directoras e da taxa de inflação. 191. No II trimestre de 2014, a Base Monetária Ampla situou-se nos Kz 1.322.894,11 milhões e a Base Monetária em Moeda Nacional (MN) nos Kz 839.419,21 milhões, o que representa um crescimento de 21,66% e 3,44%, relativamente ao I trimestre de 2014. O comportamento observado no II trimestre de 2014 foi contrário do I trimestre, em que se observou a contracção da Base Monetária Ampla e da Base Monetária MN em 6,28% e 4,58%, respectivamente, enquanto no trimestre homólogo de 2013 se verificou o crescimento da Base Monetária Ampla e a Base Monetária MN em 4,84% e 6,50%, respectivamente. 192. O crescimento de 3,44% da Base Monetária MN corresponde à expansão de Kz 27.936,54 milhões no periodo em análise que resultou do efeito expansionista das Operações Monetárias do BNA e contraccionista da CUT e Operações de Pagamento/Recebimento do BNA em Kz 99.253,32 milhões, Kz 20.775,22 milhões e Kz 9.636,55 milhões, respectivamente, o que compensou a contracção provocada pelas operações cambiais, Kz 85.312,07 milhões e Outras Contas em Kz 16.416,34 milhões, respectivamente. 193. A expansão da Base Monetária Ampla em Kz 235.556,31 milhões, resultou da expansão da Base Monetária MN e do crescimento da reserva bancária ME em Kz 207.619,77 milhões. No II trimestre do ano, a reserva bancária em moeda estrangeira, Kz 483.474,90 milhões, foi superior à reserva bancária em moeda nacional. 194. O efeito negativo das operações cambiais sobre a base monetária deve-se a maior venda de divisas relativamente às compras. O aumento da procura de divisas no II trimestre, levou a um aumento de 37,63% das vendas, para os Kz 505.121,32 milhões, que não foi totalmente compensado pela arrecadação de impostos petroliferos, de mais 9,14%, para Kz 419.814,91 milhões. As operações cambiais apresentam desta forma um impacto negativo de Kz 85.312,07 milhões sobre a base monetária em moeda nacional, resultando num aumento da reserva bancária em moeda estrangeira. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 56 Gráfico 49 - Evolução das Contrapartes da Base Montária (em Milhões de Kz) Gráfico 48 – Comportamento da Base Monetária em 2014 (Milhões de Kz) 4000000 1400000 3000000 1200000 2000000 1000000 1.000.000 1000000 800000 800.000 0 600000 -1000000 400000 -2000000 200000 1.400.000 Kz Milhões 1.200.000 600.000 400.000 -3000000 II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 0 II Trim 2014 200.000 AIL II Trim 13 BM Ampla BM (MN) III Trim 13 IV Trim 13 Reserva Bancária MN I Trim 14 Reserva Bancária ME AEL BMMN (Eixo à direita) Reserva monetária (Eixo à direita) BM AMPLA (Eixo à direita) II Trim 14 N.Moedas em Circulação Fonte: DES/BNA 195. A expansão da Base Monetária Ampla reflectiu-se na expansão da Reserva Bancária ME em 75,26%, da Reserva Bancária MN em 1,60% e das Notas e Moedas em Circulação em 5,71%. No I trimestre de 2014 a Reserva Bancária ME e as Notas e Moedas em Circulação contrairam 10,97% e 11,51% enquanto no trimestre homólogo de 2013 expandiram 1,17% e 3,65%, respectivamente. 196. As taxas de crescimento observadas no II trimestre de 2014 correspondem a um crescimento nominal da Reserva Bancária ME e das Notas e Moedas em Circulação de Kz 207.619,77 milhões e Kz 20.740,28 milhões, respectivamente. A elevada expansão destas variáveis contrasta com a ligeira expansão da Reserva Bancária MN em Kz 7.196,26 milhões. Tabela 21 – Comportamento da Base Monetária II Trim 13 III Trim 13 IV Trim 13 I Trim 14 II Trim 14 BM Ampla 4,84% 2,87% 14,79% -6,28% 21,66% BM (MN) 6,50% 3,80% 19,32% -4,58% 3,44% Reserva Bancária MN 8,74% -2,32% 14,75% 1,88% 1,60% N.Moedas em Circulação 3,65% 11,98% 24,64% -11,51% 5,71% Reserva Bancária ME 1,17% 0,71% 3,98% -10,97% 75,26% Fonte: DES / BNA 197. A expansão da Base Monetária Ampla e dos Outros Depósitos em 21,66% e 43,12%, respectivamente, levaram a um crescimento de 21,68% da Reserva Monetária. A Reserva Monetária aumentou Kz 235.915,50 milhões, passando de Kz 1.088.170,77 milhões em Março para 1.324.086,27 milhões em Junho. Fonte: DES / BNA 199. A contracção das RIL em 4,13%, deveu-se à redução de 7,92% das aplicações sobre não residentes que não foi totalmente compensada pelo crescimento das reservas brutas de ouro em 2,38%, das disponibilidades sobre não residentes em 152,12% e das obrigações de curto prazo em 5,13%. Este comportamento é explicado pelo aumento do volume de vendas de divisas no trimestre em análise. Depósitos do Sistema Bancário 200. No II trimestre de 2014, os depósitos bancários do sistema financeiro Angolano seguiram a tendência expansionista verificada nos trimestres anteriores, com um crescimento de 2,19%, atingindo um stock de Kz 4.406.167,50 milhões. O crescimento observado no II trimestre foi inferior ao do I trimestre, onde se observou o crescimento de 4,99% assim como o do trimestre homólogo, em que se registou uma taxa de crescimento de 8,31%. Gráfico 50 – Evolução dos Depósitos Totais 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 Kz Milhões 000 70,00% 54,08% 52,96% 60,21% 57,59% 61,56% 50,00% 47,04% 45,92% 42,41% 1.500.000,00 39,79% 38,44% 40,00% 30,00% 1.000.000,00 20,00% 500.000,00 198. A evolução dos Activos Externos Líquidos (AEL) e Activos Internos Líquidos (AIL), contrapartes da Reserva Monetária, justificam a expansão desta no II trimestre do ano. No final do II trimestre de 2014, os AEL variaram -5,10% enquanto os AIL variaram 19,68%, tendo os seus stocks situado-se em Kz 2.928.721,11 milhões e Kz 1.604.634,85 milhões, respectivamente. A contracção dos AEL no II trimestre em análise deveu-se à diminuição das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em 4,13% e dos Outros Activos Externos Líquidos em 43,50%. A expansão dos AIL foi provocada pelo crescimento de 23,78% do Crédito Interno Líquido e 14,07% dos Outros Activos Líquidos. O crescimento do Crédito Interno Líquido reflecte a expansão de 7,51% do Crédito à Economia e a expansão de 23,77% do Crédito ao Governo Central. 60,00% 0,00 10,00% II Trim 2013 III Trim 2013 Depósitos em MN Fonte: DES/BNA IV Trim 2013 Depósitos em ME I Trim 2014 % Depósitos MN II Trim 2014 % Depósitos ME 0,00% Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 58 202. Os depósitos em moeda nacional representam 61,56% dos depósitos totais enquanto os depósitos em moeda estrangeira representam 38,44% no II trimestre de 2014 enquanto no I trimestre do ano os depósitos em moeda nacional representavam 60,21% dos depósitos totais e no trimestre homólogo de 2013, 47,04%. Gráfico 52 – Evolução trimestral dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo 5.000.000,00 4.500.000,00 3.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 Kz Milhões 2.000.000,00 54,08% 52,96% 60,21% 57,59% 61,56% 70,00% 1.000.000,00 60,00% 500.000,00 50,00% 0,00 47,04% 45,92% 42,41% 1.500.000,00 39,79% 38,44% 1.000.000,00 20,00% 500.000,00 10,00% II Trim 2013 III Trim 2013 Depósitos em MN 0,86% 2.186.062,91 1.671.759,15 4,22% 7,98% IV Trim 2013 Depósitos em ME I Trim 2014 % Depósitos MN II Trim 2014 -0,50% 3,11% 2.515.617,24 2.554.272,13 2.301.706,31 2.185.657,76 14,52% -0,02% II Trim 2013 III Trim 2013 5,31% IV Trim 2013 9,29% I Trim 2014 1,54% II Trim 2014 40,00% 30,00% 0,00 1.604.070,89 1.500.000,00 3.000.000,00 1.851.895,38 1.805.127,03 3.000.000,00 2.000.000,00 Gráfico 51 – Evolução dos Depósitos por Moeda 1.796.041,08 4.000.000,00 Kz Milhões 201. O crescimento observado no II trimestre resulta da expansão de 4,48% dos depósitos em moeda nacional, cujo stock passou a ser de Kz 2.712.592,75 milhões, enquanto se continuou a verificar a contracção dos depósitos em moeda estrangeira, com uma queda trimestral de 1,28% atingindo um stock de Kz 1.693.574,76 milhões. No primeiro trimestre de 2014 os depósitos em moeda nacional expandiram 9,77% enquanto os depósitos em moeda estrangeira contrairam 1,50%. No trimestre homólogo de 2013, o comportamento dos depósitos foi diferente do verificado este trimestre, com os depósitos em moeda nacional a crescerem 5,39% e os depositos em moeda estrangeira a crescerem 11,05%. 0,00% % Depósitos ME Fonte: DES /BNA 203. A redução do peso dos depósitos em moeda estrangeira relativamente aos depósitos totais do sistema financeiro angolano é resultado da implementação de um conjunto de medidas regulatórias e da estabilidade macroeconómica do País reconhecida por diversos Organismos Internacionais, que têm permitido um aumento de confiança na moeda nacional. 204. Relativamente à maturidade dos depósitos, os depósitos à ordem aumentaram 1,54% para um stock de Kz 2.554.272,13 milhões e os depósitos a prazo aumentaram 3,11% reflectindo-se num stock de Kz 1.851.895,38 milhões. A expansão moderada dos depósitos à ordem e a prazo contrasta com os comportamentos apresentados no trimestre anterior, em que se observou a elevada expansão dos depósitos à ordem, 9,29%, e a ligeira contracção dos depósitos a prazo, 0,50%. Esta alteração na composição dos depósitos, representa um aumento da poupança dos agentes. No trimestre homólogo de 2013 os depósitos a prazo e os depósitos à ordem expandiram 0,86% e 14,52%, respectivamente. Dep. à Ordem (MN+ME) Dep. a Prazo (MN+ME) Fonte: DES /BNA 205. A expansão trimestral dos depósitos à ordem deveu-se ao crescimento de 3,85% dos depósitos à ordem em moeda nacional enquanto os depósitos à ordem em moeda estrangeira reduziram 2,66%. Já a expansão dos depósitos a prazo foi impulsionada pelo crescimento de 5,54% dos depósitos em moeda nacional e pelo crescimento de 0,23% dos depósitos em moeda estrangeira. 206. As taxas de juro praticadas pelos bancos nos depósitos a prazo em moeda nacional sofreram uma ligeira redução no II trimestre do ano, à excepção da taxa de juro dos depósitos a prazo a 90 dias que aumentou de 3,38% no I trimestre para 3,90% no II trimestre. As taxas de juro dos depósitos a prazo em moeda nacional para os periodos de 91 a 180 dias, de 181 dias a 1 ano e a mais de ano reduziram-se 0,05 p.p., 0,49 p.p e 3,39 p.p., dos 4,52%, 6,02% e 4,87% em Março para os 4,46%, 5,53% e 1,48% em Junho, respectivamente. 207. O facto das taxas de juro dos depósitos a prazo em moeda nacional terem apresentado uma redução inferior à taxa de inflação, resultou na melhoria das taxas de juro reais em moeda nacional, com excepção para as maturidades de 181 dias a 1 ano e a mais de ano, em que se observaram reduções. As taxas de juro reais dos depósitos a prazo em moeda nacional para as maturidades de 90 dias e de 91 a 180 dias aumentaram 1,11 p.p. e 0,39 p.p. ao passarem de -3,93% e -2,67% em Março para -2,82% e -2,29% em Junho, respectivamente. As taxas de juro reais para as maturidades de 181 dias a 1 ano e a mais de 1 ano dimuíram 0,07 p.p. e 2,78 p.p. ao passarem de -1,23% e -2,29% em Março para -1,29% e -5,08% em Junho, respectivamente. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 60 211. O crédito concedido a empresas públicas foi o que mais contribuiu para o crescimento do crédito à economia, com uma expansão de 8,05%, enquanto o crédito ao sector privado expandiu 4,68%. O crédito às empresas públicas representa 3,14% do crédito à economia enquanto o crédito ao sector privado representa 96,86%. O crescimento do crédito às empresas públicas resultou de uma expansão de 25,97% do crédito moeda estrangeira, para os Kz 29.746,55 milhões, enquanto o crédito em moeda nacional expandiu 1,83% para os Kz 69.217,93 milhões. Relativamente ao sector privado verifica-se que o crédito em moeda nacional registou a preferência dos agentes e expandiu-se 7,81% enquanto o crédito em moeda estrangeira contraiu 0,83% no mesmo período. Gráfico 53 – Evolução Mensal das Taxas de Juro Passivas MN 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% Tabela 22 – Variação do Crédito à Economia por Moedas 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% II TRIM 2013 Fonte: DES /BNA III TRIM 2013 IV TRIM 2013 I TRIM 2014 Dep.prazo até 90 dias MN Dep.prazo 91 a 180 dias MN Dep.prazo de 181 dias - 1 ano MN Dep.prazo mais de 1 ano MN II TRIM 2014 Crédito à Economia 209. No II trimestre do ano o crédito à economia cresceu 4,78% para o montante de Kz 3.153.813,81 milhões. Este crescimento é resultante da expansão de 7,60% do crédito concedido em moeda nacional, para Kz 2.075.336,71 milhões e da contracção de 0,25% observado no crédito em moeda estrangeira, para os Kz 1.078.477,11 milhões. 3.000.000,00 II Trim 2013 III Trim 2013 Crédito à Economia em MN IV Trim 2013 2.075.336,71 I Trim 2014 1.078.477,11 1.928.737,89 1.081.131,24 1.852.258,17 1.074.506,04 1.685.723,11 1.130.265,43 1.632.079,63 2.000.000,00 1.120.840,78 Kz Milhões 2.500.000,00 0,00 I Trim 2014 II Trim 2014 3,93% 2,84% 4,78% Crédito à Economia em MN 3,69% 3,29% 9,88% 4,13% 7,60% Crédito à Economia em ME 1,78% 0,84% -4,93% 0,62% -0,25% Tabela 23 – Peso do Crédito à Economia por Moedas II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 Crédito à Economia 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Crédito à Economia em MN 59,29% 59,86% 63,29% 64,08% 65,80% Crédito à Economia em ME 40,71% 40,14% 36,76% 35,92% 34,20% Fonte: DES/BNA 3.500.000,00 500.000,00 IV Trim 2013 2,29% 212. O crescimento do crédito à economia por moedas acompanha a tendência dos últimos trimestres, que se resume num aumento do peso do crédito em moeda nacional, tendo atingido 65,80% do crédito total, 34,20% em moeda estrangeira. No trimestre anterior o crédito concedido à economia em moeda nacional era de 64,08% enquanto o crédito concedido em moeda estrangeira era de 35,92%, no trimestre homólogo de 2013 este representava 59,29% em moeda nacional e 40,71% em moeda estrangeira, um comportamento em linha com a tendência de desdolarização da economia. Gráfico 54 – Crédito em MN e ME 1.000.000,00 III Trim 2013 2,90% Fonte: DES/BNA 208. A ligeira redução das taxas de juro praticadas nos depósitos a prazo acompanha a redução das taxas LUIBOR das diversas maturidades, com excepção da LUIBOR a 1 ano que aumentou 0,06 p.p. no periodo em análise enquanto a taxa de juro dos depósitos a prazo a mais de 1 ano se reduziu. 1.500.000,00 II Trim 2013 Crédito à Economia 213. A expansão trimestral do crédito à economia resulta do crescimento do crédito em todos os sectores à excepção do sector da indústria extrativa que apresenta uma contracção de 7,05%. Observou-se um aumento da exposição do sector bancário ao sector de imobiliário e construção, com o sector das actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas a crescer 9,10%, seguido do sector da construção com um crescimento de 9,01%. O crédito ao sector das indústrias transformadoras cresceu 5,59%, ao sector do comércio por grosso e a retalho, 5,33%, aos particulares, 4,16%, transportes, armazenagem e comunicações, 3,99%, outros com um crescimento de 2,66% e outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais com 0,21%. Tabela 24 – Taxa de Crescimento do Crédito por Sector de Actividade II Trim 2014 II Trim 2013 III Trim 2013 IIV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 Outras Activ.de Serv. Colect., Sociais e Pessoais -1,49 10,55 1,30 4,10 0,21 Particulares 1,27 4,62 11,07 1,94 4,16 Comércio por Grosso e a Retalho 6,82 3,14 7,60 2,29 5,33 Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas -8,91 8,25 18,83 -2,51 9,10 Construção 9,99 -0,84 3,30 3,00 9,01 Indústrias Transformadoras 1,43 24,57 4,55 3,77 5,59 Transportes, Armazenagem e Comunicações 17,88 -12,09 9,05 10,20 3,99 Indústria Extrativa 11,83 12,79 -14,67 -8,38 -7,05 Outros 7,26 -26,56 222,11 5,88 2,66 Total 2,90 2,29 26,60 3,03 3,87 Crédito à Economia em ME Crédito à Economia Fonte: DES /BNA 210. O comportamento do crédito à economia no trimestre em análise está em linha com a tendência de crescimento observada nos últimos trimestres. No I trimestre do ano o crédito à economia cresceu 2,84%, com o crédito em moeda nacional a expandir 4,13% e o crédito em moeda estrangeira 0,62% enquanto no trimestre homólogo se observou um crescimento do crédito à economia de 2,90% que resultou do crescimento do crédito de 3,69% do crédito em moeda nacional e de 1,78% do crédito em moeda estrangeira. Fonte: DES/BNA Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 62 214. Os sectores que apresentaram um maior volume de crédito concedido são as Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais com o montante de Kz 666.113,23 milhões, o sector particular com o montante de Kz 598.769,77 milhões, o comércio por grosso e a retalho no montante de Kz 537.377,03 milhões, o sector das Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas, cujo montante de financiamento ascendeu aos Kz 342.080,77 milhões e por último o sector da construção com o montante de Kz 323.847,55 milhões. Os outros sectores representam a maior parte do crédito concedido com Kz 928.690,71 milhões. Tabela 25 – Valor do Crédito por Sector de Actividade (Kz Milhões) II Trim 2013 III Trim 2013 IV Trim 2013 I Trim 2014 II Trim 2014 Outras Activ.de Serv. Colect., Sociais e Pessoais 570 175,80 630 350,70 638 561,21 664 737,64 666 113,23 Particulares 485 272,36 507 714,18 563 941,82 574 876,47 598 769,77 Comércio por Grosso e a Retalho 449 433,65 463 549,25 498 798,87 510 203,65 537 377,03 Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas 250 016,25 270 634,66 321 595,04 313 536,64 342 080,77 Construção 281 593,75 279 236,29 288 442,67 297 082,71 323 847,55 Indústrias Transformadoras 169 487,89 211 126,21 220 730,19 229 050,42 241 843,55 Transportes, Armazenagem e Comunicações 86 076,40 75 672,77 82 518,88 90 939,05 94 570,77 Indústria Extrativa 99 693,22 112 442,89 95 952,69 87 913,18 81 719,50 Outros Total 361 171,09 265 261,59 854 427,67 904 663,37 928 690,71 2 752 920,41 2 815 988,54 3 564 969,04 3 673 003,12 3 815 012,87 217. Comparativamente ao II trimestre do ano, verifica-se que ocorreu a diminuição da taxa para os financiamentos com maturidade de até 180 dias e o aumento da taxa para os financiamentos com maturidades de 181 dias a 1 ano e superiores a um ano. No período homólogo de 2013 as taxas activas aplicadas foram de 15,86% para as maturidades até 180 dias, 14,52% para as maturidades de 181 dias a 1 ano e 15,85% para os financiamentos com maturidade superiores a um ano. 218. Relativamente às taxas aplicadas aos financiamentos do sector particular em moeda nacional no II trimestre de 2014, manteve-se a trajectória das diversas maturidades verificada no I trimestre do ano. A taxa praticada nos financiamentos até 180 dias em MN foi de 13,37%, apresentando-se como a mais elevada. A taxa para a maturidade de 181 dias a 1 ano em MN foi de 12,70%, enquanto a taxa para os financiamentos superiores a um ano foi de 11,98%. No período homólogo de 2013 as taxas activas aplicadas foram de 16,89% para as maturidades até 180 dias, 12,20% para as maturidades de 181 dias a 1 ano e 13,48% para os financiamentos com maturidade superior a um ano. Gráfico 56 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN - Particular 17,00 16,00 Fonte: DES/BNA 215. No II trimestre de 2014 não ocorreram alterações significativas na concentração de crédito, mantendo-se os financiamentos concedidos pelos bancos comerciais concentrados nos sectores dos serviços e da construção. Os sectores indústriais apresentam um reduzido volume de crédito o que poderá ser prejudicial a diversificação da actividade económica. (%) 15,00 14,00 13,00 12,00 216. No II trimestre de 2014 as taxas de juro activas para o sector empresarial em moeda nacional seguiram a trajectória verificada no trimestre anterior. No mesmo período, a taxa praticada para os financiamentos até 180 dias foi de 15,12%, apresentando-se como a mais elevada, a taxa para a maturidade de 181 dias a 1 ano em moeda nacional foi de 14,18%, enquanto a taxa para os financiamentos superiores a um ano foi de 13,21%. 11,00 II Trim 2013 Até 180 dias III Trim 2013 IV Trim 2013 De 181 dias a 1 ano MN I Trim 2014 II Trim 2014 Mais de 1 ano MN Fonte: DES/BNA Gráfico 55 – Evolução Mensal das Taxas de juro activas MN – SPE 219. O comportamento das taxas de juro praticadas na concessão de crédito ao sector empresarial e aos particulares acompanha na generalidade as reduções verificadas nas diversas maturidades das taxas LUIBOR. 222. O aumento superior do crédito relativamente aos depósitos provocou um aumento da taxa de transformação. A taxa de transformação no II trimestre de 2014 foi 71,58%, apresentando um aumento relativamente ao I trimestre de 2014 que foi de 69,81% e um declinio relativamente ao trimestre homólogo de 2013, onde foi 72,63%. 16,00 15,50 15,00 (%) 14,50 14,00 13,50 13,00 12,50 12,00 II Trim 2013 Até 180 dias MN Fonte: DES/BNA III Trim 2013 IV Trim 2013 De 181 dias a 1 ano MN I Trim 2014 II Trim 2014 Mais de 1 ano MN Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 64 Gráfico 58 – Variação trimestral dos Meios de Pagamento Gráfico 57 – Taxa de transformação 5.000.000,00 4.500.000,00 73,00 72,63 71,27 74,00 14,00% 72,00 12,00% 71,58 4.000.000,00 10,00% 70,00 69,81 8,00% 3.500.000,00 68,00 66,00 2.500.000,00 64,00 2.000.000,00 62,00 1.500.000,00 6,00% Rácio de Tranformação (%) 4,00% 2,00% 0,00% II Trim 13 III Trim 13 IV Trim 13 I Trim 14 II Trim 14 60,00 1.000.000,00 M3 500.000,00 58,00 0,00 56,00 M2 M1 Fonte: DES/BNA II Trim 2013 III Trim 2013 Crédito à Economia IV Trim 2013 Depósitos I Trim 2014 II Trim 2014 225. No II trimestre de 2014 o multiplicador monetário (mm) foi de 3,57, representando uma redução relativamente ao I trimestre de 2014 ( 4,26). No periodo homólogo de 2013 o multiplicador monetário foi 4,12. A redução observada no II trimestre é justificada pelo aumento superior da reserva monetária relativamente ao M3. Gráfico 59 – M3 e Multiplicador Monetário Rácio de Transformação (CE/D) Fonte: DES/BNA 220. Este comportamento revela que a concessão de crédito aumentou a um ritmo de crescimento superior ao dos depósitos contrariamente ao que se verificou nos últimos trimestres com impacto expansionista no crescimento da Base Monetária, por via da criação de moeda de segunda ordem. Meios de Pagamento 222. A expansão de 1,97% do M1 no II trimestre do ano reflectiu-se no aumento de 1,54% dos depósitos à ordem e no aumento das notas e moedas em poder do público em 6,19%. A expansão dos depósitos à ordem reflecte a expansão de 3,85% dos depósitos em moeda nacional e a contracção de 2,66% dos depósitos em moeda estrangeira, de acordo com a tendencia verificada desde Julho de 2013. 4,26 4.500.000,00 4.000.000,00 221 No II trimestre de 2014, os agregados monetários M1, M2 e M3 variaram 1,97%, 2,42% e 2,04%, relativamente ao trimestre anterior, periodo em que se verificou o crescimento de 7,72%, 4,33% e 4,59%, respectivamente. No período homólogo de 2013 os agregados monetários M1, M2 e M3 variaram 13,04%, 7,81% e 7,70%, respectivamente. 4,40 5.000.000,00 4,12 4,20 4,12 3.500.000,00 4,00 3.000.000,00 Kz Milhões Kz Milhões 3.000.000,00 3,80 2.500.000,00 3,78 2.000.000,00 3,57 1.500.000,00 1.000.000,00 3,60 3,40 500.000,00 223. O crescimento do M1 por força do aumento dos depósitos à ordem, acompanhado de um aumento da taxa de transformação, que reflecte um aumento da concessão de crédito à economia face aos depósitos, indica-nos que a criação de moeda de 2ª ordem acelerou. 224. A expansão de 3,11% dos depósitos a prazo teve um efeito positivo sobre a variação do M2, cuja expansão de 2,42% no trimestre em análise ocorreu por via do crescimento de 1,97% do M1 e de um crescimento superior dos depósitos a prazo face aos depositos à ordem. 228. O crescimento do M2 acompanhado da redução de 24,30% dos outros instrumentos financeiros permitiu uma expansão de 2,04% do M3, por sua vez explicada pela variação de -6,70% dos AEL e de 19,19% dos AIL. 0,00 II Trim 2013 III Trim 2013 M3 IV Trim 2013 RM I Trim 2014 II Trim 2014 Multiplicador Monetário Fonte: DES/BNA 226. No final do II trimestre de 2014 o rácio M1/M2 foi de 60,46%, apresentando uma redução de 0,26 p.p. face ao trimestre anterior, 60,73%. Esta variação deve-se ao crescimento superior do M2 relativamente ao M1, originada pela expansão superior dos depósitos a prazo relativamente aos depósitos à ordem. Este comportamento revela uma maior preferência dos agentes económicos por poupança. 231. As notas e moedas em poder do público expandiram 6,19% no II trimestre do ano, contra uma contracção de 5,41%, no I trimestre e no trimestre homólogo (0,87%). O aumento das notas e moedas em poder do público infere um crescimento em menor grau da preferência dos agentes económicos por notas e moedas em detrimento dos depósitos á ordem. 3,20 66 Glossário Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 Índice de Preços Grossista (IPG): Corresponde à variação dos preços dos bens produzidos no país, assim como os produtos importados comercializados internamente, nos primeiros níveis de transacção. Aplicações em Activos Financeiros: Neste agrupamento económico contabilizam-se as operações financeiras quer com a aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras formas de participação, quer com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis. Investimento Público: Significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infra-estrutura) ou seja em bens de capital. Base Monetária: A base monetária representa as responsabilidades monetárias líquidas do estado perante a sociedade e corresponde à soma de todas as notas e moedas emitidas pelo Banco Central e colocadas à disposição do público e que podem estar sob a forma de dinheiro na posse das famílias e das empresas ou sob a forma de reservas bancárias, na posse das instituições financeiras bancárias. Meios de Pagamento: São os meios através dos quais são efectuadas as transacções monetárias. No caso da economia Angolana os meios de pagamento são compostos pelos agregados monetários M3 (M2 + Outros Instrumentos Financeiros), M2 (Me + Quase-Moeda ou Depósitos a Prazo) e M1 (Notas e Moedas em Poder do Público + Depósitos à Ordem). BRICS: Acrónimo referente a um grupo de países cujo desenvolvimento económico se destaca entre as economias emergentes, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC): Reflecte o crédito concedido ao Estado pelo sistema bancário, líquido dos depósitos do Governo no BNA. Multiplicador Monetário: Indicador monetário que resulta da divisão do agregado monetário M3, o agregado monetário mais amplo, pela reserva monetária. Este indicador procura medir o efeito multiplicador associado à actividade bancária. Desembolsos de Financiamentos: As transferências recebidas que não constituem receitas correntes nem de capital e que não implicam contra-prestações de bens ou serviços e são oriundas da administração central, da administração local, de pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, do interior ou do exterior do país, e das famílias. Despesa com o Pessoal: Neste agrupamento devem considerar-se todas as espécies de remunerações principais, de abonos, acessórios e de compensações que, necessariamente, requeiram processamento nominalmente individualizado e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pelo Estado, tanto aos seus funcionários e agentes como aos indivíduos que, embora não tendo essa qualidade, prestem, contudo, serviço ao Estado nos estritos termos de contratos a termo, em regime de tarefa ou avença. Despesas Correntes: Despesas destinadas à manutenção ou operação de serviços anteriormente criados, bem como as transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas correntes é constituído pelos saldos das rubricas: despesas com o pessoal; despesas em bens e serviços; transferências correntes e subsídios. Despesas de Capital: Despesas destinadas à formação ou aquisição de activos permanentes, à amortização da dívida, à concessão de financiamentos ou à constituição de reservas, bem como às transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas de capital é constituído pelo saldo das rubricas investimentos públicos, transferências de capital, aplicações em activos financeiros, e outras despesas de capital. Despesas em Bens e Serviços: Despesas que asseguram a criação de utilidades, através da compra de bens e serviços pelo Estado. Despesas Públicas (Despesa Total no Exercício): Conjunto de dispêndios realizados pelo Governo durante um determinado período, para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital). Índice de Confiança: Índice que é calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mede a percepção dos empresários sobre o desempenho tendencial do respectivo sector de actuação num período curto determinado. Índice de preços no consumidor (IPC): É uma medida do preço médio necessário para comprar bens de consumo e serviços. O índice, calculado pelo Instituto Nacional de Estatística, é usado para observar tendências de inflação. A variação percentual do preço num determinado período é uma das medidas da inflação. Orçamento Geral de Estado: É o instrumento de gestão que contém a previsão das receitas e despesas públicas. Outras Despesas de Capital: Trata-se de um agrupamento económico com carácter residual. Período Homólogo: Refere-se ao período equivalente do ano anterior. Política Fiscal Contraccionista: Implementada quando o objectivo é reduzir a procura agregada, quando a economia está num período de expansão excessiva (super aquecimento económico) e há a necessidade de retracção económica, em consequência da excessiva inflação que se constrói neste cenário. Política Fiscal Expansionista: Implementada quando o objectivo é estimular a procura agregada, especialmente quando a economia está a atravessar um período de recessão e precisa de um “empurrão” para se expandir. Como resultado, temos a tendência de défice do saldo fiscal e a tendência de aumento da inflação. Política Fiscal: Também conhecida por Política Orçamental, é um ramo da política económica que define o orçamento e seus componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controlo para garantir e manter a estabilidade económica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e ajudando a manter uma economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa. Produto Interno Bruto (PIB): representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado. Rácio de Transformação: Trata-se de um indicador das contas monetárias que resulta da divisão do total dos créditos sobre o total dos depósitos. Receita Pública (Receita Total no Exercício): é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional num determinado período, incorporado ao património do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. A Receita Total do exercício compreende o somatório das rubricas Receitas Correntes e Receitas de Capital. Receitas Correntes: As receitas tributárias, patrimoniais, de serviços, industriais, os saldos não comprometidos de exercícios anteriores e outras, bem como as transferências recebidas para realizar as despesas classificáveis como Despesas Correntes. 68 Receitas de Capital: As provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de operações de crédito, da conversão em espécie de bens e direitos, de saldos não comprometidos de exercícios anteriores, bem como as transferências recebidas para realizar despesas classificáveis como Despesas de Capital e ainda superavit do Orçamento Corrente. Receitas não Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, que advêm das actividades do sector não petrolífero. Receitas Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, pela Sonangol e outras companhias que actuam no sector petrolífero. Receitas Tributárias: Toda a fonte de renda que deriva da arrecadação estatal de tributos que são os Impostos, as Taxas, as Contribuições de Melhoria, os Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais. Saldo Corrente: é dado pela diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes, ou seja, exclui do cálculo os gastos de capital e é comum ser usado como medida da poupança pública. SADC: Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral constituída pelos seguintes países: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. Saldo Primário: O resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do Governo, excluindo-se da conta as receitas e despesas com juros. Caso essa diferença seja positiva tem-se um superávit primário; caso seja negativa tem-se um déficit primário. O superávit primário é uma indicação de quanto o Governo economizou ao longo de um período de tempo (um mês, um semestre, um ano), com vista ao pagamento de juros sobre a sua dívida. O saldo primário é um conceito chave para definir a solvência e a sustentabilidade fiscal. Saldo Primário não Petrolífero: Trata-se de um indicador das contas do Governo, que corresponde ao total das receitas, excluindo as receitas petrolíferas que subtrai as despesas totais (expurgando os juros da dívida pública). Saldos Fiscais: Refere-se à diferença entre as receitas e as despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE). Serviço da Dívida: Abrange as despesas destinadas ao pagamento dos encargos e dos passivos financeiros. O saldo dessa rubrica é constituído pelo somatório dos saldos das rubricas de Juro e de Amortização da Dívida, interna e externa. Subsídios: São os fluxos financeiros do Estado não reembolsáveis para a economia (ou para os diversos sectores económicos), com o objectivo de influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos factores de produção. Transferências Correntes: São os recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao financiamento de despesas correntes ou sem afectação preestabelecida. Transferências de Capital: Neste agrupamento são contabilizadas as importâncias a entregar a quaisquer organismos ou entidades (unidades orçamentais) para financiar despesas de capital, sem que tal implique, por parte das unidades orçamentais, qualquer contraprestação directa. Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 70 Relatório de Inflação • II Trimestre de 2014 72 Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola - Caixa Postal 124 3 Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125 www.bna.ao