Economia do Brasil Imperial Desde o início do Período Imperial, que se deu com a Independência do Brasil, em 1822, a economia do novo país era baseada na exportação de matérias-primas. Isto reduzia a força do mercado interno e colocava o Brasil como consumidor de produtos manufaturados, sobretudo da Inglaterra, desde a abertura dos portos por Dom João VI, que antecedeu o Império. As consequências econômicas são sempre nefastas, quando não se tem uma Balança Comercial favorável. A produção rural advinda das fazendas garantia o consumo de subsistência, sem oferecer diferencial competitivo com as grandes nações no século 19. A agricultura para exportação, utilizando a mão de obra escrava em grandes latifúndios, ditava o ritmo da produção brasileira, que se baseava no açúcar, desde os tempos coloniais. Já a produção de algodão, no Norte e no Nordeste, se apresentava tímida nos gráficos de desempenho econômico, juntamente com a extração de drogas do sertão e borracha. Na segunda década do século 19, quando começa o Período Imperial Brasileiro, os objetivos governamentais eram: 1) ampliar as trocas comerciais entre as províncias (hoje chamadas de Estados); 2) buscar formas de atingir um superávit, vendendo mais do que comprando; 3) comercializar produtos raros no mercado internacional para criar uma autossuficiência. O grande problema econômico brasileiro foi a entrada tardia no processo de industrialização, o que fez o país depender de produtos manufaturados e industrializados externos, mesmo tendo excesso de matérias-primas. A agricultura acabou dando o tom da atividade econômica imperial, sendo que, a cada dez trabalhadores, oito eram ligados diretamente ao meio rural e à base agrícola. O início do império foi marcado por crises políticas e pela abdicação de Dom Pedro I (1831), que afetou diretamente as trocas mercantis, pois causou indefinição na politica econômica e insegurança dos mercados internos e externos. O período Regencial (1831-1840) foi marcado por revoltas que deslocaram a atenção social para formas de responder às demandas reprimidas e emergenciais da economia, sem a formulação de um projeto de longo prazo. Sempre que revoltas acontecem, elas impactam na carga tributária, pois os gastos com segurança elevam impostos, geram carestia, afetando o mercado interno. As regências enfrentaram insurreições provinciais e lutas por maior autonomia política por parte das províncias. Quem coordenava a vida econômica estava também envolvido em questões políticas de muita gravidade devido às revoltas. No Segundo Reinado, o café propiciou um crescimento da economia imperial. Porém enfrentou problemas, como a precária infraestrutura de transporte que interferia na logística de longa distância. Para otimizar o fluxo de exportação, o governo brasileiro fechou acordos com a Inglaterra, que investiu na melhoria dos portos, na implantação de ferrovias e de sistemas de bondes em áreas urbanas das principais cidades, sobretudo do Rio de Janeiro. Era uma modernização que se dava “de fora para dentro”, provocando dívida externa. Um grande nome do empreendedorismo no Brasil foi Irineu Evangelista (Barão de Mauá), que incentivou a modernização econômica brasileira, inspirado em conhecimentos adquiridos na Inglaterra. Ele liderou a conhecida “Era Mauá”, que marcou a instalação de equipamentos modernos no país. No início do Segundo Reinado, foi decretada, em 1844, a Tarifa Alves Branco, que buscou um crescimento da economia nacional, taxando os produtos estrangeiros, o que gerou um surto industrial brasileiro. Em represália, a Inglaterra decretou, em 1845, o Bill Aberdeen, pressionando o Brasil para o fim do tráfico negreiro. Dois impactos desses documentos afetaram a economia: o dinheiro gasto com a compra de escravos foi aplicado na economia cafeeira e em outras atividades econômicas; e a chegada de imigrantes para substituir, em algumas regiões, a mão de obra escrava. Como os imigrantes eram assalariados, e não escravos, que trabalhavam gratuitamente, a sua chegada e circulação de seus salários gera dividendos para o mercado interno que cresce. A chegada dos imigrantes criou duas novas formas de lidar com o trabalho: a parceria e o colonato. O esquema permite perceber a diferença. PARCERIA (Fracassou) COLONATO (Sucesso) - Primeiro sistema introduzido (1847) - Oeste Paulista (1870) – auxílio do Governo - Trabalho familiar camponês - Trabalho familiar camponês - Colonos mantimentos se endividavam (passagens, - Camponês recebia dois salários: fixo anual e e empréstimos com juros por produtividade. elevados) - Eventualmente era permitida uma pequena - Era garantido um pedaço de roça para roça ao imigrante. subsistência ou comércio. Acabar com a escravidão no império brasileiro era um objetivo da Inglaterra, pois era uma forma de aumentar o consumo de produtos manufaturados que ela produzia e fornecia ao mercado brasileiro. O governo temia perder o apoio dos grandes proprietários e fez leis gradativas para abolir a escravidão. Duas regiões demonstram a resistência ou a opção pelo uso da mão de obra do imigrante para o trabalho nas lavouras cafeeiras. Além dessa disputa, existia o desejo de poder. Observe o esquema: Vale do Paraíba Oeste Paulista - Barões do Café - Burguesia do café - Trabalho escravo - Trabalho livre/assalariado - Barões do café tem poder - Burgueses do café querem poder político - Organização do poder: apoia a Monarquia - Organização do poder: apoia a República Como se pode perceber, na disputa de poder proposta pelo quadro, muitos fazendeiros utilizavam recursos do café para investir na industrialização, nos anos finais do Império, o que mudou o cenário econômico. O importante é que algumas mudanças ocorrem na economia imperial e muitos entraves deixaram o Brasil como um país que entrou tardiamente no processo de industrialização mundial. Analise os fatores abaixo, que se referem ao atraso da economia brasileira no Império e que deixaram heranças: Concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários Imigrantes e escravos libertos, sem acesso à terra Mão de obra barata e numerosa para grandes latifundiários Guerra do Paraguai: efeitos - endividamento, fortalecimento político do exército, crise do escravismo e do Império Exclusividade ao café, o que desestimula outras culturas agrícolas Concorrência no mercado externo A economia cafeeira auxiliou, no Período Imperial, sobretudo no Segundo Reinado, na melhoria das estruturas internas. Três pontos são destaques neste sentido: Desenvolvimento dos transportes (estradas de ferro, portos) Desenvolvimento de comunicações (telégrafo, telefone) Desenvolvimento de atividades urbanas paralelas (comércio, bancos, indústrias) O Brasil foi chamado, neste período, de “país do café”. E este produto foi chamado pelos analistas e historiadores de “Rei Café”. A economia, neste período, evoluiu e ganhou expressão, graças à cafeicultura, isto é inegável. Mas a economia brasileira era mais do que o café. Exercícios para reflexão sobre a economia no Período Imperial 1. Analise a tabela a seguir e ESCREVA um texto historicamente correto sobre a economia no Período Imperial. 2. Analise a tabela a seguir e ESCREVA um texto historicamente correto sobre a economia no Segundo Reinado. 3. Analise a tabela seguinte e CONSTRUA um texto sobre a importância da rede ferroviária para a economia imperial. . Disponível em: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2012/03/teste-seus-conhecimentos-sobre-as_05.html -Acesso em 27/11/2013 4. ESCREVA um texto sobre a evolução/fluxo/refluxo da Dívida Externa brasileira, no contexto do Período Imperial, a partir das informações abaixo. Lembrando: Primeiro Reinado (1822-1831); Período Regencial (1831-1840) e Segundo Reinado (1840-1889).