Compêndio para a sustentabilidade - Pacto Global CREA-PR

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Gestão do Conhecimento
Compêndio para
a sustentabilidade
Ferramentas de Gestão de
Responsabilidade Socioambiental
Uma Contribuição para o
Desenvolvimento Sustentável
idealizadora e organizadora
Anne Louette
aviso aos leitores
Atenção
Este guia, Gestão do Conhecimento - Compêndio para Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental, traz informações de uma variedade de fontes públicas. Foram citadas todas as referências
apropriadas à(s) fonte(s) de informação e procuradas as aprovações para sua divulgação quando ainda em fase de
elaboração. Este levantamento procurou manter a integridade das informações e respeitar a forma pela qual o seu
conteúdo é apresentado por seus mentores, de modo a trazer ao leitor um retrato fiel de como estas ferramentas
foram concebidas e para que são utilizadas. A atualidade e exatidão das informações devem ser creditadas a essas
mesmas fontes, de onde foram extraídas. Caso alguma informação tenha sido atribuída de forma incorreta, ou que
possa ser enriquecida com dados e comentários úteis, agradeceremos o contato. É permitida a reprodução do conteúdo desta publicação desde que citada a fonte correspondente ao texto reproduzido. Agradecemos.
O Compêndio para a Sustentabilidade on-line disponibiliza o conteúdo desta publicação na Internet de forma
organizada e constantemente revisada, permitindo manter as ferramentas de gestão sempre atualizadas com as
questões mais relevantes de responsabilidade socioambiental no País e no mundo.
O Compêndio para a Sustentabilidade on-line propiciará:
• Atualização das iniciativas efetuadas pelas organizações autoras das ferramentas (principais centros de referência no
tema), devidamente credenciadas via sistema;
• O credenciamento permanente de novas organizações para incluir e compartilhar suas ferramentas de gestão;
• A interlocução entre estas organizações e os gestores de ferramentas de gestão, garantindo assim o intercâmbio de
procedimentos de sucesso de um país para outro.
Convite
Convidamos os autores responsáveis pelo desenvolvimento de ferramentas de gestão de RS, precursores, tanto no
plano conceitual como no avanço do movimento da RS, a atualizar seus trabalhos:
• Atualmente disponíveis para utilização, com intuito de potencializar soluções efetivas de transformação socioambiental.
• Ainda em fase de construção ou de experimentação, buscando a interlocução dentro do movimento de RS para legitimá-las.
O Compêndio para Sustentabilidade on-line é conseqüentemente parte de um esforço coletivo para ampliar o
uso de ferramentas de gestão de RS desenvolvidas, no Brasil e no exterior, por articular tecnologias sociais entre
gestores e mentores. O fim é o desenvolvimento sustentável e que a constante prática da RS faça parte da cultura em
todos os níveis das organizações — do primeiro, segundo ou terceiro setor.
www.compendiosustentabilidade.com.br
Lançamento 2008 (ver página 186)
Recomendamos, por fim, aos leitores, a publicação Indicadores de Sustentabilidade de Nações - uma contribuição ao diálogo. Trata-se da apresentação de 25 Indicadores de Sustentabilidade de Nações que mensuram, monitoram e avaliam a sustentabilidade do nosso planeta. Em processo de aplicação no exterior e no Brasil, esses indicadores consideram aspectos ambientais, econômicos, sociais, éticos e culturais. A busca por novos indicadores, que
possam ajudar empresas, governos e pessoas a enxergar o mundo de maneira precisa, é necessária para que se avalie,
de forma concreta, a utilidade social das atividades. Só assim se pode construir uma base para decisões políticas e
criação de estratégias empresariais condizentes com o estado atual do mundo, de escassez e insustentabilidade.
Informações, patrocínio e apoio institucional: [email protected]
Em caso de dúvida, favor entrar em contato com Anne Louette
[email protected]
Gestão do Conhecimento
Compêndio para a Sustentabilidade
Ferramentas de Gestão de
Responsabilidade Socioambiental
REALIZAÇÃO
Anne Louette
[email protected]
EQUIPE
Pesquisa e Captação de Recursos
Aron Belinky
Claudia Cardenette
Silvia Micelli Laudisio
Edição e Textos
Fernando Felício Pachi Filho
tradução
André Alonso Machado Marinho
Revisão
Rubens Toledo
Projeto Editorial e Diagramação
Estúdio Cachola
inscrição na lei rouanet
Agência de Cultura
Editora
1ª edição
São Paulo, SP
2007
Antakarana Cultura Arte Ciência Ltda.
/ Willis Harman House
Tiragem
3 mil exemplares
• Distribuição Gratuita
CRéditos
Patrocínio
PATROCíNIO CULTURAL
LEI ROUANET
Lei de Incentivo à Cultura
Ministério da Cultura
Apoio Institucional
Núcleo Andrade Gutierrez de Sustentabilidade
e Responsabilidade Corporativa
Fundação Dom Cabral
WHH - Willis Harman House / AntaKaranA
FDC - Fundação Dom Cabral
CEBDS - Centro Empresarial Brasileiro para
o Desenvolvimento Sustentável
Gife - Grupo de Institutos,
Fundações e Empresas.
CES - Centro de Estudo em Sustentabilidade
da FGV
FIDES - Fundação Instituto de
Desenvolvimento Empresarial e Social
Ethos - Instituto Ethos de Empresas
e Responsabilidade Social
Akatu - Instituto Akatu Pelo
Consumo Consciente
Colaboradores Brasileiros
Business and Social Development
Report Comunicação
www.bsd-net.com
www.reportcomunicacao.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Gestão do Conhecimento: compêndio para a sustentabilidade: ferramentas de
gestão de responsabilidade socioambiental/ organização Anne Louette. - São Paulo:
Antakarana Cultura Arte e Ciência, 2007
Bibliografia
ISBN 978-85-88262-15-7
1. Desenvolvimento sustentável 2. Gestão do conhecimento 3. responsabilidade ambiental
4. Responsabilidade social 5.Responsabilidade social das organização I. Louette Anne
07 - 7136
Índices para catágolo sistemático:
1. Desenvolvimento sustentável:
Responsabilidade socioambiental: Ferramentas de gestão; Ecnomia ambiental 333.715
CDD - 333.715
sumÁRIO EXECUTIVO
Publicação Traz Ferramentas de Gestão
para o Desenvolvimento Sustentável
Com patrocínio da Petrobras e Comgás e o patrocínio cultural (Lei Rouanet) da Anglo American e da AES Tietê,
esta publicação Gestão do Conhecimento. Compêndio para a Sustentabilidade - Ferramentas de Gestão de
Responsabilidade Socioambiental reúne ferramentas de 33 países com o objetivo de ampliar a adoção de práticas de RSE à cultura e sistemas de gestão de pequenas, médias e grandes organizações de vários portes e todos os
três setores sem exceções (esferas públicas, privadas e organizações não-governamentais).
É preciso entender que se trata de um problema de todos e que temos a responsabilidade pelo todo, começando
por nos mesmos, individualmente, em nossas atitudes em casa, no trabalho, na rua...
Estas ferramentas atendem às necessidades dessas organizações em diversas etapas de gestão, contribuindo para
processos de aprendizagem, auto-avaliação, prestação de contas e incorporação de princípios de responsabilidade
socioambiental nas suas atividades.
Este levantamento revela também a diversidade e a convergência entre as várias ferramentas desenvolvidas por
centros de pesquisa e organizações, ainda pouco divulgadas no Brasil, e serve de parâmetro para análise do que
está acontecendo num mundo cada vez mais globalizado.
Sem ter a pretensão de querer abranger a totalidade de ferramentas existentes, mesmo porque o tema é relativamente recente e encontra-se em pleno desenvolvimento — não estão contemplados aqui, por exemplo, os Bancos
de Práticas e Códigos de Ética e Conduta, que, por serem de inegável contribuição para a performance socialmente
responsável, merecem toda a atenção das organizações —, reconhecemos que, apesar do avanço metodológico e
técnico e do número expressivo dessas ferramentas, estamos apenas começando uma longa etapa de remodelação
de um sistema que até hoje tem priorizado apenas os aspectos econômicos.
Trata-se de uma visão estratégica da responsabilidade socioambiental como um dos elementos de base para garantir concretamente a evolução sustentável das atividades humanas. Só assim se pode construir uma base para
decisões políticas e criação de estratégias empresariais e governamentais condizentes com o estado atual do mundo, de escassez e insustentabilidade.
Como outro elemento de base, é imprescindível conscientizarmo-nos de que a RSE é um processo que demanda
postura, princípios, valores, DNA: uma forma de ser, pensar, decidir, agir, conduzir e reagir (Plan, Do, Chek, Act)
diante de suas atividades.
De uma nova consciência pode surgir a criação de um novo mundo, mais justo e sustentável. Estamos falando
nada menos do que reinventar a nós mesmos, reenquadrar nossas percepções, remodelar nossas crenças e nossos comportamentos, adubar nosso conhecimento, reestruturar nossas instituições e reciclar nossas sociedades.
(Hazel Henderson)
O Compêndio para a Sustentabilidade On-line disponibiliza o conteúdo da publicação na Internet, pelo site www.
compendiosustentabilidade.com.br, de modo que seja constantemente atualizado. A atualização poderá ser feita pelas próprias organizações que criaram as ferramentas a partir de credenciamento realizado on-line. Além disso, será
possível a inclusão de novas ferramentas, que ainda não constam da publicação impressa, e o intercâmbio de experiências e procedimentos bem-sucedidos entre as várias organizações, usuárias das ferramentas, potencializando
soluções efetivas na adoção de práticas de responsabilidade socioambiental e desenvolvimento sustentável.
Idealizada e organizada por Anne Louette, esta inciativa conta com o apoio de várias organizações da sociedade
civil, como Centro de Estudo em Sustentabilidade da FGV (CES), Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES), Grupo de Institutos
Fundações e Empresas (GIFE), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (ETHOS), Núcleo AG de
Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Fundação Dom Cabral (FDC), Instituto Akatu pelo Consumo
Consciente (AKATU) e Willis Harman House/AntaKaranA (WHH/A).
Anne Louette
idealizadora e organizadora
sumário
ECONÔMICO
SOCIAL
MEIO AMBIENTE
Indo Além do Tripple Bottom Line
1. APRESENTAÇÃO
1.1Introdução
25
1.2 Movimento da RSE na União Européia
26
1.3 Movimento da RSE na América Latina
28
1.4 30
Redes Sociais e Empresariais de RS
1.5 IDH X Pegada Ecológica
32
1.6 34
Alertas
2. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES INTERNACIONAIS
2.1Introdução
37
2.2
OCDE - Diretrizes para Empresas Multinacionais
38
2.3
ONU
40
2.4
OIT - Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento
42
2.5 OIT - Declaração Tripartite de Princípios sobre as Empresas Multinacionais e a Política Social
43
2.6 OIT - Guia de Normas Internacionais do Trabalho
44
2.7
PNUD - Global Compact
46
2.8
PNUD - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
48
2.9
PNUD - Carta da Terra
50
2.10
PNUD - Agenda 21
52
3. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
3.1
OCDE - Princípios de Governança Corporativa e Desenvolvimento Econômico
55
3.2
IBGC - Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa
56
3.3
CVM - Cartilha de Boas Práticas de Governança Corporativa
57
3.4
FDC - Instrumento para Avaliação da Sustentabilidade e Governança Corporativa
58
4. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES SETORIAIS
4.1Introdução
61
4.2
IFC - Princípios do Equador
62
4.3
ONU - Protocolo de Kyoto
64
4.4
BOVESPA
66
Índice de Sustentabilidade Empresarial em Bolsa de Valores
Brasil e o setor de SRI
Bolsa de Valores de São Paulo e o ISE
4.5
ICMM - Princípios do ICMM
71
4.6
WBCSD - Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento (CSI)
72
4.7
ABRAPP - Princípios Básicos de Responsabilidade Social
74
sumário
5. INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMÉRICA
5.1Introdução
77
América do Sul
5.2
Argentina - Indicadores IARSE
78
5.3
Bolívia - Indicadores COBORSE
80
5.4
Brasil - Balanço Social IBASE
81
5.5
Brasil - Escala AKATU
82
5.6
Brasil - Bolsa de Valores Sociais e Ambientais BOVESPA
84
5.7
Brasil - Indicadores, Matriz de critérios essenciais e Matriz de Evidência ETHOS
86
5.8
Brasil - Indicadores GIFE
90
5.9
Brasil - Indicadores FIDES/ OCESP/SESCOOP
91
5.10
Brasil - Instrumento para Avaliação da Sustentabilidade e Planejamento Estratégico FDC
92
5.11
Chile - Indicadores ACCION
94
5.12
Chile - Indicadores PROHUAMNA
95
5.13
Colômbia - Sistema de Gestão RI
96
5.14
Colômbia - Índice CCRE
98
5.15
Equador - Indicadores CERES
99
5.16
Uruguai - Indicadores DERES
100
5.17
Peru - Indicadores Peru2021
101
América Central
5.18
Costa Rica - Indicadores AED
102
5.19
El Salvador - Indicadores FUNDEMAS
103
5.20
Guatemala - Indicadores CENTRARSE
104
5.21
Panamá - Indicadores CEDIS
105
América DO Norte
5.22
Canadá - The Good Company CBSR
106
5.23
EUA - SD Planner GEMI
107
5.24
EUA + Japão - GC 360 Future 500
5.25México - Indicadores CEMEFI
108
110
6. INSTRUMENTOS DE GESTÃO EUROPA
6.1Introdução
113
6.2
Áustria - IMS do ECO4WARD
114
6.3
Bélgica - Albatroz B&SB
115
6.4
Finlândia - Vastuun Askeleita FB&S
116
6.5
França - Guide CSR Europe ALLIANCES
117
6.6
França - Guide de la Performance Global CJD
118
6.7
Reino Unido - CR Index BITC
119
6.8
França - Bilan Societal CJDES
120
6.9
Grã-Bretanha - Sigma Project BRITISH STANDARDS, FORUM FOR THE FUTURE e ACCOUNTABILITY
122
6.10
Holanda - G3 GRI
126
6.11
Reino Unido - Small Business Journey e Better Business Journey SBC
128
6.12
Reino Unido - Responsible Competitiveness Index ACCOUNTABILITY
130
6.13
Suécia - THE NATURAL STEP WHH
133
6.14
Alemanha Itália + Bélgica + Portugal - CSR Toolkit for SME COSORE
136
sumário
7. NORMAS E CERTIFICAÇÕES
7.1Introdução
139
7.2
Suécia - International Organization for Standardization - ISO 26000 ISO
140
7.3
Suécia - International Organization for Standardization - ISO 14064/5 ISO
142
7.4
Alemanha - Forest Stewardship Council FSC-IC
144
7.5
Alemanha - ValuesManagementSystemZFW - VMS DNWE/ZFW
146
7.6
Austrália - Australian Standards - AS 8003 ASCSR
148
7.7Israel - Standard Israel - SI 10000 SII
149
7.8
Brasil - Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR 16001 ABNT
150
7.9
Comissão Européia - Eco Management and Audit Scheme - EMAS CE
152
7.10
Dinamarca - Det Social Index DSI
154
7.11
Espanha - Sistema de Gestión Ética Y Responsabilidad Social - SGE 21 FORÉTICA
156
7.12
EUA - Occupational Safety & Health Administration - OHSAS 18001 OHSAS
158
7.13
EUA - Social Accountability - SA 8000 SAI
159
7.14
França - Sustainable Development - SD 21000 AFNOR
160
7.15Itália - QRES CELE
162
7.16
Japão - Ethics Compliance Management System Standard - ECS2000 JSBES
164
7.17
Reino Unido - AccounAbility - AA 1000 ACCOUNTABILITY
166
7.18
Reino Unido - British Standards - BS 8555 BSI
168
7.19
Reino Unido - British Standards - BS 8800 BSI
170
7.20
Reino Unido - British Standards - BS 8900 BSI
171
7.21
Reino Unido - Good Corporation Good Corporation Ltd
172
7.22
Reino Unido - Comunity Mark BITC
173
7.23
Reino Unido - Investors in People Standard / Investors in People UK
174
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
ESPIRITUALIDADE, VALORES E CONSCIÊNCIA ORGANIZACIONAL
8.1Introdução
177
Mapeamento das Ferramentas de Gestão
Indo além da Eficiência Econômica, Eqüidade Social e Equilíbrio Ambiental...
8.2O Valor de um Negócio depende de seus Valores
180
8.3Instrumento para Avaliação da
Educação de Lideranças para a Sustentabilidade da FDC
182
8.4
184
Dicas de Leitura
Senhor Empresário,
A presente publicação tem o intuito de ampliar o uso de ferramentas de gestão de RSE por organizações de todos
os setores, respondendo às suas necessidades de orientação e incorporação de conceitos e práticas de RSA/DS
nas diversas etapas de seus processos de gestão.
Trata-se de um processo contínuo de aprendizado e evolução rumo à sustentabilidade do planeta.
Convidamos sua empresa, certamente engajada na causa da responsabilidade socioambiental, a participar e
apoiar este processo, patrocinando a versão eletrônica deste compêndio.
O Compêndio on-line disponibilizará todo o conteúdo desta publicação na Internet, de forma organizada e constantemente revisada, permitindo manter as ferramentas de gestão sempre atualizadas com as questões mais
relevantes de responsabilidade socioambiental no País e no mundo.
Sua empresa irá contribuir e impulsionar o desenvolvimento sustentável:
• Vinculando o nome da empresa às iniciativas que orientam o avanço do movimento no âmbito corporativo;
• Assumindo uma posição de protagonista em relação às práticas de referência;
• Reforçando a rede de relacionamentos com as demais organizações dispostas a impulsionar o movimento no mundo dos
negócios.
Conceito
Website dinâmico e interativo, mesclando diversas tecnologias, permitindo fácil navegação pelo conteúdo da publicação.
Busca ainda o relacionamento entre os colaboradores que atualizarão o conteúdo periodicamente, valorizando o intercâmbio e estimulando a interatividade no relacionamento entre os gestores das diferentes ferramentas e os usuários
do website.
Browser de Ferramentas (estrutura)
1. Área restrita (acesso com login e senha) para atualização do conteúdo das ferramentas de gestão.
2. Área de consulta e diagnóstico para que o usuário saiba qual o seu posicionamento em relação ao conteúdo da obra.
3. Área de interação entre os usuários onde poderão postar questionamentos sobre dúvidas e demais questões do conteúdo.
Áreas para veiculação de marcas/produtos
1. Página Principal (randômico) – Patrocinadores > Banner / Logomarca
2. Páginas Principais das Editorias
3. Área de consulta e diagnóstico
4. Área de interação
Outros formatos (valores negociados à parte)
- Campanhas diversas
- Pesquisas
- Boletins
- E-mail Marketing
- Demais possibilidades de interesses
Seu apoio fará a diferença, na medida em que ampliará o leque de instrumentos que nos conduzam ao desenvolvimento sustentável do planeta.
Atenciosamente,
Anne Louette
[email protected]
COMGÁS
PATROCÍNIO
As mudanças no ambiente de negócios são tão aceleradas quanto as que já podemos observar hoje nos
ecossistemas e no clima da Terra, fatos que alterarão substancialmente nosso modo de estar no mundo.
Hoje, é imperativo que as organizações reflitam sobre sua maneira de conduzir o negócio não apenas
visando ao lucro. Há cerca de duas décadas não se pensava, entre os homens de negócio, que questões
ambientais se impusessem tão claramente como desafio para a sobrevivência das organizações e da própria sociedade em que elas estão inseridas.
Apesar de grave, este é só um aspecto dos problemas. Há enormes desafios sociais que ainda estão longe
de serem equacionados. Países como o nosso enfrentam dificuldades para acabar com a fome, oferecer
nível adequado de educação básica para sua população, saneamento e segurança.
Todos estes tópicos não estão distantes das empresas. Já fazem parte de sua gestão, porque comprometem diretamente o ambiente em que desenvolvem seus negócios. Cada vez mais, o sucesso econômico se
torna dependente desses fatores.
Por isso mesmo, o complexo tema da sustentabilidade (aonde se quer chegar) e o movimento da Responsabilidade Social Empresarial (o caminho para chegarmos lá) têm merecido especial atenção. Uma
infinidade de ferramentas foi desenvolvida, nos últimos anos, para dar consistência e realidade ao que se
propunha como gestão socialmente responsável, integrando-se os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Muitos desses instrumentos estão em desenvolvimento, mas já começam a demonstrar sua eficácia para os negócios.
A primeira tarefa para os gestores sensibilizados com o tema é conhecer as possibilidades e ferramentas
para a gestão eficaz das ações e práticas empresariais, governamentais e da sociedade civil que precisam
ser empreendidas em busca da sustentabilidade. Nesse sentido, acreditamos que uma publicação como
esta é oportuna. Trata-se, como o nome diz, de um compêndio, didático e seletivo, com ferramentas nacionais e internacionais. Aí reside o seu diferencial.
Aqui podemos conhecer as mais diversas experiências, e saber por que caminhos este movimento está
evoluindo. Neste guia, é também possível encontrar a inspiração necessária para a ação, porque vemos
que a RSE é uma dimensão suficientemente explorada e traduzida em instrumentos perfeitamente compatíveis com as formas tradicionais de gestão de negócios.
Não há por que não se render a esta evidência, nem por que deixar de analisar atentamente as muitas e
variadas opções oferecidas nesta publicação que temos o prazer de apoiar.
Angélica Pereira Pinto
Líder de Responsabilidade Social da Comgás
comgÁS
www.comgas.com.br
A Comgás é a maior empresa de distribuição de gás natural do Brasil e trabalha para ser a maior e
melhor da América Latina. Atende aos segmentos residencial, industrial, comercial e automotivo, projetos de termo e co-geração. A área de concessão da companhia compreende a região metropolitana de
São Paulo, de Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba, que concentram 25% do PIB nacional. A
Comgás investe fortemente na ampliação e na modernização das redes de distribuição de gás natural
canalizado. A construção de redes gera empregos para a indústria de tubulações de aço, de polietileno,
válvulas e construção e o material utilizado é praticamente todo nacional.
10
PATROCÍNIO
AES Tietê
Ferramentas e modelos
no auxílio à busca
da Sustentabilidade
A busca das empresas pelo equilíbrio de suas ações nas áreas econômica, ambiental e social, visando à sua
sustentabilidade e a uma contribuição cada vez mais efetiva à sociedade, é hoje um fato. Para medir esse
equilíbrio, alguns modelos e ferramentas de gestão, globalmente aceitos, têm sido utilizados no dia-a-dia
empresarial para o aperfeiçoamento de seus processos e ações.
É por meio dessas ferramentas e modelos que a empresa mostra de forma transparente as suas estratégias,
relata seu desempenho econômico, ambiental e social e, principalmente, demonstra de que forma seus
Valores são praticados.
As empresas do Grupo AES no Brasil utilizam algumas dessas ferramentas e modelos — como o Global
Reporting Initiative, versão G3, os Indicadores Ethos, o Balanço Social - Modelo Ibase e o Relatório de
Gestão da Fundação Nacional da Qualidade — que muito têm contribuído para a busca permanente de
melhorias e, conseqüentemente, da sustentabilidade dos negócios da AES no País.
Por essa razão, a AES - Tietê acredita na importância da disseminação cada vez maior desses modelos e
ferramentas, apoiando, assim, esta importante publicação.
Britaldo Soares
Diretor-Presidente Grupo AES Brasil
A AES Tietê S.A.
www.aestiete.com.br
A AES Tietê S.A. é uma das principais geradoras de energia elétrica no Brasil, classificada pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como o 9º agente de maior capacidade instalada no País. É responsável
pela operação de dez usinas hidrelétricas, localizadas em quatro rios — Tietê, Pardo, Mogi-Guaçu e Rio
Grande —, nas regiões Central, Nordeste e Noroeste do Estado de São Paulo. A AES Tietê é controlada pela
Companhia Brasiliana de Energia, holding formada pela AES Corp, um dos maiores investidores mundiais
em energia elétrica, presente em 26 países, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). A Brasiliana detém ainda o controle da Eletropaulo Metropolitana - Eletricidade de São Paulo S.A.
(AES-Eletropaulo) e da AES Uruguaiana Empreendimentos S.A. (AES Uruguaiana).
11
PETROBRAS
PATROCÍNIO
Agir de acordo com o novo cenário de desafios para o mundo corporativo e para a sociedade, requer uma
gestão voltada para o desenvolvimento sustentável. Para isso, as empresas devem atuar com responsabilidade social em todas as suas atividades, conciliando o progresso econômico com o respeito ao meio
ambiente e justiça social.
Nesse contexto, as organizações, individualmente e através de suas entidades de classe, estão buscando
caminhos para orientar seus processos internos de gestão de responsabilidade social e ambiental. Esse
projeto tem potencial para orientar e até mesmo viabilizar que as pequenas, médias e grandes empresas
venham a encontrar esse caminho, uma vez que vai concentrar numa única publicação/website as principais ferramentas de gestão em uso no Brasil e no mundo.
Para a Petrobras, conforme definido na sua Política de Responsabilidade Social, “RS é a forma de gestão
integrada, ética e transparência dos negócios e atividades e das suas relações com todas as partes interessadas, promovendo os direitos humanos e a cidadania, respeitando a diversidade humana e cultural,
não permitindo a discriminação, o trabalho degradante, o trabalho infantil e escrava, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável e para a redução da desigualdade social”.
Toda a atuação da Companhia é norteada por sua Política de Responsabilidade Social e, mantendo esse
alinhamento, a Petrobras participa dos principais fóruns mundiais de discussão sobre RSA e Desenvolvimento Sustentável, em muitos deles como membro efetivo, é o caso do Global Compact, onde é representada pelo seu Presidente no Conselho Mundial do Pacto. Outro forum de grande relevância mundial
do qual a Companhia faz parte é o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).
Entre os objetivos/princípios que norteiam o trabalho desses fóruns está contribuir para a disseminação
das práticas de RSA e Desenvolvimento Sustentável no mundo. Sendo assim, apoiar esse projeto deixa a
Companhia totalmente alinhada com os objetivos/princípios que defende.
Petróleo Brasileiro S. A. – Petrobras
PETROBRAS
www.petrobras.com.br
A Petrobras é uma empresa integrada de energia e atua hoje em 27 países, onde a qualidade de seu trabalho é amplamente reconhecida. O prestígio internacional foi construído de acordo com uma gestão
de negócios que respeita o meio ambiente e busca crescer com rentabilidade e responsabilidade social
e ambiental.
A Companhia está consciente de sua responsabilidade social e ambiental e cumpre sua missão de empresa cidadã, atuando como agente de desenvolvimento humano sustentável.
12
ANGLO
AMERICAN
PATROCÍNIO CULTURAL
A percepção de que o modelo de desenvolvimento em vigor gerou enormes desequilíbrios globalizou-se
a partir dos anos 1970 com a formulação de novas descobertas científicas a respeito do impacto da industrialização sobre o clima, sobre os ecossistemas e sobre as economias regionais. Um enorme esforço em
busca de consenso para alteração desse quadro resultou na Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento - ECO-92: a idéia de desenvolvimento sustentável. No documento intitulado “Agenda 21”, desenvolvimento sustentável era definido como aquele capaz de suprir as necessidades
da geração atual, sem comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações.
Fez-se necessária uma nova estratégia de administração das empresas, capaz de incorporar essas novas e crescentes preocupações da sociedade industrial, hoje conhecida como “Responsabilidade Social
Empresarial”. Ancorada nos conceitos de “ética e transparência” e aplicável a todo um conjunto do que
se convencionou chamar de “partes interessadas”, (acionistas, clientes, fornecedores, empregados, meio
ambiente, governo e comunidades), essa estratégia traz desafios específicos para empresas e governos, na
medida que exige significativas mudanças na maneira de pensar os negócios e a coisa pública.
Nós, da Anglo American sabemos que este é um esforço permanente e deve estar inserido em todas as
nossas práticas. Buscamos promover esta reflexão em nossos empregados e contratados em todos os
estágios de nossas operações; em nível global a organização desenvolveu um potente conjunto de ferramentas de avaliação de impacto sócioambiental, o SEAT, “a melhor do mundo”, segundo o relatório de
Contabilidade One World Trust’s 2006.
Sabemos também que, para que mudem as mentalidades, são necessários compromissos, disposição para
assumir alguns riscos e lideranças conscientes; ferramentas de trabalho, metodologias e convicções. Foi
esse conjunto de valores que percebemos no esforço necessário para a elaboração deste “Compêndio para
a Sustentabilidade”, e essa a razão para o patrocínio da sua publicação.
É nossa convicção que, para que mais e mais organizações adotem estratégias de negócios socialmente
responsáveis, é necessário que um número maior delas tenha acesso às ferramentas capazes de dar-lhes
coerência e eficiência. E a eficiência, em termos de sustentabilidade, dos nossos parceiros, sejam eles empregados, fornecedores ou clientes, órgãos públicos ou comunidades nas quais estamos inseridos, é parte
necessária dos nossos próprios esforços nessa direção.
Juliana Rudich Rehfeld
Gerente Corporativa de Desenvolvimento Sustentável
Grupo Anglo American
www.angloamerican.com.br www.angloamerican.co.uk
A Anglo American plc é um dos maiores grupos em mineração e recursos naturais do mundo. Com suas
subsidiárias, joint ventures e associadas, é líder global em platina e diamantes, e tem participação significativa em metais básicos, minério de ferro e carvão. Estas cinco unidades de negócios, que produzem itens
que estão presentes no cotidiano e que são essenciais para a vida moderna, trabalham de acordo com a visão
“One Anglo”, ou seja, são regidas mundialmente por uma mesma missão, valores e diretrizes. O grupo tem
operações nos cinco continentes (64 países), fala 20 idiomas e gera mais de 120 mil empregos diretos.
No Brasil, o Grupo Anglo American é responsável pelas operações das empresas Mineração Catalão, Codemin e Copebrás, com atuação nos estados de Goiás (Catalão, Ouvidor, Niquelândia e Barro Alto) e São
Paulo (Cubatão). A empresa atua no mercado brasileiro desde 1973 e emprega mais de 4.000 pessoas entre
empregados e contratados.
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WHH
APOIO INSTITUCIONAL
Instituto AntaKaranA
Antes de tudo, agradecemos muito pela oportunidade desta publicação e à coragem de Anne Louette de concebê-la e concretizá-la. Gostaria muito que o subtítulo fosse “uma contribuição para a vida”!
Falar de sustentabilidade, hoje, é um grande desafio e também uma grande responsabilidade. A quantidade de definições limitantes e a falta de reconhecimento da sua extensão nos levam, num primeiro momento, a confundir
sustentabilidade com o conceito do Tripple Bottom Line, parte importante e imprescindível dela, mas que não é ‘ela’.
A sustentabilidade é muito mais ampla e profunda e insere aspectos do conhecimento, compreensão dos processos socioambientais, culturais, organizacionais, além de conhecimentos científicos para unificar e embasar estes
vários segmentos. Inclui também valores humanos, culturais, históricos. Reconhece o ser humano com todos os
seus desafios, forças e fragilidades — o grande responsável e a vitima deste processo de dimensões planetárias.
Devemos nos questionar sobre quanto este contexto é entendido em sua forma mais ampla, completa e orgânica, para que o todo se torne verdadeiramente sustentável... E sustentado! Que todos entendamos esta diferença
e que possamos utilizar bem estas duas palavras, absolutamente complementares. Todos os passos e todas as
ações possíveis nesta direção são relevantes e se tornaram urgentes. Só desejar mudar traz imobilidade. Aspirar
a mudar já inclui um certo movimento de nossa parte.
Agir para mudar é imprescindível. Será um processo infindável, pois envolve vida! Não podemos pensar ou acreditar
que algumas providências serão suficientes para solucionar este estado de emergência. É e será um processo interminável. Alguns já estão participando dele; outros participarão na medida em que compreenderem sua necessidade e
urgência. Processo que deverá ser ensinado, nas escolas, no trabalho, na sociedade, orientando segundo a condição de
cada um, para assimilar cada passo que o compõe. Inútil impor, punir, cercear, assustar: a ordem é EDUCAR E ORIENTAR, com paciência e responsabilidade, por aqueles que já conhecem e servem o propósito da vida, das vidas.
Trazer este compêndio e apresentá-lo como passos já concretizados, também. É um ponto de partida, um momento de reconhecimento e avaliação do que já foi feito. Um alicerce para os próximos passos.
Nossa organização utiliza o backcasting em seu processo de planejamento estratégico: este representa o futuro,
a prioridade, a ordem, as ações corretas para o sucesso das nossas existências. Estuda as condições sistêmicas do
nosso universo, o que é possível agora, para que o depois seja melhor. Enfim, um passo a passo na direção dessa
compreensão, responsabilidade e cooperação com o todo, que é por onde tudo se inicia e renova.
Parabéns a todos por este exemplo. Por mais este passo que estamos dando juntos. Por nos conhecermos! E que
possamos continuar juntos.
Simone Ramounoulou - Presidente-Executiva do Instituto AntaKaranA/ Willis Harman House
INSTITUTO ANTAKARANA
www.instittutoatkwhh.org.br
O Instituto AntaKaranA é uma organização não-governamental que tem sede em São Paulo. Surgiu
a partir da necessidade de implementar e expandir as atividades de sua coirmã Antakarana Cultura,
Arte e Ciência.
O Instituto tem por objetivo incentivar e promover atividades, consultorias e publicações que contribuem para a expansão da consciência global e o desenvolvimento das relações humanas, mediante
a priorização de conhecimento, metodologias e projetos integrados que conduzem a ajustes sociais,
econômicos, educacionais, culturais e ambientais.
O Instituto inspira-se preponderadamente em iniciativas de convergência do pensamento de Willis
Harman, visando propagar estas e outras filosofias de trabalho em prol da sustentabilidade global. Desenvolve seu trabalho local e internacionalmente.
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APOIO INSTITUCIONAL
WHH
Willis Harman House / AntaKaranA
“A humanidade está vivendo uma das mais fundamentais mudanças de sua história - uma mudança na atual estrutura de crenças da sociedade ocidental. Nenhum poder econômico, político ou militar pode ser comparado com o poder
de mudança da mente. Mudando deliberadamente as suas imagens da realidade, as pessoas estão transformando o
mundo.”
Willis Harman
Willis Harman House/AntaKaranA é a sede natural de instituições: o IONS - INSTITUTE OF NOETIC SCIENCES,
a WBA - WORLD BUSINESS ACADEMAY e o COB – THE CLUB OF BUDAPEST cujas missões têm muito em
comum além da inspiração de Willis Harman.
Willis Harman foi uma pessoa notável e de inúmeras habilidades amplamente reconhecido como futurista e um dos
visionários mais práticos e influentes de nossos tempos, Willis Harman tinha um profundo compromisso com o processo de transformação global. Além de filósofo, cientista, visionário e futurista, é principalmente uma fonte inesgotável de inspiração.
Willis Harman foi presidente do Institute of Noetic Sciences - IONS, desde 1977 até o fim de sua vida em 1997 e foi fundador da WBA - World Business Academy em 1987. Foi membro honorário do Club of Budapest - COB, fundado em 1993.
IONS - INSTITUTE OF NOETIC SCIENCES
Instituição fundada em 1973 com o propósito de expandir conhecimentos adjacentes à natureza e potencial da mente humana, contribuindo para mudanças de valores e visões do mundo, tornando-o mais justo,
compassivo e sustentável.
WBA - WORLD BUSINESS ACADEMY
Academia de Empresários e Consultores interessados, desde 1986, em desenvolver e expandir o papel do
Empresário e suas Organizações, tornando-as agentes de transformação social.
COB - THE CLUB OF BUDAPEST
Organização de Líderes Internacionais, Educadores, Artistas e Humanistas, globalmente influentes e localmente ativos, cujas atividades norteiam os ajustes necessários aos desafios ecológicos, educacionais e
ambientais do Século XXI.
Cada entidade isoladamente constitui um esforço notável em direção à construção de um futuro sustentável, fundamentado cada vez mais na sinergia e no trabalho de redes, na cooperação, co-evolução, princípios do pensamento
sistêmico e da ecologia profunda. As entidades atuam em três áreas essenciais: organizacional (World Business Academy), científica (Instituto of Noetic Sciences) e educacional (Club of Budapest).
Em 2003 a licença internacional do THE NATURAL STEP, passo essencial para o desenvolvimento sustentável – que
parte de princípios científicos, ecológicos e sociais rumo a um universo de resultados significativos – completou a plataforma de ações. Assim a Willis Harman House/AntaKaranA representa The Natural Step (TNS®) no Brasil.
THE NATURAL STEP (TNS®)
Organização de consultoria e pesquisa internacional, que trabalha com os usuários de recursos do planeta,
gerando soluções, modelos e ferramentas desenhadas especialmente para acelerar a sustentabilidade global.
Trata os desafios na fonte de maneira que eles se transformem em oportunidades de inovação. Nasceu na
Suécia em 1989 e hoje está presente em 10 países.
Por tudo isso, a Willis Harman House propõe ser um ponto de encontro, reflexão, referência e inspiração para todos
aqueles que buscam sua contribuição no processo de transformação global, visualizado por Willis Harman.
15
CEBDS
APOIO INSTITUCIONAL
Líderes de Sustentabilidade
Os últimos alertas científicos sobre a redução dos serviços ambientais e o crescente esgarçamento do tecido social
– verificado nas grandes cidades do Brasil, em Paris ou no Oriente – dão o grau de dramaticidade e demonstram
o senso de urgência para uma radical ruptura do modelo tradicional de desenvolvimento.
Esta ruptura pode acontecer por meio de tragédias ou, preferencialmente, de forma estruturada. A segunda
opção vai depender de nossa capacidade de encontrar o caminho do entendimento, transparente e produtivo.
A articulação entre os três principais atores – empresas, governos e sociedade civil – determinará a escala de
tempo da mudança. Em todos esses anos de debates, conferências globais, aprovação de normas etc., ainda não
formamos massa crítica para o surgimento de líderes em número suficiente a ponto de conduzir a sociedade ao
novo patamar.
Apesar de enfrentar internamente dicotomias e contradições, o setor empresarial é o que mais tem avançado
nesses últimos vinte anos. Por sua disciplina, aversão a entraves burocráticos, capacidade de investimento, as
empresas líderes de mercado têm obtido sucesso com a implantação de programas de ecoeficiência e de responsabilidade social corporativa.
Sabemos, no entanto, que as mudanças preconizadas exigem mais ainda. Exigem, por exemplo, que as empresas
aprendam a antever o futuro sobre os riscos sociais e ambientais de suas atividades, a antecipar-se às regulações
institucionais, a sair da zona de conforto para fazer negócios com uma vasta parcela da população que hoje está
excluída do mercado, entre outras atitudes inovadoras.
Minha expectativa é de que a iniciativa de lançar o “Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão
de Responsabilidade Socioambiental, uma Contribuição para a Sustentabilidade” preencha parte significativa
desta lacuna. Ou seja, promova a formação de novos líderes da sustentabilidade capacitados para atuar dentro
das empresas e influenciar e interagir com os demais setores da sociedade.
Fernando Almeida - Presidente-Executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável
CEBDS
www.cebds.org.br
Fundado em 1997 e representante do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD),
o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) tem a missão de
Integrar os princípios e práticas do desenvolvimento sustentável no contexto de negócio, conciliando as
dimensões econômica, social e ambiental. O CEBDS integra uma rede global de mais de 50 conselhos nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de fazer negócios ao redor do mundo.
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CES
APOIO INSTITUCIONAL
Os novos instrumentos essenciais
para a gestão empresarial
A necessidade de uma ampla reflexão sobre as conseqüências das atividades humanas no planeta tornou-se
imperativa no final do último século. Evidências empíricas e científicas em diversas áreas do conhecimento
tornaram inquestionável a necessidade de moldarmos uma nova forma de ação individual e coletiva.
Mesmo neste contexto, na voracidade cotidiana do mundo dos negócios, as variáveis socioambientais não se
impõem à lógica empresarial como um postulado a ser seguido. Ao contrário, a sustentabilidade apresenta-se
como o corolário da construção coletiva de conhecimento acumulado em décadas de estudo e análise de experiências de cientistas, líderes empresariais, técnicos governamentais e ativistas de diversos países.
Pioneiros que buscavam – e buscam – a inovação para encarar desafios novos. Gente que consegue enxergar
oportunidades onde muitos vêem entraves. As iniciativas de Responsabilidade Social Empresarial são conduzidas por pessoas com este perfil. Líderes que não enxergam suas corporações como ilhas isoladas da sociedade,
mas sim como atores determinantes na indução do desenvolvimento econômico, social e ambiental de seu
vilarejo, cidade, estado e nação.
A fragmentação deste conhecimento em diversos ramos é uma necessidade adjunta da sistematização do saber.
Sua compartimentalização é necessária para o aprofundamento e melhoramento das ferramentas recém-criadas.
Firme no compromisso de avançar nas fronteiras do conhecimento das ciências sociais aplicadas, a Fundação
Getulio Vargas tem direcionado esforços na elaboração de tecnologias e processos que possam balizar as ações
das empresas neste novo ambiente de negócios.
Desta forma, é com grande satisfação que o Centro de Estudos em Sustentabilidade vê a publicação deste
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental, pois entende que a deontologia da sustentabilidade se constitui assim: de uma forma colaborativa com o somatório de
esforços na geração do saber.
Mario Monzoni - Coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade
Fundação Getúlio Vargas
CES
www.ces.fgvsp.br
O Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) é uma iniciativa da Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) dedicado a disseminar o conceito
de sustentabilidade. Sua missão é contribuir para a implementação do desenvolvimento sustentável em
suas várias dimensões – equidade, justiça social, equilíbrio ecológico e eficiência econômica - através do
estudo e da disseminação de conceitos e práticas. O GVces concentra sua atuação em três grandes áreas:
Pesquisa, Capacitação e Comunicação.
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ETHOS
APOIO INSTITUCIONAL
A construção de um
novo modelo de desenvolvimento
Há alguns anos, responsabilidade social empresarial ainda se confundia com investimento
social privado. Era necessário explicar que se tratava de um estágio superior de gestão e,
não raro, esta explicação caía no vazio, porque faltavam ferramentas que dessem consistência e credibilidade a esta forma de administração.
Estes instrumentos foram, de fato, sendo elaborados em paralelo ao debate. Na medida em
que os temas avançavam, novos indicadores ou relatórios surgiam para dar conta dos vários
aspectos da gestão socialmente responsável. Hoje, existe um sem-número de ferramentas e
instrumentos de gestão, refletindo princípios e iniciativas que apareceram no mundo inteiro.
Eles também representam a consolidação e a materialização do movimento da responsabilidade social empresarial, por fazer com que a sociedade civil organizada – setores empresariais, sistema multilateral, setores governamentais e sistema financeiro – se reúnam
para discutir o que é uma empresa sustentável e quais são as bases mínimas de referência
necessárias para uma gestão socialmente responsável e sustentável.
Este é um fenômeno do mundo globalizado. Não foram as Nações Unidas que convocaram
esse grupo e tampouco iniciativas nacionais. Foi a consciência crescente e cada vez mais
ansiosa de que não é mais possível viver num mundo cujo modelo insustentável está levando a civilização e a vida do planeta a uma ameaça de extinção como nunca se imaginou.
Essa inquietação, essa indignação de setores inteiros das mais diversas sociedades, dos mais
diversos movimentos levaram a uma união em torno da construção de ferramentas que
mostram aos administradores que a gestão socialmente responsável é uma necessidade,
não mais uma opção. Tais ferramentas também induzem a que os gestores se reeduquem
numa visão de administração sistêmica, que exige a prática do relacionamento com todas
as partes interessadas e reconhece que a atividade empresarial deve gerar valor além do
valor e do resultado financeiro, conduzindo a empresa a um outro patamar – ao de agente
da transformação social.
No ano 2000, o Protocolo de Kyoto parecia representar a grande convergência dos países
por um modelo mais sustentável de economia, via redução da emissão de carbono e diminuição do aquecimento global. Sete anos depois, verificou-se que, mesmo se todos os países
tivessem assinado o compromisso àquela época, o impacto sobre o aquecimento global não
teria sido maior do que 11%.
Estamos diante de um dos maiores desafios que a humanidade já enfrentou. Cada momento
perdido nos expõe e toda a vida no planeta a riscos exponenciais, porque não prestamos
atenção suficiente e adequada aos avisos que chegaram até nós ao longo dos anos.
Por isso, hoje, a comunidade empresarial e os governos têm uma grande responsabilidade:
forjar outro modelo de desenvolvimento, um modelo que não só possa mitigar as conseqüências do aquecimento global, como também oferecer à humanidade e ao planeta uma
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ETHOS
APOIO INSTITUCIONAL
alternativa de desenvolvimento real, de sociedade justa, inclusiva e ambientalmente amigável. Essa é a responsabilidade que todos temos.
Há alguns anos, essa sociedade sonhada poderia até ser considerada utópica e irrealizável.
Ainda era possível argumentar que não havia condições para torná-la real. Hoje, já sabemos
que é possível mudar. O próprio modelo de desenvolvimento, que produziu o desastre que
todos estamos prestes a enfrentar, também engendrou as condições objetivas e subjetivas, a
consciência e as tecnologias que permitirão à humanidade operar a transformação necessária e urgente para a sobrevivência da espécie. Nossa obrigação é aprender a lidar com esse
novo ferramental e trilhar o único caminho possível para o futuro, que é o da construção de
um modelo de desenvolvimento sustentável.
A sociedade brasileira — e os empresários em particular, por representarem um dos setores mais
poderosos e organizados — tem um papel fundamental a desempenhar na construção desse novo
modelo, pelas condições que nosso país oferece em termos de recursos naturais, densidade populacional e avanços do próprio movimento de responsabilidade social empresarial. Os brasileiros
precisam, no entanto, conscientizar-se das responsabilidades do Brasil com relação aos impactos
sobre o planeta. Nosso país é grande em extensão territorial, em recursos minerais, em biodiversidade, assim como o continente sul-americano. Qualquer solução bem-sucedida por aqui tem
potencial para se tornar um exemplo aos demais países.
As empresas que elegeram a responsabilidade empresarial como estratégia de negócio são
pioneiras. E, nos dias atuais, desempenham um papel de motor da transformação social. Certamente, terão reconhecimento do mercado e da própria História. Afinal, ao adotar a gestão
socialmente responsável, essas empresas decidiram mudar o curso das coisas. No curto ou
médio prazo farão a diferença necessária para que cheguemos ao ano 2050 sãos e salvos.
Ricardo Young
Presidente-Diretor do Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social
ETHOS
www.ethos.org.br
Fundado em 1998 e idealizado por empresários e executivos oriundos do setor privado, o Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização não-governamental criada com a
missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa. O Instituto Ethos
é um pólo de organização de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas
que auxiliam as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seus compromissos com a
responsabilidade corporativa.
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FDC
APOIO INSTITUCIONAL
Gerir... para reorientar
Núcleo Andrade Gutierrez de Sustentabilidade
e Responsabilidade Corporativa
Fundação Dom Cabral
É com grande satisfação que nós, do Núcleo Andrade Gutierrez de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Fundação Dom Cabral, apoiamos e participamos desta iniciativa de mapeamento das ferramentas de gestão da responsabilidade social, por considerá-la bastante oportuna
no delicado momento histórico em que convivemos.
Os grandes desafios relacionados com os desequilíbrios econômicos, geopolíticos, tecnológicos ou socioambientais, amplamente divulgados pelas mídias em suas diversas formas, remetem-nos ao compromisso pela busca de um comportamento coerente com o nível de informações que já possuímos.
A questão que se torna imperativa é: como reorientar uma inércia cultural, que, embora tenha propiciado uma série de avanços nas condições de vida para muitos, deixou um rastro de mazelas quando
focamos a grande maioria da população mundial e os biossistemas naturais?
Já percebemos um enorme esforço para a realização de encontros, que favorecem a compreensão,
legitimação e respostas adequadas, não às demandas, mas, aos “gritos” dos ausentes das premissas
fundamentais para uma existência digna, humanamente ética e saudável, incluídos aí os apelos da
própria natureza.
A revisão dos conteúdos e estruturas educacionais em todos os seus níveis, a pertinente e lúcida
revisão das leis e normas de condutas que regem os comportamentos de todos os agentes mercadológicos e comunitários (intra e internações) e instrumentos que permitam avaliar concretude e
evolução de resultados, no empenho setorial e coletivo para a criação de uma razoabilidade global,
são empreendimentos basilares para a correção da rota de colisão com o bom senso, na qual nos
encontramos.
Finalmente, entendemos ser este documento uma espécie de “radar”, uma contribuição especial, que
ilustra diversas possibilidades, em âmbito mundial, que permitem se perceber e gerir as transformações culturais tão necessárias em nossa contemporaneidade.
Cláudio Boechat
Paulo Darien Possas
Maria Raquel Grassi
Nísia Werneck
Raimundo Soares
Roberta Paro
FDC
www.fdc.org.br
Criada em 1976, a Fundação Dom Cabral é um centro de desenvolvimento de executivos, empresários
e empresas, que pratica o diálogo e uma escuta comprometida com as organizações, construindo com
elas soluções educacionais integradas. A FDC tem a missão de contribuir para o desenvolvimento da
sociedade por meio da educação e capacitação de executivos, empresários e empresas. Depois de formar
milhares de executivos, em constante integração com as empresas, a FDC tornou-se referência nacional
em seu setor, participando da melhoria do nível gerencial e do desenvolvimento empresarial brasileiro.
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APOIO INSTITUCIONAL
FIDES
Gestão com conhecimento:
um documento fundamental
A Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social – FIDES está envolvida na elaboração
de ferramentas de gestão voltadas para a responsabilidade social das empresas. Desde a década de
70, o Instituto de Desenvolvimento Empresarial, predecessor da FIDES, cuidou da implantação do
Balanço Social Empresarial no Brasil, tendo mesmo promovido o 1º Congresso Latino-Americano
sobre o tema e publicado o volume, organizado por um dos seus instituidores, o doutor Ernesto Lima
Gonçalves, sob o título Balanço Social da Empresa na América Latina (Livraria Pioneira Editora, São
Paulo, 1980).
Mais recentemente, em parceria com o sistema Ocesp-Sescoop/SP, a Fundação FIDES elaborou o Manual de Indicadores de Responsabilidade Social das Cooperativas, ferramenta importante de gestão
no relacionamento das Cooperativas com seus públicos.
Assim, não poderia a FIDES deixar de aplaudir e de apoiar a iniciativa presente de publicação do volume
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental.
Cremos que se trata de uma importante contribuição para todos os empresários e dirigentes de empresa que, percebendo o papel primordial que as empresas desempenham no desenvolvimento da
sociedade, buscam ativamente participar de um processo de crescimento do nível econômico e social
de toda a população brasileira. Entende a FIDES que a sustentabilidade das próprias empresas está
diretamente vinculada à sorte de toda a sociedade e que todas as iniciativas – como a presente –, que
visem aperfeiçoar o conhecimento nesta área, representam um passo essencial no progresso de toda
a Nação.
Alberto Augusto Perazzo
Elso Raimondi
Peter Nadas
Anita Viana Stein
FiDes
www.fides.org.br
A FIDES, Fundação Instituto Empresarial e Social , instituída em 1986, é uma entidade privada de
caráter educativo e cultural, sem fins lucrativos, visando a humanização das empresas e a sua integração
com a sociedade, com base nos princípios éticos envolvidos nas relações entre empresa e seus diferentes
públicos internos e externos. Coube à FIDES o privilégio de começar no Brasil a difusão e implantação
do conceito de Balanço Social, colaborando para a primeira publicação no ano de 1986, realizado pela
Nitrofértil.
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GIFE
APOIO INSTITUCIONAL
Ferramentas para uma gestão
responsável e sustentável
À semelhança do nome deste livro, o GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – desenvolve
há sete anos o curso Ferramentas de Gestão. Embora seu programa tenha como foco a gestão de programas sociais, o contexto de seu surgimento é o mesmo desta publicação: a crescente demanda por
conhecimento e profissionalização das ações desenvolvidas pela iniciativa privada na área social.
Da mesma forma que as organizações da sociedade civil cada vez mais precisam aprender a lidar
com questões administrativas e jurídicas, práticas de planejamento e avaliação de projetos, ferramentas de marketing e relacionamento com parceiros e voluntários; também as empresas enfrentam o desafio de lidar com práticas antes restritas às esferas social e pública. Nesse sentido, as
ferramentas aqui descritas compõem um valioso guia para os que precisam desbravar estes novos
caminhos. Esses diferentes instrumentos – tratados, princípios, indicadores e normas – funcionam
como um GPS organizacional, ajudando o gestor a saber onde se está, para onde se pode ir e alguns
dos vários caminhos possíveis a serem traçados.
Por reconhecer a relevância e a premência dessas ferramentas, o GIFE busca dar sua contribuição
apoiando esta iniciativa e também apresentando, ainda que de forma preliminar, seu próprio instrumento de gestão do Investimento Social Privado. Este apoio se dá de forma totalmente alinhada a
nossa missão de aperfeiçoar e difundir conceitos e práticas do uso de recursos privados para o desenvolvimento do bem comum.
No curso citado anteriormente, propomos aos professores e alunos o desafio de não se ater à expressão “Ferramentas de Gestão” em seu sentido literal. Sem dúvida, as técnicas ensinadas podem ser úteis
para problemas do cotidiano administrativo a curto e médio prazo. É essencial no entanto discutir
também os conceitos por trás das ferramentas e as atitudes e os valores que as fundamentam. Em um
mundo em constante mutação e de feroz competitividade, é fácil – porém perigoso – deixar de lado
as questões mais profundas e tentar resolver tudo com medidas prontas e “receitas de bolo”.
É esse também o risco de um gestor que começa a utilizar as ferramentas de forma mecânica, seguindo cegamente tendências ou pressão de mercado. O resultado nesses casos é pouco mais do que um
bonito relatório a ser engavetado ou esquecido em algum link perdido no site da empresa. Quando
bem usadas, porém, levam a uma saudável prática de auto-reflexão e questionamento. O rico processo
de diálogo que se estabelece entre a empresa e seus diversos stakeholders pode levar a uma revisão
das práticas cotidianas e desafiar os executivos a planejar e implementar novas formas de gestão: mais
transparentes, democráticas e sustentáveis.
Fernando Rossetti - secretário-geral do GIFE
Grupo de Institutos, Fundações e Empresas
GIFE
www.gife.org.br
Fundado em 1995, o GIFE é a primeira associação da América do Sul a reunir empresas, institutos e
fundações de origem corporativa ou familiar que praticam investimento social privado — repasse de
recursos privados para fins públicos por meio de projetos sociais, culturais e ambientais, de forma planejada, monitorada e sistemática. Tem como objetivo contribuir para a promoção do desenvolvimento
sustentável do Brasil, por meio do fortalecimento político-institucional e do apoio à atuação estratégica
de institutos e fundações de origem empresarial e de outras entidades privadas que realizam investimento social voluntário e sistemático voltado para o interesse público.
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AKATU
APOIO INSTITUCIONAL
Um passo adiante rumo à
maturidade da RSE no Brasil
No Estatuto Social do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente consta que o objetivo da entidade é buscar a ampliação da consciência dos cidadãos no sentido de considerarem em seus atos de consumo os impactos sobre a
economia, a sociedade e o meio ambiente. Para isso, o Akatu desenvolve atividades em diversas áreas, sendo que
uma das mais importantes é a área de responsabilidade social empresarial, visando levar o consumidor a conhecer e
valorizar a atitude e as ações positivas das empresas nas áreas social e ambiental.
Portanto, a questão da responsabilidade social das empresas (RSE) está no DNA do Akatu. Por isso, foi com grande
alegria que tomamos conhecimento da iniciativa de confecção do guia Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental. A compilação e avaliação dos instrumentos disponíveis
para gestão de responsabilidade social permite um passo importante rumo à maturidade da RSE no Brasil de modo
a atuarem nessa área com profissionalismo, mensurações e metas. A disponibilização das ferramentas de gestão da
responsabilidade social vai contribuir para que o consumidor inclua, entre seus critérios de compra, as práticas de
responsabilidade social e ambiental das empresas.
A publicação das Ferramentas de Gestão também representa, para o Akatu, a oportunidade de divulgar e avaliar a
sua Escala Akatu de Responsabilidade Social Empresarial, um instrumento que permite apresentar ao consumidor
o estágio da responsabilidade social das companhias participantes. De modo diferenciado de outras ferramentas,
a Escala Akatu insere indicadores de responsabilidade social empresarial que partem do estágio atual das empresas
brasileiras nessa área. Isto permite estabelecer uma “linha de base” ou “linha de referência” para as empresas que
querem aprofundar a sua atuação nessa área.
Por tudo isso, queremos expressar nosso apoio a essa importante iniciativa que, certamente, se tornará uma
referência para todos aqueles que atuam direta ou indiretamente na área de RSE.
Helio Mattar - Diretor-Presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente
AKATU
www.akatu.org.br
O Instituto Akatu é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos. Foi criado em 15
de março (Dia Mundial do Consumidor) de 2001, no âmbito do Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, para educar e mobilizar a sociedade para o consumo consciente. A palavra
“Akatu” vem do tupi e significa, ao mesmo tempo, “semente boa” e “mundo melhor”. Ela traduz a idéia
de que o mundo melhor está contido nas ações de cada indivíduo. A missão do Akatu é conscientizar
e mobilizar o cidadão brasileiro para o seu papel protagonista, enquanto consumidor, na construção
da sustentabilidade da vida no planeta.
23
1
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental
Apresentação
1.1Introdução
1.2 Movimento da RSE na União Européia
1.3 Movimento da RSE na América Latina
1.4 Redes Sociais e Empresariais de RS
1.5 IDH X Pegada Ecológica
1.6 24
24
24
Alertas
Intro 1.1
Este levantamento revela a diversidade e a convergência entre as várias
ferramentas existentes e espera inspirar, nas organizações, modelos e ações
que permitam apreender os conceitos de Responsabilidade Social.
A percepção de que a Terra enfrenta
uma crise ambiental sem precedentes,
que afeta a sobrevivência da humanidade, é recente e entrou na agenda internacional mais firmemente nas últimas
décadas do século passado. Desenvolvimento sustentável tornou-se uma fórmula utilizada para expressar esta necessidade de manter o equilíbrio entre
as dimensões econômica, social e ambiental. Nunca se almejou tanto atingir
este objetivo em escala global.
Paralelamente, as organizações (não
só empresariais, mas também governamentais), pressionadas pelo contexto de crise e por movimentos sociais e
ambientalistas, começaram a compenetrar-se do seu papel relevante para a
sustentação da vida no planeta, o que se
expressa em boa parte hoje em projetos
de responsabilidade social.
Dos anos 90 até hoje, um grande número
de ferramentas, como certificações socioambientais, movimentos e campanhas
foram criados em várias partes do mundo
com o objetivo de consolidar conceitos
como responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, traduzindo-os em
prática de gestão. Espera-se que as organizações sejam transparentes e que esta
transparência possa ser verificada.
Na década atual, já é possível perceber
uma evolução nas práticas e conceitos
de responsabilidade social empresarial,
que ganha consistência como atividade
profissional. Hoje, as ações de responsabilidade social são compreendidas
não apenas como investimentos que
resultaram do sucesso econômico das
empresas, mas são discutidas sob uma
visão mais ampla, que permita identificar as condições sociais e ambientais
que levaram à realização dos lucros. Esses elementos tornam-se, então, fatores
importantes de avaliação dos impactos
econômicos dessas organizações. Falamos, portanto, de uma visão estratégica da responsabilidade social como um
dos elementos de base para garantir a
evolução sustentável (*).
É bem verdade que dos três pilares clássicos do desenvolvimento sustentável
(dimensões econômica, social e ambiental) o debate referente ao pilar econômico pouco avançou. Por ora acrescenta-se
a um pilar econômico, que permanece
inalterado, um pilar ambiental, e, para
concluir, um pilar social.
Entretanto, se houve uma sensível evolução de conceitos e criação de ferramentas para que a responsabilidade social
integrasse a estratégia empresarial e a
visão do negócio como um todo, essas
mudanças não ocorreram de forma homogênea, em termos concretos. Coexistem experiências inovadoras – que têm
como centro o diálogo com stakeholders
(partes interessadas) e conhecimento
dos impactos em toda a cadeia produtiva
e de valor – e práticas gerenciais pontuais, que visam apenas sanar problemas
derivados do contexto social crítico,
como no caso brasileiro, ou mesmo da
ação direta da empresa.
Neste sentido, proliferam projetos sociais patrocinados por empresas e iniciativas que visam tornar tangível a responsabilidade social, de modo a integrá-la ao
centro da gestão empresarial por meio
de um leque amplo de ferramentas e
técnicas de gestão, cujo fim-último é a
evolução sustentável.
Reconhecemos que os conceitos e práticas de responsabilidade social são recentes e se encontram em processo de
construção. Do ponto de vista das organizações existem, ao mesmo tempo,
diferentes realidades, necessidades e
desafios, mas uma preocupação: incluir
as práticas de RSE à sua cultura e seus
sistemas de gestão. Por isso, a proposta
deste guia, Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de
Responsabilidade Socioambiental, é
ilustrar a imensa gama de ferramentas
que povoam a paisagem da responsabilidade social no mundo, oferecendo alternativas para que as organizações possam
avançar nos seus projetos e se tornarem
mais transparentes diante da sociedade
como um todo.
Este levantamento revela a diversidade
e a convergência entre as várias ferramentas existentes e espera inspirar, nas
organizações, modelos e ações que permitam apreender os conceitos de RS,
para que possam ser utilizados em benef ício de suas práticas de gestão e de
seus stakeholders.
Apostamos que teoria e prática andam
juntas. Quanto mais estas ferramentas
forem aplicadas, mais condições terão as organizações de avaliar os casos
de sucesso e os riscos e oportunidades,
aperfeiçoando os modelos propostos,
sem torná-los fórmulas mágicas, únicas
e uniformes.
Este guia é um investimento na diversidade de propostas como princípio mesmo da inovação.
(*) Passaremos a falar de evolução sustentável e não mais de desenvolvimento sustentável. “Desenvolvimento sustentável é uma definição infeliz. Na visão convencional, ainda
adotada pela maioria dos economistas e governos, isso se traduz na manutenção de um crescimento econômico na casa dos 3% ao ano. Dessa forma, sustentabilidade implica manter
o status quo. Não é isso que queremos quando estamos consumindo 125% da capacidade de regeneração do planeta. Se essas condições forem mantidas, será o colapso.”
Tamas Makray - Co-fundador da Willis Harman House
25
1.2 RSE na Europa
Movimento de Responsabilidade Social
Empresarial na União Européia - UE
“Fazer da Europa um pólo de excelência em matéria de RSE”
Com o título Implementação da Parceria para o
Crescimento e o Emprego: Tornar a Europa um Pólo
de Excelência em Termos de Responsabilidade Social nas Empresas, o documento publicado pela Comissão Européia anuncia ao Conselho e ao Comitê
Econômico e Social Europeu, em março de 2006, o
apoio a uma aliança européia para a RSE.
O documento, com 13 páginas, não é um instrumento
jurídico, mas uma manifestação de incentivo e estímulo
para a adoção da RSE por empresas européias e mobilização de recursos, de stakeholders, em prol do desenvolvimento sustentável, do crescimento econômico e
da criação de empregos. Reconhece as empresas como
os principais atores da RSE, mas sublinha igualmente a
importância da contribuição dos stakeholders.
A Comissão afirma que “continua dando muita importância ao diálogo com e entre todos os stakeholders” e
reconhece que “a RSE não poderá generalizar-se sem o
apoio ativo e as críticas construtivas dos stakeholders
que não pertencem ao mundo da empresa”.
Em sua carta ao Parlamento, a Comissão Européia enfatiza a contribuição potencial da RSE ao desenvolvimento sustentável e a estratégia européia para o crescimento e o emprego. Defende ainda que, embora não
tenham a intenção de substituir a ação dos poderes
públicos, as práticas de RSE podem ajudar estes últimos a realizar vários dos seus objetivos, notadamente
o desenvolvimento de competências, a utilização mais
racional dos recursos naturais, melhores desempenhos
em matéria de inovação, redução da pobreza e maior
respeito aos direitos humanos.
O documento lista oito aspectos aos quais a Comissão prestará atenção específica nos seus esforços de
incentivo à RSE:
1. sensibilização e troca de boas práticas;
2. apoio às iniciativas multilaterais;
3. cooperação com os estados membros;
4. informação dos consumidores e transparência;
5. pesquisa;
6. educação;
7. pequenas e médias empresas;
8. dimensão internacional da RSE.
26
Este documento e o apoio que manifesta ao lançamento
da aliança européia constituem uma nova e crucial fase
na evolução da política européia em matéria de RSE.
Iniciativas políticas anteriores
em nível europeu
• Communication from The Commission concerning
Corporate Social Responsibility: a business contribution to
Sustainable Development
(http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/en/com/2002/
com2002_0347en01.pdf)
Nesse documento, de 2002, e num total de 24 páginas,
a Comissão apresenta uma estratégia cujo eixo apóiase nos seguintes aspectos:
• melhor indicar o impacto positivo da RSE sobre as
empresas e a sociedade, na Europa e no mundo inteiro,
notadamente nos países em desenvolvimento;
• reforçar o intercâmbio de experiências e de boas
práticas sobre o RSE entre empresas;
• promover o desenvolvimento das capacidades de
gestão do RSE;
• estimular o RSE nas PME;
• facilitar a convergência e a transparência das práticas
e instrumentos de RSE;
• criar, em nível europeu, um fórum multilateral sobre o
RSE;
• integrar o RSE às políticas comunitárias.
• Fórum Multilateral Europeu sobre RSE
O Fórum Multilateral Europeu foi lançado em outubro de 2002 e produzido o seu relatório final em julho
de 2004.
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/index_forum.htm
O documento foi redigido na seqüência de uma consulta pública lançada pelo livro verde da Comissão,
de julho de 2001, intitulado Green Paper Promoting
a European Framework for Corporate Social Responsibility (Promovendo um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas).
Com 32 páginas, o documento abriu o debate sobre a
noção de RSE e buscou determinar a maneira de estabelecer uma parceria para a elaboração de uma abordagem européia sobre o tema.
RSE na Europa 1.2
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/en/com/2001/
com2001_0366en01.pdf
Mais de 250 reações a este documento foram registradas, sendo que mais da metade das respostas provinha
de empresas européias.
http://ec.europa.eu/employment_social/soc-dial/csr/csr_
responses.htm
O Fórum forneceu uma plataforma de discussão entre
principais grupos de stakeholders da Europa — empregadores, sindicatos, organizações e redes profissionais e organizações da sociedade civil — à Comissão
que desempenha um papel de facilitador/articulador.
Quase 30 organizações, membros permanentes e observadores, participaram das reuniões plenárias do
Fórum, aprovando seus objetivos, sua composição,
seus aspectos organizacionais. Seu objetivo é avaliar
periodicamente os progressos realizados.
A Comissão Européia convoca reuniões com os
stakeholders, a fim de examinar os progressos e os
desenvolvimentos realizados desde a publicação do
relatório do Fórum em 2004.
A Comissão Européia e as PME’s
http://europa.eu.int/comm/enterprise/csr/campaign/index_pt.htm
Introdução à Responsabilidade Social das
Empresas para as PME’s
Breve introdução a alguns dos simples passos que as
empresas podem dar para integrar a responsabilidade
social das empresas nas suas práticas empresariais diárias. Realça os meios em que a responsabilidade social
das empresas pode aumentar o sucesso do negócio.
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/campaign/
documentation/download/introduction_pt.pdf
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/documents.htm#Basic
Estudos
Numerosas organizações e empresas foram convidadas a participar de quatro mesas-redondas temáticas, a
fim de apresentar sua experiência em matéria de RSE.
Coletânea de dez exemplos reais recolhidos de pequenas e médias empresas por toda a Europa. Demonstra
como elas se tornaram mais bem sucedidas graças ao
empenho no campo da responsabilidade social.
Com o firme objetivo geral de incentivar a responsabilidade social das empresas, o fórum multilateral europeu sobre RSE concentrou suas ações na promoção da
inovação, da transparência e da convergência das práticas e instrumentos RSE, atuando da seguinte forma:
• melhorando os conhecimentos sobre a relação entre
a RSE e o desenvolvimento sustentável (incluído o
seu impacto na competitividade, a coesão social e a
proteção do ambiente);
• facilitando o intercâmbio de experiências e de boas
práticas e reunindo as iniciativas e instrumentos
existentes em matéria de RSE, com uma atenção
específica para os aspectos específicos das PMEs;
• estudando a oportunidade de instaurar princípios
diretores comuns para as práticas e os instrumentos
de RSE, levando em conta as iniciativas e a legislação
européias existentes e os instrumentos adotados em
nível internacional, como os princípios diretores da
OCDE à intenção das empresas multinacionais, da
Carta Social do Conselho da Europa, das convenções
fundamentais do trabalho da OIT e da Carta
Internacional dos Direitos Humanos.
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/campaign/
documentation/download/cases_pt.pdf
Questionário de conscientização
Concebido para ajudar a identificar passos que possam ser úteis e relevantes à empresa.
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/campaign/
documentation/download/questionaire_pt.pdf
Guia para comunicação sobre a RSE
Comunicar sobre a responsabilidade social das empresas não deve ser uma tarefa complicada. Este Guia pode
ajudar a obter o máximo proveito possível dos passos.
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/campaign/
documentation/download/guide_pt.pdf
Referências
http://ec.europa.eu
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/index_en.htm
http://ec.europa.eu/enterprise/csr/campaign/links/index_pt.htm
27
1.3 RSE na América Latina
Movimento da Responsabilidade Social
Empresarial na América Latina
Enquanto países de outros continentes sofreram forte
influência do governo para a adoção da RSE, como,
por exemplo, a Inglaterra, nos países latino-americanos, o impulso para o tema teve origem na mobilização do empresariado e da sociedade civil organizada.
Hoje em dia praticamente todos os países na América Latina possuem organizações que promovem e
fomentam a RSE.
Visando ampliar a atuação conjunta destas organizações perante a RSE, importantes organizações se formaram nas Américas:
• Redes do setor empresarial como a Rede Fórum Empresa
– Responsabilidad Social Empresarial de las Américas
(www.empresa.org) com mais de 20 organizações empresariais que representam 16 países da região.
• Conselhos Nacionais de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável que funciona abaixo do Conselho Mun-
dial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável, o WBCSD (www.wbcsd.org), que é uma coalizão
de 175 empresas multinacionais de 35 países de 20
setores industriais que têm uma rede de 50 conselhos
empresariais nacionais e internacionais vinculados a
organismos internacionais, universidades, ONGs, organizações empresariais, fundações e meios de comunicação.
• Redes da sociedade civil como a Rede Puentes (www.
redpuentes.org), com membros em 20 países.
• Redes de Organizações que promovem os princípios
do Global Compact e as Metas do Milênio das Nações
Unidas.
• O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)/Fundo
Multilateral de Investimentos (FUMIN) na promoção da
RSE a nível regional (Argentina, Colômbia, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, México e Brasil) com o intuito de
incorporar nas PMEs os conceitos de RSE (www.iadb.
org/mif ).
• A Rede Interamericana (www.responsabilidadsocial.
org), formada por 13 organizações com foco em pesquisa e capacitação no campo da RSE.
• Universidades começam a estruturar centros de pes-
quisa para estudar o assunto.
Isto significa que hoje existem entre todas estas inicia28
tivas mais de 100 organizações que estão discutindo e
fomentando a RSC na região e, aos poucos, a sociedade
passa a exercer maior pressão sobre o mercado.
No universo empresarial latino-americano, sua atuação social tem origem histórica na filantropia. Quando
o tema apareceu, a maioria das organizações empresariais declarou que as empresas já eram socialmente
responsáveis havia mais de 150 anos e que esta era
uma nova maneira de denominar a contribuição social das empresas na comunidade. As empresas estavam considerando uma única dimensão da RSE: a
relação da empresa com a comunidade, influenciada
por uma cultura da ética católica, onde a caridade e
ajuda social era a forma pela qual as empresas se relacionavam com a sociedade e se comprometiam com
seu desenvolvimento.
O entendimento da RSE como uma nova forma de
gestão da empresa, que diz respeito à busca de uma
relação ética, transparente e de qualidade com todos
seus públicos de relacionamento e incorpora as três
dimensões da sustentabilidade – ambiental, econômica e social – de forma integrada, é apenas recente.
Gradativamente, um conjunto maior de empresas
passa a trabalhar com este conceito mais amplo de
RSE, buscando aplicá-lo em sua gestão e arraigá-lo
em sua cultura, mas, ainda é pequeno o número de
empresas latinas que, de fato, conseguiram fazer esta
transformação.
Não é possível fazer uma análise sem entender qual é
o entorno em que atuam essas empresas nesta região:
a falta de transparência dos atos públicos e privados,
a grande desigualdade social e a péssima distribuição de renda geram instabilidades institucionais e
demandas sociais que aumentam suas desvantagens
competitivas de longo prazo.
É neste cenário que as empresas devem operar e traçar suas estratégias comerciais.
Esta realidade política, econômica e social faz com
que as empresas não só devem assumir o desafio de
serem globalmente rentáveis, competitivas, eficientes para gerarem a riqueza necessária, mas também
assumir as expectativas que a sociedade tem a respeito de sua responsabilidade na superação dessas
limitações sociais.
RSE na América Latina 1.3
Neste sentido, torna-se imprescindível o fortalecimento das ações integradas entre a sociedade civil, o
poder público e o empresariado.
Outro fator fundamental para alavancar todas as organizações (seja do 1º, 2º ou 3º setor) para uma gestão
mais socialmente responsável é a disseminação de ferramentas de RSE já existentes, de forma a instrumentalizá-las para a mudança.
É também imprescindível estruturar um amplo processo de educação para a sustentabilidade. Neste sentido, o
setor acadêmico também tem muito a contribuir, inserindo a RSE em suas grades curriculares, já propiciando
esta formação aos futuros gestores das empresas.
Estes desafios, se vencidos, certamente potencializarão os resultados na América Latina, possibilitando
o alcance da velocidade necessária para uma efetiva
transformação.
Não podemos falar em um modelo específico de RSC
latino-americano, que se diferencia de um modelo da
Europa ou dos EUA, mas não podemos esquecer que,
pelo fato do entorno ser muito distinto, isso faz com
que a RSC tenha impactos mais notórios por aqui.
adesão, no ano passado, de quatro bancos de capital
nacional.
- pela criação de fundos éticos de investimento, a
exemplo do Fundo Verde do Unibanco e dos Fundos
Ethical, do Banco Real/ABN Amro, bem como pela
adoção de critérios socioambientais na concessão de
crédito.
• O Brasil também está entre os quatro países com mais
certificações na norma SA 8000 no mundo, após Itália
e China, e alterna o terceiro lugar com Índia.
• O papel de fomentador no meio empresarial das Metas
do Milênio e do Pacto Global da ONU (o Brasil tem o
maior número de empresas signatárias) - a indicação
pelo secretário-geral das Nações Unidas de dois brasileiros (o presidente da Petrobrás e o Presidente do Instituto
Ethos) na Diretoria do GC, entre os 20 membros.
• A crescente publicação de relatórios com informações
socioambientais por um número cada vez maior de
empresas brasileiras.
• O papel de destaque no campo da normalização nacional
da Responsabilidade Social - A ABNT (Associação
• O crescente número de países latino-americanos que
adaptaram os Indicadores Ethos de RSE (como instrumento de auto-avaliação da gestão socialmente
responsável de seus associados) à realidade de seus
países. A Argentina como sendo a primeira a traduzir os indicadores para o espanhol, facilitando a tarefa
dos demais países latino-americanos. (Ver capítulo 5.)
No Brasil, em 2006, 642 empresas responderam aos
Indicadores Ethos.
• O papel de destaque na co-coordenação de
desenvolvimento da futura norma internacional de RS:
ISO 26000 - O reconhecimento à liderança da ABNT
• Entre os muitos projetos de mobilização no Brasil, o
Instituto Ethos promove, há sete anos, programa de
capacitação para jornalistas – a Rede Ethos de Jornalistas – que fornece periodicamente informações e
realiza oficinas e publicações para profissionais da imprensa, que também são agraciados anualmente com
o Prêmio Ethos de Jornalismo. Essas iniciativas visam
difundir e aprofundar o conceito de responsabilidade
social para o grande público.
O Brasil pode ser considerado líder em RSE na região,
concentrando os maiores avanços.
Vale ressaltar, por exemplo:
Brasileira de Normas Técnicas) lançou, em 2004, a
norma de RS brasileira – a ABNT NBR 16001, uma das
poucas normas nacionais de RS do mundo. A Inglaterra
(BS8900), Austrália (AS8003), França (SD21000), Israel
(SI10000) e o Japão (ECS2000) Itália (Q-Res), Alemanha
(VMS) também possuem normas de RSE.
e aos avanços do Brasil no campo da RS contribuiu
para que a ABNT fosse eleita, juntamente com a
entidade normalizadora da Suécia, para a liderança
do Grupo de Trabalho de RS da ISO, responsável por
coordenar o processo de desenvolvimento da futura
norma internacional de RS - ISO 26000.
• O papel do setor financeiro brasileiro na promoção da RSE
- com o lançamento, em 2005, do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE - da Bolsa de Valores
do Estado de São Paulo (Bovespa), o quarto índice
deste tipo no mundo (Dow Jones Sustainability Index – DJSI (USA-1999). O FTSE4Good (Inglaterra
– 2001), índice SRI da JSE (África do Sul – 2004).
- pela liderança na adoção dos Princípios do Equador. Três anos depois do lançamento dos Princípios
do Equador, o Brasil continua sendo o único representante dos países emergentes no acordo, com a
• O Premio Ethos-Valor também é um concurso para estudantes e professores universitários sobre responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável.
Lançado em 2000, premia os melhores trabalhos de
graduação e pós-graduação de todo o País. E tem por
objetivo incentivar e aprofundar o debate sobre a responsabilidade social das empresas e o desenvolvimento
sustentável na comunidade acadêmica, envolvendo professores e alunos de todas as áreas, nos cursos de graduação e pós-graduação, em todo o território nacional.
Apesar dos avanços apresentados, há, ainda, grandes
desafios a serem alcançados na América Latina.
Referências
Hugo Vergara (Fórum Empresa)
Giuliana Ortega Bruno e Tarcila Reis Ursini (UniEthos)
29
1.4 Redes de RSE
Redes Sociais e Empresariais
de Responsabilidade Social
As redes sociais são sistemas que reúnem indivíduos e organizações em torno de objetivos ou temáticas comuns.
Sua dinâmica de trabalho é a colaboração e a participação,
marcada por estruturas flexíveis e relações horizontais.
As redes são uma característica dos movimentos sociais contemporâneos, que tiveram nas tecnologias
de comunicação um importante impulso nas últimas
décadas, ampliando suas ações em escala global, permitindo a troca de informações, a busca de soluções e
conhecimentos compartilhados.
A organização em redes contribui também com o movimento da responsabilidade social empresarial, influenciando ações e o debate ideológico em torno do tema.
Historicamente, empresas norte-americanas e européias foram pioneiras na criação de redes corporativas com o objetivo de estimular o mundo empresarial
a adotar a responsabilidade social em seus negócios.
Uma das primeiras redes empresariais no nível nacional foi a Business for Social Responsibility (BSR),
criada em 1992, nos Estados Unidos, inicialmente
com 50 empresas associadas. Em vários países europeus fundaram-se associações empresariais no início
da década de 1990. O movimento chegou à América
Latina com a criação da organização Peru 2021, em
1994, mas só ganhou amplitude nos anos seguintes
com a chegada de outras organizações, que criaram
vínculos entre si, como:
• O Instituto Ethos, no Brasil, em 1998.
• Ação Empresarial do Chile, em 1999.
• Fundemas, em El Salvador, e Deres, no Uruguai, em 2000.
• Instituto Argentino de Responsabilidade Social Empresarial
(Iarse), em 2003.
Ao mesmo tempo, redes empresariais se organizaram
internacionalmente. Algumas destas redes são:
• World Business Council for Sustainable Development
(WBCSD) - Criada em 1991, reúne hoje aproximada-
mente empresas de mais de 35 países de 20 setores
industriais. Além disso, dispõe de uma rede de 50
conselhos vinculados a organismos internacionais,
universidades, ONGs e fundações, com o objetivo de
compartilhar experiências e promover lideranças no
meio empresarial que estimulem o desenvolvimento
sustentável em seus países ou regiões. Ao associaremse, as organizações têm acesso às “melhores práticas”
de gestão socioeconômica e ambiental adotadas no
30
mundo inteiro. As atividades do WBCSD baseiam-se
na idéia de que o desenvolvimento sustentável faz bem
para os negócios e que os negócios fazem bem para o
desenvolvimento sustentável. www.wbcsd.org.
• CSR Europe – Organização criada em 1996, reúne
atualmente integrantes em 18 países europeus. Sua
missão é ajudar empresas a alcançarem rentabilidade, crescimento sustentável e progresso humano,
ao fazer da RSE uma prática corrente nos negócios.
www.csreurope.org
• Forum Empresa – Define-se como uma aliança de
organizações empresariais de RSE que promove a
responsabilidade social empresarial pelas Américas.
Criada em 1997, com sede em Santiago, no Chile, sua
função é congregar lideranças dos países americanos para fortalecer o papel da RSE. Atualmente reúne membros de 20 países: Argentina, Brasil, Canadá,
Chile, Colômbia, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Costa Rica, Bolívia,
Porto Rico e Equador. www.empresa.org
• Rede Interamericana de RSE – Fundada em agosto
de 2003, a rede pretende produzir conhecimentos
para acelerar a adoção de uma cultura de responsabilidade social que contribua para a competitividade
e o desenvolvimento sustentável. Tem sócio-fundadores de 13 instituições em dez países americanos:
Argentina, Brasil, Chile, El Salvador, Estados Unidos, México, Peru, El Salvador, Uruguai, Costa Rica.
www.responsabilidadsocial.org.
Não podemos desprezar o papel das organizações da
sociedade civil, que também formam redes e impulsionam as empresas a adotarem práticas responsáveis.
Essa expansão tornou-se mais intensa nos últimos 30
anos por meio de movimentos liderados por ambientalistas, consumidores e trabalhadores, que cobram das
empresas suas responsabilidades em relação a obrigações legais e deveres vinculados aos direitos humanos.
Estes movimentos podem conduzir à criação de normas e aperfeiçoamento e controle das já existentes.
• Amigos da Terra (Friends of the Earth) - Fundada em
1971 por quatro organizações da França, Suécia, Inglaterra e EUA, é a maior rede de grupos ecologistas
do mundo. Atualmente são 70 unidades que reúnem
cerca de cinco mil grupos de ativistas em todos os
continentes. A Amigos da Terra Internacional organiza campanhas contra o domínio das grandes cor-
Redes de RSE 1.4
porações. Divulgam os temas sociais e ambientais
mais importantes da atualidade e criticam o atual
modelo econômico de globalização empresarial. Seu
objetivo é apresentar soluções para criar sociedades
justas e ambientalmente sustentáveis. www.foei.org
México, Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Espanha e Holanda. A Red Puentes quer promover a
RSE na América Latina pela ótica da sociedade civil.
www.redpuentes.org
• Campanha Roupas Limpas (Clean Clothes Campaign,
também conhecida pela sigla CCC) – Iniciou suas ati-
– Lançada durante a III Conferência Interamericana
sobre Responsabilidade Social Empresarial, organizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID), no Chile, em setembro de 2006.
vidades em 1989 na Holanda com o objetivo de melhorar as condições de trabalho do setor têxtil e de
material esportivo mundial. Hoje a campanha trabalha ativamente em 11 países europeus (Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Espanha, Suécia,
Suíça, Noruega, Itália e Reino Unido) formados por
uma coalizão de sindicatos e cerca de 200 ONGs.
www.cleanclothes.org/cccs.htm
• BankTrack – É uma rede de 18 organizações da socie-
dade civil em 12 países (Argentina, Austrália, Bélgica,
Brasil, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha,
Suíça, Reino Unido, Estados Unidos) que rastreia as
operações do setor financeiro (bancos comerciais,
investidores, companhias de seguro, fundos de pensão), seu impacto na sociedade e no meio ambiente.
Sua finalidade é fazer com que essas operações contribuam para tornar as sociedades saudáveis e justas,
preservando o bem-estar ecológico do planeta. Os
membros da BankTrack pretendem contribuir com o
setor financeiro para que este melhore suas práticas.
www.banktrack.org
Recentemente, redes de ONGs e sindicatos têm se estruturado para promover pontos de vista críticos em relação à RSE. Uma delas é a Plataforma da RSE da Holanda
(www.mvoplatform.nl), fundada em 2001. Atualmente, a
Plataforma reúne 35 organizações da sociedade civil. Em
2002, foi constituída na Inglaterra a Core Coalition (www.
corporate-responsibility.org), que hoje reúne cerca de 130
ONGs, sindicatos, empresas e instituições de ensino. A
Core Coalition pretende transformar em lei parâmetros
de responsabilidade social das empresas, por acreditar
que a adesão voluntária a estas práticas não é suficiente
para garantir os direitos das partes interessadas.
Na Espanha e no Chile surgiram iniciativas similares.
Na Espanha, o Observatório da RSC (www.observatoriorsc.org) é uma associação que integra 14 organizações da sociedade civil e que pretende ser uma rede
que incentive a participação e cooperação entre organizações sociais que trabalhem com a responsabilidade social sob diferentes pontos de vista. Seu objetivo
é fazer com que o conceito da responsabilidade social
não se desvirtue. No Chile, existe uma rede chamada
Grupo RSE constituído por nove organizações.
Estas redes de organizações da sociedade civil progressivamente constituem alianças internacionais,
entre as quais já podemos destacar:
• Red Puentes – Da Red Puentes, formada em 2002,
participam 52 ONGs e organizações sindicais do
• Rede Ibero-americana de Meios e Profissionais de RSE
• OECD Watch – É uma rede internacional, formada em
2003, que informa ONGs nos cinco continentes sobre
as políticas e atividades da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e põe à prova
a eficiência das Diretrizes da OCDE para empresas
multinacionais. É composta por 78 organizações.
www.oecdwatch.org
• Coalizão Européia para a Justiça Corporativa (European
Coalition for Corporate Justice - ECCJ) – É uma rede eu-
ropéia, com sede em Bruxelas, composta por 16 redes
nacionais de organizações da sociedade civil. Todas
estas redes trabalham com o tema da RSE. A ECCJ
realiza atividades de lobby para conseguir que a União
Européia crie leis para regular a responsabilidade social das empresas. www.corporatejustice.org
A formação destas redes revela a polêmica em torno
da responsabilidade social e os melhores caminhos
para que a empresa possa atingi-la. Este debate reflete-se na ação destas redes, sendo possível estabelecer
algumas diferenças, entre elas:
Redes empresariais
• têm o hábito de destacar a natureza “voluntária” da RSE;
• pontuam a RSE como estratégia empresarial para ter
mais lucro e perenidade;
• enfatizam as boas práticas e atribuem prêmios;
• têm uma presença forte nos meios de comunicação
Redes da sociedade civil
• defendem a criação de um marco legal para a RSE;
• revelam também as práticas negativas;
• responsabilizam as empresas pelo impacto de suas
cadeias de produção;
• cobram a relação que a RSE deve ter com a atividade
básica da empresa;
têm dificuldade nos contatos com os meios de
comunicação convencionais (televisão, rádio, jornais,
revistas etc.).
Referência
Este texto é traduzido e adaptado de um documento
escrito por Bart Slob:
B. Slob, “Las redes y la responsabilidad social empresarial: experiencias de Europa y de las Américas” in M.L.
Álvarez Durante et al., La responsabilidad social corporativa de la empresa española en Latinoamérica: el caso del
sector financiero (Madrid: Entinema, 2006), p. 67-74.
31
1.5 IDH x Pegada Ecológica
Desenvolvimento Sustentável, uma cooperação:
meio ambiente & desenvolvimento
Necessid.
gerações
atuais
Nível da
durabilidade
ecológica
Meio ambiente degradado
Economia desenvolvida = saldo nulo
Abordagem competitiva
0,9 –
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH*
Desenvolvimento Sustentável
Meio Ambiente protegido e
Economia desenvolvida = saldo positivo
Abordagem cooperativa
1–
0,8 –
0,7 –
IDH, nível médio
0,6 –
0,5 –
Meio ambiente degradado
Economia subdesenvolvida = saldo negativo
Abordagem competitiva
0,4 –
Meio ambiente protegido
Economia subdesenvolvida = saldo nulo
Abordagem competitiva
0,3 –
0,2 –
0,1 –
0–
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Necessid. gerações futuras
Pegada ecológique** (ha/hab)
IDH - O índice de desenvolvimento humano - IDH
- é uma medida indicativa e não exaustiva do
desenvolvimento humano, criado pelo PNUD em 1990.
Integra o nível de vida (PNB/capita), a expectativa de
vida e o nível de instrução e acessos ao conhecimento
(alfabetização dos adultos e escolarização das crianças).
Um objetivo de IDH de 0,8 foi fixado pelas Nações
Unidas. O índice de desenvolvimento humano permite
avaliar a sustentabilidade social e econômica.
*
Pegada ecológique - A superfície biologicamente produtiva
na terra (base do ecossistema e da humanidade) é limitada. A
Pegada Ecológica mede a superfície necessária para produzir
os recursos consumidos pela população, bem como, para
absorver os desperdícios que produz. A superfície produtiva
da Terra disponível para o desenvolvimento é de 11,4 mil
milhões de hectares, ou seja, em média 1,9 ha/habitante.
Era em 1999 de 2,3 há, ou seja, 20% acima. A Pegada
Ecológica permite avaliar a “sustentabilidade ambiental”.
**
AFNOR © C. Brodhag, ENSM SE, www.brodhag.org
32
IDH x Pegada Ecológica 1.5
Performances das nações
Desenvolvimento Sustentável: quantos planetas?
Necessid.
gerações
atuais
USA,
Australia,
Canadá
Europa
do Sul
+"NPI"
Europa
do Norte
e Oeste
Países "emergentes" da Ásia e
América do Sul (+ Turquia)
1–
Desenvolvimento
Sustentável
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH
0,9 –
0,8 –
Países "emergentes"
da África do Norte,
Oriente Médio e Ásia
0,7 –
0,6 –
0,5 –
Países em via de
desenvolvimento
da Ásia e África
0,4 –
0,3 –
0,2 –
0,1 –
0–
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Necessid. gerações futuras
Pegada ecológique (ha/hab)
AFNOR © C. Brodhag, ENSM SE, www.brodhag.org
33
1.6 Alertas
Ninguém ouve os alertas?
1936 - Winston Churchill - “A era das procrastinações das meias-medidas, dos expedientes desconcertantes e
suavizadores dos atrasos está chegando ao fim. No seu lugar vamos entrar num período de conseqüências”.
1987 - Gro Brundtland. Nosso futuro comum. - “Os cientistas chamaram a atenção para problemas urgentes e
complexos ligados à própria sobrevivência do ser humano: um planeta em processo de aquecimento, ameaças à
camada de ozônio, desastres que devoram terras de cultivo”.
1992 - Rio 92. Maurice Strong. - “ ...é nossa última oportunidade de rever os rumos planetários, sob pena de
declínio da espécie humana”.
1992 - Serven Suzuki 12 anos. Eco 92. - “...para dizer que vocês, adultos, têm que mudar o seu modo de agir.... Es-
tou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir... Todas estas coisas acontecem bem diante dos nossos
olhos e, mesmo assim, continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções. Sou
apenas uma criança e não tenho as soluções mas quero que saibam que vocês também não as têm... Sou apenas
uma criança mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 bilhões de pessoas e ao todo somos
30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma
fronteira poderá mudar esta realidade. Sou apenas uma criança mas sei que este problema atinge a todos nós
e deveríamos agir como se fôssemos um único mundo rumo a um único objetivo... Vocês estão decidindo em que
tipo de mundo nós iremos crescer. Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos, dizendo-lhes “tudo ficará
bem, estamos fazendo o melhor que podemos’’. Mas não acredito que possam nos dizer isso. Estamos sequer nas
suas listas de prioridade? Meu pai sempre diz: “Você é aquilo que sempre faz, não aquilo que você diz “Bem, o
que vocês fazem nos fazem chorar à noite. Vocês, adultos, nos dizem que vocês nos amam. Eu desafio vocês. Por
favor, façam suas ações refletirem as suas palavras.”
1997 - Rio + 5. Maurice Strong. “...precisamos reinventar a civilização industrial”.
1997 - Mikhail Gorbachev sentenciava: “Precisamos de novo paradigma; a civilização atual chegou a seu fim,
exauriu as suas possibilidades. Temos de chegar a um consenso sobre novos valores. Em 30 a 40 anos a Terra
poderá viver sem nós.”
1997 - Kofi Annan voltou a advertir: “Se nós não colocarmos o clima sob controle, se não enfrentarmos os desafios
do meio ambiente, todos os esforços que estamos fazendo serão inúteis.”
2002 - Rio + 10. Chirac. - “...é um apartheid mundial; nossos filhos e netos nos cobrarão: vocês sabiam e não
fizeram nada. Não podemos dizer que não sabíamos! Fiquemos atentos para que o século XXI não se torne, para
as gerações futuras, o século do crime da humanidade contra a vida”.
2002 - Washington Novaes. A Década do Impasse, da Rio-92 à Rio+10. - “Não temos instituições nem regras
universais, capazes de mudar o quadro em termos planetários”... “Ao mesmo tempo, deu para aprender que não
é possível fazer de conta que a chamada problemática ambiental seja separada do econômico, do político, do
social, do cultural. Todos os empreendimentos públicos e privados acontecem no concreto – no solo, na água, no
ar que respiramos, entre os seres vivos – ou nele repercutem.” “Teremos que rever tudo, repensar os padrões e a
lógica do consumidor, reinventar nossos modos de viver. E para isso precisamos levar para o centro e o início de
nossas políticas públicas e planejamentos privados as chamadas questões ambientais – que, é preciso repetir, são
políticas, econômicas, sociais e culturais”.
2002 - Oded Grajew - “Se as pessoas tiverem a oportunidade de ver os números, os indicadores sociais, certa-
mente vão ficar alarmadas. ... no que diz respeito aos níveis de pobreza e de devastação ambiental. Corremos o
risco de ver a espécie humana extinta no período de apenas uma geração. As previsões são pessimistas no que diz
respeito à água, terras agricultáveis, aquecimento global, conflitos, guerras e pobreza em larga escala”. “Se tudo
continuar no rumo atual, tudo vai acontecer como previsto, ou seja, as coisas vão continuar a piorar”.
2002 - Eco 92 - 1600 cientistas, entre os quais havia 102 detentores doPrêmio Nobel de 70 países, lançaram
o documento “Apelo dos cientistas do mundo à humanidade”. Aí diziam: ”Os seres humanos e o mundo natural seguem uma trajetória de colisão. As atividades humanas desprezam violentamente e, às vezes, de forma
irreversível o meio ambiente e os recursos vitais. Urge mudanças fundamentais se quisermos evitar a colisão
que o atual rumo nos conduz”.
34
Alertas 1.6
2003 - Serge Latouche - “Enfim, é preciso a fé inabalável dos economistas ortodoxos para pensar que a ciência do
futuro resolverá todos os problemas, e que é concebível a substituição ilimitada da natureza pelo artif ício”.
2003 - Manfred Max Neef - “A economia deve estar a serviço das pessoas e não o contrário. O desenvolvimento se
refere às pessoas e não aos objetos. O crescimento é a mesma coisa que o desenvolvimento, mas esse não precisa
necessariamente de crescimento. Nenhuma economia é possível à margem dos serviços que prestam os ecossistemas. A economia e um subsistema de um sistema maior e finito que é a biosfera e, portanto, o crescimento permanente é impossível. Nenhum processo ou interesse econômico, sob qualquer circunstância, pode passar por cima
da reverência da vida.” “Penso que precisamos reconhecer que somos parte de uma grande doença. Nunca houve
na história um período em que tudo que fazemos fosse tão auto destrutivo. E isto é uma gigantesca patologia
coletiva e se nos dermos conta dela poderá ser o primeiro passo para alcançarmos uma cura adequada”.
2003 - Herman Daly para Carta Capital - “O discurso do crescimento serve para encobrir o fato de que nada se
faz para distribuir a riqueza e realmente enfrentar o problema da pobreza no mundo”.
2004 - Stephen Pacala e Robert Socolow - “Humanity already possesses the fundamental scientific, technical, and
industrial know-how to solve the carbon and climate problems”.
2006 - Al Gore. Uma Verdade Inconveniente. - “Precisamos de uma explosão na consciência das pessoas...
É um fenômeno mundial. Cada um de nos é a causa do problema e cada um de nos é a solução do problema”.
2006 - Oded Grajew - “Não estamos diante de um problema de meios, mas de vontade política, social...”
2006 - James Lovelock. A Vingança de Gaia. - “O consumo desenfreado das populações ricas e a degradação ambiental associada ao crescimento das populações chamadas em via de desenvolvimento exigem mudanças ainda
mais radicais nos modelos de vida, capazes de promover a desconstrução da ideologia e das práticas consumistas: proibição da obsolescência planejada, proibição do uso de certos materiais que não possam ser reciclados;
generalização das práticas de reciclagem e reutilização; imposição de padrões de eficiência no uso de energia;
combate às poluições do ar, da água e dos mares...É necessário então, sob qualquer cenário, sob qualquer sistema
econômico, enfrentar as questões ambientais com modificações radicais do que a humanidade compreende como
civilização.” “As tendências em curso apontam para uma multifacetada crise ecológica que escalará até atingir
proporções catastróficas, crise para a qual a única saída é uma grande mudança sócio-econômico-política. Os
problemas são reais, de muito dif ícil solução, e seus impactos cada vez mais visíveis e traumáticos. Como outro
modelo de desenvolvimento ecologicamente sustentável significa uma ruptura profunda com a lógica do mercado, hoje muito improvável (a crítica ecológica aponta claramente para a irracionalidade da sociedade capitalista, com o consumo supérfluo como ideal de felicidade), possivelmente a “pedagogia das catástrofes” produzirá um
amplo debate de sociedade e alimentará opções políticas mais radicais”.
2007 - Relatórios IPCC - “O mundo vai acabar e não há nada a fazer” (em 1988, o IPCC divulgou seu primeiro
relatório, basicamente com as mesmas advertências do último).
2007 - François Chesnais. L’irrationalité du capitalisme au coeur de la crise de civilisation planétaire. - “Qualquer
um que começa a se interessar pelas questões da mudança climática e da destruição dos recursos do planeta
compreende muito rapidamente que não são apenas mudanças marginais que serão exigidas dos países avançados, no seu modo de vida cotidiano e na sua organização social, mas uma transformação copernicana. Toda a
organização da vida social terá que ser repensada”.
2007 - Ricardo Young - “Estamos diante de uma mudança do padrão civilizatório, e isso não é fácil. Mas creio
que significa um enorme desafio e também uma grande oportunidade”.
2007 - John Elkington - “Precisamos de novas espécies; é necessário criar um novo ecossistema”.
2007 - Oded Grajew - “O aquecimento global, a concentração crescente de renda e riqueza e o acirramento dos
conflitos, frutos do atual modelo de globalização representam uma enorme ameaça para a humanidade e provam
que um outro mundo, diferente do mundo de Davos, não só é possível, mas também urgentemente necessário”.
2007 - Fernando Almeida - “Devemos aceitar que a falência dos ecossistemas planetários é mais que a falência
dos negócios; é a falência da vida”.
Colaboração: Washington Novaes, jornalista.
35
2
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental
Princípios e
Diretrizes Internacionais
2.1Introdução
36
36
2.2
OCDE - Diretrizes para Empresas Multinacionais
2.3
ONU
2.4
OIT - Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento
2.5 OIT - Declaração Tripartite de Princípios sobre as Empresas Multinacionais e a Política Social
2.6 OIT - Guia de Normas Internacionais do Trabalho
2.7
PNUD - Global Compact
2.8
PNUD - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
2.9
PNUD - Carta da Terra
2.10
PNUD - Agenda 21
Intro 2.1
Evolução dos conceitos, princípios e documentos na
construção da sustentabilidade
A responsabilidade social das organizações
de todos os setores nasce de um contexto
internacional em que temas como direitos humanos, direitos do trabalho, meio
ambiente e desenvolvimento sustentável
ganham vulto na discussão entre os países
membros das Nações Unidas, resultando
em diretrizes que, de certa forma, orientam a formulação conceitual da RSE no
âmbito principalmente empresarial.
Estas iniciativas foram traduzidas em padrões, acordos, recomendações, códigos
unilaterais e multilaterais que ajudam a
compreender e a situar a responsabilidade
como tema emergente para as organizações. Em linhas gerais, são documentos das
Nações Unidas e seus organismos, como
OIT e PNUD, que conferem o mínimo
aceitável para as operações das empresas.
Podemos destacar entre os principais
documentos internacionais inspiradores
para a RSE:
• Declaração Universal dos Direitos Humanos
da ONU;
• Declaração da OIT sobre os Princípios e
Direitos Fundamentais do Trabalho e seu
Seguimento;
• Declaração Tripartite sobre Empresas
Multinacionais da OIT;
• Diretrizes para Empresas Multinacionais
da OCDE;
• Declaração do Rio e Agenda-21, da
ONU, que tratam do meio ambiente,
desenvolvimento sustentável e erradicação
da pobreza.
Amplamente aceitos em todo o mundo,
estes tratados diretrizes e instrumentos
atingem diretamente a atividade empresarial, suas obrigações, e atribuem, às empresas, responsabilidades na promoção e
cumprimento de direitos. O mais importante desses documentos, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, inclui,
em seu preâmbulo, as empresas como
atores legítimos para a plena realização
dos direitos humanos, que se baseiam no
ideário de liberdade, igualdade e fraternidade, formulado no século 18, base para a
Revolução Francesa.
O trabalho também é alvo de preocupações das Nações Unidas, que preparou, por
meio da OIT, a Declaração sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho
e seu Seguimento, que prevê, para as relações trabalhistas, princípios como:
• Convenção de Roterdã sobre o
Consentimento Prévio Informado
(PIC de 1998);
• Protocolo de Cartagena sobre
Biossegurança (2000);
• Protocolo de Kyoto;
• Convenção de Estocolmo sobre os
Poluentes Orgânicos Persistentes (POP, de
2001);
• O Relatório Stern (2006);
• O Relatório IPCC (Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas).
• Proibição de trabalho forçado (Convenções
29 e 105 da OIT);
Em 2007, a Assembléia da ONU votará as
Normas sobre a Responsabilidade de Corporações Transnacionais e outras empresas em relação aos direitos humanos. Esta
iniciativa visa atualizar as diretrizes da
ONU para empresas levando-se em conta
documentos como:
• Proibição de trabalho infantil (Convenções
138 e 182 da OIT);
• Declaração Universal dos Direitos
Humanos;
• Proibição de discriminação no trabalho e
na profissão (Convenções 100 e 111 da OIT)
e as Convenções 87 e 98 (complementadas
pela Convenção 135 da OIT).
• Carta das Nações Unidas;
• Liberdade de organização e o direito a
negociações coletivas (Convenções 87, 98,
complementadas pela Convenção 135 da
OIT);
O desenvolvimento sustentável, tão discutido hoje no panorama da responsabilidade social, consagrou-se como preocupação universal das Nações Unidas a partir
da Conferência sobre o Meio Ambiente, a
Rio’92. Desde aquela época, intensificouse a discussão internacional e aumentou o
número de convenções sobre o meio ambiente, que se somaram a outros acordos
já existentes, entre os quais destacamos:
• Diretivas da OCDE para multinacionais
(1976);
• Convenção de Viena para a Proteção da
Camada de Ozônio (1985);
• Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro (1992);
• Diversidade Biológica (1992);
• Convenção Aarhus (1998), pela qual
estabeleceu-se pela primeira vez uma relação
entre os direitos humanos e os direitos
ambientais etc.
• Declaração Tripartite e Princípios sobre as
Empresas Multinacionais e a Política Social;
• Declaração Relativa aos Princípios e
Direitos Fundamentais no Trabalho, da OIT;
• Diretrizes da OCDE e o Global Compact.
O objetivo das novas diretrizes da ONU
é dar poderes aos governos para que estes
possam exigir das organizações o respeito
pelos direitos humanos, pela soberania e
pelo desenvolvimento econômico local.
Além de tratar da RSE em relação aos
direitos humanos, trabalhistas, do consumidor, e em relação ao meio ambiente,
as diretrizes incorporam comentários dos
participantes e registram os documentos
que serviram de base para sua elaboração.
Espera-se que as organizações assumam
a sua responsabilidade social, cumprindo, respeitando e promovendo os acima
mencionados tratados e normas concordadas em nível internacional, integrando-os em todos os aspectos das atividades da organização.
37
2.2 OCDE
Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico
As Diretrizes da OCDE para empresas multinacionais
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, ou OECD, em
inglês) é uma organização internacional dos países desenvolvidos comprometida com os
princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado. Sua sede fica em
Paris, na França. Foi criada em 30 de setembro de 1961, sucedendo à Organização para a
Cooperação Econômica Européia, criada em 16 de abril de 1948.
O QUE É
As Diretrizes para Empresas Multinacionais são uma parte da Declaração da Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico sobre Investimento Internacional e Empresas Multinacionais, que é um compromisso político abrangente adotado em 1976 para promover o investimento entre os países membros da OCDE.
As diretrizes descrevem padrões voluntários, recomendações para uma conduta empresarial responsável em
uma ampla gama de questões sociais e ambientais, tais
como direitos humanos, divulgação de informações,
trabalho e meio ambiente. O Brasil aderiu às diretrizes
em 1997, o que foi reafirmado em junho de 2000 ao final
do processo de revisão do documento.
ORIGEM
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Organização
Européia de Cooperação Econômica (OECE) foi criada para administrar o auxílio americano e canadense
para a reconstrução da Europa. Em 1961, a OECE tornou-se a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A OCDE é formada por países ricos, e a entrada de um
novo membro nessa organização não é nada simples.
Um país signatário pode algum dia se tornar membro
ou não. Desde janeiro de 2004, são signatários Argentina, Brasil, Chile, Estônia, Israel, Lituânia e Eslovênia,
totalizando 70 membros.
OBJETIVO
As Linhas Diretrizes objetivam assegurar que as atividades dessas empresas estejam em harmonia com
as políticas governamentais, de modo a fortalecer as
bases de uma confiança mútua entre as empresas e as
sociedades nas quais elas realizam operações, ajudar
38
a melhorar o clima para investimentos estrangeiros e
contribuir para um desenvolvimento sustentável produzido pelas empresas multinacionais.
CONTEÚDO
Desde sua adoção, em 1976, as Diretrizes foram revistas cinco vezes, estabelecendo a tônica sobre a conduta responsável referente a temas sociais e ambientais.
As Diretrizes não oferecem uma definição precisa
para o termo “empresa multinacional”. Ele geralmente
significa uma empresa com operações em mais de um
país. Uma empresa multinacional pode consistir de
uma variedade de arranjos organizacionais, incluindo
empresas privadas, estatais ou de propriedade mista.
Estes princípios envolvem todas as filiais de uma multinacional sediadas ou que operam em um país adeso.
Espera-se que as empresas encorajem a rede a formar
sua própria cadeia de suprimentos para seguir as diretrizes. Os governos aderentes reconheceram que
empresas pequenas e médias podem não ter a mesma
capacidade que empresas multinacionais para aderir
às Diretrizes, mas os governos as encorajam a também seguir tais Diretrizes.
Tópicos apresentados:
• Conceitos e princípios
• Princípios Gerais
• Divulgação
• Emprego e Relações Empresariais
• Meio Ambiente
• Combate à Corrupção
• Interesse do Consumidor
• Ciência e Tecnologia
• Concorrência
• Tributação
OCDE 2.2
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Internacionais
PASSO-A-PASSO
RESULTADOS
Os governos que endossaram as diretrizes são obrigados a garantir que elas sejam implementadas por meio
da criação de Pontos de Contato Nacionais (PCNs)
dentro do governo.
A OECD Watch elaborou um relatório trazendo uma
análise qualitativa do desempenho das Diretrizes.
Os PCNs podem estar organizados das seguintes
formas:
• num único órgão governamental;
• em vários ministérios;
• numa composição tripartite (governo, sindicato e
empresas);
• numa composição quadripartite (governo, sindicato,
empresas e ONGs).
O papel do PCN é encorajar a observância das Diretrizes no contexto nacional e garantir que sejam bem
conhecidas e entendidas pela comunidade empresarial, organizações sindicais, ONGs e o público em geral, além de dar respostas às reclamações feitas contra
empresas que estão alegadamente violando as Diretrizes. O PCN não é um tribunal, mas sim uma corte
de conciliação. Ele é o responsável por fazer com que
as Diretrizes sejam implantadas e respeitadas.
O PCN-Brasil está situado na Secretaria de Assuntos Internacionais, no Ministério da Fazenda (coordenador).
Recomendações apresentadas no relatório:
• Incrementar a capacidade dos PCNs;
• Fortalecer o alcance das Diretrizes;
• Fortalecer a atuação e alcance dos PCNs.
FIVE YEARS ON - A Review of the OECD Guidelines and National Contact Points www.oecdwatch.org/ES/docs/OECD_Watch_5_years_
on.pdf
www.oecdwatch.org/ES/docs/OW%20Press%20Release%
20five%20years%20on%20Spanish.pdf
REFERÊNCIAS
www.fazenda.gov.br/sain/pcnmulti/diretrizes.asp
www.fazenda.gov.br/sain/pcnmulti/downloads/sintesediretrizes.pdf
Guide to the OECD Guidelines for Multinational
Enterprises - Complaint Procedure Lessons from Past NGO
Complaints
www.oecdwatch.org/FR/docs/OW_complaint_guide_4.pdf
(30 p.)
DICA
“Um Guia para as Diretrizes. Uma orientação prática para indivíduos, comunidades e ONGs
sobre as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais.”
www.balancosocial.org.br/media/OCDE_GUIA_ONGs.pdf
Este guia esclarece oportunidades e obstáculos nas Diretrizes. Oferece uma orientação prática, resume uma série de reclamações que foram feitas e descreve exemplos hipotéticos de atividades que
podem ser consideradas como violações. Sua intenção principal é ajudar indivíduos, comunidades e
ONGs a melhor compreenderem as Diretrizes, de modo a promover uma implementação significativa
e robusta pelos governos e, o mais importante, a adesão de empresas multinacionais.
ou
“Guia do Usuário para Sindicalistas sobre as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais”
www.tuac.org/publicat/guidelinesPortug.pdf
Esse Guia visa contribuir para que se conheça e utilize as Diretrizes da OCDE como instrumento de
indução de um comportamento empresarial positivo em relação aos direitos humanos, sociais, trabalhistas e ambientais em nosso país.
39
2.3 ONU
Organização das Nações Unidas
ONU
OIT
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada
oficialmente em 24 de outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia, por 51 países, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma
agência multilateral ligada à Organização das Nações
Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho. Tem representação paritária de governos dos 178
estados membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra, Suíça,
desde a data de sua fundação, a OIT mantém uma
rede de escritórios em todos os continentes. A OIT
foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira
Guerra Mundial. A sua constituição converteu-se na
Parte XIII do Tratado de Versalhes.
A primeira Assembléia Geral celebrou-se em 10 de
janeiro de 1946 (em Westminster Central Hall, localizada em Londres). A sua sede atual é na cidade de
Nova York. A precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações (também conhecida como Liga das
Nações), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de
Versalhes, “para promover a cooperação internacional
e conseguir a paz e a segurança”.
Em 2006 a ONU tem representação de 192 estados
membros - cada um dos países soberanos internacionalmente reconhecidos, exceto o Vaticano, que tem
qualidade de observador, e países sem reconhecimento pleno (como Taiwan, que é território reclamado
pela China, mas de reconhecimento soberano por outros países). Um dos feitos mais destacáveis da ONU
é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, em 1948.
PNUD
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(ou PNUD) é o organismo internacional, ou seja, a
entidade das Nações Unidas que tem por mandato
promover o desenvolvimento e eliminar a pobreza
no mundo.
Entre outras atividades, o PNUD produz relatórios e
estudos sobre o desenvolvimento humano sustentável e as condições de vida das populações, bem como
executa projetos que contribuam para melhorar essas
condições de vida nos 166 países onde possui representação. É conhecido por elaborar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), bem como por ser
o organismo internacional que coordena o trabalho
das demais agências, fundos e programas das Nações
Unidas - conjuntamente conhecidas como Sistema
ONU - nos países onde está presente. Além disso, o
PNUD dissemina as Metas de Desenvolvimento do
Milênio, conjunto de 8 objetivos, 18 metas e 48 indicadores para o desenvolvimento do mundo, a serem
cumpridos até 2015, definidas pelos países membros
da ONU em 2000, e monitora o progresso dos países
rumo ao seu alcance.
40
A idéia de uma legislação trabalhista internacional
surgiu como resultado das reflexões éticas e econômicas sobre o custo humano da revolução industrial.
As raízes da OIT estão no início do século 19, quando
os líderes industriais Robert Owen e Daniel le Grand
apoiaram o desenvolvimento e harmonização da legislação trabalhista e melhorias nas relações de trabalho.
A criação de uma organização internacional para as
questões do trabalho baseou-se em argumentos:
• Humanitários: condições injustas, difíceis e degradantes
de muitos trabalhadores;
• Políticos: risco de conflitos sociais, ameaçando a paz,
• Econômicos: países que não adotassem condições
humanas de trabalho poderiam representar obstáculo à
obtenção de melhores condições em outros países.
Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão a da
Segunda Guerra Mundial, a OIT adotou a Declaração
da Filadélfia como anexo da sua Constituição. A Declaração antecipou e serviu de modelo para a Carta
das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
Em 1969, em seu 50º aniversário, a Organização foi
agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. Em seu discurso, o presidente do Comitê do Prêmio Nobel afirmou
que a OIT era “uma das raras criações institucionais
das quais a raça humana podia orgulhar-se”.
A OIT trabalha pela manutenção de seus valores e objetivos em prol de uma agenda social que viabilize a
continuidade do processo de globalização através de
um equilíbrio entre objetivos de eficiência econômica
e de eqüidade social.
Referências
www.ilo.org.br
www.oit.org.br
www.oitbrasil.org.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organização_das_Nações_Unidas
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Internacionais
ONU 2.3
A ONU tem representação fixa no Brasil desde 1950, quando o UNICEF (Fundo das Nações
Unidas para a Infância) e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) começaram seu trabalho no País.
Atualmente, há 18 agências, fundos, programas e comissões regionais no Brasil:
- ACNUR (Alto Comissarriado da ONU para Refugiados)
- UNIC-RIO (Centro de Informações das Nações Unidas no Rio de Janeiro)
- CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)
- FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura)
- FMI (Fundo Monetário Internacional)
- Banco Mundial
- OIT
- OMS/OPAS (Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde)
- PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)
- PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
- UIT (União Internacional de Telecomunicações)
- UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids)
- UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
- UNFPA (Fundo de Populações das Nações Unidas)
- UN-HABITAT (Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos)
- UNICEF
- UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e
- UNODC (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes).
Além disso, há 13 organismos que, apesar da não terem escritório no País, se fazem presentes
através de seus programas e projetos. São eles:
- UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento)
- AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)
- UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial)
- UNOPS (Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos)
- OMM (Organização Meteorológica Mundial)
- UNMOVIC (Comissão de Monitoramento, Verificação e Inspeção)
- UPU (União Postal Universal)
- UNDESA (Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas)
- IAPSO (Escritório para Serviços de Licitação Inter-Agência)
- UNCDF (Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento de Capital)
- OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual)
- Universidade das Nações Unidas e
- United Nations Headquarters.
41
2.4 OIT
Organização
Internacional do Trabalho - OIT
Princípios e Direitos Fundamentais
no Trabalho e seu Seguimento
Em 1998, após o fim da Guerra Fria, foi adotada a Declaração da OIT sobre os
Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento.
O documento é uma reafirmação universal do compromisso dos estados membros, e da comunidade internacional em geral, de respeitar, promover e aplicar de boa-fé os princípios fundamentais e
direitos no trabalho referentes:
- à liberdade de associação e de organização sindical e ao reconhecimento efetivo do direito de
negociação coletiva;
- à eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório;
- à abolição efetiva do trabalho infantil, e
- à eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação.
Esses princípios e direitos estão refletidos nas oito Convenções fundamentais supracitadas. A Declaração destaca que todos os estados membros estão obrigados a respeitar os Direitos Fundamentais, objeto das convenções correspondentes, mesmo que ainda não as tenham ratificado.
O programa In-Focus Promoção da Declaração inclui atividades de seguimento dos compromissos
assumidos pelos estados membros da OIT, incluindo relatórios anuais daqueles países que ainda
não ratificaram alguma das oito Convenções, e relatórios globais sobre o progresso alcançado em
nível mundial em cada uma das quatro áreas de princípios e direitos fundamentais (i.e. associação
e negociação coletiva, discriminação, trabalho infantil e trabalho forçado).
No Brasil, a OIT vem promovendo a Declaração e seu conteúdo por meio de:
- estudos e seminários tripartites e atividades de cooperação técnica focalizadas sobre
cada uma das quatro áreas de direitos;
- e do Fórum virtual interativo sobre a Declaração e seus componentes.
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/download/introducao_gr_facb_2004_portugues.pdf
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/download/declarac_port.pdf
42
OIT 2.5
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Internacionais
Declaração Tripartite de Princípios sobre
as Empresas Multinacionais e a Política Social
O QUE É
REFERÊNCIA
Recomendação aos governos, às organizações de empregadores e de trabalhadores e às empresas multinacionais para regulamentar a conduta das empresas
multinacionais e fixar as condições que devem orientar suas relações com os países que as hospedam.
http://training.itcilo.it/actrav/ils_pt/guia&decl/declaemn.pdf
ORIGEM
a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a
primeira entidade do gênero a ter-se interessado pelo
conceito de RSE, tendo adotado, em 1977, a Declaração Tripartite sobre os Princípios relativos às Empresas Multinacionais e as Práticas Sociais. Esta declaração é dirigida aos governos e não às empresas, e o
seu alcance depende da vontade dos governos de fazer
com que as empresas que estão sob sua jurisdição a
levem em consideração. Primeira edição, em 1977; a
segunda, em 1991, e a terceira edição, em 2001.
OBJETIVO
Declaração que visa promover uma contribuição ativa das empresas multinacionais aos progressos econômicos e sociais, minimizando ao mesmo tempo os
efeitos negativos das suas atividades.
CONTEÚDO
Seu âmbito de aplicação baseia-se nas convenções da
OIT e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Refere-se:
• à promoção do emprego;
• à igualdade de oportunidades e tratamento;
• à proibição do trabalho infantil;
• à promoção da liberdade sindical e das negociações
coletivas;
• à luta contra a discriminação no trabalho, e
• à luta contra o trabalho forçado.
PASSO-A-PASSO
A aplicação desta declaração é acompanhada pela
OIT, que produz periodicamente relatórios sob forma de pesquisa nos países membros. A OIT analisa
unicamente as empresas multinacionais, mas ressalta
que o termo “empresa multinacional”, tal qual é utilizado na Declaração, refere-se às empresas matriz e
local, ou a ambas, ou ainda ao grupo como um todo,
em função da repartição das responsabilidades entre
elas, baseada na premissa de que há cooperarão e ajuda mútua para potencializar a capacidade de observar
os princípios enunciados na Declaração.
DICA
Instituto Observatório Social
www.observatoriosocial.org.br
O Observatório é uma iniciativa da CUT Brasil
em cooperação com o Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec), com o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos
(Dieese) e a Rede Interuniversitária de Estudos e
Pesquisas sobre o Trabalho (Unitrabalho).
O Instituto Observatório Social é uma organização que analisa e pesquisa o comportamento de
empresas multinacionais, nacionais e estatais em
relação aos direitos fundamentais dos trabalhadores. Esses direitos estão assegurados, principalmente, nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que tratam da liberdade
sindical, negociação coletiva, trabalho infantil,
trabalho forçado, discriminação de gênero e raça,
meio ambiente, saúde e segurança ocupacional.
O Projeto. O projeto de criação do Observatório
Social surgiu a partir do debate sobre a adoção de
cláusulas sociais e ambientais nos acordos de comércio internacional. No ano de 1997, foram traçadas as linhas gerais da proposta, tendo por base
as convenções da OIT.
A metodologia de estudo adotada pelo Observatório Social parte do levantamento de informações divulgadas publicamente em sites, jornais
etc., como, por exemplo: o controle acionário da
empresa, seu histórico, denúncias em relação ao
meio ambiente e questões trabalhistas.
Na seqüência, são realizadas entrevistas com trabalhadores, dirigentes sindicais e empresários.
Para análise dos resultados são consideradas,
além das convenções da OIT, as Cartas Sociais, a
Declaração Sócio-trabalhista, Códigos de Conduta Voluntários das Empresas, Diretrizes da OCDE
sobre Empresas Multinacionais e Política Social,
Global Compact, da ONU, e outras normas defendidas pelos Secretariados Profissionais Internacionais (SPIs) e pela Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres.
O acesso aos estudos é feito pelo nome da empresa classificada pelo setor da economia ou por um
tema: Meio Ambiente, Liberdade Sindical, Trabalho Infantil etc.
43
2.6 OIT
Guia de Normas Internacionais do Trabalho
O QUE É
Uma guia que apresenta a atualização das suas normas
internacionais de trabalho para incentivar sua divulgação e ratificação por parte dos estados membros.
Capítulo 7. Política e promoção do emprego
Capítulo 8. Orientação e formação profissionais
Capítulo 9. Política Social
Capítulo 10. Salários
OBJETIVO
Capítulo 11. Tempo de trabalho
Divulgar as normas internacionais do trabalho que são
consideradas atualmente como as mais pertinentes e
promover sua maior aplicação, além de estimular os
estados membros a construir um mundo no qual cada
homem e cada mulher podem aceder a um trabalho
decente, é o objetivo que o presente guia almeja.
Capítulo 12. Seguridade e saúde no trabalho
ORIGEM
Capítulo 18. Povos indígenas e tribais
No início dos anos 90, a OIT não cessou de dirigir seus
esforços de maneira sistemática a fim de modernizar
e reforçar seu sistema normativo. Resultados particularmente notáveis para os oito convênios fundamentais, cuja visibilidade e impacto devem-se à campanha
de ratificação lançada em 1995, e à adoção, em 1998,
da Declaração relativa aos Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento. A OIT já
anota mais de 6.800 ratificações às suas Convenções.
As normas internacionais do trabalho são essencialmente expressões de acordos tripartites, que refletem
um processo legislativo único no mundo.
Em março de 2002 encontravam-se atualizados 71
convênios (de 184), 5 protocolos e 73 recomendações
(de 1.945). Encontra-se em curso de elaboração outra
ferramenta, que inclui uma base de dados com análises por país. Esta base de dados disponível no site da
OIT contém informações, para cada estado membro,
acerca dos convênios atualizados que se convida a ratificar, além de dados sobre a legislação e a prática dos
Estados em relação às normas. A presente publicação,
assim como a base de dados, responde a um pedido
do Conselho de Administração que almejava assegurar a divulgação dos resultados de seus trabalhos.
CONTEÚDO
Capítulo 1. Liberdade sindical, negociações coletivas e
relações de Trabalho
Capítulo 2. Trabalho forçado
Capítulo 3. Igualdade de oportunidades e de tratamento
Capítulo 4. Eliminação do trabalho infantil e proteção dos
menores
Capítulo 5. Administração e inspeção do trabalho
44
Capítulo 6. Consultas Tripartites
Capítulo 13. Seguridade social
Capítulo 14. Proteção da maternidade
Capítulo 15. Trabalhadores do mar
Capítulo 16. Trabalho portuário
Capítulo 17. Trabalhadores migrantes
Capítulo 19. Categorias particulares de trabalhadores
Desde sua criação, a OIT e suas estruturas tripartites construíram um sistema de normas internacionais sob a forma de Convenções e Recomendações.
As Convenções são tratados internacionais sujeitos à
ratificação dos países membros. As Recomendações
são instrumentos opcionais que tratam dos mesmos
temas que as Convenções e estabelecem orientações
para a política e a ação nacional.
Os convênios e as recomendações atualizados se destacam mediante um asterisco no seu título. Destes,
oito convênios, acompanhados de seis Recomendações, tratam dos direitos fundamentais dos trabalhadores; outros quatro convênios, acompanhados de
seis Recomendações, são considerados prioritários.
Os convênios internacionais e prioritários estão claramente identificados no guia por uma menção em
sua margem.
Um CD-ROM que acompanha o guia disponibiliza
demais informações.
PASSO-A-PASSO
Das 183 Convenções da OIT aprovadas até junho de
2001, as deliberações da estrutura tripartite da OIT
designaram oito como fundamentais, as quais integram a Declaração de Princípios Fundamentais e Direitos no Trabalho da OIT (1998).
• Nº 29 - Trabalho forçado (1930) - Dispõe sobre a eli-
minação do trabalho forçado ou obrigatório em todas
as suas formas. Admitem-se algumas exceções, tais
como o serviço militar, o trabalho penitenciário ade-
OIT 2.6
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Internacionais
quadamente supervisionado e o trabalho obrigatório
em situações de emergência, como guerras, incêndios,
terremotos etc.
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_29.pdf
• Nº 87 - Liberdade sindical e proteção do direito de sindicalização (1948). Estabelece o direito de todos os tra-
balhadores e empregadores de constituir organizações
que considerem convenientes e de a elas se filiarem, sem
prévia autorização, e dispõe sobre uma série de garantias para o livre funcionamento dessas organizações,
sem ingerência das autoridades públicas.
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_87.pdf
• Nº 182 - Piores Formas de Trabalho Infantil (1999). De-
fende a adoção de medidas imediatas e eficazes que
garantam a proibição e a eliminação das piores formas
de trabalho infantil.
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_182.pdf
Estas convenções devem ser ratificadas e aplicadas
por todos os estados membros da OIT. Outras quatro
convenções referem-se a assuntos de especial importância e foram consideradas prioritárias.
• Nº 144 - Consulta tripartite (1976). Dispõe sobre a
consulta efetiva entre representantes do governo, dos
empregadores e dos trabalhadores sobre as normas
internacionais do trabalho.
Nº 98 - Direito de sindicalização e de negociação coletiva (1949). Estipula proteção contra todo ato de dis-
• Nº 81 - Inspeção do trabalho (1947). Dispõe sobre a
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_98.pdf
• Nº 129 - Inspeção do trabalho na Agricultura (1969).
criminação que reduza a liberdade sindical, proteção
das organizações de trabalhadores e de empregadores
contra atos de ingerência de umas nas outras, e medidas de promoção da negociação coletiva.
• Nº 100 - Igualdade de remuneração (1951). Preconiza
a igualdade de remuneração e de benef ícios entre homens e mulheres por trabalho de igual valor.
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_100.pdf
• Nº 105 - Abolição do trabalho forçado (1957). Proíbe o
uso de toda forma de trabalho forçado ou obrigatório
como meio de coerção ou de educação política, como
castigo por expressão de opiniões políticas ou ideológicas; proíbe a mobilização de mão-de-obra, como
medida disciplinar no trabalho, punição por participação em greves, ou como medida de discriminação.
manutenção de um sistema de inspeção do trabalho
nas indústrias, no comércio e na agricultura. Tais sistemas devem operar dentro dos parâmetros estabelecidos nestes instrumentos.
Dispõe sobre a manutenção de um sistema de inspeção do trabalho nas indústrias, no comércio e na
agricultura. Tais sistemas devem operar dentro dos
parâmetros estabelecidos nestes instrumentos.
• Nº 122 - Política de emprego (1964). Dispõe sobre o
estabelecimento de uma política ativa para promover
o emprego, estimulando o crescimento econômico e a
elevação dos níveis de vida.
Todas as outras convenções foram classificadas em 12
categorias.
1. Direitos Humanos Básicos
2. Emprego
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_105.pdf
3. Políticas Sociais
• Nº 111 - Discriminação (emprego e ocupação) (1958). Pre-
5. Relações industriais
coniza a formulação de uma política nacional que elimine toda discriminação em matéria de emprego, formação profissional e condições de trabalho por motivos
de raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência
nacional ou origem social, e promoção da igualdade de
oportunidades e de tratamento.
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_111.pdf
• Nº 138 - Idade Mínima (1973). Objetiva a abolição do
4. Administração do trabalho
6. Condições de trabalho
7. Segurança Social
8. Emprego de mulheres
9. Emprego de crianças e jovens
10. Trabalhadores migrantes
11. Trabalhadores indígenas
12. Outras categorias especiais
trabalho infantil, ao estipular que a idade mínima de
admissão ao emprego não deverá ser inferior à idade
de conclusão do ensino obrigatório.
REFERÊNCIAS
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/conv_138.pdf
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info/
download/guia_normas_esp.pdf
www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/rules/
index.htm
45
2.7 PNUD
Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento - PNUD
Pacto Global
“Let us choose to unite the power
of the market with the authority of universal ideals.”
Kofi Annan
O QUE É
É um acordo para empresas preparado pelas Organizações das Nações Unidas, que pretende conciliar a
força do mercado aos ideiais dos direitos humanos,
levando-se em conta os impactos sociais e ambientais
produzidos pela globalização.
ORIGEM
Em janeiro de 1999, durante o Fórum Econômico de
Davos (Suíça), que reúne anualmente lideranças políticas e do mundo empresarial, o ex-secretário geral
da ONU, Kofi Annan, lançou a idéia de uma parceria
entre as Nações Unidas, organizações não-governamentais e empresas, denominada Pacto Global. Esta
iniciativa surge no contexto imediato após as manifestações antiglobalização de Seattle, durante a reunião
da Organização Mundial do Comércio (OMC).
OBJETIVO
Princípios de Direitos Humanos
1. Respeitar e proteger os direitos humanos;
2. Impedir violações de direitos humanos.
Princípios de Direitos do Trabalho
3.
4.
5.
6.
Apoiar a liberdade de associação no trabalho;
Abolir o trabalho forçado;
Abolir o trabalho infantil;
Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
Princípios de Proteção Ambiental
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios
ambientais;
8. Promover a responsabilidade ambiental;
9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio
ambiente.
Princípio contra a Corrupção
10. Lutar contra toda forma de corrupção.
De acordo com a ONU, o Global Compact pretende
apresentar um quadro de referência que visa facilitar
o diálogo com as empresas e as convergências entre as
práticas do setor privado e os valores universais.
PASSO-A-PASSO
CONTEÚDO
1. Emitir uma clara declaração de apoio ao GC e publicamente advogar seus dez princípios. Isso significa:
O Global Compact inicialmente adotou nove princípios universais, derivados dos direitos humanos, dos
direitos do trabalho e do conceito de sustentabilidade,
que constam da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional
do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais
no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992) e de Copenhague
(1995). Um décimo princípio foi acrescentado, em
2004, e refere-se à luta contra a corrupção. Podem
participar do Global Compact, além de empresas,
46
quaisquer outras partes interessadas na promoção de
seus dez princípios.
Para serem consideradas signatárias pelo escritório
de Nova York, as organizações devem desenvolver as
seguintes ações:
a) Informar os funcionários, acionistas, consumidores e fornecedores;
b) Integrar o Global Compact e os princípios nos
programas de desenvolvimento corporativo e
treinamento;
c) Incorporar os princípios do Global Compact na
declaração da missão da empresa;
d) Incluir o compromisso com o Global Compact
no Relatório Anual e em outros documentos
PNUD 2.7
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Internacionais
publicados pela empresa;
RESULTADOS
e) Emitir comunicados à imprensa (press-releases)
para tornar público o compromisso.
Mais de 4.000 empresas, em mais de 90 países, aderiram ao pacto. Entre estas, algumas das maiores e mais
influentes corporações do mundo, como Citibank,
HSBC, Shell e Coca-Cola.
A carta deve ser endereçada ao:
Secretary General
United Nations
Secretariat Building
New York, NY, 10017
USA
Fax: 1 212 963 1207.
E-mail: [email protected]
É importante destacar que a adesão ao Global Compact não implica custos para a empresa.
2. O Global Compact solicita às empresas que publi-
quem anualmente o progresso referente à implementação dos dez princípios. Esta publicação pode ser feita no relatório anual, no relatório de desenvolvimento
sustentável ou qualquer outro meio, como site ou veículos de comunicação.
Existem hoje, no Brasil, 229 organizações signatárias.
Foi criado também o Comitê Brasileiro do Pacto Global, que busca estimular as empresas a serem signatárias do pacto e a aperfeiçoar as práticas empresariais
já existentes. www.pactoglobal.org.br
Indicados pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, dois brasileiros — o presidente da
Petrobras e o presidente do Instituto Ethos — estão
entre os 20 membros da recém-criada Diretoria do
GC, que deverá ajudar a assegurar a continuidade da
iniciativa e a facilitar seu crescimento, além de auxiliar na implementação de medidas de transparência.
REFERÊNCIA
www.unglobalcompact.org/
DICA
Para ajudar a compreender o Global Compact e a implementar os seus princípios, os responsáveis desta
iniciativa internacional lançaram um CD-ROM de apoio — The Global Compact Resource Package.
Este CD cobre as três áreas principais do Compact — direitos humanos, direitos do trabalho e do ambiente — com várias seções, incluindo apresentações e case studies.
Este kit foi desenvolvido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Unep), com a colaboração das seguintes agências das Nações Unidas: o
Alto Comissariado para os Direitos Humanos, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e o Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas.
REFERÊNCIA
www.unglobalcompact.org/docs/networks_around_world_doc/guidance_ln_061205.pdf
47
2.8 PNUD
As Metas do Milênio da ONU
A consecução dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio requer uma
parceria global apropriada a um mundo
interconectado. O mundo realmente
compartilha um destino comum.
Jeffrey D. Sachs
1 - Erradicar a extrema pobreza e a fome.
2 - Atingir o ensino básico universal.
3 - Promover a igualdade de gênero e a autonomia
das mulheres.
4 - Reduzir a mortalidade infantil.
5 - Melhorar a saúde materna.
6 - Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças.
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental.
8 - Estabelecer uma parceria mundial para
o desenvolvimento.
O que é
Documento que consolidou várias metas estabelecidas nas conferências mundiais ocorridas ao longo
dos anos 90, estabelecendo um conjunto de objetivos
para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no
mundo – os chamados Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM) – que devem ser adotados pelos
estados membros das Nações Unidas, que envidarão
esforços para alcançá-los até 2015.
Origem
A Organização das Nações Unidas promoveu, em setembro de 2000, a Assembléia do Milênio, a reunião
de chefes de Estado e de governo de maior magnitude
jamais realizada: 191 delegações estavam presentes,
147 delas lideradas por suas autoridades de mais alto
escalão. O debate resultou na aprovação da Declaração do Milênio, que reconhece que o mundo já possui
a tecnologia e o conhecimento para resolver a maioria
dos problemas enfrentados pelos países pobres. Até
então, no entanto, tais soluções não foram implementadas na escala necessária. O estabelecimento destes
objetivos representa uma grande realização da comunidade internacional, visto que são mensuráveis e
temporalmente delimitados.
A partir destes oito objetivos internacionais comuns,
18 metas e 48 indicadores foram definidos para possibilitar uma avaliação uniforme dos ODM nos níveis
global, regional e nacional.
O acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio deve considerar especificidades
nacionais. Assim, cada país deve valer-se de suas capacidades para monitorá-los.
Os ODM consistem na estratégia de maior alcance
e importância delineada pelas Nações Unidas para a
promoção do desenvolvimento humano dentre seus
estados membros. Um papel ímpar na promoção da
luta global contra a extrema pobreza.
Os ODM contemplam temas como erradicação da pobreza, fome e analfabetismo, igualdade de gênero e sustentabilidade ambiental, temas estes entendidos como
componentes-chave do conceito de desenvolvimento
humano sustentável, e que podem conduzir à melhoria
das condições de vida de todos os seres humanos.
Resultados
www.pnud.org.br/odm/index.php?lay=odmi&id=odmi
• Roteiro das Metas - Uma apresentação sumária do
Conteúdo
Road Map towards the implementation of the United
Nations Millennium Declaration (Plano para a Execução da Declaração do Milênio das Nações Unidas), elaborado pelo ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan.
Oito objetivos gerais foram identificados:
• Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — Relatório Na-
Dica 1
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil é uma contribuição ímpar para a avaliação dos ODM, pois
seus dados desagregados vão além das médias, permitindo verificar o ponto de partida e a evolução do
bem-estar das populações de cada porção do território brasileiro. Trata-se de um banco de dados georreferenciado, contendo informações socioeconômicas para os 5.507 municípios brasileiros: são dezenas de
indicadores, tais como população (total, rural, urbana, por gênero, por faixa etária etc.), renda per capita
(individual, familiar, total, oriunda do trabalho, etc.), taxa de alfabetização (por gênero, raça, faixa etária
etc.), taxa de mortalidade, IDH e outros. O software gera mapas (Brasil, regiões, Estados), perfis municipais, tabelas, análises estatísticas etc., a partir dos dados censitários (IBGE) de 1991 e 2000.
download gratuito do Atlas: www.pnud.org.br/atlas/instalacao/index.php
ou www.undp.org.br/default1.asp?par=1
48
PNUD 2.8
cional de Acompanhamento e Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — Relatório Nacional de Acompanhamento
2005 - O 1º e 2º relatórios, elaborados pelo governo fe-
deral e pelo Sistema das Nações Unidas no Brasil, trazem a primeira análise sobre o desempenho brasileiro
em cada um dos oito Objetivos do Milênio.
• A Agenda 21 e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
- Caderno de debates que trata das oportunidades, em
nível local, relacionadas com os Objetivos do Milênio
e com a Agenda 21.
• Brazilian Monitoring Report on the Millennium Development Goals - Versão em inglês do primeiro relatório
sobre o desempenho brasileiro em cada um dos oito
Objetivos do Milênio
• Relatório 2006 sobre os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio - Produzido pelo Departamento de Assuntos
DICA 2
Brasil tem nono objetivo
Não adianta melhorar apenas as estatísticas gerais sem oferecer condições iguais a todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU estipulou
um nono objetivo para o Brasil: garantir que as
melhorias obtidas na luta pelo cumprimento dos
objetivos do milênio promovam igualdade de
condições para brancos e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o racismo”,
e será levada em conta na análise dos resultados
finais da campanha. Ou seja, só vamos cumprir
os oito objetivos principais se, lá em 2015, brancos e negros estiverem em condições iguais.
Econômicos e Sociais da ONU, o estudo faz um balanço do desempenho global nos Objetivos do Milênio.
• Relatório 2005 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
- Estudo da ONU que sintetiza o desempenho de diferentes regiões do mundo nos Objetivos do Milênio.
Referências
www.nospodemos.org.br
www.undp.org
www.pnud.org.br.
Dica 3
O Projeto do Milênio recomenda uma estratégia global para auxiliar as nações a mudar o curso contra a pobreza. Usando as metas determinadas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, as recomendações
de políticas feitas pelo Projeto são centradas em:
• Planejamento para o horizonte temporal de 2015;
• Busca dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio como metas mínimas nos países em desenvolvimento;
• Especificações de como os países doadores devem agir em relação a seus compromissos de ajuda, comércio e
alívio da dívida externa para coerentemente apoiar os países mais pobres do mundo no alcance dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio.
A maior parte do trabalho do Projeto é levada a cabo por dez forças-tarefa temáticas, totalizando mais de
250 especialistas de todo o mundo, incluindo: pesquisadores e cientistas, formuladores de políticas, representantes de ONGs, agências da ONU, Banco Mundial, FMI e o setor privado. Nos últimos três anos, as
forças-tarefa conduziram extensas pesquisas em suas áreas de perícia, a fim de produzir recomendações
para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
A recomendação principal do Projeto do Milênio é a de que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio devem estar no centro das estratégias nacionais e internacionais de combate à pobreza. Para que isso
aconteça, os países em desenvolvimento precisam administrar vigorosas “avaliações de necessidades”, para
identificar em que ponto eles estão posicionados em relação aos Objetivos e quais as intervenções necessárias para que se entre no eixo para 2015.
Porém, para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados, os países doadores também
devem fazer sua parte neste acordo global. Os Objetivos contêm uma meta específica para que seja estabelecida
uma “parceria global para o desenvolvimento”, que detalha o que é necessário dos países mais ricos para que seja
financiada a luta contra a pobreza no mundo em desenvolvimento. Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio requer um aumento marcante no volume de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA).
As descobertas do Projeto demonstram que, nos países em desenvolvimento, com “estratégias de redução
da pobreza baseadas nos ODM” e em consonância com o compromisso de 0,7% do PIB feito pelos países
desenvolvidos, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio podem ser alcançados, mesmo nos países
mais pobres, até 2015.
www.pnud.org.br/milenio/arquivos/ResumodoProjeto.pdf
49
2.9 PNUD
Carta da Terra
“É um dos textos mais completos que se tem
escrito ultimamente, digno de inaugurar o novo
milênio. Recolhe o que de melhor o discurso
ecológico produziu, os resultados mais seguros das
ciências da vida e do universo,
com forte densidade ética e espiritual.”
Leonardo Boff
zadores, especialmente Maurice Strong, da ONU, e
Mikhail Gorbachev, diretor da Cruz Verde Internacional, suscitaram a idéia de se criar um movimento
mundial para formular uma Carta da Terra que nascesse de baixo para cima. Deveria recolher o que a
humanidade deseja e quer para sua casa comum, a
Terra. Depois de reuniões prévias e muitas discussões, criou-se em 1997 a Comissão da Carta da Terra, composta por 23 personalidades dos vários continentes (eu entrei pelo Brasil), para acompanhar uma
consulta mundial e redigir o texto da Carta da Terra.
Efetivamente, por dois anos, ocorreram reuniões que
envolveram 46 países e mais de 100 mil pessoas, desde favelas, comunidades indígenas, universidades e
centros de pesquisa, até que, em início de março de
2000, no espaço da Unesco, em Paris, o texto final da
Carta da Terra foi aprovado.”
Conteúdo
O que é
“Este documento nasceu como resposta às ameaças que pesam sobre o planeta como um todo e
como forma de se pensar articuladamente os muitos problemas ecológico-sociais, tendo como referência central a Terra.”
Origem
“Em 1992, por ocasião da Cúpula da Terra, no
Rio de Janeiro, fora proposto tal documento, que,
por razões que não cabe aqui referir, não foi aceito. Em seu lugar adotou-se a Declaração do Rio
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Desta
forma a Agenda 21, o documento mais importante
da Eco’ 92, ficou privado de uma fundamentação e
de uma visão integradora. Insatisfeitos, os organi50
“É um dos textos mais completos que se tem escrito ultimamente, digno de inaugurar o novo milênio.
Recolhe o que de melhor o discurso ecológico produziu, os resultados mais seguros das ciências da
vida e do universo, com forte densidade ética e espiritual. Tudo é estruturado em quatro princípios fundamentais, detalhados em 16 proposições de apoio.
Estes são os quatro princípios: (1) respeitar e cuidar
da comunidade de vida; (2) integridade ecológica; (3)
justiça social e econômica; (4) democracia, não-violência e paz.”
Ver conteúdo completo:
www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.doc
Princípios resumidos na Carta da Terra:
1. Respeitar a Terra e a vida em toda a sua diversidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão,
compaixão e amor.
PNUD 2.9
Capítulo 2
Princípios e
Diretrizes Internacionais
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas,
participativas, sustentáveis e pacíficas.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e
as futuras gerações.
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas
ecológicos da Terra, com especial preocupação pela
diversidade biológica e pelos processos naturais que
sustentam a vida.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método
de proteção ambiental e, quando o conhecimento for
limitado, assumir uma postura de precaução.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução
que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os
direitos humanos e o bem-estar comunitário.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica
e promover a troca aberta e a ampla aplicação do
conhecimento adquirido.
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e
ambiental.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas
em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano
de forma eqüitativa e sustentável.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como prérequisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar
o acesso universal à educação, assistência de saúde e às
oportunidades econômicas.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as
pessoas a viver em ambiente natural e social capaz de
assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bemestar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos
dos povos indígenas e minorias.
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os
níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de
contas no exercício do governo, participação inclusiva na
tomada de decisões e acesso à justiça.
Objetivo
“O sonho coletivo proposto não é o ‘desenvolvimento sustentável’, fruto da visão intra-sistêmica da economia política dominante. Mas ‘um modo de vida
sustentável’, fruto do cuidado para com todo o ser,
especialmente para com todas as formas de vida e da
responsabilidade coletiva em face do destino comum
da Terra e da Humanidade. Este sonho bem aventurado supõe entender ‘a humanidade como parte de um
vasto universo em evolução’ e a ‘Terra como nosso lar
e viva’; implica também ‘viver o espírito de parentesco
com toda a vida’, ‘com reverência ao mistério da existência, com gratidão, o dom da vida e com humildade,
nosso lugar na natureza’; propõe uma ética do cuidado
que utiliza racionalmente os bens escassos para não
prejudicar o capital natural nem as gerações futuras;
estas têm direito também a um planeta sustentável e
com boa qualidade de vida.”
Resultados
“As quatro grandes tendências da ecologia — ambiental, a social, a mental e a integral — estão aí bem articuladas com grande força e beleza. Se for aprovada
pela ONU, a Carta da Terra será agregada à Carta dos
Direitos Humanos. Assim teremos uma visão holística da Terra e da Humanidade, formando um todo
orgânico, sujeito de dignidade e direitos.”
Referências
www.leonardoboff.com
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao
longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades
necessárias para um modo de vida sustentável.
Texto de Leonardo Boff, Teólogo, Membro da Comissão da
Carta da Terra.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e
consideração.
Ler também
CARTA DA TERRA DOS POVOS INDÍGENAS
16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
www.museu-goeldi.br/NPI/docs/POVOS%20INDIGENAS.doc
www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=19726
51
2.10 PNUD
Agenda 21
O que é
Agenda 21 é um plano de ação formulado internacionalmente para ser adotado em escala global, nacional
e localmente por organizações do sistema das Nações
Unidas, pelos governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio
ambiente. Reflete um consenso mundial e compromisso político, que estabelece um diálogo permanente
e construtivo inspirado na necessidade de atingir uma
economia em nível mundial mais eficiente e eqüitativa.
Constitui a mais abrangente tentativa já realizada de
orientação para um novo padrão de desenvolvimento
no século 21, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica, perpassando em
todas as suas ações propostas. A Agenda 21 segue o
princípio de “Pensar globalmente, agir localmente”.
Objetivo
A Agenda enumera os objetivos a serem atingidos pelas sociedades para atingir a sustentabilidade. É um
processo público e participativo que propõe o planejamento e a implementação de políticas para o desenvolvimento sustentável por meio da mobilização
de cidadãos e cidadãs na formulação dessas políticas.
Além disso, está previsto o compartilhamento dessas
soluções pela sociedade, que deve analisar sua situação e definir prioridades em suas políticas públicas,
sempre tendo em vista o tripé da sustentabilidade
(ambiental, econômica e social). Os governos têm a
responsabilidade de facilitar a implementação deste
processo que deve envolver toda a sociedade.
• Parceria e conscientização: a Agenda 21 é um processo
público e participativo para o planejamento e a implementação das políticas e ações para o desenvolvimento
sustentável. Nesse sentido, ela é um importante instrumento para a conscientização ambiental e para a mobilização de cidadãos e cidadãs na formulação de políticas,
na consolidação da responsabilidade social e no fortalecimento dos mecanismos participativos e democráticos.
• Comprometimento com soluções: é um documento que
não está restrita às questões ligadas à preservação e
conservação da natureza, mas sim a uma proposta que
rompe com o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico, dando lugar à sustentabilidade
ampliada, que une a Agenda ambiental e a Agenda social, ao enunciar a indissociabilidade entre os fatores
sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação do meio ambiente seja enfrentada juntamente
com o problema mundial da pobreza.
• A responsabilidade dos governos: Os governos têm o
compromisso e a responsabilidade de deslanchar e facilitar o processo de implementação em todas as escalas. Além dos Governos, a convocação da Agenda
21 visa mobilizar todos os segmentos da sociedade,
chamando-os de “atores relevantes” e “parceiros do
desenvolvimento sustentável”.
• Um processo social: torná-la realidade é antes de tudo
um processo social no qual todos os envolvidos vão
pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda possível rumo ao futuro que se
deseja sustentável.
Origem
A Agenda 21 Global foi construída de forma consensuada, com a contribuição de governos e instituições
da sociedade civil de 179 países, em um processo que
durou dois anos e culminou com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, em
1992, também conhecida por Rio’92.
O programa de implementação da Agenda 21 e os
compromissos para com a carta de princípios do Rio
foram fortemente reafirmados durante a Cúpula de
Johannesburgo, ou Rio + 10, em 2002.
Além da Agenda 21, resultaram desse mesmo processo os seguintes acordos:
estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela
qual governos, empresas, organizações não- governamentais e todos os setores da sociedade poderiam
cooperar no estudo de soluções para os problemas
socioambientais.
• Declaração do Rio,
• Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas,
• Convenção sobre a Diversidade Biológica e
• Convenção sobre Mudanças Climáticas.
• Definição de prioridades: a Agenda 21 resulta na aná-
A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e visa ainda preparar o mundo para os desafios do próximo século. O documento apresenta 40
capítulos que se dividem em quatro seções:
lise da situação atual de um país, Estado, município,
região, setor, e planeja o futuro de forma sustentável.
Este esforço de planejar o futuro gera oportunidades
para que as sociedades e os governos possam definir
prioridades nas políticas públicas.
52
• Questões social, ambiental e econômica: a Agenda 21
Conteúdo
Seção I: Dimensões Econômicas e Sociais (capítulo 2 a
PNUD 2.10
Capítulo 2
Princípios e
Diretrizes Internacionais
8) - de que forma os problemas e soluções ambientais
são interdependentes daqueles da pobreza, saúde, comércio, dívida, consumo e população.
das 21 - Locais em andamento no Brasil, quase três
vezes os números levantados até 2002.
Seção II: Conservação e gerenciamento de recursos
www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura
=18&idConteudo=908
para o desenvolvimento (capítulos 9 a 22) - de que forma os recursos f ísicos, incluindo terra, mares, energia
e lixo precisam ser gerenciados para assegurar o desenvolvimento sustentável.
Seção III: Fortalecimento do papel dos grupos princi-
pais (capítulos 23 a 32) - inclusive os minoritários, no
trabalho em direção ao desenvolvimento sustentável.
Seção IV: Meios de implementação (capítulos 33 a 40)
- inclusive financiamento e o papel das diversas atividades governamentais e não-governamentais. Índice
detalhado: www.ambiente.sp.gov.br/agenda21/indice.htm
Site Agenda 21 Brasileira
As ações prioritárias da Agenda 21 Brasileira são os programas de inclusão social (com o acesso de toda a população à educação, saúde e distribuição de renda), a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos recursos
naturais e minerais e a ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas o mais
importante ponto dessas ações prioritárias, segundo
este estudo, é o planejamento de sistema de produção e
consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício.
Participam da CPDS:
A maioria das áreas de programa tem a seguinte estrutura:
- Ministério do Meio Ambiente
- preâmbulo chamado ‘base para ação’, explicando questões;
- Ministério da Ciência e Tecnologia
- lista de ‘objetivos’;
- Ministério das Relações Exteriores
- lista de ‘atividades’ para os diversos participantes;
- estimativa dos custos do programa, e
- ‘meios de implementação’ com títulos, como: meios
técnicos e científicos, desenvolvimento de recursos,
humanos e capacitação.
Resultados
A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável. Cada país deve desenvolver a sua
Agenda 21. Seja como processo participativo ou produto deste, ela é um instrumento complementar e fundamental a outros instrumentos de planejamento e gestão
do desenvolvimento. Serve também como um diagnóstico dos atores sociais em relação à realidade ambiental
e do desenvolvimento de uma determinada região.
Agenda 21 Brasileira - Coordenada pela Comissão de
Políticas de Desenvolvimento Sustentável – CPDS, a
Agenda 21 Brasileira foi construída a partir das diretrizes da Agenda 21 Global, entre 1996 e 2002, fruto de
uma vasta consulta à população brasileira (cerca de 40
mil pessoas de todo o Brasil). A partir de 2003, entrou
na fase de implementação, sendo elevada à condição
de Programa do Plano Plurianual, PPA 2004-2007, pelo
atual governo, o que lhe confere maior alcance, capilaridade e importância como política pública. Os princípios
e estratégias da Agenda 21 Brasileira serviram de subsídios para a Conferência Nacional de Meio Ambiente,
Conferência das Cidades e Conferência da Saúde.
- Ministério do Orçamento e Gestão
- Ministério de Projetos Especiais
- Câmara de Políticas Sociais da Casa Civil
- Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o
Meio Ambiente
- Fundação OndAzul
- Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável
- Universidade Federal de Minas Gerais
- Fundação Getúlio Vargas
A construção da Agenda 21 - Local vem ao encontro
da necessidade de se construir instrumentos de gestão
e planejamento para o desenvolvimento sustentável. O
processo de Agenda 21 - Local pode começar tanto por
iniciativa do poder público quanto da sociedade civil.
De fato, a Agenda 21 - Local é processo e documento
de referência para Planos Diretores e orçamento municipais, entre outros, podendo também ser desenvolvida
por comunidades rurais e em diferentes territorialidades, em bairros, áreas protegidas, bacias hidrográficas.
E, reforçando ações dos setores relevantes, a Agenda
21 na escola, na empresa, nos biomas brasileiros, é demanda crescente, cuja maioria das experiências existentes tem-se mostrado muito bem-sucedida.
Passo-a-passo da Agenda 21 Local
www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura
=18&idConteudo=2563
Site da Agenda 21 Local
www.agenda21local.com.br
A prioridade agora é orientar para a elaboração e implementação de Agendas 21 - Locais com base nos princípios da Agenda 21 Brasileira que, em consonância com
a Agenda Global, reconhece a importância do nível local
na concretização de políticas públicas sustentáveis.
www.jornaldomeioambiente.com.br/JMA-Agenda21.asp
Atualmente, existem mais de 544 processos de Agen-
www.crescentefertil.org.br/agenda21/index2.htm
Referências
www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrut
ura=18&idConteudo=597
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agenda_21
53
3
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental
Princípios e Diretrizes
de Governança Corporativa
54
54
3.1
OCDE - Princípios de Governança Corporativa e Desenvolvimento Econômico
3.2
IBGC - Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa
3.3
CVM - Cartilha de Boas Práticas de Governança Corporativa
3.4
FDC - Instrumento para Avaliação da Sustentabilidade e Governança Corporativa
OCDE 3.1
Princípios de Governança Corporativa
e Desenvolvimento Econômico
Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico - OCDE
“A governança corporativa cuida da estrutura
institucional e política das corporações — desde
o início do empreendimento, passando por suas
estruturas de governança, direito societário e
privatização, até a saída do mercado e a insolvência.
A integridade das corporações, instituições financeiras
e mercados é especialmente importante para a saúde
de nossas economias e sua estabilidade”.
www.oecd.org
O QUE É
Os princípios de Governança Corporativa da OCDE
são reconhecidos internacionalmente e visam garantir
a integridade das corporações em seus processos de
gestão, e de relacionamento com as partes interessadas, também com o propóstio de manter a sáude das
organizações e sua estabilidade.
ORIGEM
Os princípios de governança corporativa da OCDE
foram desenvolvidos a partir de 1998 por diversas comissões da organização, como a de Comissão de Mercados Financeiros, a de Investimentos Internacionais
e Empresas Multinacionais, a da Indústria e a da Política Ambiental. Além disso, a organização valeu-se
de ampla pesquisa com dados do Banco Mundial, do
Fundo Monetário Internacional, de sindicatos e setor
empresarial, entre outras organizações.
OBJETIVO
A OCDE, por meio dos princípios, visa assessorar governos membros e não membros da OCDE em seus
esforços de avaliação e aperfeiçoamento da estrutura
jurídica, institucional para adoção da governança corporativa em seus países, além de proporcionar orientação e sugestões para bolsas de valores, investidores, empresas e outras entidades que desempenhem
algum papel no processo de desenvolvimento de boa
governança corporativa.
CONTEÚDO
Os princípios baseiam-se em experiências de iniciativas nacionais em países membros e trabalhos anteriores realizados no âmbito da Organização, inclusive o
do Grupo de Assessoria do Setor Empresarial de Governança Corporativa da OCDE.
Os princípios, descritos abaixo, constituem uma base co-
mum que os países membros consideram essencial para
o desenvolvimento de práticas de boa governança corporativa. A intenção é que os princípios sejam concisos,
compreensíveis e acessíveis à comunidade internacional.
I. Garantir a base para um sistema eficaz
de governança corporativa
O sistema de governança corporativa deve promover
mercados transparentes e eficazes e ser coerente com
o Estado de Direito, além de articular com clareza a
divisão de responsabilidades entre as diferentes autoridades supervisoras, reguladoras e executoras da lei.
II. Direitos dos acionistas e
principais funções da propriedade
O sistema de governança corporativa deve proteger e
facilitar o exercício dos direitos dos acionistas.
III. Tratamento eqüitativo dos acionistas
O sistema de governança corporativa deve garantir o
tratamento eqüitativo de todos os acionistas, inclusive
os minoritários e estrangeiros. Todos os acionistas devem ter oportunidade de obter reparação efetiva por
violação de seus direitos.
IV. Papel de outras partes interessadas
na governança corporativa
O sistema de governança corporativa deve reconhecer os direitos de outras partes interessadas, previstos
por lei ou por acordos mútuos, e estimular a cooperação ativa entre corporações e partes interessadas para
criar riqueza, empregos e sustentabilidade de empresas financeiramente sólidas.
V. Divulgação e transparência
O sistema de governança corporativa deve garantir
divulgação precisa e oportuna de todas as questões
relevantes relacionadas com a corporação, inclusive
situação financeira, desempenho, composição societária e governança da empresa.
VI. Responsabilidades do Conselho de Administração
O sistema de governança corporativa deve garantir a
orientação estratégica da empresa, o monitoramento
eficiente da administração pelo conselho e a prestação
de contas pelo conselho à empresa e aos acionistas.
REFERÊNCIAS
www.oecd.org
www.ibgc.org.br/ibConteudo.asp?IDArea=320&IDp=263
http://usinfo.state.gov/journals/ites/0205/ijep/oecd.htm
55
3.2 IBGC
Código Brasileiro das Melhores Práticas
de Governança Corporativa
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC
“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo
os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas,
Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria
Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas
de governança corporativa têm a finalidade de
aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso
ao capital e contribuir para a sua perenidade.”
fonte www.ibgc.org.br
O QUE É
Código que visa o aprimoramento do padrão de governo das empresas nacionais.
PAÍS
Brasil
ORIGEM
Fundado em 27 de novembro de 1995, o IBGC — sociedade civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos
—tem o propósito de “ser a principal referência nacional em governança corporativa; desenvolver e difundir os melhores conceitos e práticas no Brasil, contribuindo para o melhor desempenho das organizações
e, conseqüentemente, para uma sociedade mais justa,
responsável e transparente”.
O IBGC foi responsável pela elaboração, no Brasil, do
Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, lançado em maio de 1999. Procurando atualizar e refletir todas as alterações, em 2001, o Código de
Melhores Práticas passou por uma primeira revisão.
Mais recentemente, em 2004, foi lançada a terceira
versão, revisada e ampliada.
OBJETIVO
Além de captar, ordenar, consolidar e amadurecer os
pontos-chave e mudanças relacionadas com a governança corporativa, essa nova versão do Código tem
56
como um de seus objetivos ser um documento de
natureza didática, que se preste a esclarecer os agentes de mercado sobre as recomendações e conceitos
mais relevantes à governança. O Código fornece os
fundamentos da efetiva aplicação das boas práticas de
governança corporativa no Brasil para contribuir para
melhorar a competitividade de nossas empresas em
busca por capitais.
O objetivo central deste Código é indicar caminhos
para todos os tipos de sociedades — por ações de
capital aberto, ou fechado, limitadas ou civis — visando:
• Aumentar o valor da sociedade;
• Melhorar seu desempenho;
• Facilitar seu acesso ao capital a custos mais baixos;
• Contribuir para sua perenidade.
CONTEÚDO
O Código está dividido em seis capítulos:
•
•
•
•
•
•
Propriedade (Sócios),
Conselho de Administração,
Gestão,
Auditoria independente,
Conselho Fiscal,
Conduta e Conflito de Interesses.
Os princípios básicos que inspiram este Código são:
•
•
•
•
Transparência,
Eqüidade,
Prestação de contas (accountability),
Responsabilidade Corporativa.
Merece ser destacado que a nova versão do Código
foi resultado das contribuições recebidas daqueles
que serão seus maiores usuários, os próprios agentes
de mercado nacional e internacional, associações de
classe, associações profissionais e indivíduos de reconhecida competência na matéria.
REFERÊNCIAS
www.ibgc.org.br
www.ibgc.org.br/imagens/StConteudoArquivos/Codigo%20I
BGC%203º%20versao.pdf
www.ibgc.org.br/ibConteudo.asp?IDArea=3
CVM 3.3
Cartilha de Boas Práticas de
Governança Corporativa
Comissão de Valores Mobiliários - CVM
“Governança corporativa é o conjunto de práticas
que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma
companhia ao proteger todas as partes interessadas
— como investidores, empregados e credores —,
facilitando o acesso ao capital.”
www.cvm.gov.br
O QUE É
Cartilha de boas práticas de governança corporativa,
contendo 23 recomendações de regras de transparência no relacionamento da empresa com o mercado. A
adoção de tais práticas comumente significa a utilização de padrões de conduta superiores aos exigidos
pela lei, ou pela regulamentação da própria CVM.
PAÍS
Brasil
ORIGEM
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, subordinada ao Ministério da Fazenda, mas sem
subordinação hierárquica. A CVM tem poderes para
disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários.
Para a elaboração desta cartilha, utilizou-se a experiência de 25 anos de CVM e analisou-se a experiência
de diversos países, além de relatórios de pesquisas e
códigos de governança nacionais e internacionais.
nistradores, conselheiros, auditores independentes,
acionistas controladores e acionistas minoritários.
Sob o lema “pratique ou explique”, a CVM espera que
todas as empresas expliquem as razões pelas quais
eventualmente não adotam algumas ou a totalidade
das regras.
As recomendações estão agrupadas em quatro áreas:
• transparência na estrutura acionária,
• eqüidade entre acionistas,
• proteção aos minoritários e
• clareza nas demonstrações financeiras.
CONTEÚDO
A Cartilha é apresentada com os seguintes tópicos:
I. Transparência: assembléias, estrutura acionária e grupo de
controle;
II. Estrutura e responsabilidade do conselho de
administração;
III. Proteção a acionistas minoritários;
IV. Auditoria e demonstrações financeiras.
OBJETIVO
REFERÊNCIAS
Seu objetivo é orientar nas questões que podem influenciar significativamente a relação entre admi-
www.cvm.gov.br/port/public/publ/cartilha/cartilha.doc
Códigos das Melhores Práticas de GC
57
Núcleo Andrade Gutierrez de Sustentabilidade
e Responsabilidade Corporativa
Fundação Dom Cabral
3.4 FDC
Instrumento para Avaliação da
Sustentabilidade e Governança Corporativa
Fundação Dom Cabral - FDC
O que é
Este instrumento sintetiza a compreensão histórica e
das tendências futuras (estado da arte) de articulação
entre os conceitos e práticas sobre Sustentabilidade e
Governança Corporativa (SGC), possibilitando, dessa maneira, o estabelecimento de uma pauta para o
encontro entre as premissas do movimento pelo desenvolvimento sustentável e a função de governança
corporativa nas organizações.
Origem
O IASGC é o resultado do projeto de pesquisa realizado em 2006 pelo Centro de Referência em Gestão Responsável para a Sustentabilidade, da Fundação Dom
Cabral, que congrega um seleto grupo de grandes empresas brasileiras e multinacionais. Sua missão é desenvolver posturas de gestão para a sustentabilidade,
que agreguem ao país e ao mundo. Para a elaboração
deste instrumento foram realizadas investigações teóricas e práticas, compreendendo pesquisas bibliográficas, participação em eventos afins, envolvendo
instituições especializadas que estão desenvolvendo
e adotando práticas referenciais de sustentabilidade e
de governança corporativa, que apontam para a necessidade de se adequar à função de governança ao
movimento pelo desenvolvimento sustentável.
plexidade, descreve a relação mútua de contenção de
organismos menores em outros maiores e vice-versa.
Voltado para as empresas em geral, o biograma tem
a forma de círculos concêntricos, expressando dimensões de organismos do mais central para o mais
abrangente, na seguinte ordem: indivíduo, organização, mercado, sociedade e planeta.
Tratando-se do biograma orientado para sustentabilidade e governança corporativa (SGC), genericamente,
a ordenação dos organismos em círculos concêntricos
assume a configuração: acionista; conselho de administração; comitês especializados; CEO; diretoria executiva; organização; mercado; sociedade e planeta.
Biograma Organizacional
Sustentabilidade e Governança Corporativa (SGC)
Conceitualmente, o modelo no qual vêm se baseando
as iniciativas do Centro de Referência está pautado
em uma tríade que compreende: Gestão Responsável para a Sustentabilidade — gestão das funções gerenciais com foco na sustentabilidade; Organizações
Conscientes — percepção orgânica e humanamente
consciente da realidade viva das organizações, e Pensamento Biossistêmico — exercício da percepção, reflexão e elaboração de atitudes e ações, pautadas no
reconhecimento de princípios naturais.
Para a compreensão do envolvimento entre sustentabilidade e governança, utilizou-se esse “Pensamento
Biossistêmico”, que identifica a dinâmica vital presente nas organizações em suas interações internas e
externas. Essa lógica é representada simbolicamente
pelo biograma, que, em seu primeiro nível de com58
Acionista
Conselho de Administração
Comitês Especializados
CEO
Diretoria Executiva
Organização
Mercado
Sociedade
Planeta
FDC 3.4
Capítulo 3
Princípios e Diretrizes
de Governança Corporativa
Objetivo
O instrumento tem por finalidade aferir o nível de sofisticação da SGC que está sendo praticado na organização, permitindo, com essa informação, um melhor
posicionamento estratégico da empresa com relação
ao tema, no sentido de promover a sua longevidade,
em consonância com a sustentabilidade dos mercados, sociedade e recursos naturais envolvidos.
Conteúdo
O instrumento está estruturado com base no biograma da SGC. Para cada organismo há uma série de
perguntas abordando itens que identificam o nível de
permeabilidade da função de governança à sustentabilidade, que devem ser avaliados dentro de uma escala
que vai de 0 a 4, cuja gradação significa: 0 = não se
aplica (o item não se aplica em função do porte da empresa ou de alguma outra razão); 1 = inexistente (não
existe a intenção de se adequar ao item); 2 = existe a
intenção de se adequar ao item; 3 = parcialmente adequado (falta sistematizar alguns processos); 4 = adequado (processos plenamente sistematizados). Essa
escala mede a aplicabilidade da pergunta em relação
à realidade da empresa e o nível de internalização do
item avaliado.
A expressão “Conselho de Administração” (CA) é
utilizada no IASGC. Para aquelas empresas que não
possuem um CA, devem entender como o órgão de
governança corporativa mais alto. Esta lógica se aplica
a todas as estruturas de governança que não estejam
formalmente oficializadas na empresa, ou seja, deve
ser feito um paralelo entre a estrutura citada e a que
mais se aproxima da realidade da empresa.
de governança que vão ao encontro dos interesses da
organização e das partes interessadas diretamente envolvidas, dentro de um enfoque estratégico.
Resultados
Os resultados que podem ser associados diretamente
com a utilização deste instrumento são:
• Promoção da longevidade do empreendimento;
• Adequação da estrutura de poder aos preceitos da
sustentabilidade;
• Possibilidade de a organização se tornar referência no tema.
Uma organização pode se tornar referência em algum
aspecto da SGC, por meio de reconhecimentos formais, tais como prêmios de grande repercussão, notoriedade na mídia especializada, convite em eventos
oficiais de instituições renomadas para apresentação
de experiências e/ou recebimento de homenagens especiais, e relatos de cases em publicações de prestígio.
Referência
www.fdc.org.br
OBS.: As empresas que compuseram o Centro de Referência em
Gestão Responsável para a Sustentabilidade da FDC no desenvolvimento dos trabalhos são: Anglogold Ashanti, Construtora Andrade
Gutierrez, Sadia, TIM, Souza Cruz, Banco Itaú, Banco Real, Arcelor
(Belgo Mineira e CST) e Philips.
Passo-a-passo
Para se responder ao questionário do IASGC, deve
se eleger um ou mais profissionais especializados nos
temas em questão e do nível estratégico. Uma vez respondidas as questões, analisar as respostas e identificar as principais lacunas quanto à adequação da governança à sustentabilidade. Dependendo da realidade
da empresa, planejar as ações de adequação da função
59
4
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental
Princípios e
Diretrizes Setoriais
4.1Introdução
4.2
IFC - Princípios do Equador
4.3
ONU - Protocolo de Kyoto
4.4
BOVESPA
Índice de Sustentabilidade Empresarial em Bolsa de Valores
Brasil e o setor de SRI
Bolsa de Valores de São Paulo e o ISE
60
60
4.5
ICMM - Princípios do ICMM
4.6
WBCSD - Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento (CSI)
4.7
ABRAPP - Princípios Básicos de Responsabilidade Social
Intro 4.1
Alguns setores têm-se estruturado para fazer avançar as
práticas de responsabilidade social. Estas experiências
demonstram a expansão do movimento e a consciência
de que a responsabilidade social é uma preocupação
dos empresários que desejam a sustentabilidade dos
seus negócios no longo prazo.
Muitos empresários já sofrem pressão
do mercado externo para manterem
altos padrões de respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos, o que
se reflete na reorganização de procedimentos de trabalho e modernização de
equipamentos e práticas menos prejudiciais aos ecossistemas.
Desta forma, estas iniciativas contribuem para o aumento das exportações e
deixa mais transparente para a sociedade a forma como estes setores e suas cadeias produtivas trabalham, possibilitando ainda que o consumidor identifique
artigos produzidos com respeito ao meio
ambiente e aos direitos humanos.
O Instituto Carvão Cidadão (ICC) e o
Instituto do Algodão Social (IAS) são
exemplos de iniciativas dos próprios
produtores e empresários pela responsabilidade social dos seus setores. Para
incorporar os princípios da responsabilidade social no setor, estes institutos
fornecem oientações aos seus membros
e fiscalizam todas as etapas da cadeia
de produção.
• O ICC foi criado por iniciativa de sete
indústrias siderúrgicas do Maranhão,
um dos estados que lideram o ranking
do trabalho análogo ao escravo, segundo cadastro do Ministério do Trabalho
(também conhecido como “lista suja”).
Além de fiscalizar, desde a extração do
carvão mineral até seu beneficiamento final, o ICC também desenvolve um
trabalho de inserção social das pessoas
que se submeteram a esta forma de trabalho, oferecendo vagas para estes trabalhadores nas siderúrgicas associadas
para atuação em área de reflorestamento destas empresas.
www.carvaocidadao.org.br
• O IAS foi criado em setembro de 2005
por iniciativa da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão.
Seu objetivo é semelhante ao do ICC,
ou seja, fiscalizar e conscientizar produtores de algodão sobre a importância
da responsabilidade social e, principalmente, o respeito à legislação trabalhista
e aos direitos humanos. Desde setembro
até fevereiro de 2006, o Instituto já havia feito levantamento sobre relações de
trabalho e adequação à legislação trabalhista em 167 fazendas.
www.algodaosocial.com.br
• Em breve, o Instituto ARES divulgará
seus princípios e critérios para uma soja
responsável com a missão de “contribuir
para o desenvolvimento da sustentabilidade no agronegócio brasileiro através
da produção de conhecimento, diálogo
com a sociedade e comunicação”.
www.abiove.com.br
Além das iniciativas aqui apresentadas:
• FCS - Forest Stewardship Council
• IMCC - International Council on
Minerals and Mines
• CSI - Cement Sustainability Initiative
• EP - Equator Principles
várias outras iniciativas setoriais fazem
parte do cenário mundial da evolução
sustentável:
• ETI - Ethical Trading Initiative
(multissetorial)
www.ethicaltrade.org
• EITI - Extractive Industries
Transparency Initiative
www.eitransparency.org
• FLA - Fair Labor Association (têxtil)
www.fairlabor.org
• Kimberley Initiative (conflict diamonds)
www.kimberleyprocess.com
• MSC - Marine Stewardship Council
www.msc.org
• MFA Forum (têxtil)
www.mfaforum.org
• GTI - Transparency Initiative
www.ifitransparency.org
61
4.2 IFC
Princípios do Equador
International Finance Corporation – IFC
O QUE SÃO
São critérios mínimos para a concessão de crédito,
que asseguram que os projetos financiados sejam desenvolvidos de forma socialmente e ambientalmente
responsável.
ORIGEM
Os Princípios do Equador tiveram a sua gênese em
outubro de 2002, quando o International Finance
Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, e um banco holandês (ABN Amro) promoveram,
em Londres, um encontro de altos executivos para
discutir experiências com investimentos em projetos,
envolvendo questões sociais e ambientais em mercados emergentes, nos quais nem sempre existe legislação rígida de proteção do ambiente.
Em 2003, dez dos maiores bancos no financiamento internacional de projetos (ABN Amro, Barclays,
Citigroup, Crédit Lyonnais, Crédit Suisse, HypoVereinsbank (HVB), Rabobank, Royal Bank of Scotland,
WestLB e Westpac), responsáveis por mais de 30% do
total de investimentos em todo o mundo, lançaram as
regras dos Princípios do Equador na sua política de
concessão de crédito.
OBJETIVO
O objetivo é garantir a sustentabilidade, o equilíbrio
ambiental, o impacto social e a prevenção de acidentes de percurso que possam causar embaraços no
transcorrer dos empreendimentos, reduzindo também o risco de inadimplência.
CONTEÚDO
Na prática, as empresas interessadas em obter recursos no mercado financeiro internacional deverão incorporar, em suas estruturas de avaliação de Project
Finance, quesitos como:
• Gestão de risco ambiental, proteção à biodiversidade e
adoção de mecanismos de prevenção e controle de poluição;
62
• Proteção à saúde, à diversidade cultural e étnica e
adoção de Sistemas de Segurança e Saúde Ocupacional;
• Avaliação de impactos socioeconômicos, incluindo
as comunidades e povos indígenas, proteção a habitats
naturais com exigência de alguma forma de compensação
para populações afetadas por um projeto;
• Eficiência na produção, distribuição e consumo de
recursos hídricos e energia e uso de energias renováveis;
• Respeito aos direitos humanos e combate à mão-de-obra
infantil.
PASSO-A-PASSO
A aplicação destes princípios é baseada no estabelecimento de um rating socioambiental, elaborado
pelas instituições financeiras, sendo os projetos categorizados em A (alto risco), B (médio risco) ou C
(baixo risco).
Em síntese, somente se concederá empréstimo a projeto
que possua Plano de Gestão Ambiental, devendo estar
focado na mitigação, planos de ação, monitoramento e
gerenciamento de riscos e planejamento, levando-se em
conta a seguinte classificação:
Categoria A - com possibilidade de apresentar significativos
impactos ambientais adversos que forem sensíveis,
diferentes ou sem precedentes. Como sensível, entendase aquele que apresenta possibilidade de ser irreversível,
como, por exemplo, levar à perda de um importante
habitat natural ou afetar grupos ou minorias étnicas
vulneráveis, envolver deslocamento ou recolonização
involuntária, ou afetar locais de herança cultural
significativa.
Categoria B - com potencial de causar impactos ambientais
adversos em populações humanas ou áreas ambientalmente
importantes, porém menos adversos que aqueles dos
projetos classificados sob a Categoria A.
Categoria C - com possibilidade de apresentar mínimo ou
nenhum impacto ambiental adverso.
A base da classificação é um conjunto de regras chamadas salvaguardas, criado pelo International Finance
Corporation (IFC) entre 1990 e 1998, e sua aplicação
é de responsabilidade dos bancos que devem investir
IFC 4.2
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Setoriais
na qualificação dos analistas de crédito para atender a
essas exigências.
Nos projetos classificados como A ou B, os bancos se
comprometem a fazer um relatório socioambiental
sugerindo mudanças no projeto para reduzir os riscos à comunidade onde será implantado, no qual pode
estar incluída a alternativa de não concluir o projeto.
Para todos os projetos de categoria A deverá ser elaborado um Plano de Gestão Ambiental e, caso o Banco
considere aconselhável, para qualquer projeto de categoria B.
Caso o tomador deixe de cumprir uma das cláusulas sociais e ambientais, o financiador trabalhará junto a ele, na
busca de soluções para que tal cláusula seja cumprida.
Os Princípios do Equador estão agora em processo de
revisão das salvaguardas.
• Em um primeiro momento, o objetivo principal das
salvaguardas era fazer com que os projetos financiados
não causassem prejuízos ao meio ambiente e fossem
socialmente responsáveis.
• Em um segundo momento, o IFC procurou garantir que
os projetos tivessem um impacto socioambiental positivo.
A intenção é melhorar os mecanismos de proteção ao
desenvolver regras mais claras e fáceis de serem seguidas,
mas não necessariamente mais fáceis de serem cumpridas,
pois serão mais restritivas.
RESULTADO
A efetiva implementação dos novos Princípios do
Equador e a incorporação de mecanismos de prestação de contas e de transparência de informações são
grande desafio a ser perseguido pelas instituições financeiras signatárias. Três anos depois do lançamento dos Princípios do Equador, o Brasil continua sendo
o único representante dos países emergentes no acordo, com a adesão, no ano passado, de quatro bancos
de capital nacional – Bradesco, Banco do Brasil, Itaú/
Itaú BBA e Unibanco — de um total de 31 instituições
participantes.
(Dados são do 2º Relatório da Bank Track, uma rede
internacional composta por 14 organizações da sociedade civil que monitora as operações das instituições
financeiras privadas e seus impactos sobre as comunidades e o meio ambiente).
É um motivo de orgulho para os banqueiros brasileiros o fato de serem um exemplo mundial para os bancos de países em desenvolvimento sobre a aplicação
dos Princípios do Equador.
REFERÊNCIAS
www.equator-principles.com
www.equator-principles.com/documents/Equator_Principles.pdf
Efetivamente a nova versão dos Princípios do Equador prevê critérios mais rigorosos, principalmente na
análise da população atingida pelo projeto financiado, além da redução do valor de enquadramento do
projeto, que passa de US$ 50 milhões para US$ 10
milhões.
É importante salientar que a adoção desses princípios
é voluntária, sem qualquer dependência ou apoio do
IFC ou Banco Mundial. Assim, as instituições, que vierem a adotar tais princípios, deverão tomá-los como
base para o desenvolvimento de práticas e políticas
internas e individuais.
63
4.3 ONU
Protocolo de Kyoto
Organização das Nações Unidas
O QUE É
PASSO-A-PASSO
Marco referencial, constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para
a redução da emissão dos gases que provocam o efeito
estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global.
Os mecanismos de flexibilização são arranjos regulamentados pelo Protocolo de Kyoto que facilitam que
as partes (países) incluídas no Anexo B possam atingir
limites e metas de redução de emissões de gases do
efeito estufa (GEE). Tais instrumentos também têm o
propósito de incentivar os países emergentes a alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável.
ORIGEM
O Protocolo de Kyoto é conseqüência de uma série de
eventos iniciados com a Toronto Conference on the
Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988),
seguida pelo IPCC’s First Assessment Report em Sundsvall, na Suécia (agosto de 1990), e que culminou
com a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre
a Mudança Climática (UNFCCC) na Rio’92, no Rio
de Janeiro, Brasil (junho de 1992). Também reforça
seções da UNFCCC.
Discutido e negociado em Kyoto, Japão, em 1997, foi
aberto para assinaturas em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março de 1999. Oficialmente entrou
em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a
Rússia o ratificou em novembro de 2004.
OBJETIVO
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países
desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até
2012, em relação aos níveis de 1990. Os países signatários terão de colocar em prática planos para reduzir a emissão desses gases entre 2008 e 2012. O Protocolo de Kyoto determina seis gases cujas emissões
devem ser reduzidas:
•
•
•
•
•
CO2 - Dióxido de Carbono
N2O - Óxido Nitroso
CH4 - Metano
HFC - Hidrofluorcarboneto
PFC - Perfluorcarboneto
• SF6 - Hexofluor Sulfuroso
CONTEÚDO
A redução das emissões deverá acontecer em várias
atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
• Reformar os setores de energia e transportes;
• Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
• Eliminar mecanismos financeiros e de mercado
inapropriados aos fins da Convenção;
• Limitar as emissões de metano no gerenciamento de
resíduos e dos sistemas energéticos;
• Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
64
Há três mecanismos de flexibilização:
• Comércio de Emissões - realizado entre países listados
no Anexo B, de maneira que um país que tenha diminuído
suas emissões abaixo de sua meta transfira o excesso de
suas reduções para outro país que não tenha alcançado tal
condição. Segundo os critérios do Protocolo de Kyoto, os
projetos são registrados na ONU e podem ter seus créditos
vendidos a empresas da União Européia e do Japão, cujos
governos já estabeleceram metas de redução de poluição
para alguns setores da indústria. Cada crédito significa que
a companhia retirou da atmosfera uma tonelada de CO2 e
repassa ao comprador o direito de emitir o equivalente em
gases-estufa. A segunda alternativa é colocar os créditos à
venda em bolsas independentes, como a Bolsa do Clima,
de Chicago, fundada em dezembro de 2003. Sua proposta
foi criar um mercado de carbono alternativo ao Protocolo
de Kyoto. Entre as empresas fundadoras estão a Ford
Motor, a AEP Manitoba Hydro, a Motorola e a DuPont.
• Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) - permite
que países desenvolvidos invistam em projetos de energia
limpa nos países em desenvolvimento (que não têm metas
de reduções de emissões de GEE). Hoje, existem mais de
40 países conduzindo estes projetos, e os principais são
Índia (557 projetos), China (299) e Brasil (210 projetos).
• Implementação conjunta (IC) – implantação de projetos
de redução de emissões de GEEs entre países que
apresentam metas a cumprir (Países do Anexo I)
Destes mecanismos, apenas o MDL se aplica ao Brasil.
As Partes Anexo I correspondem aos países membros
da OECD e os países do antigo bloco soviético, que são
chamados países em transição para a economia de mercado: aqueles que têm metas de redução em relação ao
Protocolo de Kyoto. São divididos em dois subgrupos:
• Membros da OECD, aqueles países que necessitam
diminuir suas emissões e portanto podem tornar-se
compradores de créditos provenientes dos mecanismos de
flexibilização, como Alemanha, Japão, Holanda etc.
• os países que estão em transição econômica (antigo
bloco soviético) e por isso podem ser anfitriões de projetos
do tipo Implementação conjunta, como Ucrânia, Rússia,
Romênia etc.
RESULTADOS
Relatório PNAC – Avaliação do Estado de Cumprimento
do Protocolo de Kyoto Versão de 31 de janeiro de 2006.
ONU 4.3
Capítulo 2
Princípios e Diretrizes Setoriais
Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso,
estima-se que deva reduzir a temperatura global entre
1,4ºC e 5,8ºC até 2100. Entretanto, isto dependerá muito
das negociações pós-período 2008/2012, pois há comunidades cientificas que afirmam categoricamente que a
meta de redução de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é
insuficiente para a mitigação do aquecimento global.
Copenhague será a sede da cúpula mundial sobre o clima em dezembro de 2009, quando deverá ser definido
um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto, em vigor até 2012. Conseguir que os Estados Unidos, como
a Índia e a China, façam parte do novo tratado é um de
seus desafios. A decisão da UE de elevar sua meta de
energias renováveis em 20% até 2020 cria uma pressão
política para a próxima fase do Protocolo de Kyoto.
O Tratado deve ser aperfeiçoado e provavelmente deverá buscar responder se os países em desenvolvimento
também deverão ser incluídos no pagamento das contas
ambientais com o planeta. Hoje, apenas os países desen-
volvidos, que foram os maiores responsáveis pelo atual
estado do planeta, estão pagando a conta.
O Brasil já é o segundo país em número de projetos
para venda de créditos de carbono, perdendo apenas
para a Índia. O potencial de faturamento para os próximos seis anos é estimado em R$ 4 bilhões, isso sem
considerar novos projetos que venham a ser criados
nesse período, o que aumentaria ainda mais este valor.
Em breve, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
deve inaugurar um leilão eletrônico especializado
no mercado de carbono. E é provável que nos próximos anos as empresas tenham de administrar não
apenas seus balanços financeiros, mas também seus
balanços energéticos.
REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Kyoto
MAPA DO PROTOCOLO DE KYOTO
EM 2008.
Os países representados em vermelho
não ratificaram o protocolo;
Os países em verde ratificaram o protocolo; os países em amarelo ratificaram,
mas ainda não cumpriram o protocolo;
Os países em cinza não assumiram nenhuma posição no protocolo.
Observação
Os Estados Unidos da América negaram-se a ratificar o Protocolo de Kyoto, sob a alegação, do presidente George W. Bush, de
que os compromissos acarretados pelo tratado interfeririam negativamente na economia norte-americana. A Casa Branca também
questiona o consenso científico de que os poluentes emitidos pelo homem causem a elevação da temperatura da Terra. Mesmo o
governo dos Estados Unidos não assinando o Protocolo de Kyoto, alguns municípios, estados (Califórnia) e donos de indústrias do
Nordeste já começaram a pesquisar maneiras para reduzir a emissão de gases tóxicos.
LISTA DA DIFERENÇA DAS EMISSÕES DE GASES CFC ENTRE
1990 E 2004 DOS PRINCIPAIS POLUIDORES SEGUNDO A ONU.
Diferença entre as
emissões de CFC
(1990-2004)
Objetivo da
União Européia
para 2012
Obrigação
do Tratado
2008-2012
Diferença entre as
emissões de CFC
(1990-2004)
Objetivo da
União Européia
para 2012
Obrigação
do Tratado
2008-2012
Alemanha
-17%
-21%
-8%
Irlanda
+23%
-13%
-8%
Canadá
+27%
Não assinado
-6%
Japão
+6.5%
Não assinado
-6%
Espanha
+49%
-15%
-8%
Reino Unido
-14%
-12.5%
-8%
Estados Unidos
+16%
Não assinado
Não assinado
Portugal
+41%
-27%
-8%
França
-0.8%
0%
-8%
Grécia
+27%
-25%
-8%
Outros 15
países da UE
-0.8%
Não assinado
-8%
País
País
dica
Carbon Disclosure Project (www.cdproject.net) - fonte confiável de informações para a sociedade e para os investidores sobre emissões de gases de efeito estufa pelas empresas.
65
4.4 BOVESPA
Capítulo 4
Princípios e Diretrizes Setoriais
Índice de Sustentabilidade Empresarial
em Bolsas de Valores
ESTADOS UNIDOS
Dow Jones foi o primeiro grande grupo a incorporar
sustentabilidade aos seus produtos.
Class, que seleciona as empresas com melhor desempenho em cada um dos setores econômicos, excluindo
apenas companhias do setor de defesa com mais de
50% do faturamento oriundo da venda de armas.
ORIGEM
O Índice Dow Jones de Sustentabilidade (Dow Jones Sustainability Index - DJSI) foi lançado em 1999
pela Dow Jones Indexes e a Sustainable Asset Management (SAM), gestora de recursos suíça especializada
em empresas comprometidas com responsabilidade
social, ambiental e cultural.
www.sustainability-index.com.
CONTEÚDO
O índice, que acompanha a performance financeira de
empresas líderes no campo do desenvolvimento sustentável, incluiu 318 empresas de 24 países na edição
referente ao período 2004-2005. A seleção das companhias é feita a partir de um amplo questionário centrado em desempenho ambiental, social e econômico,
incluindo indicadores de governança corporativa.
DIMENSÃO SOCIAL
• Práticas trabalhistas
INGLATERRA
ORIGEM
Inspirados na experiência americana, a Bolsa de
Londres e o Financial Times lançaram em 2001 o
FTSE4Good.
www.ftse.com/Indices/FTSE4Good_Index_Series/index.jsp
CARACTERÍSTICAS
A série, composta por quatro índices, foi desenvolvida pela empresa de pesquisa EIRIS e avalia o desempenho de empresas globais por meio de critérios
ambientais, de direitos humanos e de engajamento
de stakeholders. Os critérios são avaliados segundo
três aspectos: Políticas (comitês de monitoramento,
metas, código de conduta), Gestão (acidentes públicos, planos de assistência, seguros) e Reporting (estatísticas, relatório ambiental). Exclui indús­trias do
tipo bélica, nuclear e tabagista.
• Desenvolvimento de capital humano
• Atração e retenção de talentos
• Gestão do conhecimento
• Cidadania e filantropia
• Critério específico da indústria
DIMENSÃO ECONÔMICA
• Governança corporativa
• Relações com investidores
A África do Sul foi o primeiro país emergente a incorporar a susten­tabilidade ao mercado de ações e
lançou, via Bolsa de Valores de Jo­hannesburg (JSE),
um índice SRI em 2003.
www.jse.co.za
• Relacionamento com clientes
ORIGEM
• Código de conduta
Apesar de ser fortemente inspirado no FTSE4Good, o
índice SRI da JSE não exclui setores econômicos. Em
vez de excluí-los, o JSE categoriza estes setores como
“alto impacto”.
• Gerenciamento de risco
• Critério específico da indústria
DIMENSÃO AMBIENTAL
• Política ambiental Ecoeficiência
CARACTERÍSTICA
• Relatórios ambientais - Sistema de Gestão Ambiental
O rating é feito a partir de critérios sociais, econômi­
cos, ambientais e de governança corporativa, avaliados
do ponto de vista de políticas, gestão, desempenho,
reporting e consulta pública. Alguns critérios são eliminatórios, e, portanto, as empresas devem pon­tuar
nestas categorias para figurar no ranking do JSE.
• Critério específico da indústria
CARACTERÍSTICAS
O DJSI adota a metodologia conhecida como Best in
66
ÁFRICA DO SUL
BOVESPA 4.4
Brasil e o setor de SRI
Investimentos Socialmente Responsáveis
A BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO
(BOVESPA)
na Bovespa, destinavam-se exclusivamente aos fundos
socialmente responsáveis no exterior.
Já há alguns anos iniciou-se uma tendência mundial
de investidores procurarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar
seus recursos. Tais aplicações, denominadas Investimentos Socialmente Responsáveis (SRI), consideram
que empresas sustentáveis geram valor para o acionista no longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. Essa
demanda veio se fortalecendo ao longo do tempo e
hoje é amplamente atendida por vários instrumentos
financeiros no mercado internacional.
No final de 2001, o Banco Real ABN Amro lançou os
Fundos Ethical FIA, os dois primeiros fundos SRI em
mer­cados emergentes. Desde então, os dois fundos da
família Ethical I têm apresentado desempenho superior ao do Ibovespa para o mes­mo período.
Nos últimos quatro anos, questões como desempenho
socioambiental e governança corporativa passaram a
fazer parte do vocabulário de ges­tores brasileiros. As
crises éticas enfrentadas por gigantes internacionais
como Enron e WorldCom mostraram a fragilidade de
demonstrativos financeiros e auditores independentes para garantia de transparência, o que fortaleceu
o setor de SRI. O incentivo de protagonistas como
a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec) ao debate sobre sustentabilidade no mercado de capitais foi
fundamental para que analistas de investimentos am­
pliassem o escopo de suas análises.
A partir da constatação de que o aprimoramento do
mercado de capi­tais é decisivo para que este possa cumprir seu papel de financiador do crescimento
econômico, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)
criou o Novo Mercado.
A ATUAÇÃO DOS
BANCOS BRASILEIROS E O SRI
A experiência brasileira com Investimentos Socialmente
Responsáveis (SRI) teve início em janeiro de 2001, quando o Unibanco lançou o primeiro serviço de pesquisa
para fundos verdes. Os relatórios do banco, contendo
informações sociais e ambientais de empresas lista­das
Em 2004, o Banco Itaú lançou o fundo Itaú Excelência
Social, com foco no desempenho na área de responsabilidade social corporativa.
A BOvespa e O SRI
CARACTERÍSTICAS
O Novo Mercado busca criar um ambiente mais adequado para que as empresas possam, a partir de melhores prá­ticas de governança corporativa e maior
transparência das informações, proporcionar maior
segurança aos investidores e, conseqüentemente, reduzir seus custos de captação de recursos.
Merece menção também o Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), cujo objetivo é
medir o desempenho de uma carteira teórica compos­ta
por ações de empresas que apresentem bons níveis de
governança corporativa. São incluídas na carteira do índice todas as empresas ad­mitidas à negociação no Novo
Mercado e nos Níveis 1 e 2 da Bovespa.
67
4.4 BOVESPA
Bolsa de Valores de São Paulo e o ISE
Índice de Sustentabilidade Empresarial
ORIGEM
Conectada ao movimento de segmentação nos mercados internacio­nais, a Bovespa foi a primeira bolsa
a unir-se aos signatários do Pacto Global das Nações
Unidas (Global Compact). Como parte deste processo, e instigada pela carência de um benchmark para os
fundos SRI, propôs a criação de um grupo de trabalho
(GT) para a elaboração de um índice de sustentabilidade. Constituído de representantes de instituições
prota­gonistas em temas relativos à responsabilidade
social e à governança corporativa, meio ambiente e
mercado de capitais, o grupo definiu as diretrizes básicas para a criação do índice e o desenho de uma
proposta técnico-financeira ao International Finance
Corporation (IFC), braço privado do Banco Mundial
e financiador da pesquisa sobre a metodo­logia para
o índice.
O grupo de trabalho originário deu lugar ao Conselho do ISE (CISE), composto pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previ­dência Complementar (Abraap), Associação Nacional de Bancos
de Investimentos (Anbid), Associação de Analistas e
Profissionais de Investimentos de Mercado (Apimec),
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
(Ethos), In­ternational Finance Corporation (IFC),
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(Ibase) e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (SDS/MMA).
A exemplo de outros índices do mundo, a Bovespa
uniu esforços com o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da FGV-EA­ESP, um centro de pesquisa com enfoque principal de atuação nas áreas de
sustentabilidade empresarial e finanças sustentáveis. O
GVces realizou uma ampla revisão da literatura sobre
critérios e indicadores de sustentabilidade e analisou
em detalhe, dentre outros, as diretrizes para balanço
social do Ibase, do Instituto Ethos e do Global Reporting Initiative (GRI), além dos questionários aplicados
para os índices DJSI, FTSE4Good e da JSE. Especialis-
68
tas nos diversos temas que compõem o índice participaram por meio de consultas públicas, workshops e
reuniões específicas. O questionário resultante destes
estudos foi apresentado às empresas, que enviaram
comentários e sugestões. Posteriormente, foram apresentados à sociedade em audi­ência pública.
METODOLOGIA
O Índice Bovespa de Sustentabilidade Empresarial
(ISE) foi apresentado em dezembro de 2005.
Estão previstas revisões anuais de seus parâmetros para
assegurar a cor­reta aferição do nível de sustentabilidade empresarial das empresas lis­tadas na Bovespa.
Não há exclusão sumária de setores econômicos no
índice. Na primei­ra — e única — vez em que o CISE
deliberou sobre o tema, a maioria de seus nove membros decidiu pela não-exclusão prévia de qualquer setor. O positive screening, ou seja, a não-exclusão por
princípio de nenhum setor foi o modelo adotado. Isto
significa que todas as em­presas com liquidez mínima
no mercado definida pelo CISE terão a oportunidade
de preencher o questionário e participar da seleção.
Todos os elementos associados à sustentabilidade de
cada setor serão avaliados em profundidade, incluindo riscos potenciais e impactos ad­versos associados à
natureza dos produtos e serviços de cada empresa.
As propostas para a criação de um índice semelhante
ao Dow Jones Sustentability da Bolsa de Nova York
foram feitas por oito instituições (Abrapp, Anbid,
Apimec, Bovespa, Instituto Ethos, IFC, IBGC e Ministério do Meio Ambiente). Empresas de álcool, tabaco e armas foram excluídas do índice.
OBJETIVO
O principal objetivo do índice é criar um ambiente de
investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da so­ciedade contemporânea e
estimular a responsabilidade ética corporativa.
O índice também constitui ferramenta para análise
comparativa da performance das empresas listadas na
Capítulo 4
Princípios e Diretrizes Setoriais
Bovespa sob o aspecto da sus­tentabilidade corporativa, baseada na eficiência econômica, no equilí­brio ambiental, na justiça social e na governança corporativa.
Servirá para instruir os interessados em entender melhor
e distinguir entre empresas e grupos empresariais comprometidos com a sustentabilida­de empresarial e diferenciá-los em termos de qualidade, nível de com­promisso,
transparência, desempenho dentre outros fatores relevantes para investidores com preocupações éticas.
Esse índice poder servir como mais um instrumento
no equaciona­mento dos desafios impostos na busca
do desenvolvimento sustentável, por constituir ferramenta que poderá ajudar as empresas a assegurarem
menos desperdícios e a proteção dos direitos socioambientais, ao mes­mo tempo em que geram mais valor e
conseqüentemente mais rique­za e mais lucro.
Pode também sinalizar às empresas e grupos empresariais quais são os prováveis caminhos para a construção de uma economia mais eficiente sob o ponto de
vista do uso dos re­cursos naturais e menos impactante
sobre o meio ambiente e a socie­dade, potencializando
o valor dos produtos e serviços por unidade de recurso
ambiental aplicado.
A criação desse índice tem importância também no
contexto inter­nacional. Trata-se de um importante
exemplo que o Brasil dá para o restante do mundo e
dos mercados de bolsas de valores.
PRINCÍPIOS
A definição dos critérios e indicadores para averiguação
da sustentabilida­de das empresas selecionadas foi baseada numa série de princípios consa­grados em literatura
sobre a matéria de sustentabilidade empresarial.
Esses princípios incluem:
• Informação ao Público
• Comparabilidade
• Auditabilidade / rastreabilidade
• Abrangência
• Temporalidade
BOVESPA 4.4
DIMENSÕES/CONTEÚDO
O conceito-base do ISE é o do Triple Bottom Line
(TBL), introduzido pela empresa de consultoria inglesa SustainAbillity, que avalia elementos econômi­cofinanceiros, sociais e ambientais de forma integrada.
Aos princípios do TBL foram acrescidos critérios e indicadores de governança corporativa, de acordo com
o modelo do Índice da Bolsa de Johannesburgo, o que
deu origem a um quarto grupo temático. Os quatro
blocos são precedidos por um grupo de indicadores
gerais básicos e de natureza do produto.
CRITÉRIOS E INDICADORES
• As dimensões econômico-financeira, social e ambiental
foram dividi­das em quatro conjuntos de critérios: Políticas
(indicadores de com­prometimento); Gestão (indicam
planos, programas, metas e monitora­mento); Desempenho
(indicadores de performance) e Cumprimento Legal (avaliam
o cumprimento de normas nas áreas de concorrência,
consumidor, trabalhista, ambiental, entre outras).
• A dimensão ambiental, dada a relevância e diferença de
impactos sobre o meio ambiente dos diversos setores,
considera a natureza dos ne­gócios. As empresas listadas
do setor financeiro têm um questionário ambiental
diferenciado e adaptado às suas características. As
demais empresas foram classificadas segundo dois níveis
de impacto — alto e moderado —, mas responderão ao
mesmo questionário. Porém, os critérios da di­mensão
ambiental receberão ponderações diferentes na avaliação
final segundo os dois níveis.
• A dimensão de Governança Corporativa apresenta
indicadores de me­lhores práticas organizados nos seguintes
critérios: Propriedade, Con­selho de Administração,
Gestão, Auditoria e Fiscalização, e Conduta e Conflito de
Interesses. Nesta dimensão, buscou-se respeitar de forma
transversal os princípios de transparência, eqüidade,
prestação de con­tas e responsabilidade empresarial,
definidos pelo Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC).
69
4.4 BOVESPA
OBSERVAÇÃO
Serão consideradas, para análise, as respostas
enviadas pelas empresas, devidamente referendadas pelo Diretor de Relações com Investidores.
Apesar de não prever um sistema de auditoria,
o Conselho do Índice poderá solicitar esclarecimentos por amostragem ou pelo aparecimen­to
de fato relevante não consistente com as respostas apresentadas no questionário.
AVALIAÇÃO FINAL
O desenho metodológico do ISE é pioneiro por introduzir a Análi­se de Clusters como uma das ferramentas
estatísticas no processo de classificação final das empresas. Evitando os desvios oriundos do so­matório de
scores de avaliações de dimensões tão distintas como
meio ambiente e governança corporativa, a Análise de
Clusters identifica grupos de empresas que apresentam desempenhos similares em cada uma das dimensões. O portfólio final (composto por até 40 empresas)
será representado pelo cluster de empresas que apresente as melhores práticas no conjunto das cinco dimensões.
RESULTADOS
O ISE reflete o retorno de uma carteira composta por
ações de empresas com os melhores desempenhos em
todas as dimensões que medem sustentabilidade empresarial. Foi criado para se tornar marca de referência
para o investimento socialmente responsável e indutor
de boas práticas no meio empresarial brasileiro.
Desde o dia 1º de dezembro de 2005 está em vigor o
Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de
Valores de São Paulo (ISE/Bovespa). A nova carteira,
que vigora até o dia 30 de novembro de 2007, reúne 43
ações emitidas por 34 empresas. No total, elas representam 14 setores. O questionário desenvolvido pelo
Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), da
Escola de Administração de Empresas de São Paulo da
Fundação Getúlio Vargas foi enviado a 120 companhias
emissoras das 150 ações mais líquidas da Bovespa.
O questionário do ISE sofreu algumas alterações em
relação ao seu primeiro ano. A mudança mais expressiva é que na versão 2006 revisada o compromisso da
empresa com o desenvolvimento sustentável e a natu70
Capítulo 4
Princípios e Diretrizes Setoriais
reza do produto aparecem em dimensões separadas.
O questionário deste ano também avalia o desempenho em relação à corrupção. Uma outra novidade é o
processo de verificação. As empresas que integram o
ISE 2006 poderão ser cobradas para apresentar alguns
documentos que comprovem a veracidade das informações enviadas pelos questionários.
As 60 empresas que responderam ao questionário representam 58% do valor de mercado da Bovespa (R$
1,4 trilhão).
Para conferir a pontuação de fechamento do ISE, em
todos os pregões, desde dezembro de 2005:
www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/
FormConsultaAnuaisFechDia.asp?Indice=ISE
REFERÊNCIAS
www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/
FormConsultaApresentacaoP.asp?Indice=ISE
Tudo sobre o ISE:
www.bovespa.com.br/pdf/Indices/ResumoISENovo.pdf
Metodologia complete:
/www.bovespa.com.br/Pdf/Indices/ISE.pdf
Questionários 2006/2007:
www.bovespa.com.br/pdf/indices/ISE_Questionario07.pdf
ICMM 4.5
Princípios do ICMM
Conselho Internacional de Metais e Mineração - ICMM
O que é
Dez Princípios para o desenvolvimento sustentado no
setor de mineração e metais.
5. Buscar a melhoria contínua de nossa atuação nas áreas
de saúde e segurança.
6. Buscar a melhoria contínua de nossa atuação na área
ambiental.
Origem
7. Contribuir para a conservação da biodiversidade e das
abordagens integradas ao planejamento do uso da terra.
O Conselho Internacional de Metais e Mineração
(ICMM) foi formado em outubro de 2001 para representar as principais empresas internacionais de metais e
mineração. A idéia é alcançar uma “indústria de metais
e mineração viável, que seja amplamente reconhecida
como um setor essencial para a vida moderna e uma
participante central do desenvolvimento sustentável”.
8. Facilitar e incentivar o desenvolvimento, a utilização, a
reutilização, a reciclagem e o descarte de nossos produtos
de maneira responsável.
O ICMM propôs a si mesmo um ambicioso programa
para enfrentar essas questões e provavelmente está à frente de todos os outros setores industriais nesse aspecto.
Os Dez Princípios foram adotados pelo Conselho para
implementação em maio de 2003. Os indicadores foram concebidos em parceria com a Global Reporting
Initiative (GRI) em 2004, por meio de um processo
de consulta multistakeholder. Os membros do ICMM
formam o maior grupo industrial comprometido a
prestar informações de acordo com o modelo do GRI,
o mais alto padrão de coleta de dados. O elemento de
certificação foi aprovado pelo Conselho do ICMM em
maio de 2006 como procedimento-piloto.
Objetivo
”Nossos membros estão exercitando seu compromisso com a responsabilidade ambiental, econômica e social e, desta forma, defendendo o acesso continuado à
terra, ao capital e aos mercados.”
Conteúdo
Os Dez Princípios foram desenvolvidos por comparação
com outros grandes padrões globais, incluindo: a Declaração do Rio de 1992, a Global Reporting Initiative, as
diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, as
políticas operacionais do Banco Mundial, a Convenção
da OCDE sobre o Combate ao Suborno, as Convenções
98, 169 e 176 da OIT, e os Princípios Voluntários sobre
os Direitos Humanos e a Segurança.
Segue um detalhamento dos princípios básicos:
9. Contribuir para o desenvolvimento social, econômico e
institucional das comunidades onde trabalhamos.
10. Estabelecer acordos efetivos e transparentes com as
partes interessadas para o comprometimento, a comunicação
e a verificação independente das informações.
Visando oferecer apoio e orientação para a implementação dos princípios, o ICMM está criando e
promovendo uma biblioteca de diretrizes de boa
prática e estudos de caso.
Passo-a-passo
O Conselho do ICMM, formado por CEOs de empresas participantes, possui membros dedicados à implementação do Modelo de Desenvolvimento Sustentável
do ICMM. O modelo compreende quatro elementos:
1. Um conjunto de 10 Princípios (elencados abaixo),
apoiados por
2. Relatórios públicos
3. Certificação independente, e
4. Intercâmbio de boas práticas.
Ao se comprometer com esses elementos, os membros
do ICMM apontam o caminho para a melhoria de seu
desempenho em termos de desenvolvimento sustentável.
O ICMM preparou um guia para auxiliar seus membros
no cumprimento de suas metas. Ele inclui detalhes do
compromisso de prestação de contas e informações, referências úteis, e uma tabela com as relações entre os Dez
Princípios de Desenvolvimento Sustentável do ICMM
e os princípios, elementos e indicadores do modelo da
GRI. O guia será atualizado sempre que necessário, por
exemplo, quando novas referências forem identificadas.
Referências
1. Implementar e manter práticas comerciais éticas e
sistemas íntegros de governança corporativa.
www.icmm.com
2. Integrar as considerações sobre o desenvolvimento
sustentável ao processo de tomada de decisões corporativas.
Mining and Metals Sector Supplement (English version, 334KB)
www.icmm.com/news/775MiningPilot.pdf
3. Defender os direitos humanos fundamentais e respeitar a
cultura, os costumes e os valores no trato com funcionários e
outras pessoas afetadas por nossas atividades.
Mining and Metals Sector Supplement (Spanish version, 575KB)
www.icmm.com/news/877MiningPilot(Spanish).pdf
Resource Guide
www.icmm.com/uploads/1045Membersresourceguide_
FINAL.pdf (20 pgs)
4. Implementar estratégias de gestão de riscos baseadas
em dados válidos e na ciência bem fundamentada.
www.icmm.com/publications/ICMM_Principles_pt.pdf
71
4.6 CSI
Cement Sustainability Initiative - CSI
World Business Council for Sustainable Development - WBCSD
O que é
Um dos mais vastos programas de sustentabilidade
empreendidos por um único setor industrial.
Origem
Criado em 1999 e com sede na Suíça, o World Business
Council for Sustainable Development – WBCSD (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável) é uma coligação de 175 empresas internacionais unidas por um compromisso comum para com
os princípios do desenvolvimento sustentável, através
da conciliação dos seus três pilares – o crescimento
econômico, o equilíbrio ecológico e o progresso social.
Os membros do WBCSD são oriundos de mais de 30
países e de 20 dos principais setores industriais. A organização se beneficia ainda de uma rede global de 40
conselhos empresariais de âmbitos nacional e regional,
localizados, principalmente, em zonas do mundo em
fase de desenvolvimento, e mantém, também, parcerias com organizações que envolvem mais de mil líderes de empresa em nível mundial.
Sob a orientação do WBCSD, a Cement Sustainable
Initiative – CSI (Iniciativa para a Sustentabilidade do
Cimento) encomendou um vasto programa de pesquisa sobre o impacto da indústria do cimento em nível
mundial e trabalhou em estreita colaboração com todas as partes interessadas (stakeholders) para desenvolver o seu Plano de Ação, de modo a encontrar formas pelas quais se possa melhorar a sustentabilidade
da produção do cimento.
Este Plano de Ação estabeleceu compromissos em
2002 especialmente no que refere às emissões de CO2
(óxido de carbono), à utilização de combustíveis e de
matérias-primas e à saúde e segurança no trabalho. De
todos estes aspectos, talvez o mais significativo seja a
proposta de realização de um protocolo, que abrange toda a indústria, para a medição e divulgação das
emissões de CO2originadas no processo de produção
do cimento. É a primeira vez que um setor industrial
se compromete, voluntariamente, a assumir o cumprimento de um protocolo sobre emissões submetido a
uma auditoria independente.
Representando mais de metade da produção de cimento em nível mundial, excluindo a China, são membros
do CSI: Ash Grove Cement (EUA), CEMEX (México),
CIMPOR (Portugal), CRH (Irlanda), Gujarat Ambuja
72
(Índia), Heidelberg Cement (Alemanha), Holcim (Suíça), Italcementi (Itália), LAFARGE (França), SECIL
(Portugal), Shree Cement (Índia), Siam Cement (Tailândia), Taiheiyo Cement (Japão), TITAN (Grécia),
UNILAND (Espanha), Votorantim (Brasil).
Objetivo
A Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento (CSI)
foi formada para ajudar a indústria do cimento a enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável. Os
diretores de um grupo de grandes empresas produtoras de cimento lideraram a iniciativa. Seu objetivo é:
• Explorar o que o desenvolvimento sustentável significa
para a indústria do cimento.
• Identificar e facilitar ações que possam ser tomadas
pelas empresas, individualmente e como grupo, para
acelerar o movimento em direção ao desenvolvimento
sustentável.
• Criar uma estrutura de referência através da qual outras
empresas de cimento possam participar.
• Criar uma estrutura de referência para o trabalho com
outros parceiros (stakeholders).
O dr. Mostafa Tolba, presidente do Centro Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento (International Centre for Environment and Development - ICED)
e antigo diretor do Programa das Nações Unidas para
o Ambiente (United Nations Environment Program Unep), comenta:
“O CSI representa um esforço sério de um importante
setor industrial para abordar, de um modo prático e
orientado para os resultados, as complexas questões
relacionadas com a sustentabilidade. Utilizando um
conjunto comum de indicadores de desempenho, que
têm em conta, simultaneamente, as preocupações das
empresas e de todos os interessados, ao exigir que os
relatórios dos resultados alcançados por cada empresa sejam tornados públicos, constitui, ao mesmo tempo, um grande passo à frente rumo ao estabelecimento
de um importante nível de responsabilização no que
diz respeito a um programa que é voluntário”.
Para além de ações de âmbito individual, as empresas membros da CSI desenvolvem outros projetos em
conjunto, que incluem:
• Um protocolo comum para registro, monitorização e
comunicação das emissões de óxidos de azoto, compostos
sulfurosos e partículas sólidas;
CSI 4.6
Capítulo 4
Princípios e Diretrizes Setoriais
• A definição de uma métrica para o cálculo de um
conjunto de indicadores de segurança, para que as
empresas e as fábricas possam prestar informações, exatas
e consistentes, relacionadas com a saúde e a segurança;
• Diretrizes relativas à utilização de combustíveis e
matérias-primas; e
• Estabelecimento de um processo de avaliação do
impacto ambiental e social que permita que as empresas
e as comunidades trabalhem em conjunto durante as fases
de desenvolvimento, operação e encerramento de uma
unidade fabril de cimento.
Além disso, a indústria aprovou uma métrica para o
cálculo de um conjunto de indicadores de segurança,
que, abrangendo toda a indústria cimenteira, permite
que as empresas e as fábricas possam comunicar, com
exatidão e de forma consistente, informações relacionadas com a saúde e a segurança.
Foram ainda acordadas, no seio da CSI, diretrizes para
a utilização de combustíveis e matérias-primas, tendo
sido, também, estabelecidas orientações para a implementação de um processo que permita às empresas e comunidades envolvidas trabalhar em conjunto
durante as fases de desenvolvimento, operação e encerramento de uma unidade operacional de produção
de cimento, avaliando-se os respectivos impactos nos
níveis social e ambiental.
Conteúdo
Oito grandes tópicos que balizarão a trajetória da indústria do cimento para um futuro mais sustentável
nos próximos 20 anos:
• Recursos e produtividade: melhorias na ecoeficiência,
por meio de práticas aperfeiçoadas na extração, no uso
da energia e na recuperação e reutilização de resíduos.
• Proteção climática: compreensão e gerenciamento
das emissões de CO2.
• Redução de emissões: redução da poluição no
processo de extração, redução do NOx, SOx e de outros
poluentes aéreos na produção do cimento.
• Desenvolvimento regional: participação em questões
regionais.
• Valor patrimonial: gerar lucro para os acionistas.
Resultados
Após o lançamento do Plano de Ação, a CSI estabeleceu grupos de trabalho em cinco áreas para progredir no sentido de alcançar os objetivos do Plano.
O Relatório de Progresso faz a comparação entre os
resultados obtidos e os compromissos assumidos na
Agenda, descreve como está sendo medido o avanço (utilizando indicadores-chave de desempenho)
e apresenta a listagem dos parceiros envolvidos no
trabalho.
Esta lista de participantes inclui o WWF, o World Resources Institute, o Nature Conservancy, a International Finance Corporation, a Global Reporting Initiative, o UN Environment Program, a CARE International
e os Lawrence Berkeley Laboratories.
A CSI prevê completar os trabalhos dos primeiros cinco anos em 2006 e divulgar o Relatório de Progresso
(Final) no ano 2007.
Os presidentes dos Conselhos de Administração das
empresas que são atualmente membros da CSI emitiram um comunicado conjunto, quando da divulgação
do Relatório de Progresso, no dia 7 de junho de 2005,
em Nagoya, no Japão, no qual referiram:
“Estamos orgulhosos deste relatório e, de certa forma, ainda mais orgulhosos do que quando do lançamento da Agenda for Action (Plano de Ação), pois
essa constituiu apenas uma lista de promessas. Hoje,
já nos é possível poder comunicar os resultados dos
primeiros passos dados no sentido de tornar a indústria cimenteira mais sustentável, tanto agora, como
no futuro”.
Referências
• Responsabilidade ecológica: melhorias no uso da
The cement sustainability initiative, our agenda for action.
(2,301 kb) - www.wbcsdcement.org/
• Bem-estar dos funcionários: gerenciamento e
www.wbcsdcement.org/pdf/agenda.pdf (40 páginas)
terra e nas práticas de gerenciamento de paisagem.
melhoria na saúde, segurança e satisfação dos
funcionários.
•Bem-estar da comunidade: trabalhar de modo mais
efetivo com as comunidades locais.
www.wbcsdcement.org/pdf/agenda_po.pdf (português)
Executive Summary (354 kb)
www.wbcsdcement.org/pdf/agenda_summary.pdf
www.bcsdportugal.org/files/401.pdf (3 pgs)
73
4.7 ABRAPP
Princípios Básicos de
Responsabilidade Social
Associação Brasileira das Entidades Privadas de
Previdência Complementar - ABRAPP
A adoção dos Princípios de
Responsabilidade Social, além de nortear
as futuras aplicações dos Fundos de
Pensão, vai, também, servir de exemplo
para que outras entidades do mercado
financeiro adotem prática semelhante.
comportamento de investidores e acionistas de empresas, e trazer um avanço significativo para o movimento de Responsabilidade Social Empresarial no
Brasil, com impacto no mercado e na sociedade.
A adoção dos Princípios de Responsabilidade Social,
além de nortear as futuras aplicações dos Fundos de
Pensão, vai, também, servir de exemplo para que outras entidades do mercado financeiro adotem prática
semelhante.
Conteúdo
1. Governança corporativa
O QUE É
Conjunto de critérios baseados em Princípios Básicos de
Responsabilidade Social para definir suas aplicações. É a
primeira iniciativa deste gênero no mundo e, portanto,
um marco referencial da área financeira internacional.
ORIGEM
Lançado pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) em
parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, em 2004.
OBJETIVO
Aos dirigentes de fundos, sugere-se que explicitem em
sua política de investimentos as aplicações feitas conforme os princípios de responsabilidade social, além
de aplicar os critérios já tradicionalmente utilizados
pelos comitês de investimentos para definição das
companhias abertas nas quais vale a pena investir, com
referência à liquidez, segurança e nível de rentabilidade, entre outros aspectos.
A adoção destes critérios pode mudar o perfil de investimentos em renda variável no Brasil, influir no
74
Para empresas de capital aberto, listadas na Bolsa de
Valores. Dar prioridade àquelas que estão no Novo
Mercado ou no Nível 1 ou no Nível 2. Para empresas
de capital aberto não listadas na Bolsa; para Sociedades de Propósito Específico ou empresas limitadas.
Verificar as que possuem critérios equivalentes aos do
Novo Mercado, Nível l ou Nível 2.
2. Balanço social
Verificar se a empresa publica ou não balanço social.
Caso publique, analisar a relevância, clareza e, se possível, a veracidade das informações. Caso a empresa
não publique balanço social, estabelecer sua publicação como meta para o próximo ano. A existência de
balanço social deve valorizar a análise da empresa.
3. Inclusão social
Verificar, no balanço social ou por meio de informação da empresa, se há políticas claras de não discriminação e políticas afirmativas com relação a mulheres, negros e portadores de deficiência. Políticas
desse tipo valorizam a empresa.
4. Mão-de-obra
Apesar do uso de mão-de-obra infantil e do trabalho
compulsório serem proibidos por lei, solicitar à empresa declaração de não utilização desse tipo de mão-
Capítulo 4
Princípios e Diretrizes Setoriais
ABRAPP 4.7
de-obra em suas operações diretas e declaração de que
exigiu o mesmo comportamento de todos seus fornecedores. Caso a empresa seja certificada pela SA 8000,
a solicitação não é necessária e valoriza a empresa. No
caso de mão-de-obra infantil, se a empresa tiver o selo
“Empresa Amiga da Criança”, da Fundação Abrinq, não
é necessária outra declaração.
9. Ética e Transparência
5. Mão-de-obra terceirizada
Pela Resolução CMN 3121, regulamento anexo, art. 6°
e art.7°, todo Fundo de Pensão deve apresentar, anualmente, sua política de investimentos à Secretaria de Previdência Complementar e, uma vez que
princípios de responsabilidade social constem dessas
políticas, eles devem ser explicitamente indicados.
Avaliar se, nos contratos de terceirização, a empresa
propicia condições de igualdade de tratamento (salários, benef ícios etc.) entre seus funcionários e os terceirizados. Caso haja muita diferença de tratamento
entre eles, a empresa deve ser orientada a buscar condições de igualdade de tratamento. Empresas que já
adotam essa prática devem ser valorizadas.
6. Meio ambiente
É importante averiguar autuações ambientais sofridas
pela empresa. Isso pode trazer riscos para o negócio.
Verificar, por meio de informações fornecidas pela
empresa, a situação dos programas de prevenção de
poluição, tratamento de resíduos, minimização de
uso de recursos naturais e programas de reciclagem.
Empresas com preocupação ambiental devem ser valorizadas.
A empresa possui código de ética estruturado e disseminado pela organização? A empresa, caso faça doações para campanhas políticas, apresenta os valores
doados? Quem são os beneficiários?
10. Apresentação da política de investimento
11. Critérios tradicionais
Aplicar os critérios já tradicionalmente utilizados pelos comitês de investimentos dos fundos para definição das empresas nas quais investir.
Referências
www.abrapp.org.br/portal/adm/editor/UploadArquivos/
Responsabilidade_Social.pdf
www.abrapp.org.br
7. Geração de renda
Verificar se a empresa tem programas de desenvolvimento de pequenos fornecedores, ou se emprega profissionais das localidades onde estão instaladas suas
operações. Avaliar se há programas outros que objetivem gerar trabalho e renda para comunidades.
8. Projetos sociais
A empresa que apresenta um programa consistente de
investimentos sociais deve ser valorizada. Isso pode
ser verificado através da análise do balanço social,
quando houver.
75
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