Trabalho Submetido para Avaliação - 25/05/2012 18:06:39 CONSERVAÇÃO POR ADITIVOS QUÍMICOS: ÓLEOS E CONDIMENTOS JESSICA DE VARGAS DA SILVA ([email protected]) / TECNOLOGIA EM ALIMENTOS/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS CAROLINE MULLER ([email protected]) / TECNOLOGIA EM ALIMENTOS/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS MARITIELE NAISSINGER DA SILVA ([email protected]) / NUTRIÇÃO/ CENTRO UNIVERSITARIO FRANCISCANO, SANTA MARIA - RS PORTIRA TEIXEIRA MACHADO ([email protected]) / TECNOLOGIA EM ALIMENTOS/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS VANDRISE DELLINGHAWSEN ROSA ([email protected]) / TECNOLOGIA EM ALIMENTOS/ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS ORIENTADOR: CRISTIANO RAGAGNIN DE MENEZES ([email protected]) / PROFESSOR DEPARTAMENTO DE CIENCIA E TECNOLOGIA DOS ALIMENTOS / UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS Palavras-Chave: aditivos químicos; ação antimicrobiana; conservantes. INTRODUÇÃO Apesar de existirem diversas técnicas para garantir a qualidade dos alimentos, a segurança dos alimentos é uma questão de saúde publica cada vez mais importante. Existem diversos tipos de conservante usados para assegurar a qualidade do produto. Segundo Solórzano-Santos & Miranda-Novales (2011), os óleos essenciais (OE) apresentam atividade contra uma ampla variedade de microrganismos: vírus, fungos, protozoários e bactérias. Os compostos podem ser extraídos de parte de plantas como frutas, flores, cascas, ou de plantas inteiras, como especiarias e ervas medicinais. São caracterizados quimicamente como misturas complexas de compostos de baixo peso molecular, sendo alguns altamente voláteis, capazes de gerar sabores e/ou aromas (PROBST, 2012). Os OE apresentam uma notável ação antimicrobiana, e por esta razão, seus produtos derivados podem ser usados para inibir ou somente retardar a multiplicação dos microrganismos. O presente trabalho é uma breve revisão bibliográfica, tendo por objetivo determinar a atividade antimicrobiana dos óleos essenciais, analisar seus efeitos sobre a célula bacteriana e os compostos secundários potencializadores produzidos como forma de defesa da planta. AÇÃO ANTIMICROBIANA DE CONDIMENTOS E ÓLEOS ESSENCIAIS O efeito antimicrobiano está relacionado, principalmente, à alteração da permeabilidade e integridade da membrana celular bacteriana. Segundo Haida (2007), algumas espécies vegetais sintetizam substâncias de defesa, quando são agredidas por bactérias, fungos, parasitas, vírus ou outros agentes. Estes compostos são produtos dos seus metabolismos secundários.De acordo com a revisão de Probst (2012), os produtos do metabolismo secundário acumulado pelas plantas podem atuar de duas formas: como “potencializadores de atividade antibacteriana”, favorecendo a atividade de antibióticos cuja ação encontra-se limitada por mecanismos de multirresistência desenvolvidos pelos microrganismos; ou como “atenuantes de virulência”, adequando a resposta do sistema imune do hospedeiro à infecção.Os compostos apresentam composição química muito variada, devido suas porcentagens presentes nos OE que variam de acordo com a espécie considerada, as condições de coleta e extração, e as partes da planta utilizadas. Os principais compostos isolados com ação antimicrobiana são os terpenóides (monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos e saponinas), compostos fenólicos (fenóis simples, taninos, dibenzofuranos e flavonóides), compostos nitrogenados (alcalóides, polipeptídeos cíclicos, glicosídeos), cumarina e cânfora (HAIDA, 2007). A atividade antimicrobiana exercida por terpenos e derivados tem sido descrita através de pesquisas envolvendo diversas espécies de plantas e microrganismos testados. Em revisão sobre o assunto, Probst (2012) cita alguns dos mecanismos por meio dos quais estes compostos atuam sobre células bacterianas. Monoterpenos interferem com a integridade e funcionamento da membrana celular, através da mudança de potencial da membrana, perda de material citoplasmático e inibição da cadeia respiratória. Para Probst (2012), os principais óleos são: sálvia, alecrim, alcaravia, cominho, cravo, tomilho, pimenta preta, pimenta, orégano, alho, cebola e canela, os quais demonstram ação antimicrobiana, evidenciando assim o potencial do uso dessas plantas como agentes antibacterianos ou bactericidas, ou seja, a ação irá variar conforme a espécie vegetal, e das linhagens bacterianas testadas. Estudos demostraram que as bactérias Gram-positivas são mais sensíveis aos componentes antimicrobianos dos condimentos do que as Gramnegativas, sendo as bactérias lácticas as mais resistentes entre as Gram-positivas. CONCLUSÃO Percebe-se que os óleos e condimentos têm a mesma finalidade, porém diferem no método de preparação. Os constituintes de ambos possuem um grande potencial de agente bacteriostático, inibindo o crescimento de microrganismos indesejáveis e nocivos. Pelo fato de serem conservantes naturais, sua aplicação é uma boa opção para a substituição de aditivos químicos em alimentos, tornando-o nutricionalmente mais saudável. Contudo, sugerem-se mais estudos tecnológicos para avaliar a aceitação desse condimento como conservador, pois seu uso pode interferir nas características organolépticas do produto. E também quanto à preservação do seu efeito antimicrobiano, pois as especiarias quando aplicadas aos produtos alimentícios podem reduzir a conservação do produto. REFERÊNCIAS: SOLÓRZANO-SANTOS, F.; MIRANDA-NOVALES, MG; Essential oils from aromatic herbs as antimicrobial agents; Current Opinion in Biotechnology; 23; 1-6; 2011. PROBST, I. S; Atividade antibacteriana de óleos essenciais e avaliação de potencial sinérgico; http://www2.ibb.unesp.br/posgrad/teses/bga_me_2012_isabella_probst.pdf ; maio-2012. HAIDA, K. S., PARZIANELLO, L., WERNER, S., GARCIA, D. R., INÁCIO, C. V.; Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de oito espécies de plantas medicinais.; Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar; 11; 185-192; 2007.