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Insetário didático: Bicho Pau (1).
Luciane Costa de Oliveira(2); Patrícia da Costa(3) ;
Relato de Experiência
Trabalho executado com recursos do Edital APROEX 2/2012, da Pró-Reitoria de Extensão e Relações Externas.
Docente de Recursos Naturais do Instituto Federal de Santa Catarina – Lages / SC; E-mail:
[email protected]
(3)
Estudante do Curso Técnico em Agroecologia Instituto Federal de Santa Catarina – Lages / SC
(1)
(2)
RESUMO: Do total de 1,5 milhão de espécies de animais descritas em todo o mundo, 865 mil são insetos.
O Brasil destaca-se por ser um dos mais ricos países em termos de biodiversidade. Estima-se que,
para o Brasil, sejam conhecidas entre 91 a 126 mil espécies de insetos. Dentre todos os grupos
animais os insetos são o com maior número de indivíduos e espécies. Portanto, familiarizar estudantes e
visitantes com esses animais é também um processo de Educação Ambiental, voltado a preservação
e aumento do conhecimento científico a cerca do tema. Este projeto consistiu na construção de
um insetário, que realiza a coleta, a classificação e a acomodação de insetos para exposição no
IFSC – campus Lages. O objetivo principal é promover o interesse dos visitantes e da comunidade
interna do IFSC pelos insetos da serra catarinense, por meio da exposição dos exemplares em
espaço didático para visitação e interatividade.
Palavras Chave: insetário, entomologia, educação ambiental.
INTRODUÇÃO
Não há como falar de coleções entomológicas,
mais especificamente brasileiras, sem antes fazer
menção à grande representatividade e diversidade
dos insetos e à megadiversidade do Brasil. Dentre
todos os grupos animais os insetos são o com
maior número de indivíduos e espécies. Do
total de 1,5 milhão de espécies de animais
descritas em todo o mundo, 865 mil são insetos
(Marinoni et al, 2005). Isso, sem considerarmos
aquelas que já foram eliminadas da natureza antes
mesmo de serem conhecidas, além das que ainda
estão para serem descobertas. O número de
espécies de insetos descritas num período de
18 anos (1980 a 1998) sofreu um acréscimo de
114 mil, em uma média de 7.700 espécies novas
por ano (Marinoni et al, 2005). Uma estimativa do
número real de espécies de insetos feito pelo
Global Biodiversity Assessment em 1995, chega
ao incrível número, mesmo que aproximado, de
10 milhões.
O Brasil destaca-se por ser um dos mais
ricos países em termos de biodiversidade.
Lewinsohn & Prado (2003) estimam que, para o
Brasil, sejam conhecidas entre 91 a 126 mil
espécies de insetos. Considerando-se que pelo
menos 15% de toda a biodiversidade mundial esteja
aqui alocada, nos remetemos à quantia de 1,5
milhões de espécies de insetos a serem ainda
descobertas, valor que se aproxima da estimativa
apresentada pelos mesmos autores.
Portanto,
familiarizar estudantes e visitantes com esses
animais é também um processo de Educação
Ambiental, voltado a preservação e no aumento
do conhecimento científico a cerca do tema.
Este projeto consiste em propor a construção
de um insetário, que passa
classificação e acomodação de
exposição no IFSC.
pela coleta,
insetos para
DESENVOLVIMENTO
A coleta de insetos é feita por meio de diferentes
tipos de redes, por meio de coleta direta em
plantas, sob pedras etc. Após a coleta de insetos, é
necessário que eles sejam conservados até o
momento da montagem do insetário. O princípio de
base da conservação dos insetos coletados é evitar
que eles se desidratem e, ao mesmo tempo, evitar
que
eles
sejam
atacados
por
fungos
característicos da umidade (Figura 01).
Figura 01 – Coleção de insetos confeccionada
por alunos do Curso Técnico em Agroecologia.
Um inseto seco pode, na maior parte dos casos,
ser recuperado por um processo de reidratação,
mas um inseto com mofo é um inseto perdido. Um
inseto desidratado torna-se difícil de ser manuseado
porque suas patas e antenas podem se quebrar
facilmente. Muitos insetos de corpo maleável
devem ser conservados em álcool. As asas das
borboletas precisam ser esticadas antes que
sequem, para que sejam mantidas posicionadas
para a exposição.
A coleção de insetos pode ser montada e
acomodada em caixas com tampa transparente e
vedação perfeita para manter os insetos livres
de fungos e de bactérias. Dentro da caixa,
deve-se colocar naftalina ou algum outro
produto anti-mofo. É fundamental proteger os
insetos da umidade, que pode deteriorá-los
rapidamente. No fundo da caixa, uma camada
de isopor fino poderá receber os insetos, presos
por alfinetes (Figura 02).
pela professora de Produção Agroecológica para
o insetário.
O manejo da coleção entomológica consiste em
promover
seu
crescimento,
identificar
cientificamente suas coleções e mantê-las
disponíveis para consulta. O crescimento do
acervo é obtido através de trocas com outras
instituições semelhantes, ou pela inclusão de novas
espécies coletadas pelos participantes.
RESULTADOS E ANÁLISE
O processo de implantação do “Bicho Pau:
insetário didático” no campus Lages foi uma
experiência bastante enriquecedora para alunos
e
servidores.
Em primeiro lugar devido ao
desconhecimento da grande maioria sobre o
significado e objetivo desse espaço didático
dentro do campus. Em segundo lugar pelo
grande envolvimento de alunos e servidores na
instalação da estrutura necessária para que o
espaço físico fosse garantido e devidamente
decorado para receber os visitantes (Figura 04).
Figura 02 – Acondicionamento dos insetos após
a coleta, com alfinetes entomológicos.
Uma verdadeira coleção científica não estará
completa e/ou concluída sem um adequado
sistema de identificação das espécies coletadas
e expostas, com informações sobre a data, o
local da coleta, o nome do coletor, bem como
informações sobre o habitat ou a planta onde o
inseto foi coletado. Etiquetas para esta finalidade
são feitas com pequeninos retângulos de papel
branco e duro. Os dados na etiqueta devem ser
escritos de modo bem legível (Figura 03).
Figura 04 – Espaço construído para implementar o
insetário Bicho Pau.
Dessa forma atendemos um dos objetivos do
projeto, que visava criar o espaço físico do
insetário dentro do campus. O espaço didático
também marcou a chegada do insetário no campus,
pois várias unidades curriculares tiveram nesse
projeto sua principal fonte de atividades, onde os
alunos desenvolveram seus trabalhos de forma
a
abastecer
o
insetário. Dessa
forma,
capacitamos pessoas para atuarem nesse tipo
de
ambiente educacional, de pesquisa e de
extensão. Agora iniciamos o cumprimento do
objetivo principal do projeto, que é a recepção
da comunidade externa. Uma vez instalado,
decorado e abastecido com as
coleções
entomológicas, o insetário pode abrir suas
portas para registrar as inúmeras visitas que esse
espaço irá receber.
REFERÊNCIAS
Figura 03 – Identificação da coleção doada
Marinoni, L.; Melo, G. A.; Almeida, L. M.; Couri, M.
S.; Grazia, J. Coleções Entomológicas Brasileiras:
estado – da – arte e perspectivas para dez anos. Centro
de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, 2005.
Lewinsohn, T. M.; Prado, P. I. Biodiversidade Brasileira:
Síntese do Estado Atual do Conhecimento. Editora
Contexto, 2003.
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