Planeta Nove: Um Mundo que não devia existir

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Planeta Nove: Um Mundo que não devia existir
Planeta Nove: Um Mundo que não devia existir
2016-05-06 18:36:12
O Espaço cada vez é mais misterioso porque o conhecemos melhor, mas isso apenas nos diz que cada
vez o conhecemos menos, porque sabemos o quanto é imenso!
No início deste ano os cientistas divulgaram evidências teóricas para um nono planeta no Sistema Solar,
um planeta com a massa de Neptuno numa órbita altamente elíptica com 10 vezes a distância entre
Plutão e o Sol. Desde então, os teóricos têm estudado como é que este Planeta Nove pode ter assentado
numa órbita tão distante.
Uma nova investigação por astrónomos do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (CfA) examinou
uma série de cenários e descobriu que a maioria destes têm baixa probabilidade. Portanto, a presença do
Planeta Nove continua a ser um pouco misteriosa.
“As evidências apontam para a existência do Planeta Nove, mas não conseguimos explicar, com certeza,
como é que foi formado,” afirma Gongjie Li, astrónoma do CfA e autora principal de um artigo aceite para
publicação na revista The Astrophysical Journal Letters.
O Planeta Nove orbita o nosso Sol a uma distância muito excêntrica entre 400-1500 unidades
astronómicas (uma Unidade Astronómica, ou UA, é a distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150
milhões de quilómetros). Isto coloca-o muito além de todos os planetas do nosso Sistema Solar. A
questão torna-se: será que se formou aí, ou será que se formou noutro lugar e mais tarde vagueou para a
sua órbita invulgar?
Li e o coautor Fred Adams (Universidade de Michigan) realizaram milhões de simulações de computador
a fim de considerar três possibilidades. A primeira e mais provável envolve a passagem de uma estrela
que puxa o Planeta Nove para fora. Este tipo de interação não só desloca o planeta para uma órbita mais
larga, mas também torna essa órbita mais elíptica. E dado que o Sol se formou num enxame com vários
milhares de vizinhos, estes encontros estelares eram mais comuns no início da história do nosso Sistema
Solar.
No entanto, é mais provável que a passagem de uma estrela expulsasse completamente o Planeta Nove
do Sistema Solar. Li e Adams calcularam uma probabilidade de 10%, na melhor das hipóteses, para que
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o Planeta Nove “pousasse” na sua órbita atual. Além disso, o planeta também teria de formar-se a
grandes distâncias.
O astrónomo Scott Kenyon, também do CfA, acredita que pode ter a solução para esta dificuldade. Em
dois artigos submetidos à revista The Astrophysical Journal, Kenyon e o coautor Benjamin Bromley
(Universidade do Utah) usaram simulações para construir cenários plausíveis para a formação do Planeta
Nove numa órbita tão larga.
“A solução mais simples é o Sistema Solar formar um gigante gasoso extra,” afirma Kenyon.
Eles propõem que o Planeta Nove se formou muito mais perto do Sol e, mais tarde, interagiu com os
outros gigantes gasosos, principalmente Júpiter e Saturno. Uma série de “chutos” gravitacionais pode, em
seguida, ter impulsionado o planeta para uma órbita maior e mais elíptica ao longo do tempo.
“Pense numa criança num baloiço. Se dermos vários empurrões no momento certo, o baloiço sobe cada
vez mais,” explica Kenyon. “Aí, o desafio torna-se não empurrar o planeta demais, para que não saia do
Sistema Solar.”
Isto pode ser evitado por interações com o disco gasoso do Sistema Solar, sugere.
Kenyon e Bromley também examinaram a possibilidade do Planeta Nove se ter formado, para começar, a
grandes distâncias. Eles acham que uma combinação ideal de massa e vida útil do disco inicial poderia,
potencialmente, criar o Planeta Nove no tempo que demoraria para ser empurrado pela passagem da
estrela que Li estudou.
“A vantagem destes cenários é que são testáveis observacionalmente,” salienta Kenyon. “Um gigante
gasoso empurrado vai parecer-se com um frio Neptuno, enquanto um planeta formado nesse local vai ser
parecido com um Plutão gigante e sem gás.”
O trabalho de Li também ajuda a restringir a data de formação ou migração do Planeta Nove. O Sol
nasceu num enxame onde os encontros com outras estrelas eram mais frequentes. A órbita larga do
Planeta Nove iria deixá-lo vulnerável a expulsão durante tais encontros. Portanto, o Planeta Nove é
provavelmente um retardatário que alcançou a sua órbita atual depois do Sol ter saído do enxame onde
nasceu.
Finalmente, Li e Adams estudaram outras duas possibilidades mais selvagens: que o Planeta Nove é um
exoplaneta que foi capturado a partir de um sistema estelar de passagem, ou um planeta que flutuava
livremente e que foi capturado quando passou demasiado perto do nosso Sistema Solar. No entanto, eles
concluem que as probabilidades destes cenários são inferiores a 2%.
Fonte: NACCVA
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