Título do Vídeo: Aquecedor de mãos caseiro Nome dos participantes: João Matos, Renata Fonseca, Sandra Couceiro, Tiago Gomes Professor responsável: Doris Barradas dos Santos Escola: Colégio São Martinho E-mail: [email protected] Resumo As mãos frias são o pior inimigo de um cientista. Mas agora podemos aquecê-las com esta reação que produz calor. Todos nós já passámos algum tempo ao frio e, por isso, já quase todos nós usámos aquecedores de mãos químicos. Agora queremos experimentar a ciência dentro desses mesmos sacos descartáveis, onde poderemos testemunhar como uma reação química tão observada no dia-adia, o enferrujamento do ferro, pode ser usada para manter as nossas mãos mais quentes. Esta experiência é ainda uma excelente exemplificação das propriedades das reações de oxidação-redução e das reações exotérmicas. Conceitos Chamamos “ferrugem” àquilo a que cientificamente se denomina “óxido de ferro”. Esta substância é criada através de uma reação de oxidação-redução (reação redox) na qual o ferro é oxidado quando em contacto com a água (o oxidante desta reação). Esta reação, que é exotérmica (ou seja, liberta calor), pode ser representada na forma da seguinte equação química: Se a água tiver poucos eletrólitos (por exemplo, sais), a formação de ferrugem através desta reação é bastante lenta e gradual, pois sem estes a água é má condutora de eletrões o que diminui a velocidade da reação, pois as trocas de eletrões são fundamentais numa reação redox. Esta é a razão pela qual a formação de ferrugem no dia-a-dia é lenta e não produz um aumento de temperatura significativo e pela qual os barcos enferrujam com bastante facilidade (a água do mar contém muitos sais). Por esta razão, na nossa experiência adicionámos à água cloreto de cálcio (CaCl2) formando-se uma solução eletrolítica. As bolas de gel são utilizadas para poder fornecer água à reação sem ter que a submergir, o que reteria grande parte do calor libertado. Quando um dos reagentes tiver reagido completamente, termina a produção de calor. Protocolo Experimental Segurança: O cloreto de cálcio é uma substância irritante para os olhos, pele e vias respiratórias (R36/R37/R38). Assim, deve-se evitar respirar este pó e evitar o contacto com a pele, através do uso de luvas e bata quando se manuseia este reagente (S36/37). Reagentes: Água (bolas de gel); Limalha de ferro; Cloreto de cálcio. Material/Equipamento: Luvas; Bata; Termómetro; Colher; Espátula; Saco com fecho hermético. Procedimento: 1. Adicionar 6 bolas de gel ao saco com fecho hermético; 2. Adicionar 4 colheres de limalha de ferro ao saco; 3. Adicionar 6 colheres de cloreto de cálcio ao saco; 4. Selar o saco e misturar cuidadosamente o seu conteúdo; 5. Agitar e esmagar o saco para misturar o conteúdo ainda mais. Uma vez misturados, sentir o calor vindo do saco. 6. Inserir um termómetro no interior do saco para registar a temperatura. Aplicações Para além da aplicação óbvia como meio portátil de aquecimento de mãos, esta experiência tem outras aplicações. Os conceitos de reação de oxidação-redução e reação exotérmica aparecem frequentemente ao longo dos conteúdos curriculares das disciplinas de Ciências Físico-Químicas (7º-9º ano), Física e Química A (10º-11º ano) e Química (12º), aparecendo ainda na disciplina de Biologia e Geologia (10º11º ano). Por esta razão, seria de todo o interesse realizar esta experiência de baixo custo no âmbito de sala de aula de uma destas disciplinas, para que os alunos tenham um contacto prático e concreto com aquilo que estudaram em contexto teórico. Conclusões Com esta experiência podemos concluir que a reação de oxidação-redução que ocorre entre a água e o ferro liberta quantidades significativas de calor, desde que ocorra numa solução eletrolítica. É uma experiência bastante relevante no contexto de várias disciplinas, sendo ainda de relativamente fácil execução, baixo custo e rapidez de reação, o que faz com que possa ser facilmente replicada quer em contexto de sala de aula, quer em contexto de feiras de ciência, onde é importante obter efeitos rápidos para facilitar a observação da experiência e para captar mais facilmente o interesse do público-alvo.