UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MARKETING DE RELACIONAMENTO Por: André Luiz Almeida Orientador Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2010 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 2 PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MARKETING DE RELACIONAMENTO Apresentação Candido conclusão de Mendes do monografia como curso Marketing. Por: André Luiz Almeida de à condição Pós Universidade prévia Graduação para em 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, fonte de todo amor que deve permear entre todas as pessoas. Também àqueles que acreditaram e torceram por mim, servindome a cada instante como instrumento de inspiração. DEDICATÓRIA 4 Dedico com muito carinho a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para elaboração deste trabalho. Especialmente à minha mãe que representa a fonte do meu ser e foi a minha primeira professora na escola da vida e às minhas filhas, para que vejam o quanto é importante o processo da busca pelo conhecimento. RESUMO 5 Marketing de Relacionamento refere-se ao trabalho de marketing voltado para o relacionamento com clientes e fornecedores. Significa construir e sustentar uma infra-estrutura dos relacionamentos com clientes. É a integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de processos industriais e de vendas. Consiste em uma estratégia de negócios que visa construir pró-ativamente relacionamentos duradouros entre a organização e seus clientes, contribuindo para o aumento desse desempenho a fim de obter resultados sustentáveis. O processo de Marketing de Relacionamento deve se iniciar com a escolha certa do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados de maneira a atender estes clientes adequadamente. O contexto de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a concorrência. O objetivo maior visa manter o cliente através da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida pela organização. METODOLOGIA 6 A metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Os meios utilizados para o desenvolvimento deste trabalho foram idealizados por meio de pesquisas bibliográficas, recorrendo-se a teses e dissertações, entre outros. Considerando que há algumas considerações e reflexões a cerca do tema e do objetivo proposto para esta pesquisa, conclui-se que a abordagem qualitativa e a descritiva sejam as mais adequadas, sendo o estudo do tipo exploratório e bibliográfico, além da utilização de pesquisas realizadas na internet. Quanto aos fins, fundamentam-se através de uma pesquisa descritiva, pois aborda as principais teorias a respeito do tema bem como a sua importância dentro de um contexto atual. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 7 CAPÍTULO I O Marketing de Relacionamento 11 CAPÍTULO II Estratégias de Marketing de Relacionamento 22 CAPÍTULO III Equilíbrio entre orientação para o cliente e para o concorrente 31 CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA 37 ANEXOS 38 ÍNDICE 42 8 INTRODUÇÃO O tema proposto para esta monografia, Marketing de Relacionamento, terá uma proposta de mostrar quais as ações (estratégias) que uma empresa, seja qual for o seu porte, deverá adotar com o propósito de construir e sustentar relacionamentos duradouros com clientes, favorecendo com isso o aumento de seu desempenho e a obtenção de resultados sustentáveis. Uma das perguntas mais óbvias e nem por isso mais fácil de responder, é a que se remete aos motivos que levam o homem a trabalhar. A resposta de que o faz para satisfazer suas necessidades não resolve a questão, pois dá margem a outra pergunta: Quais são estas necessidades? Como as empresas dedicam-se à produção de bens e serviços que satisfaçam necessidades humanas, parece claro que, se uma pessoa emprega seu esforço numa empresa, o faz para conseguir uma parte destes bens e serviços, ou o seu equivalente em valor econômico. Se a empresa funciona bem, será capaz de gerar suficiente valor econômico para satisfazer os que contribuem com seu trabalho para gerá-lo. Em função da concorrência acirrada, constata-se que, para alcançar o sucesso em um mercado altamente competitivo, as empresas terão de passar da filosofia de produto e venda para uma filosofia de cliente e marketing. Tratase de uma mudança de postura, onde as empresas terão de superar o desempenho de seus concorrentes e conseguir conquistar e manter clientes, transformando-se em peritas não apenas na construção de produtos, mas também na construção de clientes. E a fórmula para este processo está em executar o trabalho de entregar valor e satisfação para o cliente melhor que os concorrentes. Segundo Porter (2005, p.474), “A teoria e a prática do marketing tradicional sempre se concentraram na atração de novos clientes e não na 9 retenção dos existentes. Hoje, no entanto, embora atrair novos clientes continue sendo uma importante tarefa de marketing, a ênfase deslocou-se para o Marketing de Relacionamento – criar, manter e aprimorar fortes relacionamentos com os clientes e outros interessados. Além de elaborar estratégias para atrair novos clientes e criar transações com eles, as empresas empenham-se em reter os clientes existentes e construir com eles relacionamentos lucrativos e duradouros. O marketing é visto agora como a ciência e a arte de descobrir, reter e cultivar clientes lucrativos”. Porter (2005, p.478) afirma ainda que “A chave para a construção de relacionamentos duradouros é a criação de valor e satisfação superiores para o cliente. Clientes satisfeitos têm maior probabilidade de se tornar clientes fiéis, e clientes fiéis têm maior probabilidade de dar à empresa uma participação maior em sua preferência”. Além de simplesmente atrair e reter bons clientes, as empresas precisam aumentar constantemente sua participação no cliente. Precisam conquistar uma participação maior nas compras dele para suas categorias de produto, seja transformando-se no único fornecedor dos produtos que o cliente está comprando correntemente, seja persuadindo-o a comprar produtos adicionais da empresa. De acordo com Porter (2005, p.478) “Hoje, a meta não é conseguir uma pequena parcela da preferência de muitos clientes – é conquistar a preferência total dos clientes existentes. A perseguição febril de participação de mercado está fora de moda; tentar maximizar a participação de clientes está na ordem do dia...”. O Marketing de Relacionamento é orientado para longo prazo. As empresas competitivas de hoje não querem somente conquistar clientes, querem ser suas “donas” pelo resto da vida. As empresas podem construir relacionamentos com os clientes em muitos níveis (econômico, social, técnico 10 e legal), dependendo da natureza do mercado-alvo. Surge assim o relacionamento por meio de propaganda de construção de marca, promoções de vendas, um número 0800 para atendimento ao cliente e ainda a criação de web site. Porter (2005, p. 480) ainda afirma que “Hoje, mais e mais empresas estão desenvolvendo programas de fidelidade e retenção de clientes. Além de oferecer consistentemente alto valor e alta satisfação, elas podem usar uma série de ferramentas de marketing específicas para desenvolver vínculos mais fortes com os consumidores...”. CAPÍTULO I O MARKETING DE RELACIONAMENTO 11 Houve na década de 80 uma transformação, na qual a concorrência que freqüentemente se baseava na qualidade do produto ou serviço, passa a ser vista como requisito mínimo da competição, verificando que a qualidade de relacionamento com o cliente é hoje em dia a medida mais apropriada para o sucesso. Alguns teóricos defendem a tese de a partir da perspectiva do cliente, a compra passa a ser encarada como um relacionamento, em que o mesmo sente o desejo ou a necessidade por uma interação continuada com a organização de venda. Sendo assim, os objetivos de marketing focados no cliente são de obter um pleno valor de duração de cada consumidor, aumentar esse valor e mantê-lo cada vez mais crescente e utilizar os lucros excedentes do sucesso para custear a conquista de novos clientes. Entretanto, tratar o marketing de relacionamento como uma estratégia de conhecimento para ambientes turbulentos que buscam a fidelidade do cliente, está no enfoque de que as empresas estão dispostas em aprender de forma contínua com o cliente e realçar o relacionamento no valor entregue, por meio da oferta crescente com base no conhecimento. Porém, para o Marketing de Relacionamento ser efetivo, é necessário ter boa interação entre os lados empresa X cliente. Para a empresa é necessário que o cliente seja muito importante e suficiente (atual ou potencial), para justificar e garantir o investimento na criação de um relacionamento com ele. Já para o cliente esta questão perpassa obrigatoriamente pela sua percepção de satisfação. O Marketing de Relacionamento enfatiza principalmente a necessidade de um relacionamento em longo prazo com o mercado, em detrimento das práticas de transações com objetivo de curto prazo, buscando a fidelização do cliente. 12 “ Marketing de Relacionamento é a utilização de uma ampla gama de abordagens de marketing, vendas, comunicação, serviço e atendimento ao cliente para identificar os clientes individuais de uma empresa, criar um relacionamento vantajoso entre a empresa e os clientes que ela possui e gerenciar esse relacionamento para beneficiar os clientes e a própria empresa. ” (STONE, 2001, p.20). Em grandes empresas a gestão do relacionamento com clientes já é uma realidade. Há grupos que desenvolvem programas de fidelização com clientes, onde estes passam a obter vantagens todas as vezes que utilizam serviços e ainda recebem tratamento diferenciado e/ou descontos especiais. Este exemplo demonstra que a satisfação do cliente não se resume à aquisição de produto ou serviço, mas na avaliação contínua que compreende o serviço de pós-venda. Assim como acontece com a rede Casas Bahia (dedicação total a você), o cliente espera que a empresa possa continuar prestando-lhe atendimento de qualidade mesmo após o encerramento da aquisição, devendo ser esta relação empresa/cliente eterna, pois, se isso não ocorrer, ele tende a procurar outros serviços, marcas ou fornecedores. Desta forma, o marketing de Relacionamento tende cada vez mais praticar o conceito de fidelização dos clientes, investindo prioritariamente na manutenção dos clientes já conquistados, porém jamais dispensando a conquista do cliente potencial. A terminologia Marketing de Relacionamento surgiu com Berry, na literatura de Marketing de Serviços, em 1983. O autor reconhece a 13 fidelização dos clientes como forma de alcançar maior competitividade das empresas e maior satisfação dos clientes. Berry definiu Marketing de Relacionamento como: “a atração, a manutenção em organizações multiserviços – o realce (aumento) de relacionamentos com clientes“, enfatizando que a atração de novos clientes deve ser vista como um passo intermediário no processo de marketing, a solidificação do relacionamento cliente-empresa, a transformação de clientes indiferentes em leais (servi-los é o que de fato é considerado marketing). Durante muito tempo o Marketing de Relacionamento foi considerado uma abordagem que se referia somente às relações entre comprador e vendedor, por meio das quais uma organização buscaria estabelecer, fortalecer e desenvolver relações de longo prazo com clientes potenciais e atuais. O Marketing de Relacionamento é um processo onde a empresa constrói alianças de longo prazo, tanto com clientes atuais ou em perspectiva, de forma que o comprador e vendedor trabalhem em direção de um conjunto comum de objetivos específicos. Mas, para que esses objetivos sejam alcançados, a empresa deve: a) Compreender as necessidades dos clientes; b) Ver os clientes como parceiros; c) Sempre assegurar que os empregados satisfaçam as necessidades dos consumidores; d) Garantir aos consumidores a melhor qualidade possível às necessidades individuais. Não obstante, vários autores alertam para outros relacionamentos 14 relevantes como a oferta de valor aos clientes. Para eles o Marketing de Relacionamento deve ainda considerar todos os relacionamentos com os fornecedores (fornecedores relacionamentos governo), laterais relacionamentos funcionais, empregados) de bens, (concorrências, internos e serviços, revendedores), organizações não-lucrativas, (unidades relacionamentos de negócios, com áreas compradores (intermediários e consumidores finais). O Marketing de Relacionamento envolve a criação e a distribuição de valor através da cooperação mútua e da interdependência. A adequação lógica da estratégia de Marketing de Relacionamento em ambientes de grandes turbulências como meio de buscar a fidelidade de clientes está na disposição das empresas em apreender de forma contínua seus clientes e realçar o relacionamento com a oferta crescente de valor com base neste conhecimento. O Marketing de Relacionamento pressupõe a interatividade, a conectividade e a criatividade, para que o cliente realmente possa ser parte da estratégia da organização no planejamento de produtos e serviços de valor em um processo dinâmico e contínuo. Nas ações de marketing não comprometidas com o feedback de mercado não estão alinhadas com a estratégia de Marketing de Relacionamento. O feedback dos clientes desenvolve a capacidade dos administradores de terem intimidade com o mercado, a ponto de poderem prever as reações destes diante das mudanças ambientais. De forma prática, o Marketing de Relacionamento se fundamenta por meio das parcerias que são estabelecidas com clientes e com todos os agentes que influenciam em sua satisfação, bem como através dos programas de relacionamento sustentados por bancos de dados de marketing, utilizando-se da comunicação direta e interativa para acessar os clientes. 15 À medida que as empresas se aprimoram e investem esforços na tentativa de conquistar a fidelidade e ampliar sua gama de cliente, novas relações com parceiros e clientes estão sendo implementadas transformando o relacionamento no principal bem da empresa. Antes de citar a relação entre satisfação e retenção do cliente, é preciso deixar claro o que se entende por satisfação. Segundo Kotler, satisfação é o nível de conhecimento resultante da comparação de um desempenho ou resultado, de um produto em relação às suas expectativas. Partindo dessa premissa, muitas empresas associam diretamente satisfação à retenção de clientes, porém nem sempre isso é verdadeiro. Uma empresa com uma grande marca e um grande produto ou serviço que satisfaça às necessidades dos clientes em todas as dimensões, possui a capacidade de atrair novos clientes e mantê-los pela satisfação das expectativas. Porém isso só ocorre em um mercado sem concorrência, já que quando há concorrência intensa e consumidores bem informados, a empresa, além da satisfação, também precisa encontrar maneiras de desenvolver uma retenção de longo prazo com seus clientes. O fato das empresas estarem esforçando-se para reter seus consumidores justifica-se pelo fato de que o custo de atrair novos consumidores pode ser cinco vezes o custo de manter um consumidor atual feliz. Tipicamente, marketing ofensivo custa mais de que o marketing defensivo, porque exige muito esforço e custo induzir consumidores satisfeitos e deixar seus fornecedores atuais. Alguns autores destacam a existência de quatro tipos de clientes classificados de acordo com seu grau de satisfação e retenção. 16 O cliente “não conte comigo” possui um relacionamento “duradouro” com a empresa prestadora de serviço. Logo é um cliente “retido”, porém um “desertor potencial”, já que não está satisfeito com os serviços que lhe são ofertados. Mas o que faz um cliente insatisfeito manter um relacionamento com a empresa? Há duas possíveis respostas: ou o cliente possui uma barreira à saída elevada ou não existe outra saída de prestador. Então, enquanto a satisfação de um cliente com um relacionamento pode não ser satisfatória, o cliente pode manter o relacionamento devido altos custos de mudanças psicológicos e econômicos (esforço de busca, prejuízos financeiros, riscos de escolha de um novo fornecedor). Algumas pesquisas também revelam que a decisão de finalizar um relacionamento pode se tornar complicado em função da falta de uma alternativa atraente. O cliente que tem este posicionamento diante uma empresa é aquele que tem uma “lealdade artificial”, o que significa que a qualquer momento este cliente tornar-se-á um cliente retido e que caso surjam oportunidade melhores, podem trocar de fornecedores a qualquer momento. Para isto basta ter uma empresa ou fornecedor melhor do que aquele que o atendia. Temos também o cliente do tipo “eventual”, que é aquele que não possui vínculo de relacionamento com nenhuma empresa, somente adquiri os produtos ou os serviços eventualmente, não estando satisfeito com o serviço ou produto, sendo apenas um cliente transacional e não dependente. Sustenta-se que uma transação é um evento no qual ocorre troca de valores entre as partes e que transação ou um conjunto de transações não gera necessariamente uma relação. 17 Porém, este cliente insatisfeito pode vir a ser um “desertor”, o que pode se tornar um problema para a empresa, pois se encaixa na denominação de cliente “terrorista”, que são aqueles que por se sentir tão insatisfeitos, reclamam em qualquer momento e em qualquer oportunidade, podendo até mesmo desestimular seus conhecimentos a estimularem outro tipo de produto ou até mesmo serviço. Existe ainda aquele tipo de cliente conhecido como “oportunista”, que é aquele que está satisfeito com o fornecedor ou com a empresa, porém não possui um relacionamento duradouro com a empresa e é volúvel, pois possui muitas alternativas de fornecedores ou de empresas e tem custo de mudança baixo. Não há nada que o desagrade da mesma forma que também não existe nada que gere a percepção de um diferencial em relação aos concorrentes. Temos também o cliente “melhor amigo” que é aquele que está satisfeito com o serviço ou com o produto e mantém um relacionamento duradouro. Pode-se dizer que este tipo de cliente realiza compras regulares e exclusivas e que está imune às pressões dos concorrentes e ainda faz propaganda da empresa gratuitamente. Enfim, este cliente tem todas as características para ser um cliente leal. Este seria um ‘cliente apóstolo“, pois está tão satisfeitos que chegam a converter os iniciados para o produto ou serviço. Mas, por mais incondicional que esse cliente seja, a empresa não pode se descuidar, pois um cliente fiel pode representar fonte constante de renda durante muitos anos. Porém, não pode ser tomada como certa, pois ele só continuará enquanto achar que está recebendo valor melhor, inclusive qualidade superior em relação ao preço do que poderia ser obtido com a troca para outro fornecedor. Se a empresa fizer algo que desaponte o cliente ou se o concorrente começar a oferecer valor significativamente melhor, existe o risco da sua deserção. 18 Corroborando com a idéia, O’Connor (1996) alega que a confiança depositada na empresa deve ser sempre gerenciada com inteligência e grande atenção. Esse entendimento sobre a existência desses quatro tipos de clientes apresentados revela a importância de se buscar a satisfação dos clientes, embora esta não seja a forma suficiente para garantir a lealdade como também da realização de programas de retenção, que, de acordo com Rust, Zeithaml & Lemon (2001, p.101), devem possuir três objetivos: “maximizar a probabilidade do cliente retornar para futuras compras; maximizar o tamanho dessas compras futuras e minimizar a probabilidade do cliente comprar de um concorrente”. Logo, deve haver uma preocupação tanto com a satisfação quanto com a retenção. E para obter e manter a preferência dos seus clientes, as empresas não só possuem o desafio de oferecer produtos e serviços de valor percebido, condizente com o público, como devem oferecer incentivos aos atuais clientes para que permaneçam fiéis e até mesmo para que seus volumes de compra aumentem. Rust (2001) aborda esta questão, apresentando o conceito de Valor de Retenção e explica como ele pode elevar o valor para o cliente. O “impacto de retenção” poderia assumir várias formas, seja tornando a mudança para o concorrente mais custosa, seja recompensando comportamentos ou ainda criando vínculos emocionais. Alguns autores sugerem algumas providências que as empresas podem tomar, para aumentar a probabilidade do cliente voltar: a) Criar programas de fidelidade (recompensa da compra freqüente); b) Criar programas de reconhecimento e tratamentos especiais; c) Criar programas de afinidade; d) Criar programas de criação de comunidades; 19 e) Criar programas de criação de conhecimento. Essas seriam algumas maneiras de fazer o relacionamento com o cliente de uma forma que ele retorne à empresa por se sentir beneficiado pela mesma. De uma forma geral a era da eficácia (foco no resultado) passa a dar espaço para a era da efetividade, ou seja, preocupação voltada à satisfação das necessidades com visão de longo prazo, buscando a fidelização do cliente em relações de parceria e reciprocidade. Não bastando o cliente ser fiel, é necessário que a empresa também mantenha essa postura de fidelidade junto a eles. Esse relacionamento de parceria será o marketing de integração entre cliente e a empresa com resultados positivos para ambos os lados. Desta forma acredita-se que a hipótese de que a retenção de clientes poderá ser a base de sustentação das empresas que buscam explorar o mercado ganhando sempre e servindo o melhor do ramo ao qual atuar. Conforme esta perspectiva, caberá à empresa buscar inovações de produtos dentro de sua segmentação de mercado e contar também, é claro, com a competência de seus colaboradores, representantes e funcionários, a fim de se conseguir estabelecer com seus clientes, relacionamentos de longo prazo, independentemente do seu potencial de compra, como estratégia para sua subsistência e sucesso. É preciso compreender que a redução de custos e a prestação de serviços ou produtos com qualidade já não são mais os únicos aspectos relevantes para a busca do êxito no processo de venda de produtos, em ramos que tenham grandes competidores, pois hoje o que mais se tem são grandes concorrentes em todas as áreas de um mercado globalizado. 20 Sendo assim, a fidelização dos clientes tornar-se-á o caminho mais curto e a estratégia mais eficiente para se alcançar a tão desejada lucratividade. Cabe à empresa ser cada vez mais lucrativa, ágil, inovadora e estrategista para se manter nesse mercado de concorrência acirrada. Um mercado com certa instabilidade e que ainda poderá passar por muitas transformações. Conforme as mudanças que estão ocorrendo nos negócios, não são apenas tendências, mas o resultado da ação das forças de Globalização de Mercado e Tecnologia de Informação. Além disso, tudo acontece ao mesmo tempo e muito rápido. Essas duas forças se dependem uma da outra e se influenciam mutuamente. No Brasil, estas mudanças somadas com a estabilidade econômica, provocou uma entrada muito grande e agressiva de multinacionais no mercado. O que no passado se mantinha distante do país hoje está cada vez mais presente. Mediante isso, se observou uma maior oferta e variedade de produtos e serviços e o que mudou a concepção do marketing de muitas empresas que atuam no ramo seja do varejo ou do atacado é que tiveram de se adaptar ao novo mercado globalizado. E isso se refletiu nitidamente na forma de relacionamento entre empresa e consumidor. Sob este ponto de vista, para Hunt e Morgan (Apud Mckenna, 1993), o Marketing de Relacionamento se refere a todas as atividades dirigidas a estabelecer, desenvolver e manter as trocas relacionais de sucesso. Sheth (Apud Bretzke 2000, p.52), de forma bastante completa e concisa, apresenta a seguinte definição: “Marketing de Relacionamento envolve a criação e a distribuição de valor através da cooperação mútua e interdependência”. 21 CAPÍTULO II ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Segundo Porter (XXXX, p,486) “Hoje, compreender os clientes é crucial, mas não é o suficiente. Segundo o conceito de marketing, as empresas ganham vantagem consumidores-alvo, competitiva mas satisfazendo também as as estratégias necessidades melhor do que dos os concorrentes. O primeiro passo é a análise da concorrência, o processo de identificação, avaliação e seleção de concorrentes-chave. O segundo passo é o desenvolvimento de estratégias competitivas de marketing que posicionem solidamente a empresa frente a seus concorrentes e lhe confiram a maior vantagem competitiva possível.” 22 É comum ouvirmos falar em CRM (Customer Relationship Management), Marketing one-to-one, e em marketing de relacionamento como se fossem ferramentas distintas. Porém, todas fazem parte de um mesmo conjunto de estratégias que visam a gestão do relacionamento entre uma empresa e seus stakeholders (clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, governo e demais indivíduos que mantenham qualquer forma de relação comercial ou profissional com a organização). O objetivo principal do marketing de relacionamento é construir e/ou aumentar a percepção de valor da marca, de seus produtos e serviços e a rentabilidade da empresa ao longo do tempo a partir de estratégias de comunicação e de relacionamento propriamente dito com todos os seus stakeholders, integrando suas ações, desde o projeto de um produto ou serviço, desenvolvimento de processos, venda e pós-venda. Administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque diante da concorrência. O objetivo maior torna-se manter o cliente através da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida pela organização, construindo relacionamentos duradouros que contribuam para o aumento do desempenho para resultados sustentáveis. De maneira geral, o processo deve se iniciar com a segmentação correta do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos produtos e/ou serviços que serão oferecidos, a busca da melhor relação custo/benefício, além da formação de funcionários motivados e capacitados a atender estes clientes adequadamente. É também necessário entender qual o valor de cada cliente para a organização, para não correr o risco de oferecer benefícios iguais para clientes desiguais. A partir da definição de estratégias de relacionamento, ou da formulação de uma política de relacionamento, a empresa pode desenvolver 23 ações personalizadas a todos os seus públicos, em especial para seus clientes, fazendo que os mesmos tenham motivações diferenciadas para aumentar a sua freqüência de compra, e também para transformá-los em propagandistas de sua marca, recomendando-a também para suas redes de contatos. É neste momento que entram os sistemas e softwares de CRM, que são bancos de dados de marketing (Data Base Marketing) feitos sob mediada para uma eficaz gestão de sua carteira de clientes. Explorar as informações sobre consumidores é imprescindível para a realização do marketing de relacionamento. Desta forma, todos os funcionários ou colaboradores da organização que tem algum contato com seus clientes devem estar devidamente preparados para coletar e trabalhar os dados, para que possam ser analisados pelos gestores comerciais e de marketing e transformados em estratégias de valor. A captação de informações sobre seus stakeholders deve ser feita com muita cautela, pois cada vez mais as pessoas estão sentindo-se invadidas em sua privacidade, pois são obrigados a preencher intermináveis formulários, onde as organizações buscam extrair ao máximo os dados sobre seu perfil. Deve-se limitar a consultar as informações que realmente são relevantes para o processo de venda, e fazê-la passo-a-passo ao longo do relacionamento com o cliente. Todas as pesquisas apontam que o a ênfase do mercado está voltada para a customização, diferenciação, inovação e principalmente ao relacionamento de valor. O marketing individualizado e personalizado permite um grande diferencial competitivo, principalmente por que desta forma a organização pode entender melhor seu mercado e antecipar-se às ações da concorrência. Outra grande tendência é a do atendimento personalizado. Detalhes na 24 relação entre vendedor e cliente podem fazer a grande diferença. Por isso, oferecer mais do que o esperado, surpreender, é extremamente importante para que as diferenciações sejam notadas e para que os clientes se tornem cada vez mais propensos a adquirir seus produtos ou serviços. Estamos entrando em uma era em que as pessoas não compram mais produtos e serviços, compram sim excelência no atendimento, benefícios, status e exclusividade, e uma empresa só poderá oferecer isto utilizando as estratégias do marketing de relacionamento da melhor forma possível. Drucker (1999) elegeu algumas regras fundamentais para a utilização do marketing de relacionamento na busca por vantagem competitiva: 1) O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é provocado por uma falha empresarial. 2) A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes. Em complemento, Kanter (2001) enfatiza os seguintes aspectos no relacionamento com o cliente: 1) Conhecer profundamente o cliente. 2) Tornar o cliente conhecido por todos os funcionários da empresa. Ele não deve aguardar para que alguém o identifique e solucione seus problemas adequadamente. 3) Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os clientes da empresa têm acesso. Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos. 25 Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos clientes pode ser o diferencial de empresas bem-sucedidas em relação a outras. A empresa precisa ter essa mensuração externa por uma ou todas as razões seguintes: 1) Satisfação de clientes é frequentemente equiparada a qualidade. 2) O compromisso por um programa de satisfação de clientes demonstra liderança em uma categoria de negócios. 3) Mensurações internas de satisfação de clientes podem ser inadequadas ou impróprias. 4) Ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e passar a ser voz ativa no mercado. 5) Muitos clientes não reclamam abertamente porque podem achar que nada vai ser feito. 6) Um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferramenta para estimular a melhoria dos produtos ou serviços. 7) Os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfação de clientes bem-sucedidos (VAVRA et al, 1993, p.170). A maioria dos programas de mensuração de satisfação, além de apontar níveis de satisfação, fornece conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. Tais programas auxiliam a empresa na priorização de tais expectativas e mudanças que essas possam sofrer, além de permitirem que se conheça o valor das necessidades existentes (VAVRA, 1993, p.165). Para Vavra (1993), toda empresa que aceita o desafio de pós-marketing deve aplicar-se a oferecer satisfação através de seus produtos e serviços, o que requer conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. A TARP (Technical Assistance Research Programs Institute, 1986) apud Vavra (1993, p.169) estima que apenas 01 em 27 clientes insatisfeitos voltará a fazer negócio com uma empresa por iniciativa própria. Existe ainda uma evidência 26 muito forte a respeito do valor de contribuição para o lucro da clientela satisfeita. Estudos mostram que o desempenho financeiro da empresa está relacionado à qualidade percebida dos bens ou serviços de uma empresa. De acordo com Vavra (1993, p.255) os relacionamentos bem-sucedidos com clientes exigem prática constante e intensas técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais evidentes é a coleta de informações a respeito dos clientes. O autor sugere como atividade de pós-marketing a elaboração de um programa de mensuração da satisfação do cliente. Tal programa fornece um feedback do cliente referente a qualidade dos produtos ou serviços e sugere caminhos para futuras mudanças e melhorias. Segundo o livro Mercator XXI (11ª Edição), o marketing relacional tem o seu foco nos clientes já existentes e não na angariação de novos clientes e para que uma empresa possa apostar no marketing relacional e conseguir fidelizar os seus clientes, deverá ter em atenção alguns pontos, nomeadamente: conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade. Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas para atingir os objetivos propostos pelo marketing relacional, nomeadamente a criação de bases de dados, a criação de uma página na internet com um fórum, a realização de inquéritos para medir a satisfação do cliente e os seus gostos e sugestões, a existência de um sistema que premeie a fidelidade dos clientes ou mesmo a realização de eventos centrados nos clientes. O marketing relacional tem as suas origens no marketing direto e implica por parte da empresa, um forte conhecimento dos gostos dos seus clientes, quer sejam produtos, marcas ou serviços. O seu desenvolvimento permite uma evolução da empresa, uma vez que para satisfazer os seus clientes, tem que ser mais proactiva, escutando as opiniões dos clientes e os seus desejos. Ao fazê-lo cria espaço para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços personalizados. As empresas de comércio tradicional e outras, cada vez mais adoptam o marketing relacional como uma forma de desenvolverem a sua estratégia de 27 marketing, pois é no conhecimento individual dos gostos do cliente e na percepção da sua qualidade / satisfação percebida, que conseguem manter os clientes “da casa” e angariar novos clientes pelo “passa palavra”. O marketing relacional é um projecto de longo prazo e com uma grande interatividade entre empresa e cliente. Uma empresa pode desenvolver a sua estratégia de marketing relacional recorrendo a alguns meios de comunicação (televisão interactiva, mensagens sms, internet, telemarketing e direct mail). Para que possa obter melhores resultados a empresa deve conjugar os vários meios de comunicação e não deve apostar apenas num único. Com o passar dos anos, o marketing de relacionamento tem vindo a ter uma maior importância junto das empresas porque com os cortes de custos verificados, as empresas conseguem através deste área do marketing, medir resultados e perceberem o seu impacto directo nas vendas. A internet assume um papel relevante no marketing relacional, devido à interactividade que proporciona entre o consumidor e a empresa, permitindo um conhecimento mais detalhado dos gostos dos clientes. O envio de mails / newsletters tem aumentado significativamente, tendo em conta que cerca de 48,3% das habitações situadas no território nacional português já possuem ligação à internet. Com o desenvolvimento das tecnologias de informação a grande maioria dos consumidores passou a estar mais informada e passaram a ser mais exigentes. Os consumidores optam pela qualidade em detrimento da sua fidelidade a uma empresa ou marca, e é neste contexto que o marketing relacional é visto como uma estratégia importante a ser considerada. Para que uma empresa consiga implementar uma estratégia de marketing relacional eficaz deve seguir o método IDIC desenvolvido por Don Peppers e Martha Rogers na década de 90. O método IDIC significa: Identificar, Diferenciar, Interagir e Customizar, sempre orientado para o cliente. Segundo textos contidos no Mercator XXI, a principal ideia no marketing one to one é que as empresas têm que conhecer os clientes, saber como querem ser tratados e tratá-los de forma diferenciada. Individualmente os 28 clientes não são tratados de uma mesma forma, mas a empresa considera as suas opiniões e melhora o relacionamento para com esses clientes. Numa estratégia de marketing one to one, as empresas têm que proceder a algumas alterações internas de forma a rentabilizarem o investimento, naquele que é um dos seus objectivos principais, a fidelização de clientes. As áreas que poderão necessitar de reestruturação para fazer face a esse objectivo poderão ser a produção, a logística e distribuição e mesmo o planeamento. Nos últimos anos temos vindo a assistir a um maior esforço das empresas no que diz respeito ao estabelecimento de relações mais duradouras com os seus clientes, devido ao desenvolvimento de práticas de marketing relacional. Este desenvolvimento tem sido motivado pelo facto de cada vez mais a rotação dos clientes ser elevada e também ao aumento de produtos substitutos / concorrentes. Cada vez mais as empresas devem efectuar esforços para manter clientes, pois é mais económica a sua manutenção do que a conquista de novos clientes ou mesmo a recuperação de clientes perdidos. Tendo como bases este pressuposto, é perceptível o porquê da alteração de estratégias de marketing, para novas estratégias em que o mais importante é a manutenção de relações comerciais sólidas e duradouras com os clientes, para que seja possível o desenvolvimento do negócio e a sua sustentabilidade. A manutenção de clientes deve ser encarada no longo prazo. Já em 1990, Reicheld y Sasser, demonstraram que os ganhos obtidos pelas empresas na retenção de clientes são significativos, e que na maioria dos casos estudados, os clientes antigos superavam os clientes novos em termos de volume de negócios. Hoje em dia as empresas devem estar despertas para esta situação, pois os factores que propiciam a rotação de clientes têm vindo a aumentar, nomeadamente: elevada oferta de produtos similares / substitutos, o número elevado de publicidade efectuada, as alterações nos canais de distribuição, o elevado número de superfícies 29 comerciais, a existência de produtos de marca branca que alcançam quotas de mercado significativas e a gestão do orçamento familiar (alguns produtos são preteridos – apenas é adquirido o que realmente é necessário). O marketing relacional deve ter como sua principal preocupação a manutenção e aprofundamento de uma relação duradoura com os clientes (Berry L., 1995; DuPont R., 1998). Assim sendo, o marketing relacional deve ser encarado como uma relação de longo prazo, tendo como objectivo a retenção de clientes e a sua beneficiação, assente na confiança e compromisso tendo como foco a emoção e a intimidade com o cliente. O cliente deve ter noção de que existe valor acrescentado ao efectuar a aquisição de bens ou serviços. A noção de valor acrescentado de um bem ou serviço tem sido alcançada mais rapidamente pelo desenvolvimento das tecnologias de informação. Actualmente as empresas investem em programas informáticos que lhe permitem manter fichas actualizadas de clientes e saber as suas preferências (CRM é uma das possibilidades). Pode-se dizer que nos dias de hoje, o marketing relacional é prática comum da maioria das empresas, pois ao desenvolvimento de estratégias de retenção de clientes estão associadas algumas vantagens para as empresas, nomeadamente: aumento da frequência das relações negociais, aumento do volume de negócios, redução de custos devido à diminuição da rotação dos clientes e clientes inactivos podem novamente ser clientes ativos. 30 CAPÍTULO III EQUILÍBRIO ENTRE ORIENTAÇÃO PARA O CLIENTE E PARA O CONCORRENTE Porter (XXXX, p.496) versa que “Quer seja líder, desafiante, seguidora ou ocupante de nicho de mercado, a empresa precisa vigiar seus concorrentes de perto e descobrir a estratégia competitiva de marketing que a posicione mais efetivamente. Deve adaptar continuamente suas estratégias ao ambiente da concorrência, que estará sempre em veloz mutação. Isso pode provoca uma pergunta: a empresa pode chegar ao ponto de gastar tempo e energia demais acompanhando os concorrentes e com isso prejudicar sua orientação para o cliente? A resposta é sim! A empresa pode se tornar tão centrada no concorrente que perde de vista até mesmo seu foco mais importante, que é o cliente.” “ Empresa centrada no concorrente é uma empresa que passa a maior parte do seu tempo acompanhando as ações e as participações de mercado de seus concorrentes e tentando descobrir estratégias para enfrentá-las. Essa abordagem tem seus prós e contras. Do lado positivo, a empresa desenvolve uma orientação guerreira. Treina seus profissionais de marketing para que fiquem constantemente em alerta, procurando descobrir as fraquezas em sua própria posição e as fraquezas dos concorrentes. Do lado negativo, a empresa se torna muito 31 reativa. Em vez de executar suas próprias estratégias orientadas para o cliente, ela baseia suas manobras nas ações dos concorrentes. Por depender tanto do que a concorrência faz, o resultado é que a empresa não tem uma rota definida em direção a uma meta planejada. Pode acabar simplesmente imitando ou ampliando as práticas do setor sem buscar novas maneiras inovadoras de entregar mais valor para os clientes. ” (XXXX, p.496). “ A empresa centrada no cliente, pelo contrário, foca mais o desenvolvimento dos clientes ao elaborar suas estratégias. Obviamente esse tipo de empresa está em melhor posição para identificar novas oportunidades e estabelecer estratégias sensatas de longo prazo. Observando a evolução das necessidades do cliente, ela pode decidir quais são os grupos de consumidores e necessidades emergentes mais importantes para atender e então concentrar seus recursos na entrega de valor superior para os clientes-alvo. Na prática, as empresas de hoje devem ser centradas no mercado e observar tanto seus clientes quanto seus concorrentes. Não devem permitir que a observação dos concorrentes as impeça de focar o cliente. ” (XXXX, p.496). A figura abaixo mostra que as empresas passaram por quatro orientações no decorrer dos anos. No primeiro estágio, elas eram orientadas para o produto e davam pouca atenção aos clientes e aos concorrentes. No segundo estágio, tornaram-se orientadas para os clientes e começaram a dar atenção a eles. No terceiro estágio, quando começaram a dar atenção aos concorrentes, se tornaram orientadas para os concorrentes. Hoje, as empresas precisam ser orientadas para o mercado e repartir sua atenção equilibradamente entre clientes e concorrentes. Em vez de simplesmente 32 observar os concorrentes e tentar vencê-los em sua forma atual de fazer negócios, elas precisam observar os clientes e descobrir novas e inovadoras maneiras de lhes entregar maior valor do que os concorrentes. Evolução das orientações da empresa concorrente Centrada no Centrada no Cliente Não Sim Não Sim Orientação para o Orientação para o produto cliente Orientação para o Orientação para o concorrente mercado 33 CONCLUSÃO Customer Relationship Management ou Gerenciamento do Relacionamento é basicamente a junção do Marketing e a Tecnologia da informação, com o objetivo de prover meios eficazes e produtivos de atender, reconhecer e cuidar do cliente, em tempo real, transformando estes dados em informações que quando filtradas e analisadas pela organização, permitem que o cliente seja “identificado” e cuidado por todos os envolvidos no processo de atendimento pessoal. O CMR combina o marketing de relacionamento que procura fidelizar clientes e estabelecer relacionamento abrangente com a tecnologia da informação que detém das ferramentas e recursos de informação rápida para os clientes. A necessidade de se obter estas informações em tempo real ou mesmo em curtíssimo prazo, tem feito com que a CRM seja uma ferramenta importantíssima para empresas que desejam consolidar e aprimorar seus conceitos de atendimento. O treinamento de cada departamento é muito importante para o sucesso do CRM. A melhora da qualidade do atendimento é percebível quando o treinamento e o uso adequado das informações que as pessoas envolvidas obtém estão corretas, fazendo com que lucratividade da empresa aumente consideravelmente. As informações geradas pelo sistema deverão ser filtradas e analisadas sistematicamente pela empresa, elas podem conter várias informações que implicaram no desempenho e na tomada de decisão na organização. 34 O processo de captar informações refletirá diretamente nas atitudes e intenções da empresa. Visando um melhor atendimento ao cliente as empresas precisam deter de meios para saber o nível de satisfação e principalmente os desejos do cliente quando contactar seu call-center. Estes clientes ligam por dois motivos básicos, o primeiro é pelo suporte técnico ou de informação, para buscar informações que irão ajudá-lo a esclarecer dúvidas e resolver problemas. O segundo motivo é quando o cliente não esta satisfeito com os produtos e serviços prestados pela empresa, esta ligação e tão importante quanto a primeira, no entanto, as informações, quem dita é o cliente. Todas as reclamações e pedidos que os clientes fazem devem ser devidamente anotados. Principalmente, as perguntas a eles designadas, deveram ser muitas bem elaboradas, dentro de uma seqüência lógica de ocorrência dos fatos. Assim poderemos respectivamente entender o que os clientes buscam e desejam, para que então, possamos planejar estrategicamente. Para as empresas que se interessam em aplicar o CMR é de grande importância saber quais as características deste modelo de aplicação de marketing de relacionamento: a) Buscar a integração do cliente ao processo de planejamento dos produtos e serviços, para garantir a satisfação dos desejos e necessidades que eles anseiam. b) Desenvolvimento da empresa referente aos nichos de mercado, canais de distribuição e identificação de segmentos, tendo assim a adquirir ganho de mercado. c) O desenvolvimento de infra-estrutura com os influenciadores, objetivando criar a imagem da empresa e o desenvolvimento tecnológico. 35 d) Desprendimento de esforços mercadológicos e tempo com os clientes, buscando monitorar as mudanças do ambiente competitivo. e) Monitoramento constante da concorrência, a fim de prever as mudanças no nas condições futuras da industria . Onde os prováveis movimentos dos concorrentes demonstrarão suas intenções e a capacidade de responder a tais mudanças. f) Desenvolvimento de um sistema de análise mercadológica , buscando sempre obter um retorno de informações para que se possam tomar as decisões em tempo hábil, portanto , irá proporcionar um processo contínuo de adaptações ás constante mutantes do ambiente competitivo. As empresas que não buscarem se adaptar no modelo de CMR passarão por dificuldades para manter seus clientes. Basta verificar que quando um cliente é bem atendido ele se desperta para o que de bom este novo fornecedor pode lhe oferecer. As empresas precisam se modernizar e ampliar sua visão de atendimento. Mobilizar os esforços conjuntos, em equipe, e utilizar os meios de comunicação eficazes, são os primórdios para que se obtenha reconhecimento imediato do cliente. É importante esclarecer que a empresa deve estar preparada para atender, da forma que o cliente merece ser atendido. Agindo assim certamente a empresa progredirá e alcançará resultados e lucros altos. 36 BIBLIOGRAFIA 1 - KOTLER, Phillip. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. 2 - BERRY, L.L. Serviços de Satisfação Máxima. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 3 - KOTLER, Phillip. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1998. 4 - KOTLER, P. & ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. Nova Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2005. 5 - STONE, Merlin & WOODCOCK, Neil. Marketing de Relacionamento. São Paulo: Littera, 2002. 6 - COBRA, Marcos Henrique Nogueira. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1999. 7 - LEVITT, Theodoro. A Imaginação de Marketing. São Paulo: Atlas, 1995. 8 - MACKENNA, Régis. Marketing de Relacionamento - Estratégias bem Sucedidas para a era do Cliente. Rio de Janeiro: Campus, 1993. 9 - VAVRA, Tery G. Marketing de Relacionamento. Aftermarketing. São Paulo: Atlas, 1993. ANEXO 1 37 QUESTIONÁRIO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO EM MARKETING PESQUISA DE CAMPO A Pesquisa de Campo tem a finalidade de suprir o gerenciamento com informações sobre fatores que impactam o consumidor na aquisição, consumo e utilização de mercadorias, serviços e idéias. Visa conhecer o cliente, bem como sua opinião sobre o desempenho da rede Casas Bahia junto ao seu público-alvo. Nome: _______________________ Bairro de residência: _________________ a) [ b) [ c) [ d) [ a) Qual a renda familiar? ] Até 03 (três) salários mínimos. ] De 04 (quatro) a 06 (seis) salários mínimos. ] De 07 (sete) a 10 (dez) salários mínimos. ] Acima de 10 (dez) salários mínimos. a) [ b) [ c) [ d) [ e) [ b) Por que você compra nas Casas Bahia? ] Pela clareza (transparência) do seu negócio. ] Pela acessibilidade e confiança na marca. ] Por agregar produtos e serviços de qualidade com preços atraentes. ] Devido à imagem positiva e o tratamento dispensado pelos colaboradores. ] Pela facilitação nas formas de pagamento (crediário). c) Escolha 03 (três) opções de compra, caso não encontre o produto/serviço de seu agrado nas Casas Bahia? a) [ ] Ponto frio. b) [ ] Lojas Americanas. c) [ ] Casa & Vídeo. d) [ ] Ricardo Eletro. e) [ ] Insinuante. f) [ ] Pernambucanas. g) [ ] Lojas Cem. h) [ ] Lojas virtuais (Magazine Luiza, Shoptime, Submarino, Americanas.com, etc). f g h i ou serviços oferecidos pelas Casas Bahia? Como você avalia o jornal de encarte disponibilizado pelas Casas Bahia? Como você avalia as formas de pagamentos executadas pelas Casas Bahia? O que você acha da campanha “Casas Bahia cobre qualquer preço”? Como você avalia o serviço de pós-venda realizado pelas Casas Bahia? Como você avalia o serviço de garantia estendida realizado pelas Casas Bahia? Muito bom 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Não sei Bom e Como você avalia a qualidade dos produtos Regular d QUESTÕES Ruim Ítem 38 Como analisa o web site disponibilizado pelas j Casas Bahia para aquisição de produtos ou serviços? l m n Como você analisa o serviço de montagem realizado pelas Casas Bahia? Como você analisa a Central de Atendimento (SAC) realizado pelas Casas Bahia? Como você avalia o serviço de trocas disponibilizado pelas Casas Bahia? 39 ANEXO 2 GRÁFICOS Considerando que os resultados dos questionários são transformados em gráficos, passamos agora a fazer uma referência ao texto (legendar cada gráfico). Opções Qual a renda Familiar? Porque prefere comprar nas Casa Bahia? Escolha 03 (três) opções de compra, caso não encontre o produto/serviço de seu agrado nas Casas Bahia? Como você avalia a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos pelas Casas Bahia? Como você avalia o jornal de encarte disponibilizado pelas Casas Bahia? Como você avalia as formas de pagamentos executadas pelas Casas Bahia? O que você acha da campanha “Casas Bahia cobre qualquer preço”? Como você avalia o serviço de pós-venda realizado pelas Casas Bahia? Como você avalia o serviço de garantia estendida realizado pelas Casas Bahia? Como analisa o web site disponibilizado pelas Casas Bahia para aquisição de produtos ou serviços? Como você analisa o serviço de montagem realizado pelas Casas Bahia? Como você analisa a Central de Atendimento (SAC) realizado pelas Casas Bahia? Como você avalia o serviço de trocas disponibilizado pelas Casas Bahia? Maior concentração Percentual 40 Qual a renda familiar? 0,8 Em alguma ocasião já fez uso do delivery? Por que compra na Casa do Biscoito? 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 Qual a regularidade de comprar na Casa do biscoito? 0,2 0,1 0 Qual qualidade dos produros / serviços oferecidos pelo ramo? 75% 60% 60% 55% 50% 41 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I O Marketing de Relacionamento 11 CAPÍTULO II Estratégias de Marketing de Relacionamento 22 CAPÍTULO III Equilíbrio entre orientação para o cliente e para o concorrente 31 CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA 37 ANEXOS 38 ÍNDICE 42