INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO INSERÇÃO/DELEÇÃO DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA SOBRE O SISTEMA FIBRINOLÍTO E INFLAMAÇÃO EM PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE 1 Autores Instituição 2 3 3 SARA CARVALHO , ANA CRISTINA SILVA , ADRIANO SABINO , FERNANDA EVANGELISTA , 3 3 1 KARINA GOMES , LUCI DUSSE , DANYELLE RIOS 1 UFSJ - Universidade Federal de São João Del rei (Rua Sebastião Gonçalves Coelho, nº 400 2 Chanadour, Divinópolis MG), UFMG - Laboratório Interdisciplinar de Investigação Médica (Av. Antônio 3 Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte - MG), UFMG - Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas (Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte - MG) Resumo OBJETIVOS Avaliar a influência do polimorfismo inserção/deleção (I/D) da enzima conversora de angiotensina (ECA) sobre os níveis plasmáticos do inibidor do ativador do plaminogênio (PAI-1), dímero-D (Di-D), proteína C reativa-ultrassensível (PCRus) e fator de transformação do crescimento (TGF)-β1 em pacientes submetidos à hemodiálise. MÉTODOS Foram avaliados 138 pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise por pelo menos seis meses. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com o genótipo: grupo deleção/deleção (DD), grupo inserção/deleção (ID) e grupo inserção/inserção (II). O DNA genômico foi extraído dos leucócitos utilizando o conjunto de reagentes “Wizard Genomic DNA Purification” (Promega®) e a investigação do polimorfismo I/D da ECA foi feita por reação em cadeia da polimerase (PCR) em condições de reação previamente descritas. A determinação dos níveis plasmáticos de PAI-1, Di-D, TGF-β1 foi realizada por ELISA de captura e PCRus foi realizada por imunonefelometria. Os dados foram analisados utilizando o programa SigmaStat 2.03. RESULTADOS Dos 138 pacientes estudados, 50 (58%) possuíam genótipo DD, 42 (30.4%) possuíam genótipo ID e 16 (11.6%) possuíam genótipo II. As características clínicas dos integrantes dos três grupos de genótipos do polimorfismo da ECA foram similares, exceto para o ganho interdialítico (GID). Em relação à idade, os pacientes dos grupos DD, ID e II apresentaram idade média de 50, 53 e 51 anos, respectivamente. A maioria dos pacientes era do sexo masculino. Em todos os grupos, a nefroesclerose hipertensiva apresentou-se como principal causa primária da DRC. Os níveis de PAI-1 diferiram significativamente entre os três grupos (p = 0.048). Pacientes com genótipo DD [11 ng/mL (5-20.1 ng/mL)] e ID [15.8 ng/mL (4.6-27.1 ng/mL)] apresentaram níveis significativamente maiores de PAI-1 quando comparados aos pacientes com genótipo II [4.9 ng/mL (2.4-10.9 ng/mL)]. Os níveis plasmáticos de PCRus foram maiores em pacientes que possuíam o alelo D com P valor limítrofe (p=0,067). Não houve diferença estatisticamente significativa entre o polimorfismo I/D da ECA e os níveis de Di-D e TGF-β1. CONCLUSÃO Conforme os resultados encontrados neste estudo, propõe-se que exista uma relação entre o polimorfismo I/D da ECA e os níveis plasmáticos de PAI-1, uma vez que os pacientes heterozigotos e homozigotos para o alelo D têm níveis aumentados desse marcador. Portanto, este estudo sugere que o polimorfismo I/D pode alterar o sistema fibrinolítico. Além disso, acredita-se que possa haver uma possível associação entre o polimorfismo I/D da ECA e a inflamação, observada através da relação com os níveis plasmáticos de PCRus. No entanto, mais estudos são necessários para elucidar melhor essas associações. Palavras-chaves: Polimorfismo I/D, PAI-1, TGF-β1, PCRus, Dímero-d Agência de Fomento: