DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 ISSN: 1981-8963 Oliveira DFL, Valente GSC. O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... ARTIGO ORIGINAL O ENFERMEIRO NA PRÁTICA EDUCATIVA JUNTO AOS FAMILIARES DE CLIENTES COM CÂNCER DE MAMA SUBMETIDAS À QUIMIOTERAPIA THE NURSE IN EDUCATIONAL PRACTICE TOGETHER WITH THE FAMILY OF CLIENTS WITH BREAST CANCER SUBMITTED TO CHEMOTHERAPY EL ENFERMERO EN LA PRÁCTICA EDUCATIVA JUNTO A LOS FAMILIARES DE CLIENTES CON CÁNCER DE MAMA SOMETIDOS A QUIMIOTERAPIA Danieli Ferreira de Lima Oliveira1, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente2 RESUMO Objetivo: identificar como se dá o trabalho dos enfermeiros no atendimento às mulheres com câncer de mama em quimioterapia antineoplásica. Método: estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado no Centro de Quimioterapia do Hospital Universitário Antonio Pedro – Universidade Federal Fluminense/UFF. Participaram cinco enfermeiros e uma residente. Realizou-se entrevista gravada, com roteiro de entrevista semiestruturado e observação não participante. A análise se deu a partir da Técnica de Análise de Conteúdo, na modalidade Análise temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, Parecer nº 243/09. Resultados: existem fatores que interferem na atuação efetiva do enfermeiro devido às carências de registros, ausência de protocolo específico e não existir no setor a rotina de consulta de enfermagem. Conclusão: há necessidade do conhecimento de especialista, da formação contínua pelos enfermeiros e de que sejam criadas estratégias que esclareçam dúvidas e aumentem o conhecimento dos pacientes, essenciais para a efetivação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Descritores: Educação em Saúde; Assistência à Saúde; Enfermagem Oncológica; Família; Quimioterapia. ABSTRACT Objective: to identify how is the work of nurses in caring for women with breast cancer in cancer chemotherapy. Method: An exploratory study, a qualitative approach, performed at the Center for Chemotherapy, Antonio Pedro University Hospital – Fluminense Federal University / UFF. Five nurses and one resident participated. It was held with recorded script with semi-structured interview and non-participant observation interview. The analysis was performed from the Technical Content Analysis in the thematic analysis method. The project was approved by the Ethics Committee in Research, Opinion 243/09. Results: there are factors affecting the effective work of nurses due to lack of records, and no specific protocol, and routine nursing visits does not exist in the sector. Conclusion: there is need for specialist knowledge and continuing education for nurses, and the need to develop strategies to clarify doubts and increase patients´ knowledge; essential to the effectiveness of the Systematization of Nursing Assistant. Descriptors: Health Education; Health Care; Oncology Nursing; Family; Chemotherapy. RESUMEN Objetivo: identificar como se da el trabajo de los enfermeros en el atendimiento a las mujeres con cáncer de mama en quimioterapia antineoplásica. Método: estudio exploratorio, de enfoque cualitativo, realizado en el Centro de Quimioterapia del Hospital Universitario Antonio Pedro – Universidad Federal Fluminense/UFF. Participaron cinco enfermeros y una residente. Se realizó entrevista grabada con guía de entrevista semiestructurada y observación no participante. El análisis se dio a partir de la Técnica de Análisis de Contenido en la modalidad Análisis temático. El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación, Parecer nº 243/09. Resultados: existen factores que interfieren en la actuación efectiva del enfermero, debido a las carencias de registros, y ausencia de protocolo específico, y no existir en el sector la rutina de consulta de enfermería. Conclusión: hay necesidad del conocimiento de especialista y de la formación continua por los enfermeros, y la necesidad de criarse estrategias que aclaren dudas y aumenten el conocimiento de los pacientes; esenciales para la efectuación de la Sistematización de la Asistencia de Enfermería. Descriptores: Educación en Salud; Asistencia a la Salud; Enfermería Oncológica; Familia; Quimioterapia. 1 Enfermeira egressa, Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense/EEAAC/UFF. Niterói (RJ), Brasil. E-mail: [email protected] Geilsa Soraia Cavalcanti Valente; 2Enfermeira, Professora Doutora em Enfermagem, 2Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense/EEAAC/UFF. Niterói (RJ), Brasil. Email: [email protected] Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 4071 ISSN: 1981-8963 Oliveira DFL, Valente GSC. INTRODUÇÃO De acordo com a Organização Panamericana de Saúde OPAS, “As Doenças Crônicas Não Transmissíveis caracterizam-se por terem uma etiologia incerta, múltiplos fatores de risco, longos períodos de latência, curso prolongado, origem não infecciosa e por estarem associadas às deficiências e incapacidades funcionais.” As DCNT passaram a liderar as causas de óbito no país, nas últimas décadas, ultrapassando as taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (DIP) na década de 80.1 Para o Instituto Nacional de Câncer (INCA)2, o câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Segundo a World Health Organization WHO, 3 a doença surge principalmente como uma consequência da exposição individual a agentes cancerígenos nos indivíduos que inalam, comem, bebem ou estão expostos no seu ambiente de trabalho. Hábitos pessoais, tais como tabagismo, dieta e atividade física padrões, bem como profissionais e as condições ambientais, e não a fatores genéticos, tendem a desempenhar o principal papel no desenvolvimento do câncer. As estimativas do ano de 2008, para o câncer de mama feminino, foram de 234.870 casos novos, sendo os cânceres de mama e de colo do útero os mais incidentes, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada mundialmente. No Rio de Janeiro, estima-se 7.680 novos casos de câncer de mama feminino; na região Sudeste, estima-se 28.430 novos casos.2 Esta neoplasia também é a mais incidente e a mais frequente entre as mulheres das regiões Sul, com 67 casos por 100 mil habitantes, Centro-Oeste, com 38 casos por 100 mil habitantes, e a região Nordeste, com 28 casos por 100 mil habitantes. Na região Norte, o câncer de mama é a segunda neoplasia mais incidente 16 casos por 100 mil habitantes. No Brasil, estima-se 49.400 novos casos. 2 Devido à longa duração, os custos são uma problemática atribuída a essa doença. Está entre as que mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde, entendendo-se estes como custos diretos e os custos indiretos decorrentes do absenteísmo, aposentadorias precoces e perda de produtividade. Estudos4 realizados com mulheres indicaram que, ao receber o diagnóstico de Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... câncer da mama, a mulher começa a enfrentar um momento difícil em sua vida, passando a vivenciar três etapas diferentes e complexas: o diagnóstico de estar com câncer, palavra carregada de sentimento negativo em nossa sociedade; A realização de um tratamento muito longo e agressivo, muitas vezes, com necessidade de retirada parcial ou total da mama para restabelecimento da saúde; A aceitação de um corpo marcado e a convivência com essa imagem. O adoecimento de um membro da família com câncer, em especial a mulher com câncer de mama, pode interferir nos demais, pois as modalidades do tratamento, como a realização de uma cirurgia mutiladora, haja vista a cirurgia de mastectomia, comprometem a imagem corporal da paciente e também as relações familiares. Frequentemente, a família não está preparada para enfrentar essa enfermidade e suportar o sofrimento de seu familiar, desta forma, a presença da família no processo terapêutico do doente é necessária para apoio e orientação. A família ao longo do tratamento vive várias experiências, como assistir seu ente querido sofrer desta enfermidade, gerando sentimentos de confusão, insegurança, impotência, medo e dúvida. O afeto familiar permite à mulher manter certa estabilidade para lutar contra a doença. Sendo assim, consegue suprir suas carências emocionais, alcança uma melhor aceitação e orientação comportamental. 4 Outra questão em relação às mulheres com câncer de mama em quimioterapia refere-se às orientações dadas pelos profissionais de saúde no intuito de minimizar os impactos do tratamento. Destaca-se o enfermeiro como um dos profissionais importantes no processo de acolhimento, administração de medicação e nas orientações aos riscos e benefícios do tratamento, dentre outras. Os enfermeiros reconhecem a importância dos diversos tratamentos do câncer, porém as prioridades não devem recair apenas no manejo da doença, mas se estender ao ambiente construído ao seu redor. 5 Em outras palavras, a atenção não deve se ater apenas ao mundo biológico da doença do paciente mas também incluir o mundo do seu corpo, no sentido sociológico. OBJETIVOS ● Descrever o trabalho dos enfermeiros na orientação dos familiares de mulheres com 4072 DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 ISSN: 1981-8963 Oliveira DFL, Valente GSC. câncer de mama antineoplásica. O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... em quimioterapia ● Identificar as estratégias/procedimentos de educação em saúde que os enfermeiros utilizam com os familiares dessas mulheres. MÉTODO Estudo exploratório, de abordagem qualitativa. O local da pesquisa foi o centro de quimioterapia, localizado no andar térreo, do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, hospital de grande porte do município de Niterói /RJ. Os sujeitos foram cinco enfermeiros que atuavam na quimioterapia e uma enfermeira Residente da quimioterapia do HUAP, pois estes realizavam a assistência de enfermagem a pacientes com câncer de mama em tratamento de quimioterapia antineoplásica, exceto da pulsoterapia, da instituição escolhida, após o aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, obedecendo às questões éticas da pesquisa. Para a produção de dados, utilizou-se a entrevista gravada, com roteiro de entrevista semiestruturado, seguida de observação não participante. Para a análise dos dados, empregou-se a Técnica de Análise de Conteúdo, na modalidade Categorias Temáticas. Assim, foram determinadas duas categorias: Limites e possibilidades na atuação do enfermeiro às mulheres com câncer de mama em quimioterapia antineoplásica e Estratégias/procedimentos de enfermagem em educação e saúde para os familiares de mulheres com câncer de mama em quimioterapia antineoplásica. Para preservar o anonimato dos sujeitos, estes foram identificados por nomes de flores. Destaca-se que a pesquisa não implica em nenhum malefício aos sujeitos, visto que os objetivos e instrumento de coleta de dados não constituem nenhum agravo à integridade das clientes, pois terão sua identidade respeitada, assim como a confidencialidade dos dados obtidos. Em contrapartida, os benefícios alcançáveis possibilitaram conhecer os recursos teórico-metodológicos que o enfermeiro utiliza na preparação da mulher com câncer de mama, em tratamento de quimioterapia antineoplásica, e de seus familiares. A pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa do HUAP a fim de cumprir o que preconiza a Resolução nº. 196/96, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em 10 de outubro de 1996. Registrado sob n° Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 243/09. De acordo com esta Resolução, a pesquisa deverá sempre tratar os seres humanos com dignidade, respeitá-los em sua autonomia e defendê-los em sua vulnerabilidade, contar com o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos da pesquisa e/ou seus representantes legais. RESULTADOS E DISCUSSÃO Limites e possibilidades na atuação do enfermeiro às mulheres com câncer de mama em quimioterapia antineoplásica Todos os entrevistados responderam que orientavam os familiares e as mulheres no primeiro atendimento, quando é marcado o primeiro ciclo de quimioterapia neste setor ou quando surgem dúvidas, no entanto, pacientes e familiares apresentaram acentuados déficits no seu conhecimento sobre os medicamentos quimioterápicos, estando relacionado à carência de informações transmitidas pelos profissionais de saúde ou na forma de sua transmissão.10 Evidencia-se a importância do conhecimento científico dos enfermeiros que trabalham com familiares de mulheres em curso de QT, pois estes profissionais orientam sobre a prevenção de problemas relacionados à QT, o processo do tratamento, o adoecimento e a recuperação da saúde. As orientações devem abordar a finalidade, as características, as ações e as reações dos medicamentos, com a finalidade de aumentar da qualidade do tratamento desses pacientes, sendo elaborados e executados planos assistenciais relativos ao tratamento e cura da paciente desde sua admissão no setor. 11 Assim, a tarefa da educação, além de transmitir o que é importante, deve proporcionar meios para que os próprios sujeitos percebam a importância do que se quer ensinar.12 Os familiares de clientes submetidos ao tratamento quimioterápico precisam saber sobre as condições de saúde e os transtornos causados pela terapêutica, para ajudá-las a entender, aceitar ou não suas condições e prevenir possíveis complicações. O enfermeiro auxilia a minimizar os transtornos com suas orientações. Da mesma forma, segundo o Manual Internacional de Padrões de 13 Acreditação Hospitalar “A educação do paciente e das famílias os ajuda a ter o conhecimento e as informações necessárias para que possam participar e tomar decisões sobre o seu cuidado”. Além de o enfermeiro ter seu papel técnico relacionado ao manuseio das drogas, também deve atuar como um multiplicador de 4073 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 Oliveira DFL, Valente GSC. O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... informações corretas a respeito do tratamento, considerando os aspectos culturais e também o estigma existente, sendo assim, dissipando dúvidas e desfazendo tabus, temores e preconceitos enraizados nos pacientes e na população em geral. 14 Estes fatores podem ocasionar abandono do tratamento ou dificuldades em assimilar as informações necessárias. A SAE utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro; a implementação da SAE constitui, efetivamente, melhora na qualidade da Assistência de Enfermagem. 15 Considerando as instruções fornecidas pelos enfermeiros aos familiares, observou-se que orientavam sobre a quimioterapia e seus efeitos, sobre a doença, sinais de alerta, ansiedade, exercícios com o braço da mastectomia, os cuidados com curativos e ingestão de líquidos. As orientações são suportes para que os familiares possam ajudar as mulheres em seu domicílio, minimizando os riscos do tratamento e dando qualidade de vida para estas. Deve ser levada em conta a forma da orientação, elaborada e estruturada, as necessidades e as condições dos indivíduos, para que seja obtido um bom aprendizado e uma assistência de enfermagem de qualidade. A educação efetiva começa com a avaliação das necessidades de aprendizagem do cliente e de seus familiares. Esta avaliação indica não apenas o que deve ser elaborado através da aprendizagem, mas qual é a maneira de garantir o aprendizado para este indivíduo, sujeito deste processo. Os enfermeiros podem estimular os familiares a aprender como manter a saúde, como restaurá-la ou como se adaptar com mais independência a possíveis situações de desequilíbrio de saúde, o que representa um critério de resolutividade. 15 O cliente geralmente necessita de um entendimento detalhado sobre sua condição para poder maximizar as oportunidades de recuperação e manutenção de sua saúde12, porém diante das orientações, observou-se que não existe um instrumento próprio para registrar as orientações e condutas realizadas aos familiares e mulheres durante a consulta de enfermagem ou em outras situações de dúvidas posteriores as consultas. A consulta de enfermagem é realizada apenas no primeiro atendimento da paciente, quando é marcado seu primeiro ciclo de QT, não havendo novas consultas para avaliação desta pelo enfermeiro. A falta deste instrumento pode dificultar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é privativo do enfermeiro, segundo Resolução COFEN Nº 272/2001, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem –SAE – nas Instituições de saúde brasileiras. Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 A implementação da SAE, segundo o artigo 3º da Resolução COFEN Nº 272/2001, deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente (COFEN, 2006). O processo de assistência da enfermagem é planejado para alcançar as necessidades específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistência(16). Sem este instrumento, os demais profissionais de saúde que estão envolvidos na assistência a este paciente não sabem quais informações já foram transmitidas, se estão sendo bem sucedidas ou não e qual a condição do paciente. A sistematização das atividades de enfermagem deve ser alicerçada em um instrumento: “O Processo de Enfermagem”, pois possibilita a realização da atividade assistencial do enfermeiro a Consulta de Enfermagem, utilizando o tempo necessário para atender as necessidades individuais de cada cliente. 17 A Consulta de enfermagem é “(...) aplicação do processo de enfermagem; portanto, assistência prestada ao indivíduo aparentemente sadio ou em tratamento ambulatorial.” A consulta de enfermagem tem estratégias de ensino dirigidas ao aprendizado do cliente, desta forma, uma atividade em busca constante do conhecimento, além das práticas didáticas de ensino. 18 Cabe salientar que, o enfermeiro, durante a Consulta de Enfermagem, exerce sua autonomia necessária ao desempenho de uma prática autônoma, seja assistencial ou na docência, pautada continuamente nos trâmites legais envoltos em inteira responsabilidade e compromisso, investidos no mister da profissão, que se fazem atuais e vigentes como normas de condutas, para um cuidado mais humano e efetivo a serviço do outro. 14 4074 DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 ISSN: 1981-8963 Oliveira DFL, Valente GSC. O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... A consulta de enfermagem é importante para construção gradativa do conhecimento do enfermeiro, do paciente e para o aprimoramento de sua prática, todavia, alguns fatores podem atrapalhar a realização das consultas de enfermagem para todos os pacientes antes da QT, tendo em vista que o setor pesquisado possui apenas cinco enfermeiros e uma Residente de enfermagem, para um atendimento de QT mensal superior a 300 pacientes. Em 2009, foram realizadas 3.951 quimioterapias, segundo o relatório de consultas e quimioterapias da oncologia do HUAP. A Consulta de Enfermagem inclui a entrevista, para coleta de dados, o exame físico, estabelecimento de diagnósticos de enfermagem, prescrição de enfermagem, implementação dos cuidados e a orientação das ações relativas aos problemas detectados. Existem alguns aspectos pertinentes que impedem ou dificultam significativamente a realização da Consulta de Enfermagem19 que se distinguem: formação teórico-prática do enfermeiro; falta de conhecimento técnico e desvalorização do profissional; programas de educação continuada; acúmulo de funções (administrativa e assistencial); carência de pessoal na equipe; precárias condições de ambiente de trabalho; infraestrutura e outros recursos deficientes; relações técnico-sociais do espaço dos serviços de saúde; desconhecimento dos aspectos legais que resultam em omissão; e negligência quanto à prioridade da Consulta de Enfermagem como atividade exclusiva do enfermeiro, esses fatores dificultam os avanços e abrangência da consulta de enfermagem. 20 A perspectiva de todas e quaisquer organizações/instituições deve estar focada em: expectativas do cliente que se alicerçam em três pontos basilares objetivando a melhoria da qualidade da assistência; estratégia – planejar ações, execução, controle e um avaliar gradativo do processo; pessoas – todos os envolvidos em espírito de serviço individual e/ou coletivo; sistemas – locais onde a assistência é desenvolvida competem fornecer as melhores condições de trabalho. Procurou-se saber se o enfermeiro preocupa-se em coletar informações dos pacientes. A maioria procura coletar o telefone do paciente e de um contato, busca informações sobre onde fez a cirurgia, há quanto tempo, doenças pré-existentes, se sabe sobre a doença e se já teve alguma intercorrência. Desta forma, observou-se que o enfermeiro preocupa-se em coletar informações, mas não segue um roteiro ou não é de forma sistematizada, havendo o risco de algumas informações importantes não serem perguntadas ou perdidas devido à ausência de um instrumento de registro, conforme mencionado. Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 17 Todos os participantes da pesquisa entram em contato com os familiares e mulheres quando não há medicação; quando a capela de fluxo laminado está quebrada; quando chegam medicamentos e na mudança de data de medicação. Neste sentido, os enfermeiros comunicam aos pacientes e familiares intercorrências do setor para que não se desloquem de sua residência para o Hospital, minimizando possíveis conflitos, tornando transparentes as realidades da instituição e fortalecendo a confiança com estes. A informação coerente e correta é essencial para que os familiares sintam-se seguros para lidar com os efeitos adversos da quimioterapia em seu domicílio, num enfrentamento adequado à doença e a participação efetiva no cuidado. Esta informação também contribui para que os pacientes se esforcem no processo de tratamento e nas mudanças comportamentais, garantindo, assim, o sucesso das intervenções de enfermagem que expressem melhorias do nível de saúde. Estratégias/procedimentos de enfermagem em educação e saúde para os familiares de mulheres com câncer de mama em quimioterapia antineoplásica Nos depoimentos encontrados, 66,6% dos enfermeiros responderam que realizavam orientações com folder/panfletos, criados pelos próprios enfermeiros do setor, sendo que um destes, além dos panfletos, citou o telefone para tirar dúvidas do paciente; 16,6 % através de sala de espera e palestra, principalmente nos cuidados paliativos e 16,6 % só tiravam dúvidas que aparecessem durante o tratamento e para os casos novos. Pode-se confirmar isto através das falas: São fornecidos folders com orientações para pacientes e familiares. (COPO DE LEITE) Através de conversas com pacientes e familiares e também de panfletos criados por nós enfermeiros e por telefone. (TULIPA) Através de sala de espera e palestras. (MARGARIDA) Os familiares são orientados de acordo com a necessidade vindo ao serviço acompanhado do paciente.(HORTENSIA). Com relação à distribuição de panfletos, foi citada a dificuldade de fornecê-los aos 4075 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 Oliveira DFL, Valente GSC. O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... pacientes, pois eles são impressos, na maioria das vezes, através da ajuda de um paciente que está em fase terminal e a instituição nem sempre realiza fotocópia devido à falta de folhas, de acordo com o seguinte depoimento. com o braço do lado da cirurgia e um (16,6%) citou vacina, queda da imunidade, dor e procurar a emergência caso os sintomas persistam. Tem os panfletos criados por nós e impressos com ajuda de um paciente (pausa...) que está em fase terminal. Não sabemos como vamos fazer depois caso esse paciente se vá. Às vezes o hospital copiava, outras vezes, no hospital não tem papel para cópias. (TULIPA) O enfermeiro só realiza a consulta de enfermagem no primeiro atendimento do primeiro ciclo de quimioterapia. Este entrega o folder e diz o seu conteúdo. Então, observou-se que o paciente recebe apenas essas informações e o folder no primeiro dia, não sendo depois realizadas outras orientações de forma contínua. É importante referir que a falta de conhecimento por parte dos usuários pode gerar efeitos indesejáveis e não garantir a efetividade e segurança, culminando com ministrações e ações inadequadas. 15 No decorrer dos anos, tem-se observado que a falta de informações específicas durante o tratamento com a quimioterapia antineoplásica pode estar relacionada à falta de controle adequado dos efeitos colaterais produzidos e, consequentemente, ao 23 agravamento dos sintomas. As ações educativas com os familiares, pacientes ou acompanhantes precisam ser realizadas de forma contínua, para melhor compreensão dos agravos e do tratamento, minimizando, gradativamente, as dúvidas que possam surgir durante o tratamento com quimioterápicos e a maior adesão do paciente. A equipe de enfermagem acompanha o paciente durante seu tratamento, então o fluxo de informações contínuas torna-se necessário, bem como a co-responsabilidade da equipe de enfermagem, cabendo-lhe reforçar as precauções necessárias para se evitar novos agravos à saúde.10 Além da necessidade de desenvolver habilidades em comunicação, uma vez que o bom relacionamento entre pacientes e enfermeiros é um diferencial na qualidade da assistência. 18 Em relação às orientações dos enfermeiros quanto aos sintomas e possíveis soluções cinco (83%) enfermeiros abordaram os sintomas e ofereceram sugestões para solução com os remédios prescritos pelo médico e um (16,6%) ofereceu soluções com alimentação. 100% dos enfermeiros citaram enjoo, febre acima de 37.8º C, náuseas e vômitos e alopecia, além disso, dois (33,2%) acrescentaram cuidados Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 Há uma disparidade nas orientações realizadas pelos enfermeiros e, em alguns casos, faltaram informações importantes para serem abordadas com os familiares, o que pode gerar insegurança, fragilidades e dificultar sua adesão ao tratamento. Além disso, deve-se pensar em estratégias que facilitem o conhecimento dos pacientes. Estudos apontam que pacientes apresentam dúvidas em relação aos efeitos colaterais, sobretudo, os que afetam sua vida cotidiana. Os efeitos colaterais são os maiores causadores de abandono do tratamento, sendo necessário propiciar informações direcionadas, primordialmente, ao seu controle, promovendo a participação dos pacientes no cuidado de si mesmo. 10 Ressalta-se que o paciente tem direito à informação e esta deverá ser fornecida com respeito à sua capacidade de compreensão e na medida de sua necessidade. Os enfermeiros têm o compromisso de promover a educação ao paciente oncológico enquanto meio de melhorar suas condições. Diante da investigação se há um manual ou protocolo fornecido pela instituição para direcionar os enfermeiros na prática, três (50,0%) entrevistados responderam que não existe este material no setor, dois (33,2%) responderam que existem os panfletos e o protocolo feitos por eles e utilizados como manuais e um (16,6%) citou que o manual não existia, mas que utilizava os panfletos, de acordo com as seguintes falas: O aprendizado é no campo de atuação (...). (GIRASOL) Temos os (TULIPA) panfletos criados por nós. O protocolo foi feito pelos enfermeiros do setor. (BEGÔNIA) Observa-se que não existe um manual/protocolo institucionalizado e que os enfermeiros baseiam-se nos protocolos criados por eles. Diante da ausência deste manual, três (50,0%) enfermeiros informaram que buscavam materiais disponíveis em outras fontes, como nos depoimentos a seguir: Os profissionais procuram em literatura e atualizações pela internet. Isso dificulta o trabalho pois o conhecimento da evolução das doenças e suas intercorrências acabam sendo vivenciadas e recebendo as intervenções na hora que acontecem, como a procura de auxílio de outros profissionais. (HORTENSIA) 4076 ISSN: 1981-8963 Oliveira DFL, Valente GSC. DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... Existem disponíveis protocolos do Ministério da Saúde e do INCA, para embasar as orientações. (MARGARIDA) a maioria dos pacientes e familiares nos procura para tirar muitas duvidas, informalmente. (TULIPA) (...) o protocolo é o livro de ações de enfermagem do INCA, mas deveria ter um manual direcionado para o HUAP. (GIRASSOL) Com o retorno do paciente para o tratamento, mas fica deficiente devido a falta de um instrumento que de continuidade aos registros, intervenções e orientações de enfermagem, pois não lidamos com o prontuário só com as fichas únicas. (HORTENSIA) Percebe-se que a ausência deste manual/protocolo causa transtornos para a assistência de enfermagem e que ocorre perda de tempo com a procura deste material em outras fontes ou com o aprendizado na própria vivência dos casos mais raros de sintomas (na pulsoterapia). A instituição tendo um manual, próprio ou de referência, para disponibilizar aos funcionários do setor, estaria cumprindo com o compromisso de garantir a unicidade de ações, a qualidade e o aprimoramento do ensino-serviço e da assistência à saúde de todos os profissionais envolvidos, aproximando-os nas intervenções, procedimentos, cuidados especiais e nas orientações aos familiares e pacientes oncológicos, além de propiciar-lhes maior segurança de atuação. No que diz respeito à como o enfermeiro avalia se suas orientações atingem seus objetivos diante da família e da cliente, três (50,0%) afirmaram que a avaliação é feita com o retorno do paciente a administração dos quimioterápicos; dois (33,2%) relataram que há uma dificuldade na avaliação devido à ausência de registros e um (16,6%) citou que a avaliação é realizada no retorno do paciente, mas com grandes dificuldades devido à falta de registros, de acordo com os seguintes relatos: No retorno do paciente as próximas administrações de medicamentos. (BEGÔNIA e MARGARIDA) Com o retorno do cliente as aplicações de QT. Há uma interação com a equipe de maneira que percebemos se houve ou não absorção das orientações feitas. O ideal seria consultas de enfermagem, nutrição, medicina com registro das orientações feitas por todos os profissionais envolvidos no tratamento. (GIRASOL) Como não há um instrumento para avaliação, ocorre uma dificuldade de aferição frente ao alcance dos objetivos. Há necessidade da criação do ambulatório de enfermagem oncológica para uma melhor abordagem do paciente/família. (COPO DE LEITE) A avaliação é difícil devido a ausência de registro sobre as orientações. Somos poucos (relacionado a quantidade)profissionais, não havendo ainda, a possibilidade de realizar consultas de enfermagem individuais (com cada paciente e sua família). Mesmo assim, Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 Ficou evidente a dificuldade dos enfermeiros avaliarem se atingiram seus objetivos diante dos familiares e pacientes, principalmente pela carência de um instrumento de registro. Para haver resolutividade das atividades, é necessária a avaliação constante de todo o processo de desenvolvimento do paciente. A equipe multiprofissional do setor de oncologia do HUAP possui nutricionista, assistente social, médico, equipe de enfermagem e, quando precisam, solicitam psicólogos. Os enfermeiros realizam encaminhamentos dentro do próprio setor e, nos casos mais raros, os conduzem para outros serviços do hospital, como citado a fisioterapia, e os responsáveis do centro cirúrgico, caso de cateter obstruído. Apenas um (16,6%) citou que oferece o contato do Centro de Valorização da Vida (serviço voluntário de apoio emocional gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias). As ações interdisciplinares na atenção ao câncer de mama devem ser iniciadas precocemente e devem fazer parte da atuação conjunta entre profissionais de saúde e mulher, considerando ainda o envolvimento dos familiares nas discussões sobre diagnóstico, opções de tratamento, efeitos colaterais e possíveis resultados. Esta atuação tende a ajudar a mulher/família na construção de papéis relevantes para o enfrentamento das diferentes representações da doença. Ademais, têm como objetivo interceder efetivamente no restabelecimento da função e da qualidade de vida após o tratamento, favorecendo de forma prioritária o seu retorno às atividades físicas, o desempenho de atividades na vida diária e de seus papéis sociais e profissionais. 19 As ações multidisciplinares são essenciais na prevenção de complicações decorrentes do tratamento e devem ser realizadas em todo processo da doença, tratamento, recorrência da doença e cuidados paliativos, por isso, é importante conhecer e identificar as necessidades da mulher e o impacto destas fases no seu cotidiano, visando tratamentos ambulatoriais e hospitalar específico, orientações domiciliares, grupos educativos, o 4077 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.5353-44734-1-RV.0811supl201406 Oliveira DFL, Valente GSC. O enfermeiro na prática educativa junto aos familiares... que têm contribuído para o retorno funcional, a readaptação e a reintegração da mulher à sociedade. de mulheres com câncer de mama em curso de quimioterapia antineoplásica, compondo um fator de extrema importância para a orientação de quem convive com esta forma de tratamento. CONCLUSÃO O enfermeiro pode ajudar a paciente inserindo o familiar no enfrentamento do processo de doença, principalmente por estar diretamente ligado a ela, oferecendo-lhe apoio emocional e afetivo no ato de cuidar. A equipe de enfermagem está a maior parte do tempo com essas clientes e tem habilidades técnicas e científicas para ampliar o conhecimento e envolver a família neste cuidado, proporcionado segurança, dissolvendo dúvidas e tabus. As ações de enfermagem e as orientações aos familiares são realizadas apenas no primeiro dia do ciclo de quimioterapia, não sendo realizada a consulta de enfermagem ao longo do tratamento, mesmo esta sendo uma estratégia de ensino dirigida ao aprendizado do cliente. A ausência de um instrumento de registro da enfermagem impossibilita o acesso do plano de assistência aos demais profissionais envolvidos no tratamento. Em todo processo de tratamento há a necessidade de que sejam criadas estratégias que esclareçam dúvidas, aumentem o conhecimento dos pacientes e desenvolvam habilidades de comunicação, para seja estabelecida uma relação de confiança e transparência com os clientes, assegurandolhes resolutividade. Existem algumas dificuldades na assistência de enfermagem como: a de imprimir os folders/panfletos; a ausência de um manual/protocolo institucionalizado e um instrumento de registro da enfermagem; e número insuficiente de enfermeiros. Neste sentido, diminuem a qualidade da assistência à saúde e as ações educativas, além de impossibilitar a avaliação da efetividade das orientações dadas aos familiares e mulheres em tratamento quimioterápico. Observa-se também a importância de uma equipe multidisciplinar para a prevenção de complicações decorrentes do tratamento, do processo da doença, da recorrência da doença e dos cuidados paliativos. Portanto, é necessário conhecer as necessidades da mulher e do impacto destas fases no seu cotidiano, para que se possa contribuir com o retorno funcional, a readaptação e a reintegração da mulher à sociedade. As estratégias de ensino baseiam-se na prática assistencial e no conhecimento científico, por parte dos enfermeiros, para a realização das suas orientações aos familiares Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 REFERÊNCIAS 1. Brasil (Ministério da Saúde). Organização Pan-Americana da Saúde. 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Submissão: 26/06/2013 Aceito: 23/10/2014 Publicado: 15/11/2014 Correspondência Geilsa Soraia Cavalcanti Valente Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa Universidade Federal Fluminense Rua Dr. Celestino 74 Bairro Centro CEP 24033-091 — Niterói (RJ), Brasil Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(supl. 3):4071-9, nov., 2014 4079