História da América

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MAYRA COUTINHO
HISTÓRIA DA
AMÉRICA
TEORIA
108 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES
GABARITADAS
¾ Teoria e Seleção das Questões:
Î Prof.ª Mayra Coutinho
¾ Organização e Diagramação:
Î Mariane dos Reis
1ª Edição
DEZ − 2012
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou processo. A violação de direitos autorais é punível como crime, com pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do
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SUMÁRIO
1.
POVOS DA AMÉRICA: Maias, Astecas e Incas ..................................................................................... 05
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 09
2.
O SISTEMA COLONIAL: A política mercantilista e a colonização espanhola e inglesa na América.............. 12
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 16
3.
O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DAS COLÔNIAS INGLESAS .................................. 20
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 21
4.
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS ........................................... 22
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 25
5.
A EXPANSÃO PARA O OESTE AMERICANO E GUERRA DE SECESSÃO .................................... 27
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 30
6.
AS EMPRESAS MULTINACIONAIS .................................................................................................. 33
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 35
7.
A AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XX .............................................................................................. 36
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 39
8.
AS INTERVENÇÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS NORTE-AMERICANA NA AMÉRICA LATINA...... 42
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 45
GABARITOS ....................................................................................................................................... 47
História da América
Teoria e Questões por Tópicos
Prof.ª Mayra Coutinho
HISTÓRIA DA AMÉRICA
1
POVOS DA AMÉRICA:
Maias, Astecas e Incas.
Estes povos pré-colombianos alcançaram um elevado grau de desenvolvimento econômico, social e cultural até a chegada dos europeus à América. Tinham
uma sociedade bem organizada e viviam de forma
harmônica com a natureza. Tinham uma religião politeísta e chegaram a formar impérios grandiosos. Com a
chegada dos europeus à América, a partir do final do
século XV, maias, incas e astecas perderam suas terras,
foram explorados e perderam seu maior bem: a identidade cultural.
Civilização Maia
SOCIEDADE
A sociedade começou a desenvolver-se, com destaque para três cidades: Chichen-Itzá, Mayapan e Uxmal.
Em 1004 foi criado a Confederação Maia, que reuniu essas três grandes cidades. Dezenas de cidades e povoados são criados ao longo dos duzentos anos seguintes,
expandindo seu poder político na região. Após o período de união (entre os séculos X e XI), as cidades da Confederação entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A hegemonia política dessa cidade foi sustentada por uma forte base guerreira. Inúmeras revoltas explodem na região, e em 1441 Mayapan é incendiada; As grandes cidades são abandonadas por causa das guerras.
As lutas internas, as catástrofes naturais (terremotos,
epidemias, etc.), as guerras externas e principalmente, o
declínio da agricultura levaram a sociedade maia à decadência. Quando os europeus chegaram à região (1559),
os sinais de enfraquecimento dos maias eram evidentes,
tornando a conquista mais fácil. Em 1697, a última cidade maia (Tayasal) é conquistada e destruída pelos colonizadores.
Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e
o cargo era hereditário.
ORIGENS
Antes que os maias se radicassem em alguma região
da América Central, existiam aí povos originários, como
os otomies e otoncas. Vindos da América do Norte, após
décadas vagando pela América Central, os maias estabeleceram-se no Yucatán e áreas próximas, por volta de
900 a.C. A produção do milho e a influência dos olmecas foram muito importante para o seu desenvolvimento.
A área ocupada pelos maias pode ser dividida em
duas regiões. A das terras altas (área abrangida hoje por
El Salvador e Guatemala) estava voltada para o Pacífico e, apesar de possuir boas condições naturais, não teve muita importância para a construção da civilização
maia.
É comum dividir-se o processo de construção da civilização maia em uma primeira fase (317-987) e uma
segunda fase (987-1697). A primeira fase teria se iniciado
em 317 d.C. Essa data, na realidade, tem como referência o mais antigo objeto maia encontrado até hoje. Sabe-se que essa civilização já existia antes de 317, mas não
se dispõe ainda de informações precisas a respeito desse período.
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Os camponeses e artesãos compunham a maioria
da população (mazehualob) e eram obrigados a pagar
os tributos, a trabalhar nas grandes obras e moravam
nos bairros mais distantes dos centros. Os escravos, geralmente por conquista serviam a um senhor, mas não
trabalhavam na produção.
RELIGIÃO
A sociedade maia tinha um caráter fortemente religioso; a religião dava legitimidade ao poder, que era
exercido basicamente por algumas famílias.
O Ahaucan (senhor da serpente) é o supremo sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes, rege as cerimônias, recebe tributos e decide sobre as coisas do estado.
Existiam também sacerdotes com funções específicas,
como os adivinhos, os encarregados dos sacrifícios humanos, os escribas, etc.
A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Os maias não chegaram a organizar um forte e poderoso Estado centralizado.
Na realidade, as cidades maias importantes controlavam as aldeias e terras próximas. Não havia nenhum
poder ou instituição que as unificasse. Elas tinham autonomia econômica e política, e geralmente eram governadas por famílias.
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Teoria e Questões por Tópicos
Houve períodos em que a unidade foi estabelecida
entre algumas cidades, como durante a Confederação
Maia. No entanto, a regra era a independência e a luta
entre cidades por novas terras, tributos, matérias-primas,
etc.
ECONOMIA
A economia dos maias baseava-se na agricultura. A
tecnologia empregada nas atividades agrícolas era bastante primitiva. Contudo, eles conseguiam uma extraordinária produtividade, principalmente do milho. É justamente em virtude dessa produção do milho, gerando excedentes, que um grande contingente de mão-de-obra
podia ser liberado das atividades agrícolas para a construção de templos, pirâmides, reservatórios de água, etc.
As terras pouco férteis da região obrigavam os maias
a realizar um rodízio, que geralmente mantinha a terra
boa durante oito a dez anos. Após esse período era necessário procurar novas terras, cada vez mais distantes
das aldeias e cidades. O esgotamento das terras, as distâncias cada vez maiores entre elas e as cidades e o
aumento da população impuseram à civilização maia
uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram à decadência.
CULTURA
Os conhecimentos de astronomia dos maias eram
realmente avançados, e seus observatórios, bem equipados. Eles podiam prever eclipses e elaboraram um calendário de 365 dias. Para o desenvolvimento da astronomia, a matemática era um elemento fundamental, daí
terem acumulado conhecimento nessa área.
A atividade médica e a farmacêutica também eram
bastante desenvolvidas, o que foi reconhecido até pelos
colonizadores.
As peças teatrais, os poemas, as crônicas, as canções,
tinham uma função literário-religiosa bem evidente.
Mas a arquitetura e a engenharia representam as
áreas do conhecimento mais desenvolvidas pelos maias.
Seus grandes centros religiosos, as pirâmides, as cidades
com edifícios de vários andares, os canais de irrigação e
os reservatórios de água maravilharam os conquistadores europeus.
Civilização Asteca
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ORIGENS
A influência dos olmecas entre os astecas também foi
muito grande, sobretudo porque eles viveram, em tempos
diferentes, basicamente na mesma região. Após a hegemonia olmeca, a região sofreu várias invasões de povos
vindos da América do Norte.
Os primeiros povoadores procedentes do norte, da região de Nahua (família lingüística do nahuatl), construíram,
entre 500 e 600 d.c, baseados nas tradições olmecas, uma
grande cidade, Teotihuacán, com gigantescas pirâmides
homenageando o Sol, a Lua e seu deus maior, Quetzacoatl.
Nesse centro urbano desenvolveu-se uma sociedade sobre
a qual , infelizmente, temos poucas informações.
Os toltecas, uma das tribos nahuas do norte, chegaram à América Central entre 850 e 900 d.c., e talvez tenham se submetido aos sacerdotes de Teotihuacán, pois
deram continuidade à construção e manutenção dessa
grande cidade. Em razão do gigantismo de suas construções, muitos povos consideravam que ela havia sido construída por gigantes, antes da chegada dos homens à região. Eles organizaram um forte Estado e uma rica civilização,
que, após disputas internas, guerras externas e invasões,
chegou ao fim em 1194 d.c.
O povo mexica, mais conhecido como asteca, é originário da região de Aztlán (daí a palavra asteca), no sul da
América do Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano (especificamente nas ilhas do lago Texcoco), junto com
outros povos, após uma longa marcha, em 1168 d.c. No
ano de 1325 eles começaram a construção de sua cidade, Tenochtitlán, que no século XV seria uma das maiores
cidades do mundo.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA − A FORMAÇÃO DO IMPÉRIO
ASTECA
A formação do Império asteca baseou-se na aliança de três grandes cidades: texcoco, Tlacopán e a capital, Tenochtitlán, estendendo seu poder por toda a região.
As relações políticas que se estabeleceram entre elas e
as regiões que controlavam ainda não são muito claras.
Contudo, pode-se afirmar que não era uma estrutura rigorosamente centralizada, como ocorreria entre os incas.
Na confederação Asteca conviviam inúmeras comunidades com idiomas, costumes e culturas diferentes
(zapotecas, mixtecas, totonacas, etc.) A unidade entre
elas dava-se em torno de aspectos religiosos e, principalmente, através da centralização militar dos astecas e da
arrecadação dos impostos em Tenochtitlán. As diversas
províncias da região, além dos tributos, deveriam fornecer, também, contingentes militares e submeter-se aos
tribunais da capital.
O Império asteca atingiu seu apogeu entre 1440 e
1520, quando foi inteiramente destruído pelos colonizadores espanhóis liderados por Cortés. Após diversas incursões colonizadoras em agosto de 1521 o Império Asteca foi inteiramente conquistado. Diversas razões levaram à derrota asteca. A primeira é propriamente militar:
a guerra, para os astecas, tinha como objetivo a dominação político-militar, para os espanhóis. A guerra era
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de conquista e extermínio. Além disso, as estratégias militares e, principalmente, o armamento bélico dos colonizadores eram bem mais avançados. Outro motivo importante foi a proliferação de várias doenças e epidemias
entre os astecas (a mais forte foi a varíola). Um fato adicional que contribuiu muito para a derrota asteca foi a
aliança estabelecida entre alguns povos da região (tlaxcaltecas, totonecas, etc.) e os espanhóis. A intenção imediata desses povos era derrotar a hegemonia dos astecas na região, e os espanhóis eram fortes aliados para
alcançar esse objetivo. Todavia, eles não puderam prever o que lhes aconteceria após a derrota asteca, com
a consolidação da colonização europeia.
ECONOMIA
A sustentação da economia do Império estava baseada justamente no pagamento dos tributos em mercadorias. A não-destruição das cidades submetidas e a
manutenção relativa do poder local incluíam-se nessa
lógica de arrecadação dos tributos, que variavam muito. Estima-se que, no final do Império, Tenochtitlán recebia toneladas de milho, feijão, cacau, pimenta seca; centenas de litros de mel, milhares de fardos de algodão, manufaturados têxteis, cerâmicas, armas, além de animais,
aves, perfumes, papel, etc.
A produção agrícola estava baseada essencialmente nos cereais, sobretudo no milho que, na verdade, foi a
base da alimentação das civilizações pré-colombianas. É
bem provável que essas sociedades não teriam se desenvolvido sem o milho, pois ele as sustentava e possibilitava o crescimento de suas populações.
A posse das terras tinha uma característica muito interessante: o Estado asteca era proprietário de todas as
terras e as distribuía aos templos, cidades e bairros (calpulli).
Já nas cidades e bairros, a exploração da terra tinha um
caráter coletivo, todo adulto tinha direito de cultivar um
pedaço de terra para sobreviver e o dever de trabalhála. Na fase final do Império, essa relação foi se modificando, pois sacerdotes, comerciantes e chefes militares
se desobrigaram de trabalhar na terra, criando uma forma de diferenciação social.
SOCIEDADE
Pode ser uma sociedade fundada em aspectos religiosos e na guerra, aqueles que detinham mais poder
eram os sacerdotes, seguidos dos chefes militares e dos
altos funcionários do Império. Os altos funcionários militares e do Estado recebiam a denominação tecuhtli (dignitário), eram escolhidos pelo soberano e tinham uma
série de privilégios (não pagavam impostos e viviam em
grandes residências).
Logo abaixo estavam os calpullec, espécies de administradores dos bairros (calpulli). Inicialmente eles eram
escolhidos pelos habitantes dos bairros, mas com o tempo passaram a ser indicados pelos soberano.
zão do rápido enriquecimento desse setor da sociedade, ele foi ganhando gradativamente poder e distinção.
A maioria dos artesãos trabalhava vinculada a algum senhor (tecuhtli), e muitos mantinham oficinas em
palácios e templos. O imposto era pago em artigos de
sua especialidade e não eram obrigados ao trabalho
coletivo.
A maior parte da população estava entre os macehualli, que eram homens livres com direito a cultivar um
pedaço de terra para sua sobrevivência,embora devessem obrigações como pagamento de impostos em mercadorias (a maior fonte de arrecadação), prestar o serviço militar e o trabalho coletivo (construir, conservar e
limpar estradas, pontes e templos).
Os tlatlacotin formavam os estrato social mais baixo,
composto geralmente por prisioneiros de guerra, condenados, desterrados. Em troca de casa, comida e trabalho, eles se vinculavam a um amo. Isso não significava
que eram escravos, pois podiam torna-se livres e possuir
bens.
RELIGIÃO E CULTURA
Os astecas eram considerados o povo mais religioso
da região. Sua religião era essencialmente astral, isto é,
baseada nos astros, e foram absorvendo deuses e ritos
das mais importante era Uitzlopochtli, que representava
o sol do meio-dia.
Os mitos e ritos astecas eram muito ricos e variados,
e relacionavam-se com a natureza. Os cultos mais importantes sempre envolviam o Sol. Eram muito comuns
rituais com sacrifícios humanos; a guerra, portanto, era
uma grande fornecedora de prisioneiros para os sacrifícios. Geralmente toda a energia da comunidade estava canalizada para as atividades ritualísticas, realizadas
com uma série encenações e procedimentos minuciosos.
As atividades artísticas dos astecas foram muito influenciadas pelas tradições olmecas e toltecas. A escultura em jade e as grandes construções são exemplos claros dessas influências. A arquitetura estava ligada à vida
religiosa, a forma mais freqüentemente utilizada era a
pirâmide com escadarias, culminando em um santuário
no topo.
Os afrescos coloridos e as pinturas murais também
tinham destaque entre as artes astecas. O escriba ostentava o título de pintor, pois os hieróglifos eram acompanhados por uma série de quadros cuidadosamente desenhados.
A música e a poesia estavam intimamente ligadas.
Quase sempre acompanhadas por instrumentos, danças
e encenações, as músicas tinham caráter religioso.
Infelizmente, a violência da colonização espanhola
acabou destruindo grande parte dessa rica produção.
O comércio externo era realizado por poderosas corporações de comerciantes, os pochtecas. O comércio de
luxo entre as cidades era monopolizado por eles. Em ra-
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Teoria e Questões por Tópicos
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Para controlar seu Império o Estado inca mantinha
um constante censo populacional, um instrumento fundamental para o censo era o quipo, uma espécie de elaborada calculadora manual feita de cordões coloridos e
nós. Quem realizava o levantamento e a leitura eram os
funcionários chamados de quipucamayucus.
Civilização Inca
Esse imenso Império inca, controlado de perto pelo
Estado, precisou de uma infraestrutura que permitisse a
circulação de funcionários, mensageiros, impostos, populações, exércitos, etc. Para que isso ocorresse, foi construída uma incrível rede de pontes e caminhos lajeados. Ao
longo desses caminhos havia os tambos, pequenas construções que continham alimentos e água, servindo de alojamento para os viajantes.
SOCIEDADE
O Estado inca era imperial, capaz de controlar rigidamente tudo o que ocorria em sua vasta extensão territorial. O chefe desse Estado era o Inca, um imperador
com poderes sagrados hereditários, reverenciado por
todos.
ORIGENS
O povo incaico é originário de uma região entre o
lago Titicaca e a cidade de Cuzco, no Peru. A partir daí
os incas expandiram-se por uma área que abrangia desde
o sul da Colômbia, passando pelo Equador, Peru, Bolívia
e norte da Argentina, até o sul do Chile. Esse Império chegou a reunir cerca de 15 milhões de pessoas, de povos
com línguas, costumes e culturas diferentes.
Antes da construção do Império incaico viviam nessa região povos com culturas e formações sociais avançadas, que se costuma denominar pré-incaicos. Eles estavam distribuídos por toda a costa leste do continente
sul-americano, nas serras e no altiplano andino; os chavin viviam nas serras peruanas; os manabi, no litoral do
equador; os chimu, no norte do Peru; e havia ainda os
chinchas, mochicas, nazca e outros.
Talvez grande demonstração do desenvolvimento desses povos pré-incaicos seja Tiahuanaco. Tratava-se de
um grande centro cerimonial (hoje suas ruínas estão a
cerca de 100 Km de La Paz, capital da Bolívia) que recebia periodicamente milhares de pessoas por Ano. Estima-se que essa civilização que parece ter sido influenciada pelos chavin, estabeleceu-se na região por volta
do século X d.C.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
O Império Inca absorveu as diversas culturas das civilizações preexistentes, colocando-as a serviço da expansão e manutenção do Império. A vitória sobre os chancas, em 1438 d. C., liderada pelo inca Yupanqui, marcou
o início da formação do Império. Ele ocupou quase todo
o Peru, chegando até a fronteira do Equador. Seus sucessores expandiram o Império para o altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e equador, até
o sul da Colômbia (Huayana capac, 1493-1528).
A expansão foi interrompida em razão da disputa entre
dois irmãos, filhos de Huayana: Huascar, que centralizou
seu Império em Cuzco, e Atahualpa, sediado em Quito.
A rivalidade entre os irmãos levou o Império a uma verdadeira guerra civil, enfraquecendo-o. A vitória de Atahualpa não lhe trouxe vantagens, pois, junto dela, chegaram os colonizadores, liderados por Pizarro, que destruíram todo o Império Inca.
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Ao lado do inca havia uma rede de sacerdotes, escolhidos por ele entre a nobreza.
Para manter o Império íntegro, criou-se uma complexa burocracia administrativa e militar. Os cargos administrativos eram distribuídos entre membros da nobreza
e acabaram adquirindo hereditariedade. O caráter guerreiro do Império privilegiava a formação e educação militar. Como os burocratas, essa camada privilegiada era
mantida graças aos tributos arrecadados pelo Estado.
Os camponeses, chamados de llactaruna, em troca
do direito de trabalho nos ayllus, eram obrigados a cultivar as terras do Inca e dos curacas e a pagar os impostos em mercadorias. Além disso, o estado os obrigava a
trabalhar nas obras públicas, como as pirâmides, caminhos, pontes, canais de irrigação e terraços.
Havia também os artesãos especializados, considerados artistas (pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros,
ourives, etc.), e os curandeiros e feiticeiros (cirurgiões, farmacêuticos, conhecedores de plantas medicinais, etc.).
Os yanaconas, originários da sublevação da cidade
de Yanacu, eram escravos. Às vezes algum povo conquistado também se tornava escravo. Eles não trabalhavam na produção, e suas funções eram eminentemente
domésticas.
ECONOMIA
A base da economia inca estava nos ayllu, espécie
de comunidade agrária. Todas as terras do Império pertenciam ao Inca, logo, ao Estado. Através da vasta rede
de funcionários, essas terras eram doadas aos camponeses para a sua sobrevivência. Os membros de cada
ayllu deveriam, em troca, trabalhar nas terras do Estado
e dos funcionários, nas obras públicas e pagar impostos.
A base da produção agrícola era o milho, seguido
pela batata, tomate, abóbora, amendoim, etc. Nas áreas
mais altas e com dificuldades de obtenção de água, o
milho tinha de ser plantado nos terraços feitos nas encostas das serras com canais de irrigação.
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A domesticação de ilhamas, vicunhas e alpacas foi
importante para o fornecimento de lã, couro e transporte. Os cachorros-do-mato e porcos tinham importância
secundária.
Os trabalhos dos incas na manufatura do ouro, da
prata e do cobre maravilharam os espanhóis. Além disso, produziam cerâmica, tecidos coloridos, esculturas e
pinturas
O comércio era muito precário e restringia-se basicamente aos bens de luxo destinados à corte.
Talvez as maiores produções incaicas estejam relacionadas com a arquitetura e a engenharia. Por meio
delas foi possível construir pirâmides, palácios, pontes e
caminhos; cidades como Cuzco e Machu Pichu, que reuniam milhares de pessoas e mantinham uma rica ordem urbanística. E os famosos terraços irrigados nas serras e montanhas para a produção agrícola.
RELIGIÃO
Havia uma rede de sacerdotes, escolhidos entre a
nobreza. Suas funções variavam desde a manutenção
dos templos, realização de sacrifícios, adivinhações, curas milagrosas, até feitiçarias e oráculos. A grande maioria dos cultos e cerimônias religiosas dos incas era em homenagem ao Sol. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar e divulgar, junto com historiadores oficiais, os mitos, lendas e histórias sobre o inca. É interessante notar que existia uma religião para a nobreza e outra
divulgada entre a população mais pobre.
CULTURA
Lembrando o que já foi dito, o Estado inca utilizou-se
das inúmeras conquistas das civilizações pré-incaicas para
controlar e manter seu Império.
Eles faziam um uso abancado da matemática, conheciam inclusive o zero; conheciam muito bem a astronomia, pois o Sol representava o deus mais importante, podendo prever eclipses e fazer calendários; usavam
pesos e medidas padronizados.
Conclusão
Concluímos então que quando Colombo chegou à
América, em 1492, encontrou o continente habitado há
muito tempo por várias civilizações e povos. Os povos
pré-colombianos apresentavam diferentes estágios de
desenvolvimento cultural e material, classificados em sociedades de coletores/caçadores e sociedades agrárias. Dentro desse segundo grupo, três culturas merecem
maior destaque: os maias, os astecas e os incas. Alcançaram notáveis conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica. Desenvolveram técnicas
diferentes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia
é até hoje um mistério, sabemos que os povos astecas e
incas decaíram perante a conquista espanhola.
QUESTÕES DE PROVAS DE VESTIBULARES
1. Observe as imagens, que pertencem ao manuscrito
de um cronista inca, "Guaman Poma de Ayala" (1526-1614).
Leia as afirmações seguintes, a respeito dos incas.
I. Praticavam a agricultura da batata.
II. Utilizavam arado de tração animal.
III. Homens e mulheres trabalhavam nas atividades agrícolas.
IV. Tinham calendário agrícola, respeitando épocas de
plantar e colher.
V. Tinham uma escrita própria, desenvolvida desde o século XIV.
Estão corretas as afirmações:
2. ...as casas se erguiam separadas umas das outras,
comunicando-se somente por pequenas pontes elevadiças e por canoas... O burburinho e o ruído do mercado (...) podia ser ouvido até quase uma légua de distância... Os artigos consistiam em ouro, prata, jóias, plumas, mantas, chocolate, peles curtidas ou não, sandálias e outras manufaturas de raízes e fibras de juta, grande número de escravos homens e mulheres, muitos dos
quais estavam atados pelo pescoço, com gargalheiras,
a longos paus... Vegetais, frutas, comida preparada, sal,
pão, mel e massas doces, feitas de várias maneiras, eram também lá vendidas... Os mercadores que negociavam em ouro possuíam o metal em grão, tal como vinha das minas, em tubos transparentes, de forma que
ele podia ser calculado, e o ouro valia tantas mantas, ou
tantos xiquipils de cacau, de acordo com o tamanho
dos tubos. Toda a praça estava cercada por piazzas sob
as quais grandes quantidades de grãos eram estocadas
e onde estavam, também, as lojas para as diferentes
espécies de bens.
Este texto foi escrito pelo cronista espanhol Bernal Diaz
Del Castilho em 1519, sobre a cidade asteca de Tenochtitlán. A partir dele, é correto afirmar que, na época, os
astecas
a) estavam organizados a partir de uma economia doméstica, coletora e caçadora.
b) tinham uma economia comercial e de acumulação
de metais preciosos (ouro) pelo Estado.
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
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c) II, IV e V, apenas.
d) I, III, IV e V, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
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Teoria e Questões por Tópicos
c) tinham uma economia monetária que estimulava o
desenvolvimento urbano e comercial.
d) estavam organizados em duas classes sociais: os grandes proprietários de terra e os escravos.
e) desenvolviam trabalhos no campo e nas cidades, associando agricultura, artesanato e comércio.
3. Em menos de 200 anos, os astecas construíram um império com quinhentas cidades e 15 milhões de habitantes, dominando uma área que ia do golfo do México
até o Pacífico. O sucesso dessa expansão baseava-se
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6. "As aldeias de índios estão forçadas a entregar certa
quantidade de seus membros aptos para realizar trabalhos (...), durante um prazo determinado. Esses índios são
compensados com certa quantidade de dinheiro e destinados aos mais variados tipos de serviços."
Esse trecho da obra de Sérgio Bagú, ECONOMIA DA SOCIEDADE COLONIAL, apresenta as condições de trabalho compulsório
a) na liderança colegiada dos sacerdotes e nos rituais
antropofágicos.
b) em uma religião monoteísta e na escravização de
povos submetidos.
c) na presença de governo democrático e na escravização dos camponeses.
d) na engenhosidade de seus arquitetos e no domínio
sobre a filosofia.
e) na força das armas e no engenhoso sistema de irrigação.
a) dos diversos grupos indígenas das áreas colonizadas
por espanhóis e portugueses.
b) dos grupos indígenas das áreas espanholas submetidos
à instituição da "mita".
c) dos grupos indígenas das áreas portuguesas submetidas às regras da "guerra justa".
d) dos grupos indígenas das áreas agrícolas de colonização espanhola submetidos ao regime de "encomienda".
e) dos grupos indígenas das áreas portuguesas e espanholas originários das "missões" dos jesuítas.
4. No final do século XV e início do XVI, quando os europeus conquistaram o Continente Americano, este era habitado por inúmeros grupos étnicos, com diferentes formas
de organização econômica e político-social. Considerando-se o Império Inca, é INCORRETO afirmar que
7. Os "índios" encontrados pelos espanhóis ao "descobrirem" a América formavam um contingente numeroso
com características culturais variadas, tais como:
a) a agricultura, base da sua economia, era praticada
nas montanhas andinas, por meio de um sofisticado sistema de produção, que incluía a irrigação e a adubação.
b) o Estado era centralizado, com o poder político concentrado nas mãos do Inca, o imperador, e sua sociedade era rigidamente hierarquizada.
c) seu domínio se estendia ao longo da Cordilheira dos
Andes, ocupando parte dos atuais territórios da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e noroeste da Argentina.
d) um deus criador e protetor da vida e da natureza era
cultuado segundo uma doutrina monoteísta e, para ele,
foram construídos diversos templos.
5. Quando da chegada do colonizador europeu, as civilizações ameríndias apresentavam as seguintes características:
I. Na civilização asteca, a escravização dos prisioneiros
de guerra era comum.
II. Entre os incas, o trabalho dominante baseava-se na
escravidão dos agricultores.
III. Na civilização inca, as atividades mineradoras constituíram a base da economia.
IV. Entre os astecas, a monarquia teocrática e militar predominava na organização política.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente I é verdadeira.
b) Somente I e II são verdadeiras.
c) Somente II e III são verdadeiras.
d) Somente I e IV são verdadeiras.
e) Somente III e IV são verdadeiras.
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10
I. a maioria era constituída de grupos tribais em estágios
diversos de desenvolvimento - nômades ou sedentários;
II. Astecas e Incas constituiam verdadeiras civilizações,
com estruturas políticas e sociais complexas;
III. no caso dos Maias, a sedentarização possibilitou a
constituição de uma sociedade agrícola e o surgimento
de cidades;
IV. predominavam as comunidades de guerreiros, que
dividiam com os sacerdotes a posse das melhores terras.
Assinale se estão corretas apenas:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e III
e) I, III e IV
8. Os astecas e o incas não foram eliminados nem expulsos pelos conquistadores espanhóis devido
a) ao respeito que os colonizadores tinham pela cultura
desses povos.
b) a eles terem-se associado aos colonizadores, na exploração dos povos mais fracos.
c) à existência de ouro e prata nas regiões que eles ocupavam e ao interesse dos colonizadores em explorálos enquanto mão-de-obra.
d) à existência de excedente de produção agrícola e
de força de trabalho organizada nessas civilizações.
e) aos tratados com os "criollos", que regulamentavam
as formas de convivência.
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História da América
Teoria e Questões por Tópicos
Prof.ª Mayra Coutinho
GABARITOS (108 QUESTÕES)
1
1
B
POVOS DA AMÉRICA: Maias, Astecas e Incas.
2
E
3
E
4
D
5
D
6
B
2
B
3
B
4
A
2
B
3
E
5
C
6
D
7
A
8
D
4
E
5
B
6
D
7
A
8
D
9
E
2
C
3
D
4
A
5
C
6
E
7
E
11
D
12
E
13
C
14
E
15
D
16
B
17
A
18
D
19
A
20
D
21
C
22
C
23
C
9
B
10
E
11
C
12
A
13
C
A EXPANSÃO PARA O OESTE AMERICANO E GUERRA DE SECESSÃO
2
C
3
D
4
B
5
E
6
D
7
B
8
B
9
A
10
C
11
C
12
E
13
A
14
B
15
B
16
A
17
E
18
C
19
C
20
B
21
B
AS EMPRESAS MULTINACIONAIS
1
FVFFV
2
B
3
B
4
A
5
E
7
A AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XX
2
B
3
A
4
B
5
E
6
D
7
A
8
A
9
B
10
E
11
C
12
C
13
D
14
D
15
D
16
A
AS INTERVENÇÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS NORTE-AMERICANA NA AMÉRICA LATINA
8
1
C
10
A
10 11
A E
8
E
6
1
B
9
E
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS
5
1
B
10 11 12 13 14 15
D B C B
B D
O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DAS COLÔNIAS INGLESAS
4
1
C
9
E
A política mercantilista e a colonização espanhola e inglesa na América.
3
1
E
8
C
O SISTEMA COLONIAL:
2
1
E
7
D
2
B
3
E
4
B
5
B
6
C
7
C
8
D
9
D
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