Reserva Ecológica de Jacarenema ZONEAMENTO AMBIENTAL RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES Coordenação Geral Cesar Meyer Musso Coordenação Técnica Rogério Nora Lima DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Fauna Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental Vila Velha - ES, dezembro de 2002 Anfíbios 1 Reserva Ecológica de Jacarenema ZONEAMENTO AMBIENTAL RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES Fauna Objetivo: Subsidiar o Diagnóstico Ambiental da área de estudo para o Zoneamento Ambiental da Reserva Ecológica de Jacarenema. Entomologia e Carcinologia Hélio Santos Sá - CRBio-2 05078/02 BIÓLOGO,MS Anurofauna / Herpetofauna / Ictiofauna Antônio de Pádua Almeida – CRBio - 2 15595/02 Biólogo,Ms João Luiz Gasparini Colaborador Especial Avifauna e Mastofauna Originalis Natura TRT, 580/02, livro nº003, fl. nº 180 Ana Cristina Venturini - CRBio-2 12707/02 Bióloga Pedro Rogério de Paz -CRBio-2 12721/02 Biólogo Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental Vila Velha - ES, dezembro de 2002 Anfíbios 2 Reserva Ecológica de Jacarenema ENTOMOLOGIA E CARCINOLOGIA - Índice 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 01 2. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................................................... 01 2.1 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRADAS.................................................................................................... 01 2.2 AMBIENTES..................................................................................................................................................... 01 2.3 METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM.................................................................................................................. 02 2.3.1 Classe Insecta e Chelicerata.......................................................................................................... 02 2.3.1.1 Procedimento amostral........................................................................................................................ 02 2.3.1.2 Procedimento em laboratório................................................................................................................ 03 2.3.2 Classe Crustacea........................................................................................................................... 03 2.3.2.1 Ecossistema dulciaquícola.................................................................................................................... 03 2.3.2.2 Ecossistema estuarino......................................................................................................................... 03 2.3.2.3 Ecossistema manguezal....................................................................................................................... 04 ANÁLISE ESTATÍSTICA ECOLÓGICA DA COMUNIDADE........................................................................... 04 4. RESULTADOS......................................................................................................................................... 04 4.1 INSETOS E QUALICERADOS............................................................................................................................ 04 4.2 CRUSTÁCEOS.................................................................................................................................................. 06 5. DISCUSSÃO............................................................................................................................................ 11 5.1 INSETOS.......................................................................................................................................................... 11 5.2 QUELICERADOS.............................................................................................................................................. 11 5.3 CRUSTÁCEOS.................................................................................................................................................. 12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 12 3. ENTOMOLOGIA E CARCINOLOGIA – Lista de figuras Figura 1: Valores relativos da importância de cada grupo de inseto coletado com varredura nas áreas 1, 2 e 3........ 05 Figura 2: Valores relativos da importância de cada grupo de inseto coletado com Malaise nas áreas 1 e 3................ 05 ENTOMOLOGIA E CARCINOLOGIA – Lista de tabelas Tabela 1 - Número de exemplares de insetos e aracnidas coletados nas áreas 1, 2 e 3 de acordo com as artes de amostragens empregadas........................................................................................................................... Tabela 2 - Número de exemplares de crustáceos coletados nas áreas 4, 5, 6 e 7 de acordo com as artes de amostragens empregadas e de acordo com o sexo...................................................................................... Tabela 3 - 07 Número de exemplares de crustáceos coletados nas áreas 4, 5, 6 e 7 de acordo com as artes de amostragens empregadas e de acordo com o sexo, comprimento total (CT) e aspectos reprodutivos............ Anfíbios 06 07 3 Reserva Ecológica de Jacarenema FATORES BIÓTICOS ENTOMOLOGIA E CARCINOLOGIA 1. INTRODUÇÃO O estudo de comunidades sempre oferece importantes oportunidades para se avaliar o grau de relacionamento das espécies entre si. Uma comunidade sempre apresenta características próprias, tendo poucas espécies (ou grupos) dominantes numericamente e muitas outras que podem ter a freqüência reduzida de acordo com aspectos abióticos, biológicos ou mesmo devido às proporções corporais. Portanto, diferentes ecossistemas, mesmo que próximos, podem evidenciar estruturas populacionais completamente diferentes, com diferentes tipos de relacionamentos entre as espécies e um número muito diferente de organismos. No Brasil, apesar da grande diversidade de ecossistemas, ou mesmo habitats e micro-habitats, ainda existe pouca informação para servir de base para o entendimento da maioria dos organismos, quer seja invertebrado ou vertebrado. A carência destes estudos, somados às dificuldades de se identificar apropriadamente espécies de muitos grupos taxonômicos, dificultam obter informações mais conclusivas sobre o que realmente está acontecendo. O principal objetivo do presente estudo foi o de avaliar a ocorrência de insetos, quelicerados e crustáceos na região de Jacarenema, Vila Velha-ES, sudeste do Brasil. Para isto, foram empregadas amostragens diferentes de acordo com a particularidade de cada grupo. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRADAS As amostragens de insetos e aracnidas foram realizadas em três áreas (1, 2 e 3) dentro e nas proximidades da reserva de Jacaranema. As técnicas de amostragens foram a varredura e Malaise. Os crustáceos foram amostrados em quatro áreas (4, 5, 6 e 7) utilizando a técnica do quadrado, uma rede de arrasto, covo e peneira. As áreas selecionadas e suas características estão listadas abaixo: 2.2 AMBIENTES As amostragens envolveram uma grande diversidade de ambientes na Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema. Foram amostrados ambientes terrestres (região de Mata Atlântica), ambientes aquáticos (rio e estuário), e grande parte do Manguezal. Em termos de ecossistema, toda a região é denominada de Restinga, caracterizada pelo solo arenoso e a vegetação herbácea. A seguir, identificamos as posições e características das áreas amostradas: Área 1 - Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema Lado esquerdo da reserva, sentido Vila Velha ² Barra do Jucu 20º 24’ 36,5” S - 40º 19’ 36,4” W 20º 24’ 45,9” S - 40º 19’ 37,7” W Área 2 Anfíbios Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema lado direito da reserva, sentido Vila Velha ² Barra do Jucu 20º 24’ 28,4” S - 40º 19’ 35,1” W 20º 24’ 34,2” S - 40º 19’ 32,6” W 4 Reserva Ecológica de Jacarenema Área 3 - Mata atlântica (entrando no Bairro Santa Paula - Barra do Jucu) - 20º 24’ 59,0” S - 40º 20’ 38,0” W Área 4 - Manguezal da Barra do Jucu - 20º 24’ 52,2” S - 40º 19’ 31,8” W Área 5 - Estuário do Rio Jucu - Sem posição geográfica. Área 6 - Rio Jucu, próximo à ponte - 20º 23’ 58,9” S - 40º 19’ 24,8” W Área 7 - Rio Jucu, cerca de 400m acima da ponte - 20º 23’ 51,2” S - 40º 19’ 53,4” W 2.3 METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM O procedimento amostral adotado para a fauna de artrópodos obedeceu a dois critérios previamente estabelecidos, os quais serão apresentados separadamente para uma melhor compreensão por parte do leitor. Os grupos faunísticos amostrados foram os dos Insecta e Chelicerata e o dos Crustacea. 2.3.1 Classe Insecta e Chelicerata A metodologia empregada na amostragem desse grupo obedeceu àquela tradicionalmente utilizada em estudos de biodiversidade de Arthropoda a qual procurou abranger nichos e equipamentos diversificados, objetivando uma melhor representatividade possível dos grupos taxonômicos em seus ecossistemas e buscando atender, dentro do possível, ao termo de referência referente à área do parque de Jacarenema. Seguiram-se as seguintes etapas: 2.3.1.1 Procedimento amostral A amostragem faunística foi realizada mediante a utilização de quatro procedimentos básicos que envolveram: Rede de varredura A rede de varredura consiste de um puçá triangular com cerca de 30 cm de abertura e um saco coletor confeccionado em pano do tipo morim. Tal equipamento foi utilizado, principalmente, em ambiente de trilha, com vegetação rasteira e/ou arbustiva. Os lances de varredura foram cronometrados e padronizados para todos os pontos amostrais buscando melhorar a sua caracterização. Após cada lance de rede, os espécimes foram acondicionados em sacos plásticos, encaminhados ao laboratório e mortos pelo método de baixa temperatura. Embora a rede de varredura seja de grande eficiência na amostragem da biodiversidade, principalmente de insetos, há que se considerar a sua seletividade e Anfíbios 5 Reserva Ecológica de Jacarenema limitação. Por essa razão, é recomendada a utilização de outros métodos auxiliares para uma melhor caracterização do ambiente em estudo. Armadilha Malaise A armadilha Malaise consiste em uma barraca confeccionada em pano branco e frasco coletor. O uso desta armadilha tem se mostrado bastante eficiente na amostragem principalmente de insetos, sendo uma das preferidas mundialmente para esta finalidade. A armadilha foi colocada no ambiente de mata, permanecendo por um período aproximado de 38 horas em cada ponto amostral. Para a escolha dos pontos de amostragens foram levados em consideração, principalmente, a área de cobertura vegetal disponível, as trilhas que permitissem um melhor fluxo de deslocamento para os insetos e a presença de folhiços no solo. 2.3.1.2 Procedimento em laboratório Os espécimes amostrados foram, inicialmente, mortos a baixas temperaturas, fixados e conservados em álcool comercial a 85%. Posteriormente, passaram por tratamentos tradicionais que compreendem a triagem, para separação dos espécimes objetos de estudo, etiquetagem e acondicionamento em frascos apropriadas para garantir a sua conservação. Após este procedimento, os espécimes foram estudados taxonomicamente ao nível mais específico possível e os dados foram analisados estatisticamente. 2.3.2 Classe Crustacea Para a amostragem da fauna de crustáceos da área em estudo foram utilizados petrechos de captura variados de modo a registrar também aquelas espécies de maior importância dentro do contexto taxonômico, biológico, ecológico e sócio-econômico, buscando atender, dentro do possível, o termo de referência referente à área de Jacarenema. Três áreas amostrais foram delimitadas de modo a abranger os ecossistemas dulciaquícola, estuarino e Manguezal. Para cada ecossistema estabeleceu-se sítios amostrais de acordo com as variações ambientais e dentro de cada sítio foram demarcados pontos específicos de captura dos espécimes levando em consideração os habitats de cada espécie ou grupo taxonômico. As amostragens dos espécimes em cada ecossistema foram feitas com auxílio dos seguintes petrechos: 2.3.2.1 Ecossistema dulciaquícola Covo: petrecho de captura circular com 1m de comprimento e 35cm de diâmetro, confeccionado com arame galvanizado e rede de pesca com malha de 10mm, iscado com postas de peixe. Os covos serão colocados em locais estratégicos do ambiente de modo a permanecer no local durante a noite, sendo retirados no dia seguinte. Peneira: petrecho confeccionado em tela de arame com malha de 50mm, cujo uso destina-se à coleta de espécimes de crustáceos abrigados sob a vegetação marginal às margens ou no leito do rio. 2.3.2.2 Ecossistema estuarino Covo: conforme descrito para o ecossistema dulciaquícola. Rede-de-calão: procedimento utilizado com auxílio de uma rede de cerca de 3 metros de comprimento por 1,20 m de altura, presa a dois pedaços de madeira em cada lado. A rede foi manejada por duas pessoas e arrastado sob o fundo do estuário durante a maré baixa. Os espécimes amostrados foram acondicionados em sacos plásticos e conduzidos em seguida ao laboratório. Anfíbios 6 Reserva Ecológica de Jacarenema 2.3.2.3 Ecossistema manguezal Coleta manual As amostragens neste ecossistema foram realizadas manualmente usando como procedimento o método dos quadros que consiste no uso de um quadrado de 1 metro de lado, confeccionado com fio de cobre grosso, flexível e encapado com plástico de cor branca ou rosa. O quadrado foi colocado aleatoriamente no sedimento do manguezal sobre as galerias dos crustáceos. Tal procedimento foi repetido variadas vezes ao longo da área amostral levando em consideração possíveis variações ambientais ou de microhabitats. Procedimento em laboratório Os espécimes amostrados foram fixados e conservados em álcool comercial a 85%. Posteriormente, passaram por tratamentos tradicionais que compreendem a triagem, para separação dos espécimes objetos de estudo, etiquetagem e acondicionamento em frascos apropriadas para garantir a sua conservação. Após este procedimento, os espécimes foram estudados taxonomicamente ao nível mais específico possível e os dados tratados devidamente. 3. ANÁLISE ESTATÍSTICA ECOLÓGICA DA COMUNIDADE Para análise da comunidade de insetos, a análise de variância de Kruskal-Wallis (KW) (Neter et al., 1990) foi utilizada para averiguar possíveis diferenças nas capturas dos insetos de acordo com os métodos de varredura e Malaise (apenas para as áreas 1 e 3). Os seguintes índices ecológicos foram utilizados: 1) composição de espécies, 2) índice de diversidade de Shannon-Weaver (H') e 3) índice de Equitabilidade de Pielou (J). A seguir são apresentadas as principais fórmulas: Índice de Diversidade de Shannon-Weaver (Pielou, 1966): H' = - Σ ni/N log ni/N onde: Ni= número de indivíduos da espécie i; N= número total de indivíduos na amostra. Índice de Equitabilidade: J = H'/Hmax ou H'/log S onde: H'= índice de diversidade de Shannon; Hmax=log S= valor máximo de H'. 4. RESULTADOS 4.1 INSETOS E QUELICERADOS Foram coletados 1.845 insetos e 106 aracnidas nas áreas 1, 2 e 3 (Tabela 1). Os insetos foram representados por 15 ordens enquanto que os aracnidas por três. Em todas as áreas, as coletas com varredura proporcionaram um maior número de exemplares. Entre os insetos, o grupo que apresentou o maior número de exemplares foi Diptera (n= 907), seguida por Hymenoptera (n= 449), Coleoptera (n= 153) e Collembola (n= 127). entre os aracnidas, a ordem Araneidae foi a que apresentou o maior número de organismos (n= 94). O valor mais alto do índice de diversidade ecológica de ShannonAnfíbios 7 Reserva Ecológica de Jacarenema Weaver para os insetos foi na área 3 (H'= 2,22), a qual também obteve o maior valor na equitabilidade (J= 0,67) (Tabela 1). Os valores da diversidade específica e a equitabilidade nas demais áreas e de acordo com o método de coleta foram baixos. Na área 1 foram coletados 444 exemplares de insetos com varredura e 115 com Malaise. Com varredura houve o predomínio de Diptera (n= 182) e Hymenoptera (n= 172), enquanto que com Malaise houve o predomínio de Collembola (n= 63) e Diptera (n= 38). Entre os quelicerados, as capturas com varredura proporcionaram de longe um maior número, sendo os Araneidae (n= 34) os mais representados. A análise de variância de Kruskall-Wallis mostrou não haver diferenças significativas nas capturas em número utilizando os métodos de varredura e Malaise (KW= 8,41; P> 0,298), apesar das aparentes diferenças no número coletado entre os dois métodos. Na área 2 foram coletados 586 exemplares de insetos e 35 aracnidas, utilizando apenas a técnica da varredura. Diptera (n= 391) dominou numericamente entre os insetos, enquanto que Araneae (n= 30) entre os aracnidas. Na área 3 foram coletados 437 exemplares de insetos com varredura e 263 com Malaise. Com varredura houve o predomínio de Diptera (n= 178) e Hymenoptera (n= 161), enquanto que com Malaise houve o predomínio de Diptera (n= 118) e Collembola (n= 64). As coletas dos aracnidas tiveram pouca representatividade nesta área. como o obtido para a área 1, a análise de variância de Kruskall-Wallis mostrou não haver diferenças significativas nas capturas em número utilizando os métodos de varredura e Malaise (KW= 7,64; P> 0,470), apesar das aparentes diferenças no número coletado entre os dois métodos. As Figuras 1 e 2 apresentam a comparação relativa dos grupos dominantes nas áreas amostradas e de acordo com os dois métodos de captura para os principais grupos de insetos. Na Figura 1 fica evidenciado o predomínio de Diptera e Hymenoptera nas coletas com varredura sobre os demais grupos, os quais perfizeram um total de 79,7 % de todos os exemplares coletados em número na área 1, 82,9% na área 2 e 77,5% na área 3. Nas coletas com Malaise, Collembola e Diptera representaram 87,8% dos exemplares coletados na área 1 e 69,2% na área 3. Área 2 Área 1 Área 3 Diptera 60,6% Diptera 40,6% Diptera 40,7% Outros 9,5% Outros 18,0% Hymenoptera 38,3% Coleoptera 11,6% Hymenoptera 14,7% Outros 12,9% Hymenoptera 36,8% Coleoptera 9,6% Coleoptera 6,6% Figura 1: Valores relativos da importância de cada grupo de inseto coletado com varredura nas áreas 1, 2 e 3. Fonte: Levantamento de campo, 2002. Área 3 Área 1 Hymenoptera 6,1% Coleoptera 0,9% Diptera 40,8% Diptera 33,0% Hymenoptera 4,8% Coleoptera 5,2% Outros 5,2% Collembola 22,1% Collembola 54,8% Outros 27,1% Figura 2: Valores relativos da importância de cada grupo de inseto coletado com Malaise nas áreas 1 e 3. Fonte: Levantamento de campo, 2002. Anfíbios 8 Reserva Ecológica de Jacarenema Tabela 1- Número de exemplares de insetos e aracnidas coletados nas áreas 1, 2 e 3 de acordo com as artes de amostragens empregadas. ORGANISMOS Insecta Anoplura Blattodea Coleoptera Collembola Diptera Hemiptera Homoptera* Hymenoptera Isoptera Lepidoptera Mantodea Odonata Orthoptera Insecta Phasmodea TOTAL Shannon-Weaver Equitabilidade Arachnida Araneida Acarina Pseudoescopionida TOTAL Área 1 Varredura Malaise 2 52 182 4 16 172 Área 2 Varredura 1 63 38 1 2 7 8 1 2 43 391 2 36 95 1 1 5 1 1 9 2 1 Varredura Malaise Área 3 Varredura Malaise Varredura 1 1 1 7 153 127 907 23 90 449 1 60 2 4 14 263 5 1845 - 3 15 64 118 2 9 14 42 178 14 27 161 1 10 36 3 Varredura TOTAL Malaise 4 444 115 586 1 437 1,92 0,58 1,65 0,52 1,59 0,46 2,00 0,63 2,22 0,67 34 1 1 36 1 1 30 1 4 35 25 1 2 28 4 1 TOTAL 2 5 94 5 7 106 Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: A ordem Homoptera foi recentemente inserida na Hemiptera. 4.2 CRUSTÁCEOS Os crustáceos foram amostrados nas áreas 4, 5, 6 e 7. Treze espécies foram capturadas as quais pertenceram a nove gêneros (Callinectes, Goniopsis, Macrobrachium, Metasesarma, Palaemon, Panopeus, Potimirim, Sesarma e Uca) (Tabela 2). A área 4 foi amostrada a partir de um transect (quadrado), o qual favoreceu a observação de espécies de caranguejos. Nesta área, as espécies mais abundantes foram Uca thayeri e Uca rapax. A área 5 foi amostrada com rede de arrasto (calão), covo e peneira. As capturas foram baixas, mas a peneira mostrou-se mais eficiente, capturando principalmente Macrobrachium acanthurus. A área 6 foi amostrada com covo e peneira. Ambas as artes de pesca foram relativamente efetivas, sendo que também capturaram mais exemplares de Macrobrachium acanthurus. A área 7 também foi amostrada com covo e peneira. Apenas a peneira foi eficiente, capturando mais exemplares de Macrobrachium acanthurus. A área 4 apresentou de longe o maior número de exemplares capturados. Para a maioria das espécies, houve um maior número de machos do que de fêmeas nas amostragens. Anfíbios 9 Reserva Ecológica de Jacarenema Tabela 2- Número de exemplares de crustáceos coletados nas áreas 4, 5, 6 e 7 de acordo com as artes de amostragens empregadas e de acordo com o sexo. Crustacea Área 4 Área 5 Área 6 Área 7 TOTAL MACHOS Quadrado Callinectes exasperatus Callinectes sapidus R. Calão Covo Peneira Covo Peneira Covo Peneira 2 2 2 2 GONIOPSIS CRUENTATA Macrobrachium acanthurus Metasesarma rubripes Palaemon pandaliformis Panopeus sp. Potimirim potimirim Sesarma angustipes Sesarma rectum Uca rapax MACHOS 1 10 43 4 3 5 5 3 26 TOTAL FÊMEAS Quadrado Covo TOTAL 10 2 5 3 26 Covo Callinectes exasperatus Callinectes sapidus Goniopsis cruentata Macrobrachium acanthurus Metasesarma rubripes Palaemon pandaliformis Panopeus sp. Potimirim potimirim Sesarma angustipes Sesarma rectum Uca rapax Uca thayeri Ucides cordatus 9 5 Quadrado R. Calão 29 2 65 2 Uca thayeri Ucides cordatus 13 2 3 R. Calão Peneira 1 18 Peneira Covo Peneira 16 Covo Covo Peneira 12 Peneira 10 Covo 29 2 124 Peneira 5 5 1 2 1 1 35 2 4 5 1 2 1 14 4 22 14 4 74 11 1 1 5 16 1 3 3 1 4 1 1 13 14 17 7 Fonte: Levantamento de campo, 2002. A tabela 3 evidencia de maneira ampla todos os dados relacionados com a captura de crustáceos. Tabela 3 - Número de exemplares de crustáceos coletados nas áreas 4, 5, 6 e 7 de acordo com as artes de amostragens empregadas e de acordo com o sexo, comprimento toal (CT) e aspectos reprodutivos. LOCAL: Manguezal do Rio Jucu, Barra do Jucu, Vila Velha - ES. ESPÉCIE ÁREA DATA 4 10/jan/02 Sesarma angustipes MÉTODO quadrado SEXO M OVÍGERA - Sesarma angustipes 4 10/jan/02 quadrado F N Uca rapax 4 10/jan/02 quadrado M - Anfíbios CT (mm) 2,8 3,1 3,5 2,6 2,5 5,0 5,0 3,0 5,6 2,0 7,6 7,4 5,7 9,9 7,9 4,2 6,3 Continua 10 Reserva Ecológica de Jacarenema Ucides cordatus 4 10/jan/02 quadrado M - Ucides cordatus 4 10/jan/02 quadrado F N Sesarma rectum 4 DATA 10/jan/02 MÉTODO quadrado SEXO M OVÍGERA - Sesarma rectum Goniopsis cruentata Uca thayeri 4 10/jan/02 quadrado 4 10/jan/02 quadrado F F M N N - Uca thayeri 4 10/jan/02 quadrado F N 3,2 2,6 5,8 3,7 3,5 5,9 3,9 3,0 2,2 4,1 4,1 3,8 4,8 12,6 3,0 2,3 35,8 27,4 7,4 7,1 9,8 30,1 LOCAL: ESPÉCIE Anfíbios ÁREA CT (mm) 3,1 4,4 2,8 8,0 17,6 4,2 4,0 4,0 3,9 3,2 3,0 3,2 3,0 2,6 2,8 3,5 3,7 3,2 2,3 2,8 2,8 3,8 3,2 2,9 3,3 3,0 4,0 3,1 3,4 3,8 2,2 2,9 3,4 3,5 2,5 2,9 2,9 Continua 11 Reserva Ecológica de Jacarenema LOCAL: Uca thayeri ESPÉCIE ÁREA 4 DATA 10/jan/02 MÉTODO quadrado SEXO F OVÍGERA N Callinectes sapidus 5 10/Jan/02 Rede calão M - Panopeus sp. Macrobrachium acanthurus Macrobrachium acanthurus 5 5 5 Covo Covo Peneira F M M N - Macrobrachium acanthurus 5 Peneira F N 5 MÉTODO Peneira SEXO F OVÍGERA N Metasesarma rubripes 5 Peneira M - Palaemon pandaliformis 5 Peneira F M S - Macrobrachium acanthurus 6 Covo F M N - F N CT (mm) 3,6 3,4 4,2 2,8 2,3 2,6 3,2 2,6 4,9 3,2 3,0 22,7 39,9 40,1 88,4 24,6 28,0 35,8 27,6 36,8 48,4 25,0 28,6 39,6 40,8 30,6 42,0 58,8 34,4 40,0 48,0 49,0 48,0 45,7 46,3 54,5 33,2 LOCAL: ESPÉCIE Macrobrachium acanthurus Anfíbios ÁREA DATA CT (mm) 37,8 35,6 41,1 12,6 6,8 9,9 23,1 26,5 22,1 23,0 91,4 83,3 78,6 89,4 67,4 77,6 80,6 73,9 93,2 57,1 Continua 12 Reserva Ecológica de Jacarenema Panopeus sp. 6 Covo 6 Callinectes exasperatus Covo M - F N M - F N SEXO OVÍGERA 62,4 70,1 67,2 69,9 13,0 32,6 39,2 41,0 42,0 22,8 11,5 22,9 27,1 45,6 44,7 39,2 41,8 46,0 LOCAL: ESPÉCIE Área DATA MÉTODO CT (mm) 40,3 62,8 Macrobrachium acanthurus 6 Peneira M - F N F S Metasesarma rubripes 6 Peneira M - Macrobrachium acanthurus 7 Peneira F M N - Anfíbios 26,5 24,6 32,4 63,5 18,8 21,1 30,0 57,6 27,8 31,6 21,3 21,3 21,6 29,5 40,2 24,9 40,8 34,9 31,3 42,8 46,8 22,9 26,9 36,7 48,3 51,3 8,6 6,7 6,8 33,0 24,1 23,4 27,9 34,4 40,2 40,8 74,8 Continua 13 Reserva Ecológica de Jacarenema LOCAL: ESPÉCIE Área DATA MÉTODO SEXO OVÍGERA CT (mm) Macrobrachium acanthurus 7 Peneira M - Macrobrachium acanthurus 7 Peneira F F F N N S 78,0 83,6 49,4 34,1 61,0 Potimirim potimirim 7 Peneira F S 16,0 Palaemon pandaliformis 7 Peneira F S 25,2 26,2 26,3 Fonte: Levantamento de campo, 2002. 5. DISCUSSÃO 5.1 INSETOS A variedade de grupos de insetos observadas nas amostragens pode indicar que a Reserva Ecológica de Jacarenema constitui um ambiente relevante para a conservação desse grupo. Os insetos representam importantes fontes de alimentos para muitos vertebrados, como anfíbios, répteis, aves e muitos mamíferos de pequeno porte. Daí sua importância ecológica e a necessidade de se conhecer um pouco mais os aspectos relacionados com a estrutura de suas comunidades. Amostragens com diferentes metodologias influenciam diretamente na composição de espécies, embora na maioria das vezes não seja possível fazer uma comparação direta devido aos diferentes extratos em que as amostragens acontecem. Nas coletas com varredura, observou-se o predomínio de Diptera e Hymenoptera nas três áreas (1, 2 e 3) amostradas. Estes grupos de insetos são representados por uma diversidade muito grande de espécies. Nas coletas com Malaise, houve uma maior predominância de Collembola, seguido por Diptera (áreas 1 e 3). Certamente as coletas com varredura beneficiaram os organismos com maior atividade de vôo. Algumas ordens, tais como Anoplura, Blattodea, Hemiptera, Isoptera, Mantodea, Neuroptera, Odonata, Orthoptera e Phasmodea tiveram pouca representatividade nas coletas, mas muitas espécies pertencentes a estes grupos desempenham importantes papéis na estrutura de muitas comunidades. O índice de diversidade específica de Shannon-Weaver foi baixo na maioria das áreas amostradas e nos dois métodos de captura. Isto não significa que a variedade de grupos de insetos seja baixa, mas que houve o domínio forte de alguns grupos que forçaram a queda do índice. Entretanto, os valores obtidos para a área 3 podem ser considerados relevantes. O mesmo aconteceu com a equitabilidade, a qual lida com o equilíbrio na ocorrência numérica entre os vários grupos de organismos. Quando a abundância de alguns grupos é muito alta em relação aos demais, a tendência é haver uma queda nos valores da equitabilidade. Ou seja, quanto mais próximo de 1, maior será o equilíbrio na ocorrência dos vários grupos que compõem a comunidade. 5.2 QUELICERADOS Entre os quelicerados, três grupos de aracnidas foram coletados nas áreas amostradas: Aranidae (aranhas), Acarina (carrapatos) e Pseudoescorpionida. Como era de se esperar, as aranhas tiveram uma maior representatividade do que os demais grupos, o que pode ser atribuído à maiores facilidades de utilização do ambiente em questão, assim como a incrível quantidade de espécies pertencentes ao grupo. ObservouAnfíbios 14 Reserva Ecológica de Jacarenema se também que o maior número de exemplares foram coletados com varredura, a qual favoreceu também de longe as aranhas. É muito provável que outros quelicerados ocorram na área, como escorpiões e uropigues. Entretanto estes organismos podem se refugiar dentro de bromélias durante o período diurno, local não amostrado no presente estudo. 5.3 CRUSTÁCEOS Crustáceos normalmente representam comunidades complexas, especialmente na área amostrada devido a grande diversidade de habitats a análise torna-se mais complexa se formos avaliar em termos de micro-habitats. Por isto notamos a presença de espécies estuarinas, marinhas, de água-doce e terrestres. Entre as espécies estuarinas ou marinhas destacaram-se as pertencentes ao gênero Callinectes. Entre as espécies com mais características de água-doce destacaram-se as pertences ao gênero Macrobrachium, enquanto que entre as terrestres, os gêneros Metasesarma, Sesarma e Uca. Neste estudo foram obtidas treze espécies de crustáceos, número que pode ser considerado alto com relação à estrutura da comunidade. Teixeira & Sá (1998) encontraram quinze espécies de crustáceos decápodos coexistindo no complexo lagunar Mundaú/Manguaba (Alagoas), mas as coletas destes autores tiveram a periodicidade de um ano. a escassez de informações sobre a estrutura das comunidades de crustáceos não permitem uma avaliação mais crítica a nível comparativo dos diversos ambientes costeiros do Brasil. Devido ao fato de que a maioria das espécies tem preferência por um habitat particular, as coletas utilizando diferentes métodos de captura enriquece o conhecimento sobre o número de espécies que habitam determinada área. O método do quadrado obviamente só poderia evidencia a presença dos crustáceos terrestres, como Goniopsis, Sesarma e Uca. A rede calão, o covo e a peneira foram destinadas à captura dos crustáceos aquáticos. Embora a diversidade de espécies tenha sido relativamente alta, o número amostrado foi baixo, mas evidenciou a espécie mais abundante: Macrobrachium acanthurus. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NETER, J., WASSERMAN, W. & KUTNER, M.H. 1990. Applied Linear Statistical Models. Third Edition, IRWIN, Homewood, IL, 1181 pp. TEIXEIRA, R.L & SÁ, H.S. 1998. Abundância de macrocrustáceos decápodas nas áreas rasas do complexo lagunar Mundaú/Manguaba, AL. Rev. Brasil. Biol., 58 (3): 393-404. Anfíbios 15