ANATOMIA HUMANA A anatomia é a ciência que estuda a estrutura de nosso corpo. É dividida em Anatomia Sistêmica (estuda o corpo em uma série de sistemas de órgãos, tais como, ósseo, articular, circulatório, etc.); Anatomia Regional (estuda as regiões do corpo como tórax, abdome, coxa, braço) e Anatomia Clínica (que enfatiza aspectos da estrutura e da função do corpo que são importantes no exercício das áreas relacionadas à saúde). POSIÇÃO ANATÔMICA As descrições anatômicas tendem a relacionar a estrutura com a posição anatômica, padronizando e facilitando o seu entendimento. O indivíduo em posição anatômica: • Está em pé (posição ereta ou ortostática); • Com a cabeça voltada anteriormente e o olhar na linha do horizonte; • Tem os membros superiores pendentes ao longo do tronco, com as palmas das mãos voltadas anteriormente; • Tem os membros inferiores justapostos, com os dedos dos pés direcionados anteriormente. TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO • • • • • • • • • • • • • • • • Descrevem as relações das partes do nosso corpo em posição anatômica. Anterior ou ventral: voltado ou mais próximo da fronte; Posterior ou dorsal: voltado ou mais próximo do dorso; Superior ou cranial: voltado ou mais próximo da cabeça; Inferior ou podálico: voltado ou mais próximo do pé; Medial: mais próximo do plano mediano; Lateral: mais próximo do plano mediano; Intermédio: entre uma estrutura lateral e outra medial; Proximal: mais próximo do tronco ou do ponto de origem do membro; Distal: mais distante do tronco ou do ponto de origem do membro; Médio: entre uma estrutura proximal e outra distal; Superficial: mais próximo da superfície; Profundo: mais distante da superfície; Interno: no interior de um órgão ou de uma cavidade; Externo: externamente a um órgão ou a uma cavidade; Ipsilateral: do mesmo lado; Contralateral: do lado oposto. TERMINOLOGIA USADA NA OSTEOLOGIA • Linha – margem óssea suave; • Crista – margem óssea proeminente; • Tubérculo – pequena saliência arredondada; • Tuberosidade – média saliência arredondada; • Trocanter – grande saliência arredondada; • Maléolo – saliência óssea semelhante à cabeça de um martelo; • Espinha – projeção óssea afilada; • Processo – projeção óssea; • Ramo – processo alongado; • Faceta – superfície articular lisa e tendendo a plana; • Fissura – abertura óssea em forma de fenda; • Forame – abertura óssea arredondada; • Fossa – pequena depressão óssea; • Cavidade – grande depressão óssea; • Sulco – depressão óssea estreita e alongada; • Meato – canal ósseo; • Côndilo – proeminência elíptica que se articula com outro osso; • Epicôndilo – pequena proeminência óssea situada acima do côndilo; • Cabeça – extremidade arredondada de um osso longo, geralmente separada do corpo do osso através de uma região estreitada denominada colo. TERMOS DE MOVIMENTO • Flexão: realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, reduz o ângulo entre duas partes do corpo; • Extensão: realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, retorno da flexão ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo; • Abdução: realizado no plano coronal e ao redor do eixo sagital, afasta parte do corpo do plano mediano ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo. • Adução: realizado no plano coronal e ao redor do eixo sagital, aproxima parte do corpo do plano mediano ou diminui o ângulo entre duas partes do corpo. • Rotação: girar em torno do próprio eixo, ou seja, realizado ao redor do eixo longitudinal, podendo ser, lateral ou medial; • Supinação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando lateralmente ao redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado posteriormente e a palma anteriormente (posição anatômica); • Pronação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando medialmente ao redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado anteriormente e a palma posteriormente; • Eversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, afastando a planta do pé do plano mediano; • Inversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, aproximando a planta do pé do plano mediano; • Oposição ou oponência: dirigir a polpa do polegar (primeiro dedo) em direção à polpa do dedo mínimo (quinto dedo); • Reposição: é o retorno do polegar à posição anatômica;. • Elevação: levantar uma parte do corpo; • Depressão (abaixamento): abaixar uma parte do corpo; • Protrusão: movimento realizado para frente; • Retrusão: movimento realizado para trás; • Circundução: movimento circular combinado (flexão-abdução-extensão-adução) que descreve um cone cujo ápice é o centro da articulação. ARTICULAÇÕES (=JUNTURAS) Articulação, s.f. - denominação que se dá aos modos de união dos ossos entre si; união entre peças de um aparelho ou máquina. Juntura, s.f. - O mesmo que junção; junta; articulação; união. O sentido da palavra articulação sugere movimento entre duas peças, porém, isso nem sempre é verdade. Assim, devemos ressaltar o significado correto da palavra, que é "união", sem pressupor que possam ocorrer deslocamentos entre os elementos relacionados. Em anatomia, articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. Vários são os tipos existentes e diferenciam-se pelo tipo de movimento que ocorre, ou não, entre os ossos unidos. O desenvolvimento das articulações dá-se ainda no período embrionário, quando o mesoderma organiza-se em núcleos contínuos em forma de eixos ou colunas. A partir desse momento surgem os primeiros indícios dos ossos e articulações pela condensação do mesoderma em determinados locais e formas. Esse mesoderma condrificará e posteriormente se ossificará, dando origem aos ossos. As porções não condensadas de mesoderma indiferenciado ali interpostas podem se desenvolver em três direções dando origem a: tecidos fibrosos que não permitem movimentos, como no caso dos ossos do crânio; tecidos cartilagíneos como por exemplo na união entre os ossos púbicos, que permitem movimentos parciais e finalmente, pode também ocorrer a diferenciação em tecido frouxo com a formação de uma cavidade entre as partes, o que resultará em uma articulação com movimentos amplos. Os tecidos circunjacentes aos núcleos mesodérmicos darão origem ao periósteo e pericôndrio e a extensão destes por sobre as extremidades desses núcleos irá formar as cápsulas articulares. A espessura dessas cápsulas não é uniforme, e os espessamentos que nela ocorrem são os elementos de reforço denominadas ligamentos. CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES As articulações ou junturas são classificadas de acordo com sua estrutura, amplitude de movimento e também segundo os eixos em torno dos quais esses ocorrem. Assim, as articulações imóveis ou sinartroses, denominadas junturas fibrosas são aquelas onde o contato entre os ossos é quase direto, com interposição de fina camada de tecido conjuntivo e onde o movimento é quase inexistente. As junturas fibrosas podem ser de três tipos: sindesmose, sutura e gonfose. Sindesmose é a articulação na qual dois ossos são unidos por fortes ligamentos interósseos e não há superfície cartilaginosa na área de união. Exemplo: articulação tíbio-fibular distal. Sutura é a articulação onde as margens ósseas são contíguas e separadas por uma delgada camada de tecido fibroso. Esse tipo de articulação só é encontrado no crânio e pode ser de três tipos: Sutura serrátil, quando as margens dos ossos são encaixadas e unidas por uma série de saliências e reentrâncias em forma de serra,como observado entre os ossos parietais; sutura escamosa, formada pela sobreposição de dois ossos contíguos, como entre o temporal e o parietal e sutura plana onde duas superfícies ósseas contiguas se apõem como entre as partes horizontais dos ossos palatinos ou entre os maxilares. Gonfose é a articulação de um processo cônico em uma cavidade e só é observada nas articulações entre as raízes dos dentes e os alvéolos da mandíbula e da maxila. As articulações com pequeno ou limitado grau de movimento, denominadas anfiartroses são as junturas cartilagíneas, onde as uniões entre as superfícies ósseas contíguas são feitas por cartilagem. Os tipos existentes são a sínfise e a sincondrose. Sínfise é a união por discos fibrocartilaginosos achatados cuja estrutura pode ser complexa. São observadas entre cada dois corpos vertebrais e entre os dois ossos púbicos. Sincondroses são formas temporárias de articulação, uma vez que na idade adulta a cartilagem é convertida em osso. São encontradas nas extremidades dos ossos longos entre as epífises e metáfises e também entre os ossos esfenóide e occipital, na base do crânio. O tipo de articulação mais frequente no corpo humano são as diartroses ou junturas sinoviais, que possuem movimentos amplos. Nesse tipo de articulação as extremidades ósseas são revestidas por cartilagem hialina e a união é feita por uma cápsula fibrosa revestida internamente pela membrana sinovial que produz o líquido de mesmo nome que nutre e lubrifica a articulação. Espessamentos dessa cápsula, que a reforçam, são os ligamentos extra-articulares. Em algumas articulações, além dos ligamentos extra-articulares, existem também ligamentos intra-articulares, elementos diferenciados, que são revestidas por membrana sinovial e participam dos mecanismos de limitação e orientação dos movimentos, como exemplo podemos citar os ligamentos cruzados do joelho. Nesse tipo de articulação também podem estar presentes discos ou meniscos articulares, estruturas fibrocartilaginosas unidas em sua periferia com a cápsula articular cujas superfícies livres não são revestidas por membrana sinovial; um exemplo desse tipo de articulação é a que existe entre o fêmur e a tíbia no joelho. O tipo de movimento permitido nesse tipo de articulação é o que as classifica, considerando-se principalmente o eixo em torno do qual esse ocorre. Das uniaxiais, onde o movimento se faz em torno de um único eixo temos o tipo gínglimo ou dobradiça onde esse eixo geralmente é transverso e o deslocamento se dá em um único plano. Nessas articulações é frequente a presença de fortes ligamentos colaterais. Exemplo: Interfalângicas e Úmero-ulnar. A Femoro-tibial do joelho é citada por alguns autores como gínglimo, no entanto isso é discutível, uma vez que durante o seu movimento, além da flexão e extensão, também ocorrem movimentos de rotação ou lateralização. Também uniaxiais são as articulações tipo pivô ou trocóide onde o movimento é exclusivamente de rotação e ocorre em torno do eixo longitudinal. Nessas articulações existe um anel formado em parte por ligamento e parte pela superfície óssea contígua; o pivô é o processo ou extremidade óssea que roda dentro do anel. Como exemplo temos a articulação rádio-ulnar proximal e entre o dente do axis com o atlas. As articulações biaxiais, (movimentos em torno de dois eixos), podem ser dos tipos elipsóides, condilares e selares. Nas elipsóides uma superfície articular ovóide é recebida em uma cavidade elíptica, permitindo os movimentos de flexo-extensão e abduçãoadução sem rotação axial, cujo movimento combinado é denominado circundução. Como exemplo temos as articulações rádio cárpica e metacarpo-falangeanas. As articulações condilares são aquelas nas quais duas superfícies convexas ou semi-esféricas deslizam sobre outra superfície. Como exemplo temos o joelho e a temporo-mandibular São consideradas selares as articulações em que as extremidades ósseas apostas são reciprocamente concavoconvexas, também com movimentos de flexo-extensão e adução-abdução sem rotação axial. O exemplo típico é a articulação entre o trapézio e o I metacarpo. Quando os movimentos ocorrem em torno de três eixos permitindo a flexãoextensão, adução-abdução e rotações axiais temos as articulações triaxiais ou esferóides, também denominadas enartroses. É formada por uma cabeça esférica com uma cavidade em taça. Os melhores exemplos são as articulações do quadril e do ombro. Articulações planas são junturas sinoviais, também denominadas artródias ou deslizantes, que só permitem o deslizamento entre as superfícies envolvidas. Essas são planas ou ligeiramente convexas e a amplitude do movimento é controlada pelos ligamentos ou processos ósseos dispostos ao seu redor. Estão presentes entre os processos articulares das vértebras, no carpo e no tarso. TERMOS DE MOVIMENTO Flexão: realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, reduz o ângulo entre duas partes do corpo; Extensão: realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, retorno da flexão ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo; Abdução: realizado no plano coronal e ao redor do eixo sagital, afasta parte do corpo do plano mediano ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo. Adução: realizado no plano coronal e ao redor do eixo sagital, aproxima parte do corpo do plano mediano ou diminui o ângulo entre duas partes do corpo. Rotação: girar em torno do próprio eixo, ou seja, realizado ao redor do eixo longitudinal, podendo ser, lateral ou medial; Supinação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando lateralmente ao redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado posteriormente e a palma anteriormente (posição anatômica); Pronação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando medialmente ao redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado anteriormente e a palma posteriormente; Eversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, afastando a planta do pé do plano mediano; Inversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, aproximando a planta do pé do plano mediano; Oposição ou oponência: dirigir a polpa do polegar (primeiro dedo) em direção à polpa do dedo mínimo (quinto dedo); Reposição: é o retorno do polegar à posição anatômica;. Elevação: levantar uma parte do corpo; Depressão (abaixamento): abaixar uma parte do corpo; Protrusão: movimento realizado para frente; Retrusão: movimento realizado para trás; Circundução: movimento circular combinado (flexão-abdução-extensão-adução) que descreve um cone cujo ápice é o centro da articulação. NEUROANATOMIA MEDULA ESPINAL A medula espinal é uma massa aproximadamente cilíndrica, achatada no sentido anteroposterior, situada dentro do canal vertebral sem ocupá-lo totalmente. seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas intumescências cervical e lombossacral. Intumescência cervical – Dilatação situada em nível cervical, formada pela maior quantidade de neurônios motores inferiores localizados na coluna anterior e, pelas grossas fibras nervosas que entram ou saem destes segmentos medulares formando o plexo braquial e que se destinam à inervação dos membros superiores. Intumescência lombossacral - Dilatação situada em níveis lombar e sacral, formada pela maior quantidade de neurônios motores inferiores localizados na coluna anterior e, pelas grossas fibras nervosas que entram ou saem destes segmentos medulares formando o plexo lombossacral e que se destinam à inervação dos membros inferiores. A medula espinal limita-se superiormente ao nível do forame magno do osso occipital, com o bulbo (região do tronco encefálico) e inferiormente termina ao nível da 2a vértebra lombar, afunilando-se para formar o cone medular. Cone medular – A medula espinal termina afilando-se para formar um cone, o cone medular. Este limite inferior da medula espinal tem importância clínica e no adulto termina geralmente na altura da 2a vértebra lombar ou na altura do disco intervertebral entre a 1a e 2a vértebras lombares. A superfície da medula espinal é percorrido longitudinalmente em toda sua extensão pelos: fissura mediana anterior (que abriga a artéria espinal anterior); sulco lateral anterior (onde emerge as radículas anteriores ou ventrais); sulco lateral posterior (onde penetra as radículas posteriores ou dorsais) e sulco mediano posterior. Nos segmentos cervicais, encontramos o sulco intermédio posterior que continua no interior do funículo posterior através do septo intermédio posterior. Substância cinzenta – Localiza-se profundamente à substância branca e apresenta a forma de uma borboleta, ou de um “H”, o “H medular”. Nela distinguimos três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, lateral e posterior. Coluna anterior – Apresenta núcleos formados por neurônios motores inferiores que são responsáveis pela inervação motora da musculatura estriada esquelética. Os núcleos do grupo medial existem em toda extensão da medula espinal e seus neurônios motores inferiores inervam a musculatura axial; os núcleos do grupo lateral aparecem nas regiões das intumescências cervical e lombossacral, contêm neurônios motores inferiores responsáveis pela inervação da musculatura apendicular (membros superiores e inferiores). Coluna lateral – Apresenta neurônios motores viscerais (=neurônios pré-ganglionares) do sistema nervoso autônomo que se destinam à inervação dos músculos lisos, estriado cardíaco e glândulas. A coluna lateral, entretanto, aparece nos segmentos torácicos e lombares altos Coluna posterior – Apresenta núcleos formados por neurônios que recebem informações que penetram na medula espinal via raiz posterior. As lâminas de Rexed I a IV constituem uma área receptora, onde terminam as fibras nervosas exteroceptivas; as lâminas V e VI recebem informações proprioceptivas. Podemos afirmar portanto, que a coluna posterior contêm neurônios relacionados com as vias sensitivas. Canal central da medula (=canal do epêndima) – É o resquício da luz do tubo neural do embrião. Substância branca – É formada por fibras nervosas mielínicas que formam verdadeiras vias por onde passam os impulsos nervosos que sobem (ascendentes) e descem (descendentes) na medula espinal e que podem ser agrupadas de cada lado, nos funículos anterior, lateral e posterior. Funículo anterior – Situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. Funículo lateral – Situado entre os sulcos laterais anterior e posterior. Funículo posterior – Situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. Nos segmentos medulares cervicais, este funículo é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil (medial) e fascículo cuneiforme (lateral). Radículas – São pequenos filamentos nervosos (=axônios) que fazem conexão com a medula espinal, emergindo e penetrando respectivamente, através dos sulcos laterais anterior e posterior (Radículas anterior e posterior). Raiz anterior ou ventral – Formada pela união das radículas anteriores que se originam nos neurônios motores inferiores situados na coluna anterior e, neurônios motores pré-ganglionares situados na coluna lateral dos segmentos medulares torácicos e lombares altos (L1 e L2), sendo portanto uma raiz motora e eferente. Raiz posterior ou dorsal – Formada pela união das radículas posteriores que correspondem aos prolongamentos centrais e periféricos do axônio do neurônio pseudounipolar situado no gânglio espinal, sendo portanto uma raiz sensitiva e aferente. Gânglio sensitivo do nervo espinal (=gânglio espinal) – Localizado na raiz dorsal; o gânglio sensitivo possui corpos dos neurônios sensitivos pseudounipolares, cujos prolongamentos central e periférico constituem a raiz posterior ou dorsal. Nervo espinal – Formado pela união da raiz dorsal, sensitiva, com a raiz ventral, motora, sendo funcionalmente misto. Cauda eqüina – No adulto, a medula espinal não ocupa todo o canal vertebral, pois termina ao nível da 2a vértebra lombar. Abaixo deste nível o canal vertebral contém as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinais; estas dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem em conjunto, a cauda eqüina. A conexão com os nervos espinais marca a segmentação da medula espinal, que é determinado pela emergência e penetração, respectivamente, dos filamentos radiculares anteriores e posteriores que entram na composição deste nervo. Existem 31 pares de nervos espinais, sendo portanto, 31 segmentos medulares: cervicais (8); torácicos (12); lombares (5); sacrais (5) e coccígeo (1). Dura-máter – É a meninge mais externa, possui fibras colágenas que a torna espessa e resistente. A dura-máter espinal envolve toda a medula espinal; cranialmente continua-se com a dura-máter encefálica, caudalmente termina em fundo cego, o saco dural, ao nível da 2a vértebra sacral. Aracnóide-máter – Dispõe-se entre a dura-máter e a pia-máter. É um folheto justaposto à dura-máter e possui um emaranhado de trabéculas aracnóideas que a une a pia-máter. Pia-máter – É a meninge mais interna e delicada; está aderida intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula espinal e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula espinal termina no cone medular, a pia-máter continua inferiormente, formando o filamento terminal. Filamento terminal – Quando a medula espinal termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado, o filamento terminal, que perfura o saco dural e continua até o hiato sacral. Espaço extra-dural (=peridural) – Situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tecido adiposo e inúmeras veias que constituem o plexo venoso vertebral interno. Espaço subdural – Situa-se entre a dura-máter e a aracnóide-máter, é uma fenda estreita contendo uma pequena quantidade de líquido cerebrospinal (=líquor), suficiente apenas para evitar a aderência entre as meninges. Espaço subaracnóideo – Situa-se entre a aracnóide-máter e a pia-máter, é o mais importante e contém líquido cerebrospinal em quantidade razoável. A exploração clínica deste espaço é facilitada por certas particularidades anatômicas; sabe-se que a medula espinal termina em nível da 2a vértebra lombar e o saco dural em nível da 2a vértebra sacral; entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contendo maior quantidade de líquido cerebrospinal e nele encontra-se o filamento terminal e a cauda eqüina, não havendo portanto, risco de lesão da medula espinal durante a introdução de uma agulha. TRONCO ENCEFÁLICO BULBO A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos que continuam com os sulcos da medula espinal, são eles: fissura mediana anterior, sulco lateral anterior, sulco lateral posterior e sulco mediano posterior. Fissura mediana anterior – Termina superiormente em uma depressão mediana no sulco bulbo- pontino denominada forame cego. Sulco bulbopontino – Situado no sentido transversal, é o limite entre o bulbo inferiormente e a ponte superiormente. Observa-se neste sulco a emergência (origem aparente) de cada lado do plano mediano, de medial para lateral, os seguintes nervos: abducente (VI par), facial (VII par) e vestibulococlear (VIII par). Pirâmide – É uma eminência alongada situada de cada lado da fissura mediana anterior; formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam a área motora do giro pré-central (neurônios motores superiores) do cérebro aos neurônios motores inferiores situados na coluna anterior do “H medular”, denominado trato corticospinal. Decussação das pirâmides – Na parte caudal do bulbo, fibras nervosas do trato corticospinal cruzam obliquamente o plano mediano que obliteram a fissura mediana anterior e constituem a decussação das pirâmides. Cerca de 75%-90% das fibras nervosas decussam e constituem o trato corticospinal lateral, os 10%-25% das fibras nervosas que não decussam constituem o trato corticospinal anterior. Oliva – Eminência oval situada entre os sulcos laterais anterior e posterior, formada por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo olivar inferior, que aparece bastante pregueada em cortes transversais. Este núcleo recebe fibras nervosas oriundas do córtex cerebral, da medula espinal e do núcleo rubro (situado no mesencéfalo). Os axônios dos neurônios deste núcleo dirigem-se ao cerebelo, distribuindo-se ao córtex cerebelar, constituindo as fibras olivocerebelares. As conexões olivo-cerebelares estão envolvidas com o aprendizado motor, fenômeno que nos permite realizar tarefas com velocidade e eficiência cada vez maiores. Sulco lateral anterior – situado entre a oliva e a pirâmide, contínuo com o homônimo da medula espinal. Observa-se emergindo deste sulco (origem aparente) o nervo hipoglosso (XII par). Sulco lateral posterior – Situado posteriormente à oliva, contínuo com o homônimo da medula espinal. Observa-se emergindo deste sulco (origem aparente), de superior para inferior, os nervos glossofaríngeo (IX par), vago (X par) e acessório (XI par) com suas raízes bulbar e espinal. Sulco mediano posterior – Contínuo com o homônimo da medula espinal, termina a meia altura do bulbo, em virtude do afastamento de seus lábios, que contribuem para formar os limites laterais do quarto ventrículo. Área posterior do bulbo – Situada entre os sulcos mediano posterior e lateral posterior, é continuação do funículo posterior da medula espinal e como este, dividida em fascículos grácil e cuneiforme. Fascículos grácil e cuneiforme – Situados em posição, respectivamente, medial e lateral; são formados por feixes de fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula espinal. Estes fascículos estão relacionados com impulsos nervosos de propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia. As fibras nervosas ascendentes que constituem estes fascículos terminam em sinapse com neurônios que se agrupam em massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme. Tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme - São duas eminências de situação, respectivamente, medial e lateral, que correspondem às massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme. Os neurônios destes núcleos recebem as fibras nervosas dos fascículos grácil e cuneiforme e seus axônios cruzam o plano mediano (fibras arqueadas internas) que fletem cranialmente para constituir o lemnisco medial. Pedúnculo cerebelar inferior (=corpo restiforme) – Formado por um grosso feixe de fibras nervosas que forma as margens laterais da metade inferior do quarto ventrículo; flete dorsalmente para penetrar no cerebelo. PONTE Sulco bulbopontino – Situado no sentido transversal, é o limite entre o bulbo inferiormente e a ponte superiormente. Observa-se neste sulco a emergência (origem aparente) de cada lado do plano mediano, de medial para lateral, os seguintes nervos: abducente (VI par), facial (VII par) e vestibulococlear (VIII par). Pedúnculo cerebelar médio (=braço da ponte) – Formado por um grosso feixe de fibras nervosas transversais que penetram no hemisfério cerebelar correspondente. Estas fibras nervosas são provenientes dos neurônios dos núcleos pontinos situados na base da ponte. Os neurônios dos núcleos pontinos recebem axônios provenientes do córtex cerebral (o trato cortiço-pontino), e seus axônios constituem as fibras transversais da ponte (fibras pontocerebelares) que convergem para formar o pedúnculo cerebelar médio, que se destina ao cerebelo, constituindo a via cortico-ponto-cerebelar (córtex cerebral – núcleos pontinos – cerebelo). Esta via está relacionada com o aprendizado motor e coordenação motora fina. Nervo trigêmeo (V par) – Sua emergência (origem aparente) é considerada o limite entre ponte e pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte). Sulco basilar – Percorre longitudinalmente a superfície ventral da ponte; aloja a artéria basilar. QUARTO VENTRÍCULO (FOSSA ROMBÓIDE) É uma cavidade losângica situada entre o bulbo e a ponte ventralmente, e o cerebelo, dorsalmente. Continua inferiormente com o canal central do bulbo e superiormente com o aqueduto do mesencéfalo. A cavidade do quarto ventrículo expande-se lateralmente para formar os recessos laterais. Estes recessos comunicam-se com o espaço subaracnóideo por meio das aberturas laterais do quarto ventrículo. Há também uma abertura mediana do quarto ventrículo que se abre para o mesmo espaço. Estas aberturas permitem a circulação do líquido cerebrospinal, que preenche a cavidade do quarto ventrículo, para o espaço subaracnóideo. Assoalho do quarto ventrículo Sulco mediano – Percorre toda a extensão do assoalho do quarto ventrículo, perde-se superiormente no aqueduto do mesencéfalo e inferiormente no canal central do bulbo. Eminência medial – Situada de cada lado do sulco mediano e limitada lateralmente pelo sulco limitante. Sulco limitante – Situado lateralmente à eminência medial, separa os núcleos motores dos nervos cranianos, medialmente, dos núcleos sensitivos dos nervos cranianos, lateralmente. Colículo facial – Dilatação da eminência medial que constitui uma elevação arredondada, que corresponde às fibras do nervo facial (VII par) que neste nível contornam (joelho interno do nervo facial) o núcleo do nervo abducente (VI par). Trígono do nervo hipoglosso (XII par) – Pequena área triangular de vértice inferior, situada inferiormente na eminência medial, que corresponde ao núcleo do nervo hipoglosso. Trígono do nervo vago (X par) – Pequena área triangular de vértice superior, situada lateralmente ao trígono do nervo hipoglosso, que corresponde ao núcleo dorsal do nervo vago. Área vestibular – É uma grande área triangular, situada lateralmente ao sulco limitante e estende-se de cada lado em direção aos recessos laterais, que corresponde aos núcleos vestibulares do nervo vestibulococlear (VIII par). Locus ceruleus – Área de coloração ligeiramente escura, situada lateralmente à eminência medial acima do colículo facial, que corresponde ao núcleo de mesmo nome, cujos neurônios são noradrenérgicos. As fibras nervosas noradrenérgicas originadas neste núcleo atingem praticamente todo o sistema nervoso central, inclusive o córtex cerebral, fazendo parte dos mecanismos que desencadeiam o sono. Teto do quarto ventrículo Véu medular superior – Fina lâmina de substância branca que se estende entre os pedúnculos cerebelares superiores, constituindo a metade superior do teto do quarto ventrículo. A metade inferior deste teto é constituída pelo nódulo do cerebelo, o véu medular inferior, a tela e plexo coróides. MESENCÉFALO O mesencéfalo situa-se entre a ponte, inferiormente, e diencéfalo, superiormente; é atravessado longitudinalmente por um canal, o aqueduto do mesencéfalo. Aqueduto do mesencéfalo – Atravessa longitudinalmente o mesencéfalo, comunicando o terceiro ventrículo ao quarto ventrículo. Este ducto é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta, denominada substância cinzenta periaquedutal. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente a este aqueduto denomina-se tecto do mesencéfalo; ventralmente observamos os pedúnculos cerebrais. Tecto do mesencéfalo - Região do mesencéfalo situada posteriormente ao aqueduto do mesencéfalo; visto posteriormente, o tecto apresenta quatro eminências, os colículos superiores e inferiores. Colículo superior – É formado por uma série de camadas constituídas alternadamente de substância cinzenta e substância branca. Suas conexões são complexas e destacamos as fibras nervosas aferentes, oriundas da retina e córtex occipital. Dentre as fibras nervosas eferentes destacamos aquelas que conectam o colículo superior com os neurônios motores da coluna anterior do “H medular” de segmentos cervicais e, aquelas que conectam com neurônios motores do núcleo do nervo oculomotor. Basendo-se em suas conexões eferentes, podemos afirmar que o colículo superior está relacionado, respectivamente, com a motricidade da musculatura postural e certos reflexos que movimentam o bulbo do olho no sentido vertical. Braço do colículo superior – Constituído por fibras nervosas aferentes que chegam no colículo superior oriundas da retina e do córtex occipital. Colículo inferior – Corresponde a uma massa de substância cinzenta, o núcleo do colículo inferior. Este núcleo recebe fibras nervosas auditivas que sobem pelo lemnisco lateral, sendo um importante relé intermediário das vias auditivas. Braço do colículo inferior – Constituído por fibras nervosas que saem dos neurônios do núcleo do colículo inferior e direcionam-se para os neurônios do corpo geniculado medial. Nervo troclear (IV par) – Emerge (origem aparente) inferiormente ao colículo inferior. Pedúnculos cerebrais – Região do mesencéfalo situada anteriormente ao aqueduto do mesencéfalo; vistos ventralmente, aparecem como dois pilares de fibras nervosas que surgem na margem superior da ponte para penetrar profundamente no diencéfalo. Fossa interpeduncular – Profunda depressão triangular entre os pedúnculos cerebrais. Substância perfurada posterior – Pequenos orifícios para a passagem de vasos sangüíneos situados na profundidade da fossa interpeduncular. Nervo oculomotor (III par) – Emerge (origem aparente) no sulco medial do pedúnculo cerebral no interior da fossa interpeduncular. Secção transversal do mesencéfalo Em cada pedúnculo cerebral distingue-se: Base do pedúnculo cerebral – É formada por fibras nervosas descendentes dos tratos corticospinal, corticonuclear e corticopontino, que formam um conjunto compacto de fibras. Tegmento do mesencéfalo – É continuação do tegmento da ponte. Como este, apresenta, formação reticular, substância cinzenta e substância branca. A substância cinzenta apresenta os núcleos dos nervos oculomotor e troclear e o núcleo do trato mesencefálico do nervo trigêmeo. Além dos núcleos dos nervos cranianos acima, apresenta o núcleo rubro e a substância negra. Substância negra – É um núcleo compacto, situado entre a base do pedúnculo cerebral e o tegmento, formado por neurônios que apresentam inclusões de melanina (razão da coloração escura). São neurônios dopaminérgicos (utilizam a dopamina como neurotransmissor) que apresentam conexões complexas; destacamos aquelas feitas com o corpo estriado em ambos os sentidos (fibras nigro-estriatais e fibras estriato-nigrais). Núcleo rubro – Aparece com formato circular nos cortes transversais, mas sua forma é oblonga no sentido longitudinal. As fibras que chegam neste núcleo são oriundas do cerebelo e áreas corticais motoras. Os neurônios deste núcleo participam do controle da motricidade somática; seus axônios conectam-se aos neurônios motores inferiores da coluna anterior do “H medular” (trato rubrospinal) e aos neurônios do núcleo olivar inferior (fibras rubro-olivares). CEREBELO Introdução O cerebelo é um órgão do sistema nervoso suprasegmentar. Tem sua origem na parte dorsal do metencéfalo. Está situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, onde contribui para a formação do tecto do quarto ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital estando separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Através do pedúnculo cerebelar inferior liga-se à medula e ao bulbo e pelos pedúnculos cerebelares médio e superior à ponte e ao mesencéfalo, respectivamente. Suas funções estão relacionadas à coordenação dos movimentos e equilíbrio. Principais estruturas anatômicas Córtex cerebelar: fina camada de substância cinzenta que reveste o corpo medular do cerebelo. Hemisférios do cerebelo: são duas grandes massas laterais ligadas a uma estrutura mediana que é o verme do cerebelo. Na face superior do cerebelo há pouca separação entre verme e hemisférios, já na inferior existem dois sulcos bem evidentes separando estas estruturas. O cerebelo pode ser dividido em três regiões, os lobos cerebelares. Estes lobos agrupam outras áreas, os lóbulos. Estes lóbulos são delimitados pelas fissuras cerebelares. Visto isso podemos então continuar a descrição das principais estruturas do cerebelo. Lobo anterior do cerebelo: localizado na porção súpero-dorsal do cerebelo, presente nos dois hemisférios, abrangendo outras estruturas que se localizam na porção superior do cerebelo e anterior à fissura primária. Entre estas estruturas se destaca: Lóbulo quadrangular anterior: situado na porção súpero-dorsal do cerebelo, presente nos dois hemisférios, anteriormente à fissura primária. Fissura primária: sulco bastante pronunciado, presente nos dois hemisférios, que divide o corpo do cerebelo em lobo anterior e lobo posterior. Pode ser vista na porção súpero-dorsal do cerebelo e também em corte sagital mediano do órgão. Lobo posterior do cerebelo: localizado na porção súpero-dorsal e também inferior do cerebelo, presente nos dois hemisférios, abrangendo as estruturas situadas entre a fissura primária e a fissura póstero-lateral. As estruturas importantes desta região são: Lóbulo quadrangular posterior: situado na porção súpero-dorsal do cerebelo, presente nos dois hemisférios, posteriormente à fissura primária e anteriormente à fissura pós-clival. Fissura pós-clival: sulco bastante pronunciado, presente nos dois hemisférios, que determina o limite entre o lóbulo quadrangular posterior (anterior) e o lóbulo semilunar superior (posterior). Pode ser bem vista na porção súpero-dorsal e em corte sagital mediano do cerebelo. Lóbulo semilunar superior: localizado na porção súpero-dorsal do cerebelo, presente nos dois hemisférios, posteriormente à fissura pós-clival e superiormente à fissura horizontal. Fissura horizontal: sulco pronunciado, situado na porção posterior, presente nos dois hemisférios, que determina o limite entre o lóbulo semilunar superior e o lóbulo semilunar inferior. Pode ser visualizada na porção dorsal e também em corte sagital mediano. Lóbulo semilunar inferior: localizado na porção inferior, presente nos dois hemisférios, inferior à fissura horizontal e posterior à fissura pré-piramidal. Fissura pré-piramidal: sulco pronunciado, situado na porção inferior, presente nos dois hemisférios, que determina o limite entre o lóbulo semilunar inferior e o lóbulo biventre. Também pode ser vista em corte sagital mediano. Lóbulo biventre: localizado na porção inferior, presente nos dois hemisférios, entre a fissura pré-piramidal e as tonsilas. Tonsilas cerebelares: estruturas situadas na porção ventro-inferior, presentes nos dois hemisférios, sendo bem evidentes na porção inferior, projetando-se medialmente sobre a face dorsal do bulbo. Fissura póstero-lateral: sulco bastante pronunciado, localizado na porção ventral, presente nos dois hemisférios, que determina o limite entre o lobo flóculo-nodular e a pirâmide-úvula, tonsila cerebelar e lóvulo biventre. Esta fissura divide o cerebelo em duas partes desiguais: o lóbulo flóculo-nodular e o corpo do cerebelo (lobos anterior e posterior). Pode ser vista em corte sagital mediano. Lobo flóculo-nodular: estrutura situada na porção ventral, presente nos dois hemisférios, formado pelo flóculo e nódulo. Flóculos: estruturas localizadas na porção ventral, presente nos dois hemisférios. Facilmente encontrada entre os pedúnculos cerebelares de cada lado e as tonsilas cerebelares. Verme do cerebelo: porção ímpar e mediana ligada aos dois hemisférios cerebelares. Na face superior, os limites com os hemisférios são pouco evidentes, por outro lado, na porção inferior, dois sulcos evidentes o separam dos hemisférios cerebelares. As estruturas importantes dessa região são: Pirâmide e Úvula: estruturas situadas na região inferior do cerebelo, entre os lóbulos biventres e tonsilas cerebelares de cada lado. A úvula situa-se anteriormente à pirâmide. Também é bem vista em corte sagital mediano. Nódulo: estrutura localizada ventralmente à úvula. Encontra-se conectado ao flóculo de cada lado através de um pedúnculo, constituindo com este, o lóbulo flóculo-nodular. Núcleos centrais do cerebelo: massas de substância cinzenta dentro do corpo medular do cerebelo que é de substância branca. Grupos delimitados de neurônios com aproximadamente a mesma estrutura e função. São melhores visualizados em corte transversal do cerebelo. São estes: Núcleo Denteado: é o maior dos núcleos centrais do cerebelo; localiza-se lateralmente. Núcleos Emboliforme e globoso: localizados entre os núcleos denteado (lateralmente) e o do fastígio (medialmente). Estes núcleos são semelhantes do ponto de vista funcional e estrutural, sendo denominado de núcleo interpósito. Núcleo do Fastígio: localiza-se próximo ao plano mediano. Corpo medular do cerebelo: substância branca que é revestida por uma fina camada de substância cinzenta (córtex cerebelar). O corpo medular com as lâminas brancas que dele irradiam, quando vistas em cortes sagitais, recebe o nome de árvore da vida. Pedúnculos cerebelares: estruturas situadas na parte ventral do órgão que o ligam a outras partes do sistema nervoso central. Estes são: Pedúnculo cerebelar superior: liga o cerebelo ao mesencéfalo e à medula. Pedúnculo cerebelar médio: liga o cerebelo à ponte. Pedúnculo cerebelar inferior: liga o cerebelo à medula e ao bulbo. Divisão filogenética do cerebelo: o cerebelo é dividido em: Arquicerebelo: constituído pelo lobo flóculo-nodular e núcleo do fastígio. Paleocerebelo: das estruturas estudadas, entra em sua constituição o lobo anterior do cerebelo (lóbulo quadrangular anterior), pirâmide-úvula e o núcleo interpósito. Neocerebelo: das estruturas estudadas, entra em sua constituição todo o lobo posterior do cerebelo (lóbulo quadrangular posterior, lóbulo semilunar superior, lóbulo semilunar inferior, lóbulo biventre e tonsilas) e o núcleo denteado. DIENCÉFALO O diencéfalo em conjunto com o telencéfalo forma o cérebro, que é a região mais desenvolvida e mais importante do encéfalo, ocupando aproximadamente 80% da cavidade craniana. O diencéfalo possui posição mediana, podendo ser visto na face inferior do cérebro já que é quase completamente encoberto pelo telencéfalo súpero-lateralmente. O diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas guardando estreita relação com a cavidade do diencéfalo, o terceiro ventrículo. TERCEIRO VENTRÍCULO É a cavidade do diencéfalo. Comunica-se com o quarto ventrículo através do aqueduto do mesencéfalo e com os ventrículos laterais através dos forames interventriculares. Nesta cavidade se destacam as seguintes estruturas: Sulco hipotalâmico: (peça em corte sagital mediano) depressão visualizada na parede que delimita lateralmente esta cavidade, que se estende do forame interventricular de cada lado ao aqueduto do mesencéfalo. Este sulco é utilizado para delimitar nesta parede, as duas regiões, tálamo, superiormente, e hipotálamo, inferiormente. Forame interventricular: é duplo, localiza-se na extremidade anterior do sulco hipotalâmico e comunica o terceiro ventrículo com o ventrículo lateral de cada lado. Tela e plexo corióide: a tela está inserida na porção súpero-lateral do terceiro ventrículo, a partir da qual, invagina-se para o interior da cavidade, o plexo corióide do terceiro ventrículo que é contínuo através dos forames interventriculares com os plexos corióides dos ventrículos laterais. EPITÁLAMO Região que limita posteriormente o terceiro ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. Nesta região se destacam as seguintes estruturas: Glândula pineal (=corpo pineal, epífise): glândula endócrina, piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o tecto mesencefálico. Suas células, os pinealócitos, sintetizam melatonina a partir da serotonina. O processo de síntese é ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras simpáticas. Durante o dia essas fibras têm pouca atividade e os níveis de melatonina são baixos; durante a noite a inervação simpática é ativada, aumentando os níveis de melatonina, desta forma, a síntese de melatonina e suas concentrações não são contínuos, seguindo um ritmo circadiano. Comissura posterior: situa-se na fronteira entre o terceiro ventrículo e o aqueduto do mesencéfalo, sendo considerada como limite entre o mesencéfalo e diencéfalo. Nesta comissura encontramos fibras nervosas que estão envolvidas na transmissão de estímulos relacionados a reflexo consensual. Trígono das habênulas – área triangular situada entre a glândula pineal e o tálamo. Nesta área encontramos o núcleo da habênula, associado com o sistema límbico, relacionado com o comportamento emocional. Os neurônios deste núcleo estão conectados ao núcleo interpeduncular do mesencéfalo; à área septal, por meio de um feixe de fibras, a estria medular do tálamo, e ao núcleo da habênula do lado oposto por meio da comissura das habênulas. TÁLAMO São duas massas ovóides, volumosas, e de substância cinzenta, situadas uma de cada lado, na porção látero-dorsal do diencéfalo. Nesta estrutura se destacam as seguintes estruturas: Aderência intertalâmica: trata-se de uma trave de substância cinzenta, que atravessando em ponte o terceiro ventrículo, unindo os dois tálamos. Tubérculo anterior do tálamo: é uma eminência localizada na região anterior do tálamo que participa na delimitação do forame interventricular. Neste tubérculo encontramos os núcleos anteriores do tálamo, que recebem informações vindas dos núcleos mamilares (estrutura do hipotálamo) através das fibras mamilo-talâmicas, por outro lado, as fibras nervosas originadas nos núcleos anteriores atravessam a cápsula interna e terminam no córtex do giro do cíngulo, fazendo parte do circuito de Papez, relacionado com o sistema límbico, que está associado ao comportamento emocional. Pulvinar do tálamo: é uma grande eminência situada na região posterior do tálamo que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. Nesta região temos os núcleos posteriores do tálamo. Corpo geniculado medial: localiza-se inferiormente ao pulvinar do tálamo, contém núcleo que recebe informações oriundas do núcleo do colículo inferior, através do braço do colículo inferior. Está relacionada com a via auditiva, contendo portanto, o neurônio IV desta via. Corpo geniculado lateral: situa-se inferiormente ao pulvinar do tálamo, contém núcleo que recebe informações oriundas da retina, através de fibras nervosas do trato óptico. Este núcleo está conectado ao córtex visual primário nos lábios do sulco calcarino, através das fibras nervosas que constituem a radiação genículo-calcarino. Os neurônios desta região são considerados os neurônios IV da via óptica. HIPOTÁLAMO Área relativamente pequena do diencéfalo, localizada inferiormente ao tálamo. Apresenta importantes funções, relacionadas em sua maioria com a atividade visceral. Entre suas principais estruturas destacam-se: Quiasma óptico: situa-se na parte anterior do assoalho do terceiro ventrículo, limitando anteriormente o hipotálamo. Em sua parte anterior têm-se as fibras nervosas mielínicas que constituem o nervo óptico (=II par craniano) e na posterior o tracto óptico. Tracto óptico: localizado posteriormente ao quiasma óptico. As fibras que o constituem se dirigem aos corpos geniculados laterais, após contornar os pedúnculos cerebrais. Túber cinéreo – é uma área mediana, situada entre o quiasma óptico, anteriormente, e corpos mamilares, posteriormente. No túber cinéreo prende-se a neurohipófise através do infundíbulo. Infundíbulo – é uma formação nervosa em forma de funil que em sua extremidade superior dilata-se para formar a eminência mediana do túber cinéreo; sua extremidade inferior continuase com a neurohipófise. Corpo mamilar: são duas eminências de forma arredondada constituída de substância cinzenta, os núcleos mamilares, visualizadas anteriormente à fossa interpeduncular do mesencéfalo.Os núcleos mamilares recebem informações oriundas do hipocampo, através das fibras nervosas do fórnice, e enviam informações aos núcleos anteriores do tálamo através das fibras mamilo-talâmicas. Compondo desta maneira, parte do circuito de Papez, que está relacionado com comportamento emocional. TELENCÉFALO Em conjunto com o diencéfalo constituem o cérebro. O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais e uma pequena parte que delimita anteriormente o terceiro ventrículo, a lâmina terminal. A superfície cerebral no “Homem” e em vários animais apresenta sulcos que delimitam os giros ou circunvoluções cerebrais. A existência dos sulcos permite aumento da superfície cerebral sem grande aumento do seu volume. Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado por fibras comissurais que constituem o chamado corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios. Cada hemisfério possui três pólos: frontal, temporal e occipital; e três faces: súpero-lateral (convexa), medial (plana) e inferior ou base do cérebro (irregular) que repousa anteriormente, nos soalhos das fossas anterior e média do crânio e posteriormente sobre a tenda do cerebelo. FACE SÚPERO-LATERAL DO HEMISFÉRIO CEREBRAL Estudando o telencéfalo pela face súpero-lateral, identificamos: Sulco lateral – Inicia-se na base do cérebro e dirige-se para cima como uma fenda profunda entre os lobos frontal e temporal; termina dividindo-se em três ramos: anterior, ascendente, anterior e posterior. Os ramos anterior e ascendente são curtos e penetram no lobo frontal, o ramo posterior é longo e dirige-se para trás e para cima, terminando no lobo parietal, separando o lobo temporal, abaixo, dos lobos frontal e parietal, acima. Sulco central – É um sulco profundo e geralmente contínuo que se inicia na face medial, percorre obliquamente para baixo e para frente a face súpero-lateral, terminando próximo ao ramo posterior do sulco lateral. Os sulcos lateral e central ajudam a delimitar os lobos cerebrais. A divisão em lobos, embora de grande importância clínica, não corresponde a uma divisão funcional, excetuando, o lobo occipital que direta e indiretamente está relacionado com a visão. LOBO FRONTAL Situado acima do sulco lateral e adiante do sulco central. Estendendo-se para as faces medial e inferior do hemisfério cerebral. Giro pré-central – Situado adiante do sulco central, entre este e o sulco pré-central. A área cortical da parte posterior deste giro corresponde à área 4 de Brodmann, sendo portanto, a área motora primária. A estimulação elétrica desta área determina movimentos de grupos musculares isolados. A área motora primária foi mapeada de acordo com a representação cortical das diversas partes do corpo (=somatotopia), denominada de homúnculo motor, cuja representação está de cabeça para baixo. As principais conexões aferentes desta área são com o tálamo, área somestésica e áreas pré-motora e motora suplementar, por outro lado, as fibras eferentes da área motora primária dão origem à maior parte das fibras dos tratos corticospinal e corticonuclear, responsáveis pela motricidade voluntária. Giro frontal superior – É perpendicular ao giro pré-central; situado entre o sulco frontal superior e a margem ântero-superior do hemisfério, através da qual, continua-se pela face medial, constituindo o giro frontal medial. Giro frontal médio – Paralelo ao giro frontal superior; situa-se entre os sulcos frontal superior e frontal inferior. Giro frontal inferior – Paralelo ao giro frontal médio; situa-se entre os sulcos frontal inferior e lateral. Os ramos anterior e ascendente do sulco lateral subdividem este giro em três partes: orbital, opercular e triangular. As áreas corticais das partes triangular e opercular do giro frontal inferior, principalmente aquele do hemisfério esquerdo, corresponde à área 44 e parte da área 45 de Brodmann que estão associadas com a atividade motora relacionada com a expressão da linguagem (=área de Broca). Lesões da área de Broca resultam em alterações da linguagem denominadas afasias. Adjacentes à área motora primária, existem áreas motoras secundárias com as quais ela se relaciona. São consideradas áreas motoras secundárias ou de associação motoras, as áreas: de Broca, motora suplementar e pré-motora. A área motora suplementar ocupa a parte mais superior da área 6 de Brodmann, que corresponde à área cortical do giro frontal superior, imediatamente à frente do giro pré-central, extendendo-se à face medial do hemisfério. Esta área cortical está relacionada com o planejamento de seqüências complexas de movimentos (=planejamento motor), principalmente aqueles que envolvem a musculatura distal dos membros. As principais conexões desta área são com o corpo estriado e área motora primária no giro pré-central. Lesões dessa área causam um déficit motor na execução de determinados atos voluntários, pois estão associadas com áreas do planejamento motor e não com a execução do movimento (=apraxias). A área pré-motora localiza-se adiante da área motora primária, ocupando toda a extensão da área 6 de Brodmann na superfície lateral do hemisfério. As respostas motoras obtidas por estimulação desta área envolvem grupos musculares maiores, como os do tronco e proximais dos membros. Nas lesões desta área, o paciente não perde a ação nestes grupos musculares, mas terá a força muscular diminuída (=paresia). LOBO PARIETAL Situado acima do sulco lateral e posterior ao sulco central, estendendo-se para a face medial do hemisfério cerebral; na face súpero-lateral limita-se com o lobo occipital, posteriormente, e lobo temporal, inferiormente. Giro pós-central – situado posteriormente ao sulco central, entre este e o sulco pós-central. Neste giro localiza-se a principal área cortical da sensibilidade somática geral, a área somestésica primária que corresponde às áreas 3, 2, 1 de Brodmann. Nesta área chegam as radiações talâmicas que se originam nos núcleos ventral póstero-lateral e ventral pósteromedial do tálamo e trazem impulsos nervosos relacionados à temperatura, dor, tato, pressão e propriocepção consciente do lado oposto do corpo. A área somestésica primária foi mapeada de acordo com a representação cortical das diversas partes do corpo (=somatotopia), denominada de homúnculo sensitivo, cuja representação está de cabeça para baixo. A porção inferior do giro pós-central, situado na profundidade do sulco lateral, próximo à ínsula, corresponde à área 43 de Brodmann, sendo a área cortical gustativa, adjacente à área somestésica da língua. Sulco intraparietal – variável e perpendicular ao giro pós-central, estende-se posteriormente para terminar no lobo occipital. Separa no lobo parietal os lóbulos parietal superior e parietal inferior. Lóbulo parietal superior – situado atrás do giro pós-central (área somestésica primária) e acima do sulco intraparietal. É a área somestésica secundária que corresponde à área 5 e parte da área 7 de Brodmann. Lóbulo parietal inferior – situado atrás do giro pós-central e abaixo do sulco intraparietal. Neste lóbulo encontramos dois giros: o giro supramarginal (corresponde à área 40 de Brodmann), curvado em torno do ramo posterior do sulco lateral, e o giro angular (corresponde à área 39 de Brodmann), curvado em torno da porção terminal do sulco temporal superior. A área cortical do lóbulo parietal inferior é a área temporoparietal (área de associação terciária), situada entre as áreas secundárias (somestésica, auditiva e visual), funcionando como centro de integração das informações destas três áreas. Esta área é importante para a percepção espacial dos objetos no espaço extrapessoal e permite que se tenha uma imagem das partes componentes do próprio corpo (área do esquema corporal). LOBO TEMPORAL Situado inferiormente ao sulco lateral, estendendo-se para a face inferior ou base do cérebro, limita-se com o lobo occipital, posteriormente, e lobo parietal, superiormente. Giro temporal superior – localizado entre os sulcos lateral e temporal superior; sua porção mais posterior, próxima ao lóbulo parietal inferior, corresponde à porção posterior da área 22 de Brodmann, considerada a área posterior da linguagem, também conhecida por área de Wernicke, relacionada com a percepção da linguagem. O fascículo longitudinal superior ou fascículo arqueado conecta esta área com a área de Broca (=área anterior da linguagem) situada no giro frontal inferior, através do qual, informações relevantes para a correta expressão da linguagem passam da área posterior (=de Wernicke) para a área anterior (=de Broca). Lesões destas áreas dão origem a distúrbios de linguagem denominados afasias. Giro temporal médio – situado entre os sulcos temporais superior e inferior, corresponde à área 21 de Brodmann. Giro temporal inferior – situado entre os sulcos temporal inferior e occipitotemporal na face inferior do cérebro. Este giro forma a margem ínfero-lateral do hemisfério cerebral, corresponde à área 20 de Brodmann. A área cortical visual secundária no lobo temporal corresponde às áreas 20, 21 e 37 de Brodmann, respectivamente, giro temporal inferior, giro temporal médio e porções posteriores dos giros temporais médio, inferior e occipitotemporal lateral em seus limites com o lobo occipital. Giros temporais transversos – para observar estes giros, afastamos os lábios do sulco lateral, onde aparece o seu assoalho, que é continuidade do giro temporal superior. A porção posterior deste assoalho é atravessada por pequenos giros, os giros temporais transversos, sendo o mais evidente, o giro temporal transverso anterior (=giro de Heschl), que corresponde às áreas 41 e 42 de Brodmann (=área cortical auditiva primária), onde chegam fibras da radiação auditiva, originadas em neurônios do corpo geniculado medial. Na área auditiva existe tonotopia, ou seja, sons de determinada freqüência projetam-se em áreas específicas desta área, o que implica uma correspondência dessas partes com as partes da cóclea na orelha interna. LOBO OCCIPITAL O lobo occipital na face súpero-lateral é delimitado por uma linha imaginária que une a terminação do sulco parietoccipital, na margem superior do hemisfério cerebral, à incisura pré-occipital, situada na margem ínfero-lateral do hemisfério. Nesta face, o lobo occipital apresenta pequenos sulcos e giros inconstantes, que correspondem às projeções das áreas 18, 19 (associadas com a área visual secundária) e uma pequena parte da área 17 de Brodmann, associada com a área visual primária. LOBO INSULAR A observação deste lobo é feita após afastarmos os lábios do sulco lateral. Este lobo de forma cônica, cujo ápice (=límen da ínsula) é voltado para frente e para baixo, cresce menos durante o desenvolvimento, sendo portanto, envolvido pelos demais lobos cerebrais. O lobo insular apresenta sulcos e giros longo e curtos da ínsula. FACE MEDIAL DO HEMISFÉRIO CEREBRAL Nesta face do hemisfério cerebral temos a exposição de estruturas telencefálicas inter-hemisféricas como o corpo caloso, a comissura anterior, a lâmina terminal, o fórnice e o septo pelúcido; observamos também, dois sulcos importantes que passam do lobo frontal para o parietal. Corpo caloso – é a maior das comissuras inter-hemisféricas, formado por um grande feixe de fibras mielínicas que cruzam o plano mediano e penetram no centro branco medular do cérebro conectando áreas corticais simétricas. O corpo caloso é arqueado dorsalmente, o tronco do corpo caloso, que se dilata posteriormente, o esplênio do corpo caloso e se flete anteriormente constituindo o joelho do corpo caloso; este afila-se para formar o rostro do corpo caloso, que continua em uma fina lâmina, a lâmina rostral, até a comissura anterior. Comisssura anterior – formada por feixe de fibras de associação inter-hemisféricas. A comissura anterior apresenta fibras que une os bulbos e tratos olfatórios, e fibras que liga os dois lobos temporais. Lâmina terminal – situada entre a comissura anterior, acima, e quiasma óptico, abaixo. É uma delgada lâmina de substância branca que une os dois hemisférios e constitui o limite anterior do terceiro ventrículo. Fórnice – é um feixe de fibras que dificilmente é visualizado em toda sua extensão. Em corte sagital, observa-se o fórnice emergindo abaixo do esplênio do corpo caloso, onde se une em parte de seu trajeto com o fórnice oposto, constituindo o corpo do fórnice. A partir de seu corpo, o fórnice separa-se nas pernas do fórnice, posteriormente, e nas colunas do fórnice, anteriormente. As pernas do fórnice estão conectadas ao hipocampo enquanto que as colunas do fórnice cruzam a parede lateral do terceiro ventrículo para terminar em neurônios situados no corpo mamilar, desta forma, o fórnice é um conjunto de fibras que se projetam da área cortical do hipocampo aos núcleos mamilares do hipotálamo, integrando o circuito de Papez, parte do sistema límbico (controle das emoções). Septo pelúcido – situado entre o corpo caloso e o fórnice. É constituído por duas delgadas lâminas de tecido nervoso que delimitam uma cavidade muito estreita, a cavidade do septo pelúcido. O septo pelúcido separa os cornos anteriores dos ventrículos laterais, constituindo seus limites mediais. Sulco do corpo caloso – começa abaixo do rostro do corpo caloso, contorna o joelho, tronco e esplênio do corpo caloso, onde continua, no lobo temporal com o sulco do hipocampo. Sulco do cíngulo – tem curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é separado pelo giro do cíngulo. Termina bifurcando-se em dois ramos: ramo marginal do sulco do cíngulo que se dirige em direção à margem superior do hemisfério cerebral, e o sulco subparietal que é a continuidade do sulco do cíngulo posteriormente. Sulco paracentral – é perpendicular ao sulco do cíngulo e anterior e paralelo ao seu ramo marginal. Este sulco, anteriormente, juntamente com o sulco do cíngulo, inferiormente, e o ramo marginal do sulco do cíngulo, posteriormente, delimitam uma área denominada lóbulo paracentral. FACE MEDIAL DO HEMISFÉRIO CEREBRAL LOBO FRONTAL Giro do cíngulo – contorna o corpo caloso, entre o sulco do corpo caloso e os sulcos do cíngulo e subparietal, sua porção anterior situa-se no lobo frontal e sua porção posterior no lobo parietal. Está ligado ao giro parahipocampal pelo istmo do giro do cíngulo, que é posterior ao esplênio do corpo caloso. O giro do cíngulo é percorrido por um feixe de fibras, o fascículo do cíngulo que conecta sua área cortical à aquela do giro parahipocampal, fazendo parte do circuito de Papez, relacionado com o controle das emoções. Área septal – é a região situada abaixo do rostro do corpo caloso, adiante da comissura anterior e lâmina terminal. Compreende grupos de neurônios, conhecidos como núcleos septais. A área septal possui conexões amplas e complexas, destacamos suas projeções para o hipotálamo e formação reticular, através do feixe prosencefálico medial. É considerada uma área límbica relacionada com o centro do prazer. Giro frontal medial – é a face medial do giro frontal superior, que nesta face medial é delimitado pelo sulco do cíngulo, inferiormente, e o sulco paracentral, posteriormente. A porção posterior deste giro, situada anteriormente ao sulco paracentral, corresponde à área 6 de Brodmann, que é contínua com a homóloga na face súpero-lateral, estando associada com a área motora suplementar que é uma área motora secundária, relacionada com o planejamento motor. Lóbulo paracentral – delimitado pelo sulco paracentral, anteriormente, sulco do cíngulo, inferiormente, e ramo marginal do sulco do cíngulo, posteriormente. Recebe esta denominação devido à relação que apresenta com o sulco central cuja extremidade superior termina aproximadamente em seu meio. O lóbulo paracentral pertence aos lobos frontal e parietal, sendo a região situada anteriormente ao sulco central, denominada giro paracentral anterior, pertencente ao lobo frontal, que está relacionada com a área motora primária da perna e pé; a região situada posteriormente ao sulco central, denominada giro paracentral posterior, pertence ao lobo parietal, que está relacionada com a área somestésica primária da perna e pé. LOBO PARIETAL Giro do cíngulo Lóbulo paracentral Pré-cúneo – região situada entre o ramo marginal do sulco do cíngulo, anteriormente, sulco subparietal, inferiormente, e sulco parietoccipital, posteriormente. Está relacionada em sua porção anterior com a área somestésica secundária que é contínua com a homóloga no lóbulo parietal superior na face súpero-lateral. LOBO OCCIPITAL Sulco parietoccipital – é o limite entre os lobos parietal e occipital e forma um ângulo agudo com o sulco calcarino. Sulco calcarino – inicia-se inferiormente ao esplênio do corpo caloso e possui um trajeto arqueado em direção ao pólo occipital. Na profundidade deste sulco e em seus lábios, encontramos a área cortical visual primária que corresponde à área 17 de Brodmann. Cúneo – giro complexo, de forma triangular, situado entre os sulcos parietoccipital e calcarino. Seu córtex está associado em grande parte com a área cortical visual secundária, que corresponde às áreas 18 e 19 de Brodmann, que são contínuas com àquelas do lobo occipital na face súpero-lateral. Giro occipitotemporal medial – localizado entre os sulcos calcarino e colateral. Este giro continua-se anteriormente com o giro parahipocampal, situado na face inferior do cérebro e pertecente ao lobo temporal. Seu córtex está relacionado com a área cortical visual primária e secundária, que corresponde, respectivamente, às áreas 17 e 18 de Brodmann. Giro occipitotemporal lateral - localizado entre os sulcos colateral e occipitotemporal. Este giro continua-se anteriormente no lobo temporal, lateralmente ao giro parahipocampal. Seu córtex está relacionado em sua porção occipital, com a área cortical visual secundária, que corresponde às áreas 18 e 19 de Brodmann. FACE INFERIOR DO HEMISFÉRIO CEREBRAL LOBO TEMPORAL Giro temporal inferior – situado entre os sulcos temporal inferior na face súpero-lateral do hemisfério e occipitotemporal na face inferior do cérebro. Este giro forma a margem ínferolateral do hemisfério cerebral. Giro occipitotemporal lateral - localizado entre os sulcos occipitotemporal e colateral. Este giro continua-se posteriormente no lobo occipital, lateralmente ao giro occipitotemporal medial. Sulco colateral – inicia-se próximo ao pólo occipital e se dirige para frente, delimitando com o sulco calcarino, o giro occipitotemporal medial, e com o sulco do hipocampo, o giro parahipocampal, cuja porção anterior curva-se sobre o sulco do hipocampo, constituindo o unco. Giro parahipocampal – situado entre os sulcos colateral e do hipocampo, sua porção anterior curva-se sobre o sulco do hipocampo, constituindo o unco. O giro parahipocampal se liga posteriormente com o giro do cíngulo através de um giro estreito, o istmo do giro do cíngulo. A área cortical olfativa primária situa-se na parte anterior do unco e do giro parahipocampal, que corresponde à área 28 de Brodmann. Hipocampo – o hipocampo não é visualizado pela superfície do hemisfério cerebral. É profundo, situado acima do giro parahipocampal, constituindo uma elevação pronunciada no assoalho do corno temporal do ventrículo lateral. É constituído por um tipo muito antigo de córtex (arquicórtex) e faz parte do sistema límbico, tendo importantes funções psíquicas relacionadas com o comportamento emocional e memória. O hipocampo liga-se às pernas do fórnice por um feixe de fibras, a fímbria do hipocampo. LOBO FRONTAL Sulco olfatório – sulco profundo e de direção ântero-posterior, aloja o bulbo e trato olfatórios. Giro reto – situado medialmente ao sulco olfatório e continua dorsalmente como giro frontal superior. Sulcos e giros orbitários – são sulcos e giros irregulares situados lateralmente ao sulco olfatório, recebem esta denominação por estarem relacionados com a parte orbital do osso frontal, que constitui o teto da órbita. Bulbo olfatório – o bulbo olfatório é uma dilatação ovóide de substância cinzenta situado sobre a lâmina cribriforme do osso etmóide. No bulbo olfatório chegam os filamentos nervosos amielínicos que constituem o nervo olfatório (=I par craniano) que se originam na mucosa olfatória da cavidade do nariz, e após atravessarem os forames da lâmina cribriforme fazem sinapse com o neurônio II da via olfatória. Trato olfatório – é um feixe de fibras nervosas mielínicas que se dirigem posteriormente partindo do bulbo olfatório. Bulbo e trato olfatórios localizam-se no sulco olfatório. Estrias olfatórias lateral e medial – o trato olfatório bifurca-se posteriormente constituindo as denominadas estrias olfatórias que delimitam uma área triangular, o trígono olfatório. Admitese que os impulsos olfatórios conscientes sigam as fibras nervosas que constituem a estria olfatória lateral que termina na área cortical olfativa, situada na parte anterior do unco e do giro parahipocampal, que corresponde à área 28 de Brodmann; os impulsos olfatórios que seguem pela estria olfatória medial chegam no córtex da área septal. Substância perfurada anterior – situada entre o trígono olfatório, anteriormente, e trato óptico, posteriormente. É uma área contendo vários pequenos orifícios para passagem de vasos. LOBO LÍMBICO Alguns autores consideram como lobo límbico, a disposição continuada das seguintes formações telencefálicas que circundam estruturas inter-hemisféricas: giro do cíngulo – istmo do giro do cíngulo – giro parahipocampal – unco, e que estão relacionadas com o comportamento emocional e o controle do sistema nervoso autônomo. VENTRÍCULO LATERAL Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo o líquido cerebrospinal (=líquor), os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o terceiro ventrículo pelo respectivo forame interventricular. Exceto por este forame, cada ventrículo é uma cavidade completamente fechada, apresentando uma parte central e três cornos que correspondem aos três pólos do hemisfério cerebral. As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e temporal são, respectivamente, os cornos anterior, posterior e inferior. Com exceção do corno inferior, todas as partes do ventrículo lateral têm o teto formado pelo corpo caloso, cuja remoção expõe a cavidade ventricular. O plexo corióide da parte central do ventrículo é contínuo com àquele do terceiro ventrículo através do forame interventricular, e atinge o corno inferior. Os cornos anterior e posterior não apresentam plexo corióide. NÚCLEOS DA BASE Núcleo caudado – É uma massa volumosa de substância cinzenta, relacionada em toda a sua extensão com o ventrículo lateral. Sua extremidade anterior, dilatada, constitui a cabeça do núcleo caudado que continua com o corpo do núcleo caudado e segue afilando-se para constituir a cauda do núcleo caudado. Núcleo lentiforme – não aparece na superfície ventricular, situando-se profundamente no interior do hemisfério cerebral. Medialmente relaciona-se com a cápsula interna que o separa do núcleo caudado e tálamo; lateralmente relaciona-se com substância branca e claustrum que o separa do córtex da ínsula. O núcleo lentiforme é dividido por uma fina lâmina de substância branca, a lâmina medular lateral, em putâmen lateralmente e globo pálido medialmente. O globo pálido é subdividido em partes externa e interna pela lâmina medular medial. Corpo estriado – reúne o núcleo caudado, putâmen e globo pálido. Sabe-se hoje que as funções do corpo estriado são exercidas através de um circuito básico (córtex cerebral – corpo estriado (núcleo caudado + putâmen) – globo pálido – tálamo (núcleos ventromedial e ventrolateral) – córtex motor secundário – córtex motor primário – trato corticospinal e trato corticonuclear). Tem-se assim um mecanismo através do qual informações originadas em diversas áreas corticais, após processadas no corpo estriado influenciam a atividade motora somática através dos tratos corticospinal e corticonuclear, função importante no planejamento motor. Entre os circuitos subsidiários que coordenam e modulam o circuito básico, dois são especialmente importantes, àqueles realizados pela ação dos neurônios da substância negra (nigro-estriato-nigral) e pelos neurônios do núcleo subtalâmico (pálido-subtálamo-palidal). Claustro – É uma delgada calota de substância cinzenta separada do córtex da ínsula lateralmente pela cápsula extrema, e do núcleo lentiforme medialmente, pela cápsula externa. Corpo amigdalóide – É uma massa esferóide de substância cinzenta situada no pólo temporal do hemisfério cerebral, em relação com a cauda do núcleo caudado; fazendo parte do sistema límbico, é um importante centro regulador do comportamento sexual e da agressividade. Os núcleos accumbens e basal de Meynert são de difícil visualização nas peças anatômicas, mas igualmente importantes, merecendo uma revisão na literatura adotada. Cápsula interna – é um grande feixe de fibras que separa o tálamo e núcleo caudado, situado medialmente, do núcleo lentiforme, lateralmente. Acima, a cápsula interna continua-se com a coroa radiada, e abaixo com a base do pedúnculo cerebral. Distinguem-se na cápsula interna três partes: ramo anterior, joelho e ramo posterior da cápsula interna. Pela cápsula interna passa fibras que saem ou que entram no córtex cerebral MENINGES Dura-máter – parte encefálica – Formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, contendo vasos e nervos. Esta difere da dura-máter espinal por ser formada por dois folhetos: externo e interno, dos quais, o folheto interno é contínuo com a dura-máter espinal. Sendo o folheto externo aderido ao crânio, não existe no encéfalo um espaço peridural como na medula espinal. Sua fonte de nutrição provém principalmente da artéria meníngea média. Artéria meníngea média – Ramo da artéria maxilar da face, penetra no crânio pelo forame espinhoso e se ramifica entre o folheto externo da dura-máter e o crânio, no qual deixa inúmeras impressões, os sulcos da artéria meníngea média. A lesão deste vaso é responsável pela maioria dos hematomas extradurais (hemorragia entre o folheto externo da dura-máter e ossos do crânio). Pregas da dura-máter – parte encefálica Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar as pregas que dividem a cavidade do crânio em compartimentos que se comunicam. Foice do cérebro – É um septo vertical mediano em forma de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro separando os dois hemisférios cerebrais. Tentório do cerebelo – Projeção para frente como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. Divide a cavidade craniana em um compartimento supratentorial, e outro infratentorial. Incisura do tentório – É a margem anterior e livre do tentório do cerebelo que se ajusta ao mesencéfalo. Em certas circunstâncias esta incisura pode lesar o mesencéfalo e os nervos oculomotor e troclear, que nele se originam. Foice do cerebelo – Pequeno septo vertical mediano, situado abaixo do tentório do cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares. Diafragma da sela – Pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela turca, deixando apenas um orifício para a passagem do infundíbulo (que conecta o hipotálamo à hipófise). ARACNÓIDE-MÁTER – PARTE ENCEFÁLICA GRANULAÇÕES ARACNÓIDEAS CISTERNAS SUBARACNÓIDEAS CISTERNA CEREBELOBULBAR POSTERIOR OU MAGNA CISTERNA DA FOSSA LATERAL DO CÉREBRO *TER IDÉIA DE LOCALIZAÇÃO PIA-MÁTER – PARTE ENCEFÁLICA TELA E PLEXOS CORIÓIDEOS DOS VENTRÍCULOS VASCULARIZAÇÃO DO S.N.C. ARTÉRIAS DO ENCÉFALO: CARÓTIDA INTERNA* CEREBRAL MÉDIA* CEREBRAL ANTERIOR* COMUNICANTE ANTERIOR* VERTEBRAL BASILAR* CEREBELARES SUPERIOR E INFERIOR CEREBRAL POSTERIOR* COMUNICANTE POSTERIOR * *CONSTITUEM O CÍRCULO ARTERIAL DO CÉREBRO. VEIAS DO CÉREBRO: VEIAS CEREBRAIS SUPERFICIAIS VEIAS CEREBRAIS PROFUNDAS: Ex. VEIA CEREBRAL MAGNA SEIOS DA DURA-MÁTER: SEIO SAGITAL SUPERIOR SEIO SAGITAL INFERIOR SEIO RETO SEIO TRANSVERSO SEIO SIGMÓIDEO CONFLUÊNCIA DOS SEIOS SEIO CAVERNOSO PLEXOS NERVOSOS E NERVOS INTERCOSTAIS Plexo Cervical É constituído pelos ramos ventrais dos nervos espinais C1 – C4, eventualmente, o ramo ventral de C5. Os gânglios cervicais do tronco simpático enviam ao plexo cervical, através dos ramos comunicantes cinzentos, fibras eferentes pós-ganglionares que se destinam à inervação do tecido glandular e musculatura lisa da pele e vasos da região de distribuição dos nervos deste plexo. Alça cervical – é constituída por fibras nervosas de C1, C2 e C3; seus ramos destinam-se, principalmente, aos músculos infra-hióideos (esterno-hióideo, omo-hióideo, esternotireóideo e tireo-hióideo) situados no trígono cervical anterior. A alça cervical está situada anterolateralmente à bainha carótica, que após dissecação, aparece junto à veia jugular interna. Nervo frênico – constituído principalmente por fibras nervosas de C4, podendo receber fibras de C3 e/ou C5. No pescoço, situa-se anteriormente ao músculo escaleno anterior, cruza a artéria subclávia, anteriormente, e veia subclávia, posteriormente. Na cavidade torácica é observado, em ambos os lados, entre a pleura mediastinal e pericárdio, anteriormente à raiz pulmonar. Dá suprimento motor ao músculo diafragma e inerva a pleura mediastinal e pericárdio. Plexo Braquial É constituído pelos ramos ventrais dos nervos espinais C5 – C8 e pela maior parte do ramo ventral de T1, eventualmente, por fibras nervosas provenientes dos ramos ventrais dos nervos espinais C4 e/ou T2; estes ramos ventrais formam as raízes do plexo braquial, que passam entre os músculos escalenos anterior e médio; os gânglios cervicais médio e inferior e gânglios torácicos do tronco simpático enviam às raízes do plexo braquial, através dos ramos comunicantes cinzentos, fibras eferentes pós-ganglionares que se destinam à inervação do tecido glandular e musculatura lisa da pele e vasos da região de distribuição dos nervos colaterais e terminais deste plexo. Na base do pescoço, na região cervical lateral, as raízes do plexo braquial unem-se para formar os troncos do plexo braquial, constituindo a parte supraclavicular do plexo. Tronco superior – formado pela união das raízes C5 e C6. Tronco médio – formado pela continuidade da raiz C7. Tronco inferior – formado pela união das raízes C8 e T1. Em seu trajeto sob a clavícula, cada tronco do plexo braquial bifurca-se em divisões anterior e posterior que formam os fascículos do plexo braquial. As divisões anteriores e posteriores suprem, respectivamente, os compartimentos anteriores (flexores) e compartimentos posteriores (extensores) do membro superior. Fascículo lateral – formado pela união das divisões anteriores dos troncos superior e médio. Fascículo medial – formado pela continuidade da divisão anterior do tronco inferior. Fascículo posterior – formado pela união das divisões posteriores dos três troncos. Os fascículos lateral, medial e posterior constituem a parte infraclavicular do plexo braquial, e apresentam esta nomenclatura devido à relação íntima com a terceira parte da artéria axilar. Ramos supraclaviculares do plexo braquial Nervo torácico longo – origina-se dos ramos ventrais de C5, C6 e C7, passa pelo ápice da axila e corre junto à parede torácica suprindo o músculo serrátil anterior. Ramos infraclaviculares do plexo braquial Ramos do fascículo lateral Nervo musculocutâneo – um dos ramos terminais do fascículo lateral; recebe fibras nervosas de C5, C6 e C7, perfura o músculo coracobraquial e cruza obliquamente o braço, entre os músculos bíceps braquial e braquial; durante seu trajeto, inerva estes músculos do compartimento anterior do braço, e continua no antebraço como nervo cutâneo lateral do antebraço, que fornece inervação cutânea da região anterolateral do antebraço. Raiz lateral do nervo mediano – outro ramo terminal do fascículo lateral que se une à raiz medial para formar o nervo mediano. Ramos do fascículo medial Nervo ulnar – um dos ramos terminais do fascículo medial, recebe fibras nervosas de C8 e T1, eventualmente de C7; percorre o braço medialmente sem emitir ramificações, passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero, penetra no antebraço entre os músculos flexor ulnar do carpo e flexor profundo dos dedos, sendo acompanhado pelos vasos ulnares, penetra na região palmar passando pelo túnel ulnar, emite vários ramos, entre eles, os ramos dorsal e palmar, terminando nos ramos profundo e superficial. Deste último, os nervos digitais palmares comuns, que emitem os nervos digitais palmares próprios. No antebraço, inerva o músculo flexor ulnar do carpo e parte do músculo flexor profundo dos dedos para o 4º e 5º dedos; na mão, inerva os seguintes músculos: abdutor do dedo mínimo, flexor curto do dedo mínimo, oponente do dedo mínimo (região hipotênar), interósseos dorsais e palmares, 3º e 4º lumbricais e adutor do polegar. Sua inervação cutânea compreende a pele da face medial das regiões palmar e dorsal da mão, metade medial das faces palmar e dorsal do 4º dedo e todo 5º dedo. Raiz medial do nervo mediano – outro ramo terminal do fascículo medial que se une à raiz lateral para formar o nervo mediano. Nervo mediano – formado pela união das raízes lateral e medial, recebe fibras nervosas de C5, C6, C7, C8 e T1. Passa pelo braço, acompanhado pelos vasos braquiais, sem emitir ramificações; atravessa a fossa cubital medialmente aos vasos braquiais, passa entre as cabeças do músculo pronador redondo, percorre o antebraço profundamente ao músculo flexor superficial dos dedos; próximo ao punho, situa-se posteriormente ao tendão do músculo palmar longo, entre os tendões dos músculos flexor superficial dos dedos e flexor radial do carpo, atravessa o túnel do carpo penetrando na região palmar, emitindo os nervos digitais palmares comuns e destes os nervos digitais palmares próprios. Na fossa cubital emite o nervo interósseo anterior que passa anteriormente à membrana interóssea, entre os músculos flexor longo do polegar e flexor profundo dos dedos, alcançando o músculo pronador quadrado. No antebraço, inerva os seguintes músculos: pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor superficial dos dedos, flexor longo do polegar, parte do músculo flexor profundo dos dedos para o 2º e 3º dedos e pronador quadrado. Na mão, inerva os músculos abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar, oponente do polegar (região tênar) e 1º e 2º lumbricais. Sua inervação cutânea compreende a pele da face lateral da região palmar, face palmar dos 1º, 2º e 3º dedos, metade lateral da face palmar do 4º dedo e dorso das metades distais destes dedos. Ramos do fascículo posterior Nervo toracodorsal Nervo axilar Nervo radial NERVOS INTERCOSTAIS (Ramos ventrais de T1 – T12) Nervos intercostobraquiais Nervo subcostal PLEXO LOMBOSSACRAL (Ramos ventrais de L1, L2, L3, L4, L5, S1, S2 e S3) Plexo lombar (Ramos ventrais de L1, L2, L3 e L4 e fibras de T12) Nervo cutâneo femoral lateral Nervo obturatório Nervo femoral Plexo sacral (Ramos ventrais de L4, L5, S1, S2 e S3 e fibras de S4) Nervo pudendo Nervo isquiático Nervo fibular comum Nervo tibial PLEXO COCCÍGEO (Ramos ventrais de S4, S5 e Co1) COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO CONCEITO: É o conjunto de estruturas responsáveis pela origem e pela condução do estímulo necessário para o desempenho da função cardíaca. NÓ SINOATRIAL Terminologia: sinusal, sinuatrial, marcapasso, pacemaker, Keith e Flack, sinu-auricular e ultimus moriens. Descobrimento: Keith e Flack (1907). Localização: na junção anterolateral da veia cava superior com o átrio direito, no ponto de encontro de três (3) linhas que passam pela: margem superior da aurícula direita, margem lateral da veia cava superior e sulco terminal (corresponde internamente à crista terminal). Irrigação: artéria do nó sinoatrial (ramo da artéria coronária direita em 58% ou ramo da artéria circunflexa que é ramo da artéria coronária esquerda em 42%). CONDUÇÃO INTERATRIAL E INTERNODAL A condução do impulso através da parede atrial é ainda controversa, apresentamos as hipóteses que procuram explicar esta condução: através de feixes especiais contínuos e descontínuos; a) propagação radial através da musculatura atrial; b) propagação preferencial por caminhos específicos. Feixes Internodais Feixe Internodal Anterior: Origina-se no nó sinoatrial, passa por diante da desembocadura da veia cava superior, continua pela parede superior do átrio direito até atingir o septo interatrial, onde divide-se em dois (2) ramos. Um ramo dirige-se à parede do átrio esquerdo e, o outro ramo apresenta um trajeto descendente através da porção mais anterior do septo interatrial, terminando no nó atrioventricular. Feixe Internodal Médio: Origina-se no nó sinoatrial, passa posteriormente à desembocadura da veia cava superior, cruza obliquamente a parede atrial entre as veias cavas superior e inferior em direção ao septo interatrial. No septo, apresenta um trajeto descendente e anterior à fossa oval, terminando no nó atrioventricular. Feixe Internodal Posterior: Origina-se no nó sinoatrial, penetra na espessura da crista terminal, a qual percorre toda extensão, passando depois, entre os óstios de desembocadura do seio coronário e da veia cava inferior, terminando no nó atrioventricular. NÓ ATRIOVENTRICULAR Terminologia: nó de Aschoff e Tawara, nó de Tawara e nó AV. Descobrimento: Tawara (1906). Localização: na porção inferior do septo interatrial, em sua face direita, ou seja, voltada para o átrio direito; no trígono delimitado pelo óstio de desembocadura do seio coronário, óstio de desembocadura da veia cava inferior e pela inserção da cúspide septal da valva atrioventricular direita (=tricúspide) no anel fibroso direito. Irrigação: artéria coronária direita em 90% ou artéria interventricular anterior ramo da artéria coronária esquerda em 10%. FEIXE ATRIOVENTRICULAR Terminologia: fascículo atrioventricular, feixe de His e feixe de Kent. Descobrimento: Kent e His Jr. (1893). Localização: porção inferior e anterior da face direita do septo interatrial, atravessa o trígono fibroso direito para em seguida, ocupar a parte direita da porção membranácea do septo interventricular. Divisões: ramos direito e esquerdo CONDUÇÃO VENTRICULAR Ramo Direito do Feixe Atrioventricular Descobrimento: Tawara (1906). Localização: parte direita da porção muscular do septo interventricular. Na porção alta do septo é intramuscular, tornando-se subendocárdico a partir do terço médio, sendo às vezes visível, acompanhando a trabécula septomarginal. Ramo Esquerdo do Feixe Atrioventricular Descobrimento: Tawara (1906). Localização: perfura a porção membranácea do septo interventricular, ocupando a parte esquerda da porção muscular deste septo, onde é subendocárdico em toda sua extensão, fato que o torna visível na maioria das vezes. Ramos Subendocárdicos Terminologia: rede subendocárdica e rede de Purkinje. Descobrimento: Purkinje (1839). Localização: os ramos subendocárdicos estão incluídos nas trabéculas cárneas de ambos os ventrículos, é possível encontrá-los também isolados. Vias Acessórias Constituem as bases morfológicas da pré excitação. a) conexões atrioventriculares acessórias: feixes atriovalvares e ventriculovalvares (Paladino) feixe atrioventricular lateral direito (Kent) feixe acessório posterior (Kent; Rosembaum) b) Conexões nó atrioventricular e feixe atrioventricular (Manhain) c) Bypass feixe internodal posterior e feixe atrioventricular. FATORES BIODINAMICOS DA CIRCULAÇÃO VENOSA Prof. Dr. José Carlos Prates GENERALIDADES: As veias não pulsam, e quando seccionadas, a hemorragia não ocorre em esguicho, devido a sua pequena pressão. A pressão arterial tomada nas artérias de grande e médio calibres está ao redor de 120mm/Hg, e é mantida por vários fatores: a) ação de bomba premente do ventrículo esquerdo; b) elasticidade das paredes arteriais; c) resistência oferecida pelas arteríolas; d) viscosidade do sangue; e) quantidade de sangue no sistema arterial; Contudo, tanto a pressão quanto a vasão no sistema venoso, estão sujeitas a variações, sendo afetadas pelos seguintes fatores: 01. VIS A TERGO (FORÇA DE TRÁS) A contração do ventrículo esquerdo vai se transmitindo ao sistema arterial, cujos condutores são elásticos e capazes de se dilatarem para conter um maior volume de sangue e, assim permitir que o fluxo sangüíneo se faça de maneira contínua. O sangue ao chegar nas arteríolas encontra uma resistência à sua vasão, e ao atingir a rede capilar, decresce de 50 a 60 mm/Hg. Ao passar da extremidade arteriolar para a venular do capilar, a pressão sangüínea decresce, chegando entre 15 a 20 mm/Hg. Então a vis a tergo está representada pela pressão residual que chegou pelos capilares arteriais e continua-se nos capilares venosos (5mm/Hg). 02. VÁLVULAS São pregas da camada interna ou íntima das veias, e em geral são em número de duas cúspides, ocasionalmente, o conjunto valvar está constituído por três válvulas, e às vezes apenas uma válvula. As margens livres das válvulas estão dirigidas para o coração e desta forma direcionam a corrente sangüínea e impedem seu refluxo, principalmente nos membros inferiores, compensando em parte a ação desfavorável da gravidade. Quanto à localização, as válvulas podem ser: Parietais, quando situadas ao longo das veias, principalmente dos membros superiores e inferiores e; Ostiais, quando situadas na desembocadura de veias tributárias, como por exemplo, na croça da veia safena magna ao desembocar-se na veia femoral. As válvulas são mais numerosas nas veias dos membros superiores e inferiores. Estão ausentes na maioria das veias do tronco, incluindo as dos sistemas portahepático e vertebral, e em geral, nas veias próximas do coração, como: veias cavas inferior e superior, ázigos, braquiocefálicas, subclávias e jugulares internas e externas. 03. VIS A LATERALIS (PULSAÇÃO DAS ARTÉRIAS) Com poucas exceções, as veias profundas acompanham as artérias. A maioria das veias profundas que acompanham as artérias no antebraço, braço, abaixo do joelho e em poucas outras localizações, são duplas, portanto, satélites às artérias. Estes feixes vasculares (artéria e veias) estão envoltos por uma bainha conectiva; esta bainha é constituída por feixes conectivos que enlaçam a artéria e as veias, passando alternadamente da face anterior de um vaso para a face posterior do outro; além destes feixes conectivos, há outros que envolvem o anterior superficialmente, como uma bainha comum. Deste modo, o feixe vascular encontra-se no interior de um estojo conectivo elástico pouco distensível (Von Lanz e W. Wachsmuth), dentro do qual as pulsações arteriais se transmitem às veias vizinhas. As pulsações arteriais agem sobre as paredes venosas e o sangue contido no seu interior segue a direção determinada pelas válvulas. As veias superficiais são independentes de artérias. A pulsação arterial favorece a circulação venosa nas veias profundas que, também repercute nas veias superficiais, uma vez que as veias profundas e superficiais estão em conexão através das veias perfurantes. Há dois tipos de veias perfurantes: Diretas, são aquelas que passam diretamente de uma veia superficial para uma veia profunda e, Indiretas, aquelas que conectam uma veia superficial à uma veia muscular, e esta desembocando em uma veia profunda. Nas veias perfurantes, as válvulas estão presentes e orientam a corrente sangüínea no sentido das veias superficiais para as veias profundas, sendo que, nas veias perfurantes diretas as válvulas estão presentes na junção com a veia profunda e nas proximidades de sua origem na veia superficial. 04. CONTRAÇÃO MUSCULAR Os interstícios musculares são vias vásculo-nervosas, isto é, vias de passagem dos troncos vasculares e nervosos profundos. Dada esta íntima relação, os vasos profundos sofrem a influência da atividade dos músculos vizinhos. Os músculos esqueléticos ao se contrairem, espremem o conteúdo venoso, obrigando-o a se deslocar no sentido centrípeto que é imposto pelas válvulas. Esta massagem efetuada pelos músculos processa-se em sentido da corrente, uma vez que as contrações ocorrem da parte distal para a proximal dos segmentos dos membros inferiores, principalmente. Também as veias das vísceras tubulares são comprimidas durante o movimento peristáltico ou quando ocorre aumento de volume. A bainha dos vasos, especialmente das veias, recebe feixes de fibras conectivas e mesmo fascículos carnosos que provêm dos músculos vizinhos, através dos quais os músculos em contração exercem tração sobre as paredes das veias. 05. FÁSCIA MUSCULAR Principalmente nos membros inferiores, as fáscias musculares comportam-se como verdadeiras meias elásticas. O firme revestimento fascial da perna auxilia o retorno venoso. Os músculos da região posterior da perna, principalmente o músculo sóleo, se encheriam de sangue se não houvesse o vigoroso revestimento proporcionado pela fáscia. 06. ANASTOMOSE ARTERÍOLO-VENULAR O sangue nem sempre passa por uma rede capilar ao ser transportado de uma arteríola para uma vênula. Em certas regiões do corpo humano, há anastomoses arteríolovenulares que são desvios a montante dos capilares. Entre outras funções as AAV quando dão uma vasão aumentada produzem uma elevação da pressão venosa, a qual por sua vez auxilia a volta do sangue ao coração. 07. GRAVIDADE O efeito da gravidade cria uma pressão hidrostática que favorece a progressão do sangue nas veias situadas acima do coração, ou seja, em grande parte do território de drenagem da veia cava superior. 08. MUSCULATURA LISA DAS VEIAS Sabemos que de uma maneira em geral as veias têm sua túnica média delgada, contendo menos tecido muscular liso, assim como tecido elástico. Com a posição ereta e à medida que vão surgindo solicitações de ordem mecânica, hidrostática, principalmente nos membros inferiores, as veias vão adquirindo características próprias. Em certos distritos, graças ao mesênquima existente em potencial, como uma reserva indefinida, certas veias apresentam uma musculatura lisa considerável, que lhes dão uma capacidade contrátil. Como exemplo citaremos, a veia femoral no trígono femoral, que tem uma arquitetura diferente daquela apresentada na sua porção intermuscular (Canal dos adutores). 09. CORAÇÃO VENOSO PLANTAR (SILVA SANTOS) No tecido subcutâneo da planta dos pés vamos encontrar uma rica rede venosa, que recebeu o nome de sola venosa de Lejars, e funcionaria segundo Silva Santos, como um coração venoso. Durante a marcha (deambulação), este plexo venoso situado no subcutâneo se enche de sangue na fase de oscilação, lembrando a uma diástole, e na fase de estação, este plexo é comprimido, fazendo com que o sangue siga em direção às veias da perna, principalmente as veias tibiais posteriores, lembrando a uma sístole. 10. VIS A FRONTE (FORÇA DA FRENTE) Hoje sabemos que a diástole cardíaca não é um fenômeno passivo, mas sim ativo. O deslocamento do plano valvular (von Spee Benninghoff) em direção ao ápice do coração, distende os átrios fixados pela chamada cruz venosa do coração. Assim sendo, os átrios exercem uma certa ação aspiradora sobre o sangue contido nos sistemas cavas. Também a pressão intra-torácica, que é normalmente inferior à da atmosfera, exerce uma ação de aspiração, favorecendo a circulação venosa, principalmente nas veias cava inferior, hemiázigo e ázigo. SISTEMA LINFÁTICO Conceito: É o conjunto de estruturas responsáveis pela formação e pelo transporte da linfa e, pela defesa do nosso organismo mediante mecanismos imunológicos. Histórico: Aselli, 1662 (vasos linfáticos) Pecquet, 1651 (cisterna do quilo) Malpighi, 1661 (capilares). Funções: a) b) c) d) Absorção e transporte de macromoléculas proteicas e gorduras; Limpeza do interstício celular; Produção, maturação ou transformação de linfócitos, plasmócitos e macrófagos; Defesa do organismo através de linfócitos, filtração da linfa e anticorpos. Constituição: a) Continente – conjunto de condutos de diferentes calibres; b) Conteúdo – líquido chamado linfa; c) Órgãos linfóides – estruturas anexas ou interpostas ao continente. a) Continente São os condutores encarregados de recolher a linfa do espaço intersticial, transportá-la e lançá-la nas grandes veias do pescoço Componentes: Capilar linfático: podem ser abertos na extremidade intersticial com fibras elásticas regulando a entranda da linfa ou fechados “em dedos de luva”. Rede capilar de origem: entrecruzamento de capilares anastomosados imersos no espaço intersticial. Pré-coletor: pequenos condutores interpostos entre a rede capilar de origem e os vasos linfáticos. Vasos linfáticos: paredes mais finas do que as veias, possuem as três túnicas (íntima, média e adventícia), e numerosas válvulas. Podem ser aferentes, quando penetram no linfonodo, o que fazem por sua curvatura maior (convexidade), ou eferentes, quando deixam o linfonodo, o que é realizado pela curvatura menor (concavidade). Troncos linfáticos: condutos de calibre maior, formados pela reunião de vasos linfáticos. Coletores linfáticos: são os condutos de maior calibre, formados pela reunião de troncos e vasos linfáticos. Através dos coletores linfáticos, a linfa é lançada nas grandes veias do pescoço. No organismo humano existem 2 coletores linfáticos: ducto torácico e o ducto linfático. Ducto torácico Formação: na cisterna do quilo, que é uma dilatação linfática situada anteriormente e à direita da segunda vértebra lombar, formada pela reunião dos seguintes troncos linfáticos: lombares direito e esquerdo e Intestinal. Trajeto: anteriormente à coluna vertebral, de início no lado direito, atravessa o músculo diafragma através do hiato aórtico, coloca-se entre a veia ázigo, à direita, e aorta à esquerda, e posteriormente ao esôfago; ao nível da 5a vértebra torácica, cruza a linha mediana e se coloca à esquerda da coluna vertebral, lateralmente ao esôfago, passa posteriormente ao arco aórtico e artéria subclávia esquerda; já no lado esquerdo do pescoço, recebe como tributários, os troncos jugular e subclávio esquerdos; dilata-se formando a ampola do ducto torácico. Terminação: A ampola do ducto torácico desemboca na junção das veias jugular interna e subclávia esquerdas. Tributários: Além dos troncos jugular e subclávio esquerdos, recebe os troncos provenientes do tórax (tronco broncomediastinal esquerdo), que se apresentam de forma variável quanto à desembocadura no ducto torácico. Drenagem: O ducto torácico drena as regiões do corpo abaixo do músculo diafragma (membros inferiores, pelve e cavidade abdominal) e metades esquerdas da cabeça, pescoço (tronco jugular esquerdo) e tórax (tronco broncomediastinal esquerdo) e, membro superior esquerdo (tronco subclávio esquerdo). Ducto linfático: Formação: Ocorre no lado direito da base do pescoço pela reunião dos seguintes troncos: jugular, subclávio e broncomediastinal direitos. Trajeto: É muito curto, cerca de 1 – 2 cm. Terminação: Desemboca na junção das veias jugular interna e subclávia direitas. Drenagem: Lado direito do tórax (tronco broncomediastinal), da cabeça e pescoço (tronco jugular direito) e membro superior direito (tronco subclávio direito). b) Conteúdo O líquido que circula no interior dos condutos linfáticos é a linfa que procede do líquido intersticial assimilado pelos capilares linfáticos. É de cor levemente amarelada, transparente, faz exceção a linfa intestinal que é branca e leitosa pelo teor em gorduras, denominada quilo. A composição química da linfa é semelhante à do sangue, mas os elementos celulares são diferentes, pela quantidade insignificante de hemácias e pelo número maior de linfócitos. c) Órgãos linfóides Completando o sistema linfático, temos estruturas macroscópicas que se intercalam aos vasos linfáticos, são os linfonodos, ou estão anexos como o baço, timo, tonsilas e a medula óssea. Linfonodos: São estruturas pequenas com a forma e o tamanho de feijão, interpostos no trajeto dos vasos linfáticos, dispostos em grupos de número variável, porém de localização e distribuição constante pelo corpo. Timo: É órgão linfóide situado no mediastino superior e anterior, anteriormente aos grandes vasos do coração, traquéia e pericárdio (em sua porção mais alta). Muito desenvolvido no recém nascido até a puberdade (cerca de 30g), diminui de crescimento com a idade, reduzindo-se a uma pequena massa vestigial a partir da puberdade. É constituído por dois lobos (direito e esquerdo). Baço: Está situado embaixo da cúpula esquerda do músculo diafragma (hipocôndrio esquerdo), apresenta duas faces: visceral (côncava, relaciona-se com o estômago, colo, rim e pâncreas) e diafragmática (convexa, em relação com o diafragma); é irrigado e drenado, respectivamente, pela artéria e veia esplênicas. Além das funções próprias do sistema linfático, é também órgão hemocaterético (destruidor de hemácias que completaram seus ciclos). Tonsilas: Situadas principalmente no início dos sistemas respiratório e digestório. Encontramos as tonsilas faríngea, tubáreas, palatinas e linguais, formando o anel linfático da faringe (=de Waldeyer). Biodinâmica da circulação linfática A linfa, da mesma forma que o sangue no interior das veias, enfrenta dificuldades para circular diante ao obstáculo oferecido pela gravidade. Assim sendo, vários fatores biodinâmicos que auxiliam o retorno venoso, também o fazem para a circulação linfática: vis a tergo, pulsação arterial, contrações musculares, fáscia muscular, vis a fronte, etc. No entanto, os fatores que mais auxiliam a circulação linfática são a substancial musculatura lisa de suas paredes e as numerosas válvulas. O segmento compreendido entre dois conjuntos de válvulas subsequentes constitui o linfônio, que é a unidade de movimento da circulação linfática, pois a musculatura lisa desse segmento impulsiona a linfa para o segmento seguinte que não reflui pela presença das válvulas que o limitam. SISTEMA RESPIRATÓRIO MECÂNICA RESPIRATÓRIA A freqüência respiratória média é de 12 a 14 movimentos respiratórios por minuto e compreende a inspiração, com a entrada do ar e a expiração, a sua saída. O volume médio de ar em cada movimento respiratório gira em torno de 500 ml. Durante a inspiração, o ar penetra pelas vias aéreas até chegar ao alvéolos pulmonares, onde em contato com os capilares sangüíneos provenientes da artéria pulmonar, são realizadas as trocas gasosas ou hematose. A penetração do ar nas vias aéreas pode ser feita com pressão positiva através de aparelhos, como durante os atos cirúrgicos. Em nosso organismo, em situação normal, a entrada do ar submetido à pressão atmosférica é feita através da pressão negativa no interior do tórax, tornando possível a entrada do ar pela diferença de pressões com o meio ambiente. Para tornar a pressão negativa no interior do tórax, principalmente na inspiração, a caixa torácica deve ser ampliada em seus três eixos: longitudinal, sagital e transversal, promovendo assim uma pressão aspirativa. O aumento do eixo ou diâmetro longitudinal ou súpero-inferior da cavidade torácica é determinado pela contração do músculo diafragma, que devido a posição especial de seu centro tendíneo, abaixa suas cúpulas em direção ao abdome. É o movimento predominante no sexo masculino (respiração abdominal). O aumento do eixo ou diâmetro sagital ou ântero-posterior da cavidade torácica, é determinado pelo movimento das costelas em torno de um eixo transversal, que passa pelo centro das articulações costotransversárias e costovertebrais em ambos os lados, principalmente do segundo ao sexto par de costelas. Em conseqüência deste movimento, ocorre a elevação das extremidades anteriores das costelas que levantam e anteriorizam o esterno, determinando assim, o aumento do diâmetro sagital da cavidade torácica. Esse movimento é denominado "braço de bomba", pela semelhança com o movimento das alavancas que puxavam água. É o movimento predominante no sexo feminino (respiração torácica). O aumento do eixo ou diâmetro transversal ou látero-lateral da cavidade torácica, é determinado pelo movimento das costelas em torno de um eixo oblíquo, que passa pelo centro das articulações costotransversárias e costovertebrais em ambos os lados, principalmente do sétimo ao décimo par de costelas. Em conseqüência deste movimento, ocorre a elevação dos corpos das costelas, determinando assim, o aumento do diâmetro transversal da cavidade torácica. Esse movimento é denominado "alça de balde", pela semelhança com levantamento da alça de um balde. As paredes da cavidade torácica dilatadas e o músculo diafragma abaixado, levam consigo a pleura parietal aderida às paredes e ao diafragma; a pleura visceral acompanha a pleura parietal a qual está aderida pela película de líquido pleural (experiência dos vidros planos com água), e como o pulmão está ligado `a pleura visceral, expande-se, tornando negativa a pressão em seu interior, permitindo a entrada do ar. A expiração poderia até dispensar os músculos expiratórios, uma vez que atingido o ápice da inspiração, o pulmão normalmente tenderia a voltar à sua situação anterior pela sua elasticidade.