CHECK LIST PRELIMINAR DE PLANTAS DE VEGETAÇÃO DE TABULEIROS PRÉ-LITORÂNEOS EM ACARAÚ-CEARÁ. Iara Késia Alves dos Santos1 Francisco Robson Carvalho de Oliveira2 Francisco Gabriel Ferreira Nascimento3 Francisco Diego Sousa Santos4 Ingrid H’Oara Carvalho Vaz da Silva5 Graduanda de Licenciatura em Ciências Biológicas – IFCE campus Acaraú. e-mail: [email protected]; 2 Mestrando em Ecologia e Recursos Naturais (UFC) – Universidade Federal do Ceará. email: [email protected]; 3 Graduando de Licenciatura em Ciências Biológicas – IFCE campus Acaraú. e-mail: [email protected]; 4 Mestrando em botânica (UFRPE) – Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). email: [email protected]; 5 Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFC) – IFCE campus Acaraú. e-mail: [email protected]. 1 A Caatinga ocupa a maior parte do território nordestino do país. É o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. O domínio fitogeográfico da Caatinga abrange um espaço geográfico heterogêneo, ocorrendo diferentes tipos de vegetação. A região litorânea é um exemplo de grupo heterogêneo de fitofisionomias que variam desde vegetação herbácea até matas de tabuleiro, e são classificadas como Complexo Vegetacional da Zona Litorânea. Apesar da sua grande diversidade, a Caatinga é considerada o ecossistema brasileiro mais negligenciado nos mais diversos aspectos em relação à conservação de sua biodiversidade, especialmente quando se trata de vegetação, próxima ao litoral. Portanto são necessários estudos florísticos dessas formações vegetacionais, uma vez que poderão fornecer informações básicas sobre as espécies existentes, conservação da área e subsidiar estudos biológicos subsequentes. Partindo disso, esse trabalho objetiva fazer o levantamento florístico de uma unidade fitoecológica de Complexo Vegetacional da Zona Litorânea (CVZL), a de Mata de Tabuleiro, na cidade de Acaraú-Ce. Para se conhecer a composição florística foram feitas coletas de material botânico que implicam na lista preliminar com as espécies presentes na área de estudo, decorrentes de coletas realizadas entre maio a setembro de 2015, totalizando 5 meses de coletas, através do método de caminhamento. Pelo menos três ramos das plantas que estavam em estágio reprodutivo (flores e frutos), foram coletados durante as caminhadas. Após a coleta o material foi levado ao laboratório de Biologia do Instituto Federal do Ceará (IFCE), onde foi prensado e desidratado em estufa a aproximadamente 60°C. O material foi identificado com a utilização de bibliografias especializadas, consultas a especialistas e pelo método de comparação com outras plantas depositadas em herbário. O levantamento registrou 78 espécies, distribuídas em 29 famílias, e dentre estas a mais representativa foi Fabaceae, seguidas das famílias Convolvulaceae, Asteraceae, Malvaceae, Euphorbiaceae e Acanthaceae. De acordo com as espécies listadas foi possível observar que as famílias mais representativas estão de acordo com outros estudos realizados para áreas semelhantes e também indica a heterogeneidade do ambiente em termos florísticos, pois a flora local apresenta espécies de domínios fitogeográficos distintos, que permite a coexistência de espécies de diferentes em virtude das condições ambientais que dominam a área litorânea cearense. Por fim, este estudo traz informações importantes sobre a flora e apresenta subsídio para outros estudos na área. Entretanto a listagem florística deve agregar espécies ainda não apresentadas neste estudo, uma vez a listagem apresentada é preliminar. Palavras-chave: Caatinga. Complexo Vegetacional da Zona Litorânea. Florística. 1 INTRODUÇÃO A Caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional. É o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta (DRUMOND et al., 2012). Segundo Moro et al. (2015), em um primeiro momento, leva-se a pensar que o estado do Ceará é totalmente coberto pela vegetação de Caatinga, o que facilita o planejamento de políticas públicas para o manejo e conservação da biodiversidade em nível nacional, onde por outro lado obscurece o fato de que cada domínio fitogeográfico abrange um espaço geográfico heterogêneo, onde ocorrem diferentes tipos de vegetação. Na região litorânea, por exemplo, há incidência de um grupo heterogêneo de fitofisionomias que variam desde a vegetação herbácea de pós-praia, passando por matas dunares, manchas de vegetação savânica (cerrados costeiros) até florestas estacionais semidecíduas chamadas localmente de matas de tabuleiro, que se distinguem da Caatinga em relação à composição de espécies e estrutura da vegetação (CASTRO; MORO & MENEZES, 2012). O domínio da Caatinga, por muito tempo foi negligenciada pelos biólogos. Durante a maior parte do século 20, a flora da Caatinga não era considerada rica em espécies e endemismos (SAMPAIO et al., 2002) e por isso foi pouco estudada (SANTOS et al., 2011). Isso foi determinante para a grande atividade antrópica no bioma, que mudou consideravelmente as condições naturais da vegetação. Na ausência de reconhecimento do seu valor de conservação, tem havido um apoio limitado para estudos e para o estabelecimento de reservas naturais no domínio fitogeográfico da Caatinga. Como resultado, essa é uma das regiões naturais menos protegidas do Brasil (CASTELLETTI et al., 2003). Mesmo com os levantamentos florísticos e fitossociológicos ao longo das últimas duas décadas, os estudos foram concentrados em Caatinga strictu sensu, o que torna a região do Complexo Vegetacional da Zona Litorânea (CVZL) ainda pouco conhecida para a literatura. É importante ressaltar que levantamentos florísticos são importantes para o conhecimento da biodiversidade de determinada região, pois tem papel fundamental na definição de estratégias de conservação da biodiversidade, além de ser um subsídio importante para a realização de pesquisa em diversas áreas do conhecimento (VIANI et al., 2011). Partindo disso é de fundamental importância que estudos de levantamentos florísticos sejam realizados em locais desconhecidos cientificamente, pois visam identificar as espécies que ocorrem em uma determinada área geográfica, representando uma importante etapa no conhecimento para um ecossistema por fornecer informações básicas aos estudos biológicos subsequentes (GUEDES-BRUNI et al., 1997). Este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento florístico preliminar das espécies de uma fitofisionomia do Complexo Vegetacional da Zona Litorânea no município de Acaraú, Ceará. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Caracterização da área de estudo O trabalho foi realizado em uma unidade fitoecológica de Mata de Tabuleiro, da fitofisionomia de Complexo Vegetacional de Zona litorânea, conhecido localmente como Piranhas (2º52’27”S, 40º06’27”W), na cidade de Acaraú, no estado do Ceará. O município de Acaraú (2º53’08” S, 40º07’12”W) possui relevo caracterizado como Planície Litorânea e Tabuleiros Pré-litorâneos (IPECE, 2014). A maior parte de sua cobertura vegetal é caracterizada como Complexo Vegetacional de Zona Litorânea, Floresta Mista Dicotilo-Palmácea e Floresta Perenifólia Paludosa Marítima. (IPECE, 2014). O clima da região é do tipo Tropical Quente Semiárido Brando, com pluviosidade anual por volta de 1139,7 mm, sendo o período chuvoso entre os meses de janeiro e abril, com temperaturas médias anuais entre 26º e 28ºC (IPECE, 2014). 2.2 Estudo Florístico Para se conhecer a composição florística da área de Complexo Vegetacional foram feitos levantamentos que implicam na produção de uma lista florística completa com o nome das espécies presentes na área de estudo sem atribuir-lhes qualquer diferença ecológica. (RODAL; SAMPAIO & FIGUEIREDO, 2013). A seleção da área seguiu Rodal, Sampaio & Figueiredo (2013), que afirmam que as áreas de estudo delimitadas devem ser de caráter homogêneo, e com uma vegetação pouco alterada. As coletas das plantas para este estudo foram realizadas entre os meses de abril e agosto de 2015, totalizando cinco, distribuídas entre período chuvoso e período seco. Para a coleta, foram feitas caminhadas aleatórias, tentando abranger o máximo possível da área selecionada, através do método de caminhamento (FIGUEIRAS et al. 1994). Este método consiste em uma coleta de indivíduos aleatórios, onde o pesquisador traça linhas imaginárias na área, percorrendo os trechos lineares. No decorrer dessa caminhada o pesquisador coleta o máximo de espécies possíveis e anota todas as características das mesmas. A coleta de material vegetal seguiu as normas usuais em botânica, as quais sinalizam que o material deve estar em estágio reprodutivo, ou seja, apresentando flores, frutos e sementes, de fundamental importância na identificação das espécies. Foram utilizados, tesoura de poda, sacos plásticos, fita para demarcar o material e caderno de coleta. Neste caderno foram anotadas informações sobre a localização geográfica, o hábito da planta, cor de flores e frutos, entre outras informações observadas em campo. No momento da coleta eram sempre trazidos entre três a cinco galhos da planta no caso de espécies arbustivo/arbóreas, ou a planta inteira, no caso de herbáceas. Após a coleta o material foi levado para o IFCE (Campus Acaraú) para processamento de secagem do material no laboratório de Biologia do Instituto Federal do Ceará. Para tanto foi utilizada prensa de madeira trançada, caixas de papelão cortadas conforme a medida da prensa e folhas de jornais. As plantas eram dispostas em jornais e na montagem da prensa estes eram alternados com pedações de papelão, que dão auxílio na montagem e secagem deste material. O material permanecia em estufa de 3 a 5 dias à 60 ºC. Para identificação as amostras foram utilizadas bibliografias especializadas (QUEIROZ, 2009; SOUZA & LORENZI, 2005), como também o material foi comparado com espécimes em herbários e consulta a especialista através de visitas ao Herbário Professor Francisco José de Abreu Matos (HUVA), localizado na sede da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral. O material foi depositado no HUVA e suas duplicadas ficaram depositadas no laboratório de Biologia Vegetal do IFCE. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O levantamento florístico registrou 78 espécies, distribuídas em 29 famílias (Tabela 1). Nesta área a família mais representativa foi Fabaceae, com 19 espécies, seguida por Convolvulaceae (9), Asteraceae (6), Malvaceae (6), Euphorbiaceae (4) e Acanthaceae (4). Amaral & Lemos (2015) e Castro, Moro & Menezes (2012), também apresentaram a família Fabaceae como a mais rica e algumas das famílias em posições similares, em termos de riqueza de espécies. Em relação aos tipos vegetacionais, as herbáceas representaram 30,8% do total de espécies, trepadeiras constituíram 19,2%, subarbustos 17,9%, e 28,2% é constituído por arbustos. O estrato arbóreo foi representado por 3,8% das espécies amostradas. É importante ressaltar que algumas espécies, sobretudo arbóreas, não foram amostradas por não apresentarem estrutura reprodutiva durante os meses em que ocorreram as coletas. No litoral cearense há uma mistura de espécies que torna difícil a classificação de suas formações. A flora local é constituída por um misto de espécies de diferentes domínios (FERNANDES, 1990; 1998; FIGUEIREDO, 1997). De acordo com as espécies listadas neste estudo é possível observar que há uma heterogeneidade de espécies, que são características de diferentes ecossistemas. Embora algumas espécies da Caatinga tenham sucesso ao explorar os ambientes costeiros, a flora como um todo tende a ser um misto de espécies de diferentes domínios fitogeográficos, que aproveitam as condições climáticas intermediárias para se estabelecer. Assim, o Litoral Setentrional do Nordeste brasileiro parece servir como um corredor ecológico entre o Cerrado de um lado e a Mata Atlântica do outro, bordejado pela Caatinga (CASTRO, MORO & MENEZES, 2012). Dentre as espécies encontradas nesse estudo, foram encontradas espécies típica de Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Foram encontrados representantes de gêneros bem representativos do Cerrado, como por exemplo a Byrsonima sp. A espécie Ipomoea bahiensis, por exemplo, é típica da Caatinga. Além disso, representantes de espécies de Mata Atlântica, também foram registradas neste estudo, como por exemplo a espécie Bomarea edulis (Tussac.). De restinga, tem-se como representante neste estudo a Turnera sp. (Tabela 1). Tabela 1 – Lista de espécies de plantas amostradas em uma fitofisionomia de Complexo Vegetacional de Zona Litorânea (Mata de Tabuleiro) e hábito de cada uma das espécies identificadas. Her- Erva; Tre- Trepadeira; Sub- Subarbusto; Arb- Arbusto; Arv- Árvore. (*) Espécie ainda não incorporada ao acervo do HUVA. Família/Espécie Registro HUVA Hábito 19642 19635 Her Sub 19684 Her 19712 19627 19669 Her Tre Her 19695 Sub Bidens sp. Elephantopus mollis Kunth Emilia sp. Mikania cordifolia (L.f.) Willd. Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. Tilesia sp. BORAGINACEAE 19637 19722 19636 * 19699 19635 Her Her Her Tre Sub Sub Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steub. Cordia sp. CLUSIACEAE 19715 19651 Arb Arb Clusia sp. 19650 Sub 19597 19782 Arb Arb Continua ACANTHACEAE Anisacanthus sp. Thyrsacanthus sp. ALISMATACEAE Bomarea edulis (Tussac.) Herb. AMARANTHACEAE Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Alternanthera sp. Amaranthus sp. APOCYNACEAE Allamanda blanchetii A.DC. ASTERACEAE COMBRETACEAE Combretum hilarianum D.Dietr. Combretum leprosum Mart. Continuação Tabela 1- Lista de espécies de plantas amostradas em uma fitofisionomia de Complexo Vegetacional de Zona Litorânea (Mata de Tabuleiro) e hábito de cada uma das espécies identificadas. Her- Erva; Tre- Trepadeira; Sub- Subarbusto; ArbArbusto; Arv- Árvore. (*) Espécie ainda não incorporada ao acervo do HUVA. Família/Espécie Registro HUVA Hábito 19648 Sub 19614 19709 19732 19708 19730 19698 19707 Ter 19733 Ter Cyperus sp. Davilla sp. DIOSCOREACEAE 19626 19862 Her Arb Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. Ex Willd. ERYTHROXYLACEAE 19710 Ter Erythroxylum barbatum O.E.Schulz 19613 Sub 19618 19641 19728 Her Tre Arb Continua COMMELINACEAE Commelina benghalensis L. CONVOLVULACEAE Daustinia montana (Moric.) Buril & A.R. Simões Evolvulus glomeratus Nees & Mart. Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. Ipomoea hederifolia L. Ipomoea quamoclit L. Jacquemontia tamnifolia (L.) Griseb. Merremia aegyptia (L.) Urb. Her Tre Tre Tre Tre Tre CUCURBITACEAE Cucumis sp. CYPERACEAE EUPHORBIACEAE Croton hirtus L’Hér. Dalechampia sp. Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Continuação Tabela 1- Lista de espécies de plantas amostradas em uma fitofisionomia de Complexo Vegetacional de Zona Litorânea (Mata de Tabuleiro) e hábito de cada uma das espécies identificadas. Her- Erva; Tre- Trepadeira; Sub- Subarbusto; ArbArbusto; Arv- Árvore. (*) Espécie ainda não incorporada ao acervo do HUVA. Família/Espécie Registro HUVA Hábito Bauhinia cf. dubia G.Don Bauhinia ungulata L. Bauhinea sp. Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene Poincinela bracteosa (Tul.) L.P.Queiroz Senna obtusifolia (L.) H.S.Irwin & Barneby Senna rizzinii H.S.Irwin & Barneby FABACEAE – MIMOSOIDEAE 19763 19782 * 19754 19746 19785 19767 Arb Arb Arb Her Arv Sub Arb Mimosa candollei R.Grether Mimosa cf. setosa Benth. Mimosa sensitiva L. Mimosa sp. Piptadenia stipulaceae (Benth.) Ducke Senegalia martiusiana (Steud.) Seigler & Ebinger FABACEAE – PAPILIONOIDEAE 19758 19765 19744 19769 19783 19779 Her Arb Arb Arb Arb Arb Aeschynomene benthamii (Rudd) Afr.Fern. Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth. Centrosema brasilianum (L.) Benth. Crotalaria sp. Desmodium sp. Rhynchosia sp. LAMIACEAE 19781 19755 19759 19771 19750 19764 Her Tre Tre Her Tre Sub Amasonia campestris (Aubl.) Moldenke Marsyphiantes sp. MALPIGHIACEAE 19619 * Her Her Byrsonima sp. 19638 Arb 19738 19615 19739 19605 19625 19603 Arb Her Her Sub Her Arb Continua FABACEAE – CAESALPINIOIDEAE MALVACEAE Helicteres heptandra L.B.Sm. Malachra radiata (L.) L. Sida lilifolia Cav. Sida sp. Waltheria indica L. Wissadula amplissima (L.) R.E.Fr. Continuação Tabela 1- Lista de espécies de plantas amostradas em uma fitofisionomia de Complexo Vegetacional de Zona Litorânea (Mata de Tabuleiro) e hábito de cada uma das espécies identificadas. Her- Erva; Tre- Trepadeira; Sub- Subarbusto; ArbArbusto; Arv- Árvore. (*) Espécie ainda não incorporada ao acervo do HUVA. Família/Espécie Registro HUVA Hábito 19741 Arv 19691 Ter 19659 Arb 19685 19686 Her Her 19688 19687 Her Arv Physalis brasiliensis Sendtn Brunfelsia uniflora (Pohl) D.Don TURNERACEAE 19729 19714 Sub Sub Turnera diffusa Willd. ex Schult. Turnera sp. VERBENACEAE 19864 * Sub Her Lantana camara L. 19674 Arb 19623 Her 19701 19860 Arb Sub MYRTACEAE Syzygium cumini (L.) Skeels PASSIFLORACEAE Passiflora foetida L. PHYLANTACEAE Phylantus sp. RUBIACEAE Diodella gardneri (K.Schum.) Bacigalupo & E.L.Cabral Mitracarpus strigosus (Thub.) P.L.R.Moraes, De Smedt & Hjertson Richardia scabra L. Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K.Schum. SOLANACEAE VIOLACEAE Pombalia calceolaria (L.) Paula-Souza VITACEAE Cissus tinctoria Mart. Cissus sp. Fonte: Elaborada pelo autor. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de preliminar, este estudo demonstra a grande heterogeneidade do local estudado. Verificou-se que a flora presente na área estudada apresenta espécies típicas de Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Restinga, sugerindo que a comunidade vegetal localizada na área estudada tem caráter transitório, que forma um mosaico de condições ambientais que permite a coexistência de espécies de diferentes domínios fitogeográficos. Os levantamentos florísticos e fitossociológicos são de extrema relevância, para que se tenha o conhecimento sobre a flora e a estrutura dessas comunidades vegetais e estudos como esse fornecem dados publicados para outras pesquisas. Também se faz necessário à continuação desse estudo, para uma análise complementar das espécies existentes. REFERÊNCIAS AMARAL, M. C. ; LEMOS, J. R. . Floristic Survey of a Portion of the Vegetation Complex of the Coastal Zone in Piauí State, Brazil. American Journal of Life Sciences , v. 3, p. 213-218, 2015. CASTELLETTI, C.H.M.; SANTOS, A.M.M.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA. Quanto ainda resta da Caatinga? 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