GEOGRAFIA – 9°A, B MATERIAL COMPLEMENTAR 1° BIMESTRE PROF. RAFAEL CAIQUE Economia: produção circulação consumo Atual regionalização do espaço mundial Com o fim da Guerra Fria (1945-1991) a organização do espaço mundial passou por grandes transformações que refletiram na forma de produzir e fazer política no mundo. Uma das maneiras de se regionalizar o planeta, atualmente, no mundo globalizado é a regionalização em Norte (desenvolvido) e Sul (subdesenvolvido) e também em blocos econômicos regionais. CEI – COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é uma organização supranacional envolvendo 11 repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética (Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão) fundada em 8 de dezembro de 1991. É importante destacar que as três nações bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) nunca integraram o bloco, pois esses países pretendiam se aproximar da União Europeia (UE) e se distanciarem das repúblicas da antiga União Soviética. Além deles, a Geórgia desligou-se do grupo em 2009. Portanto, atualmente a CEI é integrada por 11 nações. O padrão de vida caiu significativamente após a fragmentação e extinção da URSS. Nos últimos anos a economia de algumas Repúblicas da CEI mostra uma recuperação, mas as desigualdades regionais são grandes. Repúblicas como Turcomenistão, Tadjiquistão são muito pobres. As diferenças econômicas é o principal entrave para uma integração efetiva entre os países membros. A Federação Russa detém a hegemonia no grupo, isso ocorre em virtude de fatores como situação econômica, poderio militar, condição geopolítica mundial, etc. Outros aspectos relevantes são os constantes conflitos étnicos e a situação econômica dessas nações, que estão entre as mais pobres economicamente do continente europeu, com exceção da Rússia (principal membro da CEI). Com o fim do socialismo soviético a pobreza e a miséria não acabaram na CEI. 1. Repúblicas Bálticas Estônia, Letônia e Lituânia formam os Países Bálticos, essas nações estão localizadas na porção nordeste do continente europeu, na costa leste do mar Báltico. Juntos, possuem extensão territorial de 174.800 quilômetros quadrados e população de 6.876.172 habitantes. Essas três nações integraram a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e declararam suas independências em 1991, passando, portanto, a serem Estados autônomos. Com o fim da URSS em 1991, as ex-repúblicas soviéticas, juntamente com a Rússia, criaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que consiste num bloco econômico cujo principal objetivo é estabelecer um sistema econômico e de defesa entre as nações. De todas as exrepúblicas soviéticas, somente os Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) nunca integraram a CEI, pois essas nações, desde a independência, sempre tentaram diminuir as relações políticas com a Rússia, principal integrante do bloco. Atualmente, os Países Bálticos são membros da União Europeia (UE) e apresentam elevadas taxas de desenvolvimento econômico: média de 6% ao ano. O desenvolvimento social também tem sido promovido nessas nações, com elevações constantes no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). No entanto, os Países Bálticos apresentam problemas vinculados ao período de integração na União Soviética. Todas essas nações possuem uma parcela da população de origem russa, na Estônia e na Letônia, por exemplo, 30% da população é de origem russa. Esse fato faz com que a Rússia exerça forte pressão na política interna desses países, tentando exercer influência nos assuntos políticos e econômicos da região. 2. Rússia A Rússia dispõe, não só de uma enorme quantidade de recursos energéticos (carvão, petróleo, gás natural e hidroenergia) e minerais (cobalto, crómio, cobre, ouro, chumbo, manganésio, níquel, platina, volfrâmio, vanádio e zinco), como também de praticamente todas as matérias-primas requisitadas pela indústria moderna. A agricultura na Rússia, porém, tem a produtividade limitada pela defasagem tecnológica herdada do socialismo e falta de investimentos. Sobre as taxas de crescimento populacional na Rússia, verifica-se um declínio, com baixas taxas de natalidade. Rio Volga O Volga é o maior rio da Europa em comprimento com 3.688 km de extensão. Está localizado no norte da porção europeia do território da Rússia. É uma importante via fluvial de comércio e transporte na região interior da Rússia. Possui um excelente potencial para geração de energia elétrica. Possui várias usinas hidrelétricas em seu curso como, por exemplo, Ivankovo, Uglich e Cheboksary. Política Econômica Russa A Nova Política Econômica foi a economia adotada na União Soviética para tirar o país da crise após a guerra civil. Fez uso de elementos capitalistas na ideologia comunista. Em 1917, a Rússia passou por uma grande revolução que derrubou o tradicional regime czarista no país. Até então, a Rússia ainda era um país regido pelo absolutismo e com modo de produção tipicamente feudal. A Revolução Russa de 1917 instalou o regime comunista, guiado pelo Partido Bolchevique que tomou a liderança. O processo revolucionário gerou danos para os russos, uma guerra civil colocou o país em condições delicadas. O Partido Bolchevique, que passou a comandar a Rússia, tinha seus opositores, os quais se manifestavam por mudanças no sistema. Os marinheiros do Kronstadt se rebelaram contra os bolcheviques, defendendo a saída de tal grupo do poder e a instauração de uma democracia proletária de administração coletiva. Esse movimento foi causador da iniciativa do Estado de se cria uma Nova Política Econômica. A situação russa não estava bem, o comunismo de guerra não poderia ser prosseguido de tal forma. Era preciso uma iniciativa ousada para tentar reorganizar o país. Lênin era o único homem que tinha o poder e a moral necessários para lançar mãos de medidas que denotassem retrocesso na política comunista, e assim foi feito. O comunismo não poderia ser implementado imediatamente, foi preciso recorrer ao capitalismo para alcançá-lo. Lênin idealizou a chamada Nova Política Econômica, cuja sigla NEP deriva do original em russo. Nem mesmo seu idealizador sabia bem como defini-la, chamava-a de mistura do czarismo com práticas capitalistas moldadas pelos soviéticos. A NEP foi utilizada na já União Soviética em 1921, estabelecendo coletivização e racionalização forçada dos meios de produção. Os princípios da NEP baseavam-se em estabelecer liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capitais estrangeiros para a reconstrução do país. Com tais medidas, a iniciativa privada voltou a explorar pequenos núcleos agrícolas, industriais e comerciais. A iniciativa revelou uma medida desesperada da União Soviética. Com o novo sistema econômico, passou-se a verificar a associação de medidas socialistas, capitalistas e de economia tradicional na União Soviética. Os camponeses passaram a ter uma cota de seus produtos comprada pelo Estado por preço fixo e a liberdade de comercializar o restante no mercado. Empreendimentos capitalistas foram criados no comércio e com pequenas indústrias. Resumindo: a igualdade cedeu lugar à concorrência. Todavia, foram tais medidas que capacitaram a União Soviética a reorganizar as forças. Os resultados não tardaram, o reflexo apareceu na produção agrícola, no sistema viário e nas pequenas indústrias. A Nova Política Econômica vigorou até 1928, quando Stalin passou a utilizar os planos quinquenais que visavam a industrialização rápida da União Soviética. Por outro lado, a NEP já era criticada por ter causado escassez de grãos, o que fez o Estado desenvolver a economia planificada. Crise da URSS A década de 1970 demonstrou ao mundo que a União Soviética já não era mais a grande rival dos Estados Unidos, sua capacidade já havia sido reduzida consideravelmente. Os sinais de esgotamento econômico começaram a aparecer e isso se tornou evidente com a divulgação de problemas graves, como a falta de alimentos. A partir daí, seguiram-se uma série de estratégias erradas que só piorariam sua situação. Logo depois, a União Soviética invadiria o Afeganistão, aumentando a crise. Esta se consolidava, pois a maior parte dos recursos estava sendo consumida pelo setor militar, a capacidade industrial – especialmente no que se refere aos bens de consumo – não dava conta de atender à população, população esta que não era consultada em momento algum e, por isso, perdia a atração pelo sistema. A falta de liberdade para expressão do povo refletia-se diretamente na produtividade do país, pois os indivíduos sentiam-se desmotivados com a realidade que viviam. O acúmulo de problemas ao longo da década de 1970 estourou como uma bomba na década de 1980. A situação ficou ainda pior quando a população passou a ter extremas dificuldades para adquirir produtos básicos como pão ou vestimentas. Já estava muito claro que a capacidade da União Soviética de se contrapor aos Estados Unidos na Guerra Fria não era a mesma do final da Segunda Guerra Mundial. Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o poder na União Soviética e dedica- se a uma possível solução dos problemas. Para conseguir algum resultado, o líder soviético tenta conquistar sua população e lança dois projetos: a Perestroika e a Glasnost. O primeiro deles tratava-se de uma tentativa de restruturação econômica. Já o segundo, propunha a transparência política. A população, contudo, já estava saturada dos problemas e parte dela queria o fim por completo do regime socialista soviético. Essa falta de apoio de uma população desconfiada serviu para impossibilitar mais ainda a tentativa de reorganização. A Crise Soviética se expandiu pelos países que integravam o bloco socialista. A União Soviética estava saturada de problemas militares e políticos. A população se rebelava em vários países pedindo democracia e o fim do sistema socialista. Assim foi que, progressivamente, os países deixaram de integrar a União Soviética. Sua completa fragmentação já não deixava dúvidas ou qualquer esperança sobre seu futuro, a definitiva dissolução da mesma. No auge da crise, vários países abandonaram a União Soviética. Na Rússia, Boris Yeltsin assumiria o cargo de presidente, em 1991, e decretaria o final da União Soviética, permitindo a criação de novos países. A Crise Soviética levou à dissolução da União Soviética e, por consequência, ao término da Guerra Fria. Neste conflito, os Estados Unidos consagraram-se como vencedores e o sistema capitalista tomou seu posto de liderança incontestada no mundo. Planos Quinquenais No ano de 1921, Lênin implantou, na Rússia, uma Nova Política Econômica (NEP), essa tinha como finalidade promover a abertura da economia. Com intuito de alcançar tal feito, o governo ofereceu alguns incentivos às empresas privadas, no entanto, quem administrava todos os seguimentos financeiros, como o sistema bancário, o comércio, a indústria e agricultura era o Estado, isso é notório quando se refere a uma economia planificada. A estabilidade da Política Econômica ocasionou uma acelerada ascensão da União Soviética, retomando a produção agrícola, o desenvolvimento da indústria e o crescimento das atividades do setor secundário, a NEP permaneceu até 1928. PLANOS QUINQUENAIS: A partir de 1928, foi abolida a NEP e instaurando os Planos Quinquenais (governo de Stalin) que transformou a URSS numa nação socialista moderna e industrializada. A economia seria planificada de cinco em cinco anos (quinquenais). 1.º Plano: buscou aumentar a produção e a industrialização com indústrias de base (siderufiama etc.) e também deu importância para a agricultura. Foram criados as kolkhozes (cooperativas) e as sovkhozes (fazendas estatais). 2.º Plano: (1933) visava acelerar o desenvolvimento construindo o metrô de Moscou. 3.º Plano: Desenvolver a Indústria Química - plano não executado devido a 2.ª Guerra Mundial onde foi dada total atenção a indústria bélica. Se considerarmos a situação da Rússia na revolução de 1917 e a condição da URSS nas primeiras décadas da Guerra Fria, é possível dizer que os planos quinquenais foram bem-sucedidos? 3. Chechênia A Chechênia é uma das repúblicas que atualmente compõem a Federação Russa (num total de vinte e uma). O status de república é o maior nível de autonomia possível, garantidas às etnias que não são russas, que adquirem o direito de promover sua própria língua como oficial em todo seu território, manter bandeira e símbolos locais, além de estabelecer constituição própria. Mesmo com tamanha autonomia, a Chechênia é certamente o caso mais famoso de luta separatista na Rússia desde o colapso da União Soviética em 1991. Localizada no norte do Cáucaso, região plena de movimentos separatistas, a República da Chechênia divide limites com a Ingushétia e Ossétia do Norte a oeste; o Krai de Stavropol a norte; o Daguestão a norte e a leste, e a República da Geórgia ao sul. Desses territórios, todos pertencem à Rússia, com exceção da Geórgia, que constitui um país independente. Com uma área total de 17.300 km² (equivalente ao estado brasileiro de Sergipe), sua capital é Grozny e as línguas oficiais são o checheno e o russo. O governante é Ramzan Kadyrov, e a religião predominante é o islã da linha sunita, seguida por 94% da população. A Chechênia causa dores de cabeça aos russos há quase dois séculos. A resistência de Imam Shamil foi finalmente vencida em 1859, depois de uma campanha longa e sangrenta. Seu povo ainda esperaria por mais de 60 anos pela independência, de curta duração, em meio ao caos da revolução de outubro. Em 1922 a república voltava ao domínio russo. Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão nazista representou um vislumbre de liberdade do domínio de Moscou. Quando a guerra terminou, Stalin buscou vingança, acusando os líderes chechenos de colaboracionistas. Sua punição foi a deportação em massa para a Sibéria e Ásia Central. Eles foram autorizados a retornar somente em 1957, quando Khrushchev estava no poder no Kremlin. Após o fim da União Soviética, os separatistas locais já lutaram em duas ocasiões diferentes pela emancipação desta república, em episódios conhecidos como a Primeira e a Segunda Guerra da Chechênia. A primeira ocorre entre 1994 e 1996, quando Boris Yeltsin, presidente russo à época, resolve finalmente enviar tropas para restaurar a soberania russa na área, já que forças locais tinham declarado independência em 1991. Seu desfecho é uma humilhante derrota para o lado russo, que retira suas forças em meio a altas baixas, sendo ainda forçado a celebrar um acordo de paz. Em 1999 o primeiro-ministro Valdimir Putin organiza nova ofensiva contra os separatistas chechenos, após uma série de atentados a alvos civis desencadeados pouco tempo antes em Moscou. Ao mesmo tempo, os chechenos tentavam duplicar seu movimento no Daguestão, outra república russa vizinha à Chechênia, buscando formar um estado islâmico independente na área das duas repúblicas. Em resposta, a Rússia dá início à Segunda Guerra da Chechênia, e dessa vez age de forma rápida e decisiva, abafando os focos rebeldes. Desde então, ambos os lados abusam de táticas violentas que desrespeitam os mais básicos direitos humanos. Ações espetaculares de violência gratuita, atingindo mulheres, crianças e idosos em ambos os lados se repetem ano após ano, em meio a um clima permanente de tensão que ronda a área até hoje, pois a questão da Chechênia não foi ainda bem resolvida e seus principais atores não parecem interessados em solucionar a questão por meio do diálogo. 4. Tensões na Crimeia As tensões na Crimeia – província semiautônoma da Ucrânia, localizada em uma península no sul do país – revelam as relações existentes entre os ucranianos e os russos desde a extinção da União Soviética. A população dessa região, em sua ampla maioria, utiliza o idioma russo e mantém-se mais vinculada a Moscou do que propriamente a Kiev. Assim, com as recentes transformações que marcaram a política do país, a província em questão passou a tornar-se palco de extrema instabilidade política. Os problemas internos da Ucrânia encontraram o seu ápice quando o então presidente Viktor Yanukovich refugou de um acordo que se comprometera a realizar com a União Europeia, o que ampliaria as relações do país com o bloco vizinho. Essa decisão foi diretamente influenciada pela Rússia, que não via com bons olhos esse acordo, uma vez que a Ucrânia é um dos seus principais parceiros comerciais no continente europeu. Nesse momento, os grupos opositores ao governo constituídos majoritariamente pela população que utiliza o idioma ucraniano e que habita a porção central e oeste do país iniciaram uma onda de protestos pelas ruas das principais cidades. Os líderes desse movimento são políticos ligados ao governo anterior a Yanukovich e a partidos e movimentos de direita e de extrema-direita, com destaque para o Udar (soco), o Svoboda (liberdade) e o Setor Direito. Diante disso, alguns meses sucederam-se com o agravamento das tensões, em que prédios públicos foram ocupados, as ruas incendiadas e a repressão aos manifestantes intensificada. Em janeiro de 2014, o então primeiro-ministro Mykola Azarov renunciou ao cargo e, no mês seguinte, o presidente Yanukovich fugiu para a Rússia após a ocupação da sede do governo pelos grupos opositores. As regiões leste e sul, as mais industrializadas e povoadas do país, possuíam uma grande quantidade de habitantes russos, que obviamente se opuseram aos manifestantes pró-Europa. Nessas regiões, foi a província da Crimeia que conheceu, então, os níveis maiores de tensão e instabilidade política, principalmente com a atitude do novo governo de revogar uma lei que garantia o russo como idioma oficial local. Com isso, grupos militares pró-Rússia assumiram o controle político da província e estabeleceram ali uma zona de resistência ao novo governo ucraniano, nomeando Sergei Axionov como primeiro-ministro do parlamento local. Sob esse panorama, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teve aprovado no parlamento de seu país o pedido de envio de tropas para Ucrânia. Com isso, os países da União Europeia, além dos Estados Unidos, anunciaram o descontentamento com a decisão, iniciando uma política de articulação de um provável bloqueio econômico e/ou comercial à Rússia. No entanto, sob a argumentação de que era necessário defender os direitos humanos da população russa na Crimeia, foram enviadas tropas que rapidamente ocuparam aeroportos e bases militares na província, com alguns poucos focos de resistência. Os militares ucranianos da região, em sua ampla maioria, aliaram-se a Moscou ou abandonaram a Crimeia. Em resposta, os estadunidenses e os europeus prometeram agir no sentido de punir a Rússia pela ação realizada, considerada ilegítima pelos governos ocidentais.