Página 1 de 29 - Aviso de pauta

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CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A
CARREIRA DE PRAÇAS POLICIAIS MILITARES AO CARGO
DE SOLDADO PM DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ –
CFPCPPM/SD PM-CE / T2
Disciplina: Comunicação e Expressão
Conteudista:
Maj. PM João José Viana da Silva
- 2013 -
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GESTÃO GERAL
John Roosevelt Rogério de ALENCAR – Cel PM
DIRETOR-GERAL
MARIANA Maia Pinheiro de Abreu Meneses
SECRETÁRIA EXECUTIVA
GESTÃO ACADÊMICA
TELMA Maria Melo Nazareth
COORDENADORA GERAL DE ENSINO
Clauber Wagner Vieira DE PAULA – Maj PM
ORIENTADOR DA CÉLULA DE FORMAÇÃOPROFISSIONAL
Gessivando MENESES da Silva – 1º Ten PM
SECRETÁRIO ACADÊMICO
EXPEDIENTE
CAPA – GIL Alisson Freitas de Farias
FORMATAÇÃO – Francisco SILVIO Maia
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UNIDADE – I
1. CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM:
No ensino da língua materna, destacam-se três concepções de linguagem. A primeira
define a linguagem como expressão do pensamento. Nesse caso, há regras ou normas
gramaticais a serem seguidas para se falar e escrever bem, com base em uma gramática
normativa ou tradicional. Não existe, nessa perspectiva, preocupação com a interatividade
verbal, pois o indivíduo apenas traduz e exterioriza um pensamento.
A segunda concepção entende a linguagem como instrumento de comunicação, como
meio objetivo para a comunicação. De acordo com essa concepção, a língua é considerada
um código virtual que os falantes precisam dominar para estabelecer comunicação com os
outros indivíduos. O falante afasta-se, assim, do processo de produção da linguagem, isto é,
do seu contexto social e histórico, realizando, apenas, a função de transmitir informações a
outrem, considerado elemento decodificador.
A terceira concepção apresenta a linguagem como forma ou processo de interação. O
falante, nesse caso, usa a língua com o objetivo de atuar sobre o interlocutor. A linguagem tem
uma função de interação comunicativa, ao criar efeitos de sentido entre os usuários da língua
ou interlocutores. Portanto, a linguagem representa um diálogo bem amplo que ocorre pela
interação verbal. Essa é a concepção de linguagem atualmente mais defendida pelas
correntes e teorias de estudo da língua e que compreendem a chamada linguística da
enunciação, da qual faz parte a linguística textual.
Verifica-se do confronto entre as concepções de linguagem acima que os seres humanos
têm, na linguagem, uma forma ou processo de interação com o outro. Não se trata de apenas
expressar um pensamento a alguém, nem de, tão somente, enviar uma mensagem a ser
decodificada pelo interlocutor. Mais do que isso, há, na linguagem, a atuação de uma pessoa
sobre outra e vice-versa, numa relação de alteridade.
Por isso, na interação pela linguagem, é possível informar, emocionar, influenciar,
enganar, convencer, persuadir, dissuadir, etc. É possível intervir, transformar e transformar-se.
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2. O SURGIMENTO DA LINGUAGEM:
No texto abaixo, Cagliari (2008) discorre sobre a origem da linguagem humana:
3. CONCEITOS IMPORTANTES:
- Linguagem: Entende-se por linguagem um processo comunicativo pelo qual as pessoas
interagem entre si, utilizando um conjunto articulado de sinais ou signos, que podem ser de
dois tipos:signos verbais e signos não verbais.
O signo é um sinal convencional, uma unidade de um tipo de linguagem ou sistema de
comunicação. Assim, o signo linguístico é a palavra, unidade básica da linguagem verbal. O
termo signo linguístico foi criado pelo linguista francês Ferdinand Sausurre.
Os signos não verbais são quaisquer outros signos que não seja a palavra falada ou
escrita. Esses signos se compõem de desenhos, sons, cores, gestos, expressões fisionômicas
etc. No código de trânsito, um sinal vermelho é um signo não verbal.
- Língua: É a linguagem verbal utilizada por um grupo de indivíduos que constituem uma
comunidade. Como a língua é um patrimônio social, tanto os signos como as formas de
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combiná-los são conhecidos e acatados pelos membros da comunidade que a emprega. Podese dizer, por isso, que a língua é um “contrato” que os indivíduos de um grupo social
estabelecem. A língua apresenta dois componentes, o léxico e a gramática.
- Gramática: Conjunto de regras que definem o funcionamento da língua.
- Léxico: Conjunto amplo de palavras que os falantes podem usar nas atividades verbais, na
interação comunicativa.
- Fala: É a realização individual da língua.
- Linguística: Ciência da linguagem que pretende descrever e explicar os fenômenos
linguísticos e também conhecer como se processa a comunicação humana.
- Comunicação: Transmissão de uma mensagem que é decodificada porque foi
compreendida, ou seja, existe uma interação comunicativa entre locutor e interlocutor.
4. O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO:
Comunicar implica busca de entendimento, de compreensão. Em suma, contato. É uma
ligação, transmissão de sentimentos e de ideias que se fazem entender e/ou são
compreendidos. Em outras palavras, no processo da comunicação, um emissor, por meio de
um canal específico, envia uma mensagem a um receptor, usando um código por ambos
reconhecido, dentro de um contexto.
Elementos essenciais do processo da comunicação:
- Emissor: É quem envia a mensagem através da palavra oral ou escrita, gestos, expressões,
desenhos, etc. Pode ser também uma organização informativa, como rádio, TV, estúdio
cinematográfico.
- Receptor: É aquele a quem a mensagem é enviada. Pode ser uma pessoa, um pequeno
grupo, um auditório ou uma multidão.
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- Mensagem: É o que se deseja transmitir, podendo ser visual, auditiva ou audiovisual. Servese de um código que deve ser estruturado e decifrado. É preciso que a mensagem tenha
conteúdo, objetivos e use canal apropriado.
- Canal ou contato: Meio pelo qual a mensagem é transmitida. Ele deve ser escolhido
cuidadosamente, para assegurar a eficiência e o bom êxito da comunicação. O canal pode ser:
natural (órgãos sensoriais) ou tecnológico (espacial ou temporal).
- Código: É um conjunto de sinais convencionados socialmente para a construção e
transmissão de mensagens.
- Referente: Objeto ou situação a que a mensagem se refere.
Observações: 1) O Conhecimento dos componentes do ato de comunicação permite-nos
exercer uma avaliação mais consciente da nossa posição nas diferentes situações
comunicativas do cotidiano.
2) Quando você ouve ou lê um texto, seu papel é o de receptor. O emissor, ao produzir
o texto, tem em mente um determinado objetivo: um jornalista, um político, um publicitário
manuseiam de formas diferentes o código e o canal de comunicação na construção de
diferentes mensagens, cujo referente (ou referentes) serão selecionados pelo emissor.
3) Como leitor/ouvinte, você deve procurar no texto as marcas que traduzem a
intenção de quem o produziu – informar, entreter, transmitir, convencer, repreender, persuadir,
seduzir, vender, enganar são intenções possíveis. A leitura se torna mais consciente e crítica
quando é considerada em toda a sua trama comunicativa.
4) Quando você produz um texto, falado ou escrito, seu papel é o de emissor. Nessa
situação, você deve considerar as características sociais e psicológicas do receptor a fim de
tornar a mensagem interessante e/ou compreensiva. O sucesso de seu texto dependerá da
conjugação de um eficiente manuseio do código (língua) e das informações de que dispõe
sobre o referente com o uso apropriado do canal de comunicação. Tal sucesso dependerá
também de sua capacidade de adequar o texto às expectativas de quem o vai ler (ou ouvir) e
às finalidades que você pretenda alcançar.
Ruído – Entropia – Redundância:
- Ruído: É toda interferência indesejável na transmissão de uma mensagem.
- Entropia: É a desorganização da mensagem.
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- Redundância: É a repetição. Em situações de fala, objetiva a clareza. Confere à
comunicação um certo coeficiente de segurança. Em situações de escrita, pode ser prejudicial
à comunicação, visto que pode interferir na progressão do texto, tornando-o enfadonho,
desinteressante.
5. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A cada elemento do processo comunicativo corresponde uma função da linguagem.
- Função referencial (ou denotativa ou cognitiva): Aponta para o sentido real, objetivo, das
coisas e dos seres. Ex.: Um acidente provocou o congestionamento do trânsito na Av. Bezerra
de Menezes, ontem à tarde.
- Função emotiva (ou expressiva): Centra-se no sujeito emissor e tenta suscitar a impressão
de um sentimento verdadeiro ou simulado. Ex.: Eu gosto de futebol.
- Função conativa (ou apelativa ou imperativa): Centra-se no sujeito receptor e é
eminentemente injuntiva e persuasória. Ex.: Traga-me um café, por favor.
- Função fática (ou de contato): Visa a estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação
e serve para testar a eficiência do canal. Ex.: Olá, tudo bem?
- Função metalinguística: Consiste numa recodificação e passa a existir quando a linguagem
fala dela mesma. Serve para verificar se emissor e receptor estão usando o mesmo repertório.
Ex.: Refiro-me à inteligência como a capacidade humana de aprender.
- Função poética: Centra-se na mensagem em si, que, neste caso, é mais fim do que meio.
Opõe-se à função referencial porque nela predominam a conotação e o subjetivismo. Ex.: Seu
corpo é a morada do meu ser.
6. SENTIDOS DO TEXTO
Na produção de textos (falados ou escritos), dois sentidos merecem destaque: o sentido
conotativo e o sentido denotativo.
Leia o poema abaixo:
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Como se pode observar, em determinados contextos as palavras ganham um sentido
novo, figurado, diferente daquele encontrado nos dicionários. Esse novo sentido é,
geralmente, carregado de valores afetivos, ideológicos ou sociais.
Quando a palavra é utilizada no seu sentido usual, dizemos que está empregada
denotativamente. Quando é utilizada num sentido diferente daquele que lhe é comum,
dizemos que ela está empregada conotativamente.
A palavra cereja, por exemplo, além de significar um tipo de fruta, tem no poema
também o sentido conotativo de frescor, paixão, prazer.
Apesar de seu uso na linguagem poética, a conotação não é exclusiva da literatura. Ela
costuma estar presente nas conversas do dia a dia, em anúncios publicitários, na linguagem
dos quadrinhos, nas letras de música, etc.
Vejamos estes exemplos: a) A estrela brilha no céu. b) A noiva foi aestrela do
casamento. c) Vi estrelas quando bati com o pé na porta.
As principais diferenças entre conotação e denotação podem ser assim sintetizadas:
DENOTAÇÃO
Significação restrita.
Sentido comum, encontrado no dicionário.
Utilização da palavra de modo objetivo.
Linguagem exata, precisa.
CONOTAÇÃO
Significação ampla, dada pelo contexto.
Sentido carregado de valores afetivos,
sociais, ideológicos.
Utilização da palavra de modo criativo,
artístico.
Linguagem expressiva, rica em sentidos.
A tirinha abaixo é outro exemplo do uso da denotação/conotação:
7. MODALIDADES DA LÍNGUA: A FALA E A ESCRITA
De acordo com Travaglia (2000), a fala e a escrita enquadram-se, no estudo das
variedades linguísticas, como variações de registro, categorizadas como variação de modo.
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Daí por que dizer-se que fala e escrita são modalidades da língua. Nesse sentido, segundo o
citado autor, entende-se a língua falada em contraposição à língua escrita, ambas com
características próprias, a saber:
a) Na fala:
- pode-se usar uma série de recursos de nível fonológico que no escrito não podem ser
usados (entonação, ênfase de termos ou sílabas, duração dos sons, velocidade em que se
dizem as sequências linguísticas etc.);
- aparecem truncamentos (de palavras e frases), hesitações, repetições e retomadas,
correções que não aparecem no escrito, isso tudo porque a formulação do texto é
concomitante ao dizer;
- podem-se observar as reações do interlocutor, o que pode levar a imediatas
explicações, repetições, reformulações, caso se perceba que a pessoa com quem se fala já
entendeu o que foi dito, como também pode levar a cortar-se bruscamente uma frase, ou
mesmo uma palavra, caso se note que o interlocutor já compreendeu o que se estava a dizer;
- é possível utilizar-se de elementos do contexto imediato de situação e formular-se
frases que seriam incompreensíveis na escrita sem a formulação de uma breve explicação do
quadro/situação precedente.
b) Na escrita:
- a elaboração da mensagem requer uma linguagem mais precisa e menos alusiva à
situação imediata;
- não é possível fazer reformulações, repetições, etc., imediatamente, como na fala, mas
dentro de um rito sintático-morfológico-estrutural próprio ao sistema escrito;
- elementos como advérbios e pronomes passam a relacionar termos e/ou partes do
texto entre si e não mais a designar dados da realidade exterior, como ocorre na fala;
- demanda um esforço maior de precisão, em face da necessidade de se nomear e
caracterizar seres, de indicar datas, descrever lugares, objetos, identificar claramente os
interlocutores no caso de representação de diálogos.
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Vejamos, no quadro abaixo, uma situação de fala e de escrita correspondentes:
FALA
ESCRITA
O rapaz que testemunhou o acidente, em que
Carlos foi morto, acompanhou o policial até
o local da tragédia. Lá, o policial perguntoulhe onde Carlos caíra antes de ser atingido
pelas rodas do caminhão que o matou. O
rapaz foi até a faixa de pedestres da Rua
Antônio Pompeu, esquina com a Avenida do
Imperador, e indicou o local exato da queda,
dizendo:
– Ele caiu aqui.
– Onde ele caiu?
– Ele caiu aqui.
Tanto a fala quanto a escrita apresentam graus de formalismo variantes, de acordo com
a situação comunicativa, e com quem se está comunicando. Na vida militar, por exemplo, um
subordinado não se dirige a um superior hierárquico com os mesmos termos com que se
comunica com um colega da mesma patente.
Vejamos o quadro abaixo:
Língua falada
Variantes de
grau de
formalismo (*)
- Oratório
- Formal (deliberativo)
-Coloquial
- Coloquial distenso (casual)
- Familiar (íntimo)
Língua escrita
- Hiperformal
- Formal
- Semiformal
- Informal
- Pessoal
Conceituação dos graus de formalismo:
- Oratório: elaborado, intrincado, enfeitado, composto de períodos equilibrados. É usado por
advogados, magistrados, oradores religiosos, bem como em situações solenes.
- Hiperformal: uma composição escrita para efeitos grandiosos ou sublimes. Uma poesia que
segue estritamente os padrões formais, como o soneto, e um discurso escrito para um ato
solene de assunção de um cargo muito elevado, seriam exemplos deste grau.
- Deliberativo: usado quando se fala a grupos grandes ou médios, em que se excluem as
respostas informais. É preparado previamente e mantém certa distância entre os falantes.
Caracteriza-se pelo uso de sentenças curtas, de um vocabulário mais “rico”, de poucas
repetições léxicas, demonstrando uma preocupação do falante com o estilo de expressão.
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- Formal: usado com uma forma cuidada na variedade culta ou padrão da língua. É o caso dos
textos dos bons jornais e revistas, correspondências oficiais.
- Coloquial: comumente aparece no diálogo entre duas pessoas, ambas participantes ativas,
alternando-se no papel de falante e ouvinte. Sem planejamento prévio, mas continuamente
controlado. Apresenta construções gramaticais simples, frases curtas, léxico constituído de
palavras de uso mais frequente.
- Semiformal: corresponde, na escrita, ao coloquial, mas tem um pouco mais de formalidade
do que este. Encontramos em cartas comerciais, declarações, reportagens escritas para
posterior leitura pelos locutores de rádio, alguns tipos de relatório etc.
- Coloquial distenso: completa integração entre falante e ouvinte. Uso de gíria, omissão de
palavras e pouco cuidado em sua pronúncia, com mudança de sons e supressão de sílabas.
Verifica-se nas conversas entre amigos, colegas de trabalho de mesmo nível hierárquico etc.
- Informal: é o caso de correspondência entre familiares ou amigos íntimos. Caracteriza-se
pelo uso de formas abreviadas, abreviações padronizadas, grafia simplificada, sentenças
fragmentadas.
- Familiar (íntimo): inteiramente particular, pessoal, usado na vida familiar privada.
Constitui-se de intimidade e afeição. Aparecem muitos elementos de linguagem afetiva com
função emotiva.
- Pessoal: quase sempre notas para uso próprio. Um recado anotado ao telefone; um bilhete
deixado para alguém de casa; uma lista de compras.
8. VARIAÇÃO DIALETAL
O profissional de segurança pública, sobretudo o policial militar, precisa compreender a
pluralidade de discursos que se lhe apresentam nas diversas comunidades nas quais exerce sua
atividade. Nesse sentido, o conhecimento das variações dialetais facilitar-lhe-á a comunicação
com as pessoas no seu dia-a-dia.
a) Dialetos na dimensão territorial, geográfica ou regional: as diferenças entre a língua
usada em uma região e outra são, geralmente, de ordem fonética (pronúncia, entonação,
timbre etc.) e léxica (palavras diferentes para dizer a mesma coisa, as mesmas palavras com
sentidos diferentes em uma e outra região). As diferenças sintáticas não são grandes.
b) Dialetos na dimensão social: representam as variações que ocorrem de acordo com o
nível de escolaridade dos usuários da língua e a classe social a que eles pertencem. Também
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identificam os grupos profissionais existentes na sociedade. Exs.:1) E aí, mano, vai encarar a
parada do bagulho ô tá dando mole pros home? 2) Pessoal, a gente estamos aqui, pra nós
discuti os pobrema de segurança do nosso bairro. 3) Eu vi ela ontem. 4) Há muito não nos
víamos.5) Meritíssimo, neste caso, conforme fizemos prova nos autos, nós estamos diante de
um vício redibitório, razão pela qual o meu cliente faz jus à reparação pleiteada na peça
exordial do processo. 6) A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou aumento benigno do
volume da próstata é uma entidade urológica que afeta a população de qualquer raça,
sobretudo a partir dos 50 anos de idade. 7) Positivo. O meliante se evadiu. Nós vamos dar um
rolé na área, para ver se o encontramos homiziado nas proximidades.
c) Dialetos na dimensão de idade: representam as variações decorrentes da diferença do uso
da língua por crianças, jovens, adultos e velhos. Exs.:1) Mãe, eu perdi o meu ursinho. 2) Ei,
ma, tô azarando uma mina filé. 3) Estou interessado em uma mulher bonita e inteligente. 4)
Aquela moça é muito formosa.
d) Dialetos na dimensão do sexo: representam as variações de acordo com o sexo de quem
fala. Exs.:1) Comprei uma blusa lindinha. 2) Comprei uma camisa muito boa.
UNIDADE – II
1. FRASE – PARÁGRAFO – TEXTO
- Frase: é todo enunciado capaz de estabelecer comunicação por si mesmo. Pode ser verbal e
não-verbal. Exs.:1) Socorro! 2) Meia volta. 3) O preso fugiu. 4) O dia está quente.
- Parágrafo: é uma unidade redacional. Serve para dividir o texto (que é um todo) em partes
menores, tendo em vista os diversos enfoques que o constituem.
- Texto: “Pode-se definir um texto ou discurso como ocorrência linguística falada ou escrita,
de qualquer extensão, dotada de unidade sócio-comunicativa, semântica e formal.” (VAL,
1998, p. 3)
Na composição de um texto, devem ser observados dois fatores de textualidade: a
coesão e a coerência. Esta tem a ver com a inter-relação temática abordada no texto, seja
explícita ou implicitamente. A coerência é considerada fator fundamental da textualidade, haja
vista ser responsável pelo sentido do texto. A coesão diz respeito à inter-relação dos elementos
formais da superfície do texto, estabelecida por mecanismos gramaticais e lexicais. A
coerência e a coesão são responsáveis pela construção significativa do texto.
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Vejamos, nos itens abaixo, exemplos de textos bem formados e mal formados quanto
à coesão e à coerência:
1)
A arma não disparou. A munição estava resfriada.
2)
Choveu. O chão está molhado.
3)
O soldado Amâncio está feliz, porque será promovido a cabo.
4)
O rádio toca um rock. O rock é um ritmo moderno. O coração também tem ritmo.
Ele é um músculo oco composto de duas aurículas e dois ventrículos.
5)
Pedro não foi à aula, entretanto estava doente.
Outro aspecto importante na produção de um texto diz respeito à continuidade e à
progressão.Vejamos o texto a seguir:
Nas favelas das grandes cidades, os miseráveis lutam para sobreviver. Lutam contra
doenças infecciosas que lá predominam como consequência da falta de saneamento básico.
Essa população também não tem a sua disposição uma rede de ensino adequada. O
número de vagas nas escolas não é suficiente para todos, e a qualidade de ensino não
prepara profissionais para o mercado de trabalho.
Observemos que, no segundo parágrafo, o termo “Essa população” é uma marca da
continuidade do texto, pois retoma a expressão “miseráveis” presente no parágrafo anterior.
Essa retomada é necessária para a progressão do texto, ou seja, para acrescentar as outras
dificuldades de sobrevivência: a falta de um ensino adequado, com número suficiente de
vagas e ensino de qualidade.
2. TIPOS DE DISCURSO
Em sua atividade diária, o policial militar está sempre se deparando com fatos que terão
de ser relatados (narrados) posteriormente. É importante, portanto, a compreensão de que, ao
fazer isso, muitas das vezes ele terá de reproduzir o discurso de outras pessoas (personagens),
protagonistas do episódio presenciado, com a máxima fidelidade e imparcialidade, para que
não haja distorções na apuração do ocorrido.
- Discurso direto: reprodução literal do que foi dito pela personagem. Características: fala
visível da personagem; existência de verbos como “dizer”, “falar”, “responder” etc.; uso de
recursos de pontuação, como: dois-pontos, travessão, aspas, no caso da escrita.
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- Discurso indireto: reprodução não-literal do que foi dito pela personagem. O narrador
reproduz com suas próprias palavras o que a personagem disse. Característica: fala não-visível
da personagem, cujo dizer parece mesclar-se com o do narrador, mas, no fundo, é a
personagem que surge sub-repticiamente.
DISCURSO DIRETO
A professora disse-lhe:
– Eu o conheço.
Apontou para o prédio e falou:
– Isto aqui é uma construção forte.
Manoel lançou-lhe um olhar severo, pedindo:
– Pare com estas besteiras!
DISCURSO INDIRETO
A professora disse-lhe que ela o conhecia.
Apontou para o prédio e falou que aquilo era
uma construção forte.
Manoel lançou-lhe um olhar severo, pedindo
que parasse com aquelas brincadeiras.
UNIDADE – III
1. ASPECTOS GRAMATICAIS
Na qualidade de representante do Estado na preservação da ordem e da segurança
públicas, o policial militar deve pautar sua expressão em obediência aos preceitos da
gramática normativa.
Concordância verbal
1.
Regra geral: o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número:
Os ingleses desembarcaram nas Malvinas.
2.
Sujeito composto anteposto: o verbo vai para o plural: A mão-de-obra e o material
subiram de preço. O verbo também pode ficar no singular: a) quando os núcleos forem
sinônimos: Medo e temor nos acompanha sempre. b) quando os núcleos se dispuserem em
sequência gradativa: Uma brisa, um vento, o maior furacão não os inquietava. c) quando os
núcleos vierem resumidos por tudo, nada, alguém, ninguém, cada um: O horário, o local, o
clima, nada nos favorecia.
3.
Sujeito composto posposto: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo: Passarão o céu e a terra. Ou: Passará o céu e a terra.
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4.
Sujeito composto de pessoas diferentes: 1ª e 2ª – o verbo vai para o plural na 1ª; 2ª e 3ª
– o verbo vai para o plural na 2ª ou 3ª; 1ª e 3ª – o verbo vai para o plural na 1ª. Exs.:1) Eu, tu e
ele sairemos agora.2) Deus e tu são testemunhas. 3) Deus e tu sois testemunhas.
5.
Verbo apassivado pelo pronome se: 1) Discutiu-se o plano. 2)Discutiram-se os planos.
6.
Verbo acompanhado de pronome se índice de indeterminação do sujeito: o verbo fica
invariavelmente na 3ª pessoa do singular: Assistiu-se às grosserias do patrão.
7.
Verbos dar, bater e soar: 1) Deu uma hora. 2) Deram duas horas. 3) O relógio deu
duas horas.
8.
Sujeito coletivo: se o coletivo estiver no singular, o verbo fica usualmente no singular:
O bando esquadrinhava a cidade deserta. Também pode ocorrer o plural nas seguintes
situações: a) se o verbo vier distanciado do coletivo: O povo, apesar de toda a insistência e
ousadia, não conseguiram evitar a catástrofe. b) quando o coletivo, anteposto ao verbo, vier
seguido de um adjunto adnominal no plural: A multidão dos peregrinos caminhavam
lentamente. Obs.: Este último caso se aplica a expressões do tipo: grande parte de..., a
maioria de..., uma porção de...
9.
Sujeito formado por nomes próprios que só têm o plural: se não vier precedido de
artigo, o verbo fica no singular: Vassouras fica no Estado do Rio. Se vier precedido de artigo
no plural, o verbo fica no plural: Os Andes percorrem a América do Sul. Se tais nomes forem
títulos de obras, pode ocorrer o plural ou o singular: Os Sertões glorificou nossa literatura.
Ou: Os Sertões glorificaram nossa literatura.
10.
Sujeito constituído pelo pronome relativo que: Fui eu que prometi. / Foste tu que
prometeste. / Foram eles que prometeram.
11.
Sujeito constituído pelo pronome relativo quem: Fui eu quem falou. (esta construção é
mais aceita)Ou: Fui eu quem falei.
12.
Sujeito oracional: o verbo fica na 3ª pessoa do singular: Não adianta discutir esses
problemas.
13.
Expressões mais de / menos de: o verbo concorda com o numeral que segue: Mais de
um aluno saiu. / Mais de dois alunos saíram. Com a expressão mais de um pode ocorrer o
plural quando o verbo dá ideia de ação recíproca e quando a expressão vem repetida: Mais de
um veículo se entrechocaram. / Mais de um pai, mais de um aluno estavam presentes.
14.
Núcleos ligados por ou: se há relação de exclusividade, o verbo fica no singular:
Pedro ou Paulo será eleito papa. Se não há essa relação, o verbo fica no plural: Matemática
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ou Física exigem raciocínio. Se o ou tem caráter explicativo ou corretivo, o verbo fica no
singular: Um ministro, ou um rei, enquanto homem, sofre tanto quanto um súdito. Quando o
ou liga núcleos de pessoas diferentes, o verbo concorda com o mais próximo: Ou eu ou ele
irá. / Ou ele ou eu irei.
15.
Expressões um dos que / uma das que: o verbo vai para o plural: Ele foi um dos que
mais falaram. Obs.: A construção com o verbo no singular também é aceita, embora não seja
a dominante.
16.
Expressões um e outro / nem um nem outro: o verbo fica no singular ou no plural: Nem
um nem outro concordou. Nem um nem outro concordaram. O substantivo que segue essas
expressões fica no singular: Uma e outra coisa me atrai.
17.
Verbo parecer seguido de infinitivo: Os montes parecem cair. Os montes parece
caírem.
18.
Haja vista / hajam vista: Seguida ou não de preposição a fica no singular: Haja vista
os últimos acontecimentos. Haja vista aos últimos acontecimentos. O verbo haver pode
também variar caso a expressão não venha seguida de preposição a: Hajam vista os últimos
acontecimentos. Obs.: Vista fica sempre no singular.
19.
Verbos impessoais: ficam sempre no singular: Haverá dias melhores. Fará invernos
rigorosos. O verbo auxiliar também fica no singular: Deverá fazer umas cinco horas.
Costuma haver casos mais significativos. Poderá fazer invernos rigorosos. O verbo haver no
sentido de existir, e o verbo fazer na indicação de tempo decorrido ou fenômeno da natureza
são impessoais.
Concordância nominal:
1. Regra geral: o adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome adjetivo)
concordam em gênero e número com o nome a que se referem:
Estão bservação curta desfaz o equívoco.
2. Um só adjetivo qualificando mais de um substantivo: a) quando vem posposto aos
substantivos – vai para o plural, dando prioridade ao masculino: Tratava-se de vaidade e
orgulho excessivos.– concorda com o elemento mais próximo: Tratava-se de vaidade e
orgulho excessivo.Obs.: Quando o adjetivo vem posposto aos substantivos e funciona como
predicativo, vai para o plural: A vaidade e o orgulho são companheiros. b) quando o adjetivo
vem anteposto aos substantivos, concorda com o mais próximo: Era dotado de extraordinária
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coragem e talento. Obs.: Se o adjetivo anteposto for um predicativo (do sujeito ou do objeto),
poderá concordar com mais próximo ou ir para o plural: Estava deserta a vila, a casa e o
templo. Estavam desertos a vila, a casa e o templo.
3. Um só substantivo e mais de um artigo: a) o substantivo fica no singular e repete-se o
artigo antes de cada adjetivo: O produto conquistou o mercado europeu e o americano. b) o
substantivo vai para o plural e não se repete o artigo: O produto conquistou os mercados
europeu e americano.
4. É proibido entrada / É proibida a entrada: É necessário organização. É necessária
organização.
5. Bastante / bastantes: Falaram bastante do assunto. (Valor adverbial) Suas opiniões são
bastante discutíveis. (Valor adverbial) Havia bastantes razões para confiarmos. (Valor
adjetivo) Seguem a mesma norma: pouco, muito, barato, caro, meio, longe etc.
6. Anexo – anexa / obrigado – obrigada: Seguem anexas as listas. Segue anexa a lista Seguem
anexos os planos de aula. Segue anexo o plano de aula. Obrigado, disse ele. Obrigada, disse
ela..Obs.: 1) A expressão EM ANEXO fica invariável: As listas seguem em anexo. 2) São
também adjetivas as seguintes palavras: incluso, apenso, quite, mesmo, próprio, leso. 3) São
sempre invariáveis: alerta, menos, pseudo.
7. Só – sós / a sós: Só eles não concordaram. (= somente). Eles saíram sós. (= sozinho). A
expressão a sós é invariável. Gostaria de ficar a sós por um momento.
8. O mais claros possível / os mais claros possíveis: a variação de possível segue a do artigo:
Buscava exemplos os mais claros possíveis Buscava exemplos o mais claros possível.
Vícios de linguagem: são desvios da norma gramatical tradicional.
- Barbarismo: de grafia: advinhar em vez de adivinhar; de pronúncia: rubrica em vez de
rubrica; de morfologia: interviu em vez de interveio; de semântica: O erro me passou
desapercebido. (despercebido).
- Arcaísmo: palavras antigas em desuso: asinha em vez de depressa; antanho – passado.
- Solecismo: erros de sintaxe: concordância: Sobrou muitas vagas.; regência: Os comerciantes
visam apenas o lucro.; colocação: Não tratava-se de problema sério.
- Ambiguidade: Presidente e Governador se desentenderam por causa de sua gestão.
- Obscuridade: Como todo estrangeiro faz, porque a eles não assiste, o naturalista, não tendo
aos desfiles assistido, queixou-se pelo fato.
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- Cacófato: som desagradável: Nunca gasta além do necessário.
- Eco: A constante presença do declarante torna-o participante do grupo de meliantes.
- Pleonasmo: redundância: As pessoas moralistas que se preocupam excessivamente com a
moral vivem vigiando os bons costumes.
- Hiato: efeito dissonante produzido por uma seqüência ininterrupta de vogais: Oueuoouço, ou
não saberei o que dizer.
- Colisão: dissonância produzida pela concorrência de consoantes iguais ou semelhantes:
Pedro, pintor português, pinta paisagens pitorescas.
Correção de frases: Os desvios da norma gramatical ocorrem por vários fatores:
desconhecimento da grafia correta de certas palavras; impropriedade vocabular; inobservância
à colocação pronominal; equívocos morfológicos e de conjugação verbal; desatenção à
concordância verbal e/ou nominal, dentre outros.
Os presos se degladiavam. (digladiavam) – A algum tempo, estou aqui.(Há) – Os mercenários
estão sendo mal pagos, porisso estão desertando. (por isso) – Ainda não se soube o motivo
porque a atriz morreu. (por que) – A iluminação melhorou com as lâmpadas florescentes.
(fluorescentes) – As empresas ainda não enviaram os catálogos para mim apreciar. (eu) – A
polícia não interviu a tempo de evitar o crime. (interveio) – Encontrei-o no mesmo lugar em
que, duas horas antes, recebeu-me. (recebera) – Vamos aguardar que V. Exª. Manifeste vossa
escolha. (sua) – Poderá ainda ocorrer casos mais sérios do que esses. (Poderão) – Este fato
requer providências administrativas-disciplinares imediatas. (administrativo-disciplinares)
Ortografia:
S ou Z?
- Adjetivos derivados de substantivos concretos escrevem-se com “s” (ês, esa):
monte> montês; Escócia > escocês; burgo > burguês; campo > camponês.
- Os sufixos “esa” e “isa”, formadores de feminino, são escritos com “s”:
prior> prioresa; duque > duquesa; sacerdote > sacerdotisa; cônsul > consulesa.
- Grafam-se com “s” as terminações “-ase”, “-ese”, “-ise”, “-ose”:
metástase, anáfase, diurese, gênese, síntese, diálise, análise, diagnose, metamorfose, hipnose.
- Radicais com “z” originam palavras com “z”. Radicais com “s” originam palavras com “s”:
preso> apresar; vazio > esvaziar; raiz > enraizar; catálise > catalisar; vaso > envasar.
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- Verbos de radicais não terminados em “s” ou “z” recebem o sufixo “-izar”, com “z”:
moral> moralizar; rubor > ruborizar; tranquilo > tranquilizar; civil > civilizar.
- As formas dos verbos “pôr” e “querer” (e seus derivados) são escritas com “s”. As formas
dos verbos que já têm “z” são escritas com “z”:
pôr> pus, pusesse; querer > quiser, quisesse; reluzir > reluz, reluzisse; fazer > fizer, fizesse.
- Depois de ditongo, escreve-se “s”: lousa; Neusa; maisena; náusea; pousar; gêiser; pausa.
- Palavras derivadas de radicais com “nd”, “rg”, “rt”, grafam-se com “s” (ns, rs):
compreender> compreensão; submergir > submersão, submerso; converter > conversão.
- Substantivos derivados de adjetivo escrevem-se com “z” (ez, eza): puro> pureza; honrado >
honradez; nu > nudez; cupido > cupidez; claro > clareza.
SS ou Ç?
- Palavras derivadas dos radicais “-ceder”, “-primir”, “-gredir”; “-mitir” escrevem-se com
“ss”: proceder> processo; reprimir > repressão; agredir > agressão; admitir > admissão.
- Depois de ditongo, escrevem-se as letras “c” ou “ç”: foice; Conceição; touceira; feição;
arcabouço; caução.
- Radicais terminados com “-to” geram palavras com “c” ou “ç”: junto> junção; perfeito >
perfeição; exceto > exceção; atento > atenção, atencioso.
Xou CH?
- Depois de ditongo, usa-se “x”: seixo, caixa, frouxo, madeixa, trouxa, baixo, faixa.
Exceções: caucho, cauchal, recauchutagem.
- Usa-se “x” após os grupos iniciais “me-” e “en-": mexer, México, enxada, enxaguar,
enxerido, enxuto, mexilhão, mexerico.
Exceções: charco > encharcar; chumaço > enchumaçar; cheio > encher; anchova ou enchova.
G ou J?
- Escreve-se a letra “g” nas terminações “-agem”, “-igem”, “-ugem”:
vadiagem, selvagem, malandragem, vertigem, fuligem, lanugem.
Atenção: a viagem (substantivo); que eles viajem (verbo).
- Escreve-se a letra “g” nas terminações “-ágio”, “-égio”, “-ígio”, “-ógio”, “-úgio”:
ágio, estágio, privilégio, egrégio, prestígio, relógio, refúgio.
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- Grafam-se com “j” palavras de origem indígena, árabe ou africana:
pajé, alfanje, acarajé, jenipapo, jerimum, jirau, alforje.
Exceções: álgebra, algema, algeroz.
Uso dos porquês:
POR QUE: quando se subentende a palavra “motivo”. Pode ocorrer nas interrogações diretas
ou indiretas. Quando substituível pelo pronome relativo preposicionado “pelo qual” e suas
flexões (“pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais”).
Exemplos:
Queremos saber por que (motivo) não nos convocaram.
A razão por que (pela qual) estão agindo assim não foi esclarecida.
POR QUÊ: quando se subentende a palavra “motivo” e está “seguido de pausa”. As pausas
são marcadas por , ; : ? ! – ...
Exemplos:
São perceptíveis mudanças no clima por quê?
Não sei por quê, mas não consigo progredir em matemática.
PORQUÊ: emprega-se quando for um substantivo: o porquê, um porquê.
Exemplo:
O porquê de tanto esforço só você pode entender.
Eu gostaria de saber o porquê de toda essa confusão.
PORQUE: quando equivale a: uma vez que, visto que, pois ou para que.
Exemplos:
Foi bem na prova porque havia estudado bastante.
Venha imediatamente porque vai começar a sessão.
Acentuação Gráfica:
As regras de acentuação foram criadas para padronizar a leitura das palavras
portuguesas. Elas têm como objetivo deixar clara a posição da sílaba tônica nas palavras, ou
seja, se oxítona, paroxítona ou proparoxítona.
- Monossílabos tônicos: acentuam-se os terminados em: a(s), e(s), o(s).
Exemplos: lá, pá(s), chá(s), pé(s), fé, ré(s), vê(s), tê-lo, três, nó(s), pô-lo.
- Oxítonos: acentuam-se os terminados em: a(s), e(s), o(s), em, ens.
Exemplos: babá(s), Canadá, está(s), sabiá(s), freguês, prevê(s), café(s), cipó(s),
robô(s), (ele) retém, (eles) retêm, refém, reféns, parabéns.
- Paroxítonos: acentuam-se os terminados em:
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> i(s), us – júri(s), cáqui, táxi(s), safári(s), biquíni(s), tênis, lápis, grátis, vírus, Vênus,
bônus, lúpus, tônus.
>on(s) – íon(s), próton(s), elétron(s).
> r, x, n, l – éter, repórter, flúor, ônix, látex, tórax, éden, sêmen, hífen, amável,
agradável, cônsul.
>ps – bíceps, fórceps, tríceps, Quéops.
> ã, ãs – ímã, ímãs, órfã, órfãs, balcãs.
> um, uns – álbum, álbuns, fórum, fóruns, médium, médiuns.
> ditongo (seguido ou não de “s”) – água, mágoa, série, ciência, ambulância, câmbio,
família, gêmeos, Itália, bênção(s), órfão(s).
- Proparoxítonos: acentuam-se todos.
Exemplos:
câmara,
paralelepípedo,
lâmpada,
sonâmbulo,
fotógrafo,
ônibus,
falássemos, médico, árvore, próximo, época, revólveres, aquático, autêntico.
- Regras Especiais:
> Ditongos abertos “ei”, “oi”, “eu”: são acentuados nas palavras monossílabas tônicas
e oxítonas. Exemplos: réis, dói, anéis, papéis, caubói, caubóis, anzóis, herói, heróis, céu(s),
réu(s), chapéu(s), mausoléu(s).
Observação: O acento agudo dos ditongos abertos “ei”, “oi” foi abolido pelo Acordo
Ortográfico. Assim, não se acentuam mais as palavras ideia, assembleia, heroico, etc.
O quadro abaixo mostra como era e como ficou a acentuação desses ditongos após a
reforma ortográfica:
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> Hiatos: o quadro abaixo mostra como era e como ficou a acentuação dos hiatos, após
o Acordo Ortográfico:
> Grupos “gue”, “gui”, “que”, “qui”:
> Verbos com plural especial:
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> Acentos diferenciais de intensidade: todos foram abolidos, com exceção do acento
circunflexo em “pôr” e “pôde” (verbo). É opcional o uso de acento em: fôrma ou forma
(utensílio, molde) x forma (verbo “formar”).
UNIDADE – IV
1. COMUNICAÇÃO OFICIAL – É uma forma de expressão usada pelos agentes públicos,
no exercício de funções estatais, para comunicar determinações e atos administrativos à
própria administração pública ou ao conjunto de cidadãos que formam a sociedade. Esse tipo
de comunicação utiliza a redação oficial.
2. PRINCÍPIOS
a) Impessoalidade: na comunicação oficial não há espaço para impressões e opiniões pessoais
no tratamento da mensagem veiculada. O universo temático das comunicações oficiais se
restringe a questões que dizem respeito ao interesse público.
b) Obediência ao padrão gramatical da língua: deve-se utilizar a variação dita culta ou padrão
da linguagem, preceituada pela gramática normativa tradicional. Isso, entretanto, não implica
o emprego de linguagem rebuscada, figuras de linguagem e construções sintáticas encontradas
na linguagem literária.
c) Formalidade e padronização: diz respeito ao emprego das formas e pronomes de tratamento
adequados; à polidez e à civilidade no enfoque dado ao assunto de que trata a comunicação; à
uniformidade dos documentos (papéis, timbres, diagramação etc.).
d) Concisão e clareza: consiste na transmissão de informações suficientes ao entendimento,
com o máximo de precisão no uso da linguagem.
3. DOCUMENTOS OFICIAIS – Aqui nos ocuparemos dos seguintes documentos: ofícios,
partes, comunicações internas (memorandos), requerimentos e relatórios.
3.1. Ofícios – É o instrumento habitual de comunicação escrita utilizado por autoridades da
Administração Pública, entre si ou para particulares.
3.1.1. Elementos constitutivos do ofício
a) Timbre ou cabeçalho: nome do órgão expedidor impresso.
b) Número de ordem: OFÍCIO GC – Nº 19/12
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c) Local e data: Fortaleza, 18 de novembro de 2012.
d) Endereçamento:
Ao Senhor
FULANO DE TAL
Secretário de Obras do Estado
Obs.: Abaixo do cargo da autoridade, coloca-se o endereço do órgão. Contudo,
há, atualmente, uma tendência a suprimir-se esse dado.
d) Ementa: súmula do assunto principal ou referência a outro documento:
Ementa: Pedido de nomeação de professor. Ou Ementa: Proc. Nº 2834/07.
e) Vocativo ou invocação: tratamento do cargo do destinatário:
Senhor,
Senhor Secretário,
Senhor Comandante,
e) Texto: exposição do assunto. É dividido em parágrafos, que podem ser ou não
numerados, menos o primeiro. É digitado geralmente em espaço dois.
f) Fecho ou cumprimento final: Atenciosamente, (para iguais ou inferiores);
Respeitosamente, (para superiores).
g) Assinatura e cargo do remetente:
Fulano de Tal ou
FULANO DE TAL
DIRETOR
Diretor
h) Anexos: são documentos que acompanham o ofício (se houver).
3.2. Comunicação interna ou memorando – É a forma de correspondência oficial
geralmente usada entre unidades do mesmo órgão público. É semelhante ao ofício, porém
com finalidade eminentemente administrativa.
3.2.1. Elementos constitutivos da comunicação interna
a) Timbre: vem impresso no alto da folha, como no ofício.
b) Sigla e número: escrevem-se as iniciais do órgão emissor, precedidas da
numeração adequada: CI GC Nº 1010/12
c) Local e data: Fortaleza, 18 de novembro de 2008. Em 18.11.12 Em 18/11/12
d) Ementa ou assunto: Do Cmt do 30º BPM.
Ao Cmt da 9ª Cia/30º BPM.
Assunto: Reunião
Obs.: Na Polícia Militar do Ceará, coloca-se, apenas, o destinatário e, abaixo deste, o
Anexo(s), relacionando-se todos os documentos que seguem apensos à CI. Isso busca prevenir o
extravio de documentos no traslado de um órgão para outro.
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e) Texto: prima pela objetividade e concisão. Os parágrafos podem ser
numerados. É digitado geralmente em espaço dois.
f) Fecho: igual ao ofício.
3.3. Parte especial: trata-se de documento inerente ao meio militar. É utilizado pelo militar
para fazer comunicações sobre alterações do serviço ou ocorrências relativas a sua pessoa.
3.3.1. Elementos constitutivos da parte especial
a) Timbre: vem impresso no alto da folha, como no ofício.
b) Identificação do documento: PARTE ESPECIAL S/N-2012
Obs.: A parte especial não é numerada, porque dificilmente o militar mantém o rigoroso
controle da quantidade de partes que emite durante o período de um ano.
c) Local e data:
Fortaleza, 18 de novembro de 2012.
d) Ementa ou assunto: Do Sd PM nº 20.000 – Fulano de Tal, da 1ª Cia/30º BPM
Ao Sr. Cmt do 30º BPM.
Assunto: Comunicação.
e) Texto: prima pela objetividade e concisão. Os parágrafos podem ser
numerados. É digitado geralmente em espaço dois.
f) Fecho: igual à CI.
3.4. Relatório: é a narração ou exposição sobre um ou vários fatos, em que se discriminam
seus aspectos e elementos. É dirigido ao superior hierárquico, e dele consta exposição
circunstanciada sobre atividades em função do cargo que exerce. Constam do relatório: o
título: Relatório; o texto: exposição do assunto; o fecho: fórmula de cortesia; local e data; e
assinatura: nome, cargo ou função da autoridade ou servidor que apresenta o relatório.
Obs.: A Polícia Militar do Ceará geralmente utiliza modelos de relatório, os quais são
distribuídos para os comandantes de operação preenchê-los. Nesses modelos já vêm
destinados os campos específicos para o registro de itens como: nome da operação: data ou
período da operação; local da operação; efetivo empregado; logística; alterações com
militares (faltas, atrasos, baixas por motivo de doença, dispensa etc.); ocorrências de prisões,
apreensões de armas, produtos de roubo ou furto, drogas etc.; sugestões para operação
futura; local e data do relatório; assinatura do comandante da operação.
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3.5. Requerimento: Documento por meio do qual se solicita algo permitido por lei ou que
como tal se supõe.
3.5.1. Elementos constitutivos do requerimento
a) Invocação: forma de tratamento, cargo e órgão a que se dirige:
Ilustríssimo Senhor Diretor de Pessoal da Polícia Militar do Ceará.
Obs.: Não se menciona, no vocativo, o nome da autoridade, nem se coloca fórmula de
saudação.
b) Texto: nome do requerente e sua qualificação, com a exposição fática e a
motivação do pedido. É redigido em terceira pessoa.
c)
Fecho:
escrito
em
letras
maiúsculas:
NESTES
TERMOS,
PEDE
DEFERIMENTO. – ESPERA DEFERIMENTO. – AGUARDA DEFERIMENTO. – PEDE
DEFERIMENTO. – TERMOS EM QUE PEDE DEFERIMENTO.
d) Local e data.
e) Assinatura.
Obs.: A Polícia Militar do Ceará adota um modelo de requerimento, no qual
existem campos para o preenchimento de todos esses itens.
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REFERÊNCIAS
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2006.
CEARÁ. Governo do Estado. Manual de comunicação oficial. Coordenação-Geral: Prof.
José Myrson Melo Lima. Fortaleza: 2005.
INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 2001.
KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 8. ed. São Paulo:
Contexto, 1997.
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 10. ed. São Paulo: Contexto, 1998.
MARTINS, Dileta Silveira. Português instrumental. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MEDEIROS, João Bosco. Técnicas de comunicação criativa. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em textos: volume único. 3 ed. São Paulo: Moderna,
2012.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática
no 1º e 2º graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
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REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003.
BERLO, David K. O processo da comunicação: introdução à teoria e à prática. 7. ed.
Tradução de José Arnaldo Fontes. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2003.
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 3. ed. São Paulo: Loyola,
1999.
MEDEIROS, João Bosco. Técnicas de comunicação criativa. 14. ed. São Paulo: Atlas,
2001.
SAMIRA, Chalhub. Funções da linguagem. 8. ed. Coleção Princípios. São Paulo: 1997.
BERLO, David K. O processo da comunicação: introdução à teoria e à prática. 7. ed.
Tradução de José Arnaldo Fontes. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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