REVISÃO DE LITERATURA PARA AVALIAR A EFICÁCIA DA TERAPIA NEOADJUVANTE NO CÂNCER DE RETO FILHO, Joaquim Francisco Mesquita. Discente do curso de Graduação em Medicina HENRIQUES, Alexandre Queiroz Franco. Professor do curso de Graduação em Medicina. Palavras-chaves: câncer de reto, terapia neoadjuvante, tratamento, terapêutica, quimiorradioterapia. INTRODUÇÃO O câncer de reto é uma das neoplasias que mais acometem no mundo, com um número de, aproximadamente, um milhão de novos casos ano, sendo considerado a terceira causa mais comum de câncer no mundo. Em 2012, no Brasil, tem uma estimativa de 32.000 novos casos da doença, pelo Instituto Nacional do Câncer. Nos homens, se apresenta como o quarto tipo mais frequente, superado por próstata, pulmão e estômago, e nas mulheres sendo o terceiro, atrás de mama e colo do útero. Levin acredita que a maioria dos canceres retais surjam de adenomas préexistentes. Estas lesões pré-malignas devem ser distinguidas de outros tipos de pólipos que não levam ao desenvolvimento do CA retal. Os pólipos adenomatosos surgem através de anormalidade decorrentes de um pareamento incorreto, e são protusões mucosas formadoras de glândulas, visíveis, podendo se dividir em pedúnculadas ou sésseis. Pode se dividir histologicamente em tubulares e vilosos, ou ambos. O tamanho do adenoma influi na probabilidade de haver um componente viloso, sendo ele mais propenso de haver carcinoma invasivo, comparando com o pólipo tubular. Assim, independente da classe histológica, pólipos maiores de 1 cm tendem a apresentar maior quantidade de carcinoma invasivo. O rastreamento e detecção precoce são fatores muito importantes que otimizam o resultado no câncer retal. Apesar disso, é muito difícil ser feito de uma maneira adequada, muitas vezes por falta de disponibilidade e pelo alto custo, e também pelo risco que pode causar, assim n sendo indicado para pessoas de risco mediano. Dentre os exames que possam ser feitos para rastreio, a colonoscopia é citado por vários autores como padrão ouro para detecção de câncer de reto. Torres Neto e 2 colaboradores, citam a colonoscopia como padrão-ouro, e sua importância para detecção de lesões precursoras e terapêutica destas. O objetivo destina-se para visualização e identificação direta da mucosa, viabilizando sua fotodocumentação, o exame de biópsia de lesões suspeitas e a polipectomia endoscópica. A recomendação de rastreio com colonoscopia, para pacientes de risco mediano para desenvolvimento de câncer colorretal, preconiza a cada 10 anos, a partir dos 50 anos de idade. Além de sua importância para diagnóstico, a colonoscopia se apresenta importante na forma terapêutica, com uma avaliação pré-operatória significativa, fazendo uma caracterização precisa do câncer com relação ao esfíncteres anais e sua extensão da invasão, com relação a profundidade das paredes intestinais e acometimento linfonodal Em pacientes num ambulatório de proctologia, deve se lembrar sempre de três pontos: sangramento retal e suas caraterísticas, hábito intestinal e antecedentes familiares de câncer - principalmente colorretal. Isso se torna importante, pois a sintomatologia do câncer colorretal, se enquadra muito bem nisso. No caso do nosso estudo, o câncer de reto, o sintoma mais comum é a hematoquezia. Esse por sua vez pode mascarar a doença, por ser atribuído como um quadro de hemorróida, muitas vezes retardando o diagnóstico correto. Pode apresentar sintomas como secreção de muco, adelgaçamento das fezes, tenesmo, devido a massa na região do reto, ocorrendo a vontade de defecar, e alterações dos hábitos intestinais. Em alguns casos,pode haver perda de peso, dor abdominal e/ou anal, massa palpável e anemia( bastante incomum). O diagnóstico e estadiamento completo, é indispensável para a escolha da terapêutica das neoplasias de reto, onde utiliza-se de um exame proctológico detalhado, ultra-sonografia anorretal, e/ou Ressonância Nucelar Magnética, para um melhor suporte na avaliação do paciente, e escolha da combinação de modalidades. A terapêutica cirúrgica deve levar em conta a intenção curativa, quando promovem a remoção completa do tumor primário, orgãos e estruturas comprometidas e de metástases identificadas, visando sempre os preceitos técnicos oncológicos e os com intenção paliativa ,quando tiver por finalidade aliviar ou reduzir os sintomas em pacientes que não tenham condições de cura por ressecção, como metástases irressecáveis a distância e acometimento de órgãos vitais. No câncer de reto, apresentam algumas modalidades mais usadas sendo essas utilizadas de acordo com a localização e estadiamento, onde esses métodos podemos incluir as ressecções locais (polipectomias e operação endoscópica transanal) e ressecções radicais (ressecção anterior baixa, excisão total do mesorreto e amputação 3 abdominoperineal). A realização da cirurgia, pode ser feita por laparotomia ou por via endoscópica, onde podemos ressaltar que independente da via de acesso empregada, as etapas e e preocupações do cirurgião continuam as mesmas, como, execução da excisão total do mesorreto, obtenção de margem radial e preservação esfincteriana. Estudos comprovaram, que com relação a técnica, a via laparoscópica, sendo realizada por profissionais experientes, permite cirurgias com qualidade equivalente as abertas, e na questão dos resultados oncológicos, equipararam os resultados finais das duas vias, demostrando que a via de acesso deve se levar em conta a experiência do cirurgião. A terapia neoadjuvante apresentou um novo quadro para o tratamento do câncer retal, oferecendo a possibilidade de uma regressão tumoral parcial(downstaging)ou total, vindo a constituir um elemento terapêutico, capaz de reduzir índices de recidiva local e podendo dar uma maior sobrevida ao paciente. Alguns estudos apresentam uma redução completa de mais de 30%, sendo muito expressiva, se tratando de um câncer já em estágio avançado. A quimiorradioterapia neoadjuvante auxilia o cirurgião, pois pode preservar a continência retal por diminuição do tumor, e muitas vezes esse resultado da diminuição,pode ser esperado para obtenção de uma margem livre durante a ressecção, onde muitas vezes não seria possível conseguir, para permitir uma anastomose no canal anal. Nos dias de hoje, ainda não foi determinado a melhor série do tratamento neoadjuvante, onde as melhores escolas de Medicina da Europa e Estados Unidos se divergem em alguns pontos. No caso de escolas européias, a abordagem mais comum é feita por uma série curta e não muito intensa de radioterapia e após uma cirurgia extirpativa. Já no caso dos Estados Unidos,fazem uma quimiorradioterapia pré operatória de mais alta intensidade e mais prolongada, fazendo a cirurgia após mais de 6 semanas. OBJETIVO Em virtude de todo conteúdo apresentado, o objetivo do trabalho foi demonstrar o impacto da terapia neoadjuvante na terapêutica do câncer reto, avaliando assim a melhor forma de usa-lá, visando sua efetividade para auxílio do cirurgião e para uma menor morbidade e mortalidade para os pacientes. METODOLOGIA O método de pesquisa utilizado neste trabalho foi à revisão de literatura, sendo uma estratégia importante para elucidar fundamentos para uma prática de saúde, em 4 determinadas especialidades, sendo apresentada como um conceito da Prática Baseada em Evidências. Foi realizado com 23 trabalhos, sendo encontrados nas bases de dados LILACS,BVS e BIREME, com as palavras-chave, “câncer de reto”, "terapia neoadjuvante”, “tratamento”, “terapêutica”,”quimiorradioterapia", realizando combinações de dois ou três descritores na mesma base de dados. A questão norteadora foi “Avaliar a melhor opção terapêutica no tratamento do câncer de reto,e os benefícios trazidos pela terapia neoadjuvante”. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que a terapia neoadjuvante contribui para um maior êxito final. Os resultados demonstraram a eficácia deste tratamento, podendo ocorrer uma diminuição do tumor(downstaging) ou, muitas vezes, chegando a regressão total deste, podendo assim ser feito uma cirurgia menos agressiva e consequentemente, dando uma maior qualidade de vida para o paciente. BIBLIOGRAFIA 1- Teixeira LA, Fonseca CO. De doença desconhecida a problema de saúde pública: o INCA e o controle do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 2007. 2-Hoff PMG, Katz A, Chammars R, Filho VO, Novis YS. Tratado de Oncologia.1.ed. 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