efeitos do tratamento domiciliar de tecnicas

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EFEITOS DO TRATAMENTO DOMICILIAR DE TECNICAS FISIOTERAPEUTICAS
CONVENCIONAIS E ATUAIS EM PACIENTE PEDIATRICO QUE APRESENTA
QUADRO DE HIPERSECREÇÃO
Vanessa Gerber1
Júlio César de Oliveira Araújo2
RESUMO
O presente estudo aborda as técnicas de fisioterapia respiratória em paciente pediátrico com
quadro de hipersecreção. Realizado com o objetivo de verificar a efetividade das técnicas
empregadas na fisioterapia respiratória, sendo estas técnicas convencionais e atuais,
realizadas, em tratamento domiciliar. Para alcançar os objetivos propostos utilizou-se um
estudo de caso do tipo descritivo, experimental onde os dados foram coletados através de
peak-flow, e quantidade de secreção, praticado por quinze dias cada grupo de técnica. O
tratamento foi realizado no domicílio do paciente, totalizando 30 sessões. Ao finalizar esta
pesquisa, pôde-se concluir que a intervenção fisioterapêutica realizada no período de 22 de
abril a 24 de maio de 2003, com um grupo de técnicas convencionais e atuais, realizadas em
períodos distintos, com intervalo de sete dias entre as técnicas distintas, observou-se que as
técnicas atuais trouxeram ao paciente um melhor conforto respiratório, uma clearance das
secreções de vias aéreas e uma melhora na qualidade de vida.
Palavra-chave: fisioterapia respiratória, hipersecreção, tratamento domiciliar.
ABSTRACT
The present study it approaches some aspects the techniques of respiratory “physiotherapy”
in “pediatric” patient with diagnosis of hipersecretion. It was realized with the objective of
verify the effectiveness of the techniques used in the respiratory “ physiotherapy”, being these
conventional and current techniques, realized in domiciliary
treatment. To reach the
considered objectives a study of case of the experimental descriptive type was used where the
data had been collected through peak-flow, amount of secretion practiced per fifteen days
each group of technique. The treatment was carried through in the domicile of the patient,
having totalized thirty sessions. When finishing this research can be concluded that the
“physiotherapeutic” intervention carried through in the period of 22 of April the 24 of May of
2003, with a group of conventional and current techniques carried through in distinct periods,
with interval of seven days between the distinct techniques, observed that the described
current techniques for “autogenic” draining, forced expiration technique, shaker, playful
activity as swing and small ball of soap, had brought to the patient one better respiratory
comfort, one “clearance” of secretions of aerial ways an one better quality of life.
Key Words: physiotherapy respiratory, hipersecretion, and treatment domiciliary.
__________________
1
Acadêmica do curso de Fisioterapia da Unisul, Tubarão, SC. Trabalho apresentado como requisito à obtenção
do titulo Bacharel em Fisioterapia.
2
Professor e orientador da pesquisa.
INTRODUÇÃO
A utilização da Fisioterapia Respiratória dentro da pneumopediatria está cada vez
mais voltada para todas as afecções que interferem direta ou indiretamente no sistema
respiratório, hoje é indicada não somente após as afecções, mas também na prevenção das
complicações que acometem as vias aéreas.
Um dos princípios básicos que regem um tratamento utilizando a Fisioterapia
Respiratória é o de adaptar ou readaptar o indivíduo para uma vida social e compatível com
seu grau de disfunção pulmonar.
As técnicas fisioterapêuticas têm o objetivo de otimizar o clearance mucociliar,
prevenir a obstrução e o acúmulo de secreções brônquicas, melhorar a ventilação, diminuir os
gastos energéticos durante a respiração, manter a mobilidade da caixa torácica e favorecer
uma maior efetividade da tosse para o paciente, para conseguir resultados positivos com estes
objetivos foram descritas técnicas que hoje estão divididas em convencionais e atuais.
Para o fisioterapeuta obter sucesso no seu tratamento dos problemas respiratórios,
deve estar, em primeiro lugar certo daquilo que pretende conseguir em determinado caso, mas
por vezes o papel do fisioterapeuta é limitado, em virtude das condições gerais de saúde da
criança, das condições do local onde é realizado o tratamento, e também da colaboração deste
paciente. Mas a capacidade de resolver problemas e se adaptar a condições diversas
certamente é capaz de influir no sucesso do tratamento adequado.
O atendimento ao paciente em seu domicílio, pelo profissional de saúde, vem
crescendo dia a dia. Todos os tratamentos da saúde, assim como a Fisioterapia, somente era
realizada em residência, quando existia a dificuldade da família em transportar o paciente à
clínica, em função de sua incapacidade e fragilidade.
O tratamento ou técnica a ser utilizada vai depender do quadro e patologia que o paciente
esteja apresentando, partindo do princípio que podem ser testadas tanto as técnicas
convencionais como as atuais. Essas técnicas com a ajuda de aparelhos e familiares podem e
devem fazer parte de em tratamento domiciliar que possa ser monitorizado constantemente
por um fisioterapeuta.
As técnicas convencionais podem ser definidas como as mais utilizadas nos dias
de hoje, isso pode ser visto no dia-a-dia da fisioterapia respiratória, pois as técnicas
convencionais como drenagem postural, vibração, vibrocompressão dentre outras já
demonstraram seus resultados positivos no tratamento de pacientes com patologias
respiratórias. Estas técnicas sendo bem exploradas e feitas de forma correta demonstram seus
resultados mesmo durante as sessões, conseguindo obter sucesso nos objetivos listados.
De contra partida surgem às técnicas atuais, que por levarem este título, podemos
observar a falta de trabalhos científicos, demonstrando sua efetividade, mas colocando na
prática essas técnicas e sendo realizadas de forma correta, no próprio atendimento pode ser
observada sua eficácia. Como técnicas atuais podemos citar a drenagem autógena, a oscilação
oral de alta freqüência, atividades lúdicas associadas a exercícios respiratórios.
Este trabalho preocupa-se em descrever os achados na literatura sobre a
efetividade das técnicas fisioterapêuticas atuais e convencionais , como também de descrever
as características, ganhos e percas do atendimento domiciliar; com supervisão de um
profissional capacitado, além de contribuir para a literatura atual e despertar o interesse a
novas pesquisas.
Técnicas Convencionais
A drenagem postural é uma técnica empregada pela Fisioterapia Respiratória que
tem como fundamentação o princípio físico da ação da gravidade. A posição e o grau de
inclinação irá variar de acordo com a área do pulmão a ser drenada. (SILVA, 1991, p. 977).
Pavia (1984); Dodd (1991), apud Sheperd (1996, p. 371), afirmam que a
drenagem postural pode ser precedida por jogos e exercícios, onde ficou demonstrado que os
esforços intensos, como a natação ou exercícios na bicicleta estática, são capazes de eliminar
as secreções presentes em excesso.
O fisioterapeuta decidirá o horário, em conjunto com a família e a criança qual a
melhor hora do dia para realizar a drenagem postural, os melhores horários são geralmente o
período da manhã, após o despertar, e à noite, antes do jantar. (SHEPERD, 1996, p. 371).
Segundo Carvalho et al (1996, p. 14), o muco é uma substância tixotrópica, ou
seja, é progressivamente fluidificado sob agitação. Através da vibração procura-se não
somente tornar a secreção mais fluida, como também deslocá-la de regiões terminais para
outras mais proximais da árvore brônquica, facilitando sua eliminação.
Essa manobra, segundo Traci e Ponce (1996, p. 38), objetiva o descolamento e
mobilização das secreções, além de provocar o estímulo da tosse; Burns e MacDonald (1999,
p. 233) concordam e completam que muitas vezes é associada à drenagem postural ou
posicionamento.
De acordo com Ratliffe (2000, p. 379), “a percussão é a técnica mais comum
usada pela Fisioterapia Respiratória”, Pryor (1992) apud Sheperd (1996, p. 371),
complementam que a percussão consiste na transmissão da energia mecânica às vias aéreas,
através das paredes do tórax, admite-se que o aumento da pressão intratorácica que daí resulta
contribui para soltar as secreções brônquicas, favorecendo sua eliminação.
Webber (1988), Gallon (1991, 1992) apud Sheperd (1996, p. 372) a percussão
aumenta a velocidade de eliminação do muco; quando as secreções são abundantes, favorece
a sua remoção, desde que seja aplicada em conjunto com a drenagem postural e a TEF; Pryor
(1992, p. 45) relata ainda que “na criança maior pode-se aplicar a percussão, lançando mão de
um percussor mecânico de alta freqüência”.
Para Silva (1993, p. 94), a tosse resulta de um complexo mecanismo reflexo, tem
instalação “explosiva”, e atua na limpeza das vias aéreas inferiores, de onde propulsiona
secreções e outros materiais estranhos acumulados, levando-os até a orofaringe ou a boca.
Ocorre a seguinte série de ações quando o paciente tosse: inspiração profunda, a glote fechase e as cordas vocais tensionam-se; os músculos abdominais contraem-se e o diafragma elevase, o que causa um aumento na pressão intratorácica e intra-abdominal; a glote abre-se e
ocorre uma expiração explosiva de ar. (KISNER e COLBY, 1998, p. 658)
Técnicas Atuais
Chevaillier citado por Coppo (2000, p. 84), descreveu a drenagem autogênica em
3 fases: “descolar” (respirações de baixo volume pulmonar, mobilizar o muco periférico),
“coletar”( respirações a baixo volume pulmonar, vias aéreas médias) e “eliminar”( respirações
a alto volume pulmonar, vias aéreas centrais).
No Consenso de Lyon (1994, p. 16), a drenagem autogêna é colocada como uma
técnica de higiene brônquica ativa utilizando inspirações e expirações lentas e controladas
pelo paciente, iniciando-se no volume de reserva expiratório tendo em vista a mobilização de
secreções distais e, progressivamente, no volume de reserva inspiratório para eliminação
proximal.
Segundo Scanlan, Wilkins e Stoller (2000, p. 833), os pacientes são ensinados a
controlar seus fluxos expiratórios para impedir o colapso das vias aéreas enquanto tentam
produzir um “estertor” ao invés de um sibilo. A tosse deve ser suprimida até que as três fases
da respiração sejam completadas; porém essa técnica, segundo Zach (1987) possui a
desvantagem de ser limitada pela idade e pela capacidade de compreenssão do paciente, pois é
de difícil aprendizado e requer tempo e treinamento.
Slutzky (1994) afirma em estudos que “a oscilação, realizada pelo shaker permite
o deslocamento das secreções, facilitando a tosse e eliminação do muco”, por sua vez
Azeredo (1994) refere em seus estudos a inibição do colapso precoce das vias aéreas, pelo
nível de pressão positiva oscilatória, favorecendo a remoção das secreções.
De acordo com Mellins (1974) utilizando a técnica de percussão torácica
(realizado em grupo pediátrico) definiu que estados de freqüências ressonantes em torno de 5
a 6 Hz seriam as ótimas para mobilização das secreções (adulto e criança).
Definida em 1979, por Pryor e Webber, apud Coppo (2000, p. 85), a técnica de
expiração forçada é como uma combinação de uma ou duas expirações forçadas, ou “huffs”, e
períodos de relaxamento e respiração controlada, é usada co o objetivo de ajudar na remoção
do excesso de secreções brônquicas.
De acordo com o Consenso de Lyon (1994, p. 14), mas apud Wills, cita como
descrição “uma ou duas expirações forçadas começando a ½ volume pulmonar e continuando
até o volume residual”.
Sheperd (1996, p. 374), afirma que a TEF consiste na expiração forçada ou na
emissão de um sopro, após uma inspiração de volume baixo para médio, em combinação com
respiração controlada; para Burns e MacDonald (1999, p. 233), “a TEF favorece a eliminação
do excesso de secreção brônquica, particularmente nas vias aéreas da periferia”.
Scanlan, Wilkins e Stoller (2000, p. 832) relatam que a técnica de expiração
forçada é uma modificação da tosse dirigida normal, e pode ser descrita também como “tosse
soprosa”, onde esta técnica pode ser introduzida para criança como “jogo de assopro”.
O que se conhece como Técnica Expiratória Manual Passiva (TEMP) é uma
modificação das técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva, descrita por Kabat na
década de 50, sendo que apud Matte (2001) descreve ainda que esta técnica de facilitação
neuromuscular proprioceptiva poderá ser aplicada para estimular a resposta e fortalecer os
músculos relacionados com a respiração.
Traci e Ponce (1996, p. 38) afirmam que esta técnica consiste em um auxílio
expiratório, que mantém a elasticidade da caixa torácica e do parênquima pulmonar, e
secundariamente promove melhor ventilação pulmonar.Relatam ainda que utilizam a TEMP
para melhorar a ventilação pulmonar e facilitar a desobstrução brônquica.
Consiste em uma pesquisa quase experimental e estudo de caso, onde foram
realizados 30 atendimentos, com a aplicação das técnicas convencionais e atuais em um
paciente pediátrico com diagnóstico de hipersecreção, em atendimento domiciliar.
Fazendo o uso de forma separada destas técnicas, mas em conjunto ao
atendimento domiciliar; pretende-se verificar e determinar a eficácia destas técnicas de
Fisioterapia Respiratória indicada para auxiliar no descolamento e remoção das secreções;
promovendo melhora na função ventilatória, pulmonar e na vida cotidiana, nas suas atividades
da vida diária e nas suas brincadeiras como também na prevenção e redução de infecções
pulmonares.
A vivência o dia-a-dia de um paciente pediátrico hipersecretivo, foi o que
impulsionou o objetivo desta pesquisa, visando proporcionar a este paciente uma melhor
qualidade de vida.
Como objetivos específicos desta pesquisa pretende-se verificar as modificações
na função pulmonar avaliada através de peak flow do paciente em estudo e também observar a
quantidade da secreção eliminada; acompanhar a evolução do paciente conforme técnicas
aplicadas e realizar revisão bibliográfica das técnicas convencionais e atuais de fisioterapia
encontradas na literatura.
METODOS E TÉCNICAS
A pesquisa realizada é quase experimental, do tipo estudo de caso (GIL, 1991). O
método do estudo de caso "... não é uma técnica especifica. É um meio de organizar dados
sociais preservando o caráter unitário do objeto social estudado" (GOODE; HATT, 1969, p.
422).
A amostra é composta por um paciente do sexo masculino, oito anos de idade, cor
branca, 31 quilos, 1,14 metros, sedentário, alimentação regular e com maior evidência de
problemas respiratórios na idade escolar, faz uso de medicamentos como Symbicort e
Combivent (broncodilatador) e tratamentos específicos.
Desde o nascimento apresenta crises com tosse produtiva eficaz com grande
quantidade de secreção; apresenta dispnéia, ao esforço físico, quando corre ou joga bola por
mais de cinco minutos, e/ou sobe escadas por mais de três lances. Apresenta também dor na
área cardíaca ao esforço.
Por mais de trinta vezes foi internado no Hospital Nossa Senhora Conceição Tubarão, desde os seis anos de idade apresenta diagnóstico de pneumonias de repetição e
bronquite. Apresenta como história familiar dois tios paternos, com diagnóstico de fibrose
cística e acidente vascular cerebral.
Foi utilizado para intervenção terapêutica, peak-flow da marca Personal Best;
Oscilação Oral de Alta Frequencia, da marca Respiron, brinquedos confeccionados por alunos
do sexto semestre do curso de Fisioterapia na disciplina de Neuropediatria Aplicada a
Fisioterapia II (bolinha de sabão e vai-vem) e uma mamadeira da marca Chupeta, com medida
para avaliar quantidade de secreção expectorada.
Para realização do estudo foi utilizado um questionário para a mãe de sinais e
sintomas (Apêndice B), uma Ficha de Avaliação Fisioterapêutica do paciente (Apêndice C),
uma Ficha de Controle (Apêndice D), uma Ficha de Peak–Flow com os valores coletados
(Apêndice E ) e uma Tabela com valores normais de peak-flow (Anexo A).
A coleta foi realizada no domicílio do paciente, sendo realizada todos os dias,
onde os atendimentos foram de 50 minutos, sendo a secreção coletada logos após os
atendimentos; durante quinze dias consecutivos de cada grupo de técnicas, em nenhum
momento foram realizadas técnicas associadas, onde entre um tratamento e outro aconteceu
um intervalo, de sete dias, no qual foi realizada fisioterapia apenas para manutenção do
quadro clínico do paciente.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Gráfico 01 - Mensuração do Fluxo Expiratório Máximo antes do tratamento: manhã,
tarde e noite
120
100
80
60
40
20
0
06/04/03
Manha
Tarde
Noite
08/04/03
10/04/03
12/04/03
Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, 2003.
Pode-se observar valores muitos baixos de volume de fluxo expiratório máximo,
ficando estes valores na média de 100 l/min, dos sete dias anteriores ao início do tratamento,
sendo estes coletados na parte da manhã, tarde e noite, conforme gráfico 01. A mensuração do
fluxo expiratório máximo foi realizada através do peak-flow, onde o procedimento foi
repetido por três vezes, intercalado por pausas para descanso do paciente; considerando o
valor mais alto de cada verificação.
Conforme Godfrey e Chest (1970, p. 64) para uma criança com 1.14m e pesando
31 Kg, o valor normal é de 180 l/min; ficando em média então 80 l/min abaixo do normal.
Pode-se então observar que há uma diferença de 80 l/min. em relação ao valor obtido com o
esperado.
Gráfico 02 - Média obtida com o Peak-Flow durante os tratamentos distintos
l/min
136
Atuais
118,6
Convenc.
105
110
115
120
125
130
135
140
l/min
Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, 2003.
A mensuração foi realizada sempre após os atendimentos. Pode-se observar que a
média de valores de peak-flow das técnicas convencionais é de 118,3 l/min de contra partida,
o valor das técnicas atuais foi de 136 l/min, ficando 17.4 l/min. acima.
A diferença na mensuração do fluxo expiratório máximo de 17.4 l/min equivale a
12,79 %, ficando definido uma maior efetividade na mensuração do fluxo expiratório máximo
com a utilização do grupo de técnicas atuais.
Freitag (1998, p. 76) referindo a técnica de expiração forçada afirma que o
tamanho da expiração forçada e da força de contração dos músculos expiratórios podem ser
adaptados, de maneira a otimizar o fluxo expiratório.
O que vem de encontro com os dados obtidos no gráfico 02, que foram coletados
pelo pesquisador; e que demonstram um aumento nos valores de peak-flow após os
atendimentos no tratamento efetuado com as técnicas atuais em relação ao de técnicas
convencionais, que a drenagem autogênica e a técnica de expiração forçada pertencem, bem
como o shaker, e brinquedos como bolinha de sabão e vai-vem.
Os dados coletados nos demonstram que um dos objetivos da drenagem
autogênica foi alcançado, pois segundo Lannefords (1993, p. 95), um dos objetivos é obter um
fluxo expiratório máximo nas diferentes gerações dos brônquios e com isso deslocar a
secreção das regiões mais distais do pulmão para as mais centrais. O que os valores
comprovam tanto no fluxo expiratório máximo como na quantidade de secreção expectorada
que será demonstrada abaixo.
Gráfico 03 - Comparação da média dos valores de secreção expectorada após os
tratamentos das técnicas convencionais e atuais
ml/h
29
Atuais
18,93
Convenc.
0
10
20
30
40
Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, 2003.
Observou-se que houve uma quantidade maior de secreção expectorada após a
aplicação de técnicas atuais. O tratamento com técnicas convencionais apresentou uma média
abaixo 18,93 ml/h de secreção expectorada, enquanto que as técnicas atuais apresentaram uma
média acima de 29 ml/h no final de cada atendimento. As técnicas atuais nos trouxeram o
valor de 10,07 ml/h de diferença entre os tratamentos.
Slutzky (1994), afirma em estudos que a oscilação produzida pelo shaker permite
o deslocamento das secreções facilitando a tosse e eliminação do muco, o que Pryor e Webber
(2000, p. 85), complementam que uma ou duas expirações forçadas, na técnica de expiração
forçada, e períodos de relaxamento e respiração controlada, são usados com o objetivo de
ajudar na remoção do excesso de secreções brônquicas.
De acordo com o Consenso de Lyon (1994, p. 16) a drenagem autogênica é uma
técnica de higiene brônquica ativa, que visa a mobilização de secreções distais, e
progressivamente, no volume de reserva inspiratório para eliminação proximal, em maior
quantidade.
Scanlan; Wilkins e Stoller (2000, p. 825) afirmam que “a drenagem postural,
sendo ela parte das técnicas convencionais, é mais eficaz nas condições caracterizadas pela
produção excessiva de escarro (>25 a 30ml/dia)”; por sua vez Burns e MacDonald (1999, p.
232), relatam que “essa técnica destina-se a promover a mobilização das secreções brônquicas
produzidas em excesso”.
Ficando definido, conforme o gráfico 03 que o tratamento com as técnicas atuais
apresentou 29 ml/h de efetividade, contra 18,93 ml/h das técnicas convencionais.
A diferença de secreção expectorada de 10.07 ml/h equivale a 34,72 %, ficando
definido uma maior efetividade na eliminação de secreções brônquicas com a utilização de
técnicas atuais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos vários momentos desta pesquisa, contextualização do problema,
referencial teórico, delineamento da pesquisa, análise e discussão dos dados, tornou-se
possível à obtenção de importantes resultados e considerações finais enfatizando,
principalmente, os objetivos desta pesquisa, como também sugestões para novos estudos.
Para viabilização do estudo foi realizada uma pesquisa a respeito das técnicas
atuais e convencionais de Fisioterapia Respiratória sendo um tema de pouca abordagem
científica, que muitas vezes sugere dúvidas, o que possibilitou maiores esclarecimentos
quanto à utilização e eficácia das mesmas.
Com o término desta pesquisa, e tendo como base os resultados obtidos na
fluxometria e na quantidade de secreção expectorada; pode-se observar que os tratamentos de
fisioterapia respiratória utilizando as técnicas atuais trouxeram ao paciente um melhor
conforto respiratório e uma melhor qualidade de vida.
Observou-se uma melhora significativa no que diz respeito à quantidade de
secreção expectorada, realizando com as técnicas atuais a prevenção das complicações por
hipersecreção que poderiam acarretar prejuízo à ventilação da criança, como também
demonstraram uma clearance das secreções de vias aéreas. As técnicas de fisioterapia
respiratória que compuseram este tratamento foram: drenagem autógena, oscilação oral de
alta freqüência, exercicios respiratórios associados à atividade lúdica, técnica de expiração
forçada e técnica expiratória manual passiva o que se define como TEMP. O tratamento
convencional não pode ser menosprezado, pois também apresentou melhoras no quadro
clínico do paciente, porém não com tanta efetividade.
No convívio com este paciente observou-se melhora na realização das suas
atividades da vida diária, nas suas brincadeiras, uma maior freqüência à escola, um melhor
conforto respiratório, como também uma melhor aceitação das técnicas atuais pelo próprio
paciente, por estar incluída a atividade lúdica a oscilação oral de alta freqüência realizada pelo
shaker.
A Fisioterapia Respiratória fez também, seu papel na prevenção de possível
quadro de infecção pulmonar, que poderia trazer transtornos ainda maiores ao paciente; pois
foram utilizadas técnicas que visam o conforto respiratório do paciente.
Ao finalizar este trabalho, teve-se a certeza de que o tratamento de fisioterapia em
pediatria requer atenção especial aos interesses e potencialidade dos pequenos, devendo ser
feito por profissionais bem treinados e especializados, além de que ao superar seus limites, o
paciente, através da sua força de vontade, determinação e trabalho, obteve sua vitória
alcançada e é isso que mostra a família do mesmo.
Sugere-se a continuidade desta pesquisa pelos alunos do curso de fisioterapia, mas
com aplicação de protocolos, contendo técnicas convencionais e atuais, e com um número
maior de pacientes, para comprovarmos a efetividade do tratamento da fisioterapia
respiratória em pacientes pediátricos com diagnóstico de hipersecreção brônquica.
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